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Aulas de Ecologia Geral e Animal

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Aulas de Ecologia Geral e Animal 
1. Introdução ao estudo da Ecologia 
A palavra ecologia deriva do grego que significa estudo da casa. Mas de forma mais ampla esta 
refere ao estudo científico do ambiente e os seres vivos. Os ecólogos estão interessados na 
solução para problemas ambientais que passa obrigatoriamene pela ecologia. Através da 
ecologia, pode-se entender o funcionamento da natureza e as alterações neste funcionameto. 
No entanto, vale a pena salientar que ecologia é muito mais que simples ambientalismo, embora 
esta seja uma das aplicações da ecologia. 
A Ecologia é uma ciência que tem se desenvolvido muito e se torna cada vez mais importante 
nos dias atuais, uma vez que tem aumentado consideravelmente a interferência do homem 
sobre os ecossistemas. Essa interferência, em geral, provoca sérios desequilíbrios ecológicos. 
Por isso, é cada vez mais imperioso conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas, 
a fim de se poder propor maneiras racionais de utilização dos recursos naturais sem provocar 
alterações ambientais drásticas que possam, ao longo do tempo, levar ao desaparecimento da 
vida. 
1.1. História da Ecologia 
1.1.1. Origem da Ecologia 
Assim como muitas outras ciências a ecologia foi estudada pelo filosofo grego Aristóteles. 
Aristóteles era um naturalista interessado em estudar tudo. Mas foi o seu sucessor Teofrasto 
que começou o estudo sistemático e formal do ambiente. 
Alem do Aristóteles e o Teofrasto, os primeiros ecólogos foram os nossos antepassados 
hominídeos. Se eles não soubessem como utilizar os recursos do ambiente não estaríamos aqui 
hoje. Embora o seu " estudo" do ambiente não pode ser definido como ciência, eles devem ter 
notado a associação do clima e as plantas resultando em formas primitivas de agricultura. 
Embora o conhecimento natural sobre o ambiente tenha se estendido desde os antigos 
ancestrais ate ao Aristóteles e o Teofrasto a grande ênfase ocorreu nos sec. XVIII e XIX pelos 
estudantes da história natural como o Buffon, o Linnaeus, Reaumur, o Darwin, o Wallace entre 
outros. 
Estes naturalistas, davam muita atenção aos detalhes, faziam medições e registos com extrema 
precisão, reconheciam e interpretavam variáveis, criavam hipóteses e teorias alem de 
ferramentas de análise. Portanto, faltava nesses estudos de história natural um foco unificador, 
essencial ao desenvolvimento de conceitos e teorias. Esse foco apareceu com o delineamento 
de uma área a partir da sua definição. 
Se já na antiguidade era possível encontrar escritos e filósofos ocupados da relação utilitária 
que o Ser Humano mantem com o ambiente biofísico, foi no início do século XX, no seio da 
Ecologia Urbana da Escola de Chicago, que a Ecologia Humana se afirmou como domínio do 
conhecimento científico, assente numa base conceptual e metodológica concreta. 
Desde o surgimento da ecologia, e o posterior aparecimento da ecologia humana, existe uma 
questão central dessa disciplina. A que ciência pertence a ecologia humana? Várias ciências 
reivindicam propriedade sobre a ecologia humana. A biologia, com o estudo das cadeias 
tróficas e o ser humano, a geografia humana, com as dispersões populacionais e os estudos 
migratórios, a sociologia, através da pesquisa social-metabólica das comunidades humanas, a 
antropologia, com os estudos adaptativos-culturais da raça humana e a psicologia, através das 
pesquisas que relacionam o meio-ambiente e o comportamento humano. 
De fato a ecologia humana é uma ciência transdisciplinar, que toca todos esses campos e exige, 
para uma pesquisa séria, uma cuidadosa escolha do objeto de estudo e a escolha da, ou das, 
metodologias e disciplinas envolvidas na pesquisa. Sem dúvida, a ecologia humana é uma 
ciência nova, que tem, para evolução da ciência humana, contribuindo com as bases teóricas 
do desenvolvimento sustentável e apontando limites e perspectivas que o homem precisa ter 
no seu processo evolutivo no planeta Terra. 
A Ecologia Humana tem origem na Escola de Chicago da segunda década do século XX. 
Durante o século XX, novos contextos da humanidade exigiram o aprofundamento e revisão 
das perspetivas científicas tradicionais, cuja resposta foi, para algumas ciências, a diluição das 
suas fronteiras e subsequente abertura à cooperação com outros territórios científicos. Essa 
simbiose, particularmente entre as ciências naturais e exatas e as ciências sociais e humanas, 
desenvolveu-se sobre um suporte metodológico inteiramente científico, abrindo novos e 
criativos caminhos. 
 A Ecologia Humana, cujo desígnio inicial era responder à complexificação de problemas dos 
habitantes das grandes metrópoles americanas nos anos 20 do século XX, inscreve-se nessa 
lógica de novas formas de conhecimento. 
Historicamente, os problemas ambientais cresceram, generalizaram-se e agravaram-se à 
medida que a população humana foi, também ela, “ ganhando terreno” , quer do ponto de vista 
do seu volume mundial, quer, nomeadamente a partir da Revolução Industrial, com o 
intensificar dos padrões de consumo, potenciados por um avanço tecnológico que serviu 
também como arma de ataque à própria Natureza. 
Uma das características desse crescimento foi o diferencial entre vários pontos do Globo; outra 
foi a convergência demográfica nos grandes centros urbanobuis, levando a um incremento da 
população urbana mundial de 15% para quase 50% durante o século passado, segundo o World 
Watch Institut (2007) e o Programa Habitat Nações Unidas (2011). 
Procurando tornar-se uma ponte sistémica entre a Sociologia Urbana e a Ecologia, a Ecologia 
Humana nasce no âmbito da Ecologia Urbana do conjunto de autores, suas teorias e obras 
conhecidos como “ A Escola de Chicago” . Este grupo de urbanistas e sociólogos - onde se 
destacam R. Ezra Park, Ernest Burgess e Robert D. McKenzie – reagia, nos anos 20 do século 
passado, às crescentes pressões demográficas daquela cidade americana, caracterizadas por 
inéditos fluxos migratórios e inédita rotação de habitantes (Hawley, 1986). 
O seu objetivo inicial - estudar as mal conhecidas relações sociais no seio de uma população 
condicionada pela nova realidade – era conservador e visava manter a estrutura e o equilíbrio 
dos urbanos originais, neutralizando ou evitando a mudança não planeada e não desejada. 
No seu contexto, Burgess (1925) comparava o crescimento urbano aos processos de 
organização e desorganização análogos aos processos anabólico e catabólico do metabolismo 
corporal, enquanto Mackenzie imputou à Ecologia Humana a responsabilidade de estudar as 
ligações interespaciais e temporais dos humanos “ urbanos” , afetados por mecanismos de 
seleção, distribuição e de adaptação ao Ambiente – os mesmos fatores que entram no jogo de 
sobrevivência das restantes espécies vivas do Planeta. 
 Eugene Odum (1973, 2004:815) sublinha que a interação entre as esferas natural e cultural 
deve ser acolhida pela Ecologia Humana muito para além dos princípios da ecologia geral 
aplicados à espécie humana, já que lhe estão associadas a “ tendência para desenvolver cultura 
independentemente do ambiente” e capacidades em matéria de conduta, de flexibilidade e de 
dominação do meio muito superiores às das outras espécies. Nesta sequência, acrescenta: 
“ Chegou o momento de o homem administrar tanto a sua própria população com os 
recursos de que depende, dado que pela primeira vez na sua breve história se encontra 
perante limitações definitivas, e não puramente locais. O ordenamento dos ecossistemas 
e a ecologia humana aplicada tornaram-se assim novos empreendimentos que requerem 
a fusão de um conjunto de disciplinas e de missões” . 
Numa sociedade global crescentemente mais urbana, mais populosa e mais heterogénea, a 
Ecologia Humana vai além da posição assumida pelo grupo de Chicago, ao admitir a 
necessidade e a inevitabilidade da mudança. Reconhece nas variáveis ambientais, 
nomeadamente nas oscilaçõesde disponibilidade dos recursos naturais, inegáveis factores de 
mudança social a que os grupos humanos têm de se adaptar. 
A ecologia tradicional, ao se preocupar tanto com os aspectos físicos e bioquímicos da 
natureza, solidificando uma ecologia dos bichos e outra ecologia das plantas, deixou de fora 
um grupo-chave para o entendimento das dinâmicas dos ecossistemas: a espécie humana, 
objeto-sujeito da ecologia humana. Mas se trata ainda de uma área do conhecimento pouco 
conhecida no mundo, particularmente, nos muros acadêmicos. 
Segundo Dr. Juan J. Tapia, a Ecologia Humana é uma hipótese sobre a convivência, a ética e a 
condição humana. É um conhecimento aplicável a serviço da convivência e da vividade 
humana, através de um treinamento sistemático, que tem como objetivo recuperar a harmonia 
com o meio ambiente e devolver o respeito e a ética aos Deveres Humanos. 
A meta da Ecologia Humana é devolver aos seres humanos uma capacidade que traz em latente 
desde a concepção: poder viver com plena autonomia, com o máximo de seu potencial e auto-
estima, em função de uma ética essencial e de uma inata necessidade de auto-proteção, auto-
abastecimanto, auto-realização e harmonização. 
A Ecologia Humana considera que enquanto o ser humano não for capaz de cuidar de cada 
metro cúbico de onde vive, nunca poderá participar com êxito da preservação da vida e do meio 
ambiente. Por isso, considera essencial para a sobrevivência individual e planetária, dar a todos 
as bases de uma ética individual para desenvolver uma ética global. 
