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A INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL RESUMO Há a expectativa dos respaldadores da indústria 4.0 que esta contribua com elementares aprimoramentos nos processos industriais alusivos à engenharia, fabricação, cadeia de abastecimento, uso de materiais e gerenciamento do ciclo de vida, de maneira que a utilização de tecnologias novas para propiciar a integração entre ser humano e máquinas é importante, liberando o indivíduo da realização de procederes repetitivos. O objetivo geral desta pesquisa foi apresentar os aspectos da Indústria 4.0 na atualidade. Os objetivos específicos foram contextualizar a Indústria 4.0, discorrer a respeito do cenário brasileiro com a Indústria 4.0 e demonstrar a associação entre a Indústria 4.0 e a internet das coisas. O método de abordagem utilizado foi uma suplementação entre o quantitativo e o qualitativo, conforme metodologia descrita em Gil (2010), Richardson (2011) e Severino (2011), os quais foram os autores nos quais inspirou-se a orientação para elaboração desta pesquisa. Concluiu-se que entre os desafios elementares para a obtenção da industrialização plena, encontra-se a tradição das empresas familiares, a carência da mão de obra qualificada e o elevado custo dos equipamentos. Tais empecilhos são passíveis de desconstituição através da implementação de programas governamentais de conscientização, no sentido de que as indústrias modernizem-se, com vistas a manter a competitividade perante a concorrência internacional. Palavras chave: Indústria 4.0. Internet das Coisas. Tecnologia da informação. Conectividade Comunicação. ABSTRACT Industry 4.0 supporters are expected to contribute to elementary improvements in industrial processes related to engineering, manufacturing, supply chain, materials use and life cycle management, so that the use of new technologies to enable integration between Human being and machines is important, freeing the individual from performing repetitive procedures. The general objective of this research was to present the aspects of Industry 4.0 today. The specific objectives were to contextualize Industry 4.0, discuss the Brazilian scenario with Industry 4.0 and demonstrate the association between Industry 4.0 and the internet of things. The approach method used was a supplementation between quantitative and qualitative, according to the methodology described in Gil (2010), Richardson (2011) and Severino (2011), who were the authors who were inspired by the orientation for the elaboration of this research. . It was concluded that among the elementary challenges to achieve full industrialization are the tradition of family businesses, the lack of skilled labor and the high cost of equipment. Such obstacles can be deconstituted through the implementation of government awareness programs, in the sense that industries are modernizing in order to maintain competitiveness in the face of international competition. Keywords: Industry 4.0. Internet of Things. Information Technology. Connectivity Communication. 3 INTRODUÇÃO O vocábulo "Indústria 4.0" passou a ser amplamente empregado a partir do ano de 2011, com a implementação da iniciativa que era designada pelo mesmo termo, consistindo em uma associação de representantes do âmbito organizacional, acadêmico e político, o qual deu respaldo ao conceito tal qual uma abordagem capaz de consolidar a competitividade industrial da manufatura na Alemanha. Em tal realidade, as revoluções industriais particionaram em quatro estágios, em conformidade com as implicações ocasionadas nos meios de produção em vigor. A primeira etapa consistiu na inserção de métodos mecanicistas, que se deu a partir da segunda metade do século XVIII, ampliando-se no decurso do século seguinte. Nos anos de 1870, a estruturação do trabalho e a energia elétrica conduziram a indústria manufatureira à segunda revolução industrial; cem anos depois, vislumbrou-se a terceira revolução industrial, nominada "A revolução digital", com ampla utilização da tecnologia da informação e da eletrônica avançada, ocorrendo o desenvolvimento dos processos automatizados de processos e produção. Finalmente, a quarta revolução tem início por vias da solidificação de mecanismos de tecnologia da informação, uso de simulações, associando