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Tecidos Conjuntivos - Histologia


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Conjuntivos 
Tecidos
 O termo, os tecidos conjuntivos, está no plural pois são vários tecidos. Existe um grupo bem heterogêneo e diversificado de tecidos conjuntivos, ao utilizar no singular remete ao propriamente dito. Existe o ósseo, o propriamente dito, cartilaginoso etc. Temos como objetivo estudar as classificações, funções e origem dos tecidos conjuntivos, características e funções do tecido conjuntivo propriamente dito, correlacionar o conhecimento histológico básico com as participações associações clínicas. 
Classificações
 
 Os tecidos conjuntivos se dividem em o propriamente dito que é a conexão, conectivo dos tecidos, divide-se em frouxo (flexível) e denso (rígido, firme) e em propriedades especiais que é o adiposo sanguíneo, cartilaginoso e ósseo. Esses tecidos têm em comum a origem embrionária do mesoderma – tecido embrionário – essas células embrionárias são capazes de formar diversas células, ao avançar no desenvolvimento as células formam esses folhetos (endoderma, mesoderma). 
O tecido ósseo, adiposo, propriamente dito e o sanguíneo tem a mesma origem que vai além da 
origem embrionária, uma vez que ainda ocorre a regeneração dessas células que vem do mesênquima 
essas células mesenquimais são células indiferenciadas, podem formar tecido 
conjuntivos, são pluripotentes de origem embrionária. As células mesenquimais tem como características a indiferença e pode formar um número variado de células, que elas ao receber estímulos fazem com que as células se diferenciem, ou seja, a origem são as células mesenquimais. 
Funções
1. Sustentação estrutural, promovendo resistência e proteção de outros tecidos. Ele circunda os órgãos e protege-os, nutre o tecido epitelial.
2. Preenchimento de espaço, ficando entre as células, as matrizes celulares.
3. Transporte de nutrientes para os demais tecidos, fármacos.
4. Ligação entre os tecidos, une músculos e ossos.
5. Defesa, células produtoras de anticorpos, fagocitárias e a substância da matriz age como uma barreira de defesa.
6. Regeneração de tecidos lesados, a cicatrização a partir dos fibroblastos.
Propriamente Dito
Como dito anteriormente, divide-se em frouxo e denso determinado pelo arranjo das fibras que permite que ele seja rígido ou não, amplamente distribuído no organismo podemos encontrá-lo em diversas partes do corpo, rico em vasos sanguíneos (muito vascularizado) esses vasos nutrem o tecido epitelial, desempenha diversas funções.
Localiza-se por todo o organismo por ser é amplamente distribuído do organismo, subjacente (abaixo) ao tecido epitelial (pode ser denso ou frouxo), possui muita matriz extracelular e poucas células, sendo o contrário do tecido epitelial, ele delimita os órgãos restringindo as áreas por meio de cápsulas e septos, ou seja, as cavidades são formadas por tecidos conectivos. 
O tecido propriamente dito possui suas funções, sendo o preenchimento de espaços formando a MEC, conexão e união de tecidos (unindo tecidos formam-se os órgãos), organização espacial do corpo humano (por conta da delimitação), mantém os órgãos na posição correta, proteção mecânica dos órgãos.
 Associações Clínicas:
A meningite é uma inflamação das meninges que é formado por um tecido conjuntivo, não estando rígido, ou seja, existem diversas patologias que são decorrentes de alterações no tecido conjuntivo.
O coração possui o pericárdio (ceroso e fibroso), o fibroso é um tecido conjuntivo denso ele é importante para manter o coração na posição correta durante os batimentos. No caso do pulmão é formado por vários tecidos, ele é revestido pela pleura que é um tecido conjuntivo que promove a capacidade e proteção do órgão. 
 Características Especiais:
Apresenta diversos tipos de células (não em quantidade e sim em qualidade) como macrófagos, fibroblastos, adipócitos, mastócitos, neutrófilos, lançados na matriz extracelular. 
A MEC formada por substância fundamental e possui uma parte não fibrilar e fibrilar, a parte fibrilar é composta por fibras de colágenos, elástica e reticular, na não fibrilar existe as glicoproteínas que é a substância fundamental (um gel).
 Células do Tecido Propriamente Dito:
As células citadas anteriormente vêm do mesênquima, derivadas das células mesenquimais (pluripotentes). Existem células fixas, macrófagos e migratórias.
· Fixas: Fibroblastos e mastócitos;
· Macrófagos: Kupffer, poeira e langerhans (grupo de células de defesa);
· Migratórias: Leucócitos e Monócitos.
