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Assistência de Enfermagem Saúde da Criança e Adolescente SEGURANÇA DO PACINETE (CREDITO DIGITAL)


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1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
ARA0452- 18h30 - 21h10 – Terça – feira 
HOSPITALIZAÇÃO DA CRIANÇA 
 
SEGURANÇA DO PACIENTE PEDIÁTRICO 
 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA UNIDADE DE 
INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA 
 
As crianças são afetadas de maneiras diferentes, 
principalmente devido à idade, experiência prévia com 
a hospitalização e suporte emocional recebido pela 
família. Em contrapartida, a família teme pelo 
agravamento do quadro clínico, pela morte do seu 
ente e, por vezes, pela falta de informação completa 
e compreensível sobre a patologia, tratamento e 
procedimentos realizados com seu filho. 
 
O enfermeiro se insere nesse contexto de sofrimento, 
dor e dúvidas em relação ao futuro como um gestor 
de cuidados, agente promotor de saúde e bem-estar 
dessa clientela, o que somente é possível por meio do 
relacionamento empático, humanizado, ético e 
pautado em princípios científicos e legais. 
 
Vale lembrar que essa clientela é mais vulnerável a 
esses agravos por causa das características do 
desenvolvimento, separação dos pais e por apresentar 
menos mecanismos para lidar com o estresse. 
 
 
 
 
 
RECOMENDAÇÕES PARA O AMBIENTE FÍSICO DA 
UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA 
 
Em relação à composição arquitetônica do ambiente 
físico, todas as unidades em qualquer nível de 
complexidade devem seguir a Resolução RDC nº 50, 
de 21 de fevereiro de 2002. Essa resolução é o 
documento mais atual e adequado para essa 
orientação, pois considera critérios epidemiológicos, 
ambientais, culturais e geográficos nos projetos de 
composição dos estabelecimentos de saúde. 
 
Vale destacar que todos os serviços de saúde no 
Brasil, sejam do setor público e privado, devem 
considerar todos os itens que compõem essa 
regulamentação. Em especial, todos os novos 
estabelecimentos de saúde construídos e no caso de 
ampliação do espaço físico das unidades. 
Além de toda especificidade quanto à divisão do 
espaço físico, os materiais utilizados na composição e 
acabamento das áreas que integram a unidade de 
internação pediátrica merecem atenção. É necessário: 
 
▪ Paredes e pisos laváveis. 
▪ Rede de gases (oxigênio, ar comprimido e vácuo). 
▪ Tomadas de 110 e 220 volts em todos os leitos. 
 
Outro ponto de destaque é a estruturação do 
ambiente físico com a finalidade de acolher a criança 
e sua família, visto que o Estatuto da Criança e do 
Adolescente ampara a permanência de um dos 
pais/acompanhante em tempo integral e a RDC nº 50 
considera que seja previsto espaço físico ao lado do 
leito para poltrona de acompanhante. Essas ações 
contribuem para maior interação entre criança, 
família e equipe de enfermagem, facilitando a 
comunicação e contribuindo para a qualidade da 
assistência prestada. 
 
O enfermeiro que participa com responsabilidade do 
planejamento da estrutura física dos serviços de 
internação pediátrica assume uma postura ética e 
humanizada, e, dessa forma, colabora 
significativamente para o alcance das metas 
institucionais no compromisso com a restauração da 
saúde da criança. 
Considerando as características da formação, o 
enfermeiro é o profissional mais habilitado para 
realizar o planejamento do ambiente físico da 
unidade de internação pediátrica, tendo em vista a 
humanização da assistência, bem como as 
necessidades relacionadas ao desenvolvimento da 
criança, à família e equipe multiprofissional. 
 
 
2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
A CRIANÇA HOSPITALIZADA SOB A ÓTICA DA 
SEGURANÇA DO PACIENTE 
 
A segurança do paciente tem sido um tema bastante 
discutido mundialmente nos últimos vinte anos. A 55ª 
Assembleia Mundial de Saúde, em 2002, determinou 
que os países disponibilizassem maior atenção para o 
fortalecimento de ações de segurança e 
monitoramento. A partir disso, foi solicitado que a 
Organização Mundial da Saúde (OMS) organizasse 
documentos normativos que auxiliassem os países na 
estruturação de programas voltados para essa 
temática (BRASIL, 2013). 
 
