Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Traumatismo Cranioencefálico (TCE) TCE Definição: Define-se como TCE toda e qualquer lesão que envolva anatomicamente desde o couro cabeludo até o parênquima encefálico. O traumatismo cranioencefálico, é uma lesão no crânio provocada por uma pancada ou trauma na cabeça, que pode atingir o cérebro e ocasionar sangramento e coágulos. TCE Epidemiologia: Aproximadamente 1,6 milhões de atendimentos por TCE por ano; Cerca de 500 mil são de lesões Cerebrais Traumáticas, sendo 80% de lesões leves e 20% de lesões moderadas a graves. TCE Epidemiologia: O paciente com TCE tem 32,8% de probabilidade de apresentar outro traumatismo associado, podendo contribuir com o resultado final; As colisões automobilísticas consistem na principal causa de TCE no indivíduo com idade inferior a 65 anos; As quedas constituem a principal causa de TCE nos idosos. TCE Fisiopatologia: Lesão Cerebral Primária; Lesão Cerebral Secundária. Classificação das Lesões As lesões podem ser: Focais; Difusas. Em qualquer uma destas situações, as áreas do cérebro afetadas serão avaliadas através da realização da tomografia computadorizada, para haver um tratamento mais adequado e mais seguro. Classificação do TCE Aberto: Objetos penetrantes; Há fratura do crânio. Fechado: Mais frequente; Lesão provocada pelo impacto do encéfalo contra o crânio; A gravidade da lesão depende da intensidade do impacto. Classificação do TCE Pode ser classificado em vários tipos, dependendo da gravidade, da pancada, do grau das lesões no cérebro e dos sintomas apresentados, como: Leve: é o tipo mais comum, em que a pessoa se recupera mais rapidamente, pois caracteriza-se por lesões cerebrais menores; Moderado: consiste na lesão que atinge uma área maior do cérebro e a pessoa tem maior risco de ter complicações; Grave: baseia-se em lesões cerebrais extensas, com presença de grandes sangramentos na cabeça. Classificação do TCE – GLASGOW O máximo da pontuação é 15 pontos e o mínimo é 3. TCE Leve – 13 a 15; TCE Moderado – 9 a 12; TCE Grave – 3 a 8. TCE Principais Lesões: Lesão de Couro Cabeludo; Escoriações; Contusão; Equimose; Laceração; Hemorragias: (Hematoma epidural, subdural, subaracnóide e intracerebral). TCE Hematoma Epidural: Acúmulo sanguíneo entre dura-máter e calvária; Curto período de perda de consciência, seguido de um período de lucidez; Perda progressiva da consciência; Hemiparesia; Anisocoria (pupilas diferentes). TCE Hematoma Subdural: Acúmulo de sangue entre o cérebro e seu revestimento externo, o crânio; Sintomas: Cefaleia; Distúrbios visuais; Alteração da personalidade; Disartria; Hemiparesia ou hemiplegia. TCE Hematoma Subaracnóide: Extravasamento subido de sangue no interior do espaço subaracnóideo; Pior prognóstico; Sintomas: Cefaleia intensa súbita; Geralmente com perda ou comprometimento de consciência. TCE Hemorragia Intracerebral: Sangramento dentro do cérebro; Geralmente resulta de hipertensão crônica. Sintomas: Cefaleia intensa e repentinas; Letargia; Falta de equilíbrio; Perda de consciência e Vômitos. TCE – DÉFICITS FÍSICOS Paralisia (pode envolver todos os membros); Alteração do tônus muscular; Contraturas; Deformidades; Ataxia e Tremor extrapiramidal. Observa-se com frequência a ocorrência de controle postural deficiente e distúrbios na fala, através da ocorrência de disartria e apraxia. TCE – DISTÚRBIO SENSORIAIS Perda da capacidade de discriminação ou distorção na discriminação tátil - dor, temperatura, textura e propriocepção; Déficits na percepção auditiva; Déficits na percepção gustativa; Déficits na percepção olfativa; Déficits na percepção visual. TCE – DÉFICITS COGNITIVOS Habilidade para manter a atenção e concentração pode estar afetada em decorrência da dificuldade do paciente em “filtrar” estímulos irrelevantes; Pode apresentar amnésia pós-traumática; Dificuldade para aprendizagem de novas habilidades; Déficits de linguagem; Os déficits perceptuais