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Aulas de Ecologia Geral e Animal 1. Introdução ao estudo da Ecologia A palavra ecologia deriva do grego que significa estudo da casa. Mas de forma mais ampla esta refere ao estudo científico do ambiente e os seres vivos. Os ecólogos estão interessados na solução para problemas ambientais que passa obrigatoriamene pela ecologia. Através da ecologia, pode-se entender o funcionamento da natureza e as alterações neste funcionameto. No entanto, vale a pena salientar que ecologia é muito mais que simples ambientalismo, embora esta seja uma das aplicações da ecologia. A Ecologia é uma ciência que tem se desenvolvido muito e se torna cada vez mais importante nos dias atuais, uma vez que tem aumentado consideravelmente a interferência do homem sobre os ecossistemas. Essa interferência, em geral, provoca sérios desequilíbrios ecológicos. Por isso, é cada vez mais imperioso conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas, a fim de se poder propor maneiras racionais de utilização dos recursos naturais sem provocar alterações ambientais drásticas que possam, ao longo do tempo, levar ao desaparecimento da vida. 1.1. História da Ecologia 1.1.1. Origem da Ecologia Assim como muitas outras ciências a ecologia foi estudada pelo filosofo grego Aristóteles. Aristóteles era um naturalista interessado em estudar tudo. Mas foi o seu sucessor Teofrasto que começou o estudo sistemático e formal do ambiente. Alem do Aristóteles e o Teofrasto, os primeiros ecólogos foram os nossos antepassados hominídeos. Se eles não soubessem como utilizar os recursos do ambiente não estaríamos aqui hoje. Embora o seu " estudo" do ambiente não pode ser definido como ciência, eles devem ter notado a associação do clima e as plantas resultando em formas primitivas de agricultura. Embora o conhecimento natural sobre o ambiente tenha se estendido desde os antigos ancestrais ate ao Aristóteles e o Teofrasto a grande ênfase ocorreu nos sec. XVIII e XIX pelos estudantes da história natural como o Buffon, o Linnaeus, Reaumur, o Darwin, o Wallace entre outros. Estes naturalistas, davam muita atenção aos detalhes, faziam medições e registos com extrema precisão, reconheciam e interpretavam variáveis, criavam hipóteses e teorias alem de ferramentas de análise. Portanto, faltava nesses estudos de história natural um foco unificador, essencial ao desenvolvimento de conceitos e teorias. Esse foco apareceu com o delineamento de uma área a partir da sua definição. Se já na antiguidade era possível encontrar escritos e filósofos ocupados da relação utilitária que o Ser Humano mantem com o ambiente biofísico, foi no início do século XX, no seio da Ecologia Urbana da Escola de Chicago, que a Ecologia Humana se afirmou como domínio do conhecimento científico, assente numa base conceptual e metodológica concreta. Desde o surgimento da ecologia, e o posterior aparecimento da ecologia humana, existe uma questão central dessa disciplina. A que ciência pertence a ecologia humana? Várias ciências reivindicam propriedade sobre a ecologia humana. A biologia, com o estudo das cadeias tróficas e o ser humano, a geografia humana, com as dispersões populacionais e os estudos migratórios, a sociologia, através da pesquisa social-metabólica das comunidades humanas, a antropologia, com os estudos adaptativos-culturais da raça humana e a psicologia, através das pesquisas que relacionam o meio-ambiente e o comportamento humano. De fato a ecologia humana é uma ciência transdisciplinar, que toca todos esses campos e exige, para uma pesquisa séria, uma cuidadosa escolha do objeto de estudo e a escolha da, ou das, metodologias e disciplinas envolvidas na pesquisa. Sem dúvida, a ecologia humana é uma ciência nova, que tem, para evolução da ciência humana, contribuindo com as bases teóricas do desenvolvimento sustentável e apontando limites e perspectivas que o homem precisa ter no seu processo evolutivo no planeta Terra. A Ecologia Humana tem origem na Escola de Chicago da segunda década do século XX. Durante o século XX, novos contextos da humanidade exigiram o aprofundamento e revisão das perspetivas científicas tradicionais, cuja resposta foi, para algumas ciências, a diluição das suas fronteiras e subsequente abertura à cooperação com outros territórios científicos. Essa simbiose, particularmente entre as ciências naturais e exatas e as ciências sociais e humanas, desenvolveu-se sobre um suporte metodológico inteiramente científico, abrindo novos e criativos caminhos. A Ecologia Humana, cujo desígnio inicial era responder à complexificação de problemas dos habitantes das grandes metrópoles americanas nos anos 20 do século XX, inscreve-se nessa lógica de novas formas de conhecimento. Historicamente, os problemas ambientais cresceram, generalizaram-se e agravaram-se à medida que a população humana foi, também ela, “ ganhando terreno” , quer do ponto de vista do seu volume mundial, quer, nomeadamente a partir da Revolução Industrial, com o intensificar dos padrões de consumo, potenciados por um avanço tecnológico que serviu também como arma de ataque à própria Natureza. Uma das características desse crescimento foi o diferencial entre vários pontos do Globo; outra foi a convergência demográfica nos grandes centros urbanobuis, levando a um incremento da população urbana mundial de 15% para quase 50% durante o século passado, segundo o World Watch Institut (2007) e o Programa Habitat Nações Unidas (2011). Procurando tornar-se uma ponte sistémica entre a Sociologia Urbana e a Ecologia, a Ecologia Humana nasce no âmbito da Ecologia Urbana do conjunto de autores, suas teorias e obras conhecidos como “ A Escola de Chicago” . Este grupo de urbanistas e sociólogos - onde se destacam R. Ezra Park, Ernest Burgess e Robert D. McKenzie – reagia, nos anos 20 do século passado, às crescentes pressões demográficas daquela cidade americana, caracterizadas por inéditos fluxos migratórios e inédita rotação de habitantes (Hawley, 1986). O seu objetivo inicial - estudar as mal conhecidas relações sociais no seio de uma população condicionada pela nova realidade – era conservador e visava manter a estrutura e o equilíbrio dos urbanos originais, neutralizando ou evitando a mudança não planeada e não desejada. No seu contexto, Burgess (1925) comparava o crescimento urbano aos processos de organização e desorganização análogos aos processos anabólico e catabólico do metabolismo corporal, enquanto Mackenzie imputou à Ecologia Humana a responsabilidade de estudar as ligações interespaciais e temporais dos humanos “ urbanos” , afetados por mecanismos de seleção, distribuição e de adaptação ao Ambiente – os mesmos fatores que entram no jogo de sobrevivência das restantes espécies vivas do Planeta. Eugene Odum (1973, 2004:815) sublinha que a interação entre as esferas natural e cultural deve ser acolhida pela Ecologia Humana muito para além dos princípios da ecologia geral aplicados à espécie humana, já que lhe estão associadas a “ tendência para desenvolver cultura independentemente do ambiente” e capacidades em matéria de conduta, de flexibilidade e de dominação do meio muito superiores às das outras espécies. Nesta sequência, acrescenta: “ Chegou o momento de o homem administrar tanto a sua própria população com os recursos de que depende, dado que pela primeira vez na sua breve história se encontra perante limitações definitivas, e não puramente locais. O ordenamento dos ecossistemas e a ecologia humana aplicada tornaram-se assim novos empreendimentos que requerem a fusão de um conjunto de disciplinas e de missões” . Numa sociedade global crescentemente mais urbana, mais populosa e mais heterogénea, a Ecologia Humana vai além da posição assumida pelo grupo de Chicago, ao admitir a necessidade e a inevitabilidade da mudança. Reconhece nas variáveis ambientais, nomeadamente nas oscilaçõesde disponibilidade dos recursos naturais, inegáveis factores de mudança social a que os grupos humanos têm de se adaptar. A ecologia tradicional, ao se preocupar tanto com os aspectos físicos e bioquímicos da natureza, solidificando uma ecologia dos bichos e outra ecologia das plantas, deixou de fora um grupo-chave para o entendimento das dinâmicas dos ecossistemas: a espécie humana, objeto-sujeito da ecologia humana. Mas se trata ainda de uma área do conhecimento pouco conhecida no mundo, particularmente, nos muros acadêmicos. Segundo Dr. Juan J. Tapia, a Ecologia Humana é uma hipótese sobre a convivência, a ética e a condição humana. É um conhecimento aplicável a serviço da convivência e da vividade humana, através de um treinamento sistemático, que tem como objetivo recuperar a harmonia com o meio ambiente e devolver o respeito e a ética aos Deveres Humanos. A meta da Ecologia Humana é devolver aos seres humanos uma capacidade que traz em latente desde a concepção: poder viver com plena autonomia, com o máximo de seu potencial e auto- estima, em função de uma ética essencial e de uma inata necessidade de auto-proteção, auto- abastecimanto, auto-realização e harmonização. A Ecologia Humana considera que enquanto o ser humano não for capaz de cuidar de cada metro cúbico de onde vive, nunca poderá participar com êxito da preservação da vida e do meio ambiente. Por isso, considera essencial para a sobrevivência individual e planetária, dar a todos as bases de uma ética individual para desenvolver uma ética global. A Ecologia Humana participa da crucial campanha pela preservação do planeta e da humanidade, propondo um conhecimento e uma tecnologia que desenvolva uma natural ética individual para o maior número de pessoas, no menor tempo e com o mais baixo custo. 