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IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII APG 26 CÂNCER DE MAMA ANATOMIA DA MAMA - Cada mama é uma projeção hemisférica de tamanho variável anterior aos músculos peitoral maior e serrátil anterior (ligado aos músculos por tecido conjuntivo denso irregular) - Cada mama tem uma projeção pigmentada, a papila mamária, que está repleta de ductos lactíferos - A aréola da mama, corresponde a área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo, tem aspecto áspero, porque contém glândulas sebáceas modificadas - A mama é suspensa por faixas de tecido conjuntivo, os ligamentos suspensores da mama, correm entre a pele e a fáscia e apoiam a mama - Esses ligamentos suspensores da mama tornam-se mais soltos com a idade ou com a tensão excessiva que pode ocorrer na prática prolongada de corrida ou atividade aeróbica de alto impacto - No interior de cada mama está uma glândula mamária, a glândula mamária corresponde a uma glândula sudorífera modificada que produz leite - Possui de 15-20 lobos, ou compartimentos, que são separados por uma quantidade variável de tecido adiposo - Em cada lobo existem vários compartimentos menos chamados lóbulo, compostos por agrupamentos de glândulas secretoras de leite em forma de uva chamados de alvéolos - A contração das células mioepiteliais em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o leite em direção às papilas mamárias, passam por vários túbulos secundários e, em seguida, para os ductos mamários - Os ductos mamários se expandem discretamente para formar seios chamados seios lactíferos, onde um pouco de leite pode ser armazenado antes de ser drenado para um ducto lactífero, que transporta leite de um dos lobos para o exterior IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII HISTOLOGIA DA MAMA - A estrutura histológica das glândulas mamárias varia de acordo com o sexo, a idade e o estado fisiológico - Mamilo: coberto por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado contínuo com o da pele adjacente - Lóbulo: é imerso em tecido conjuntivo intralobular frouxo e muito celularizado - Entre os lóbulos o tecido conjuntivo interlobular que separa os lóbulos é mais denso e menos celularizado - Ducos lactíferos: revestidos por epitélio estratificado pavimentoso, que se transformam rapidamente em estratificado colunar ou cuboide - O revestimento dos ductos galactóforos e ductos interlobulares terminais é formado por epitélio simples cuboide, envolvido por células mioepiteliais - Alvéolos: cercado por tecido conjuntivo rico em linfócitos e plasmócitos - A população de plasmócitos aumenta significativamente no fim da gravidez, porque eles são responsáveis pela secreção de imunoglobulinas (Iga secretora), que conferem imunidade passiva ao recém-nascido - Ciclo menstrual: provoca alterações na histologia - Proliferação de células dos ductos na fase de ovulação, pico do estrógeno - A maior hidratação do tecido conjuntivo na fase pré-menstrual pode provocar aumento do volume da mama Glândula mamária em repouso, formada por ductos lactíferos imersos em tecido conjuntivo IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII Glândula mamária em lactação, há crescimento de inúmeros alvéolos (A) nas extremidades dos ductos galactóforos que cresceram e se ramificaram; frequentemente se observa secreção no interior dos alvéolos (setas) LESÕES BENIGNAS DE MAMA - A maioria das lesões que aparecem nas mamas são benignas - Principais: ▪ Nódulo ▪ Dor mamaria ▪ Descarga papila ▪ Processos inflamatórios ▪ Lesões proliferativas ▪ Lesões diversas ETIOLOGIA NÓDULO - Fibroadenoma: mais comum em pacientes jovens 15 – 35 anos - Cistos: 35-55 anos - Câncer: 40 - ... A propedêutica do