O tecido conjuntivo propriamente dito é rico em fibroblastos, está em maior quantidade lançados na matriz extracelular. São células alongadas, formatos estrelados possui organelas celulares, mais de um núcleo de formato fusiforme. Esses fibroblastos envelhecem e perdem a estrutura estrelar e ficam somente alongados em repouso e esses são os fibrócitos.
 Regeneração dos tecidos lesados
Quando os tecidos do nosso corpo sofrem uma lesão traumática ou inflamatória existe a necessidade de cicatrizar o mesmo, nesse sentido, a cicatrização é importante e a relação com o TC é os fibroblastos. 
Os fibroblastos são fundamentais para o processo de regeneração, um fibroblasto ativo é quando ele está em síntese. A função é secretar, formar e produzir a matriz extracelular, existem duas organelas especificas dessas células que é o reticulo endoplasmático e o complexo de golgi elas secretam a MEC.
Ao sofrer uma lesão quando ocorre o sangramento é porque alcançou o TC, quando um corte ou lesão alcança o TC ocorre uma ruptura de vasos sanguíneos e esse processo de extravasamento de sangue auxilia na cicatrização.
 O primeiro processo é a coagulação após a lesão com sangramento que possui substâncias e células que são sinalizadores químicos (bradicinina e prostaglandina) e que agem no processo de coagulação, essa coagulação resguarda a ferida com a formação da casca.
O segundo processo é a recuperação do tecido com os fibroblastos. E esse processo de cicatrização é variável para cada organismo e o tecido dessa cicatrização não tem a mesma coloração do tecido anterior. A proliferação do tecido com a ajuda das células mesenquimais que são capazes de se transformar em fibroblastos que formam os miofibroblastos que contribuem para o reparo do tecido, auxiliando na formação das células que foram lesionadas, caso não ocorra a reconstrução desse tecido pode ocorrer a falta de oxigenação ocasionando a necrose. Esses fibroblastos contribuem estimulando a reconstrução, produzem citocinas e fatores de crescimento que influenciam a diferenciação de outras células.
 Cicatrização ou remodelação:
O tecido que sofre uma lesão passa pela inflamação, proliferação e remodelação tudo isso caracteriza a cicatrização. O queloide acontece por conta de uma hiper proliferação de fibroblastos que durante a remodelação substitui o colágeno do tipo 1 para o tipo 3 (mais grosso), com excesso de colágeno, uma falha causada por pré-disposição genética.
O processo de cicatrização das crianças é melhor que os dos adultos? Sim, mas não para todos por conta dos organismos, mas, de modo geral, uma vez que as crianças possuem mais células mesenquimais que os adultos e os adultos mais que os idosos, ou seja, com os envelhecimentos e doenças interferem nessa quantidade de células.
Por que a cicatrização em diabéticos é comprometida? Ocorre devido a complicações cardiovasculares, que causam o bloqueio ou a diminuição da circulação sanguínea, e devido ao excesso de glicose. Nesse diabético não há a formação da casca a ferida fica exposta, podendo causar a necrose.
Existe dois tipos de cicatrização que vai ocorrer dependendo da capacidade mitótica e o tamanho da lesão, o fibroso – preenchimento da área por tecido conjuntivo como ocorre no coração e na substância cinzenta – ou regeneração – células do mesmo tipo daquelas feridas realizam a mitose e preenchem a ferida. Ou seja, no fibroso a reconstrução não é com células que são do mesmo tecido, por exemplo o local lesionado tinha tecido muscular, mas com o reparo foi reparado com o conjuntivo.
Tipos de Tecidos Conjuntivos
Divide-se em frouxoe denso que podem ser chamados de “propriamente dito frouxo” e “propriamente dito denso). Em algumas regiões existe tecido frouxo e denso e em outras somente um ou outro, eles possuem características e diferenças eles se diferem em: Estrutura morfológica, Localização e Função.
1. Estrutura
 Frouxo: as fibras estão mais frouxas, de uma forma mais separada, ligadas de forma livre; existe pouca resistência a tração as fibras podem estar lançadas de forma mais frouxas; não há predomínio de célula ou matriz extracelular, é uma forma mais uniforme; bem vascularizado; se localiza logo após aos tecidos epiteliais.
 Denso: as fibras dispõem-se densamente não flexível; muito resistente às trações; há predomínio de fibroblasto e matriz extracelular; menos vascularizado, escassez de vasos sanguíneos. 
2. Localização
 Frouxo: subjacente ao epitélio em superfícies e cavidades corporais, nem sempre haverá um tecido denso, mas o frouxo sempre será presente
 Denso: pode ser chamado de denso ou fibroso, encontrado nas capsulas de revestimento, cavidades e órgãos, mantendo-os em seu lugar correto e protegendo-os, como dito anteriormente nem sempre ele estará presente.
