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Suporte básico de vida: Você sabe o que provoca uma parada cardiorrespiratória súbita? Na grande maioria das vezes, uma parada cardiorrespiratória súbita, tem origem cardiovascular, geralmente em uma doença que cause diminuição do aporte de sangue para o músculo cardíaco ou uma desordem do ritmo do coração. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, parada cardiorrespiratória súbita é aquela que ocorre em pacientes sem sintomas ou doença prévia, em até 24 horas, após o início dos sintomas. Só para relembrarmos, o sistema cardiovascular é responsável pelo transporte de sangue, gases e nutrientes para todas as células do corpo, e para que isso aconteça, o coração precisa estar funcionando perfeitamente, pois ele é a bomba que impulsionará o sangue através dos vasos. Funcionamento do coração: O coração é um órgão muscular oco dividido em 4 cavidades: O lado direito recebe o sangue do sistema e leva para os pulmões. O lado esquerdo recebe o sangue dos pulmões e leva para todos os outros sistemas. O trajeto do sangue por todo sistema vascular até o coração chamamos de grande circulação, e o trajeto do sangue do coração aos pulmões e dos pulmões ao coração chamamos de pequena circulação. Observe o esquema: Para que esse movimento de sangue funcione adequadamente, o coração precisa bombear de forma sincrônica, com um ritmo adequado entre os átrios e os ventrículos. Além disso, o coração produz um estímulo elétrico que se propaga de forma organizada pelo músculo cardíaco fazendo com que ele contraia e bombeie o sangue pelos vasos. Doença isquêmica no coração: Quando o indivíduo apresenta alguma doença isquêmica no coração (ou seja, diminuição do aporte sanguíneo ao miocárdio, normalmente devido a uma obstrução na artéria coronária), essa atividade elétrica poderá ficar tão desorganizada que o coração não consegue mais bombear sangue para o corpo levando ao que chamamos de parada cardiorrespiratória, a esse ritmo tão desorganizado chamamos de fibrilação ventricular. Como o coração não consegue ejetar sangue, em poucos minutos essa vítima evoluirá para o óbito. Mas será que há alguma coisa a ser feita? A resposta é sim! A seguir veremos como. Manobras de ressuscitação cardiovascular: Com manobras simples, podemos manter esse sangue circulando até que consigamos reverter o quadro. Essas manobras são chamadas de ressuscitação cardiovascular e elas consistem em aplicar compressões torácicas, ventilações artificiais e desfibrilação. As compressões torácicas e ventilações irão manter a viabilidade dos tecidos, mas somente a desfibrilação irá reverter a FV (fibrilação ventricular). Hoje em dia, temos aparelhos simples, que realizam a desfibrilação e qualquer individuo com um treinamento mínimo pode utilizar por serem automáticos. Etapas da cadeia de sobrevivência: Veja agora uma cadeia de sobrevivência, usada para a ressuscitação cardiopulmonar. Ela descreve as etapas essenciais para uma reanimação bem-sucedida: · 1º ELO: Solicitação de ajuda · 2º ELO: RCP precoce · 3º ELO: Desfibrilação precoce · 4º ELO: Suporte avançado de vida · 5º ELO: Cuidados pós PCR (parada cardiorrespiratória) As chances de sobrevivência aumentam significantemente se as etapas da cadeia de sobrevivência forem respeitadas. Aplicação da ressuscitação cardiopulmonar: Agora veremos como deverá ser o passo a passo: O primeiro é avaliar a cena para se certificar do que houve e para garantir a sua segurança. Em seguida teste a responsividade da vítima. Você deve estar se perguntando como fazer isso? Segurando-a pelos ombros e olhando rapidamente para o seu tórax para observar se ela respira. Caso não haja resposta e ela não respire solicite ajuda. Você deverá acionar o serviço de emergência médica da sua região (192 ou 193) e pedir que alguém busque um desfibrilador externo automático (DEA). É comum que, em locais públicos, esses aparelhos estejam disponíveis. Só remova a vítima em PCR se a cena estiver insegura, caso contrário você deverá iniciar a RCP no local até chegar o socorro médico. Volte à vítima e realize 30 compressões torácicas. Posicione as mãos no ponto de compressão entre os mamilos, em cima do osso esterno, como mostra a figura e afunde o tórax em 5 cm com uma frequência de, no mínimo, 100 por minuto. Não é aconselhável realizar ventilações boca a boca, pois a vítima poderá transmitir alguma doença para você! Caso você não tenha nenhum equipamento de proteção individual para realizar as ventilações, faça apenas compressões sem interrupções. A compressão torácica é o procedimento mais importante e em uma PCR o socorrista não poderá ficar mais de 10 segundos sem realizá-las. Realize 30 compressões para 2 ventilações até a chegada do desfibrilador ou do socorro médico. Assim que disponível, aplique o desfibrilador externo automático (DEA). E qual seria a real função desse aparelho? Ele é um computador que analisa o ritmo do coração da vítima e avalia se há necessidade ou não de desfibrilação. Qualquer indivíduo com o mínimo de treinamento poderá utilizar o desfibrilador externo automático; existem várias marcas e modelos, mas todos muito simples para utilização. É a desfibrilação que irá reverter o quadro da vítima, entretanto ela não será eficaz sem as compressões.
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