nódulo mamário é baseada em três pilares: 1. Exame físico 2. Exame de imagem 3. Exame anatomopatológico FIBROADENOMA - Tumor mais comum, 50% de todas as biopsias de mama - Incidência: 15-35 anos - Surgem pelo estimulo estrogênico - O estrogênio endógeno irá agir sobre as células da mama e formará os tumores benignos chamados de fibroadenoma - O estrogênio do anticoncepcional não afeta ou piora esse fibroadenoma ▪ Nódulos não doloroso ▪ Limites precioso ▪ Consistência fibroelástica ▪ Móvel a palpação ▪ Geralmente até 3cm Diagnóstico: ▪ Apenas com biópsia ▪ Exame imagem: ecografia ▪ Biopsia excisional “retirada” – se incomodar Controle clinico – se não incomodar ▪ A paciente escolhe* IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII CISTOS - Involução do lóbulo - Incidência: 35 – 55 Anos - A mama em tese possui a função de produzir leite, com o passar da idade o corpo identifica que aquela produção não é mais necessária, transformando a glândula mamaria “lóbulo” em gordura - Entretanto, podemos também possuir a evolução que na verdade é uma INVOLUÇÃO LOBULAR, que ao invés de se transformar em gordura o lóbulo irá se transformar em uma área capsulada cheia de liquido “Debris celulares” Ou seja, o cisto na verdade é uma involução do lóbulo que ao invés de se transformar em gordura se transformou em áreas liquidas encapsuladas ▪ Nódulo doloroso ▪ Crescimento rápido ▪ Consistência firme Solicita USG Microcisto < 1 cm ▪ Terapia conservadora Macrocisto ≥ 1 cm ▪ Assintomática: conservadora o ▪ Sintomática: PAAF - Punção aspirativa por agulha fina - Os cistos possuem três classificações principais: ▪ Cisto simples ▪ Cisto complicado ▪ Cisto complexo CISTO SIMPLES - É um acúmulo de líquido circunscrito, sem nenhum componente sólido no seu interior (nada no seu interior) - São os cistos mais frequentes - No exame ultrassonográfico são anecoicos (pretos) e apresentam reforço acústico posterior (área branca abaixo do cisto) - Os cistos simples são absolutamente benignos, sendo considerados categoria BI- RADS 2 - A conduta em geral é somente o seguimento - Geralmente conteúdo liquido que deve ser esvaziado apenas se for de grande porte CISTO COMPLICADO - Apresenta alguma imagem interna, preenchido por algo, que pode ser um septo ou uma trave, calcificações ou coágulos - Também não tem componente sólido no seu interior - Como são benignos, a conduta, em geral, também é seu seguimento IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII - Geralmente conteúdo espesso (denso, ou calcificações, ou septos) CISTO COMPLEXO - Apresenta um componente sólido no seu interior, que se mostra hipoecogênico (cinza) dentro do cisto anecoico (preto) - Trata-se de uma lesão suspeita de malignidade, sendo considerada categoria BIRADS 4 - É indicada biópsia ou exérese desses cistos • - Geralmente conteúdo sólido e são suspeitos de malignidade TUMOR PHYLLODES - Incidência: 35 – 45 anos ▪ Nódulo indolor ▪ Consistência fibroelástica ▪ Grandes dimensões > 3 cm ▪ Crescimento rápido que podem causar deformidades na mama e úlceras isquêmicas, pela compressão dos vasos da pele IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII PROCESSOS INFLAMATÓRIOS - Dentre os principais processos inflamatórios, destaca-se Mastite ▪ Mastite lactacional ▪ Mastite crônica ▪ Mastite periareolar ▪ Mastite granulomatosa MASTITE - Invasão dos ductos mamários por germes cutâneos - Geralmente acontece devido a uma lesão “fissura, muita das vezes devido a uma pega incorreta do RN” fazendo com que essa lesão seja uma porta de entrada para germes, principalmente, staphylococcus aureus - Essa invasão dos ductos irá gerar uma mama dolorosa, inchada e vermelha Antibiótico de escolha: Cefalexina - Dentre as principais classificações