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35 Proteção Contra Incêndios

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Projeto De Prevenção E Combate Á Incêndio 
A Prevenção e Combate a Incêndios surgiu já na pré-história, quando o homem começou a utilizar o 
fogo para as mais variadas atividades: aquecimento, preparo de alimentos, têmpera de metais, etc. 
Durante sua evolução, constatou-se que os seres humanos sempre tentaram dominar as forças da 
natureza. Porém, a exemplo de tantas outras, o fogo, que tantos préstimos faz ao homem, quando 
fora de controle possui uma capacidade imensa de destruição, através dos denominados incêndios 
(sinistros). Seus efeitos são destruidores, na forma de perdas patrimoniais e também humanas. 
Com o intuito de proteger-se, uma série de medidas de combate ao fogo foram sendo adotadas, bem 
como o desenvolvimento de novos equipamentos, novas técnicas e o mais importante, novas legisla-
ções e constantes atualizações das mesmas. 
Infelizmente, foram necessárias muitas mortes para que legislações de prevenção contra incêndio 
fossem criadas e, depois de criadas, muitas outras ainda foram necessárias para que tais normas 
fossem cumpridas. 
Pode-se ter como exemplo o recente incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, que deixou como lega-
do uma maior exigência dos órgãos fiscalizadores, duas novas Leis Complementares do Estado do 
Rio Grande do Sul, a de nº 14.376 de 26 de dezembro de 2013, e a nº 14.555 de 02 de Julho de 
2014, e um crescimento da importância a essa prevenção em todo o país. 
Tem-se atualmente uma enorme quantidade e variedade de normas e leis que devem ser cumpridas, 
tanto em nível federal como estadual e mesmo municipal, sobre os mais variados tipos de edifica-
ções, que detalham todos os equipamentos necessários, condutas no momento do incêndio, manu-
tenção, bem como cuidados especiais já na elaboração de projetos e construção. 
No entanto, vale salientar que a consciência da importância da prevenção de incêndios não deve ser 
apenas dos profissionais ligados à área, como arquitetos, engenheiros, bombeiros e profissionais da 
saúde, mas ser inerente a todos, sendo vitais campanhas com ênfase em conhecimentos básicos (os 
riscos do fogo, os perigos de brincadeiras com fogos de artifícios e balões, riscos elétricos, riscos dos 
produtos químicos domésticos, entre outros) e treinamento básico (uso correto de extintores, mango-
tinhos, formas de propagação do fogo, procedimento de emergência, rotas de fuga, etc.). “O incêndio 
existe onde a prevenção falha” (FERIGOLO, 1977, p. 7). 
2. 1 Conceito de fogo 
Segundo Ferigolo (1977, p. 11) “para fazermos uma prevenção de incêndio adequada é necessário 
primeiro colocarmos o fogo sob todos os seus aspectos: sua constituição, suas causas, seus efeitos 
e, principalmente, como dominá-lo”. 
fogo é o resultado de uma reação química, denominada combustão, que se caracteriza pelo despren-
dimento de luz e calor. 
Essa reação de combustão só acontece se houver a presença simultânea de três elementos essenci-
ais, em suas devidas proporções: combustível, calor e um comburente (oxigênio do ar). Esses ele-
mentos formam a clássica figura do Triângulo do Fogo (Figura 1). 
 
Figura 1 – Triângulo do Fogo 
Combustível: é o elemento que, ao mesmo tempo em que alimenta o fogo, serve de campo de propa-
gação para o mesmo. São todas e quaisquer substâncias sólidas, líquidas ou gasosas que, após 
atingir uma temperatura de ignição, combinem quimicamente com outra, gerando uma reação exo-
térmica, liberando calor e luminosidade. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Os materiais orgânicos são todos combustíveis. Já os inorgânicos apenas alguns. A combustibilidade 
de um corpo depende de sua maior ou menor facilidade de combinação com o oxigênio, sob ação do 
calor. 
Comburente: trata-se do oxigênio existente no ar atmosférico. É o elemento ativador do fogo, que dá 
vida às chamas e intensifica a combustão, tanto que em ambientes pobres em oxigênio o fogo não 
tem chamas e em ambientes ricos em oxigênio as chamas são intensas, brilhantes e de altas tempe-
raturas. 
Normalmente, o oxigênio está presente no ar a uma concentração de 21%. Quando esta concentra-
ção é inferior a 15%, não haverá combustão (UMINSKI, 2003, p. 2). 
Calor: é o elemento que serve para dar início ao fogo, para mantê-lo e incentivar sua propagação. 
Pode ser resultado da ação da luz solar, queda de meteoros, raios, curto-circuitos em redes elétricas 
ou mesmo de descuidos humanos, como pontas de cigarros, aparelhos aquecedores, velas acesas, 
fósforos, etc. 
Os combustíveis, em geral, precisam ser transformados em gases para queimar e o calor necessário 
para vaporizá-los varia muito de corpo para corpo. A gasolina, por exemplo, vaporiza a uma tempera-
tura bem baixa, enquanto que a madeira ou mesmo o carvão exigem mais calor. Aumentando o calor, 
pode-se vaporizar quase todos os combustíveis. Vale ressaltar que, após vaporizar, é necessário 
ainda mais calor para que a queima do material aconteça. Exemplo disto é a gasolina, que vaporiza a 
cerca de 40ºC, mas só queima a uma temperatura de 275ºC (FERIGOLO, 1977, p. 12). 
Essa representação mais famosa do fogo pelo triângulo nada mais é do que uma representação didá-
tica. Na realidade, existe ainda um quarto elemento, sem o qual o fogo não se mantém: a reação 
química em cadeia. Portanto, uma representação mais adequada é a do Quadrado do Fogo (Figura 
2). 
 