um padrão virtual da planta com a planta em si, a utilização das nuvens virtuais de armazenamento e o aperfeiçoamento dos sensores, assim como conectividade sobrepujante aos Controladores Lógicos Programáveis (PLC). Há a expectativa dos respaldadores da indústria 4.0 que esta contribua com elementares aprimoramentos nos processos industriais alusivos à engenharia, fabricação, cadeia de abastecimento, uso de materiais e gerenciamento do ciclo de vida, de maneira que a utilização de tecnologias novas para propiciar a integração entre ser humano e máquinas é importante, liberando o indivíduo da realização de procederes repetitivos, passando este a preocupar-se com os planos de produção, ao passo que as máquinas passam a usar os dados oriundos da própria planta, ajustando-se e resistindo a falhas e carência dos suprimentos, assim como dando resolutividade a eventuais eventos interruptivos que demandam de procederes interventivos do ser humano. 4 Desta maneira, o objetivo geral desta pesquisa foi apresentar os aspectos da Indústria 4.0 na atualidade. Os objetivos específicos foram contextualizar a Indústria 4.0, discorrer a respeito do cenário brasileiro com a Indústria 4.0 e demonstrar a associação entre a Indústria 4.0 e a internet das coisas. A respeito da metodologia, conforme Severino (2011, p. 123), afirma, acerca da pesquisa exploratória, “é uma preparação para a pesquisa explicativa”, ou seja, este tipo de pesquisa almeja revelar dados acerca de um objeto, com campo de trabalho restrito, observando-se como se dá a pronúncia deste elemento. Por isso, efetuou-se uma revisão bibliográfica (publicações em revistas científicas, artigos, monografias e dissertações), alusivos à Indústria 4.0, suas origens e sua presença na sociedade atual. O método de abordagem utilizado foi uma suplementação entre o quantitativo e o qualitativo, conforme metodologia descrita em Gil (2010), Richardson (2011) e Severino (2011), os quais foram os autores nos quais inspirou-se a orientação para elaboração desta pesquisa. A pesquisa acerca da temática de interesse foi levantada por meio da busca na internet em periódicos científicos, livros e repositórios de universidades, com a uso das seguintes palavras chave: Indústria 4.0, Internet das Coisas, Tecnologia da informação, conectividade e comunicação. No primeiro momento, foram selecionados textos pertinentes ao assunto da pesquisa, ou seja, artigos de revistas científicas e capítulos de livros; publicações em português e inglês, realizadas entre os anos de 2000 e 2017. Em seguida, efetuou-se a leitura do referido aporte bibliográfico. Posteriormente, selecionaram-se os textos relacionados à pesquisa, efetuando-se o seu fichamento. Os dados levantados foram analisados de forma qualitativa que, segundo Vergara (2013), almeja a obtenção de informações de natureza subjetiva. Foram analisados segundo autores descritos no referencial teórico. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA 4.0 No início do ano de 2010, foi ventilada a expressão indústria 4.0, em decorrência da iniciativa designada como industrie 4.0, oriunda de uma associação 5 de representantes do setor empresarial, acadêmico e político, responsável pelo respaldo do conceito de consolidação da competitividade da indústria de manufatura da Alemanha. Tal cenário enseja o conhecimento dos quatro estágios das revoluções industriais. A primeira aludiu à inserção das instalações mecânicas, com início no século XVIII, com ampliação no decurso do século XIX. Na segunda metade do século XIX, a energia elétrica passou a ser amplamente utilizada nasindústrias, assim como ocorreu a estruturação organizacional com lastro no taylorismo, ocasionando a segunda revolução industrial nas manufatoras. No ano de 1970, ocorreu a terceira revolução industrial, por vias da utilização da tecnologia da informação e da eletrônica avançada, propiciando a automatização dos processos e da produção. A etapa seguinte, denominada quarta revolução industrial, tem início através da consolidação de ferramentas de tecnologia da informação, utilização de simuladores, ocasionando a integração de padrões virtuais da planta com a planta em si, implementação da computação através do advento das nuvens e aperfeiçoamento de sensores, assim como conectividade e PLCs (MOREIRA, 2017). Em