de mastite, destaca-se: ▪ Mastite aguda (lactacional) ▪ Mastite crônica (não lactacional)MASTITE AGUDA – LACTACIONAL - Decorrente da infecção da mama durante a amamentação e costuma durar menos do que 30 dias - Mais frequente de todas - Tudo se inicia com o acumulo de leite devido ao esvaziamento incorreto (pega e posição incorreta) pelo RN - Ocorre a compressão de um ou mais ductos de leite, ocorrendo a proliferação bacteriana e infecção, caracterizada por: ▪ Dor ▪ Vermelhidão ▪ Febre ▪ Mal-estar AGENTES ETIOLÓGICOS - Dentre os principais causadores de mastite lactacional, destaca-se ▪ Staphylococcus aureus + FREQUENTE ▪ Streptococus pyogenes ▪ Escherichia Coli ▪ Bacterioides DIAGNÓSTICO - O diagnóstico de mastite lactacional é fundamentalmente clínico e a cultura do leite é feita somente para orientar a escolha do antibiótico de melhor escolha - O USG é o melhor exame para detectar abcessos mamários TRATAMENTO ▪ AINES e compressas frias para reduzir a dor e o inchaço ▪ Esvaziamento completo da mama, se necessário faz o uso da bombinha ▪ Antibioticoterapia – CEFALEXINA 1ª escolha IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII MASTITE CRÔNICA – NÃO LACTACIONAL - Apresenta de evolução maior que 30 dias ou em episódios recorrentes, podendo ser infecciosos ou não infecciosos MASTITE PERIAREOLAR - Também chamado de ABCESSO SUBAREOLAR CRÔNICO RECIDIVANTE - é caracterizada pela inflamação dos ductos subareolares e sua causa ainda é desconhecida - Entretanto, se sabe que a maioria das pacientes com mastite periareolar são FUMANTES - O fumo causa necrose tecidual e, posteriormente, infecção ▪ Doença de zuskas ▪ Associado a eritema, calor, rubor e flutuação Origem: Tabagismo AGENTES ETIOLÓGICOS - Dentre os principais causadores de mastite lactacional, destaca-se ▪ Estafilococos ▪ Enterococos ▪ Streptococos anaeróbicos ▪ Bacteroides ▪ Proteus DIAGNÓSTICO - Inspeção e exame físico sendo visível uma inflamação periareolar TRATAMENTO ▪ Antibioticoterapia - cefalexina + AINE ▪ Drenagem ▪ Cessar tabagismo ▪ Excisão de ductos principais MASTITE GRANULOMATOSA IDIOPÁTICA - Doença inflamatória benigna crônica e rara da mama, de etiologia desconhecida - Geralmente é unilateral, mas em casos raros, pode ser bilateral DIAGNÓSTICO ▪ Apresenta-se com massas inflamatórias na mama com abcessos e ulcerações na pele ▪ Retração mamilar (para dentro) ▪ Adenopatia axilar (linfonodos protuberantes na região axilar) DERRAMES PAPILARES - Saída de secreção pelo mamilo, essa secreção deve ser analisada de duas formas: ▪ Secreção ejetada de forma ESPONTÂNEA ▪ Secreção ejetada de forma PROVOCADA - Só se investiga se a secreção ejetada for de forma ESPONTÂNEA. IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII SECREÇÃO PROVOCADA - Sanguinolento ou água de rocha – geralmente unilateral e a causa principal é a PAPILOMA INTRADUCTAL, dentre as principais características, destaca-se ▪ Serosa ou límpida ▪ Unilateral ▪ Uniductal ▪ Espontânea ou provocada ▪ Esverdeado/ amarelado/ azulado – geralmente bilateral e a causa principal é a ECTASIA DUCTAL - Em todas as definições acima se deve realizar mamografia /US para excluir câncer e tratar com exérese (ressecção) ductos principais ECZEMA AREOLAR - Doença de pele que acomete a aréola e o mamilo - Caracterizada principalmente por: ▪ Dermatite descamativa “coceira” ▪ Prurido ▪ Bordos indefinidos ▪ Geralmente bilateral ▪ Resposta ao tratamento com corticosteroides Se o corticoide melhorar realmente era eczema – não tem destruição do mamilo Diagnóstico diferencial com carcinoma de PAGET ▪ Se o corticoide não melhorar, devemos pensar em PAGET – possui destruição do mamilo ▪ Geralmente unilateral “o que difere do eczema que é bilateral” ▪ Bordas definidas “ o que difere do eczema que não é definido” MASTALGIA - Dor nas mamas “só de cair água no chuveiro nas mamas já é motivo de queixa de dor” - Em geral, câncer não dói - Dentre as principais classificações de mastalgia, podemos citar: ▪ Mastalgia cíclica ▪ Mastalgia acíclica MASTALGIA CÍCLICA - Dor que se relaciona com o ciclo menstrual que melhoram ou desaparecem após a menstruação ▪ Queixa + comum durante o período pré- menstrual que é normal ▪ Conduta - tranquilizar IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII ▪ Evitar estimulantes, xantinas e fumo Geralmente dor bilateral ▪ Sutiã apertado ajuda a conter a dor, diferente do que se pensam, nessa situação o sutiã apertado irá ajudar a diminuir a sensação dolorosa MASTALGIA ACÍCLICA - Dor que não possui relação com o ciclo menstrual, se deve ressaltar que geralmente a dor é unilateral - Além disso, pode ser unilateral ou bilateral - Esteatonecrose ▪ Paciente que sofreu um trauma “bolada em algum jogo” ou algo que fez uma necrose de gordura, esforço muscular e lesão na parede torácica - Ectasia ductal -Macrocistos mamários ▪ Cistos mamários - Dor extramamária ▪ Principalmente musculoesquelética AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA ▪ Exame físico ▪ Exames subsidiários EXAME FÍSICO - Inspeção... - No caso de verificação de descarga papilar ou saída de secreção, devemos localizar o ducto comprometido palpando em formato de horas de um relógio até que se encontre o ponto que quando pressionado, provoque a saída da secreção EXAMES SUBSIDIÁRIOS - Dosagem de níveis de prolactina em mulheres com galctorreia OUTRAS LESÕES PROLIFERATIVAS DA MAMA ▪ Lesões proliferativas sem atipia ▪ Lesões proliferativas com atipia LESÕES PROLIFERATIVAS SEM ATIPIA ▪ Hiperplasia ductal ▪ Papilomas intraductais ▪ Adenose esclerosante ▪ Cicatrizes radiais ▪ Fibroadenomas HIPERPLASIA DUCTAL SEM ATIPIA - A hiperplasia ductal sem atipia é uma lesão assintomática que é caracterizada pelo aumento do número de células no espaço ductal - As células podem variar em tamanho e forma, mas mantêm as características citológicas das células benignas - É geralmente um achado incidental na biópsia de alguma alteração mamográfica ou ultrassonográfica - Nenhum tratamento adicional é necessário para hiperplasia ductal - O risco de câncer de mama nas mulheres com hiperplasia ductal usual é MUITO PEQUENO IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII ADENOSE ESCLEROSANTE - A adenose é uma alteração histológica benigna que pode mimetizar o carcinoma - Ocorre geralmente em pacientes com mais de 40 anos de idade e, em sua maioria, são lesões não palpáveis encontradas em exames de imagem - Pode apresentar-se como um achado suspeito na mamografia - Não é necessário tratamento para adenose esclerosante - O risco de câncer de mama nas mulheres com adenose esclerosan te é MUITO PEQUENO, não sendo indicada nenhuma quimioprevenção para esses casos CICATRIZ RADIAL - As cicatrizes radiais são lesões que se parecem muito com o câncer nas mamografias. Por isso sempre acabam sendo excisadas - O diagnóstico das cicatrizes radiais, também chamadas de lesões esclerosantes complexas, é feito após a retirada da lesão, através do estudo anatomopatológico - Nenhum tratamento adicional, além da exérese, é necessário para cicatrizes radiais - O risco de câncer de mama após a exérese é MUITO PEQUENO e a quimioprevenção não é indicada para esses casos LESÕES PROLIFERATIVAS COM ATIPIA - As lesões proliferativas com atipia estão associadas com a transformação para o câncer - São lesões precursoras do câncer de mama ou marcadoras de alto risco - As principais são: ▪ Hiperplasia ductal atípica (HDA) ▪ Neoplasia lobular (NL) - A neoplasia lobular engloba a