A Ecologia Humana participa da crucial campanha pela preservação do planeta e da 
humanidade, propondo um conhecimento e uma tecnologia que desenvolva uma natural ética 
individual para o maior número de pessoas, no menor tempo e com o mais baixo custo. 
1.1.2. Conceito da Ecologia e objecto de estudo 
O termo ecologia deriva de duas palavras gregas: oikós (= “ casa” ) e logos (= “ estudo” ). 
Assim, ecologia significa, literalmente, o “ estudo da casa” . Em sentido mais amplo, pode-se 
considerar o termo “ casa” como todo o ambiente terrestre; a palavra ecologia, então, passa a 
se referir ao “ estudo do ambiente” . 
Este termo foi utilizado pela primeira vez em 1866, pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, para 
designar o estudo das interacções dos organismos entre si e com o meio ambiente. 
Entretanto, foi somente no final do sec. XX que o termo foi reconhecido e amplamente 
utilizado. 
Assim a ecologia define-se usualmente como estudo das relações entre os organismos com o 
seu ambiente, ou ciência das inter-relações que ligam os organismos vivos ao seu ambiente. 
Entretanto, a acepção mais moderna define a ecologia como o estudo da estrutura e do 
funcionamento da natureza e, provavelmente, a longo prazo, ecologia poderá ser definida de 
forma mais curta e menos técnica como, por exemplo, “ biologia do ambiente” (ODUM, 
1988). 
De fato, a Ecologia estuda os seres vivos acima do nível do organismo individual. Estuda a 
população, a comunidade, o ecossistema, e a biosfera. 
O objecto de estudo da ecologia são os seres vivos e suas interacções com o meio ambiente 
onde vivem. A Ecologia também se encarrega de estudar a abundância e distribuição dos seres 
vivos no planeta Terra. 
Alvim (2012:15) diz que a ecologia humana pode ser compreendida como “ uma ciência que 
estuda as relações humanas, individuais e coletivas com seu entorno, tornando-se um grande 
instrumento de reflexão e mudança de paradigma em prol da vida” . A ecologia humana é uma 
ecologia que coloca gente nos ecossistemas, e estudo suas relações e consequências. 
Donald Pierson, na sua obra referencial “ Estudos de Ecologia Humana” (1945), que 
influenciou gerações de pesquisadores na área de Ecologia Humana no Brasil, já dizia que 
tratava-se de um campo das ciências sociais “ relativamente novo” que diferenciava-se da 
Geografia Humana e da Antropogeografia. Dizia estar mais relacionada a Ecologia Animal, 
Ecologia Vegetal e com a Biologia do que com essas outras ciências. Diz que a Ecologia 
Humana “ estuda o processo de competição e as relações dele provenientes; relações de homem 
para homem; de grupo humano para grupo humano e de instituição para instituição, como estas 
se revelam por índices físicos, principalmente os de espaço, se interessa pelas relações pessoais, 
na medida em que estas se refletem por sua vez nas relações espaciais” (1945:12-13). 
No seu livro A Ecologia Humana das Populações da Amazônia (1990:34), Emílio Moran, 
cubano naturalizado americano, diz-nos que a ecologia humana “ visa integrar o conhecimento 
sobre a diversidade de comportamentos das populações humanas com os sistemas dentro do 
qual tais populações se encontram” . 
A Professora Iva Pires, do Círculo Europeu de Ecologia Humana, também docente do 
doutorado de Ecologia Humana da Universidade Nova de Lisboa, define a ecologia humana 
como “ uma ciência social pluridisciplinar para a abordagem privilegiada das múltiplas 
dependências entre os sistemas sociais e naturais, enfatizando os aspectos culturais e 
tecnológicos de uma gestão dos impactos ambientais suscitados pela civilização humana 
A Ecologia Humana deixa de ser encarada como extensão, prolongamento ou capítulo da 
Ecologia Geral ou de outra ciência, como síntese de todas as ciências, estudo de áreas marginais 
das várias disciplinas ou somatório de determinadas áreas de diferentes ciências ou como um 
movimento de opinião. 
Tal como explica Nazareth (2004: 65), na actualidade é definida: como o estudo das relações, 
em tempo e espaço, entre a espécie humana e as outras componentes e processos do ecossistema 
de que é parte integrante. O seu objectivo é conhecer a forma como as populações humanas 
concebem, usam e afectam o ambiente, bem como o tipo de respostas existentes às mudanças 
ocorridas no ambiente biológico, social e cultural” . 
A Ecologia Humana tem pois objecto de estudo, metodologia e objectivos prospectivos. O 
objecto de estudo é constituído pelas interacções permanentes e recíprocas Homem-Ambientes 
(natural e construído). O ramo científico da ecologia humana tem como objecto de estudo a 
relação do ser humano com o seu ambiente natural. 
Ainda que a metodologia e as técnicas de observação e análise em Ecologia humana sejam 
igualmente as empregues por outras disciplinas, a sua singularidade e vocação 
interdisciplinar/transdisciplinar, emprestam-lhe a particularidade da ênfase na abordagem 
holística, que partilha com a Ecologia Geral, relativamente às problemáticas objecto de estudo 
sob novos e diferentes paradigmas. 
1.1.3. Divisões da ecologia 
O estudo de Ecologia Geral pode ser dividido em vários ramos (áreas): Biologia da 
Conservação, Ecologia da Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia Quantitativa, Ecologia 
Teórica, Macroecologia, Ecofisiologia, Agroecologia, Ecologia da Paisagem, Ecologia 
Vegetal, Animal Ecologia Terrestre e Aquática. Os três principais ramos desta ciência são: 
Autoecologia, Sinecologia e Demoecologia. A divisão da Ecologia nestes três grandes ramos 
de estudo foi feita pelo botânico Carl Schroter no começo do século XX. 
Autoecologia 
Estuda as espécies a partir de suas relações com o meio ambiente. Ou seja, como cada espécie 
(animal ou vegetal) reage separadamente à determinados factores ambientais (clima, 
vegetação, relevo, etc.). É o um ramo científico clássico e, actualmente, seguido por poucos 
cientistas. 
Nos estudos de autoecologia pretende verificar-se como cada espécie se adaptou a um 
determinado biótopo, tanto do ponto de vista da fisiologia como da etologia, incluindo as suas 
migrações e as suas relações com outras espécies que coabitam o mesmo ecossistema. 
Sinecologia 
Também conhecida como Ecologia Comunitária, é voltada para o estudo das comunidades de 
seres vivos. A Sinecologia foca a distribuição das populações, suas relações ecológicas, 
demografia, deslocamentoe quantidades. A Sinecologia também se encarrega de examinar as 
estruturas das cadeias alimentares, sucessões ecológicas e inter-relações entre predadores e 
presas. 
A sinecologia teve origem na sociologia vegetal europeia. A ecologia comunitária moderna 
examina padrões tais como a variação de riqueza de espécies, produtividade e estrutura da 
cadeia alimentar; examina também processos como a dinâmica populacional predador-presa, 
a sucessão ecológica e a organização da comunidade. 
Demoecologia 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_da_Conserva%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_da_Conserva%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecofisiologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agroecologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bi%C3%B3topo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fisiologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Migra%C3%A7%C3%A3o_de_animais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_ecol%C3%B3gicas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padr%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Riqueza_de_esp%C3%A9cies
http://pt.wikipedia.org/wiki/Produtividade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeia_alimentar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Din%C3%A2mica_populacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Predador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Presa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sucess%C3%A3o_ecol%C3%B3gica
Também conhecida como Dinâmica das Populações ou Ecologia das Populações, faz o estudo 
de cada população separadamente. A demoecologia ou dinâmica das populações é um ramo 
da Ecologia que trata do estudo de cada população em separado. 
O objetivo da Ecologia é o equilíbrio entre as diversas formas de vida na Terra. Para 
desenvolver o seu trabalho, o ecologista precisa ter conhecimentos de várias áreas, entre as 
quais, Zoologia, Botânica, Paleontologia, Geologia Histórica, Geografia, Meteorologia e 
Demografia. Entre suas atividades estão a investigação da distribuição das espécies animais e 
vegetais e da distribuição e do funcionamento dos sistemas ecológicos. O ecologista estuda 
também o impacto da ação do homem sobre o meio ambiente, analisando as consequências 
provocadas pela poluição, pelos desmatamentos e pelas obras em geral. Estuda ainda, os efeitos 
dos produtos químicos como fertilizantes e defensivos agrícolas sobre a flora, fauna e sobre a 
saúde do homem. 
1.1.4. Interdisciplinaridade da Ecologia 
A ecologia é um ramo que vem recebendo bastante destaque ultimamente. E assim como 
muitas outras disciplinas a ecologia também tem suas interligações com outras matérias, como 
física, química, geografia, historia, etc. 
A ecologia Humana é uma ciência de base humana, aberta à transversalidade e à complexidade 
das problemáticas que estuda, interdisciplinar, na confluência entre as Ciências da Natureza e 
as Ciências Sociais, ligando o particularmente natural e o particularmente social, que rejeita 
predições deterministas. Ela introduz uma nova dimensão na conceptualização da Ecologia, 
qual é a humanização dos comportamentos do Homem, enquanto resultantes da dinâmica das 
interacções entre si, com os ambientes com que se relaciona e destes relativamente ao ser 
humano (Lamy, 2001; Jaquard, 2004). 
A ecologia humana pode assim ser definida como uma ciência social pluridisciplinar, ou a mais 
social das ciências sociais, pois estuda as relações do homem com o meio físico e biótico, 
relações essas que são mediadas pela cultura (Avila-Pires, 2009). Este estatuto é próprio de 
uma perspectiva científica que reivindica, a propósito das questões sociais e ambientais, os 
contributos originais das ciências naturais, mas muito especialmente o desenvolvimento de 
uma nova forma de abordagem que aproveitaria, no campo das ciências sociais, as análises 
oriundas da geografia, antropologia, psicologia e sociologia, ciências que pareciam 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o
desenvolver entre si relações de concorrência para o monopólio da compreensão da condição 
humana e dos comportamentos sociais. 