Figura 2 – Quadrado do Fogo 
A reação química em cadeia nada mais é do que a transferência de energia de uma molécula em 
combustão para outra intacta. Os combustíveis, após entrarem na fase de combustão, geram mais 
calor. Esse calor vai gerar o desprendimento de mais gases combustíveis que, novamente, combina-
dos com o oxigênio do ar, darão continuidade à reação de combustão. Deste modo, tem-se uma rea-
ção em cadeia, com uma transformação gerando outra transformação (UMINSKI, 2003, p. 3). 
Formas de transmissão do calor 
Segundo Ferigolo (1977) é vital, tanto no estudo de prevenção quanto de extinção do fogo, conhecer 
como o calor pode ser transmitido. Essa transmissão de energia se processa através do ar atmosféri-
co ou da própria estrutura do corpo combustível e dos líquidos e gases nas suas proximidades. O 
calor se propaga sempre dos pontos mais quentes para os mais frios de três maneiras diferentes e, 
muitas vezes, associadas: 
Condução: a transferência de calor se faz por contato direto entre um corpo e outro, de molécula em 
molécula, ou através de um meio intermediário, sólido, liquido ou gasoso que seja condutor de calor. 
Não há transferência de calor por condução através do vácuo e os sólidos são melhores condutores 
que os gases. (Ex.: barra de ferro levada ao fogo). 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Convecção: a transferência de calor se faz através de movimentos de massas de gases ou líquidos. 
Uma massa de ar, ao ser aquecida, se torna mais leve, menos densa, e tende a subir para as partes 
mais altas do ambiente. Muitas vezes, essas massas de ar podem levar calor suficiente para que, ao 
acenderem e se deslocarem horizontalmente em um ambiente fechado, iniciar o fogo em materiais 
combustíveis com os quais entrem em contato. 
Irradiação: a transferência de calor se faz por meio de ondas caloríficas que se deslocam através do 
espaço vazio. (Ex.: calor que recebemos do sol). 
Métodos de extinção do fogo 
Como citado anteriormente, a condição imprescindível para ocorrer o surgimento do fogo é a união 
dos elementos combustível, oxigênio e calor. A extinção se dá quando se elimina um desses elemen-
tos ou se interrompe o processo de reação química em cadeia, impedindo que o fogo continue. Têm-
se quatro métodos básicos de extinção: 
Resfriamento: consiste em retirar ou diminuir o calor do material incendiado, até o ponto em que não 
libere mais vapores que reajam com o oxigênio, impedindo o avanço do fogo. É o processo mais usa-
do. Exemplo: uso de água. 
Abafamento: consiste em impedir oudiminuir o contato do oxigênio com o material combustível. Não 
havendo concentração suficiente de comburente no ar para reagir (concentração de O2< 15%) não 
haverá fogo. Exemplos: cobertura total do corpo em chamas, fechamento hermético do local, empre-
go de areia, terra, etc. Como exceções, existem materiais que possuem oxigênio em sua composição, 
como os peróxidos orgânicos e a pólvora. 
Isolamento: consiste na retirada, diminuição ou interrupção do material (combustível) não atingido 
pelo fogo, com suficiente margem de segurança, para fora do campo de propagação do fogo. Exem-
plos: interrupção de vazamento de um liquido combustível, realização de aceiro em incêndios flores-
tais, retirada manual do material, fechamento de válvula de gás, etc. 
Interrupção da reação química em cadeia: consiste em utilizar determinadas substâncias que têm a 
propriedade de reagir com algum dos produtos intermediários da reação de combustão, evitando que 
esta se complete totalmente. Pode-se impedir que materiais combustíveis e comburentes se combi-
nem colocando-se materiais mais reativos e menos exotérmicos na queima. Exemplos: bicarbonato 
de sódio (extintor de PQS), bicarbonato de potássio, etc. 
Conceito de incêndio 
livro Segurança Contra Incêndio no Brasil (2008), escrito sob a coordenação de Alexandre Seito, for-
nece algumas definições. Pela própria NBR 13860, tem-se que: “incêndio é o fogo fora de controle”. 
Pela Internacional ISO 8421-1, tem-se que: “incêndio é a combustão rápida disseminando-se de for-
ma descontrolada no tempo e espaço”. 
Sabe-se que sempre será um dever dos profissionais da engenharia prevenir e lutar contra aquilo que 
ameaça bens materiais e vidas. 
Como resultado da queima de combustíveis, o incêndio produz: 
gases; 
chamas; 
calor; 
fumaça. 
Todas estas substâncias são altamente prejudiciais e ameaçadoras da saúde humana, podendo pro-
vocar queimaduras, irritação nos olhos e lesões ao aparelho respiratório decorrente dos gases libera-
dos (monóxido de carbono, amoníaco, etc.). 
Principais causas de incêndio 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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As causas de um incêndio podem ser classificadas em três grupos (FERIGOLO, 1977, p. 20): 
Causas naturais: não dependem da vontade do homem. Ex.: raios, vulcões, terremotos, calor solar, 
combustão espontânea, etc. 
Causas acidentais: muito variáveis. Ex.: chamas expostas, eletricidade, balões, ratos, etc. 
Causas criminosas: fraudes para receber seguros, queima de arquivo, inveja, crimes passionais, pi-
romania, etc. 
Fatores que influenciam o incêndio 
Segundo Seito et al. (2008, p. 43), não existem dois incêndios iguais, pois são vários os fatores que 
concorrem para seu início e desenvolvimento, podendo-se citar: 
forma geométrica e dimensões da sala ou local; 
superfície específica dos materiais combustíveis envolvidos; 
distribuição dos materiais combustíveis no local; 
quantidade de material combustível incorporado ou temporário; 
características de queima dos materiais envolvidos; 
local do início do incêndio no ambiente; 
condições climáticas (temperatura e umidade relativa); 
aberturas de ventilação do ambiente; 
aberturas entre ambientes para a propagação do incêndio; 
projeto arquitetônico do ambiente e ou edifício; 
medidas de prevenção de incêndio existentes; 
medidas de proteção contra incêndio instaladas. 
incêndio inicia-se bem pequeno e seu crescimento dependerá dos materiais disponíveis e sua distri-
buição no ambiente. Há certo padrão de evolução que pode ser identificado, como citado no Gráfico 
1. 
 