1.1.2. Conceito da Ecologia e objecto de estudo O termo ecologia deriva de duas palavras gregas: oikós (= “ casa” ) e logos (= “ estudo” ). Assim, ecologia significa, literalmente, o “ estudo da casa” . Em sentido mais amplo, pode-se considerar o termo “ casa” como todo o ambiente terrestre; a palavra ecologia, então, passa a se referir ao “ estudo do ambiente” . Este termo foi utilizado pela primeira vez em 1866, pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, para designar o estudo das interacções dos organismos entre si e com o meio ambiente. Entretanto, foi somente no final do sec. XX que o termo foi reconhecido e amplamente utilizado. Assim a ecologia define-se usualmente como estudo das relações entre os organismos com o seu ambiente, ou ciência das inter-relações que ligam os organismos vivos ao seu ambiente. Entretanto, a acepção mais moderna define a ecologia como o estudo da estrutura e do funcionamento da natureza e, provavelmente, a longo prazo, ecologia poderá ser definida de forma mais curta e menos técnica como, por exemplo, “ biologia do ambiente” (ODUM, 1988). De fato, a Ecologia estuda os seres vivos acima do nível do organismo individual. Estuda a população, a comunidade, o ecossistema, e a biosfera. O objecto de estudo da ecologia são os seres vivos e suas interacções com o meio ambiente onde vivem. A Ecologia também se encarrega de estudar a abundância e distribuição dos seres vivos no planeta Terra. Alvim (2012:15) diz que a ecologia humana pode ser compreendida como “ uma ciência que estuda as relações humanas, individuais e coletivas com seu entorno, tornando-se um grande instrumento de reflexão e mudança de paradigma em prol da vida” . A ecologia humana é uma ecologia que coloca gente nos ecossistemas, e estudo suas relações e consequências. Donald Pierson, na sua obra referencial “ Estudos de Ecologia Humana” (1945), que influenciou gerações de pesquisadores na área de Ecologia Humana no Brasil, já dizia que tratava-se de um campo das ciências sociais “ relativamente novo” que diferenciava-se da Geografia Humana e da Antropogeografia. Dizia estar mais relacionada a Ecologia Animal, Ecologia Vegetal e com a Biologia do que com essas outras ciências. Diz que a Ecologia Humana “ estuda o processo de competição e as relações dele provenientes; relações de homem para homem; de grupo humano para grupo humano e de instituição para instituição, como estas se revelam por índices físicos, principalmente os de espaço, se interessa pelas relações pessoais, na medida em que estas se refletem por sua vez nas relações espaciais” (1945:12-13). No seu livro A Ecologia Humana das Populações da Amazônia (1990:34), Emílio Moran, cubano naturalizado americano, diz-nos que a ecologia humana “ visa integrar o conhecimento sobre a diversidade de comportamentos das populações humanas com os sistemas dentro do qual tais populações se encontram” . A Professora Iva Pires, do Círculo Europeu de Ecologia Humana, também docente do doutorado de Ecologia Humana da Universidade Nova de Lisboa, define a ecologia humana como “ uma ciência social pluridisciplinar para a abordagem privilegiada das múltiplas dependências entre os sistemas sociais e naturais, enfatizando os aspectos culturais e tecnológicos de uma gestão dos impactos ambientais suscitados pela civilização humana A Ecologia Humana deixa de ser encarada como extensão, prolongamento ou capítulo da Ecologia Geral ou de outra ciência, como síntese de todas as ciências, estudo de áreas marginais das várias disciplinas ou somatório de determinadas áreas de diferentes ciências ou como um movimento de opinião. Tal como explica Nazareth (2004: 65), na actualidade é definida: como o estudo das relações, em tempo e espaço, entre a espécie humana e as outras componentes e processos do ecossistema de que é parte integrante. O seu objectivo é conhecer a forma como as populações humanas concebem, usam e afectam o ambiente, bem como o tipo de respostas existentes às mudanças ocorridas no ambiente biológico, social e cultural” . A Ecologia Humana tem pois objecto de estudo, metodologia e objectivos prospectivos. O objecto de estudo é constituído pelas interacções permanentes e recíprocas Homem-Ambientes (natural e construído). O ramo científico da ecologia humana tem como objecto de estudo a relação do ser humano com o seu ambiente natural. Ainda que a metodologia e as técnicas de observação e análise em Ecologia humana sejam igualmente as empregues por outras disciplinas, a sua singularidade e vocação interdisciplinar/transdisciplinar, emprestam-lhe a particularidade da ênfase na abordagem holística, que partilha com a Ecologia Geral, relativamente às problemáticas objecto de estudo sob novos e diferentes paradigmas. 1.1.3. Divisões da ecologia O estudo de Ecologia Geral pode ser dividido em vários ramos (áreas): Biologia da Conservação, Ecologia da Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia Quantitativa, Ecologia Teórica, Macroecologia, Ecofisiologia, Agroecologia, Ecologia da Paisagem, Ecologia Vegetal, Animal Ecologia Terrestre e Aquática. Os três principais ramos desta ciência são: Autoecologia, Sinecologia e Demoecologia. A divisão da Ecologia nestes três grandes ramos de estudo foi feita pelo botânico Carl Schroter no começo do século XX. Autoecologia Estuda as espécies a partir de suas relações com o meio ambiente. Ou seja, como cada espécie (animal ou vegetal) reage separadamente à determinados factores ambientais (clima, vegetação, relevo, etc.). É o um ramo científico clássico e, actualmente, seguido por poucos cientistas. Nos estudos de autoecologia pretende verificar-se como cada espécie se adaptou a um determinado biótopo, tanto do ponto de vista da fisiologia como da etologia, incluindo as suas migrações e as suas relações com outras espécies que coabitam o mesmo ecossistema. Sinecologia Também conhecida como Ecologia Comunitária, é voltada para o estudo das comunidades de seres vivos. A Sinecologia foca a distribuição das populações, suas relações ecológicas, demografia, deslocamentoe quantidades. A Sinecologia também se encarrega de examinar as estruturas das cadeias alimentares, sucessões ecológicas e inter-relações entre predadores e presas. A sinecologia teve origem na sociologia vegetal europeia. A ecologia comunitária moderna examina padrões tais como a variação de riqueza de espécies, produtividade e estrutura da cadeia alimentar; examina também processos como a dinâmica populacional predador-presa, a sucessão ecológica e a organização da comunidade. Demoecologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_da_Conserva%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_da_Conserva%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecofisiologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Agroecologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Bi%C3%B3topo http://pt.wikipedia.org/wiki/Fisiologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Etologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Migra%C3%A7%C3%A3o_de_animais http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_ecol%C3%B3gicas http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa http://pt.wikipedia.org/wiki/Padr%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Riqueza_de_esp%C3%A9cies http://pt.wikipedia.org/wiki/Produtividade http://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeia_alimentar http://pt.wikipedia.org/wiki/Din%C3%A2mica_populacional http://pt.wikipedia.org/wiki/Predador http://pt.wikipedia.org/wiki/Presa http://pt.wikipedia.org/wiki/Sucess%C3%A3o_ecol%C3%B3gica Também conhecida como Dinâmica das Populações ou Ecologia das Populações, faz o estudo de cada população separadamente. A demoecologia ou dinâmica das populações é um ramo da Ecologia que trata do estudo de cada população em separado. O objetivo da Ecologia é o equilíbrio entre as diversas formas de vida na Terra. Para desenvolver o seu trabalho, o ecologista precisa ter conhecimentos de várias áreas, entre as quais, Zoologia, Botânica, Paleontologia, Geologia Histórica, Geografia, Meteorologia e Demografia. Entre suas atividades estão a investigação da distribuição das espécies animais e vegetais e da distribuição e do funcionamento dos sistemas ecológicos. O ecologista estuda também o impacto da ação do homem sobre o meio ambiente, analisando as consequências provocadas pela poluição, pelos desmatamentos e pelas obras em geral. Estuda ainda, os efeitos dos produtos químicos como fertilizantes e defensivos agrícolas sobre a flora, fauna e sobre a saúde do homem. 1.1.4. Interdisciplinaridade da Ecologia A ecologia é um ramo que vem recebendo bastante destaque ultimamente. E assim como muitas outras disciplinas a ecologia também tem suas interligações com outras matérias, como física, química, geografia, historia, etc. A ecologia Humana é uma ciência de base humana, aberta à transversalidade e à complexidade das problemáticas que estuda, interdisciplinar, na confluência entre as Ciências da Natureza e as Ciências Sociais, ligando o particularmente natural e o particularmente social, que rejeita predições deterministas. Ela introduz uma nova dimensão na conceptualização da Ecologia, qual é a humanização dos comportamentos do Homem, enquanto resultantes da dinâmica das interacções entre si, com os ambientes com que se relaciona e destes relativamente ao ser humano (Lamy, 2001; Jaquard, 2004). A ecologia humana pode assim ser definida como uma ciência social pluridisciplinar, ou a mais social das ciências sociais, pois estuda as relações do homem com o meio físico e biótico, relações essas que são mediadas pela cultura (Avila-Pires, 2009). Este estatuto é próprio de uma perspectiva científica que reivindica, a propósito das questões sociais e ambientais, os contributos originais das ciências naturais, mas muito especialmente o desenvolvimento de uma nova forma de abordagem que aproveitaria, no campo das ciências sociais, as análises oriundas da geografia, antropologia, psicologia e sociologia, ciências que pareciam http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o desenvolver entre si relações de concorrência para o monopólio da compreensão da condição humana e dos comportamentos sociais. 