1.1.5. Importância do estudo da ecologia 
Esta ciência é de extrema importância, pois os resultados de seus estudos fornecem dados que 
revelam se os animais e os ecossistemas estão em perfeita harmonia. Numa época em que o 
desmatamento e a extinção de várias espécies estão em andamento, o trabalho dos ecologistas 
é de extrema importância. 
Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o homem pode planejar acções 
que evitem a destruição da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade. 
A Ecologia é uma ciência que tem se desenvolvido muito e se torna cada vez mais importante 
nos dias actuais, uma vez que tem aumentado consideravelmente a interferência do homem 
sobre os ecossistemas. Essa interferência, em geral, provoca sérios desequilíbrios ecológicos. 
Por isso, é cada vez mais imperioso conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas, 
a fim de se poder propor maneiras racionais de utilização dos recursos naturais sem provocar 
alterações ambientais drásticas que possam, ao longo do tempo, levar ao desaparecimento da 
vida. 
Estudos ecológicos de longo prazo promovem importantes registos para entender melhor os 
ecossistemas no espaço e no tempo.vamos 
O homem é considerado o maior degradador no sistema ecológico, pois interfere no 
ecossistema através de suas atitudes e de seus lixos poluentes, por exemplo, nas fábricas há a 
utilização de produtos químicos, esses produtos exterminam os insectos viventes que por sua 
vez não transportavam o pólen das plantas, dificultando o ato de se reproduzir. 
1.2. Conceitos básicos em Ecologia 
Habitat de uma espécie é o conjunto do meio físico-químico favorável à sua sobrevivência e 
à sua reprodução e um ambiente biológico que faz com que inúmeras outras espécies povoem, 
ao mesmo tempo, este meio. É o lugar na natureza onde uma espécie vive. 
O nicho ecológico é um conjunto de condições em que o indivíduo (ou uma população) vive 
e se reproduz. Pode se dizer ainda que o nicho é o "modo de vida" de um organismo na natureza. 
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E esse modo de vida inclui tanto os fatores físicos - como a umidade, a temperatura, etc - quanto 
os fatores biológicos - como o alimento e os seres que se alimentam desse indivíduo. 
O nicho mostra também como as espécies exploram os recursos do ambiente. Assim a zebra, 
encontrada nas savanas da África, come as ervas rasteiras, enquanto a girafa, vivendo no 
mesmo hábitat, come as folhas das árvores. Observe que cada espécie explora os recursos do 
ambiente de forma um pouco diferente. 
 
Espécie: é um conjunto de indivíduos que têm em comum várias características, anatómicas, 
fisiológicas e de comportamento podendo cruzar entre sí dando origem a descendentes férteis. 
População: esse termo é utilizado originalmente para referir-se a um grupo de pessoas. Em 
Ecologia, ele significa um grupo de indivíduos da mesma espécie, habitando uma determinada 
área. Assim, falamos em populações de pardais, de formigas, e assim por diante. 
Comunidade ou biocenose: o conjunto de populações de uma determinada área forma uma 
comunidade. Todas as populações de animais e plantas que vivem em um bosque, por exemplo, 
constituem uma comunidade. 
Biótopo: o conjunto dos fatores do meio ambiente que não têm vida tais como a areia, as 
rochas, a argila, os minerais, as substâncias inorgânicas, o ar, a energia do ambiente, etc. 
Ecossistema ou sistema ecológico: uma comunidade e o ambiente físico onde ela vive formam 
um ecossistema. Ele envolve as relações existentes entre os animais, as plantas, o ar, a água, a 
temperatura e tudo o mais que existe em um certo ambiente. Existem ecossistemas pequenos, 
como um pequeno lago que enfeita um jardim; já as lagoas, rios, campos e florestas são grandes 
ecossistemas. O conjuntoformado pela biocenose e pelo biótopo. 
Sistema (do grego systēma, através do latim systēma), é um conjunto de elementos 
interconectados, de modo a formar um todo organizado. Do ponto de vista puramente 
ecológico, um sistema é qualquer unidade que abrange todos os organismos que funcionam em 
conjunto, em uma determinada área. Esses organismos interagem com o ambiente físico e 
promovem a constante movimentação dos elementos necessários à existência de todos. 
Biosfera: a parte da Terra ocupada pelos seres vivos é a biosfera. Ela representa o conjunto de 
todos os ecossistemas. 
Questões de debate 
Por que eu devo aprender ecologia? 
Como o conteúdo desta disciplina pode me ajudar profissionalmente? 
2. Interacções entre Organismo e Factores Ecológicos 
2.1. Meio Ambiente e os Factores Ecológicos 
2.1.1. Factores ecológicos 
Factor – é um agente ou aquilo que faz ou executa uma coisa ou causador ou 
elemento que concorre para um resultado ou criador ou autor ou fabricante de alguma coisa. 
Factor ecológico é todo elemento do meio ambiente (biótico ou abiótico) capaz de actuar 
directamente sobre os seres vivos mesmo durante a fase do ciclo do seu desenvolvimento 
biológico. 
Em ecologia, factores ecológicos são elementos do ambiente que influenciam organismos 
vivos. Os factores ecológicos podem afectar as espécies: de forma contínua, entre níveis 
extremos (por exemplo, temperatura e pH); só afectando o desempenho quando atingem 
valores elevados (por exemplo, toxinas e poluentes); ou o factor é essencial em pequenas 
quantidades, mas tem influência negativa em valores elevados (por exemplo, NaCl nos animais 
e micronutrientes como Zinco e Magnésio nas plantas). Os factores ecológicos actuam sobre 
os organismos: 
- Eliminando-os: influência na sua distribuição geográfica 
- Modificando o seu desenvolvimento: reprodução, germinação, taxa de natalidade, taxa de 
mortalidade, hibernação, reacções fitoterapêuticas, etc… 
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ambiente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura
http://pt.wikipedia.org/wiki/PH
http://pt.wikipedia.org/wiki/Toxina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/NaCl
http://pt.wikipedia.org/wiki/Micronutriente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zinco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Magn%C3%A9sio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta
- Influenciando seu crescimento: altura, peso, volume, forma, metabolismo; 
- Favorecendo a sua adaptação ao meio: de tipo anatómico ou fisiológico (Ex: espinhas, pelos); 
- Provocando migrações, agindo na densidade daspopulações. 
2.1.2. Tipos de factores ecológicos 
Os factores ecológicos podem ser: 
1. Factores Bióticos (Bio = vida) 
Em ecologia, chamam-se factores bióticos todos os elementos causados pelos organismos em 
um ecossistema que condicionam as populações que o formam. Por exemplo, a existência de 
uma espécie em número suficiente para assegurar a alimentação de outra condiciona a 
existência e a saúde desta última. Muitos dos factores bióticos podem traduzir-se nas relações 
ecológicas que se podem observar num ecossistema, tais como a predação, o parasitismo ou a 
competição. 
• Factores bióticos: produtores, consumidores, consumidores. 
2. Factores Abióticos (A =não, bio = vida) 
Em ecologia, denominam-se factores abióticos, todas as influências que os seres vivos possam 
receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-químico do meio 
ambiente, tais como a luz, a temperatura, o vento, etc. 
• Factores abióticos: Substâncias inorgânicas, compostos orgânicos, clima, temperatura, 
luz, pH, oxigénio e outros gases, humidade, solo, etc. 
- Factores do Clima: luminosidade, temperatura, pressão atmosférica, ventos, humidade e 
pluviosidade. 
- Factores Físicos- radiação solar, tipo de estrutura do solo, chuva, nuvens, etc. 
- Fatores Químicos: quantidade relativa dos diversos elementos químicos presentes na água e 
no solo. 
- Factores Tróficos/os fatores alimentares. 
- Factores Edáficos- solo influenciando nos seres vivos. 
- Factores Hídricos- água influenciando nos seres vivos. 
- Factores Antropogênica- erosão dos solos pelo manejo inadequado, isto prejudica todo 
ecossistema alterando drasticamente as possibilidades de armazenagem e troca dos nutrientes, 
o uso do fogo como técnica de manejo da vegetação, a poluição das águas solo e a atmosferaco 
detergentes, adubos pestecidas insecticidas, herbecidas, nematecidas, metais, etc. 
Em função do ambiente os factores ecológicos podem ser mais ou menos importantes: 
- Ambiente aéreo: temperatura, pressão, humidade, vento, alguns tipos de radiações, 
precipitações, luz e alguns nutrientes; 
- Ambiente terrestre: morfologia, textura, pH, salinidade, água e nutrientes; 
- Ambiente aquático: alguns tipos de radiações, densidade, viscosidade, temperatura, pressão, 
pH, salinidade, corrente, luz, oxigênio e nutrientes. 
2.2. Lei do mínimo, lei de tolerância e factores limitantes 
Todos os seres vivos sofrem acções de vários factores do meio ambiente em que vive. Cada 
factor ecológico actua com a "lei do mínimo", isto é, apresenta um mínimo e um máximo que 
impedem o desenvolvimento do ser, o qual atinge sua melhor condição quanto o factor se 
aproxima do óptimo. Assim, cada espécie apresenta em função dos factores ecológicos, limites 
de tolerância (mínimo e máximo) entre os quais se situa o chamado óptimo ecológico. 
 O ponto óptimo de um factor é aquele que o desenvolvimento e a reprodução dos organismos 
de uma determinada espécie atingem sua máxima intensidade. Já o factor limitante é quando 
qualquer agente torne difícil a sobrevivência, o crescimento ou a reprodução de uma espécie. 