Gráfico 1 - Curva de evolução do incêndio celulósico 
Três fases distintas podem ser identificadas no gráfico: a primeira fase é o incêndio incipiente, tendo-
se um crescimento lento, em geral de duração entre cinco a vinte minutos até a ignição, em que inicia 
a segunda fase, caracterizada pelas chamas que começam a crescer aquecendo o ambiente. O sis-
tema de detecção de fumaça e alarme deve operar na primeira fase e o combate a incêndio e conse-
quente extinção tem grande probabilidade de sucesso. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Quando a temperatura do ambiente atinge em torno de 600ºC (a esta temperatura, estruturas de aço 
comumente usadas na construção civil começam a perder sua resistência, tendo início os riscos de 
desabamento), o que ocorre rapidamente, todo o ambiente é tomado por gases, vapores combustí-
veis e fumaça desenvolvidos na pirólise dos combustíveis sólidos. 
Havendo líquidos combustíveis, eles irão contribuir com seus vapores e ocorrerá a inflamação gene-
ralizada (flashover) e o ambiente será tomado por grandes labaredas. 
Caso o incêndio seja combatido antes dessa fase (por chuveiros automáticos, hidrantes e mangoti-
nhos) haverá grande probabilidade de sucesso na sua extinção. A terceira fase é caracterizada pela 
diminuição gradual da temperatura do ambiente e das chamas, o que ocorre por exaurir o material 
combustível (SEITO et al., 2008, p.44). 
Classes de incêndios 
Essa Classificação foi elaborada pela NFPA - Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, e 
adotada pelas seguintes instituições: IFSTA - Associação Internacional para o Treinamento de Bom-
beiros/EUA; ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR; e Corpos de Bombeiros/BR. 
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação 
em que se encontram. Essa classificação determina a necessidade do agente extintor adequado. 
Classe “A”: fogo em combustíveis sólidos como, por exemplo, madeiras, papel, tecido, borracha, etc. 
É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixa como resíduos, sendo que a queima acontece na 
superfície e em profundidade. O melhor método de extinção é o resfriamento, sendo os agentes extin-
tores que podem ser usados são a água e PQS ABC. 
Classe “B”: fogo em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como, por exemplo, gasolina, 
óleo, querosene, GLP, etc. É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície 
exposta. O melhor método de extinção é por abafamento, sendo os agentes extintores que podem ser 
usados são a espuma, o PQS BC e PQS ABC. Não se deve usar a água. 
Classe “C”: fogo em materiais e equipamentos energizados, como, por exemplo, motores, transfor-
madores, geradores, etc. É caracterizado pelo risco de vida que oferece, sendo importante nunca 
usar extintor de água. O melhor método de extinção é por interrupção da reação em cadeia ou por 
abafamento, com o uso de extintores de PQS BC, PQS ABC e CO2. O extintor de CO2 é o mais indi-
cado por não deixar resíduos que danifiquem os equipamentos. 
Classe “D”: fogo em metais combustíveis, como, por exemplo, magnésio, selênio, antimônio, lítio, 
potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio, etc. É caracterizado pela queima em 
altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns, principalmente se contem água. O 
melhor método de extinção é por abafamento, com o uso de extintores de pó químico seco especial 
(PQSE). 
Existem algumas classes especiais adotadas por normas internacionais e pouco conhecidas ainda no 
Brasil: 
Classe “K”: fogo envolvendo óleo vegetal e gordura animal, tanto no estado sólido ou liquido, tendo 
como exemplo de ambientes as cozinhas comerciais ou industriais. Essa classe é ainda pouco co-
nhecida no Brasil. O melhor método de extinção é por abafamento e também nunca se deve usar 
água. Esta classe possui agente extintor especial para sua classe, com alto custo. 
Classe “E”: fogo envolvendo material radioativo e químico em grandes proporções, sendo necessário 
equipamentos e equipes altamente treinadas. 
livro Segurança Contra Incêndio no Brasil (2008) fornece um resumo objetivo da evolução das nor-
mas, leis e técnicas de prevenção e combate a incêndios no Brasil, destacando claramente que esses 
avanços foram resultado direto da reação da sociedade aos maiores incêndios ocorridos na história 
doPaís, que deixaram prejuízos materiais e ceifaram muitas vidas humanas. Infelizmente, foram ne-
cessárias muitas perdas para que legislações fossem criadas, melhoradas e, principalmente, cumpri-
das. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
No Brasil, pela ausência de grandes incêndios e grande número de vítimas, até a década de 1970 o 
problema “incêndio” ficou restrito apenas à atuação do Corpo de Bombeiros. A regulamentação era 
escassa, sem absorver conhecimentos internacionais e exclusiva aos Códigos de Obras de cada 
município, assim como a ABNT se envolvia apenas na fiscalização da produção de extintores. Não 
haviam normas sobre saídas de emergência, iluminação, sinalização, rotas de fuga e escadas prote-
gidas. 
Por fim, ao longo dos anos, houve mudanças em todo esse quadro descrito acima até se chegar à 
legislação atual, após uma sequência de tragédias. 
maior incêndio em perda de vidas, até hoje, aconteceu em 1961, na cidade de Niterói (RJ), quando 
por causas criminosas o toldo do Gran Circo Norte-Americano pegou fogo e caiu sobre os espectado-
res. Não havia sinalização ou saídas suficientes e nenhum pessoal treinado. O resultado foi 250 mor-
tos e 400 feridos. Ainda assim, tanto as seguradoras quanto o poder público ainda não tinham sido 
impactados para gerar mudanças. Mais uma vez o início da revolução nessa área da construção civil 
só veio depois de mais dois grandes incêndios. 
primeiro foi no ano de 1972, no Edifício Andraus, de 31 andares, construído em concreto armado e 
com fachada em vidro, no centro da cidade de São Paulo. O incêndio deixou 16 mortos e 336 feridos. 
Os números só não foram piores porque as pessoas se refugiaram no heliponto do edifício e ficaram 
protegidas pela laje de cobertura, sendo resgatadas por helicópteros. Depois do ocorrido, a Prefeitura 
de São Paulo criou grupos de trabalho para estudar reformulações nas legislações e Código de Obra 
da cidade, mas as sugestões terminaram engavetadas, sem qualquer efeito prático. 
Dois anos depois, em 1974, acontece o grande incêndio no Edifício Joelma, de 23 andares, em con-
creto armado, também localizado na cidade de São Paulo. O saldo é assustador, com 179 mortos e 
320 feridos, gerando grande comoção devido às imagens fortes de pessoas se projetando do prédio. 
 