Em 2004, a partir das recomendações da 57ª 
Assembleia Mundial de Saúde, a OMS anunciou a 
“Aliança Mundial para a Segurança do Paciente” com 
o objetivo de não provocar danos relacionados à 
assistência à saúde e diminuir os eventos em locais 
de precariedade nas condições sociais e de saúde. 
Destaca-se que os componentes da aliança 
constituem ações em diversas áreas que, unidos, 
colaboram para salvar vidas 
Nesse contexto, a OMS estabeleceu em 2006, 
juntamente com a Joint Commission, as metas 
internacionais de segurança do paciente. São elas: 
 
▪ Identificar corretamente os pacientes. 
▪ Melhorar a eficácia da comunicação. 
▪ Melhorar a segurança dos medicamentos de alta 
vigilância. 
▪ Assegurar cirurgias com local de intervenção 
correto, procedimento correto e paciente correto. 
▪ Reduzir o risco de infecção associada a cuidados 
de saúde. 
▪ Reduzir o risco de danos ao paciente, decorrentes 
de queda. 
 
Essas metas foram estipuladas, pois esses indicadores 
tratam de temáticas consideradas críticas 
relacionadas à assistência à saúde e que possuem 
risco de eventos adversos. Essa aliança tem como 
primazia ações que fortaleçam a segurança do 
paciente e a qualidade na prestação de serviços de 
saúde em todo o mundo. 
 
Em 2013, dada a gravidade dos eventos adversos no 
Brasil, foi instituído o Programa Nacional de 
Segurança do Paciente (PNSP), por meio da portaria 
nº 529, de 13 de abril de 2013, com objetivo geral de 
“contribuir para a qualificação do cuidado em saúde 
em todos os estabelecimentos de saúde do território 
nacional” (BRASIL, 2013). Essa política é um grande 
compilado de instruções para orientação na gestão da 
segurança do paciente. Considerando o caráter 
multidisciplinar, une diversas entidades de classe, 
instituições de saúde e governamentais para 
promoverem conjuntamente ações que possibilitem 
maior qualidade dos cuidados em saúde. 
 
JOINT COMMISSION 
The Joint Commission (TJC) ou Joint Commission 
International (JCI) é uma instituição sem fins 
lucrativos que faz a acreditação das unidades de 
saúde nos Estados Unidos, ou seja, mede 
voluntariamente a qualidade dos serviços ou produtos 
seguindo as normas nacionais ou internacionais. 
 
 
 
POR QUE AS CRIANÇAS ESTÃO MAIS 
SUSCEPTÍVEIS A EVENTOS ADVERSOS? 
 
Várias características da criança a tornam mais 
vulnerável e susceptível à ocorrência de eventos 
adversos. A dificuldade das crianças menores em 
verbalizarem desconfortos, dores ou até mesmo 
questionar o profissional sobre um procedimento 
dificulta a comunicação entre profissional, criança e 
família, por exemplo. 
 
Outro ponto delicado é a questão da falta de 
medicamentos endovenosos com apresentações 
especificamente para uso em crianças, havendo 
De acordo com o proposto pela PNSP, a prática da 
segurança do paciente encontra-se intimamente 
relacionada com a qualidade dos cuidados em 
saúde, pois prevê uma assistência à saúde baseada 
em princípios científicos, por meio da capacitação 
permanente da equipe multidisciplinar e protocolos 
assistenciais norteados pela cultura de segurança do 
paciente, bem como a mensuração de indicadores 
de qualidade e notificação de incidentes. 
 
3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
necessidade de calcular o fármaco individualmente, 
considerando peso e superfície corpórea. Além disso, 
muitos medicamentos utilizados em Pediatria não 
foram devidamente testados nessa clientela. 
Desse modo, pode-se afirmar que a administração de 
medicamentos em Pediatria oferece mais riscos de 
ocorrência de eventos adversos, principalmente pela 
necessidade de que o profissional de enfermagem 
realize diversos cálculos, diluições e rediluições de 
drogas, triture comprimidos e use doses fracionadas 
de medicamentos parenterais e enterais. 
 
Atenção! 
Cabe ressaltar que o principal propósito da 
enfermagem pediátrica é aprimorar a qualidade dos 
cuidadosde saúde prestados à criança e sua família. 
Outra definição fundamental para a realização do 
processo de enfermagem pediátrica é o cuidado 
atraumático, que tem como foco não causar danos, 
por meio de três princípios: “evitar ou minimizar 
separação entre a criança e família; promover uma 
sensação de controle e evitar ou minimizar lesões ou 
dores” (HOCKENBERRY et al., 2014, p. 70). 
 