tal contexto, os respaldadores da indústria 4.0 demandam que tal definição disponibilize aprimoramentos elementares nos processos de natureza industrial abarcados no emprego de materiais, na engenharia, na cadeia de abastecimento, nos processos industriais e na gestão do ciclo de vida. É importante que a utilização das novas tecnologias sirvam para promover a integração entre máquina e ser humano, de maneira que este não necessite promover ações repetitivas e massivas, passando a voltar sua atenção ao planejamento produtivo, de maneira que as máquinas utilizem dados originários da planta (máquina para máquina), com o objetivo de promover o realinhamento, sendo possível a resistência às falhas e à ausência de suprimentos, assim como eventuais intempéries que demandam de intervenção humana (MOREIRA, 2017). A utilização de mecanismos do tipo Big Data ou Internet das Coisas leva os dispositivos a agir com "inteligência", gerando e recepcionando dados dos sistemas de controle administrativo (ERP - entrerprise resource planning ou Sistemas Integrados de Gestão Empresarial), assim como Inteligência do Negócio (BI - 6 Business Intelligence), com vistas a moldar-se às demandas do cliente, implicando em uma produção lapidada (SUNDMAEKER, 2010). Tal contexto encontra-se presente em diversos países europeus e norte- americanos, locais nos quais as alterações dos padrões alteraram os processos produtivos, passando estes a pautarem-se pela competitividade, o que enseja a indústria brasileira a seguir o mesmo caminho, com vistas a alçar voos mais altos no âmbito da indústria internacional (SUNDMAEKER, 2010). Desta maneira, surge a necessidade brasileira de promover impulsionamentos estruturais, tendo em vista que há notáveis investimentos de empresas multinacionais no território brasileiro. Isto posto, as soluções apresentadas pela indústria 4.0 aperfeiçoam a eficiência, ocasionando a diminuição dos custos na integralidade da cadeia de valor. Tal realidade implica na digitalização das organizações, com vistas a empregar soluções de tecnologia de sensores para permuta de informações controladas em tempo real, no decurso da cadeia de valor. 2.1 ASPECTOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO A Figura 01 demonstra a integralidade dos estágios da revolução industrial, os quais encontram-se posteriormente elencados. Figura 01 - Fases da industrialização Fonte: Kagermann (201 3) 7 A fase inicial da industrialização deu-se no século XVIII, por vias da mecanização das linhas de produção em série. Desta forma, o uso da energia originária do vapor e a produção caseira passaram a ser substituídas pela produção em escala industrial, ocasionando a centralização da capacidade de produção, relatam Schuh et al. (2015). Nos anos de 1870, a divisão do trabalho e o emprego da eletricidade implicaram no início do segundo estágio da industrialização, por vias da substituição do vapor pelos motores elétricos, de forma que a indústria automobilística manifestou a vanguarda do uso de linhas de produção em série, com o advento de Henry Ford (ALIZON et al., 2009). Nos anos de 1970, teve início a revolução digital e nos Estados Unidos, ocorreu o lançamento da primeira controladora lógica programável (PLC), denominada Modicon, determinando a programação de sistemas de automação de forma digital. Através do progresso procedente da engenharia de sistemas de automação, foram criados sistemas com elevadas eficiência e flexibilidade, surgindo ganhos vultuosos no processo de produção, relatam Drath e Horch (2014). O quarto estágio da industrialização encontra-se em desenvolvimento e concerne ao uso de tecnologias novas de TIC com o objetivo de respaldar processos produtivos, sendo designada como indústria 4.0. 