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Classifica o das doen as çã ç gen ticas é As doenças genéticas podem ser classificadas em: a. Cromossômicas São caracterizadas por varações na quantidade e/ou estrutura dos cromossomos, podendo alterar ou não a quantidade de DNA. a.1 Alterações balanceadas – = variações afetam número de cromossomos sem alterar a quantidade de DNA e não estão associadas a alterações fenotípicas. a.2 Alterações desbalanceadas– = quantidade de DNA é modificada => manifestações fenotípicas Podem estar associadas a cromossomos inteiros, alterando a quantidade de cromossomos, ou a alteração em uma pequena região de um cromossomo. a.2.1 Alterações estruturais– = podem ser: - translocações recíprocas (troca de material entre 2 cromossomos) - translocação robertsoniana (fusão de um cromossomo em outro) - translocações com inserções (material de um cromossomo inserido em outro) - inversões (um cromossomo possui 2 pontos de quebra e esse material é reconstituído como segmento invertido) OBS.: Para determinar a recorrência de anomalias cromossômicas estruturais, é necessário que seja feito o cariótipo dos pais até para avaliar se um – dos genitores possui uma alteração estrutural que provoque falhas no processo de meiose. a.2.2 Aneuploidias– = aumento ou diminuição da quantidade de cromossomos; são as alterações cromossômicas mais comuns; podem ser: - trissomias (presença de 3 cromossomos em um mesmo par) Ex.: Síndrome de Down (trissomia do 21), que é a aneuploidia mais conhecida; Síndrome de Edwards (trissomia do 18); Síndrome de Patau (trissomia do 13) e Síndrome de Klinefelter (XXY). - monossomia (presença de apenas um cromossomo do par) Em geral, as monossomias apresentam um quadro clínico mais grave que as trissomias, tanto que a única compatível com a vida é a monossomia do X. - triploidias = quando o indivíduo tem 69 cromossomos (3n) - tetraploidias = indivíduo com 92 cromossomos (4n) OBS.: Geralmente, as anomalias cromossômicas numéricas não possuem risco de recorrência aumentado e ocorrem de forma esporádica. Criado por: Rafaelly dos Santos (@rafanamedicina) #Bônus Trissomia ou monossomia parcial – Acontece quando rearranjos desbalanceados ocorrem em uma pequena região cromossômica. Nesses casos, o fenótipo é em geral mais leve do que na forma completa e varia de acordo com a quantidade e a função dos genes envolvidos. #Bônus Como detectar essas alterações? – Grandes rearranjos podem ser diagnosticados através do cariótipo. Rearranjos menores requerem outras técnicas como FISH (fluorescence in situ hybridization), MLPA (multiplex ligation-dependent probe amplification) e CGHarray (comparative genomic hybridization). b. Monogênicas Surgem por alteração em um determinado gene, presente em apenas um ou em ambos os alelos (segmento em um mesmo locus em cromossomos homólogos). OBS.: Esses distúrbios seguem o padrão de herança mendeliana. De acordo com o seu modo de herança, podem ser: - Autossômica dominante Quando pelo menos um dos alelos está mutado (heterozigose) em cromossomos autossomos. O risco de recorrência para filhos é de 50%. Ex.: Síndrome de predisposição ao câncer de mama e ovário. - Autossômica recessiva Ocorre quando os dois alelos estão mutados. OBS.: Se apenas um dos alelos está mutado a pessoa é portadora da mutação, mas não apresenta a doença. Normalmente, ocorre quando os pais são portadores da mutação, sem apresentar a doença; então, o risco é de 25% de terem filhos com a doença, 50% de terem filhos portadores da mutação e 25% de terem filhos homozigotos normais. Em indivíduos consanguíneos (parentes) existe maior probabilidade de filhos com a doença recessiva já que os genitores possuem um alelo mutante herdado de um ancestral comum. Ex.: Doença falciforme Criado por: Rafaelly dos Santos (@rafanamedicina) - Dominante ligada ao sexo É causada por mutações que ocorrem no cromossomo X e que não dependem do outro cromossomo sexual para que ocorra a expressão da doença. Como homem transmite o X para suas filhas e o Y para os filhos, quando o pai possui a anomalia, ele transmitirá para todas as suas filhas e para nenhum dos seus filhos. Já, quando a síndrome está presente na mãe, essa terá o mesmo padrão de transmissão dos cromossomos autossomos, havendo risco de 50% de os filhos terem a doença, independente do sexo. Ex.: Síndrome de Rett. - Recessiva ligada ao X Manifesta-se quando não tem um X com um alelo sem a mutação, ou seja, em homens XY, se o X estiver alterado, o indivíduo irá apresentar a doença e a mulher só terá apresentação clínica quando os dois X apresentem a mutação. Quando a mulher é portadora da mutação (heterozigota), o risco para as filhas é de 50% de ser portadoras da mutação e 50% de ser homozigotas, para os filhos é de 50% de ter a doença e 50% de não ser afetados. Quando o homem apresenta a doença ele irá transmitir o X com a mutação a todas as filhas e para nenhum dos filhos, já que ele vai transmitir o Y para eles. Ex.: Síndrome de Duchenne. c. Multifatoriais Resulta de interações complexas entre diversas variantes genéticas que alteram a suscetibilidade à doença, combinadas com determinadas exposições ambientais e possíveis eventos casuais. Parentes de um indivíduo afetado estão mais propensos a apresentarem as mesmas interações Criado por: Rafaelly dos Santos (@rafanamedicina) gene-gene e/ou gene-ambiente, que levaram ao desenvolvimento da doença. A herança multifatorial pode determinar características que podem desencadear, acelerar, exacerbar ou proteger contra o aparecimento da doença. OBS.: É um grande desafio para a genética clínica compreender as interações que cursam com doenças de herança multifatorial. Não existem testes específicos moleculares para essas doenças. Sabemos apenas que alguns polimorfismos genéticos podem estar associados a determinadas condições. Na maioria das vezes os riscos de recorreôncia são baseados em dados empíricos, a partir de observações em famílias com indivíduos afetados. Ex.: Hipertensão arterial, diabetes melito, doença arterial coronariana, síndrome metabólica, fenda labial (lábio leporino), fenda palatina, cardiopatias congeônitas. #Bônus Herança mitocondrial – O genoma mitocondrial é composto por 37 genes que codificam 13 subunidades de enzimas. A mitocôndria é essencial para o funcionamento de quase todas as células e mutações em seu DNA podem resultar em alteração na produção de energia, provocando doenças graves com comprometimento de diversos tecidos (pleiotropia). O DNA mitocondrial (mtDNA) é transmitido quase exclusivamente de mãe para filhos, sendo que a mãe com mutação no mtDNA irá transmitir a doença a todos os filhos (independente do sexo) e o pai com a mutação no mtDNA, geralmente, não transmitirá a mutação a nenhum dos filhos. Ex.: Neuropatia óptica hereditária de Leber Referências bibliográficas: Porto, Celmo Celeno Semiologia médica / Celmo Celeno Porto; coeditor Arnaldo Lemos Porto. - 8. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Criado por: Rafaelly dos Santos (@rafanamedicina)
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