1.1.5. Importância do estudo da ecologia Esta ciência é de extrema importância, pois os resultados de seus estudos fornecem dados que revelam se os animais e os ecossistemas estão em perfeita harmonia. Numa época em que o desmatamento e a extinção de várias espécies estão em andamento, o trabalho dos ecologistas é de extrema importância. Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o homem pode planejar acções que evitem a destruição da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade. A Ecologia é uma ciência que tem se desenvolvido muito e se torna cada vez mais importante nos dias actuais, uma vez que tem aumentado consideravelmente a interferência do homem sobre os ecossistemas. Essa interferência, em geral, provoca sérios desequilíbrios ecológicos. Por isso, é cada vez mais imperioso conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas, a fim de se poder propor maneiras racionais de utilização dos recursos naturais sem provocar alterações ambientais drásticas que possam, ao longo do tempo, levar ao desaparecimento da vida. Estudos ecológicos de longo prazo promovem importantes registos para entender melhor os ecossistemas no espaço e no tempo.vamos O homem é considerado o maior degradador no sistema ecológico, pois interfere no ecossistema através de suas atitudes e de seus lixos poluentes, por exemplo, nas fábricas há a utilização de produtos químicos, esses produtos exterminam os insectos viventes que por sua vez não transportavam o pólen das plantas, dificultando o ato de se reproduzir. 1.2. Conceitos básicos em Ecologia Habitat de uma espécie é o conjunto do meio físico-químico favorável à sua sobrevivência e à sua reprodução e um ambiente biológico que faz com que inúmeras outras espécies povoem, ao mesmo tempo, este meio. É o lugar na natureza onde uma espécie vive. O nicho ecológico é um conjunto de condições em que o indivíduo (ou uma população) vive e se reproduz. Pode se dizer ainda que o nicho é o "modo de vida" de um organismo na natureza. javascript:void(0) javascript:void(0) E esse modo de vida inclui tanto os fatores físicos - como a umidade, a temperatura, etc - quanto os fatores biológicos - como o alimento e os seres que se alimentam desse indivíduo. O nicho mostra também como as espécies exploram os recursos do ambiente. Assim a zebra, encontrada nas savanas da África, come as ervas rasteiras, enquanto a girafa, vivendo no mesmo hábitat, come as folhas das árvores. Observe que cada espécie explora os recursos do ambiente de forma um pouco diferente. Espécie: é um conjunto de indivíduos que têm em comum várias características, anatómicas, fisiológicas e de comportamento podendo cruzar entre sí dando origem a descendentes férteis. População: esse termo é utilizado originalmente para referir-se a um grupo de pessoas. Em Ecologia, ele significa um grupo de indivíduos da mesma espécie, habitando uma determinada área. Assim, falamos em populações de pardais, de formigas, e assim por diante. Comunidade ou biocenose: o conjunto de populações de uma determinada área forma uma comunidade. Todas as populações de animais e plantas que vivem em um bosque, por exemplo, constituem uma comunidade. Biótopo: o conjunto dos fatores do meio ambiente que não têm vida tais como a areia, as rochas, a argila, os minerais, as substâncias inorgânicas, o ar, a energia do ambiente, etc. Ecossistema ou sistema ecológico: uma comunidade e o ambiente físico onde ela vive formam um ecossistema. Ele envolve as relações existentes entre os animais, as plantas, o ar, a água, a temperatura e tudo o mais que existe em um certo ambiente. Existem ecossistemas pequenos, como um pequeno lago que enfeita um jardim; já as lagoas, rios, campos e florestas são grandes ecossistemas. O conjuntoformado pela biocenose e pelo biótopo. Sistema (do grego systēma, através do latim systēma), é um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado. Do ponto de vista puramente ecológico, um sistema é qualquer unidade que abrange todos os organismos que funcionam em conjunto, em uma determinada área. Esses organismos interagem com o ambiente físico e promovem a constante movimentação dos elementos necessários à existência de todos. Biosfera: a parte da Terra ocupada pelos seres vivos é a biosfera. Ela representa o conjunto de todos os ecossistemas. Questões de debate Por que eu devo aprender ecologia? Como o conteúdo desta disciplina pode me ajudar profissionalmente? 2. Interacções entre Organismo e Factores Ecológicos 2.1. Meio Ambiente e os Factores Ecológicos 2.1.1. Factores ecológicos Factor – é um agente ou aquilo que faz ou executa uma coisa ou causador ou elemento que concorre para um resultado ou criador ou autor ou fabricante de alguma coisa. Factor ecológico é todo elemento do meio ambiente (biótico ou abiótico) capaz de actuar directamente sobre os seres vivos mesmo durante a fase do ciclo do seu desenvolvimento biológico. Em ecologia, factores ecológicos são elementos do ambiente que influenciam organismos vivos. Os factores ecológicos podem afectar as espécies: de forma contínua, entre níveis extremos (por exemplo, temperatura e pH); só afectando o desempenho quando atingem valores elevados (por exemplo, toxinas e poluentes); ou o factor é essencial em pequenas quantidades, mas tem influência negativa em valores elevados (por exemplo, NaCl nos animais e micronutrientes como Zinco e Magnésio nas plantas). Os factores ecológicos actuam sobre os organismos: - Eliminando-os: influência na sua distribuição geográfica - Modificando o seu desenvolvimento: reprodução, germinação, taxa de natalidade, taxa de mortalidade, hibernação, reacções fitoterapêuticas, etc… http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Ambiente http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura http://pt.wikipedia.org/wiki/PH http://pt.wikipedia.org/wiki/Toxina http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/NaCl http://pt.wikipedia.org/wiki/Micronutriente http://pt.wikipedia.org/wiki/Zinco http://pt.wikipedia.org/wiki/Magn%C3%A9sio http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta - Influenciando seu crescimento: altura, peso, volume, forma, metabolismo; - Favorecendo a sua adaptação ao meio: de tipo anatómico ou fisiológico (Ex: espinhas, pelos); - Provocando migrações, agindo na densidade daspopulações. 2.1.2. Tipos de factores ecológicos Os factores ecológicos podem ser: 1. Factores Bióticos (Bio = vida) Em ecologia, chamam-se factores bióticos todos os elementos causados pelos organismos em um ecossistema que condicionam as populações que o formam. Por exemplo, a existência de uma espécie em número suficiente para assegurar a alimentação de outra condiciona a existência e a saúde desta última. Muitos dos factores bióticos podem traduzir-se nas relações ecológicas que se podem observar num ecossistema, tais como a predação, o parasitismo ou a competição. • Factores bióticos: produtores, consumidores, consumidores. 2. Factores Abióticos (A =não, bio = vida) Em ecologia, denominam-se factores abióticos, todas as influências que os seres vivos possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-químico do meio ambiente, tais como a luz, a temperatura, o vento, etc. • Factores abióticos: Substâncias inorgânicas, compostos orgânicos, clima, temperatura, luz, pH, oxigénio e outros gases, humidade, solo, etc. - Factores do Clima: luminosidade, temperatura, pressão atmosférica, ventos, humidade e pluviosidade. - Factores Físicos- radiação solar, tipo de estrutura do solo, chuva, nuvens, etc. - Fatores Químicos: quantidade relativa dos diversos elementos químicos presentes na água e no solo. - Factores Tróficos/os fatores alimentares. - Factores Edáficos- solo influenciando nos seres vivos. - Factores Hídricos- água influenciando nos seres vivos. - Factores Antropogênica- erosão dos solos pelo manejo inadequado, isto prejudica todo ecossistema alterando drasticamente as possibilidades de armazenagem e troca dos nutrientes, o uso do fogo como técnica de manejo da vegetação, a poluição das águas solo e a atmosferaco detergentes, adubos pestecidas insecticidas, herbecidas, nematecidas, metais, etc. Em função do ambiente os factores ecológicos podem ser mais ou menos importantes: - Ambiente aéreo: temperatura, pressão, humidade, vento, alguns tipos de radiações, precipitações, luz e alguns nutrientes; - Ambiente terrestre: morfologia, textura, pH, salinidade, água e nutrientes; - Ambiente aquático: alguns tipos de radiações, densidade, viscosidade, temperatura, pressão, pH, salinidade, corrente, luz, oxigênio e nutrientes. 