Em 1840 Liebig, estudando o crescimento das plantas formulou a seguinte lei, conhecida como 
lei do mínimo: 
“ O crescimento dos vegetais é limitado pelo elemento cuja concentração é inferior a um valor 
mínimo abaixo do qual as sínteses das substâncias orgânicas não podem mais ocorrer” . Esta 
lei não é abrangente, necessitando de ser ampliada para: 
- Incluir todos os factores ecológicos; 
- Incluir todos os organismos; 
- Contemplar a possibilidade de o crescimento ser limitado não só por défice mas também por 
excesso; 
- Além de tudo dito acima, a lei do mínimo só se aplicaria a ambiente estável, o que não é 
comum na natureza. 
A ampliação da lei do mínimo levou a lei da tolerância por Shelford em 1911: 
“ Para cada espécie, existem amplitudes de tolerância (com limites mínimos e máximos) aos 
factores ecológicos, dentro das quais sua existência é possível” ou “ cada ser vivo apresenta 
em função dos diversos factores ecológicos limites de tolerância dentre os quais situa-se o seu 
óptimo ecológico” . 
As leis de Liebig e Shelford podem resumir-se no princípio de factor limitante: 
“ Quando um factor ecológico determina a presença ou ausência duma dada espécie, este 
constitui um factor limitante” ou seja, um factor ecológico constitui factor limitante quando 
está ausente ou reduzido, abaixo do mínimo critico ou quando excede o nível máximo 
tolerável” . 
Factor limitante (ou recurso limitante) é a designação dada ao parâmetro ambiental (biótico 
ou abiótico) que efectivamente controla o crescimento de uma população num determinado 
biótopo ou ecossistema, limitando o desenvolvimento do organismo e por essa via o tamanho 
e a distribuição da população a que o organismo pertence. 
Note-se que a limitação tanto pode decorrer da escassez como do excesso, pelo que o conceito 
de factor limitante não pode ser reduzido à mera determinação da disponibilidade, sendo assim 
muito mais inclusivo que a Lei de Liebig. 
Em função dos limites de tolerância, as espécies possuem determinada capacidade de povoar 
ambientes diferentes, suportando grandesvariações ambientais - valência ecológica. 
Dá-se o nome de Valência ecológica de uma espécie a capacidade que ela tem de povoar 
ambientes diferentes caracterizados por grandes variações dos factores ecológicos. Em função 
da Valência ecológica, as espécies são divididas em: 
Euriécia - espécie de grande Valência ecológica, podendo povoar ambientes variados. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A2metro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Factor_bi%C3%B3tico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Factor_abi%C3%B3tico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bi%C3%B3topo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Distribui%C3%A7%C3%A3o_natural
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Liebig
Estenoécia – espécie de pequena Valência ecológica, suportando pequena variação de factores 
ecológicos e restrita a determinados ambientes. 
A Valência ecológica regula as possibilidades de expansão das espécie que podem, então ser 
divididas em: 
Euritópicas – é a espécie com ampla distribuição, sendo normalmente euricéia. 
Estenotópicas – espécie restritamente localizada, com pequena distribuição, sendo estenoécia. 
Esta classificação não é rígida, uma vês que uma espécie pode ser simultaneamente euritópica 
e estenoécia, quando vive em um ambiente pouco extenso, mas repetido em numerosas regiões. 
A temperatura é um factor abiótico de grande importância para os seres vivos e influencia 
seus períodos de actividade, suas características morfológicas e seus comportamentos. Divide 
os seres vivos em alguns grupos como: 
Estenotérmicos: São organismos que não toleram grandes variações térmicas. Exemplo: 
lagartixa; 
Euritérmicos: São organismos capazes de tolerar grandes variações térmicas. Exemplo: lobo; 
A água é de fundamental importância a todos os seres vivos e essencial a vida. 
TPC - como são classificados os seres vivos em relação a tolerância da água? 
A luz é fundamental no processo fotossintético, responsável pela produtividade nos 
ecossistemas, é um importante factor abiótico e actua sob diversas formas (intensidade, 
radiação, direcção e duração). Divide os seres vivos em alguns grupos como: 
Eurifóticos: São seres que suportam grandes variações de luz. 
Estenofóticos: São seres que não suportam grandes variações de luz. 
Quanto a pressão os seres vivos são divididos em: 
Euribáricos: São seres capazes de suportar grandes variações de pressão. 
Estenobáricos: São seres incapazes de suportar grandes variações de pressão. 
A salinidade é o factor abiótico primordial na distribuição dos seres vivos aquáticos. Divide 
os seres vivos em: 
http://www.infoescola.com/mamiferos/lobo/
http://www.infoescola.com/biologia/fotossintese/
Eurialinos: Seres que suportam grandes variações de salinidade. 
Estenoalinos: Seres que não suportam grandes variações de salinidade. 
A valência ecológica condiciona, juntamente com outros factores a capacidade reprodutiva, 
história evolutiva, a distribuição e abundância das espécies. 
3. Acção de factores ecologicos sobre os organismos 
Os fatores abióticos afetam a distribuição dos seres vivos (ex. distribuição dos organismos em 
ambiente com temperaturas e solos – deserto/floresta); influenciam o seu comportamento (ex. 
deslocação dos caracóis à procura de humidade) e afetam o seu desenvolvimento/crescimento 
(ex. a germinação e crescimento de sementas na ausência/presença de água/luz). 
A acção dos fatores abióticos não ocorre isoladamente mas de modo conjunto. Os fatores 
abióticos determinam os seres vivos que ocupam uma dado habitual. Algumas espécies 
apresentam limites de tolerância relativamente a alguns fatores (ex. temperatura). Só se 
desenvolvem em determinados valores mínimos e máximos desses fatores (ex. 15-20º C ocorre 
o crescimento das larvas de libélulas). Os fatores abióticos que exercem uma maior influência 
sobre os seres vivos são a luz, a temperatura, a humidade/água e o solo. 
Esses factores variam de valor de local para local, o que determina uma grande variedade de 
ambientes. O total de espécies pode aumentar ou diminuir e a abundância dessas espécies 
também pode variar localmente em função das variações ambientais. 
Os organismos reagem as alterações do ambiente através de adaptações que favorecem o seu 
desenvolvimento: compensando os factores ecológicos mais limitantes e aproveitando as 
condições óptimas dos outros factores. 
 A distribuição geográfica de um organismo depende da sua tolerância a um conjunto de 
factores ambientais. Tomamos o exemplo duma planta, mesmo que a luz e a temperatura duma 
dada região sejam confortáveis para a planta, a falta de água pode bloquear o seu crescimento 
e reprodução, constituindo assim um factor limitante. 
As adaptações conduzem a existência de populações localmente adaptadas - os Ecótipos ou 
raças ecológicas – que estão adaptadas a diferentes limites de tolerância do mesmo factor 
ecológico podendo essa adaptação ser herdada após o processo de fixação genética mantendo-
se nos indivíduos caso estejam submetidos em novos habitats. 
Se, em vez da fixação genética, as populações estiverem adaptadas graças a processos de 
acomodação ou aclimatação, então estas denominam-se raças fisiológicas ou falsos ecótipos. 
Os ecótipos, considerados variedades ou subespécies, podem evoluir à espécies propriamente 
ditas. 
3.1. Acção da luz e a temperatura sobre as plantas e os animais 
A luz e a temperatura variam conjuntamente, uma vez que ambos os factores são resultantes 
da radiação solar nos ecossistemas naturais. A luz influencia o desenvolvimento e o 
crescimento de animais e de plantas. A luz pode afectar os ciclos de vida e comportamento dos 
seres vivos, o fotoperíodo (número de horas de luz durante um dia). A luz, resultante da 
radiação solar, é a fonte de energia para as plantas produzirem o seu alimento. Varia com: 
Altitude, Latitude, Exposição do relevo, Neblusidade, Cobertura vegetal, Estações do ano, 
horas do dia. 
As plantas são as mais afectadas pela variação da luminosidade, pois na ausência de luz não se 
desenvolvem. A luz é indispensável para a realização da fotossíntese. A fraca intensidade 
luminosa, o crescimento dos órgãos aéreos das plantas é acentuado, ficando contudo com cor 
amarela e aspeto frágil – estioladas. Quando a intensidade luminosa é ideal, o crescimento das 
plantas é normal e as plantas ficam verdes e robustas. 
Plantas heliófilas (plantas de sol) – encontram-se em locais bem iluminados. Ex. Girassol. As 
plantas terrestres não necessitam de igual quantidade de luz para se desenvolverem. As espécies 
que necessitam de pouca luz, como os fetos e os musgos, encontram-se nos estratos inferiores 
ou nas fendas das rochas. Plantas Umbrófilas (plantas de sombra) – encontram-se em locais 
sombrios. Ex: avencas e fetos. 
Relativamente às plantas, a luz influência a germinação das sementes/floração, o fototropismo 
– movimento de orientação das plantas em direção à luz (ex. as papoilas florescem no verão, 
quando as noites são curtas e os dias longos). As plantas com maiores necessidades de 
exposição à luz tendem a ser maiores para a poderem captar mais facilmente (ex. pinheiro, 
sequoia), e as plantas com menor necessidade em termos de luz tendem de luz tendem a ser 
mais rasteiras (ex. fetos, mugos). Existem plantas que conseguem suportar a luz são designadas 
por heliófilas (ex. papoila, girassol, carvalhos) e outras que não conseguem, que são chamadas 
de esquilófilas (ex. crisântemos). 
Relativamente aos animais, existem aqueles indiferentes ao fotoperíodo (ex. homem, cão); 
aqueles que só se mostram ativos durante a noite, ou seja, noturnos (ex. coruja e mocho); 
aqueles que preferem o crepúsculo (pôr do sol), como o morcego; aqueles chamados animais 
lucifugos, pois não conseguem suportar a luz (ex. minhoca, barata, toupeia) e ainda os animais 
lucifilos, que se sentematraídos pela luz (ex. percevejo do monte, borboletas, insetos). 