3. Funções
 Frouxo: serve para preenchimento, auxilia no preenchimento do corpo; nutre o tecido avascular que no caso é o epitélio; auxilia na conexão de tecidos ao preencher os espaços; primeira porta de defesa as células migratórias, macrófagos e fixas estão presentes nesse tecido; forma a derme nele encontra-se células fundamentais para o funcionamento do organismo, estruturas importantes para a farmacologia.
 Denso: sustentação e proteção aos órgãos, nas cavidades, peritônios e capsulas; importante para o processo de cicatrização por ser rico em fibroblastos.
4. Morfologia do TC frouxo
Temos estruturas especificas, há a presença de fibras de colágeno que são largas na matriz extracelular, células do tecido conjuntivo que são os fibroblastos, vasos sanguíneos, terminações neurais.
5. Morfologia do TC denso: modelado X não modelado.
 Não modelado: os feixes não seguem uma organização, há um predomínio de fibras de colágenos e não respeitam um padrão organizados, seguem várias direções
 Modelado: muita matriz extracelular de forma organizada e uma menor quantidade de células, as fibras de colágenos são organizadas em uma mesma direção, encontrados nos tendões.
 Casos Clínicos:
Em algumas regiões a cicatrização pode ser um pouco problemática, como exemplo, os tendões e ligamentos requerem longos períodos de reabilitação, por conta da vascularização escassa, os fibroblastos apresentam baixo metabolismo e capacidade mitótica restrita., os fármacos – por conta da escassez da vascularização - tem um efeito menor durante os tratamentos e em casos de cirurgia o processo de cicatrização é mais problemático por conta das poucas células fixas (fibroblastos) no tecido.
Fármacos
A pele é o maior órgão do corpo humano (7% do peso corporal) sendo que a porção epitelial é a epiderme, conjuntiva é a derme e o adiposo é a hipoderme. Cada uma dessas é extremamente importante para a aplicação de diversos fármacos, a epiderme possui diversos extratos dentre elas o córneo onde encontra-se as células mortas. Existe administrações invasivas e não invasivas, por meio do tecido conjuntivo passa diversas dessas administrações.
Tecido Adiposo
O tecido adiposo está relacionado ao dismorfismo sexual, entre os gêneros existe uma diferença de distribuição morfológica desse tecido ligada ao sexo, o sexo feminino tem uma tendencia maior a reter adipócitos do que os homens. A seleção sexual (atração) está de certa forma relacionada a esse tecido adiposo, ele é importante, porém em excesso pode ser negativo tanto para seleção quanto saúde.
 Funções do tecido adiposo:
1. Papel energético, atua como deposito de energia;
2. Forma coxins absorventes de choques: atua como absorventes de choques, protegendo normalmente pés e mãos;
3. Isolamento térmico;
4. Preenche espaços e auxilia no posicionamento dos órgãos;
5. Função endócrina: secreta hormônios, alguns sexuais, possuindo enzimas que podem converter esses hormônios, o tecido adiposo não é uma glândula, mas atua como tal;
6. Modela superfície do corpo, relacionado ao dismorfismo, dá forma a superfície. 
 Localização do tecido adiposo:
O tecido adiposo se distribui praticamente em todo o corpo, forma a hipoderme. Em volta dos órgãos, bulbo dos olhos, abdome, mamas por conta da hipoderme. O tecido adiposo é um tecido conjuntivo especial por conta da origem embrionária dos adipócitos, células mesenquimais que formam os adipócitos e formam todos os tecidos conjuntivos. As células mesenquimais formam as células precursoras dos adipócitos, os lipoblastos são células jovens que amadurecerá e originará os adipócitos, eles são células que tem como função guardar gorduras, lipídeos. No tecido adiposo existe muitas células indiferenciadas juntamente com os adipócitos, sendo rico em células tronco. O tecido adiposo tem sido estudado para a cicatrização por conta que no tecido adulto existem células tronco indiferenciadas que podem formar diversos tipos de tecidos.
O excesso de tecido adiposo pode trazer diversas complicações, sendo maligno para organismo alterando fisiologias como pressão arterial, colesterol, problemas cardiovasculares e etc. sendo um fator de risco para a saúde (por que é um fator de risco para a covid? Ela pode ser, ou não um fator de risco, estudos científicos mostram uma quantidade maior de números que as pessoas obesas demonstraram mais chances de casos graves, óbitos ou sequelas, a covid tem receptores nos adipócitos e ao se ligarem se tornam parasitas ao encontrar uma condição favorável – com muito tecido - fica infectando e se reproduzindo, a covid encontra diversos reservatórios nos adipócitos (altera o padrão funcional), a obesidade amplifica a imunometabólicos exagerando na resposta, recruta muitas substancias químicas para eliminar gerando uma fraqueza no organismo). 