2.2. Lei do mínimo, lei de tolerância e factores limitantes Todos os seres vivos sofrem acções de vários factores do meio ambiente em que vive. Cada factor ecológico actua com a "lei do mínimo", isto é, apresenta um mínimo e um máximo que impedem o desenvolvimento do ser, o qual atinge sua melhor condição quanto o factor se aproxima do óptimo. Assim, cada espécie apresenta em função dos factores ecológicos, limites de tolerância (mínimo e máximo) entre os quais se situa o chamado óptimo ecológico. O ponto óptimo de um factor é aquele que o desenvolvimento e a reprodução dos organismos de uma determinada espécie atingem sua máxima intensidade. Já o factor limitante é quando qualquer agente torne difícil a sobrevivência, o crescimento ou a reprodução de uma espécie. Em 1840 Liebig, estudando o crescimento das plantas formulou a seguinte lei, conhecida como lei do mínimo: “ O crescimento dos vegetais é limitado pelo elemento cuja concentração é inferior a um valor mínimo abaixo do qual as sínteses das substâncias orgânicas não podem mais ocorrer” . Esta lei não é abrangente, necessitando de ser ampliada para: - Incluir todos os factores ecológicos; - Incluir todos os organismos; - Contemplar a possibilidade de o crescimento ser limitado não só por défice mas também por excesso; - Além de tudo dito acima, a lei do mínimo só se aplicaria a ambiente estável, o que não é comum na natureza. A ampliação da lei do mínimo levou a lei da tolerância por Shelford em 1911: “ Para cada espécie, existem amplitudes de tolerância (com limites mínimos e máximos) aos factores ecológicos, dentro das quais sua existência é possível” ou “ cada ser vivo apresenta em função dos diversos factores ecológicos limites de tolerância dentre os quais situa-se o seu óptimo ecológico” . As leis de Liebig e Shelford podem resumir-se no princípio de factor limitante: “ Quando um factor ecológico determina a presença ou ausência duma dada espécie, este constitui um factor limitante” ou seja, um factor ecológico constitui factor limitante quando está ausente ou reduzido, abaixo do mínimo critico ou quando excede o nível máximo tolerável” . Factor limitante (ou recurso limitante) é a designação dada ao parâmetro ambiental (biótico ou abiótico) que efectivamente controla o crescimento de uma população num determinado biótopo ou ecossistema, limitando o desenvolvimento do organismo e por essa via o tamanho e a distribuição da população a que o organismo pertence. Note-se que a limitação tanto pode decorrer da escassez como do excesso, pelo que o conceito de factor limitante não pode ser reduzido à mera determinação da disponibilidade, sendo assim muito mais inclusivo que a Lei de Liebig. Em função dos limites de tolerância, as espécies possuem determinada capacidade de povoar ambientes diferentes, suportando grandesvariações ambientais - valência ecológica. Dá-se o nome de Valência ecológica de uma espécie a capacidade que ela tem de povoar ambientes diferentes caracterizados por grandes variações dos factores ecológicos. Em função da Valência ecológica, as espécies são divididas em: Euriécia - espécie de grande Valência ecológica, podendo povoar ambientes variados. http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A2metro http://pt.wikipedia.org/wiki/Factor_bi%C3%B3tico http://pt.wikipedia.org/wiki/Factor_abi%C3%B3tico http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Bi%C3%B3topo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Distribui%C3%A7%C3%A3o_natural http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Liebig Estenoécia – espécie de pequena Valência ecológica, suportando pequena variação de factores ecológicos e restrita a determinados ambientes. A Valência ecológica regula as possibilidades de expansão das espécie que podem, então ser divididas em: Euritópicas – é a espécie com ampla distribuição, sendo normalmente euricéia. Estenotópicas – espécie restritamente localizada, com pequena distribuição, sendo estenoécia. Esta classificação não é rígida, uma vês que uma espécie pode ser simultaneamente euritópica e estenoécia, quando vive em um ambiente pouco extenso, mas repetido em numerosas regiões. A temperatura é um factor abiótico de grande importância para os seres vivos e influencia seus períodos de actividade, suas características morfológicas e seus comportamentos. Divide os seres vivos em alguns grupos como: Estenotérmicos: São organismos que não toleram grandes variações térmicas. Exemplo: lagartixa; Euritérmicos: São organismos capazes de tolerar grandes variações térmicas. Exemplo: lobo; A água é de fundamental importância a todos os seres vivos e essencial a vida. TPC - como são classificados os seres vivos em relação a tolerância da água? A luz é fundamental no processo fotossintético, responsável pela produtividade nos ecossistemas, é um importante factor abiótico e actua sob diversas formas (intensidade, radiação, direcção e duração). Divide os seres vivos em alguns grupos como: Eurifóticos: São seres que suportam grandes variações de luz. Estenofóticos: São seres que não suportam grandes variações de luz. Quanto a pressão os seres vivos são divididos em: Euribáricos: São seres capazes de suportar grandes variações de pressão. Estenobáricos: São seres incapazes de suportar grandes variações de pressão. A salinidade é o factor abiótico primordial na distribuição dos seres vivos aquáticos. Divide os seres vivos em: http://www.infoescola.com/mamiferos/lobo/ http://www.infoescola.com/biologia/fotossintese/ Eurialinos: Seres que suportam grandes variações de salinidade. Estenoalinos: Seres que não suportam grandes variações de salinidade. A valência ecológica condiciona, juntamente com outros factores a capacidade reprodutiva, história evolutiva, a distribuição e abundância das espécies. 3. Acção de factores ecologicos sobre os organismos Os fatores abióticos afetam a distribuição dos seres vivos (ex. distribuição dos organismos em ambiente com temperaturas e solos – deserto/floresta); influenciam o seu comportamento (ex. deslocação dos caracóis à procura de humidade) e afetam o seu desenvolvimento/crescimento (ex. a germinação e crescimento de sementas na ausência/presença de água/luz). A acção dos fatores abióticos não ocorre isoladamente mas de modo conjunto. Os fatores abióticos determinam os seres vivos que ocupam uma dado habitual. Algumas espécies apresentam limites de tolerância relativamente a alguns fatores (ex. temperatura). Só se desenvolvem em determinados valores mínimos e máximos desses fatores (ex. 15-20º C ocorre o crescimento das larvas de libélulas). Os fatores abióticos que exercem uma maior influência sobre os seres vivos são a luz, a temperatura, a humidade/água e o solo. Esses factores variam de valor de local para local, o que determina uma grande variedade de ambientes. O total de espécies pode aumentar ou diminuir e a abundância dessas espécies também pode variar localmente em função das variações ambientais. Os organismos reagem as alterações do ambiente através de adaptações que favorecem o seu desenvolvimento: compensando os factores ecológicos mais limitantes e aproveitando as condições óptimas dos outros factores. A distribuição geográfica de um organismo depende da sua tolerância a um conjunto de factores ambientais. Tomamos o exemplo duma planta, mesmo que a luz e a temperatura duma dada região sejam confortáveis para a planta, a falta de água pode bloquear o seu crescimento e reprodução, constituindo assim um factor limitante. As adaptações conduzem a existência de populações localmente adaptadas - os Ecótipos ou raças ecológicas – que estão adaptadas a diferentes limites de tolerância do mesmo factor ecológico podendo essa adaptação ser herdada após o processo de fixação genética mantendo- se nos indivíduos caso estejam submetidos em novos habitats. Se, em vez da fixação genética, as populações estiverem adaptadas graças a processos de acomodação ou aclimatação, então estas denominam-se raças fisiológicas ou falsos ecótipos. Os ecótipos, considerados variedades ou subespécies, podem evoluir à espécies propriamente ditas. 3.1. Acção da luz e a temperatura sobre as plantas e os animais A luz e a temperatura variam conjuntamente, uma vez que ambos os factores são resultantes da radiação solar nos ecossistemas naturais. A luz influencia o desenvolvimento e o crescimento de animais e de plantas. A luz pode afectar os ciclos de vida e comportamento dos seres vivos, o fotoperíodo (número de horas de luz durante um dia). A luz, resultante da radiação solar, é a fonte de energia para as plantas produzirem o seu alimento. Varia com: Altitude, Latitude, Exposição do relevo, Neblusidade, Cobertura vegetal, Estações do ano, horas do dia. As plantas são as mais afectadas pela variação da luminosidade, pois na ausência de luz não se desenvolvem. A luz é indispensável para a realização da fotossíntese. A fraca intensidade luminosa, o crescimento dos órgãos aéreos das plantas é acentuado, ficando contudo com cor amarela e aspeto frágil – estioladas. Quando a intensidade luminosa é ideal, o crescimento das plantas é normal e as plantas ficam verdes e robustas. Plantas heliófilas (plantas de sol) – encontram-se em locais bem iluminados. Ex. Girassol. As plantas terrestres não necessitam de igual quantidade de luz para se desenvolverem. As espécies que necessitam de pouca luz, como os fetos e os musgos, encontram-se nos estratos inferiores ou nas fendas das rochas. Plantas Umbrófilas (plantas de sombra) – encontram-se em locais sombrios. Ex: avencas e fetos. Relativamente às plantas, a luz influência a germinação das sementes/floração, o fototropismo – movimento de orientação das plantas em direção à luz (ex. as papoilas florescem no verão, quando as noites são curtas e os dias longos). As plantas com maiores necessidades de exposição à luz tendem a ser maiores para a poderem captar mais facilmente (ex. pinheiro, sequoia), e as plantas com menor necessidade em termos de luz tendem de luz tendem a ser mais rasteiras (ex. fetos, mugos). Existem plantas que conseguem suportar a luz são designadas por heliófilas (ex. papoila, girassol, carvalhos) e outras que não conseguem, que são chamadas de esquilófilas (ex. crisântemos). Relativamente aos animais, existem aqueles indiferentes ao fotoperíodo (ex. homem, cão); aqueles que só se mostram ativos durante a noite, ou seja, noturnos (ex. coruja e mocho); aqueles que preferem o crepúsculo (pôr do sol), como o morcego; aqueles chamados animais lucifugos, pois não conseguem suportar a luz (ex. minhoca, barata, toupeia) e ainda os animais lucifilos, que se sentematraídos pela luz (ex. percevejo do monte, borboletas, insetos). Os ciclos reprodutivos de alguns animais são também influenciados pelo fotoperíodo (ex. trutas). A mudança da cor da pelagem permite uma maior camuflagem (raposa-do-ártico e lebro-do-ártico). A síntese da vitamina D (antirraquítica) é efetuada pela ação da luz (radiação UV).A luz influencia principalmente: período de actividade, comportamento, distribuição geográfica, migração, reprodução, cor da pelagem, distribuição do alimento nos oceanos, etc. Questão de debate- De que forma é que o comportamento ou as características dos animais podem depender da acção da luz? A luz tem igualmente uma grande influência na distribuição dos seres aquáticos. A luz influencia a distribuição em profundidade dos seres marinhos. Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é, capacidade de reagir à duração da luminosidade diária a que estão submetidos. A temperatura é a quantidade de calor presente num dado momento, onde a principal fonte de calor é o sol. Para sobreviver, cada organismo tem de ser capaz de resistir às variações de temperatura. A vida só é possível em certos limites de TºC, limites que variam conforme a espécie. Temperatura é um factor de grande importância para os seres vivos, infulencia o período de actividade, as características morfológicas, o comportamento, etc. Temperatura induz diversos comportamentos, condiciona a distribuição dos seres vivos e conduz ao desenvolvimento de adaptações morfológicas. Para os indivíduos de cada espécie existe uma temperatura óptima para a realização das suas actividades vitais. Seres estenotérmicas são espécies que sobrevivem entre estreitos limites de temperatura (pequena amplitude térmica) Ex: Lagartixa. Os seres euritérmicos são espécies que resistem a grandes variações de temperatura (grande amplitude térmica) Ex: Lobo, homem. Os nimais cuja a temperatura corporal varia com a temperatura ambiente são poiquilotérmicos, ex: répteis, crocodilo, anfíbios. Animais com capacidade para regular a temperatura interna, independentemente da temperatura ambiente são Homeotérmicos, ex: Aves e mamíferos. A luz e a temperatura exercem a sua ação em conjunto, por exemplo, na hibernação, quando a atividade do organismo reduz-se ao mínimo, pois não conseguem estar ativos a baixas temperaturas (ex. urso, esquilo, anfíbios). O objetivo deste recurso é que o animal consiga sobreviver sem se alimentar, utilizando apenas as reservas de gordura que armazenou antes da chegada da estação desvaforável. Outro exemplo é a estivação, que acontece quando os seres vivos reduzem a sua atividade vital ao mínimo quando a temperatura se eleva e a humidade diminui durante longos períodos de tempo. À deslocação dos animais para ambientes mais favoráveis, durante as épocas adversas dá-se o nome de migração. A migração possibilita o aumento da taxa de natalidade (e assim um maior desenvolvimento da população) e a procura de regiões mais quentes onde exista alimento abundante (ex. andorinhas, cegonhas, flamingos). Relativamente aos animais, algumas aves e mamíferos resistem às baixas temperaturas, devido à camada de gordura e ao revestimento corporal que apresentam (ex. pelos e penas). Relativamente às plantas, aquelas de folha persistente possuem geralmente forma cónica em que os ramos são inclinados para o solo, para que a neve possa escorregar sem os partir. As folhas são muito estreitas, para reduzir as perdas de calor, e são muito escuras, para uma maior absorção de energia calorífica (ex. pinheiro, pinheiro nórdico). As plantas de folha caduca perdem as folhas antes da chegada da estação fria (outono) – (ex. carvalho). Existem outras plantas que ficam reduzidas à parte subterrânea (ex. batatas, bananeira, cebola). 3.2. Adaptações morfológicas, fisiológicas, comportamentais e etologia dos organismos A Ecologia tem por fundamento evidenciar as interacções recíprocas entre o meio e os seres vivos e a adaptação destes às condições de vida. Adaptação: processo que possibilita o ajuste dos seres vivos a um meio variável, assegurando a sobrevivência das espécies, permitindo a sua extensão geográfica e diversificação. As respostas adaptativas incluem: mudanças fisiológicas, morfológicas e/ou etológicas, que garantam a sobrevivência, reprodução e o desenvolvimento. O processo de adaptação acontece quando organismos são amoldados pelo ambiente, conseguem sobreviver, e produzir descendência próspera. Quando isto acontece, a espécie evolui e as gerações subsequentes são melhor adaptadas. Processo que implica que organismo tornar-se ajustado ao ambiente, dinâmica esta que pode exigir mudanças morfológicas, bioquímicas, fisiológicas ou comportamentais no indivíduo e que o tornam mais capacitado para sobreviver e reproduzir-se, em comparação com outros membros da mesma espécie. O meio ambiente exerce influência sobre os seres vivos que a ele se adaptam. A eficiência dos mecanismos de adaptação pode significar a sobrevivência do indivíduo e até da espécie. Algumas plantas desenvolveram de folhas largas para aumentar a superfície de absorção de luz. Plantas de dia curto, plantas que florescem quando o fotoperíodo é curto (inferior a 8 horas). Plantas de dia longo, plantas que florescem quando o período de luz é maior que o período nocturno, isto é, plantas que florescem quando o fotoperíodo é longo (superior a 12 horas), ex: cevada e papoila. Plantas indiferentes, plantas que florescem independentemente do fotoperíodo ser longo ou curto. Consoante a intensidade luminosa, o comportamento das plantas é diferente. As plantas utilizam a luz solar para, através da fotossíntese, crescerem e se desenvolverem plenamente. As plantas adaptam a sua própria morfologia às elevadas ou às baixas temperaturas. Existem: plantas anuais, plantas bienais e plantas vivazes ou perenes. Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, o que lhes permite enfrentar melhor a estação mais desfavorável. Enquanto algumas árvores perdem as folhas, algumas plantas ficam reduzidas à raiz ou caule e outras sobrevivem sob a forma de sementes. Exemplo de árvores que perca as folhas durante a época desfavorável são: carvalho, freixo. Muitas plantas, no inverno, não resistem ao frio. A parte aérea desaparece e ficam reduzidos a órgãos subterrâneos (rizomas, tubérculos ou bolbos) ou a sementes, mantendo-se assim até que a temperatura aumente. Plantas anuais – não suportam o frio deixando as sementes para germinar no ano seguinte, ex: feijoeiro. Plantas bienais – perdem a sua parte aérea mas mantêm a parte subterrânea, ex: lírio. Plantas vivazes ou perenes – mantêm a sua estrutura todo o ano, apesar de algumas serem de folha caduca. Plantas de folha caduca as folhas caem na estação fria, ficando num estado latente (repouso) durante o inverno, e, começam a desabrochar quando aumenta a temperatura. Nos cactos as folhas são reduzidas a espinhos para evitar a evaporação, possuem células que acumulam água, funcionando como um reservatório. Nas regiões de climas frios, os animais apresentam pelo comprido e muito espesso; possuem várias camadas de gordura que servem de isolante térmico (razão pela qual os animais que habitam nestas regiões são maiores do que os seus parentes que vivem em zonas temperadas ou zonas quentes); possuem extremidades curtas (evitando-se as perdas de calor e a possibilidade de congelamento)e possuem orelhas e focinho curto. Nas regiões de climas quentes, os animais apresentam pêlo curto e pouco espesso; têm menor quantidade de gordura; as orelhas e o focinho são mais alongados e as extremidades são grandes para ajudar na perda de calor. Estas características facilitam a perda de calor para o meio e evitam o sobre aquecimento. Relativamente às adaptações dos animais à baixa humidade/escassez de água o camelo armazena grandesquantidades de gordura de onde vai retirando a água. Perde pouca água pelo corpo, urina muito concentrada, possui cascos almofadados para evitar a transferência de calor, pêlo curto e amarelado que reflecte a luz solar. Os répteis possue pele impermeável para proteger contra a desidratação. A gazela, elemina das fezes desidratadas, é um exemplo de ser com diminuição da produção de urina. A atividade noturna de alguns seres vivos vai permitir uma transpiração muito reduzida (ex. rato-canguru). As plantas adaptam-se à baixa humidade/escassez de água através das folhas reduzidas, em alguns casos é através das folhas transformadas em espinho diminui a perda de água por transpiração (ex. catos), da posse de sistemas radiculares longos e ramificados com que podem absorver água em vastas áreas, de raízes extensas à superfície e de caules carnudos, obtendo uma maior retenção de água. Em resumo, as adaptações morfológicas das plantas em ralação a humidade são: as folhas reduzidas a espinhos, caule volumoso e carnudo, raízes longas podendo ser superficiais revestimento por ceras impermeáveis (cutícula espessa). As adaptações dos animais são: a produção de urina muito concentrada, por vezes, quase sólida, o revestimento impermeável do corpo impede az saída de água. O Comportamento de não ingestão de água (obtida através dos alimentos), adopçãzo de hábitos nocturnos, estivação. 