manifestam-se como desordem na relação espacial, esquema corporal e inabilidade de reconhecer objetos familiares. TCE – DÉFICITS COMPORTAMENTAIS Os distúrbios de comportamento podem ocorrer nos estágios iniciais da reabilitação, manifestando-se pela ocorrência de: Labilidade emocional (mudança rápida e imotivada do humor ou estado de ânimo); Agressividade física ou verbal; Desorientação e Impulsividade; Agitação; Irritabilidade; Baixo limiar de frustração e Desinibição sexual. ATENÇÃO! Esses déficits físicos, sensoriais, cognitivos e comportamentais acarretam a redução ou perda do contato social, podendo afetar a auto estima e, consequentemente, a qualidade de vida. TCE Principais Causas: Acidentes automobilísticos; Quedas graves; Acidentes que ocorrem durante a prática de esportes; Agressões. TCE Principais Sintomas: Sangramento na cabeça, ouvido ou rosto; Desmaio; Perda de memória; Alterações na visão; Olhos arroxeados Dor de cabeça intensa; Confusão e fala alterada; Perda de equilíbrio; Vômitos; Sonolência excessiva; Pupilas com tamanhos diferentes; Perda de sensibilidade em alguma parte do corpo. ATENÇÃO! Se em caso de acidente, uma pessoa apresentar estes sintomas citados no slide anterior, é necessário chamar imediatamente a ambulância do SAMU, no 192, para que seja realizado o atendimento especializado. Entretanto, é importante não movimentar a vítima, verificar a respiração e, se a pessoa não tiver respirando, é preciso fazer massagens cardíacas. Indicações e Contraindicações Fisioterapêuticas Indicações fisioterapêuticas: Utiliza - se diversos recursos visando a recuperação funcional dos pacientes pós TCE, as técnicas mais utilizadas são a cinesioterapia, a facilitação neuromuscular proprioceptiva, conceito bobath, hidroterapia, dispositivos auxiliares e treino de marcha. Contraindicações fisioterapêuticas: Nesses casos quando existem, dependem de cada paciente e do estágio de recuperação do mesmo. Tratamento O tratamento deste tipo de trauma deve ser feito o quanto antes, pois quanto mais precoce, mais chances a pessoa tem de cura e menores são os riscos de sequelas; Para um melhor tratamento é necessário fazer reabilitação com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional ou fonoaudiólogo, para diminuir os efeitos negativos das sequelas e, desta forma, melhorar a qualidade de vida da pessoa que sofreu o traumatismo cranioencefálico. Tratamento O tratamento depende do tipo, gravidade e extensão das lesões no cérebro; Nos casos mais leves, o médico poderá recomendar uso de medicamentos para dor, realização de sutura ou curativos no caso de lesões cortantes; Nos casos moderados a graves, em que existem hemorragias, fraturas ou lesões cerebrais graves, poderá ser indicada cirurgia para aliviar a pressão na cabeça e reduzir o sangramento e, por isso, pode ser necessária a internação em UTI; Além disso, muitas vezes, pode-se justificar o coma induzido, que serve para diminuir a atividade cerebral, de forma a acelerar a recuperação. Tratamento Fisioterapêutico A fisioterapia tem um papel importante na reabilitação dos pacientes com sequelas decorrentes de TCE. Pós TCE: Motora; Respiratória. Subagudas e Crônicas: Ganhar ADM. Tratamento Fisioterapêutico As sequelas têm relação direta com a topografia e a gravidade da lesão dependendo da área encefálica lesionada o paciente poderá apresentar dificuldades motoras, alterações na linguagem, alterações cognitivas, dificuldades visuais e dentre outras. Tratamento Fisioterapêutico Na fase inicial, ainda na unidade de terapia intensiva: Manter as vias aéreas pérvias; Mudanças regulares de decúbito; Mobilizações passivas; Alongamentos musculares; Deambulação e Ortostatismos precoces. Na fase de acompanhamento ambulatorial: A fisioterapia tem como objetivo maior, a recuperação da funcionalidade do indivíduo nas suas atividades de vida diárias e participação. Tratamento Fisioterapêutico A fisioterapia contribui de forma ímpar na