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Os contratualistas O que é contratualismo? "O contratualismo é uma teoria política e filosófica baseada na ideia de que existe uma espécie de pacto ou contrato social que retira o ser humano de seu estado de natureza e coloca-o em convivência com outros seres humanos em sociedade”. Os filósofos contratualistas foram os ingleses Thomas Hobbes e John Locke, e o suíço Jean-Jacques Rousseau. Thomas Hobbes Thomas Hobbes (1588-1679 foi um filósofo, teórico político e matemático inglês, considerado um dos principais expoentes do pensamento contratualista na Filosofia Política. Hobbes foi muito próximo da família real e defendeu, até o fim de sua vida, a monarquia. O principal livro escrito por Hobbes foi Leviatã. Thomas Hobbes Na Itália visitou Galileu, que teve influencia decisiva na formação de suas ideias filosóficas. Esse contato o levou a fundir suas preocupações com os problemas sociais e políticos com seu interesse pela geometria e o pensamento dos filósofos mecanicistas. “Se o princípio de que a soma dos ângulos de um triângulo é igual a dois ângulos retos fosse contrário aos interesses dos proprietários, ter-se-ia tentado anulá-lo, queimando os livros de geometria.” Thomas Hobbes e o Leviatã Em 1651, Hobbes lançou Leviatã, onde confirma e amplia seu trabalho sobre política. Como o Leviatã desgostou a Igreja Católica e o Governo Francês, foi pressionado a deixar o país. O nome da obra, Leviatã, faz referência ao monstro bíblico, também referido por outras culturas, que é representado de várias formas ao longo do tempo e que seria uma das criaturas mais temíveis e poderosas do mundo. Thomas Hobbes e o Leviatã O livro tem como tema central a organização social. Hobbes busca com o livro, explicar seu modo de compreensão de como a sociedade se estrutura e as razões pelas quais os homens são o que são e fazem o que fazem e como a política é pensada, aplicada e interfere nesse contexto. Segundo o autor, o homem nasce egoísta e em busca de satisfação de suas necessidades e que o mundo não pode satisfazer plenamente a necessidade de todos os homens. Nesse Estado Natural do ser humano que busca a satisfação de necessidades e vontades, o homem desconhece a Lei e a Justiça, considerando, a princípio, esses ideais como limitadores ou mesmo inexistentes. Assim sendo, o ser humano busca satisfazer suas necessidades através do domínio sobe o outro, exercido pelo uso da força e da astúcia. Thomas Hobbes e o Contrato Social Hobbes parte do pressuposto de que houve um momento hipotético em que os seres humanos eram selvagens e viviam em seu estado natural. Para ele, esse momento era caótico, pois o ser humano é, para Hobbes, naturalmente inclinado para o mal. Segundo o filósofo, os seres humanos precisam da intervenção de um corpo estatal forte, com leis rígidas aplicadas por uma monarquia forte, para que eles saiam de seu estado natural e entrem no estado civil. Hobbes afirma que, em seu estado de natureza, “o homem é o lobo do homem”." Thomas Hobbes e o Contrato Social O estado civil seria a solução para uma convivência pacífica, em que o ser humano abriria mão de sua liberdade para obter a paz no convívio social. O monarca, argumenta o filósofo, pode fazer o que for preciso para manter a ordem social. A propriedade privada, para Hobbes, não deveria existir e a monarquia é justificada pela sua necessidade como garantia do convívio seguro." John Locke John Locke (1632-1704) foi filósofo inglês, um dos mais importantes filósofos do empirismo. Exerceu grande influência sobre vários filósofos de sua época, entre eles, George Berkeley e David Hume. Seu discípulo Francês, Etienne Condilac, usou sua teoria empírica para criticar a metafísica, no século seguinte. Como representante do individualismo liberal, defendeu a monarquia constitucional e representativa, que foi a forma de governo estabelecida na Inglaterra, depois da Revolução de 1688. John Locke e o contrato social Locke defendia a liberdade intelectual e a tolerância. Foi precursor de muitas ideias liberais, que só floresceram durante o iluminismo francês no século XVII. Locke criticou a teoria de direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Afirmava que, para assegurar um Estado de direito, os representantes do povo deviam promulgar as leis e o rei ou o governo executá-las. Assim, apresentou uma teoria de divisão de poderes, que propunha o equilíbrio entre o rei e o parlamento. John Locke e o contrato social Empirista, Locke também defendia a ideia de que o conhecimento não é inato, mas resulta do modo como elaboramos as informações que recebemos da experiência. A mente é como uma folha em branco ou, para usar a expressão de Locke, uma tábula rasa, na qual as percepções sensíveis deixam sua marca. Desse modo, as ideias em nossa mente correspondem às coisas reais. Jean Jacques Rousseau Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um destacado filósofo social e escritor suíço. O mais radical e popular dos filósofos que participaram do movimento intelectual do século XVIII – o Iluminismo. Sua obra principal, "O Contrato Social", serviu de verdadeiro catecismo para a Revolução Francesa e exerceu grande influência no chamado liberalismo político. Defensor ardoroso dos princípios de “liberdade, igualdade e fraternidade”, o lema da revolução, é visto como o “profeta” do movimento. Jean Jacques Rousseau e o contrato social O Contrato Social, livro publicado em 1762, é um plano para a reconstrução das relações sociais da humanidade. Seu princípio básico se mantém. “Em estado natural, os homens são iguais: os males só surgiram depois que certos homens resolveram demarcar pedaços de terra, dizendo a si mesmo: Esta terra é minha. E então nasceram os vários graus da desigualdade humana”. Jean Jacques Rousseau e o contrato social Para Rousseau a única esperança de garantir os direitos de cada um está na organização de uma sociedade civil, com direitos iguais para todos. Isso poderia ser realizado por meio de um contrato social estabelecido entre os vários membros do grupo. Por esse acordo, cada indivíduo concordaria em submeter-se à vontade da maioria: nasce o Estado. Em Émile, o mesmo plano de reconstrução da humanidade baseia-se na educação. É uma espécie de romance pedagógico. Jean Jacques Rousseau e o contrato social Rousseau figura o herói como uma criança completamente isolada do meio social, sem receber nenhuma influência da civilização. Seu professor não tenta ensinar-lhe virtude alguma, mas trata de preservar-lhe a pureza do instinto contra as possíveis insinuações do vício.