Figura 3 – Incêndio no Edifício Joelma, em 1º de Fevereiro de 1974 
Devido à proximidade, tanto espacial quanto temporal, do incêndio no Edifício Andraus, o impacto na 
opinião pública foi gigantesco. Percebeu-se a inaptidão dos poderes tanto municipal quanto estadual 
para lidar com situações de risco, tanto pelo despreparo do Corpo de Bombeiros quanto pelas conse-
quências de grandes falhas nas legislações. 
É nesse momento que se tem o início da criação de Comissões, Decretos, Normas e aperfeiçoamen-
to de todos os sistemas existentes atualmente, unificando toda a linguagem de incêndio para todas as 
regiões do País, sendo o Estado de São Paulo sempre um pioneiro nessa área. 
Pode-se ainda, com base no livro Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas Edificações 
(2011), de autoria do Professor e Engenheiro Civil Telmo Brentano, citar uma lista de grandes incên-
dios nacionais: 
Conjunto Nacional (São Paulo, 1978); 
Edifício Grande Avenida (São Paulo, 1981); 
Torres da CESP (São Paulo, 1987); 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Lojas Americanas (Porto Alegre, 1973); 
Lojas Renner (Porto Alegre, 1976); 
Edifício Andorinhas (Rio de Janeiro, 1986). 
E como não se destacar o mais recente deles, a maior tragédia da história do Estado do Rio Grande 
do Sul e uma das motivações do desenvolvimento dessa monografia, o incêndio na Boate Kiss, em 
Santa Maria, no dia 27 de Janeiro de 2013, deixando 242 mortos e 680 feridos. 
Como é usual, esse acontecimento colocou novamente em pauta a segurança contra incêndio nas 
edificações do país, levando a novas pesquisas, criação de duas novas Leis Complementares no 
Estado do RS, que tornaram mais rígidas a concessão de alvarás, fornecendo novos detalhamentos 
de procedimentos e equipamentos de emergência, bem como maior segurança para espaços com 
aglomeração de pessoas, como casas de shows e eventos públicos. 
Ao mesmo tempo, a mídia associou o incêndio em Santa Maria com outro ocorrido em 30 de dezem-
bro de 2004, em Buenos Aires, no Boliche República Cromagnon, que deixou 175 mortos e 714 feri-
dos. 
Indica-se como causa do incêndio o uso de fogo de artifício no interior da edificação, o qual teria in-
flamado o material de acabamento do teto. Houve problemas com as rotas de fuga - quatro, das seis 
portas de saída, apresentavam alguma forma de bloqueio, para evitar acesso gratuito de pessoas. A 
maioria das vítimas teve problemas por inalação de fumaça e gases aquecidos, com queimaduras 
nas vias aéreas. Não por acaso há muitas semelhanças. 
A Partir De Todos Esses Dados, Pode-Se Concordar Com Alexandre Seito: 
Entendemos que para os locais de reunião de público ainda não temos um controle efetivo das lota-
ções, não fornecemos adequada informação a seus frequentadores para que eles possam sair em 
segurança e denunciar abusos, nem cuidamos adequadamente dos materiais de acabamento. Esses 
incêndios apontam para uma medida de proteção contra incêndio essencial para essa ocupação, que 
falhou em ambos: o gerenciamento. 
Apenas resta aos profissionais da área de elaboração e fiscalização de PPCIs, finalmente, aprender 
com os fatos ocorridos e colocar em prática seus conhecimentos para evitar que a história se repita. 
Normas, Leis e Decretos 
Pela própria definição usada pela ABNT, “norma técnica é um documento, estabelecido por consenso 
e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para um uso comum e repetitivo, regras, 
diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo 
de ordenação em um dado contexto.” 
Esse organismo reconhecido é a própria ABNT e nessas normas técnicas entram as NBRs, que po-
dem ser meras recomendações feitas pela ABNT com base em estudos e testes em laboratórios, bem 
como o conhecimento acumulado ao longo do tempo pelos profissionais em cada área, porém, quan-
do são mencionadas pelo poder público em Decretos, Leis ou Portarias, torna-se obrigatório o seu 
cumprimento. Há um infinito número de NBRs, principalmente na área da Engenharia Civil, sendo 
vital sua consulta, especialmente na área de Prevenção e Combate a Incêndio, devido às constantes 
atualizações nas mesmas. 
As leis são criadas pelo Estado para estabelecer as regras que devem ser seguidas, constituindo um 
ordenamento, cuja máxima é a própria Constituição Federal. A totalidade das leis que governam uma 
sociedade é chamada legislação. No caso de PPCIs, existem duas novas leis muito importantes no 
Estado do Rio Grande do Sul, aprovadas pela Assembleia Legislativa Estadual, a Lei Complementar 
nº 14.376, de 26 de Dezembro de 2013, e a seguinte Lei Complementar nº 14.555, de 02 de Julho de 
2014, ambas aprovadas por pressão, tanto popular quanto dos órgãos fiscalizadores e de Engenha-
ria, após o incidente na Boate Kiss. Também cabe citar a Lei Estadual nº 10.987, de 11 de agosto de 
1997, que estabelece normas sobre sistemas de prevenção e proteção contra incêndios, dispõe so-
bre a destinação da taxa de serviços especiais não emergenciais do Corpo de Bombeiros e dá outras 
providências. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Já um decreto é usualmente utilizado pelo chefe do poder executivo para fazer a regulamentação de 
leis; ou seja, o decreto detalha a Lei, não podendo ir contra ela ou além dela. No Estado do Rio 
Grande do Sul, o decreto mais importante na área de incêndio é o Decreto Estadual nº 37.380, de 28 
de abril de 1997, que institui as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios e determina outras pro-
vidências, com subsequentes alterações feitas pelo Decreto Estadual nº 38.273, de 09 de Março de 
1998. Este constituiu ummarco na segurança contra incêndio no Estado, pois obrigou todas as edifi-
cações residenciais coletivas, comerciais, industriais e de localização temporária, como circos, espe-
táculos musicais, etc., a terem um PPCI. 
Existem ainda as Portarias e Instruções Técnicas (ITs), emitidas pelo Corpo de Bombeiros da Brigada 
Militar, destinadas à padronização de procedimentos e definição de questões em que a Legislação é 
vaga. O Corpo de Bombeiros é o órgão que planeja, estuda, analisa, aprova, vistoria e fiscaliza insta-
lações e equipamentos de prevenção e proteção contra incêndio em todo território do Estado. 
A fim de facilitar a compreensão no estudo de PPCI, pode-se observar uma hierarquia, que ao mes-
mo tempo representa o crescente grau de detalhamento e especificidade das regras de dimensiona-
mento dos vários sistemas componentes dos PPCIs (EUZEBIO, 2011, p. 19): 
1º Constituição Federal; 
2º Constituição Estadual; 
3º Lei Estadual; 
4º Decretos Estaduais; 
5º Normas citadas pelo Decreto; 
6º Leis e Decretos Municipais; 
7º Portarias, Instruções Técnicas e Pareceres do Corpo de Bombeiros. 
Código de obras 
Código de Obras é o conjunto de leis municipais que controla o uso do solo urbano. Como o próprio 
Código de Obras da Cidade de Santa Maria explica em seu Art. 2º: “este Código dispõe e é aplicado 
sobre o projeto arquitetônico, a execução, a reforma, a modificação, a utilização, o licenciamento e a 
fiscalização das edificações, construções e obras, no Município de Santa Maria”. 
Dentro do Código de Obras, estão inclusos artigos detalhando procedimentos e normas a serem se-
guidos para elaboração de Projetos de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCIs), destacando, muitas 
vezes, a NBR 9077 e também o cumprimento das leis municipais e estaduais para aprovação dos 
mesmos. 
PPCI 
PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e pode ser elaborado apenas por profissionais 
habilitados (Engenheiros Civis e Arquitetos), fiscalizado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros, medi-
ante vistorias e concessão de alvarás, sendo exigido por órgãos públicos para qualquer imóvel, a fim 
de proporcionar maior segurança às pessoas. 
É obrigatório para todas as edificações existentes, mesmo aquelas que se encontram em situação de 
construção ou reforma (naquelas que possuírem ampliação de área superior a 10% da sua área to-
tal). 
Segundo Brentano (2011), os principais objetivos do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio 
devem ser a proteção da vida humana, a proteção do patrimônio e, por último, a continuidade do pro-
cesso produtivo. 
A elaboração do PPCI de uma edificação deve ser focada em duas premissas básicas: evitar o início 
do fogo; havendo a ocorrência de foco de fogo, devem ser previstos meios apropriados para confinar 
o fogo no seu local de origem, permitir a desocupação da edificação com segurança e rapidez e facili-
tar o acesso e o combate ao fogo de forma rápida e eficaz. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Ainda segundo Brentano (2011), as medidas de proteção da edificação ao fogo podem ser classifica-
das em passivas e ativas. 
As medidas de proteção passiva são aquelas tomadas durante a fase de elaboração do projeto arqui-
tetônico e de seus complementares, com o objetivo de evitar ao máximo a ocorrência de um foco de 
fogo, e, caso aconteça, reduzir as condições propícias para o seu crescimento e alastramento para o 
resto da edificação e para as edificações vizinhas. Podem- se citar como exemplos: 
afastamento entre edificações; 
segurança estrutural das edificações; 
compartimentações horizontais e verticais; 
controle da fumaça de incêndio; 
controle dos materiais de revestimento e acabamento; 
controle das possíveis fontes de incêndio; 
saídas de emergência; 
sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA); 
brigada de incêndio; 
acesso das viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação. 
As medidas de proteção ativa, também chamadas de medidas de combate, são aquelas tomadas 
quando o fogo já está ocorrendo. São sistemas e equipamentos que devem ser acionados e opera-
dos, de forma manual ou automática, para combater o foco de fogo, com o objetivo de extingui-lo ou, 
em último caso, mantê-lo sob controle até sua auto-extinção, e também auxiliar na saída dos ocupan-
tes da edificação com segurança e rapidez. Podem-se citar como exemplos: 
sistema de detecção e alarme de incêndio; 
sistema de sinalização de emergência; 
sistema de iluminação de emergência; 
sistema de extintores de incêndio; 
sistema de hidrantes ou mangotinhos; 
sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”); 
sistema de espuma mecânica, em alguns tipos de risco; 
sistema de gases limpos ou CO2, também em alguns tipos de risco. 
PPCI deve ser entregue ao Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) para análise 
e aprovação. Este consiste em memoriais, laudos com suas respectivas ARTs (Anotação de Respon-
sabilidade Técnica) e plantas com os detalhamentos dos sistemas citados, usando simbologia pa-
drão. 
Deixando de analisar a importância da segurança contra incêndio pelo ponto de vista mais vital, que é 
o da proteção de vidas humanas, pode-se concluir facilmente que a elaboração de um PPCI correto, 
seguro e dentro da legislação também possui alta vantagem econômica, tanto para o setor público 
quanto para o setor privado. 
No caso do setor privado, um incêndio gera o prejuízo decorrente da destruição total ou parcial da 
estrutura, lucros cessantes, perda de estoques, demolição e limpeza da área, gastos com indeniza-
ções, publicidade negativa, entre outros. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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No caso do poder público, tem- se gastos com equipamento, recursos e pessoal de Corpo de Bom-
beiros, de hospitais, perda de população economicamente ativa e também o pagamento de benefí-
cios sociais, como aposentadoria por invalidez, entre outros. 
Em ambos os casos, o custo de um incêndio supera e muito o custo da elaboração, instalação e fis-
calização do PPCI de uma edificação e, felizmente, a sociedade vem se dando conta disso, como 
relata o Engenheiro Civil Mário César Borges, em entrevista publicada em 23 de Fevereiro de 2014, 
no jornal Correio do Estado: 
O empresário entende que uma edificação de elevado valor pode ser totalmente destruída em função 
da inexistência de um equipamento preventivo que significa de 3 a 5% do valor total do imóvel. 
Deve-se ter em mente também que a aprovação de um projeto de segurança contra incêndio, a insta-
lação de equipamentos preventivos e a obtenção do Certificado de Vistoria do Corpo de Bombeiros, 
além de garantir a segurança, acarreta a redução do valor do seguro. 
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), diferentemente do corpo 
de bombeiros de outros estados brasileiros, não disponibiliza dados estatísticos em seu sítio na Inter-
net. 
Por outro lado, edita, anualmente, seu “Anuário Estatístico de Ocorrências”, detalhando, de modo 
bastante minucioso, dados sobre os vários atendimentos que realiza. Com base nesses dados, pode-
se perceber a importância da proteção contra incêndios nas edificações (SEITO et al., 2008, p. 359). 
Tabela 1 - Natureza de incêndios no Estado de São Paulo no ano de 2006 
 