A CRIANÇA HOSPITALIZADA NO CONTEXTO DA SAE 
 
A racionalização do conhecimento científico é 
essencial para a atuação profissional na área de saúde. 
Tanto o raciocínio clínico quanto o processo de 
enfermagem são primordiais para a ciência da 
enfermagem, pois constituem uma abordagem 
holística que contribui para a resolutividade de 
problemas pautada no método científico de 
investigação. 
HOLISMO 
O holismo é um conceito que compreende que um 
sistema não pode ser definido e caracterizado 
somente pela soma de suas partes, já que o sistema 
inteiro influencia o modo como as partes se 
comportam. Devemos entender, assim, o cuidado ao 
paciente como algo complexo em que as interações 
entre os processos impactam na qualidade do 
atendimento prestado a ele. 
 
 
O raciocínio clínico é uma forma estruturada de 
pensar uma situação clínica, por meio da avaliação, 
organização e aquisição de conhecimento, que 
proporciona a resolutividade a respeito dos cuidados 
necessários ao paciente. 
 
O processo de enfermagem é uma descrição 
sistemática do cuidado de enfermagem elaborado por 
enfermeiros, a partir do raciocínio clínico. Ele é 
estruturado em 6 etapas, a saber: 
 
Primeira etapa 
Consiste na verificação do histórico de enfermagem. 
Segunda etapa 
Corresponde ao diagnóstico de enfermagem. 
Terceira etapa 
Equivale ao planejamento. 
Quarta etapa 
Refere-se a implementação. 
Quinta etapa 
Trata-se do processo de avaliação. 
Sexta etapa 
Corresponde a produção de documentação e registro. 
 
Na prática assistencial do enfermeiro, segundo 
Fonseca (2013), as etapas da SAE precisam ser 
registradas diariamente no prontuário do paciente, 
seja ele eletrônico ou manual, com vistas a contribuir 
com a mensuração dos resultados sobre a assistência 
de enfermagem. Os impressos tipo checklist são cada 
vez mais utilizados nas unidades de saúde para coleta 
de informações do histórico e exame físico. Outra 
tendência atual é o uso de software para realização 
da SAE, com os diagnósticos já disponíveis para 
seleção de acordo com a avaliação clínica do 
enfermeiro. 
 
 
 
 
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
O RECONHECIMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
LACTÂNCIA 
Na lactância (do nascimento até 1 ano de idade), é 
visível o acelerado desenvolvimento motor, cognitivo e 
social. Além disso, nesta fase, a reciprocidade entre o 
cuidador possibilita à criança uma compreensão sobre 
o mundo que será manifesta em suas relações 
interpessoais. 
 
PRIMEIRA INFÂNCIA 
O período da primeira infância (1 ano a 6 anos de 
idade) é caracterizado por muitas atividades e 
grandes descobertas, com intenso desenvolvimento 
físico, motor, de linguagem e de personalidade, 
apresentando habilidades de constituir relações 
sociais mais amplas, com aprendizado sobre os 
padrões de comportamento e capacidade de 
autocontrole e perícia. 
 
INFÂNCIA INTERMEDIÁRIA 
Quanto ao período da infância intermediária (6 a 11/12 
anos de idade), muito chamado de fase escolar, 
caracteriza-se pelo momento em que a criança se 
insere no mundo mais amplo, para além do grupo 
familiar, estabelecendo relações com os colegas de 
escola. O desenvolvimento físico, mental e social é 
contínuo e acrescido de novas competências e 
habilidades. Observa-se o desenvolvimento moral do 
autoconceito, além da cooperação social. 
 
Essas informações são cruciais para o enfermeiro na 
escolha da melhor maneira para abordar a criança 
durante a realização do processo de enfermagem, pois 
respeita as individualidades, expressões e linguagem 
verbal e não verbal, com isso possibilitando maior 
interação com o mundo da criança e compreensão 
sobre os comportamentos adotados por elas. 
 
