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Fimose Verônica Crisci Cipe - UrologiaCipe - Urologia *Incapacidade de retrair o prepúcio e expor a glande *Fimose fisiológica é comum ao nascimento, e 90% se resolve espontaneamente até os 3 anos TRATAMENTO *Postectomia (retirada do anel fibroso prepucial) *Indicações clássicas: - ITU recorrente - Balanopostite de repetição (inflamação simultânea da glande e do prepúcio) - Balanite xerótica obliterante - Refluxo vesicoureteral em crianças - Necessidade intermitente de cateterismo - Parafimose (emergência!) *Pomadas de corticoide tópico têm baixa eficácia e não são indicadas Parafimose TRATAMENTO *Tratamento conservador: - redução do prepúcio através de manobras manuais *Após a redução, o paciente deve ser encaminhado ao ambulatório de CIPE, para realização de postectomia *Prescrição de anti-inflamatório para uso em casa, para redução do edema ORIENTAÇÕES *A conduta é expectante *Na maioria dos casos não é necessária nenhuma conduta, apenas aguardar a solução espontânea *Orientar os cuidadores a não realizar "massagem" no prepúcio, pois pode ocasionar complicações *Incapacidade de redução do prepúcio, com constrição da glande pelo anel fibrótico da fimose *É uma emergência urológica e causa isquemia progressiva da glande Outras Patologias BALANOPOSTITE *Processo inflamatório/infeccioso da glande e do prepúcio, em geral relacionado à higienização deficiente *Tratamento com anti-inflamatórios ou antibióticos, a depender do caso FREIO CURTO Distopias Testiculares ADERÊNCIA BÁLANO-PREPUCIAL *Pequenas fibras do prepúcio aderidas à glande *Nesse caso, as pomadas de corticoide podem ser úteis, ou pode ser feita a abertura em consultório BALANITE XERÓTICA *Causada por balanopostites de repetição *Testículo Retrátil: - testículo na posição correta, porém, há um reflexo exacerbado do músculo Cremaster, fazendo com que o testículo suba durante o exame físico, dando a falsa impressão de que está fora do lugar - OBS: nesse caso, pode-se colocar a criança sentada com as pernas cruzadas para examinar, para inibir o reflexo cremastérico *Testículo Não-Descido: - testículo estava no caminho correto de descida, mas não chegou à posição final - é palpável na região inguinal *Testículo Ectópico: - testículo em posição completamente anômala, pode estar em qualquer local *Testículo Criptorquídico: - testículo não palpável em nenhum local *OBS/Exceção -> Bolsa Testicular Hipoplásica: - ausência dos dois testículos no saco escrotal - hipóteses diagnósticas: testículo intra- abdominal, ausência de testículos, paciente não ser XY Torção Testicular *Extravaginal: testículo e túnica vaginal envolvidos FERTILIDADE E MALIGNIDADE SINAIS SEMIOLÓGICOS *Cirurgia precoce altera taxa de fertilidade, mas não de malignidade *A fertilidade é reduzida *O risco de malignidade é de 2 a 8x maior *Sinal de Angel POSITIVO: horizontalização do testículo contralateral *Sinal de Rabinowitz POSITIVO: ausência de reflexo cremastérico *Sinal de Prehn NEGATIVO: não há melhora da dor com elevação manual do testículo *Sinal de Brunzel POSITIVO: testículo afetado elevado DIAGNÓSTICO *Feito através de anamnese e exame físico *Paciente deve ser examinado em sala aquecida *Exames de imagem raramente são úteis TRATAMENTO CIRÚRGICO *Em pacientes saudáveis, a orquidopexia deve ser realizada entre 12 a 18 meses de idade *Reexaminar o paciente sob anestesia (maior chance de conseguir realizar a palpação) *Importante: a cirurgia sempre deve ser realizada, mesmo que tardiamente, para que o testículo fique em posição onde possa ser examinado com frequência (para acompanhamento de malignidade) *Abordagem terapêutica: - testículo palpável unilateral: orquiopexia - testículo não palpável unilateral: laparotomia - testículo não palpável bilateral: cariótipo e dosagem de gonadotrofinas basais *Intravaginal: envolve apenas o testículo, que gira em seu próprio eixo dentro da túnica vaginal - mais comum no período perinatal - ocorre antes da fixação da túnica vaginal e do músculo Dartos na parede escrotal - mesmo tratamento da torção intravaginal (cirurgia) - excesso de mobilidade testicular pela deformidade em "badalo de sino" Torção do Apêndice Testicular *O apêndice testicular é um resquício embriológico do Ducto de Muller *Causa mais comum de escroto agudo em crianças *Dor escrotal de evolução variável, progressiva, localizada em um ponto específico do testículo, normalmente no ápice *Sinal clássico "blue dot" Orquiepididimite DIAGNÓSTICO *Nódulo endurecido e doloroso *Ultrassom pode apresentar hiperperfusão do epidídimo TRATAMENTO *Repouso, compressa fria e anti-inflamatório *Raramente necessita de cirurgia *Inflamação dolorosa do epidídimo e/ou testículo *Início insidioso dos sintomas *Sintomas sistêmicos *Reflexo cremastérico normal *Sinal de Prehn POSITIVO *Testículo aumentado, com edema, eritema e sensibilidade escrotal *Diagnóstico: - exame físico e ultrassom com doppler (aumento do fluxo sanguíneo testicular) *Tratamento: - antibiótico, anti-inflamatórios e repouso Torção do Apêndice Testicular *Anomalia do desenvolvimento caracterizada por um meato uretral que se abre na superfície ventral do pênis *O meato pode estar presente em qualquer lugar ao longo do corpo peniano *O "chordée" (curvatura ventral do pênis) pode estar presente *Prejuízos da hipospádia: - jato urinário defletido e espalhado - ereções dolorosas (em caso de chordée) - inseminação inadequada (e por consequência, diminuição da fertilidade) - aparência cosmética incomum TRATAMENTO CIRÚRGICO *A cirurgia normalmente é feita entre 6 a 12 meses de idade *Objetivos da cirurgia: - retificação completa do pênis - posicionar o meato na extremidade da glande - formar uma glande simétrica, de formato cônico *Complicações: - sangramento - infecção - fístulas - curvatura ventral persistente - oligospermia (normalmente em pacientes com outras anomalias associadas)