Projeto arquitetônico 
Projeto Arquitetônico é o primeiro a ser iniciado, e deve ser o último a ser concluído (Eng. Civil Telmo 
Brentano) 
Nada mais fácil, importante e eficiente do que planejar a Prevenção de Incêndio no momento em que 
a edificação está sendo projetada (FERIGOLO, 1977, p. 160). 
Em entrevista, a Professora da USP Rosaria Ono (REVISTA TÉCHNE, 2013, p. 26), especialista em 
arquitetura preventiva afirma: “a segurança contra incêndio nas edificações começa com um bom 
projeto arquitetônico. A concepção das áreas de circulação, a especificação adequada dos materiais 
de acabamento e revestimento e o posicionamento de portas e janelas podem facilitar - ou impedir - o 
fogo de começar ese propagar.”. Também destaca: 
Hoje, por exemplo, fala-se somente em “aprovar o projeto no Corpo de Bombeiros”, que é simples-
mente uma aprovação no final do processo, depois de ele já estar todo desenvolvido. Nessa fase, 
grande parte da concepção já está pronta e, às vezes, é tardio querer atender a algumas questões 
tardiamente (REVISTA TÉCHNE, 2013, p. 26). 
Como será visto ao longo deste estudo, o dimensionamento de muitas partes de uma edificação vai 
depender também das normas de incêndio. Desta forma, vãos e orientações de paredes, portas, cor-
redores, número de saídas, instalações hidráulicas, elétricas, tipo de laje, material de pisos, tetos, 
entre outros, terão que absorver determinadas condições de segurança. Mesmo no caso de edifica-
ções existentes, é dever do profissional da engenharia e/ou arquitetura fazer levantamento do imóvel 
e, se necessário, fazer as modificações. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Classificação da classe de ocupação e classes de risco 
Para a classificação de qualquer edificação, primeiramente devem ser consideradas as atividades 
que estarão sendo realizadas naquele espaço, bem como o tipo de material da estrutura e o material 
de acabamento de obras já existentes ou definidos em projeto. 
Também deve ser feita toda a descrição do proprietário e a localização do imóvel no “Memorial”, con-
tido no Anexo A deste trabalho, que é fornecido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do 
Sul, em seu site oficial, seguindo a Instrução Normativa 001.1/2014, que fornece instruções normati-
vas de prevenção e proteção contra incêndio provisórias para aplicação da Lei Complementar nº 
14.376, de 26 de dezembro de 2013. 
No mesmo memorial, também devem ser fornecidos os dados do Responsável Técnico (Engenheiro 
Civil ou Arquiteto), juntamente com seu número de registro no respectivo órgão de representação de 
classe. É necessário também informar a área construída da edificação (em m²) e sua altura (em m). A 
altura pode ser medida de duas maneiras (NBR 9077/2001): 
Altura descendente: medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível de descarga, 
sob a projeção do paramento externo da parede do prédio, ao ponto mais alto do piso do último pa-
vimento, não considerando pavimentos superiores destinados exclusivamente a casas de máquinas, 
caixas d’água e outros. 
Altura ascendente: medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível da descarga, 
sob a projeção do paramento externo da parede da edificação, ao ponto mais baixo do nível do piso 
do pavimento mais baixo da edificação (subsolo). 
Classificação segundo a NBR 9077 
A NBR 9077/2001 é a uma norma que trata de “Saídas de Emergência em Edifícios”, sendo a princi-
pal e mais importante NBR da área de prevenção de incêndios. É a base tanto para as Leis Comple-
mentares citadas anteriormente quanto para todas as Legislações de Prevenção de Incêndio pelo 
país. 
Suas recomendações devem ser seguidas, sendo ela mencionada tanto por Decretos Estaduais 
quanto pelo Código de Obras de Santa Maria. 
Para a classificação da “Classe de Ocupação”, temos as classes A (1 a 3), B (1 e 2), C (1 a 3), D (1 a 
3), E (1 a 6), F (1 a 8), G (1 a 5), H (1 a 5), I (1 a 3) e finalmente J. Cada uma delas representando um 
tipo de ocupação, conforme a Tabela 2. 
Pela grande extensão das tabelas de classificação em função de “Classe de Ocupação” apenas par-
tes das mesmas serão colocadas neste trabalho. 
Tabela 2 - Classificação das edificações quanto à sua ocupação 
 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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A norma também apresenta tabelas de classificação em função de altura (Tabela 3) e das dimensões 
em planta (Tabela 4). 
Tabela 3 - Classificação das edificações quanto à altura 
 