3.3. Acção da água, Ventos, solo e Fogo como factores limitante 90% dos seres vivos da Terra desenvolvem-se na água/humidade. Todos os seres vivos necessitam de água para aa suas funções vitais e é um substrato para os seres aquáticos. A biodiversidade de um dado ecossistema, depende em muito da quantidade de água acessível aos seres. Para os seres terrestres a água é de extrema importância tornando-se muitas vezes um fator limitante. A quantidade de água que existe no solo ou na atmosfera designa-se por humidade. A humidade é um fator diretamente relacionado à água e que tem grande influência nos ecossistemas. Ela tende a ser alta durante a noite e baixa durante o dia. A humidade, a luz e a temperatura ajudam a regular as atividades dos organismos e a limitar sua distribuição. Os animais podem regular suas atividades para evitar a desidratação mudando-se para lugares protegidos ou tornando-se ativos durante a noite. Além de seu envolvimento nas atividades celulares, a água tem importância na fisiologia vegetal (transpiração e condução das seivas). É dos solos que as raízes retiram a água necessária para a sobrevivência dos vegetais. O solo, com a sua estrutura, pH e nutrientes inorgânicos, é um importante fator limitante da distribuição das plantas e por consequência dos animais herbívoros. Variações na composição do solo são responsáveis pelas diferentes plantas que crescem em diferentes ecossistemas. O solo é um fator que influencia diretamente na disponibilidade de água para o ecossistema. Solos mais arenosos retém menos água e solos com mais matéria orgânica e argila retém grande quantidade de água. O fogo, da mesma maneira que os tufões e as erupções vulcânicas, são, raras vezes mas com grande imprevisibilidade, altamente prejudiciais aos ecossistemas. O fogo ocorre com alguma frequência nos ecossistemas com vegetação rasteira e nas florestas em regiões secas. O fogo é um fator de perturbação de muitos ecossistemas terrestres onde geralmente determina a estrutura da vegetação e sua biodiversidade. O efeito imediato é redução da cobertura vegetal e mineralização da matéria orgânica, afetar a sobrevivência das partes aéreas, a germinação após a queimada, a regeneração vegetativa, a reprodução sexuada e a mortalidade. O vento é um fator abiótico importante por várias razões. Alguns organismos, como, por exemplo, bactérias, protistas e muitos insetos que vivem nos picos gelados das altas montanhas, necessitam para sobreviver dos alimentos que os ventos transportam até eles. O vento aumenta a perda de água por evaporação. A consequente diminuição de temperatura provocada pela evaporação pode ser útil num dia quente de verão mas pode causar prejuízos irreversíveis num dia frio de inverno. Os organismos têm a capacidade de sobreviver e de se reproduzir num determinado ecossistema como resultado da seleção natural. Eliminando os indivíduos menos adaptados, o meio "força" a sobrevivência das populações nas condições abióticas que encontram, como já acontece com as condições bióticas. O vento impulsionam as massas de vapor de água, e modelam as paisagens. A Ação Mecânica - quebra as copas, derruba, ou muda o porte árvores. A Ação Fisiológica- migração de vegetal e animal. 3.4. Solo (composição, estrutura e microrganismos) O fator abiótico solo é o substrato dos seres terrestres e a sucessão de camadas horizontais. Forma-se a partir da erosão de rochas pré-existentes provocadas por agentes atmosféricos e a atividades dos seres vivos. O solo é indispensável à vida das plantas (produtores), pois oferecem nutrientes minerais, água e suporte. É a camada mais superficial da crosta constituída por zonas sobrepostas, que apresentam características favoráveis ao desenvolvimento de animais e de outros seres vivos. O solo é constituído pela matéria mineral (35%) – resulta da alteração da rocha que originou o solo; matéria orgânica (15%) – originada a partir da atividade dos seres vivos, ou seja, resulta da morte e decomposição dos seres vivos que a transformam em húmus; seres vivos (5%) – podem distinguir-se: em microrganismos – decompositores (ex. batérias e fungos) que transformam a matéria orgânica em húmus e consequentemente em matéria mineral ou em macrorganismos (ex. minhoca, escaravelhos, toupeira); água (25%) – que circula no solo e transporta sais minerais (esta substância é que determina a fertilidade dos solos e condiciona o tipo de plantas que ocorrem nos diferentes locais) e gases dissolvidos (ex. CO2, O2) e ao ar (20%) – condiciona a vida dos seres vivos no interior do solo. Os solos podem distinguir-se em: porosidade – espaços existente entre os componentes sólidos o que permite a existência de ar, água e seres vivos no seu interior; permeabilidade – capacidade que o solo tem de ser atravessado pela água, isto é, regula a circulação da água e pela textura – refere-se ao tamanho dos grãos que constituem os solos (ex. cascalho, areias, argilas). Existem vários tipos de solo: solo argiloso – retém muita água, pois possui grãos/partículas de pequenas dimensões, como tal apresenta poros muito pequenos o que ajuda na retênção de água, apesar de ter fraca permeabilidade; solo arenoso – não retém água, pois possui grãos de diferentes tamanhos, como tal apresenta poros de grades dimensões, permitindo um grande arejamento do solo e a água atravessa com grande facilidade. Pode-se dizer que este tipo de solo tem grande permeabilidade. O solo rico em húmus é muito fértil, arejado, possui uma boa capacidade de reter água e contêm os sais minerais em quantidades necessárioas para o bom desenvolvimento das plantas e animais. 4. Dinâmica das relações ecológicas Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias formas de interacções entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou interacções biológicas. Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos mantêm entre si. Algumas dessas interacções se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmónicas ou positivas. Outras formas de interacções são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmónicas ou negativas. Tanto as relações harmónicas como as desarmónicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quandoas interacções ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações interaespecíficos ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficos ou heterotípicas. 4.1. Relações harmónicas 1. Sociedades As sociedades são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os indivíduos denominados sociais, colaboram com a sociedade em que estão integrados graças aos estímulos recíprocos. Sempre observamos a existência de hierarquia, uma divisão de funções para cada membro participante, o que gera indivíduos especialistas em determinadas funções aumentando a eficiência do conjunto e sobrevivência da espécie, a ponto de ocorrerem selecções na escolha da função de acordo com a estrutura do corpo de cada animal. Por exemplo, formigas e abelhas. - Sociedades animais e humanas Uma sociedade humana é uma rede de relacionamentos entre pessoas, uma comunidade interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. A sociedade é a consequência do comportamento propositado e consciente. Isso não significa que os indivíduos tenham firmado contratos por meio dos quais teria sido formada a sociedade. As ações que deram origem à cooperação social, e que diariamente se renovam, visavam apenas à cooperação e à ajuda mútua, a fim de atingir objetivos específicos e individuais. Sociedade é divisão de trabalho e combinação de esforços. Por ser um animal que age, o homem torna-se um animal social. O ser humano nasce num ambiente socialmente organizado. O indivíduo vive e age em sociedade. Mas a sociedade não é mais do que essa combinação de esforços individuais. A sociedade em si não existe, a não ser através das ações dos indivíduos. 2. Colónias Uma colónia é o agrupamento de vários indivíduos da mesma espécie que apresentam um elevado grau de dependência entre si, podendo ou não ocorrer divisão do trabalho. Quando constituídas por organismos que apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho, todos os indivíduos são iguais e executam as mesmas funções vitais, nesses casos são denominadas colonias isomorfas. Por exemplo as colónias de corais. Quando constituídas por indivíduos com formas e funções distintas ocorre a divisão de trabalhos, (são denominadas colonias heteromorfas). Um exemplo é o celenterado da espécie Physalia physalis, popularmente conhecida por “ caravela” , que forma colónia com indivíduos especializados na protecção e defesa, os chamados dactilozoides, especializados na reprodução os chamados gonozoides, especializados em natação os chamados nectozoides, especializados na flutuação os chamados pneumozoides, e os especializados em digestão os chamados gastrozoides, cada qual desempenhando funções diferentes no conjunto. 3. Mutualismo O mutualismo é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, em que ambos são beneficiados. Um bom exemplo desta relação costumava ser a associação de algas e fungos formando os líquens, porém estudos recentes classificam esse tipo de relação como um parasitismo controlado, uma vez que foi evidenciada uma estrutura do fungo chamada apreensório, que possui a função de agarrar a alga (estrutura é comum em parasitas). Outro exemplo é a relação entre os cupins e a triconinfa. Os cupins, ao comerem a madeira, não conseguem digerir a celulose, mas em seu intestino vivem os protozoários, capazes de digeri-la. Os protozoários, ao digerirem a celulose, permitem que os cupins aproveitem essa substância como alimento. Dessa forma, os cupins atuam como fonte indireta de alimentos e como “ residência” para os protozoário 4. Comensalismo O comensalismo é um tipo de associação entre indivíduos onde um deles se aproveita dos restos alimentares do outro sem prejudicá-lo. O ser vivo que se aproveita dos restos alimentares é denominado comensal, enquanto que o ser vivo que lhe proporciona esse alimento fácil é denominado anfitrião. Alguns exemplos de comensalismo: A rêmora e o tubarão. A rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa no ventre, próximo à boca do tubarão e é levada com ele. Quando o tubarão estraçalha a carne de suas presas, muitos pedacinhos de carne se espalham pela água e a rêmora se alimenta desses restos alimentares produzidos pelas atividades do tubarão. O exemplo didático mais antigo e mais clássico de comensalismo é o caso das hienas que se aproveitam dos restos das carcaças deixadas pelos leões. No entanto, algumas observações realizadas indicam que as hienas esperam que o leão faça o trabalho de abater a presa, em seguida o bando de hienas ataca o leão de forma a afugentá-lo e assim conseguem se apoderar de sua caça, inclusive impedindo que ele se alimente da caça que ele mesmo abateu, caracterizando assim uma relação de esclavagismo interespecífico e não propriamente de comensalismo. Vez por outra as hienas abatem leões e os devoram numa relação clara de predatismo. O comensalismo entre hienas e leões só acontece quando o leão já está fartamente alimentado e já tendo saciado a sua fome, abandona os restos da carcaça para as hienas e abutres. 