 Componentes do tecido adiposo:
 Adipócitos, são células especificas do tecido adiposo, componente principal, guardam gorduras e o conjunto de adipócitos formam o tecido adiposo.
 Classificação do tecido adiposo:
Unilocular: única gota (grande) de gordura, adipócitos grandes com diversas gotas agregadas em um único adipócito, abundantes nos adultos raramente encontra-se uniloculares
Multilocular: adipócitos com muitas gotas, sem se agregar, diversas gotas. A cor parda é devido a vascularização abundante e as diversas mitocôndrias, abundantes em animais que hibernam e recém-nascidos, possui função de produção de calor (termogênica). Não é um tecido de reserva energética.
 Formação do tecido adiposo:
 A formação do tecido adiposo (preenchimento das células com gordura) é proveniente da dieta, lipoproteínas da alimentação, que são digeridas de formas mecânicas e químicas, no intestino é unida as proteínas e formam os quilomícrons (absorção intestinal e junção de proteínas com lipídeos) que circulam no mecanismo até chegar no tecido adiposo.
 Oriundos do metabolismo hepático, o que é transformado em proteínas; síntese nas próprias células adiposas estimuladas pela glicose, estimula a formação de gorduras nos próprios adipócitos.
-Remoção(lipolítico): lipase, enzimas que retiram gorduras de gordura, retirar triglicérides de dentro dos adipócitos, quebradas em ácidos graxos e é eliminada pela corrente sanguínea, é necessária uma ação neural ou hormonal pela noradrenalina ou glucagon que ativam a lipase que faz o efeito lipolítico;
-Deposição(antilipolítico): contra a quebra, contra a remoção, efeito contrário a quebra de energia, existem substâncias químicas (insulina) que inibem a lipase.
Os adipócitos são secretores e sintetizadores de hormônios e proteínas a leptina é um dos hormônios que é secretado e ele auxilia na perda de gordura, regula o apetite, aumentando o gasto energético e colabora com a perca de gordura, os obesos possuem distúrbios na produção desse hormônio.
 
Tecido Cartilaginoso e Ósseo
O tecido cartilaginosoe ósseo faz parte do sistema esquelético, além dos outros, as células desses tecidos se reúnem e formam o esqueleto. Ambos são tecidos conjuntivos especiais por conta da sua origem das células indiferenciadas ou mesenquimais.
 Funções:
Fonte de suporte aos tecidos moles, faz a união deles ao tecido ósseo; absorção de choques durante ao movimento (caso não tivesse as cartilagens sentiríamos choques fazendo o amortecimento, as cartilagens não são inervadas e vascularizadas elas vêm do tecido subjacente); crescimento e desenvolvimento dos órgãos, o aumento da estatura se dá por conta das cartilagens; revestimento das vias respiratórias mantendo as vias áreas abertas.
 Componentes:
Composta pelos condroblastos (jovens, ativas) são as células precursoras dos condrócitos (estágio final, velhas) não são tão ativas, pericôndrio é um tecido conjuntivo que nutre o tecido cartilaginoso que permite que essa região esteja em funcionamento, possui a MEC cartilaginosa que resiste a força, possui água, fibra de colágeno e elastina. 
 Classificação e localização:
Se divide em elástica, fibrosa e hialina. As elásticas são encontradas na parte superior do corpo (crânio, superior do pescoço), matriz com predomínio em fibras elásticas, condrócitos numerosos e maiores, está na cabeça de forma geral (crescimento), epiglote, orelha; fibrosas associadas ao tecido conjuntivo, não há pericôndrio, matriz com fibras de colágeno, componentes são organizados em fileira para aguentar impacto, se encontram no sistema locomotor disco intercostais, aguenta tração e movimento; hialina é firme e flexível, avascular e sem inervação, rica em substancia fundamental, predomínio de fibras de colágeno e água, formam o feto, mantém as vias aéreas abertas, forma o disco epifisário que permite o crescimento (cabeça dos ossos longos),protege o liquido sinovial.
 Tecido Ósseo
De suma importância, protege os órgãos vitais (caso haja perca do tecido ósseo, ficará ausente pois não há como repor), promove o movimento e sustentação do corpo, armazenamento de íons de cálcio que faz com que o osso seja rígido, ajuda na contração dos músculos, movimentos.
· Compostos pelas células especificas que são as osteo progenitoras, células indiferenciadas mesenquimais que formam os osteoblastos células ativas, jovens que secretam matriz extracelular e participam da mineralização (absorvem cálcio) óssea (auxilia na calcificação do osso, possui receptores hormonais o nome do hormônio que ossifica é o paratormônio), os osteócitos já são células mais velhas envolvidas na síntese de substancias importante para a manutenção do tecido, osteoclastos são as células de defesa que participam da reabsorção óssea (quebra dos íons, devolvendo cálcio para a corrente) 
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