Para o enfermeiro pediatra, a adoção de uma postura 
empática e respeitosa é um ponto favorável na 
realização da SAE. O que possibilita realizar uma 
sequência de ações sistematizadas que delimitam a 
assistência de enfermagem, com vistas a uma 
abordagem humanizada, integral e holística da criança 
e família. 
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS ACIDENTES 
NA INFÂNCIA 
 
No Brasil, as estatísticas também são alarmantes, pois 
os acidentes constituem a principal causa de morte 
entre crianças e adolescentes com idade entre 1 e 14 
anos, indicando que se trata de um grave problema 
de saúde pública, que mata 9 brasileirinhos por dia e 
leva à hospitalização de 12 crianças por hora. De 
acordo com informações do Datasus, em 2018, 
aproximadamente 3,3 mil crianças e adolescentes 
perderam a vida em decorrência de acidentes, 
indicando uma redução neste dado em mais de 46% 
nas duas últimas décadas 
 
As ações estabelecidas são norteadas pelos dados 
sobre os acidentes na infância. Em 2019, as principais 
causas de morte por acidente no país foram as 
seguintes: 
 
30% de acidentes de trânsito; 
26% de afogamentos; 
24% de sufocação; 
6% de queimaduras; 
5% de quedas. 
 
Para alcance na redução desses indicadores, a ONG 
Criança Segura lançou o curso Criança segura no 
trânsito, campanha Maio Amarelo, com objetivo de 
prevenir acidentes de trânsito, e o lançamento do e-
book Cuidados com o bebê, com enfoque na 
prevenção de sufocação e quedas em bebês. 
 
Em relação à idade das crianças acometidas por 
acidentes fatais, dados de 2018 indicam que mais de 
50% desses incidentes ocorrem em crianças de 0 a 
4 anos de idade. O que mobilizou a ONG Criança 
Segura na campanha Cuidados com a vida, para 
informar gestantes, pais e responsáveis sobre a 
necessidade de cuidados que promovam segurança de 
bebês, ainda durante a gestação. 
 
 
 
 
 
5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
ACIDENTES DE TRÂNSITO 
Os acidentes de trânsito ocupam o primeiro lugar no 
ranking nessa lista, esse evento ocorre principalmente 
quando a criança ocupa o veículo e, depois, por 
atropelamento (CRIANÇA SEGURA, s. d.). 
 
AFOGAMENTOS 
Em relação aos afogamentos, estes ocorrem em locais 
como piscinas, rios, lagos, mar, banheiras e baldes 
(CRIANÇA SEGURA, s. d.). 
 
SUFOCAÇÃO 
A sufocação é mais comum em bebês com até 1 ano 
de idade, por obstrução das vias aéreas, ocasionada 
por brinquedos, pequenos objetos ou alimentos e 
secreção gástrica 
 
Nesse contexto, o enfermeiro se insere como agente 
promotor na prevenção de acidentes na infância, por 
meio da educação em saúde, principalmente em 
ambientes como a Unidade Básica de Saúde e por 
meio do Programa Saúde na Escola. Outra 
possibilidade de atuação desse profissional é a 
realização de estudos científicos, com parcerias entre 
universidades, instituições de saúde, comunidade e 
instituições governamentais e não governamentais. 
 
Outra grande preocupação em torno dessa temática 
é a morbidade relacionada aos acidentes nessa 
clientela. No ano de 2019, foram responsáveis por 120 
mil internações de crianças em estado grave, nas 
unidades hospitalares no país. No Brasil, as principais 
causas de internação por acidente, ocorridas em 2019, 
em crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, foram: 
 
47% de quedas; 
29% de queimaduras; 
19% de intoxicação; 
10% de trânsito. 
 
Em relação à maneira como esses acidentes ocorrem, 
as quedas acontecem do sofá, cama, berço, janela e 
parques. Já as queimaduras são eventos traumáticos 
para a criança e ocorrem em função de contato com 
chamas, líquidos quentes ou choques elétricos. 
Tendo em vista o conteúdo abordado neste módulo, é 
notória a necessidade do uso de estratégias 
educativas, baseadas em dados epidemiológicos, que 
sejam voltadas para as especificidades dacriança, em 
suas fases do desenvolvimento, para que haja o 
planejamento das ações de prevenção de acidentes 
na infância. 
 
RISCO DE ACIDENTES EM CRIANÇAS DE 0 A 1 ANO 
 
infância é o período da vida marcado por 
transformações corporais e desenvolvimento. Os 
sistemas do organismo estão gradativamente em 
maturação, paralelamente com o desenvolvimento de 
habilidades que possibilitam a interação da criança 
com o meio. As habilidades finas e grossas adquiridas 
pela criança acontecem no sentido do centro para a 
periferia. 
 
No primeiro ano de vida, o crescimento do corpo é 
acelerado, assim como da cabeça do bebê, o que 
indica o crescimento e diferenciação do sistema 
nervoso. O desenvolvimento do cérebro pode ser 
verificado pela substituição dos reflexos primitivos por 
movimentos voluntários, planejados e outros reflexos 
que estimulam o desenvolvimento motor. 
 