5. Inquilinismo ou Epifitismo O inquilinismo (ou epifitismo no caso das plantas) é um tipo de associação em que apenas um dos participantes se beneficia, sem causar qualquer prejuízo ao outro. Nesse caso, a espécie beneficiada obtém abrigo ou, ainda, suporte no corpo da espécie hospedeira, e é chamada de inquilino. Um exemplo típico é a associação entre orquídeas e árvores. Vivendo no alto das árvores, que lhe servem de suporte, as orquídeas encontram condições ideais de luminosidade para o seu desenvolvimento, e a árvore não é prejudicada Outro exemplo é o do Fierasfer, um pequeno peixe que vive dentro do corpo do pepino-do- mar (Holoturia). Para alimentar-se, o Fierasfer sai do pepino-do-mar e depois volta. Assim, o peixe encontra proteção no corpo do pepino-do-mar, que não recebe benefício nem sofre desvantagem. 4.2. Relações desarmónicas ou antagónicas 1. Competição Existem duas modalidades de competição: Competição interespecíficos e Competição intraespecífica. A competição interespecíficos é uma relação de competição entre indivíduos de espécies diferentes, que concorrem pelos mesmos factores do ambiente, factores existentes em quantidades limitadas. Exemplos: - Corujas, cobras e gaviões são predadores que competem entre si pelas mesmas espécies de presas, principalmente por pequenos roedores (ratos, coelhos etc...) que são as presas predilectas destes diferentes predadores, portanto é uma competição por alimento. - Árvores de diferentes espécies crescendo umas muito próximas das outras competem entre sí pelo espaço para as copas das árvores se desenvolverem e assim obterem mais luz solar para realizarem a fotossíntese, portanto é uma competição por luz solar. https://pt.wikipedia.org/wiki/Orqu%C3%ADdea https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepino-do-mar https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepino-do-mar A competição intraespecífica é uma relação de competição entre indivíduos da mesma espécie, que concorrem pelos mesmos factores do ambiente, que existem em quantidade limitada. A competição intraespecífica determina, basicamente, a densidade da população em certo local. Um exemplo desse tipo de competição é a territorialidade: disputa por espaço. Machos de uma mesma espécie precisam competir entre si pelas fêmeas dessa mesma espécie, fenômeno esse chamado "selecção sexual". O leão, por exemplo, tem que competir com os outros leões do bando porque os leões praticam a poligamia patriarcal e é necessário competir, lutar para ganhar ou perder, a chance de se acasalar com todas aquelasfêmeas do bando. 2. Amensalismo (Alelopatia e antibióticos) O amensalismo ou antibiose consiste numa relação desarmônica em que indivíduos de uma população secretam ou expelem substâncias que inibem ou impedem o desenvolvimento de indivíduos de populações de outras espécies. O exemplo mais clássico de amensalismo são os antibióticos produzidos por fungos que impedem a proliferação das bactérias. Esses antibióticos são largamente utilizados pela medicina, no combate às infecções bacterianas. O mais antigo antibiótico que se conhece é a penicilina, substância produzida pelo fungo Penicillium notatum. Algumas plantas produzem substâncias inibidoras que são exaladas ao seu redor com a finalidade de inibir a germinação de outras plantas evitando assim que surjam plantas competidoras nas proximidades da planta inibidora, plantas que poderiam competir por espaço, luz e água mas que nem chegam a germinar porque foram inibidas, deixando assim a área livre para a inibidora se desenvolver sozinha. 3. Predatismo Predação é uma relação desarmônica em que um ser vivo, o predador, captura e mata um outro ser vivo, a presa, com o fim de se alimentar com a carne dele. Geralmente, é uma relação interespecífica, ou seja, uma relação que ocorre entre espécies diferentes. Os carnívoros são exemplos de animais predadores, o leão, o lobo, o tigre e a onça são predadores que caçam, matam e comem zebras, coelhos, alces, capivaras e outros animais. Nas águas são comuns os peixes predadores que vivem caçando e matando outros peixes a fim de se alimentarem; aves predadoras, que matam e comem outros animais, como as corujas, águias e gaviões que atacam aves menores, ou seus ovos. Raros são os casos em que o predador é uma planta. As plantas carnívoras, no entanto, são excelentes exemplos, pois aprisionam, matam e digerem principalmente insetos afins de absorver os minerais contidos na carne deles. Os predadores estão sujeitos a fortes pressões selectivas para aprimorar dois aspectos da sua habilidade: a sensibilidade e especificidade de detectar a presa e as adaptações que ajudem a capturar e dominar a sua preza (garras desenvolvidas, dentes aguçados, bicos fortes e curvados, deslocamento rápido, salto ou voo picado e órgãos de sentido bem apurados). Por seu turno, as presas enfrentam também fortes pressões selectivas para contornar as adaptações dos seus predadores : mecanismos para subverter as modalidades sensoriais dos predadores e para escapar à captura caso sejam detectados (camuflagem, mimetismo, coloração de aviso, defesa química). 4. Canibalismo Canibalismo é uma relação de predatismo intraespecífico em que seres de uma mesma espécie comem outros seres da sua própria espécie. Muitas espécies de peixes devoram os alevinos de sua própria espécie, jacarés e crocodilos também devoram filhotes das suas espécies. As fêmeas da aranha viúva-negra e dos insetos louva-a-deus devoram o macho logo após acasalamento, para obter as proteínas de seu organismo, necessárias para desenvolver os ovos no seu organismo e também para impedir que o macho copule com outras fêmeas, a fim de passar a melhor genética para seus descendentes e não deixar que passe essa genética para descendentes de outras fêmeas. 5. Parasitismo Parasitismo é uma relação desarmônica entre seres de espécies diferentes, em que um deles é o parasita que vive dentro ou sobre o corpo do outro que é designado hospedeiro, do qual retira alimento para sobreviver em um tempo constante. Os parasitas geralmente não têm intenções de causar a morte dos hospedeiros, no entanto por vezes a população do parasita cresce exageradamente em determinados hospedeiros de forma que a superpopulação desses parasitas acaba causando a morte desses hospedeiros devido ao excesso de prejuízos causados pela quantidade anormal de parasitas parasitando um só organismo hospedeiro, designada hiperinfestação de parasitas. Quanto à localização no corpo do hospedeiro, os parasitas podem ser classificados em: Ectoparasitas "ecto" significa à superfície, Endoparasitas "endo" significa internos, Parasitas intracelulares "intra" significa dentro das células. Ectoparasitas são parasitas que vivem no exterior do corpo dos hospedeiros como os carrapatos, piolhos, pulgas, mosquitos e outros. Endoparasitas são parasitas que vivem no interior dos hospedeiros como a maioria das bactérias patogênicas, protozoários, o bicho-geográfico da dermatite linear sepiginosa, bicho-de-pé da tungíase, vermes intestinais e outros. Parasitas intracelulares são parasitas microscópicos que vivem e se reproduzem no interior das células dos hospedeiros, como os vírus e alguns protozoários, como o Plasmodium causador da malária. 6. Esclavagismo Esclavagismo é um tipo de relação ecológica entre seres vivos onde um ser vivo se aproveita das atividades, do trabalho ou de produtos produzidos por outros seres vivos. Existem duas modalidades de esclavagismo: esclavagismo interespecífico e esclavagismo intraespecífico. Esclavagismo interespecífico é uma modalidade de esclavagismo quando esse tipo de relação ocorre entre indivíduos de diferentes espécies de seres vivos, exemplos: humanos e abelhas; formigas e pulgões. Esclavagismo intraespecífico é uma outra modalidade de esclavagismo que ocorre quando esse tipo de relação se desenvolve entre indivíduos da mesma espécie, exemplos: o leão "macho alfa" do bando é um esclavagista porque se aproveita do trabalho das leoas: a hiena "matriarca" do bando é uma esclavagista porque se aproveita do trabalho do bando: o homem é ou já foi esclavagista se aproveitando do trabalho de escravos humanos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_ecol%C3%B3gicas https://pt.wikipedia.org/wiki/Humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Abelha https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo 4.3. Coevolução nas diferentes formas de interacção A coevolução pode ser definida como a evolução simultânea de duas ou mais espécies que têm um relacionamento ecológico próximo. Através de pressões seletivas, a evolução de uma espécie torna-se parcialmente dependente da evolução da outra. É uma influência recíproca, onde as mudanças evolutivas de cada espécie influenciam as mudanças evolutivas da outra espécie. A coevolução é um processo biológico em que duas espécies exercem influência uma sobre a outra e evoluem juntas. As coadaptações que ocorrem entre algumas espécies provavelmente acontecem devido a coevolução entre elas, mas é necessário que seus ancestrais tenham evoluído juntos, ou seja, que desde os ancestrais das duas ou mais espécies já ocorriam adaptações mutuas que foram evoluindo reciprocamente levando às espécies atuais. Pode ocorrer que duas espécies evoluam independentemente e quando se encontram já estão coadaptadas, mas nesse caso não ocorreu uma coevolução entre elas. A coevolução pode acontecer com um benefício mútuo entre as espécies, que é quando ocorre a relação de mutualismo, ou pode acontecer por um processo antagônico, como na relação parasita-hospedeiro. 