hiperplasia lobular atípica (HLA) e o carcinoma lobular in situ (CLIS) - As lesões proliferativascom atipia apresentam um alto risco relativo (RR) para o desenvolvimento do câncer de mama - Por convenção, classificamo-las como sendo de alto risco quando o RR é superior a quatro vezes o risco da população geral HIPERPLASIA DUCTAL - Proliferação de células epiteliais que preenchem uma parte do ducto envolvido IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII - Perceba que a hiperplasia ductal atípica está a um passo do carcinoma ductal de mama “câncer” HIPERPLASIA LOBULAR ATÍPICA - Proliferação de células epiteliais que preenchem uma parte do lóbulo envolvido, mas não todo CARCINOMA LOBULAR IN SITU - Proliferação de células epiteliais sólidas preenchendo todos os lóbulos e ductos - ISSO NÃO É CÂNCER, mas sim um marcador de alto risco para câncer, estando a um passo de virar um carcinoma lobular invasivo (que é um câncer) CÂNCER DE MAMA - Segundo o INCA – Instituto nacional do câncer, o câncer de mama é o principal causador patológico, correspondente a 30% (tirando o câncer de pele que é o mais comum em ambos os sexos) - O câncer de mama é o que mais mata mulheres em todo o mundo EPIDEMIOLOGIA - O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres - A causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) - No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, primeiro é câncer de pele não melanoma - As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte - Até o final de 2022, estima-se 66.280 casos novos da doença - O câncer de mama é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII - A incidência e a mortalidade por câncer de mama tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos FATORES DE RISCO - Idade: maior idade, maior o risco - Principalmente > 50 anos - Idade da menarca: para cada ano na demora no seu início diminui o risco de câncer por volta de 5%, quanto mais precoce a menarca, o risco de CA de mama aumenta - Menopausa tardia: aumento de risco quando comparada as menopausas precoces, independentemente do tipo (natural ou ooforectomia) - Devemos lembrar que o câncer de mama é uma neoplasia hormônio dependente – estrogênio dependente - Logo, se ela menstruar muito cedo e parar muito tarde iremos ter uma janela hormonal estrogênica muito grande, acarretando principalmente em um maior desenvolvimento cancerígeno - Idade do primeiro filho: as mulheres que tiveram filhos apresentam em media uma redução de 25% no risco de desenvolver câncer - Gravidez precoce: antes dos 20 anos, diminui o risco em 30% quando comparada com as primigestas após os 35 anos - Amamentação: diminuição de risco relativo (RR) de 4.3% para 12 meses de amamentação - Variações regionais: imigrantes que migram para os EUA mostram aumento na incidência no CA de mama após residir 10 anos nos EUA - Radiações ionizantes: o risco aprece após 10 exposições e persiste ao longo da vida, inversamente proporcional com a idade de exposição - Mulheres tratas com linfoma de Hodgkin aos 16 anos apresentam um risco de desenvolver câncer de mama de 35% aos 40 anos - Obesidade: aumenta o risco de CA de mama, especialmente nas mulheres pós-menopausa - Ingesta de álcool: o risco aumenta cerca de 7% para 10gr de álcool consumido diariamente - Exercício: agente protetor, reduz risco em cerca de 30 a 40% - Terapia de reposição hormonal (TRH): alterações hormonais exercem influência na gênese do câncer - Estrógeno e a progesterona aumentados possuem a capacidade de causar proliferação de células mamárias - Contraceptivo oral: aumenta o risco em 25% , com a suspensão do uso por 10 anos não se observa mais nenhum risco - Alterações benignas da mama: podem ser classificadas em proliferativas e