As principais habilidades motoras finas e grossas 
adquiridas pela criança no primeiro ano de vida são: 
 
O aumento gradativo de agarrar objetos, passando 
para garra em pinça que inicialmente é rudimentar e 
posteriormente torna-se estável. 
A estabilidade da cabeça acontece por volta dos 6 
meses. 
A capacidade de rolar de decúbito dorsal para ventral, 
por vontade do bebê, ocorre perto dos 6 meses. 
A habilidade de se sentar é desenvolvida ao longo dos 
meses, até que, aos 8 meses, o bebê já tem condições 
de sentar-se sozinho sem apoio. 
A locomoção acontece por meio do padrão céfalo-
caudal, em que as habilidades são adquiridas nos 
braços e depois com as pernas (com 9 meses o bebê 
está apto a engatinhar, aos 11 meses já fica de pé e 
se apoia na mobília com as duas mãos apoiadas, 
depois, os primeiros passos são observados, 
geralmente até o primeiro ano de idade). 
 
6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
ALGUNS DOS RISCOS RELACIONADOS ÀS 
HABILIDADES: 
 
DE ROLAR 
Com relação aos acidentes relacionados à capacidade 
de rolar do bebê, pode-se destacar o risco da 
síndrome da morte súbita do lactente (SMSL), 
ocorrida em função da colocação errônea do 
posicionamento do bebê em decúbito lateral na hora 
de dormir: ele se vira de decúbito ventral, aumentando 
o risco para SMSL. O fato de o bebê rolar sozinho 
também pode ocasionar queda da cama ou berço se 
não houver grades. 
 
MOTORAS GROSSAS 
No grupo das habilidades motoras grossas, a 
autonomia de sentar-se sozinho sem apoio é 
alcançada gradualmente pelo bebê. Durante o 
desenvolvimento dessa capacidade, o bebê tem risco 
de quedas de cadeiras e sofás. A locomoção, 
especificamente, quando o bebê anda com apoio ou 
não é outra habilidade que aumenta o risco de queda 
da própria altura. 
 
MOTORAS FINAS 
A respeito das habilidades motoras finas, o ato de 
segurar os objetos, desde o desenvolvimento 
rudimentar até o movimento de pinça, possibilita o 
bebê a segurar vários objetos e brinquedos. 
Inicialmente, objetos e brinquedos maiores e, depois, 
o bebê é capaz de levar à mão pequenos brinquedos 
ou peças que poderão ser levados à boca, aumentando 
o risco de obstrução das vias aéreas por corpo 
estranho (OVACE). 
 
O risco de lesões ocasionadas por acidentes na faixa 
etária de 0 a 1 ano de idade inclui outros cuidados 
recomendados por Hockenberry et al. (2014) para pais 
e cuidadores. São alguns deles: 
 
▪ Oferecer alimentos sólidos em pedaços pequenos. 
▪ Não agitar ou despejar o frasco de talco no 
lactente. 
▪ Verificar a temperatura da água do banho e 
também dos líquidos a serem oferecidos ao 
lactente. 
▪ Não fazer ingestão de alimentos quentes com o 
bebê no colo. 
▪ Não deixar a criança sozinha no carro estacionado 
nem em banheira. 
▪ Evitar brincadeiras com balão de látex. 
▪ Colocar os brinquedos, objetos pequenos e 
produtos de limpeza fora do alcance dos lactentes. 
▪ Inserir tampas de segurança em tomadas 
elétricas. 
▪ Manter os baldes maiores vazios ou fora do 
alcance da criança. 
 
O enfermeiro ocupa local de destaque na prevenção 
de acidentes, pois possui contato com a família em 
diversos ambientes de atuação profissional, como 
educação em saúde, consultas de puericultura, sala de 
vacinação e visita domiciliar. Esses espaços são 
oportunidades para atuação do enfermeiro como 
agente promotor da prevenção de acidentes com a 
criança. 
 
 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM A CRIANÇA 
HOSPITALIZADA 
 
O ambiente hospitalar é um espaço que pode 
oferecer riscos para todos os que se encontram nele, 
em especial para as crianças durante o processo de 
hospitalização, principalmente se os profissionais de 
saúde não estiverem atentos aos possíveis agravos 
relacionados ao ambiente, bem como na ausência de 
manutenção preventiva. 
Outra possibilidade de atuação do enfermeiro, 
segundo Almeida e Sabatés (2018), relaciona-se com 
a colaboração junto aos profissionais no planejamento, 
organização da composição arquitetônica da unidade 
hospitalar e até mesmo na escolha de mobiliário que 
seja consonante com a idade da criança, com a 
finalidade de minimizar os riscos relacionados ao 
ambiente. 
Uso de equipamentos de segurança, como travas de 
gavetas, vasos sanitários e portas, protetores de 
tomadas elétricas, proteção de quinas de móveis e 
grades de berços com largura de 6cm a 8cm entre 
elas. 
 