Tabela 4 - Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta 
 
Porém, uma das tabelas mais importantes da norma é a classificação de acordo com as característi-
cas construtivas (Tabela 5), que é resultado de uma análise tanto da segurança estrutural da edifica-
ção quanto dos materiais de acabamento utilizados. Essa classificação é utilizada para preencher o 
item “Características Construtivas (NBR 9077 - tipo):” no “Memorial”, contido no anexo B deste traba-
lho. 
Tabela 5 - Classificação das edificações quanto às suas características construtivas 
 
Classificação segundo a Lei Complementar nº 14.376 atualizada 
A Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, estabelece normas sobre Segurança, 
Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do 
Rio Grande do Sul e dá outras providências. 
Utiliza-se o termo “atualizada”, pois ela sofreu algumas alterações pela Lei Complementar n.º 14.555, 
de 02 de julho de 2014. Ambas foram aprovadas após o incidente na Boate Kiss. 
A Lei utiliza como critérios de classificação: 
altura; 
área total construída; 
ocupação e uso; 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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capacidade de lotação; 
carga de incêndio (novidade na Legislação Estadual). 
Carga de incêndio consiste na soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela com-
bustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num ambiente, pavimento ou edifica-
ção, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos (Lei 14.376/2013, p.3). Essa carga 
será importante para classificar a “Classe de Risco” da edificação e também para dimensionamento 
de sistemas de combate a incêndio. 
Pode-se observar que a tabela de classificação da “Classe de Ocupação” da Lei 14.376 atualizada 
(Tabela 6) é muito semelhante a da NBR 9077/2001 (Tabela 2), o que é compreensível, uma vez que 
a Lei se utilizou da norma técnica. Porém, existem diferenças. A tabela fornecida pela Lei é muito 
mais detalhada, incluindo novas classificações: F-9, F-10, F- 11, F-12, G-6, H-6, dividindo a classe J 
(1 a 4) e criando as classes L (1 a 3) e M (1 a 7). 
Tabela 6 – Classificação quanto à ocupação 
 
Percebe-se também uma cobrança por maior segurança em locais públicos ou com grande aglome-
ração de pessoas, pelas alterações da nova Lei 14.555, simbolizada pela Tabela 7 abaixo. 
Tabela 7 – Alteração na Tabela 1 da Lei 14.376/2013 
 
Tem-se a classificação em função da altura (Tabela 8). 
Tabela 8 – Classificação quanto à altura 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
 
Um dos pontos críticos para aprovação das Leis Complementares é a “Classe de Risco” da edificação 
(a ser preenchida no “Memorial”, no anexo B) em função também da carga de incêndio. Essa carga 
de incêndio pode ser definida levando em conta o tipo de ocupação (Tabela 9), pela altura de arma-
zenamento no caso de depósitos (Tabela 10), ou mesmo calculada (Figura 4). 
Tabela 9 – Classificação quanto à carga de incêndio 
 
Tabela 10 – Carga de incêndio relativa à altura de armazenamento 
 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Figura 4 - Cálculo Carga de Incêndio 
Tabela 11 – Classificação quanto ao risco 
 
Determinação das medidas de segurança contra incêndio 
A Lei 14.376 atualizada também define quais as medidas de segurança necessárias, quais os siste-
mas de proteção e combate a incêndio que precisam ser dimensionados e presentes em cada tipo de 
edificação. Para cada edificação, analisando área ou altura da construção e a classe de ocupação, 
têm-se tabelas (Exemplo: Tabela 12) determinando essas medidas a serem cumpridas. 
Tabela 12 – Medidas segurança ocupação residencial 
 