reabilitação de um paciente que sofreu um TCE. O fisioterapeuta atuará de maneira a evitarcontraturas musculares, negligencias de membros afetados e desmotivação do paciente. No tratamento fisioterapêutico pode ser utilizado, mobilização articular, alongamentos, fortalecimento e entre outros. Artigo - Relato de Caso Introdução O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma causa comum de morte, incapacidades e sequelas motoras e neurológicas, dessa forma é a principal causa etiológica de fraturas mandibulares com frequência de 57,7% dos casos sendo o sexo masculino o mais afetado em uma faixa etária entre 18 a 25 anos . Os locais da mandíbula mais acometidos são: a região da parassínfise, o corpo e o ângulo. Na presença de trauma de face associado, os do tipo zigomático-orbitário e da maxila (Le Fort) são os principais. Objetivo: avaliar o efeito da fisioterapia no aumento da amplitude de movimento mandibular pós trauma cranioencefálico. Material e Métodos Apresentação do caso: Paciente do gênero masculino, 45 anos, vítima de acidente automobilístico grave, com sequela de traumatismo craniano atendido na fisioterapia no segundo mês do pós-operatório. Avaliação inicial: exame físico: Inspeção: paralisia facial do lado esquerdo, cicatrizes na região sagital e dentro da mandíbula, fios metálicos aparentes no arco dentário inferior. Foram avaliadas as amplitudes de movimento mandibular de abertura, desvio lateral direito, desvio lateral esquerdo e protrusão com paquímetro digital 300 mm da marca Digimess, dor ao movimento mandibular de abertura de em uma escala de 0 a 10. Material e Métodos Conduta realizada: Mobilização articular (artocinemática e osteocinematica) da articulação temporomandibular (ATM) 5 vezes seguidas de 30 segundos; Alongamento passivo da musculatura mastigatória, 10 vezes por 20 segundos, Exercícios ativos para abertura da boca, exercícios de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), exercícios com carga manual, durante 10 minutos; Exercícios ativo livre de reeducação dos movimentos mandibulares: abertura e fechamento da boca e lateralização bilateral durante 15 minutos. Resultados Foram realizadas 17 sessões de 40 minutos e analisados os seguintes movimentos pré e pós tratamento: abertura ativa sem dor: pré: 23,08 mm, pós: 39,45 mm; abertura máxima com dor: pré: 31,08 mm, pós: 40,90 mm; lateralização esquerda: pré: 1 mm, pós: 6,46 mm; lateralização direita: pré: 0 mm, Pós: 8,09 mm. Conclusão O tratamento fisioterapêutico contendo mobilização articular, alongamentos, fortalecimento e educação do paciente foi efetivo para aumentar a ADM mandibular nos casos de traumatismo craniano. Referências SANARMED. Trauma Cranioencefálico (TCE): o que é, a anatomia do crânio e tipos de lesões. Disponível em: https://www.sanarmed.com/trauma-cranioencefalico-2. Acesso em: 24 out. 2021. HEADACHE MEDICINE. Tratamento fisioterapêutico do paciente pós-trauma cranioencefalico - relato de caso. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/index.php/hm/article/view/155. Acesso em: 24 out. 2021. FISIOCTI. Traumatismo Cranioencefálico. Disponível em: https://fisiocti.com/site/traumatismo-cranioencefalico. Acesso em: 24 out. 2021. Referências INTERFISIO. Intervenção Fisioterapêutica em pacientes pós-trauma Cranioencefálico (TCE) na unidade de Terapia Intensiva. Disponível em: https://interfisio.com.br/intervencao-fisioterapeutica-em-pacientes-pos-trauma-cranioencefalico-tce-na-unidade-de-terapia-intensiva/. Acesso em: 24 out. 2021. BIOCURSOS. Papel da Fisioterapia em casos de pacientes pós Traumatismo Craniniano Encefálico. Disponível em: https://www.portalbiocursos.com.br/?u=papel-da-fisioterapia-em-casos-de-pacientes-pos-traumatismo-craniano-encefalico. Acesso em: 28 out. 2021. Obrigado! Alunos: Amanda da Silva Moraes; Layla Lorrane Deodato Costa; Lucas dos Santos Farias; Marlyson David França de Morais. Prof. Priscila Menez da Cruz Google
Compartilhar