Os ciclos reprodutivos de alguns animais são também influenciados pelo fotoperíodo (ex. 
trutas). A mudança da cor da pelagem permite uma maior camuflagem (raposa-do-ártico e 
lebro-do-ártico). A síntese da vitamina D (antirraquítica) é efetuada pela ação da luz (radiação 
UV).A luz influencia principalmente: período de actividade, comportamento, distribuição 
geográfica, migração, reprodução, cor da pelagem, distribuição do alimento nos oceanos, etc. 
Questão de debate- De que forma é que o comportamento ou as características dos animais 
podem depender da acção da luz? 
A luz tem igualmente uma grande influência na distribuição dos seres aquáticos. A luz 
influencia a distribuição em profundidade dos seres marinhos. Os animais e as plantas 
apresentam fotoperiodismo, isto é, capacidade de reagir à duração da luminosidade diária a que 
estão submetidos. 
A temperatura é a quantidade de calor presente num dado momento, onde a principal fonte 
de calor é o sol. Para sobreviver, cada organismo tem de ser capaz de resistir às variações de 
temperatura. A vida só é possível em certos limites de TºC, limites que variam conforme a 
espécie. 
Temperatura é um factor de grande importância para os seres vivos, infulencia o período de 
actividade, as características morfológicas, o comportamento, etc. Temperatura induz diversos 
comportamentos, condiciona a distribuição dos seres vivos e conduz ao desenvolvimento de 
adaptações morfológicas. 
Para os indivíduos de cada espécie existe uma temperatura óptima para a realização das suas 
actividades vitais. Seres estenotérmicas são espécies que sobrevivem entre estreitos limites de 
temperatura (pequena amplitude térmica) Ex: Lagartixa. Os seres euritérmicos são espécies 
que resistem a grandes variações de temperatura (grande amplitude térmica) Ex: Lobo, homem. 
Os nimais cuja a temperatura corporal varia com a temperatura ambiente são poiquilotérmicos, 
ex: répteis, crocodilo, anfíbios. Animais com capacidade para regular a temperatura interna, 
independentemente da temperatura ambiente são Homeotérmicos, ex: Aves e mamíferos. 
A luz e a temperatura exercem a sua ação em conjunto, por exemplo, na hibernação, quando 
a atividade do organismo reduz-se ao mínimo, pois não conseguem estar ativos a baixas 
temperaturas (ex. urso, esquilo, anfíbios). O objetivo deste recurso é que o animal consiga 
sobreviver sem se alimentar, utilizando apenas as reservas de gordura que armazenou antes da 
chegada da estação desvaforável. Outro exemplo é a estivação, que acontece quando os seres 
vivos reduzem a sua atividade vital ao mínimo quando a temperatura se eleva e a humidade 
diminui durante longos períodos de tempo. 
À deslocação dos animais para ambientes mais favoráveis, durante as épocas adversas dá-se o 
nome de migração. A migração possibilita o aumento da taxa de natalidade (e assim um maior 
desenvolvimento da população) e a procura de regiões mais quentes onde exista alimento 
abundante (ex. andorinhas, cegonhas, flamingos). 
Relativamente aos animais, algumas aves e mamíferos resistem às baixas temperaturas, devido 
à camada de gordura e ao revestimento corporal que apresentam (ex. pelos e penas). 
Relativamente às plantas, aquelas de folha persistente possuem geralmente forma cónica em 
que os ramos são inclinados para o solo, para que a neve possa escorregar sem os partir. As 
folhas são muito estreitas, para reduzir as perdas de calor, e são muito escuras, para uma maior 
absorção de energia calorífica (ex. pinheiro, pinheiro nórdico). As plantas de folha caduca 
perdem as folhas antes da chegada da estação fria (outono) – (ex. carvalho). Existem outras 
plantas que ficam reduzidas à parte subterrânea (ex. batatas, bananeira, cebola). 
3.2. Adaptações morfológicas, fisiológicas, comportamentais e etologia dos organismos 
A Ecologia tem por fundamento evidenciar as interacções recíprocas entre o meio e os seres 
vivos e a adaptação destes às condições de vida. 
Adaptação: processo que possibilita o ajuste dos seres vivos a um meio variável, assegurando 
a sobrevivência das espécies, permitindo a sua extensão geográfica e diversificação. As 
respostas adaptativas incluem: mudanças fisiológicas, morfológicas e/ou etológicas, que 
garantam a sobrevivência, reprodução e o desenvolvimento. 
O processo de adaptação acontece quando organismos são amoldados pelo ambiente, 
conseguem sobreviver, e produzir descendência próspera. Quando isto acontece, a espécie 
evolui e as gerações subsequentes são melhor adaptadas. Processo que implica que organismo 
tornar-se ajustado ao ambiente, dinâmica esta que pode exigir mudanças morfológicas, 
bioquímicas, fisiológicas ou comportamentais no indivíduo e que o tornam mais capacitado 
para sobreviver e reproduzir-se, em comparação com outros membros da mesma espécie. 
O meio ambiente exerce influência sobre os seres vivos que a ele se adaptam. A eficiência dos 
mecanismos de adaptação pode significar a sobrevivência do indivíduo e até da espécie. 
Algumas plantas desenvolveram de folhas largas para aumentar a superfície de absorção de 
luz. Plantas de dia curto, plantas que florescem quando o fotoperíodo é curto (inferior a 8 
horas). Plantas de dia longo, plantas que florescem quando o período de luz é maior que o 
período nocturno, isto é, plantas que florescem quando o fotoperíodo é longo (superior a 12 
horas), ex: cevada e papoila. Plantas indiferentes, plantas que florescem independentemente do 
fotoperíodo ser longo ou curto. Consoante a intensidade luminosa, o comportamento das 
plantas é diferente. As plantas utilizam a luz solar para, através da fotossíntese, crescerem e se 
desenvolverem plenamente. 
As plantas adaptam a sua própria morfologia às elevadas ou às baixas temperaturas. Existem: 
plantas anuais, plantas bienais e plantas vivazes ou perenes. Ao longo do ano, certas plantas 
sofrem alterações no seu aspecto, o que lhes permite enfrentar melhor a estação mais 
desfavorável. Enquanto algumas árvores perdem as folhas, algumas plantas ficam reduzidas à 
raiz ou caule e outras sobrevivem sob a forma de sementes. Exemplo de árvores que perca as 
folhas durante a época desfavorável são: carvalho, freixo. 
Muitas plantas, no inverno, não resistem ao frio. A parte aérea desaparece e ficam reduzidos a 
órgãos subterrâneos (rizomas, tubérculos ou bolbos) ou a sementes, mantendo-se assim até que 
a temperatura aumente. Plantas anuais – não suportam o frio deixando as sementes para 
germinar no ano seguinte, ex: feijoeiro. Plantas bienais – perdem a sua parte aérea mas mantêm 
a parte subterrânea, ex: lírio. Plantas vivazes ou perenes – mantêm a sua estrutura todo o ano, 
apesar de algumas serem de folha caduca. 
Plantas de folha caduca as folhas caem na estação fria, ficando num estado latente (repouso) 
durante o inverno, e, começam a desabrochar quando aumenta a temperatura. Nos cactos as 
folhas são reduzidas a espinhos para evitar a evaporação, possuem células que acumulam água, 
funcionando como um reservatório. 
Nas regiões de climas frios, os animais apresentam pelo comprido e muito espesso; possuem 
várias camadas de gordura que servem de isolante térmico (razão pela qual os animais que 
habitam nestas regiões são maiores do que os seus parentes que vivem em zonas temperadas 
ou zonas quentes); possuem extremidades curtas (evitando-se as perdas de calor e a 
possibilidade de congelamento)e possuem orelhas e focinho curto. Nas regiões de climas 
quentes, os animais apresentam pêlo curto e pouco espesso; têm menor quantidade de gordura; 
as orelhas e o focinho são mais alongados e as extremidades são grandes para ajudar na perda 
de calor. Estas características facilitam a perda de calor para o meio e evitam o sobre 
aquecimento. 
Relativamente às adaptações dos animais à baixa humidade/escassez de água o camelo 
armazena grandesquantidades de gordura de onde vai retirando a água. Perde pouca água pelo 
corpo, urina muito concentrada, possui cascos almofadados para evitar a transferência de calor, 
pêlo curto e amarelado que reflecte a luz solar. Os répteis possue pele impermeável para 
proteger contra a desidratação. A gazela, elemina das fezes desidratadas, é um exemplo de ser 
com diminuição da produção de urina. A atividade noturna de alguns seres vivos vai permitir 
uma transpiração muito reduzida (ex. rato-canguru). 
As plantas adaptam-se à baixa humidade/escassez de água através das folhas reduzidas, em 
alguns casos é através das folhas transformadas em espinho diminui a perda de água por 
transpiração (ex. catos), da posse de sistemas radiculares longos e ramificados com que podem 
absorver água em vastas áreas, de raízes extensas à superfície e de caules carnudos, obtendo 
uma maior retenção de água. 
Em resumo, as adaptações morfológicas das plantas em ralação a humidade são: as folhas 
reduzidas a espinhos, caule volumoso e carnudo, raízes longas podendo ser superficiais 
revestimento por ceras impermeáveis (cutícula espessa). As adaptações dos animais são: a 
produção de urina muito concentrada, por vezes, quase sólida, o revestimento impermeável do 
corpo impede az saída de água. O Comportamento de não ingestão de água (obtida através dos 
alimentos), adopçãzo de hábitos nocturnos, estivação. 