 
7 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
Dada a complexidade de temática e dos riscos de 
aumento dos gastos hospitalares, gravidade e piora do 
estado clínico causados pelo acidente no ambiente 
hospitalar, a prevenção de quedas é uma atividade de 
segurança do paciente que deve ser realizada por 
toda equipe multidisciplinar. 
 
QUAL A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO 
PEDIATRA NA REDUÇÃO DO RISCO DE QUEDA? 
 
O enfermeiro pode atuar de várias formas na 
prevenção desse grave incidente. Uma delas é 
oferecer treinamentos por meio da educação 
permanente, para toda a equipe multidisciplinar, a fim 
de simular situações cotidianas que oferecem riscos, 
com ensino de estratégias preventivas e esclarecer 
dúvidas sobre o tema. 
 
No dia a dia da unidade de internação pediátrica, é 
imprescindível a elaboração do protocolo de queda 
institucional, que determina o monitoramento dos 
eventos de queda ocorridos na unidade, assim como 
indica os devidos encaminhamentos no momento do 
incidente, com acompanhamento das repercussões na 
evolução clínica da criança. 
 
Ainda no âmbito da prevenção, a atuação do 
enfermeiro perpassa pela realização diária da 
anamnese e exame físico da criança, além da 
observação criteriosa da terapêutica medicamentosa, 
considerando a interferência que alguns 
medicamentos podem causar na capacidade de 
locomoção e estabilidade da criança. Essas 
informações influenciarão na avaliação diária do 
cliente quanto ao risco de queda e contribuirão na 
sistematização da assistência de enfermagem, em 
especial no plano de cuidados. 
 
ESCALAS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDAS 
EM CRIANÇAS 
Atualmente, existem duas escalas de avaliação do 
risco de quedas em crianças: a escala Champs 
Pediatric Fall Risk Assessment Tool (Ferramenta de 
Avaliação de Risco de Queda), que, segundo os 
autores, necessita de estudos aprofundados para 
validação, e a escala Humpty Dumpty, mais utilizada 
por oferecer maior confiabilidade. 
 
Os dados coletados pelo enfermeiro na visita à 
criança e acompanhante, juntamente com os dados 
do prontuário, possibilitam o preenchimento da escala 
Humpty Dumpty adaptada. A escala é composta por 
parâmetros (idade, sexo, diagnóstico, fatores 
ambientais e medicações utilizadas) pontuados por 
meio de critérios. A soma desses pontos determina o 
risco de queda da criança. 
 
 
 
Essa escala funciona como um instrumento facilitador 
da assistência de enfermagem, pois possibilita uma 
percepção exata das crianças com maior risco de 
dano relacionado à queda na unidade de internação 
pediátrica. 
 
Atenção! 
Vale ressaltar que o uso de estratégias na promoção 
da segurança da criança na unidade hospitalaré um 
desafio para o enfermeiro pediatra, que inclui a 
necessidade de parceria entre a equipe 
multidisciplinar. Estabelecer um ambiente físico que 
favoreça a segurança da criança é uma importante 
questão de saúde pública e a discussão a respeito do 
tema ultrapassa as barreiras hospitalares, alcançando 
espaços como escola e domicílio. 
 
 
 
8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
O PAPEL DA FAMÍLIA E O DIREITO DE BRINCAR 
DURANTE A INTERNAÇÃO 
 
ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS SOBRE A 
HOSPITALIZAÇÃO DA CRIANÇA 
 
De fato, a assistência à saúde da criança se 
desenvolveu, mas sob o ponto de vista do risco de 
transmissão de infecção. Essa visão colaborou para o 
isolamento criterioso das crianças internadas. Logo, o 
resultado dessas ações corroborou para o 
distanciamento da criança, família e profissionais de 
saúde. 
Em relação aos programas de saúde voltados para 
essa clientela, segundo Araújo et al. (2014), no Brasil, 
as primeiras iniciativas surgiram nas décadas de 1930 
e 1940, tendo como foco central ações curativas, para 
reduzir a ausência no ofício das mães que 
trabalhavam. 
 