2.2 O ADVENTO DA INDÚSTRIA 4.0 Os alicerces da indústria 4.0 foram consolidados em 2011, em decorrência das ações de empresas, acadêmicos e ações políticas da Alemanha, com vistas a conservar o posicionamento da indústria no topo da competitividade. Em tal ocasião, os pesquisadores apontaram que a TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações) apresentava a responsabilidade pelo fornecimento do aparato para que as linhas de produção fossem modernizadas, sendo um elemento de elevado teor estratégico, relata Kagermann et al. (2013). É importante destacar que além da Alemanha, outros países apontara o potencial da Indústria 4.0, de maneira que os europeus, chineses e estadunidenses passaram a empregar os termos Fábrica Inteligente, Fabricação Inteligente e 8 Produção Inteligente, em referência à rede de produção digital, com vistas a gerar sistemas de fabricação inteligente, ao passo que o termo Fabricação Avançada faz alusão a um conceito com maior extensão das tendências da modernização no ambiente industrial, relata Wahlster et al. (2013). Hermann et al. (2016) relatam que há quatro princípios que apresentam os procederes implementados para implantar-se a indústria 4.0, alicerçados em conhecimentos práticos e acadêmicos, de maneira que tais princípios consistem na assistência técnica, interconexão, transparência da informação e decisões descentralizadas. A respeito da interconexão, tem-se que, na realidade das fábricas inteligentes, há três modalidades interacionais, quais sejam pessoa - pessoa (por vias de interações administrativas), pessoa - máquina (alusiva às configurações e comandos) e máquina - máquina (empregando-se a automação dos processos), relata Schuh et al. (2015). As redes desprovidas de fios tornam possíveis as interconexões entre equipamentos diversos e a conexão de tais mecanismos à internet levam à onipresença da internet, enfatizando-se, neste momento, o termo Internet de Tudo (ou, em tradução livre, Internet of Everthing - IoE). Esta interação possibilita o compartilhamento de informações com a finalidade da satisfação de objetivos em comum, relatam Giusto et al. (2010). A respeito da transparência da informação, a interconexão dos vários mecanismos e das pessoas propicia a fusão do âmbito virtual com o físico , implicando na transparência das informações, por vias da conexão dos dados dos sensores com os padrões digitalizados nas plantas, criando-se uma representação do mundo físico no âmbito virtual. As informações empregadas com o objetivo de otimizar os processos de produção lastreiam-se na informação originária do sistema de ambientes virtual e físico, de maneira que surge a relevância da transparência no sentido de que os componentes do sistema homem - máquina apresentem a decisão adequada, otimizando os recursos disponibilizados. Considerando-se as decisões descentralizadas, a conexão entre pessoas e dispositivos descentralizam-se, em decorrência de serem consideradas as informações locais e as informações de caráter global, assevera Malone (1999). Por vias de sistemas ciber físicos, os sensores disponibilizam as informações que 9 contribuem para o monitoramento e controle da realidade de maneira autônoma, registram Hompel e Otto (2014). Em concernência à assistência técnica, a descentralização e interconexão dos robôs para a execuçãode atividades pautadas pela insegurança, monotonia e desconforto, as quais anteriormente eram efetivadas por seres humanos, tem-se que estes passaram a ser respaldados por informações procedentes dos sistemas ciber físicos, sendo habilitados a apresentar a tomada de decisão com base em uma visão geral, de forma que a utilização de dispositivos móveis promovem a conexão entre humanos e mecanismos inteligentes da indústria (KIESLER; HINDS, 2004; WILLIAMSON et al. 2015). De acordo com Hermann et al. (2016), a indústria 4.0 alicerça-se em três elementos chave: Internet of Things (IoT), Cyber-Physical Systems (CPS) e Smart Factories. A Internet das Coisas é um termo oriundo do inglês: “Internet of Things” (IoT), que significa a interação entre diversos aparelhos eletrônicos, de modo que esses objetos possam operar de forma autônoma, processando e compartilhando informações entre si, usando a internet ou sensores de rádio frequência ou outras formas de comunicação (ASHTON, 1999; SINGER, 2012). No ano de 2003, a Internet das Coisas foi considerada uma tecnologia capaz de ocasionar grandes alterações em nível mundial, consistindo em um fator associável ao cotidiano de 75% das pessoas, mundialmente. Isso permite coletar e processar informações de modo a possibilitar se uso para fins laborais e/ou a resolução a problemas de natureza doméstica de forma automática (SUNDMAEKER, 2010). O advento da internet e a intensificação da conectividade entre aparelhos e/ou indivíduos, por conexões móveis, é uma nova alteração de grandes proporções, ao passo que são apresentadas múltiplas possibilidades de aplicar-se a internet das coisas (FEKI et al., 2013). Percebe-se, pois, que o mundo tal como é conhecido contemporaneamente encontra-se em um novo parâmetro, caracterizado pelo controle do tempo dos indivíduos pelos computadores, sendo a internet crescentemente onipresente, infiltrada em quase todos os âmbitos da sociedade atual. 