3.3. Acção da água, Ventos, solo e Fogo como factores limitante 
90% dos seres vivos da Terra desenvolvem-se na água/humidade. Todos os seres vivos 
necessitam de água para aa suas funções vitais e é um substrato para os seres aquáticos. A 
biodiversidade de um dado ecossistema, depende em muito da quantidade de água acessível 
aos seres. Para os seres terrestres a água é de extrema importância tornando-se muitas vezes 
um fator limitante. A quantidade de água que existe no solo ou na atmosfera designa-se por 
humidade. A humidade é um fator diretamente relacionado à água e que tem grande influência 
nos ecossistemas. Ela tende a ser alta durante a noite e baixa durante o dia. A humidade, a luz 
e a temperatura ajudam a regular as atividades dos organismos e a limitar sua distribuição. 
Os animais podem regular suas atividades para evitar a desidratação mudando-se para lugares 
protegidos ou tornando-se ativos durante a noite. Além de seu envolvimento nas atividades 
celulares, a água tem importância na fisiologia vegetal (transpiração e condução das seivas). 
É dos solos que as raízes retiram a água necessária para a sobrevivência dos vegetais. 
O solo, com a sua estrutura, pH e nutrientes inorgânicos, é um importante fator limitante da 
distribuição das plantas e por consequência dos animais herbívoros. Variações na composição 
do solo são responsáveis pelas diferentes plantas que crescem em diferentes ecossistemas. O 
solo é um fator que influencia diretamente na disponibilidade de água para o ecossistema. Solos 
mais arenosos retém menos água e solos com mais matéria orgânica e argila retém grande 
quantidade de água. 
O fogo, da mesma maneira que os tufões e as erupções vulcânicas, são, raras vezes mas com 
grande imprevisibilidade, altamente prejudiciais aos ecossistemas. O fogo ocorre com alguma 
frequência nos ecossistemas com vegetação rasteira e nas florestas em regiões secas. O fogo é 
um fator de perturbação de muitos ecossistemas terrestres onde geralmente determina a 
estrutura da vegetação e sua biodiversidade. O efeito imediato é redução da cobertura vegetal 
e mineralização da matéria orgânica, afetar a sobrevivência das partes aéreas, a germinação 
após a queimada, a regeneração vegetativa, a reprodução sexuada e a mortalidade. 
O vento é um fator abiótico importante por várias razões. Alguns organismos, como, por 
exemplo, bactérias, protistas e muitos insetos que vivem nos picos gelados das altas montanhas, 
necessitam para sobreviver dos alimentos que os ventos transportam até eles. O vento aumenta 
a perda de água por evaporação. A consequente diminuição de temperatura provocada pela 
evaporação pode ser útil num dia quente de verão mas pode causar prejuízos irreversíveis num 
dia frio de inverno. Os organismos têm a capacidade de sobreviver e de se reproduzir num 
determinado ecossistema como resultado da seleção natural. Eliminando os indivíduos menos 
adaptados, o meio "força" a sobrevivência das populações nas condições abióticas que 
encontram, como já acontece com as condições bióticas. 
O vento impulsionam as massas de vapor de água, e modelam as paisagens. A Ação Mecânica 
- quebra as copas, derruba, ou muda o porte árvores. A Ação Fisiológica- migração de vegetal 
e animal. 
3.4. Solo (composição, estrutura e microrganismos) 
O fator abiótico solo é o substrato dos seres terrestres e a sucessão de camadas horizontais. 
Forma-se a partir da erosão de rochas pré-existentes provocadas por agentes atmosféricos e a 
atividades dos seres vivos. O solo é indispensável à vida das plantas (produtores), pois 
oferecem nutrientes minerais, água e suporte. É a camada mais superficial da crosta constituída 
por zonas sobrepostas, que apresentam características favoráveis ao desenvolvimento de 
animais e de outros seres vivos. 
O solo é constituído pela matéria mineral (35%) – resulta da alteração da rocha que originou 
o solo; matéria orgânica (15%) – originada a partir da atividade dos seres vivos, ou seja, resulta 
da morte e decomposição dos seres vivos que a transformam em húmus; seres vivos (5%) – 
podem distinguir-se: em microrganismos – decompositores (ex. batérias e fungos) que 
transformam a matéria orgânica em húmus e consequentemente em matéria mineral ou em 
macrorganismos (ex. minhoca, escaravelhos, toupeira); água (25%) – que circula no solo e 
transporta sais minerais (esta substância é que determina a fertilidade dos solos e condiciona o 
tipo de plantas que ocorrem nos diferentes locais) e gases dissolvidos (ex. CO2, O2) e ao ar 
(20%) – condiciona a vida dos seres vivos no interior do solo. 
Os solos podem distinguir-se em: porosidade – espaços existente entre os componentes sólidos 
o que permite a existência de ar, água e seres vivos no seu interior; permeabilidade – 
capacidade que o solo tem de ser atravessado pela água, isto é, regula a circulação da água e 
pela textura – refere-se ao tamanho dos grãos que constituem os solos (ex. cascalho, areias, 
argilas). 
Existem vários tipos de solo: solo argiloso – retém muita água, pois possui grãos/partículas de 
pequenas dimensões, como tal apresenta poros muito pequenos o que ajuda na retênção de 
água, apesar de ter fraca permeabilidade; solo arenoso – não retém água, pois possui grãos de 
diferentes tamanhos, como tal apresenta poros de grades dimensões, permitindo um grande 
arejamento do solo e a água atravessa com grande facilidade. Pode-se dizer que este tipo de 
solo tem grande permeabilidade. O solo rico em húmus é muito fértil, arejado, possui uma boa 
capacidade de reter água e contêm os sais minerais em quantidades necessárioas para o bom 
desenvolvimento das plantas e animais. 
4. Dinâmica das relações ecológicas 
Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias formas de interacções 
entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou interacções 
biológicas. Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos 
mantêm entre si. Algumas dessas interacções se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos 
os seres vivos ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas 
harmónicas ou positivas. Outras formas de interacções são caracterizadas pelo prejuízo de um 
de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de 
desarmónicas ou negativas. 
Tanto as relações harmónicas como as desarmónicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma 
espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quandoas interacções ocorrem entre organismos 
da mesma espécie, são denominadas relações interaespecíficos ou homotípicas. Quando as 
relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de 
interespecíficos ou heterotípicas. 
4.1. Relações harmónicas 
1. Sociedades 
As sociedades são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados de um 
modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os indivíduos denominados sociais, 
colaboram com a sociedade em que estão integrados graças aos estímulos recíprocos. 
Sempre observamos a existência de hierarquia, uma divisão de funções para cada 
membro participante, o que gera indivíduos especialistas em determinadas funções 
aumentando a eficiência do conjunto e sobrevivência da espécie, a ponto de ocorrerem 
selecções na escolha da função de acordo com a estrutura do corpo de cada animal. Por 
exemplo, formigas e abelhas. 
- Sociedades animais e humanas 
Uma sociedade humana é uma rede de relacionamentos entre pessoas, uma comunidade 
interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de 
pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. A sociedade é a consequência do 
comportamento propositado e consciente. Isso não significa que os indivíduos tenham firmado 
contratos por meio dos quais teria sido formada a sociedade. As ações que deram origem à 
cooperação social, e que diariamente se renovam, visavam apenas à cooperação e à ajuda 
mútua, a fim de atingir objetivos específicos e individuais. 
Sociedade é divisão de trabalho e combinação de esforços. Por ser um animal que age, o homem 
torna-se um animal social. O ser humano nasce num ambiente socialmente organizado. O 
indivíduo vive e age em sociedade. Mas a sociedade não é mais do que essa combinação de 
esforços individuais. A sociedade em si não existe, a não ser através das ações dos indivíduos. 
2. Colónias 
Uma colónia é o agrupamento de vários indivíduos da mesma espécie que apresentam um 
elevado grau de dependência entre si, podendo ou não ocorrer divisão do trabalho. Quando 
constituídas por organismos que apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho, 
todos os indivíduos são iguais e executam as mesmas funções vitais, nesses casos são 
denominadas colonias isomorfas. Por exemplo as colónias de corais. 
Quando constituídas por indivíduos com formas e funções distintas ocorre a divisão de 
trabalhos, (são denominadas colonias heteromorfas). Um exemplo é o celenterado da espécie 
Physalia physalis, popularmente conhecida por “ caravela” , que forma colónia com indivíduos 
especializados na protecção e defesa, os chamados dactilozoides, especializados na reprodução 
os chamados gonozoides, especializados em natação os chamados nectozoides, especializados 
na flutuação os chamados pneumozoides, e os especializados em digestão os chamados 
gastrozoides, cada qual desempenhando funções diferentes no conjunto. 
3. Mutualismo 
O mutualismo é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, em que ambos são 
beneficiados. Um bom exemplo desta relação costumava ser a associação de algas e fungos 
formando os líquens, porém estudos recentes classificam esse tipo de relação como um 
parasitismo controlado, uma vez que foi evidenciada uma estrutura do fungo chamada 
apreensório, que possui a função de agarrar a alga (estrutura é comum em parasitas). 
Outro exemplo é a relação entre os cupins e a triconinfa. Os cupins, ao comerem a madeira, 
não conseguem digerir a celulose, mas em seu intestino vivem os protozoários, capazes de 
digeri-la. Os protozoários, ao digerirem a celulose, permitem que os cupins aproveitem essa 
substância como alimento. Dessa forma, os cupins atuam como fonte indireta de alimentos e 
como “ residência” para os protozoário 
4. Comensalismo 
O comensalismo é um tipo de associação entre indivíduos onde um deles se aproveita dos restos 
alimentares do outro sem prejudicá-lo. O ser vivo que se aproveita dos restos alimentares é 
denominado comensal, enquanto que o ser vivo que lhe proporciona esse alimento fácil é 
denominado anfitrião. Alguns exemplos de comensalismo: A rêmora e o tubarão. A rêmora ou 
peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ventosa, com 
a qual se fixa no ventre, próximo à boca do tubarão e é levada com ele. Quando o tubarão 
estraçalha a carne de suas presas, muitos pedacinhos de carne se espalham pela água e a rêmora 
se alimenta desses restos alimentares produzidos pelas atividades do tubarão. 