não proliferativas. As não proliferativas não apresentam risco para o câncer de mama, mas as proliferativas apresentam pequeno risco (risco alto quanto associada a atipia). IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII - Dieta: alimentos com alto teor de gordura, estudos inconclusivos. - Álcool - Genética: principais genes relacionados com CA de mama são: ➔ BRCA -1 e 2 ➔ Tp53 ➔ PTEN - Outras linhas: P53 9síndrome de li-fraumeni), PTEN (síndrome de cowden) e ATM BRCA-1 E 2 - (*50% dos cânceres são causados pela mutação desses dois genes*) – São genes SUPRESSORES de tumores - Logo, quando “mutados” o risco de desenvolvimento tumoral se eleva porque não exercem mais sua função de suprimir o tumor - Risco aumentado de 50 – 80%, além de CA de ovário ▪ BRCA-1 – Braço longo do cromossomo 17 ▪ BRCA-2 – Braço longo do cromossomo 13 TP53 - p53 – reparador genômica - Causará a síndrome de LI-FRAUMENI, podendo desenvolver: ▪ Câncer de mama ▪ Osteossarcoma ▪ Sarcoma de partes moles ▪ Leucemias ▪ Tumores adrenais ▪ PTEN - Causará a SÍNDROME DE COWDEN ▪ Câncer de mama e tireoide - Entretanto, devemos lembrar que por mais que o fator genético (10-15%) seja importante ele não é o causador da maioria dos cânceres de mama - A grande maioria está envolvida com fatores esporádicos durante a vida da pessoa, podendo desencadear mutações IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII FISIOPATOLOGIA - O câncer de mama pode se apresentar como: ▪ Uma lesão descamativa do mamilo (Paget) ▪ Retração do mamilo ou da mama ▪ Abaulamentos na fossa supraclavicular ou infraclavicular (comprometimento linfonodal) ▪ Edema ▪ Hiperemia da mama ▪ Descarga papilar (sanguinolenta) - A medida que o tumor evolui e aumenta do tamanho pode se apresentar como: ▪ uma tumoração palpável ▪ características endurecidas ▪ pouco móveis em relação ao parênquima mamários ▪ geralmente são únicos ▪ bordas pouco nítidas ▪ podem ou não estar associados com aumento dos linfonodos axilares/fossa supra e infraclaviculares TIPOS HISTOLÓGICOS ▪ Ductal – 75 a 80% ▪ Lobular – 2º mais comum ▪ Outros tipos: intra ductal, medular, papilar, tubular, tumor phyllodes, sacomas... DUCTAL ▪ Carcinoma ductal in situ – não gera metástase ▪ Carcinoma ductal infiltrante – gera metástase - Constitui a maioria do tipo histológico de CA de mama 70% - 80% CARCINOMA DUCTAL IN SITU - Assim como dito acima, a maioria dos canceres são ductais - Perceba que na imagem acima temos uma proliferação de células acontecendo nos ductos – indo ao centro - Perceba ainda que essas células que estão crescendo não ultrapassaram ou invadiram a membrana basal - Logo, esse câncer é definido como CARCINOMA DUCTAL IN SITU – NÃO GERA METASTASE IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII CARCINOMA DUCTAL INFILTRANTE - Perceba agora que o carcinoma está invadindo ou infiltrando a membrana basal - Logo, esse câncer é definido como CARCINOMA DUCTAL INFILTRANTE – GERA METASTASE MANIFESTAÇÕES CLINICAS - Palpação de algum nódulo - Inchaço que não desaparece - Pele enrugada ou com depressões - Secreções no mamilo - Pele descamativa ao redor do mamilo - Derrame papilar – secreção água de rocha - Alterações do mamilo (inversão) DIAGNÓSTICO - O diagnóstico é baseado no autoexame, exame físico, exame-médico, métodos de imagem (mamografia, ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética) e de biópsia - É importante ao diagnóstico histopatológico proceder a avaliação do receptor de estrógeno; progesterona; c-erbB2 e índice de proliferaçãotumoral (p.e:Ki67) AUTOEXAME - Ministério da saúde não recomenda - Atualmente não se recomenda o autoexame das mamas como técnica ensinada as mulheres - Grandes estudos sobre o tema demonstram baixa efetividade e