10 Os sistemas ciber físicos são concernentes à associação de duas camadas de abstração, quais sejam a camada de sistemas computacionais e a camada do ambiente físico, com vistas a constituir um sistema híbrido, capaz de simular e interagir com o meio físico, objetivando a otimização dos recursos. Os referidos sistemas não resumem-se a sistemas tradicionais, apresentando capacidades cibernéticas, redes em escalas externa e múltipla, reconfiguração dinâmica, níveis elevados de automação, confiabilidade e certificação da operação, sendo as características a entrada e feedback para ambientes físicos, controle e gerenciamento distribuídos, requisitos de desempenho em tempo real, distribuição geográfica ampla e sistemas de controle em larga escala, conforme registra (RAJI, 1994). A respeito das fábricas inteligentes, tem-se que, nos dias atuais, a sociedade possui pleno contato com os dispositivos inteligentes, dos smartphones às smarthomes, passando pelas redes elétricas inteligentes. Em tal realidade, o aditivo inteligente aplica-se com vistas a conceder características a um objeto que fora aperfeiçoado por vias de recursos adicionais, os quais inserem a comunicação multiplataforma, ampliando as características computacionais. A inteligência de um dispositivo é implementável por vias da cooperação de uma rede de dispositivos inteligentes semelhantes, com capacidade de verificação das atualizações do estado do sistema, decidindo, desta maneira, a atuar ou não sobre os referidos componentes (RAJI, 1994). Nesta realidade, Yoon et al. (2012) relatam as características elementares das fábricas inteligentes consistem na transparência da informação e no controle autônomo, assim como na fabricação sustentável. A forma essencial para a implementação de tal visão e a compatibilidade com a RFID, ademais, é essencial. Uma fábrica que visa a inovação deve associar a tecnologia da computação ubíqua tal qual um facilitador, solucionando conflitos no chão de fábrica com os componentes presentes. Desta forma, a fábrica inteligente trata-se de um sistema no qual a produção autônoma e sustentável se dá quando ocorre a reunião, a permuta e a utilização de informações com pauta na transparência, independentemente do lugar, através da 11 interatividade entre máquina, ser humano, sistemas e materiais, fulcrada na onipresença da tecnologia da fabricação (MOREIRA, 2017). 3 CENÁRIO BRASILEIRO No Brasil, aproximadamente 2% das empresas adotam as tecnologias da indústria 4.0, sendo necessários grandes esforços para que a competitividade destas organizações cheguem a patamares desejáveis, estimando-se em torno de uma década o período necessário para ampliação significativa no país. Apesar do contexto não destacar vantagens para as empresas nacionais, há expectativas que até o ano de 2020, amplie-se a retomada dos investimentos. Nesta realidade, para que seja propiciado o desenvolvimento da indústria 4.0 no Brasil, são necessários os seguintes aspectos: a) aplicação nas cadeias produtivas e desenvolvimento de fornecedores; b) mecanismo para implementação de tecnologia da indústria 4.0; c) desenvolvimento da tecnologia; d) recursos humanos; d) infraestrutura; e) regulação e f) articulação institucional. Tais dimensões contemplam fatores de natureza interna e externa, de forma que há empecilhos a serem superados no âmbito dos negócios; outrossim, as organizações visam a implementação da indústria 4.0 no Brasil (CNI, 2018). Face ao exposto, alguns fatores evidenciam o desenvolvimento da indústria 4.0 no Brasil. Algumas indústrias em funcionamento no Brasil foram as primeiras a apresentarem projetos alusivos à indústria 4.0, como a Ambev, que implementou um sistema de automação com vistas a aperfeiçoar o controle do processo de resfriamento da cerveja, reduzindo-se as variações da temperatura, impedindo ou atenuando o desperdício da energia, de maneira que a tecnologia encontra-se presente em oito cervejarias da