O exemplo didático mais antigo e mais clássico de comensalismo é o caso das hienas que se 
aproveitam dos restos das carcaças deixadas pelos leões. No entanto, algumas observações 
realizadas indicam que as hienas esperam que o leão faça o trabalho de abater a presa, em 
seguida o bando de hienas ataca o leão de forma a afugentá-lo e assim conseguem se apoderar 
de sua caça, inclusive impedindo que ele se alimente da caça que ele mesmo abateu, 
caracterizando assim uma relação de esclavagismo interespecífico e não propriamente de 
comensalismo. Vez por outra as hienas abatem leões e os devoram numa relação clara de 
predatismo. O comensalismo entre hienas e leões só acontece quando o leão já está fartamente 
alimentado e já tendo saciado a sua fome, abandona os restos da carcaça para as hienas e 
abutres. 
5. Inquilinismo ou Epifitismo 
O inquilinismo (ou epifitismo no caso das plantas) é um tipo de associação em que apenas um 
dos participantes se beneficia, sem causar qualquer prejuízo ao outro. Nesse caso, a espécie 
beneficiada obtém abrigo ou, ainda, suporte no corpo da espécie hospedeira, e é chamada de 
inquilino. Um exemplo típico é a associação entre orquídeas e árvores. Vivendo no alto das 
árvores, que lhe servem de suporte, as orquídeas encontram condições ideais de luminosidade 
para o seu desenvolvimento, e a árvore não é prejudicada 
Outro exemplo é o do Fierasfer, um pequeno peixe que vive dentro do corpo do pepino-do-
mar (Holoturia). Para alimentar-se, o Fierasfer sai do pepino-do-mar e depois volta. Assim, o 
peixe encontra proteção no corpo do pepino-do-mar, que não recebe benefício nem sofre 
desvantagem. 
4.2. Relações desarmónicas ou antagónicas 
1. Competição 
Existem duas modalidades de competição: Competição interespecíficos e Competição 
intraespecífica. 
A competição interespecíficos é uma relação de competição entre indivíduos de espécies 
diferentes, que concorrem pelos mesmos factores do ambiente, factores existentes em 
quantidades limitadas. 
Exemplos: 
- Corujas, cobras e gaviões são predadores que competem entre si pelas mesmas espécies de 
presas, principalmente por pequenos roedores (ratos, coelhos etc...) que são as presas 
predilectas destes diferentes predadores, portanto é uma competição por alimento. 
- Árvores de diferentes espécies crescendo umas muito próximas das outras competem entre sí 
pelo espaço para as copas das árvores se desenvolverem e assim obterem mais luz solar para 
realizarem a fotossíntese, portanto é uma competição por luz solar. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orqu%C3%ADdea
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepino-do-mar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepino-do-mar
A competição intraespecífica é uma relação de competição entre indivíduos da mesma 
espécie, que concorrem pelos mesmos factores do ambiente, que existem em quantidade 
limitada. A competição intraespecífica determina, basicamente, a densidade da população em 
certo local. Um exemplo desse tipo de competição é a territorialidade: disputa por espaço. 
Machos de uma mesma espécie precisam competir entre si pelas fêmeas dessa mesma espécie, 
fenômeno esse chamado "selecção sexual". O leão, por exemplo, tem que competir com os 
outros leões do bando porque os leões praticam a poligamia patriarcal e é necessário competir, 
lutar para ganhar ou perder, a chance de se acasalar com todas aquelasfêmeas do bando. 
2. Amensalismo (Alelopatia e antibióticos) 
O amensalismo ou antibiose consiste numa relação desarmônica em que indivíduos de uma 
população secretam ou expelem substâncias que inibem ou impedem o desenvolvimento de 
indivíduos de populações de outras espécies. O exemplo mais clássico de amensalismo são os 
antibióticos produzidos por fungos que impedem a proliferação das bactérias. Esses 
antibióticos são largamente utilizados pela medicina, no combate às infecções bacterianas. O 
mais antigo antibiótico que se conhece é a penicilina, substância produzida pelo fungo 
Penicillium notatum. 
Algumas plantas produzem substâncias inibidoras que são exaladas ao seu redor com a 
finalidade de inibir a germinação de outras plantas evitando assim que surjam plantas 
competidoras nas proximidades da planta inibidora, plantas que poderiam competir por espaço, 
luz e água mas que nem chegam a germinar porque foram inibidas, deixando assim a área livre 
para a inibidora se desenvolver sozinha. 
3. Predatismo 
Predação é uma relação desarmônica em que um ser vivo, o predador, captura e mata um outro 
ser vivo, a presa, com o fim de se alimentar com a carne dele. Geralmente, é uma relação 
interespecífica, ou seja, uma relação que ocorre entre espécies diferentes. 
 
Os carnívoros são exemplos de animais predadores, o leão, o lobo, o tigre e a onça são 
predadores que caçam, matam e comem zebras, coelhos, alces, capivaras e outros animais. Nas 
águas são comuns os peixes predadores que vivem caçando e matando outros peixes a fim de 
se alimentarem; aves predadoras, que matam e comem outros animais, como as corujas, águias 
e gaviões que atacam aves menores, ou seus ovos. 
Raros são os casos em que o predador é uma planta. As plantas carnívoras, no entanto, são 
excelentes exemplos, pois aprisionam, matam e digerem principalmente insetos afins de 
absorver os minerais contidos na carne deles. 
Os predadores estão sujeitos a fortes pressões selectivas para aprimorar dois aspectos da sua 
habilidade: a sensibilidade e especificidade de detectar a presa e as adaptações que ajudem a 
capturar e dominar a sua preza (garras desenvolvidas, dentes aguçados, bicos fortes e curvados, 
deslocamento rápido, salto ou voo picado e órgãos de sentido bem apurados). 
Por seu turno, as presas enfrentam também fortes pressões selectivas para contornar as 
adaptações dos seus predadores : mecanismos para subverter as modalidades sensoriais dos 
predadores e para escapar à captura caso sejam detectados (camuflagem, mimetismo, coloração 
de aviso, defesa química). 
4. Canibalismo 
Canibalismo é uma relação de predatismo intraespecífico em que seres de uma mesma espécie 
comem outros seres da sua própria espécie. 
Muitas espécies de peixes devoram os alevinos de sua própria espécie, jacarés e crocodilos 
também devoram filhotes das suas espécies. As fêmeas da aranha viúva-negra e dos insetos 
louva-a-deus devoram o macho logo após acasalamento, para obter as proteínas de seu 
organismo, necessárias para desenvolver os ovos no seu organismo e também para impedir que 
o macho copule com outras fêmeas, a fim de passar a melhor genética para seus descendentes 
e não deixar que passe essa genética para descendentes de outras fêmeas. 
5. Parasitismo 
Parasitismo é uma relação desarmônica entre seres de espécies diferentes, em que um deles é 
o parasita que vive dentro ou sobre o corpo do outro que é designado hospedeiro, do qual retira 
alimento para sobreviver em um tempo constante. 
Os parasitas geralmente não têm intenções de causar a morte dos hospedeiros, no entanto por 
vezes a população do parasita cresce exageradamente em determinados hospedeiros de forma 
que a superpopulação desses parasitas acaba causando a morte desses hospedeiros devido ao 
excesso de prejuízos causados pela quantidade anormal de parasitas parasitando um só 
organismo hospedeiro, designada hiperinfestação de parasitas. 
Quanto à localização no corpo do hospedeiro, os parasitas podem ser classificados em: 
Ectoparasitas "ecto" significa à superfície, Endoparasitas "endo" significa internos, Parasitas 
intracelulares "intra" significa dentro das células. Ectoparasitas são parasitas que vivem no 
exterior do corpo dos hospedeiros como os carrapatos, piolhos, pulgas, mosquitos e outros. 
Endoparasitas são parasitas que vivem no interior dos hospedeiros como a maioria das bactérias 
patogênicas, protozoários, o bicho-geográfico da dermatite linear sepiginosa, bicho-de-pé da 
tungíase, vermes intestinais e outros. Parasitas intracelulares são parasitas microscópicos que 
vivem e se reproduzem no interior das células dos hospedeiros, como os vírus e alguns 
protozoários, como o Plasmodium causador da malária. 
6. Esclavagismo 
Esclavagismo é um tipo de relação ecológica entre seres vivos onde um ser vivo se aproveita 
das atividades, do trabalho ou de produtos produzidos por outros seres vivos. Existem duas 
modalidades de esclavagismo: esclavagismo interespecífico e esclavagismo intraespecífico. 
Esclavagismo interespecífico é uma modalidade de esclavagismo quando esse tipo de relação 
ocorre entre indivíduos de diferentes espécies de seres vivos, exemplos: humanos e abelhas; 
formigas e pulgões. 
Esclavagismo intraespecífico é uma outra modalidade de esclavagismo que ocorre quando esse 
tipo de relação se desenvolve entre indivíduos da mesma espécie, exemplos: o leão "macho 
alfa" do bando é um esclavagista porque se aproveita do trabalho das leoas: a hiena "matriarca" 
do bando é uma esclavagista porque se aproveita do trabalho do bando: o homem é ou já foi 
esclavagista se aproveitando do trabalho de escravos humanos. 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_ecol%C3%B3gicas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Humano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Abelha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo
 
4.3. Coevolução nas diferentes formas de interacção 
A coevolução pode ser definida como a evolução simultânea de duas ou mais espécies que têm 
um relacionamento ecológico próximo. Através de pressões seletivas, a evolução de uma 
espécie torna-se parcialmente dependente da evolução da outra. É uma influência recíproca, 
onde as mudanças evolutivas de cada espécie influenciam as mudanças evolutivas da outra 
espécie. A coevolução é um processo biológico em que duas espécies exercem influência uma 
sobre a outra e evoluem juntas. 