possíveis danos associados a prática MAMOGRAFIA - IMPRESCINDÍVEL, deve ser feito a cada 2 anos entre os 50 – 69 anos - A mamografia é o exame mais utilizado para o diagnóstico precoce e é o método de escolha para rastreamento - Mamografia anual a partir dos 40 anos (MS), outros recomendam apenas para pacientes de alto risco - Alterações da mamografia que aumentam a suspeita para CA de mama: ▪ Lesão tumoral arredondada ▪ Bordas espiculadas ▪ Geralmente única ▪ Associados ou não com microcalcificações ▪ Retração de mamilo ▪ Edema de pele ▪ Adenopatia axilar ▪ Distorção arquitetural IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII ▪ Microcalcificações (geralmente unilateral, pleomórficas, agrupadas ou aspecto filiforme) - Os laudos de USG, RM e MMG utilizam uma padronização de laudos para avaliação da conduta, a classificação de BIRADS - Ultrassom é efetivo pra diferenciar cisto de nódulo - Cisto: é oco, podendo conter ar, liquido, sangue, pus ou outros fluidos) - Nódulo (sólido, maciço) - RM: avalia extensão do tumor - TC: pouco útil BIÓPSIA - Biópsia: guiada por USG, MMG ou RM ➔ A biópsia por core (9 gauge) é a preferida pela quantidade de material retirado (retirado fragmento) e de pelas informações que pode oferecer ➔ A biópsia por agulha fina: pode ser utilizada, mas geralmente é mais útil no diagnóstico diferencial de cisto mamário ➔ Biópsia por vacum (mamotomia): feita com agulha grossa acoplada a um dispositivo a vácuo, que permite a obtenção de fragmentos de mama com maior calibre e maior acuidade diagnóstica - É indicada preferencialmente nos casos de microcalcificações e lesões intra-ductais, suspeita de casos mais complexos ➔ Biópsia incisional: remove apenas um fragmento da lesão ➔ Biópsia excisional: remove a totalidade da lesão Ambas poderão ser utilizadas para casos que a biópsia por agulha fina ou a core não for suficiente ou persistir dúvida diagnóstica ➔ Biópsia do tumor por congelação: analisada pelo patologista na hora. Pode abreviar o resultado, mas a paciente é submetida a cirurgia sem um diagnóstico definido, define durante o procedimento PACIENTES DE ALTO RISCO - Não se faz mamografia jovens com um alto risco (familiar de 1ª grau com câncer muito cedo) de desenvolvimento cancerígeno - Em pacientes jovens que possuem uma predisposição alta para o desenvolvimento se usa RESSONÂNCIA MAGNÉTICA a partir dos 25 anos, a cada ano - Com 30 anos associa a MAMOGRAFIA (6 meses após a ressonância) - Lembrar que em situações que se é necessário a mastectomia – retirada das mamas, isso não exclui o fato de se ter câncer, a mastectomia é um processo de redutor de risco e não profilática, ou seja, o risco permanece em menor grau *A paciente nunca DEVE fazer mastectomia, ela PODE, ou seja, que decide se faz ou não é a paciente e não o médico. IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII PREVENÇÃO DAS LESÕES BENIGNAS E MALIGNAS - Fatores de risco não modificáveis: menarca precoce, menopausa tardia, genética, gravidez precoce. - Fatores de risco modificáveis: dieta, atividade física, obesidade e estilo de vida. - Medicamentos moduladores seletivos dos receptores de estrógeno (SERM), como o tamoxifen, previne a recidiva e previne o aparecimento de um novo tumor primário na mama contralateral - Raloxifeno - Inibidores de Aromatase - Cirúrgicas: mastectomias e ooferectomias profiláticas ESTADIAMENTO - Após a confirmação diagnóstica da neoplasia maligna é importante avaliar a extensão da neoplasia, pois todo o planejamento terapêutico é baseado neste estadiamento tumoral - O estadiamento classifica em: ➔ tumores operáveis (EC I e II) ➔ localmente avançados (EC IIIA e IIIB) ➔ doença metastática (EC IV)
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