organização, com o objetivo de ampliar a utilização do sistema para outras unidades (EXAME, 2017). Outro aspecto de desenvolvimento da indústria 4.0 no Brasil é o projeto implementado pela Volkswagen, baseado em um padrão digital, de maneira que realiza-se a simulação dos produtos em ambiente em três dimensões (3D), estabelecendo celeridade ao processo e assegurando flexibilidade, otimizando o 12 tempo da produção e abrindo postos de trabalho com elevada qualificação (EXAME, 2017). O terceiro aspecto de implementação da indústria 4.0 no Brasil é a ampliação do investimento das empresas em hardware, software e treinamento de pessoal, de forma que nas fábricas brasileiras de automóveis com maior representatividade, implicou em uma economia de quase cem milhões de reais no decurso de 24 meses, surgindo o pensamento, no meio industrial, de que a competição em nível global só é propiciada quando a transformação digital atua no software e no hardware, havendo uma integração total dos processos (EXAME, 2017). Um quarto aspecto de exemplifica a implementação da indústria 4.0 no Brasil é a indicação do Mapa Industrial 2017-2020 no Brasil, o qual relata que até o ano de 2020, o Brasil apresentará uma demanda de aproximadamente 2 milhões de profissionais para a indústria 4.0, com ênfase para a Tecnologia da Informação, demonstrando-se, claramente, a relevância do interesse das empresas na indústria 4.0 no território nacional (SATURNO, 2018). O quinto aspecto sinalizador da implementação da indústria 4.0 no Brasil é a boa expectativa do crescimento do PIB em 3% em 2019, de maneira que o aumento do índice de Confiança que, apesar de pouco expressivo, aumentou, estabeleceu a ampliação das expectativas das indústrias brasileiras, as quais estão passando a mostrar-se interessantes para os investidores internacionais, registra Saturno (2018). 4 A INDÚSTRIA 4.0 E A INTERNET DAS COISASDe acordo com Ashton (2009), o termo IoT (Internet das Coisas) foi primeiramente utilizado em sua pesquisa, denominada "I made at Procter & Gamble", em fins da década de 1990, de forma que o referido termo era vinculado ao emprego da tecnologia de Identificação por Rádio Frequência (RFID – Radio Frequence Identification). Entretanto, tal termo não apresentava relevância no que diz respeito à quantidade de estudos em função de si implementados. Entretanto, em meados da década de 2000, ocorreu uma intensificação das buscas pela Internet das Coisas, nos níveis industrial e acadêmico, verificando-se a associação com as Redes de 13 Sensores Sem Fio (abreviado pela sigla RSSF). Tais redes implicam na ocorrência de vantagens na automação, tanto nas residências quanto nas indústrias (DA XU et al., 2014), assim como ocasionou diversas restrições de dispositivos, robustez de rede e escalabilidade. Posteriormente, no final da década de 2000, popularizou-se a Internet das Coisas, devido ao desenvolvimento das RSSF, ampliando-se as perspectivas sobre o termo em questão. Em 2012, ocorreu o apontamento da Internet das Coisas como um avanço tecnológico de natureza emergente. Neste momento, previu-se que ao decurso de até dez anos, a Internet das Coisas seria integralmente incorporada pelo mercado, de forma que nos dias atuais (2017), são notáveis as perspectivas concernentes à sua aplicação na indústria e na academia. Percebeu-se, então, o afloramento das plataformas da Internet das coisas, impulsionando as expectativas de sua utilização, significando a manifestação do interesse do público específico, apontando a razão pela qual ocorre a atração da atenção das comunidades industrial e científica para a Internet das Coisas (SANTOS et al., 2016). A conexão de mecanismos com recursos diversos em uma rede estabelece a potencialização do nascimento de aplicações inéditas, de maneira que interligar tais mecanismos à web determina a criação da Internet das Coisas, possibilitando-se a fluência mútua de dados entre os dispositivos e os usuários, trazendo à baila uma numerosa diversidade de aplicações (SUNDMAEKER et al., 2010). Tal realidade possibilita o surgimento de inovações nas aplicações, entretanto, há empecilhos na conexão de objetos à internet, devido aos impasses que concernem à energia, comunicação, memória e processamento; entretanto, em tais circunstâncias, os mecanismos são pautados pela heterogeneidade, de