As coadaptações que ocorrem entre algumas espécies provavelmente acontecem devido a 
coevolução entre elas, mas é necessário que seus ancestrais tenham evoluído juntos, ou seja, 
que desde os ancestrais das duas ou mais espécies já ocorriam adaptações mutuas que foram 
evoluindo reciprocamente levando às espécies atuais. Pode ocorrer que duas espécies evoluam 
independentemente e quando se encontram já estão coadaptadas, mas nesse caso não ocorreu 
uma coevolução entre elas. A coevolução pode acontecer com um benefício mútuo entre as 
espécies, que é quando ocorre a relação de mutualismo, ou pode acontecer por um processo 
antagônico, como na relação parasita-hospedeiro. 
4.3.1. Coevolução entre predadores e presas 
A coevolução, no caso da predação, tende a moldar predadores mais perigosos e estratégias de 
defesa mais eficazes por parte das presas. Sendo assim, continuamente há seleção de boas 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie
http://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o_seletiva
técnicas de predação (velocidade, força, precisão, adaptações morfológicas, etc.), já que 
predadores pouco eficientes não são capazes de capturar as presas mais adaptadas ao escape, e 
são selecionados negativamente frente ao mais eficientes. Concomitantemente, presas tendem 
a ser selecionadas quanto à capacidade de evitar a predação (defesas melhores, capacidade de 
fuga, estratégias crípticas, etc.). 
A corrida armamentista evolutiva pode atuar em vários tipos de relações ecológicas,sendo 
em espécies diferentes, ou até mesmo organismos de mesma espécie, desde que haja algum 
tipo de competição entre os participantes da corrida. 
O tipo mais comum e mais estudado em que a corrida ao armamento pode ser entendida é a 
relação entre presa-predador. Vermeij (1987) sugeriu que ao longo do tempo a briga evolutiva 
entre presa-predador vem se tornando cada vez mais forte, pois predadores desenvolvem 
adaptações cada vez mais eficientes para capturar a presa e ao mesmo tempo as presas 
melhoram suas defesas com o surgimento de características que elevam seus valores 
adaptativos. 
Em seu trabalho Vermeij propos o termo escalada evolutiva, tentando ilustrar que mesmo ao 
longo da evolução, os predadores atuais não são mais nem menos eficientes em capturar as 
suas presas se comparados aos predadores ancestrais. Esse argumento se encaixa na hipótese 
da Rainha Vermelha e na corrida armamentista evolutiva, pois mesmo adquirindo várias 
adaptações para a predação, o resultado foi um processo de soma igual a zero, pois a presa, ao 
longo do tempo, apresentou também especialidades que diminuem ou anulam o valor 
adaptativo conseguido pelo predador, igualmente a relação de predadores e presas ancestrais. 
 
O exemplo mais clássico de corrida armamentista evolutiva entre a relação presa-predador é 
entre a lebre e a raposa. A lebre como presa, constantemente tem que desenvolver estratégias 
de camuflagem e fugas mais rápidas para escapar com sucesso da raposa, e se manter viva. 
Caso isso ocorra, e se a raposa for monófaga (se alimenta de apenas um tipo de presa), ela 
sofrerá uma pressão seletiva e, se quiser obter alimento, terá que desenvolver ao longo do 
tempo adaptações, como por exemplo, músculos que a tornam mais rápida, que melhoram sua 
investida e eficiência na captura da lebre. Então a pressão seletiva agora se volta para o lado 
da lebre e mais uma vez será a presa que terá que evoluir nas seguintes gerações para não ser 
predada pela raposa, e assim sucessivamente. Desse modo a lebre corre pela vida e a raposa 
pelo alimento, sendo movidas por motivos diferentes, assim são componentes desse ciclo que 
é a corrida evoutiva. 
De acordo com Van Valen (1973), a evolução não é progressiva, pois as curvas de 
sobrevivência taxonômicas em escala logarítmica são lineares. Também mostrou que a 
macroevolução é moldada por um modo de coevolução chamado Rainha Vermelha. A 
coevolução em escalada é um exemplo de coevolução Rainha Vermelha. Essa log-linearidade 
mostrou que a probabilidade de uma espécie ser extinta independe de há quanto tempo ela 
existe. 
Na coevolução Rainha Vermelha, o nível de adaptação de uma espécie que está competindo 
com outra não muda, pois enquanto uma espé 87cie investe em armamentos, a outra investe 
em defesa, mantendo sempre uma competição estável. Assim as espécies se mantém em 
equilíbrio Rainha Vermelha, sempre que possível evoluem para alcançar um melhoramento 
adaptativo. 
Essa hipótese Rainha Vermelha é devido à Rainha Vermelha em Alice Através do Espelho do 
livro de Lewis Carrol: "aqui, veja você, é preciso correr tanto quanto se consegue para ficar no 
mesmo lugar". Na coevolução Rainha Vermelha, as espécies sofrem pressão seletiva para que 
seja capaz de enfrentar as espécies competidoras, melhorando em uma taxa constante. 
4.3.2. Coevolução entre Parasita-Hospedeiro 
A hipótese da Rainha Vermelha, através da corrida armamentista, se tornou muito evidente 
também em espécies que desempenham a relação parasita-hospedeiro. Tendo isso como base, 
é fácil imaginar uma corrida evolutiva nesse tipo de relação. Uma mudança no parasita que 
aumente sua capacidade de penetrar ou de se estabelecer no hospedeiro trará problemas a esse 
último. Então será necessária uma mudança no hospedeiro que sobreponha a adaptação 
conquistada pelo parasita, e caso sejam gerados mutantes com frequência, esse ciclo pode 
perdurar por muito tempo. 
 
Neste tipo de interação, o exemplo mais claro de corrida evolutiva ocorre entre um vírus e seu 
hospedeiro, muito provavelmente pela alta taxa de mutação e evolução do vírus. O vírus, por 
ser um organismo muito simples, consegue se reproduzir e obter mutações de maneira muito 
rápida e evoluir para formas diferentes constantemente, dificultando a proteção imunológica 
de seu hospedeiro. 
 
O vírus da gripe (Influenza) é comum entre os seres humanos e está em constante corrida 
devido a sua alta taxa de mutação. Ao ser infectada, uma pessoa (tomando como exemplo o ser 
humano) sofre os sintomas e relativamente com pouco tempo pode obter uma imunidade àquele 
vírus, seja por mutação, por medicamento, entre outros. 
 Aquele vírus que foi eliminado, não infectará mais a pessoa que adquiriu a imunidade, a menos 
que este vírus sofra uma mudança e apresente um novo sistema de infecção capaz de penetrar 
e se estabelecer na pessoa. A taxa de evolução de um vírus é muito alta, e com a gripe não é 
diferente, logo irá sofrer uma mutação que lhe permitirá contaminar aquele hospedeiro. 
Novamente se restabelece o ciclo da corrida armamentista evolutiva, mas agora a pessoa 
infectada terá que desenvolver imunidade ao novo vírus que a infectou. 
 Por esse motivo a gripe é muito frequente entre os seres humanos, e nunca uma pessoa será 
infectada pelo mesmo vírus e mesma gripe mais de uma vez, ou seja, cada gripe é única. No 
caso do Influenza, bastando adquirir imunidade a um determinado tipo uma vez, ele não 
infectará mais, a menos que outro tipo infecte, ou que aquele tipo anterior sofra uma mutação 
permitindo a conquista do hospedeiro que ainda não possui um sistema imunológico capaz de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Influenza
combater essa nova forma do vírus. O fato do vírus conseguir mudar de forma rapidamente, 
como por exemplo o da gripe, faz com que ele não seja exatamente igual ao de antes, assim o 
sistema imunológico de uma pessoa não reconheçe aquele parasita como o mesmo que a 
contaminou anteriormente, então o corpo terá que desenvolver uma nova defesa contra o atual 
infectante. 
Muitos outras espécies se relacionam na forma parasita-hospedeiro e estão em constante 
corrida de modo que suas pressões seletivas são guiadas de acordo com o surgimento de uma 
nova adaptação do outro componente da interação. Daphnias (conhecidas como pulgas 
d’ água), por exemplo, são frequentemente infectadas por parasitas microscópios que através 
de sua virulência conseguem reduzir a densidade populacional das pulgas d’ água, mas em 
contrapartida esse pequeno crustáceo nas próximas gerações pode gerar alguma progênie 
mutada que apresenta resistência ao infectante, inibindo ou diminuindo o parasitismo, forçando 
o parasita a entrar na corrida evolutiva. 
Vermes, insetos, protozoários, bactérias, fungos, todos esses possuem exemplos de parasitismo 
em vários hospedeiros, como plantas, vertebrados, invertebrados, entre outros, assim então 
podendo entrar em um ciclo de coevolução que é a corrida armamentista. 
4.3.3. A coevolução entre mutualistas 
Pode conduzir a um arranjo estável de adaptações complementares que promovam a interação. 
Segundo Futuyma (2003), o termo coevolução foi utilizado pela primeira vez 
por Erlich e Raven (1964) na descrição sobre prováveis influencias que plantas e insetos 
herbívoros têm sobre a evolução do outro. Duas espécies podem estar evoluindo de modo 
independente e em um determinado tempo pode simplesmente ocorrer que as duas formas 
estejam mutuamente adaptadas (pré-adaptadas). 
Logo, para demonstrar coevolução deve-se não só mostrar que as duas formas estejam 
coadaptadas hoje, mas que seus ancestrais evoluíram juntos, exercendo forças seletivas um 
sobre o outro. Não há um acordo coletivo entre a definição do termo. Tem sido amplamente 
definido como evolução na qual a adaptabilidade de cada genótipo depende das densidades 
populacionais e da composição genética da própria espécie e da espécie

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