O atendimento no ambiente hospitalar era realizado 
por médicos, enfermeiras e auxiliares de enfermagem, 
baseado na concepção amplamente difundida entre 
os profissionais de que os pais ofereciam risco de 
transmissão de doenças para as crianças. Por essa 
razão, durante o período de hospitalização, as visitas 
eram limitadas. 
Com vistas a atender às necessidades da criança 
hospitalizada, foram organizados em 1959 o Relatório 
Platt e a Declaração Universal dos Direitos da Criança. 
 
Ambos os documentos propuseram alterações nesse 
atendimento prestado a elas. As principais 
contribuições incluem a valorização do papel da 
família, considerando sua função protetora e 
necessária. O Relatório Platt também apoia a 
percepção da criança como uma pessoa singular, com 
direito a realizar atividades lúdicas e pedagógicas, 
bem como ser atendida por profissionais especialistas 
durante a fase da hospitalização. 
A Lei nº 8069 é um instrumento normativo, 
considerada um grande marco legal dos direitos das 
crianças e adolescentes no país. 
 
Dentre os diversos artigos que compõem essa lei, o 
capítulo I aborda sobre os direitos à vida e à saúde, 
trazendo as informações concernentes ao dever do 
Estado, família e sociedade diante do desafio de 
proporcionar a esses grupos uma assistência à saúde 
mais humanizada e pautada em princípios científicos. 
 
Outro documento que corroborou para a ampliação da 
abordagem à criança hospitalizada numa visão mais 
holística foi a Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da Criança (PNAISC). Esse documento 
vislumbra a família como responsável pelo cuidado da 
criança em paralelo com os profissionais de saúde, 
indicando o papel central da família no processo de 
hospitalização da criança. 
 
É imprescindível que o enfermeiro, ao planejar a 
assistência de enfermagem prestada à criança na 
unidade hospitalar, considere os aspectos históricos e 
legais que devem respaldar o seu agir cotidiano como 
profissional de saúde. 
 
A ENFERMAGEM NO CUIDADO DA CRIANÇA E 
FAMÍLIA NO HOSPITAL 
 
Dessa maneira, nas últimas décadas, muitas 
mudanças em relação ao cuidado de enfermagem 
pediátrica têm ocorrido em todo o mundo, passando 
de um modelo baseado na visão hospitalocêntrica 
(atuação centrada no hospital) para um cuidado 
concentrado nas necessidades da criança e da família. 
Segundo Almeida e Sabatés (2018), a perspectiva de 
cuidado adotada é escolhida mediante a filosofia do 
hospital, o que influenciará em todos os espaços do 
ambiente institucional, de modo que uma pessoa 
comum possa perceber o tipo de cuidado validado 
naquela instituição. 
 
Considerando uma abordagem mais humanizada e 
pautada nos princípios históricos, éticos e legais, 
enfatizaremos neste texto o Cuidado Centrado na 
Família (CCF). 
 
CUIDADO CENTRADO NA FAMÍLIA (CCF) 
 
Em 1990, houve o acréscimo da palavra família e a 
junção de esforços para a criação do Instituto de 
Cuidado Centrado na Família. Na enfermagem, o 
termo mais utilizado é Cuidado Centrado na Família 
O modelo de Cuidado Centrado na Família, de acordo 
com Johnson et al. (2008), emergiu a partir da 
 
9 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
concepção da família como algo indispensável na vida 
de seus membros. Adicionado a isso, considera-se 
como fator de risco o isolamento social causado pela 
hospitalização, que prejudica os membros mais 
frágeis, como é o caso das crianças. Mediante a isso, 
é pertinente que a equipe de saúde estimule a 
manutenção dos vínculos familiares. 
 
Esse modelo de cuidado é constituído por quatro 
pressupostos centrais: 
 
1. DIGNIDADE E RESPEITO 
2. INFORMALÇOES COMPARTILHADAS 
3. PARTICIPAÇÃO 
4. COLABORAÇÃO 
Com base nesse modelo, a enfermagem pediátrica 
tem as orientações necessárias para adoção de uma 
assistência humanizada e ética, o que pode ser 
evidenciado na gestão da unidade de internação 
pediátrica, com ações de planejamento organizacional 
para possibilitar a permanência integral e escuta ativa 
de um membro da família da criança ou como 
enfermeira plantonista, por meio da comunicação 
imparcial e completa com o familiar acompanhante e 
realização das etapas do processo de enfermagem 
durante o cotidiano da unidade. 
 