forma que determinados requisitos de fulcros prático e teórico são identificados. Evidencia-se, pois a demanda adaptativa dos protocolos utilizados na atualidade, considerando-se que os padrões de roteamento e de comunicação nas redes de mecanismos inteligentes são susceptíveis a não se adaptar aos mesmos parâmetros de determinada rede (CHAOUCHI, 2013). Percebe-se que há pontos a serem transpostos, considerando-se a latência de aplicações novas para a Internet das Coisas, de forma que as informações levantadas pelos mecanismos são susceptíveis de inconsistências, imperfeições e 14 diversidade, de forma que deve haver a capacidade adaptativa dos algoritmos e das aplicações em ordenar tais informações. Segundo Rodrigues (2017), a Internet das Coisas consiste em uma revolução tecnológica do setor da informação. É possível vislumbrar a Internet das Coisas tal qual a associação de múltiplos âmbitos tecnológicos, considerando-se estes como suplementares, com vistas a tornar viável o vínculo de objetos que se encontram em um cenário físico com o ambiente virtual. Assim, tem-se os blocos essenciais para que seja possível construir a Internet das Coisas, que consiste na semântica (capacidade de extrair-se o conhecimento dos mecanismos), os serviços (permite estabelecer várias classes de serviços, como os serviços de identificação), a computação (consiste na inclusão da unidade de processamento, que executa, nos mecanismos, algoritmos locais), os atuadores e sensores (recolhem dados a respeito dos objetos em determinadas circunstâncias e encaminham-nos para os centros de armazenamento, podendo os atuadores agir para alterar propriedades do objeto) e a identificação (bloco de mais evidenciada relevância, considerando-se que é essencial apontar os mecanismos em particular, para efetuar sua conexão com a internet) (SANTOS et al., 2016). No Brasil, o Brasil implementou um planejamento, em nível nacional, elencando as estratégias alusivas ao empreendimento da Internet das Coisas, de forma que se evidenciam quatro vértices: manufatura, agronegócio, saúde e cidades inteligentes. O governo planeja executar tais políticas entre os anos de 2018 e 2022 (MARI, 2017). O programa é denominado "Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil", e o seu lançamento se deu na conferência Futurecom, na cidade de São Paulo, em 2017, com financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento do Brasil (BNDES), em consórcio com a McKinsey consultoria, no qual se implementou um estudo com vias a apontar as prioridades dos serviços iniciais. Estabeleceu-se que é necessário priorizar a sustentabilidade e a qualidade de vida dos cidadãos, por vias da tecnologia (MARI, 2017). Com o escopo de atualizar a prestação dos serviços privados e públicos, promover o empreendedorismo, ampliar as habilidades e modernizar o atendimento à população, o governo almeja a inserir o Brasil na vanguarda da Internet das Coisas, num futuro breve, tendo em vista que o país se encontra enfrentando 15 grandes impasses, no que concerne à sua capacidade de geração de tecnologias lastreadas na Internet das Coisas. A Internet das Coisas demanda da apresentação de duas vertentes, quais sejam a tecnológica e a social. A primeira é concernente ao estímulo ao aperfeiçoamento tecnológico e estrutural, ao asso que a segunda é alusiva às alterações comportamentais, que propiciam o consumo e o emprego de mecanismos inteligentes, conforme demonstrado na Figura 01. FIGURA 02 - Vertentes da Internet das Coisas Fonte: FIRJAN, 2015 O surgimento de produtos de natureza híbrida é propiciado pela conexão dos bens de consumo tradicionais, de maneira que não há mais a disponibilização de serviços e produtos de forma segregada. Dessa maneira há uma tendência à oferta dos produtos tangíveis e tradicionais à conexão aos serviços, visando dispor ao consumidor final o término dos empecilhos que separam o físico e o virtual. Desta 16 forma promover-se-á a mudança conceitual no consumidor, onde este vai procurar, em vez de adquirir um produto, ter a experiência de sua utilização. Estas modificações são voltadas nos diversos âmbitos das cidades (transporte, comercialização, logística, segurança, saúde etc), trazendo sensíveis mudanças no cotidiano do usuário final. Este, portanto, será apontado como o beneficiário