Com o uso destas tabelas é possível preencher o restante do “Memorial” contido no anexo B. 
É importante destacar que, na hipótese da edificação possuir mais de uma função ou atividade, deve-
se sempre utilizar os parâmetros da “pior” situação, ou seja, aquela com maiores exigências, confor-
me mencionado na Lei 14.376 atualizada: “§ 4.º Nas ocupações mistas, para determinação das medi-
das de segurança, proteção e prevençãocontra incêndio a serem implantadas, adotar-se-á o conjun-
to das exigências de maior nível de segurança para a edificação, avaliando-se os respectivos usos, 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
as áreas, as alturas e a carga de incêndio”. 
Podem-se utilizar também critérios de isolamento de risco para dividir as edificações e os sistemas de 
classificação. 
Exemplo Teórico: em uma mesma edificação de 1000 m², altura de 5m, tem-se um depósito de me-
tais (Classe J-1) e uma oficina (Classe G-4) funcionando. Não se consegue isolar nenhuma das duas 
áreas e deve-se analisar a necessidade ou não se instalação de sistema de hidrantes e mangotinhos: 
Pela parte da edificação J-1, ao consultar-se a Tabela 6J.1 da Lei 14.376, constata-se que o sistema 
não é exigido. 
Tabela 13 – Tabela 6J.1 
 
Porém, pela parte da edificação G-4, ao consultar-se a Tabela 6G.2 da Lei 14.376, constata-se que o 
sistema é exigido nesse caso. 
Tabela 14 – Tabela 6G.2 
 
Portanto, toda a área da edificação deverá ser protegida por um sistema de hidrante e mangotinhos. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
A mesma interpretação vale para qualquer medida de segurança ou mesmo no dimensionamento de 
saídas de emergência, rotas de fuga, cálculo de população, número de extintores, entre outros. 
Cálculo da população 
cálculo da população é feito utilizando a NBR 9077/2001, conforme a tabela de dimensionamento das 
saídas. A população será a razão entre a área da edificação e o dado de “pessoas por área” forneci-
do pela tabela (Tabela 15) para cada classe de ocupação. 
Tabela 15 – Dados para o dimensionamento das saídas 
 
Nota-se que muitas das classes mencionadas pela Lei 14.376 não constam nessa tabela e a mesma 
Lei não faz nenhuma menção ao cálculo da população ou às unidades de passagem para dimensio-
namento das saídas de emergência. 
Sistema de hidrantes e mangotinho 
sistema de combate a incêndios sob comando através de hidrantes e mangotinhos é um conjunto de 
equipamentos e instalações que permitem acumular, transportar e lançar a água (agente extintor) 
sobre os materiais incendiados. 
O sistema é composto basicamente por reserva de incêndio, bombas de recalque, rede de tubulação, 
hidrantes e mangotinhos, abrigo para mangueira e acessórios e registro de recalque. É fundamental, 
que ao utilizar o sistema, a chave principal de energia da edificação ou setor seja desligada, a fim de 
evitar acidentes (UMINSKI, 2003, p.28). 
objetivo do sistema é dar condições de combater, com recursos próprios, focos de incêndio em todos 
os pontos da edificação, bem como oferecer uma opção de auxílio, no caso de necessidade, para o 
Corpo de Bombeiros. A principal norma utilizada para dimensionamento do sistema é a NBR 
13714/2000. 
Conforme o Decreto Estadual nº 37.380/97, em seu Artigo 9º do Anexo Único, as edificações deverão 
ser dotadas de instalações hidráulicas de combate a incêndio quando: 
possuírem altura superior a 12m; 
não sendo residenciais, tiverem área total construída superior a 750m²; 
forem destinadas a postos de serviços ou garagens com abastecimento de combustíveis, indepen-
dente da área construída; 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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forem destinadas à residência, possuírem área de pavimento superior a 750m²; 
servirem como depósito de GLP, de acordo com Portaria nº 27/96 do DNC; 
servirem de depósitos de líquidos inflamáveis e combustíveis, de acordo com a PNB nº 216/71 de 
extinto CNP e PNB 98 da ABNT. 
Partes Do Sistema 
Reserva de incêndio: compartimento destinado a armazenar uma quantidade de água que, efetiva-
mente, deverá ser fornecida para o uso em combate a incêndio. Poderão ser elevadas, no nível do 
solo, semienterradas ou subterrâneas, e devem obedecer a especificações de construção no Anexo A 
da NBR 13714/2000 (UMINSKI, 2003, p.28). 
Seu volume será calculado em função da vazão necessária na ponta dos esguichos e do tempo de 
funcionamento simultâneo dos dois esguichos mais desfavoráveis, exigido pela norma, que é de 60 
minutos para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para sistema do tipo 3. 
Bomba de recalque: tem a finalidade de efetuar a alimentação forçada de água no interior das tubula-
ções e entra em funcionamento mediante acionamento manual ou automático. Sua especificação 
decorre do dimensionamento do sistema e utiliza conhecimentos da engenharia hidráulica, obede-
cendo às condições contidas na NBR 13714/2000. 
Tubulação: conjunto de tubos, conexões e acessórios destinados a conduzir a água, desde a reserva 
de incêndio até os hidrantes. Devem ser feitos de material resistente ao calor. Os materiais termo-
plásticos devem ser usados somente enterrados e fora da edificação. As tubulações mais usadas são 
as de aço e cobre. A tubulação do sistema não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 (2 ½”). To-
da a tubulação deve ser pintada da cor vermelha e os acessórios de cor amarela (registros e válvulas) 
(UMINSKI,2003, p.29). 
Hidrante: é o ponto de tomada de água no qual há uma (simples) ou duas (duplo) saídas, contendo 
válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras de incêndio e demais 
acessórios. Os hidrantes poderão ser externos ou internos, de coluna ou de parede (interior do abri-
go). Deverão ter conexões de engate rápido, com diâmetros iguais aos adotados pelo Corpo de Bom-
beiros. As válvulas dos hidrantes devem ser do tipo globo angulares de diâmetro DN65 (2 ½”), Poderá 
ser utilizada, para os hidrantes, válvula angular com diâmetro DN40 (1½") para sistemas que utilizem 
mangueiras de 40 mm, desde que comprovado seu desempenho para esta aplicação, enquanto que 
as válvulas para mangotinhos devem ser do tipo abertura rápida, de passagem plena e diâmetro mí-
nimo DN25 (1”). 
Todos os pontos de hidrantes devem receber sinalizações que permitam sua rápida localização e não 
podem, de maneira alguma, ficar obstruídos ou comprometer a fuga dos ocupantes. Devem ser loca-
lizados nas proximidades das portas externas e/ou acessos à área a ser protegida, a não mais de 5 
m, em posições centrais nas áreas protegidas, fora das escadas ou antecâmaras de fumaça e de 1,0 
m a 1,5 m do piso. No caso dos hidrantes externos, quando afastados de, no mínimo, 15 m ou 1,5 
vezes a altura da parede externa da edificação a ser protegida, poderão ser utilizados até 60 m de 
mangueira (preferencialmente em lances de 15 m), desde que devidamente dimensionados hidrauli-
camente. Recomenda-se que sejam utilizadas mangueiras de 65 mm de diâmetro para redução da 
perda de carga do sistema e o último lance de 40 mm para facilitar seu manuseio (NBR 13714/2000). 
A sinalização do solo só será obrigatória nos locais destinados à fabricação, depósito e movimenta-
ção de mercadorias. 
Abrigo de mangueira: compartimento (cor vermelha) embutido ou aparente, dotado de porta, destina-
do a armazenar mangueiras, esguichos e outros equipamentos, capaz de proteger contra as intempé-
ries e danos diversos. 
Esguicho: é o dispositivo adaptado na extremidade da mangueira, destinado a dar forma, direção e 
controle ao jato de água. Atualmente, permite-se apenas a utilização de esguichos do tipo reguláveis. 
O alcance do jato compacto produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a 8 m, medido da 
saída do esguicho ao ponto de queda do jato. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Mangueira: equipamento constituído essencialmente de um duto flexível dotada de uniões tipo engate 
rápido. As mangueiras mais utilizadas possuem comprimento de 15, 20 ou 30m. Elas sempre devem 
ser guardadas nos abrigos na forma aduchada ou em zig-zag, nunca enroladas. Isto é muito impor-
tante no tempo de reação ao incêndio (UMINSKI, 2003, p.31). 
Registro de recalque: o sistema deve ser dotado de um registro de recalque (também chamado de 
hidrante de recalque), que consiste no prolongamento da tubulação, com diâmetro mínimo de 63mm 
até a entrada principalda edificação. 
Quando estiver no passeio, deve estar enterrado em caixa de alvenaria, com tampa articulada e re-
quadro em ferro fundido, pintada em vermelho, com a palavra “Incêndio” gravada, nas dimensões de 
0,40x0,60m, afastada 0,50m da guia do passeio. 
É recomendável que no interior a caixa haja em dreno para escoamento da água. (Figura 5). Também 
pode ser instalado na fachada da edificação ou em muro de divisa. O importante é garantir a aproxi-
mação de viatura do Corpo de Bombeiros para que eles realizem o recalque da água sem problemas 
(UMINSKI, 2003, p. 33). 
 