Dessa forma, a família é estimulada no exercício da 
sua autonomia, por meio da participação na tomada 
de decisão, mediante as informações compartilhadas 
com ela que subsidiam suas escolhas. A criança é 
beneficiada com a segurança que sente em ter seu 
ente querido ao seu lado, minimizando o sofrimento e 
aliviando o estresse. 
 
O BRINCAR DURANTE O PROCESSO DE 
HOSPITALIZAÇÃO DA CRIANÇA 
A hospitalização é um evento que comumente causa 
estresse na criança, independentemente da sua idade, 
o que pode ocasionar alterações emocionais e 
psicológicas se não houver atenção por parte da 
equipe multiprofissional. Em especial, a assistência de 
enfermagem tem como primazia o atendimento da 
criança em sua singularidade, considerando os 
aspectos biopsicossociais, com vistas a cuidado 
integral e humanizado. 
O brincar, de uma forma geral, representa diversão e 
recreação e é considerado uma característica peculiar 
da criança, mesmo em situações como adoecimento 
e hospitalização. Para Hockenberry et al. (2014), o 
aprendizado proveniente do brincar não pode ser 
ensinado por ninguém, a criança aprende sobre o 
mundo, sobre ela mesma e como se adaptar às 
demandas da sociedade. Comparativamente, a criança 
se relaciona com a brincadeira da mesma forma que 
o adulto com o trabalho. 
 
A equipe de saúde precisa compreender que o brincar 
é uma necessidade básica, mesmo durante a 
hospitalização da criança, devendo ser tão valorizado 
quanto os procedimentos cotidianos, como higiene, 
verificação de sinais vitais e administração de 
medicamentos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS BRINCADEIRAS 
 
RECREATIVA 
Neste tipo de brincadeira a criança se diverte e 
satisfaz sua necessidade recreacional. 
 
ESTIMULADORA 
Este tipo, especificamente, contribui para o 
desenvolvimento sensório-motor, intelectual, social e a 
criatividade de forma natural por meio da 
manipulação e exploração. 
 
SOCIALIZADORA 
É na brincadeira socializadora que as relações sociais 
são aprendidas durante as brincadeiras simbólicas 
com outras crianças, representada por papéis sociais 
definidos, como papel sexual (feminino e masculino) 
e padrões sociais de comportamento. 
 
TERAPÊUTICA OU CATÁRTICA 
Este tipo de brincadeira é utilizado para identificar 
conflitos vivenciados pela criança e também tem a 
função curativa, à medida que alivia a ansiedade. A 
brincadeira terapêutica é considerada o fundamento 
da ludoterapia, técnica da psicoterapia infantil e 
brinquedo terapêutico. 
 
 
10 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE- MELISSA NICOLE 
Pode-se afirmar que ludoterapiaé uma técnica da 
Psiquiatria utilizada como tratamento de crianças com 
distúrbios emocionais, neuróticas ou psicóticas, por 
meio de sessões realizadas por terapeutas (médico, 
psicóloga e enfermeiro psiquiatra), em ambientes 
controlados e com duração de 30 minutos a 1 hora. 
 
A finalidade é conscientizar a criança sobre seus 
sentimentos e atitudes, como também sobre suas 
expressões verbais e não verbais. De diferente modo, 
o brinquedo terapêutico (BT) é estruturado e tem a 
finalidade de diminuir a ansiedade da criança em 
situações adversas à sua idade, que geralmente são 
assustadoras. 
Atenção! 
Nesses casos, a recreação não é suficiente para 
solucionar as demandas emocionais da criança, o seu 
uso é indicado em situações em que haja dificuldades 
de compreensão e enfrentamento da experiência. 
Pode ser utilizado para preparar a criança por meio 
da dramatização sobre procedimentos terapêuticos, 
com manuseio de instrumentos e materiais, 
favorecendo o esclarecimento de dúvidas e alívio de 
tensões 
 
É importante destacar que o brinquedo terapêutico é 
uma técnica que traz benefícios para a criança 
hospitalizada, atuando como estratégia humanizada na 
redução da ansiedade e outros sinais de sofrimento 
emocional apresentados pela criança. 
 
De acordo com a Resolução COFEN nº 546/2017, a 
equipe de enfermagem deve utilizar a 
brincadeira/brinquedo terapêutico com a clientela 
pediátrica, por meio das etapas do processo de 
enfermagem, elaborado e registrado em prontuário 
pela enfermeira, bem como realizada por técnicos de 
enfermagem sob supervisão e prescrição do 
enfermeiro.