mais evidente da Internet das Coisas, visto que a percepção do valor apresentará mais tangibilidade, através do aprimoramento dos serviços e de experiências inéditas, com potenciais de geração de novos negócios (MCKINSEY, 2015). No referente aos serviços e aos negócios, o agrupamento das tecnologias abarcadas pela Internet das Coisas será capaz de possibilitar às organizações uma percepção esmiuçada das operações, dos indivíduos e dos objetos, o que é explicado pelos dados de estilo e consumo encontrarem-se disponibilizamos às organizações que estejam capacitadas para adaptar os produtos e serviços a determinado consumidor (FIRJAN, 2016). Na indústria, a inserção da Internet das Coisas estabelecerá o aperfeiçoamento da eficácia das operações, demandando-se a utilização de práticas otimizadas na integralidade da cadeia de valor, com vistas a possibilitar resultados que concernem à diminuição dos custos, à ampliação dos ganhos em escala e à expansão da produtividade (PORTER; HEPPELMANN, 2014). Na manufatura, a Internet das Coisas potencializar-se-áem decorrência de possibilidades de emprego no aprimoramento das operações, na melhoria da organização dos estoques e na manutenção de cunho preventivo. Tal realidade pode implicar no alcance de um valor de 1,2 trilhão a 3,7 trilhões de dólares po ano, em meados dos anos de 2020. Considerando-se os fatores relativos a prevenir os acidentes, tem-se que tal valor atingirá 225 bilhões de dólares anualmente, em um custo que pode ser evitado (MCKINSEY, 2015). CONCLUSÃO A indústria 4.0 é responsável pelo estabelecimento de fatores impulsionadores no processo evolutivo da produção e da comunicação, devido às 17 alterações das possibilidades da implementação de operações de natureza mercantil, em nível mundial, de forma que a referida rede caracteriza-se como o mais eficaz meio de comunicação entre clientes e empresas. O progresso tecnológico propiciou o surgimento do comércio eletrônico, o qual existe no âmbito prático e encontra-se em plena expansão no mundo, tendo o Brasil como um mercado notavelmente crescente, sendo necessário, todavia, a superação de empecilhos de natureza tecnológica e cultural, ou seja, é necessário expandir o acesso à internet e aprimorar as formas de contato e atendimento entre organizações financeiras e consumidores, para que o advento do dinheiro digital possa consolidar-se na sociedade brasileira. Nesta realidade, em associação com a Indústria 4.0, a internet foi responsável pelo estabelecimento de fatores impulsionadores no processo evolutivo da comunicação, devido às alterações das possibilidades da implementação de operações de natureza mercantil, em nível mundial, de forma que a referida rede caracteriza-se como o mais eficaz meio de comunicação entre clientes e empresas. É necessário enfatizar que a segurança das redes, ao operar-se com internet das coisas, deve ser objeto de demonstrada observância, visto que a ausência de confiança dos clientes no sistema de segurança das instituições pode ser determinante para o comportamento deste cliente. Concluiu-se que entre os desafios elementares para a obtenção da industrialização plena, encontra-se a tradição das empresas familiares, a carência da mão de obra qualificada e o elevado custo dos equipamentos. Tais empecilhos são passíveis de desconstituição através da implementação de programas governamentais de conscientização, no sentido de que as indústrias se modernizem, com vistas a manter a competitividade perante a concorrência internacional. 18 REFERÊNCIAS ALIZON, F.; SHOOTER, S. B.; SIMPSON, T. W. Henry Ford and the Model T: lessons for product platforming and mass customization. Design Studies, Volume 30, capítulo 5, setembro 2009. CHAOUCHI, H. The internet of things: connecting objects. John Wiley Ed. 2013. CNI - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Pib Industrial em 2018. Brasília. 2018. DRATH, R.; HORCH, A. Industrie 4.0: Hit or Hype?, IEEE Industrial Electronics Magazine, 8(2), 2014. EXAME. O Brasil está pronto para a indústria 4.0? Revista Exame. São Paulo. 2017. FEKI, Mohamed Ali. The Internet of Things: The Next Technological Revolution. IEEE Computer Society, 2013. FIRJAN. Indústria 4.0: Internet das Coisas. Sistema FIRJAN. São Paulo. Junho, 2016. 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