4.3.1. Coevolução entre predadores e presas A coevolução, no caso da predação, tende a moldar predadores mais perigosos e estratégias de defesa mais eficazes por parte das presas. Sendo assim, continuamente há seleção de boas http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie http://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o_seletiva técnicas de predação (velocidade, força, precisão, adaptações morfológicas, etc.), já que predadores pouco eficientes não são capazes de capturar as presas mais adaptadas ao escape, e são selecionados negativamente frente ao mais eficientes. Concomitantemente, presas tendem a ser selecionadas quanto à capacidade de evitar a predação (defesas melhores, capacidade de fuga, estratégias crípticas, etc.). A corrida armamentista evolutiva pode atuar em vários tipos de relações ecológicas,sendo em espécies diferentes, ou até mesmo organismos de mesma espécie, desde que haja algum tipo de competição entre os participantes da corrida. O tipo mais comum e mais estudado em que a corrida ao armamento pode ser entendida é a relação entre presa-predador. Vermeij (1987) sugeriu que ao longo do tempo a briga evolutiva entre presa-predador vem se tornando cada vez mais forte, pois predadores desenvolvem adaptações cada vez mais eficientes para capturar a presa e ao mesmo tempo as presas melhoram suas defesas com o surgimento de características que elevam seus valores adaptativos. Em seu trabalho Vermeij propos o termo escalada evolutiva, tentando ilustrar que mesmo ao longo da evolução, os predadores atuais não são mais nem menos eficientes em capturar as suas presas se comparados aos predadores ancestrais. Esse argumento se encaixa na hipótese da Rainha Vermelha e na corrida armamentista evolutiva, pois mesmo adquirindo várias adaptações para a predação, o resultado foi um processo de soma igual a zero, pois a presa, ao longo do tempo, apresentou também especialidades que diminuem ou anulam o valor adaptativo conseguido pelo predador, igualmente a relação de predadores e presas ancestrais. O exemplo mais clássico de corrida armamentista evolutiva entre a relação presa-predador é entre a lebre e a raposa. A lebre como presa, constantemente tem que desenvolver estratégias de camuflagem e fugas mais rápidas para escapar com sucesso da raposa, e se manter viva. Caso isso ocorra, e se a raposa for monófaga (se alimenta de apenas um tipo de presa), ela sofrerá uma pressão seletiva e, se quiser obter alimento, terá que desenvolver ao longo do tempo adaptações, como por exemplo, músculos que a tornam mais rápida, que melhoram sua investida e eficiência na captura da lebre. Então a pressão seletiva agora se volta para o lado da lebre e mais uma vez será a presa que terá que evoluir nas seguintes gerações para não ser predada pela raposa, e assim sucessivamente. Desse modo a lebre corre pela vida e a raposa pelo alimento, sendo movidas por motivos diferentes, assim são componentes desse ciclo que é a corrida evoutiva. De acordo com Van Valen (1973), a evolução não é progressiva, pois as curvas de sobrevivência taxonômicas em escala logarítmica são lineares. Também mostrou que a macroevolução é moldada por um modo de coevolução chamado Rainha Vermelha. A coevolução em escalada é um exemplo de coevolução Rainha Vermelha. Essa log-linearidade mostrou que a probabilidade de uma espécie ser extinta independe de há quanto tempo ela existe. Na coevolução Rainha Vermelha, o nível de adaptação de uma espécie que está competindo com outra não muda, pois enquanto uma espé 87cie investe em armamentos, a outra investe em defesa, mantendo sempre uma competição estável. Assim as espécies se mantém em equilíbrio Rainha Vermelha, sempre que possível evoluem para alcançar um melhoramento adaptativo. Essa hipótese Rainha Vermelha é devido à Rainha Vermelha em Alice Através do Espelho do livro de Lewis Carrol: "aqui, veja você, é preciso correr tanto quanto se consegue para ficar no mesmo lugar". Na coevolução Rainha Vermelha, as espécies sofrem pressão seletiva para que seja capaz de enfrentar as espécies competidoras, melhorando em uma taxa constante. 4.3.2. Coevolução entre Parasita-Hospedeiro A hipótese da Rainha Vermelha, através da corrida armamentista, se tornou muito evidente também em espécies que desempenham a relação parasita-hospedeiro. Tendo isso como base, é fácil imaginar uma corrida evolutiva nesse tipo de relação. Uma mudança no parasita que aumente sua capacidade de penetrar ou de se estabelecer no hospedeiro trará problemas a esse último. Então será necessária uma mudança no hospedeiro que sobreponha a adaptação conquistada pelo parasita, e caso sejam gerados mutantes com frequência, esse ciclo pode perdurar por muito tempo. Neste tipo de interação, o exemplo mais claro de corrida evolutiva ocorre entre um vírus e seu hospedeiro, muito provavelmente pela alta taxa de mutação e evolução do vírus. O vírus, por ser um organismo muito simples, consegue se reproduzir e obter mutações de maneira muito rápida e evoluir para formas diferentes constantemente, dificultando a proteção imunológica de seu hospedeiro. O vírus da gripe (Influenza) é comum entre os seres humanos e está em constante corrida devido a sua alta taxa de mutação. Ao ser infectada, uma pessoa (tomando como exemplo o ser humano) sofre os sintomas e relativamente com pouco tempo pode obter uma imunidade àquele vírus, seja por mutação, por medicamento, entre outros. Aquele vírus que foi eliminado, não infectará mais a pessoa que adquiriu a imunidade, a menos que este vírus sofra uma mudança e apresente um novo sistema de infecção capaz de penetrar e se estabelecer na pessoa. A taxa de evolução de um vírus é muito alta, e com a gripe não é diferente, logo irá sofrer uma mutação que lhe permitirá contaminar aquele hospedeiro. Novamente se restabelece o ciclo da corrida armamentista evolutiva, mas agora a pessoa infectada terá que desenvolver imunidade ao novo vírus que a infectou. Por esse motivo a gripe é muito frequente entre os seres humanos, e nunca uma pessoa será infectada pelo mesmo vírus e mesma gripe mais de uma vez, ou seja, cada gripe é única. No caso do Influenza, bastando adquirir imunidade a um determinado tipo uma vez, ele não infectará mais, a menos que outro tipo infecte, ou que aquele tipo anterior sofra uma mutação permitindo a conquista do hospedeiro que ainda não possui um sistema imunológico capaz de http://pt.wikipedia.org/wiki/Influenza combater essa nova forma do vírus. O fato do vírus conseguir mudar de forma rapidamente, como por exemplo o da gripe, faz com que ele não seja exatamente igual ao de antes, assim o sistema imunológico de uma pessoa não reconheçe aquele parasita como o mesmo que a contaminou anteriormente, então o corpo terá que desenvolver uma nova defesa contra o atual infectante. Muitos outras espécies se relacionam na forma parasita-hospedeiro e estão em constante corrida de modo que suas pressões seletivas são guiadas de acordo com o surgimento de uma nova adaptação do outro componente da interação. Daphnias (conhecidas como pulgas d’ água), por exemplo, são frequentemente infectadas por parasitas microscópios que através de sua virulência conseguem reduzir a densidade populacional das pulgas d’ água, mas em contrapartida esse pequeno crustáceo nas próximas gerações pode gerar alguma progênie mutada que apresenta resistência ao infectante, inibindo ou diminuindo o parasitismo, forçando o parasita a entrar na corrida evolutiva. Vermes, insetos, protozoários, bactérias, fungos, todos esses possuem exemplos de parasitismo em vários hospedeiros, como plantas, vertebrados, invertebrados, entre outros, assim então podendo entrar em um ciclo de coevolução que é a corrida armamentista. 4.3.3. A coevolução entre mutualistas Pode conduzir a um arranjo estável de adaptações complementares que promovam a interação. Segundo Futuyma (2003), o termo coevolução foi utilizado pela primeira vez por Erlich e Raven (1964) na descrição sobre prováveis influencias que plantas e insetos herbívoros têm sobre a evolução do outro. Duas espécies podem estar evoluindo de modo independente e em um determinado tempo pode simplesmente ocorrer que as duas formas estejam mutuamente adaptadas (pré-adaptadas). Logo, para demonstrar coevolução deve-se não só mostrar que as duas formas estejam coadaptadas hoje, mas que seus ancestrais evoluíram juntos, exercendo forças seletivas um sobre o outro. Não há um acordo coletivo entre a definição do termo. Tem sido amplamente definido como evolução na qual a adaptabilidade de cada genótipo depende das densidades populacionais e da composição genética da própria espécie e da espécie
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