Figura 5- Dispositivo de recalque no passeio 
4.5.2 NBR 13714/2000 versus IT 22/2011 
Conforme afirmado anteriormente, o Estado de São Paulo sempre foi um pioneiro da área de segu-
rança contra incêndio, sendo um exemplo a ser seguido, e esse fato ainda persiste. São Paulo tem, 
na opinião do Engº. Profº. Telmo Brentano (2011), assim como na de muitos outros profissionais da 
área, a melhor Legislação de Segurança Contra Incêndio do Brasil. A Lei Estadual é atualizada a 
cada 10 anos, em média, e as Instruções Técnicas do CBPMESP são revisadas e novas são criadas 
a cada 5 anos, em média. 
Por essa razão, novas leis de vários Estados do Brasil já seguiram, com adaptações, a Legislação do 
Estado de São Paulo. Atualmente, no Estado do Rio Grande do Sul, essas Instruções Técnicas estão 
sendo utilizadas como referência pelos profissionais na elaboração do PPCI. 
No caso particular do dimensionamento dos sistemas de hidrantes e mangotinho, a IT 22/2011 do 
CBPMESP apresenta parâmetros mais reais de dimensionamento, uma compreensão mais fácil e 
simples na sua leitura e maior detalhamento dos sistemas. 
Dimensionamento Pela NBR 13714 
Pelo dimensionamento através da NBR 13714/2000 há apenas 3 tipos de sistemas (Tabela 16). 
Tabela 16 - Tipo de Sistemas 
 
Tabela 17 - Componentes para cada hidrante simples ou mangotinho 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Sendo Tipo 1 o sistema de mangotinho (Figura 6) e o Tipo 2 (Figura 7) e Tipo 3 o sistema de hidrante 
duplo com mangotinho. 
 
Figura 6 – Sistema tipo 1 - Mangotinho com tomada de água para mangueira de 40 mm 
 
Figura 7 – Sistema tipo 2 - Hidrante duplo com mangueira semi-rígida acoplada 
A escolha do sistema depende mais uma vez da “Classe de Ocupação” da edificação (Tabela 18). 
Como observado anteriormente, seguindo o exemplo da NBR 9077/2001, a NBR 13714/2000 também 
não contempla várias classes contidas na Lei 14.376. 
Tabela 18 - Classificação das edificações e aplicabilidade dos sistemas 
 
Outra questão a ser analisada é a de RTI (Reserva Técnica de Incêndio). A NBR 13714/2000 deter-
mina que o volume de reserva de incêndio seja calculado considerando que as vazões mencionadas 
na Tabela 16 sejam mantidas por um tempo mínimo de 60 minutos. No cálculo, deverão ser feitas 
algumas considerações. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Essas vazões não precisam ser mantidas somente na ponta do esguicho mais desfavorável hidrauli-
camente, mas considerando o funcionamento simultâneo de: 
dois hidrantes, quando instalados dois, três ou quatro hidrantes; 
três hidrantes, quando instalados cinco ou seis hidrantes; 
quatro hidrantes, quando instalados mais de seis hidrantes. 
resultado desse cálculo, na maioria das vezes, para a maioria das edificações, é um volume de reser-
va muito grande, fora da realidade de custo-benefício e mesmo de espaço das construções brasilei-
ras. 
4.5.2.1 Dimensionamento pela IT 22 
No dimensionamento através da IT 22/2011 do CBPMESP tem-se 5 tipos de sistemas. Para determi-
nação do sistema a ser instalado na edificação são utilizados os critérios de área construída, classe 
de risco e classe de ocupação, sendo já fornecidos diretamente os valores de RTI (Tabela 19). Pode-
se observar também uma maior variedade de classes de ocupação classificados, se comparado com 
a NBR 13714/2000. 
Percebe-se também um maior cuidado, maior exigência e maior clareza ao definir as pressões míni-
mas para cada sistema (Tabela 20). 
Tabela 19 - Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de RTI mínima (m³) 
 
Tabela 20 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho 
 
Tabela 21 - Componentes para cada hidrante ou mangotinho 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
22 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
 
Hidrantes Versus Mangotinhos 
Em artigo publicado pelo Professor da PUC-RS Telmo Brentano, intitulado “Sistema de mangotinhos 
x Sistema de hidrantes”, o mesmo se pergunta: “de que adianta ter uma instalação hidráulica bem 
projetada e executada, com grande vazão, se ela não é adequada ao perfil dos ocupantes da edifica-
ção, que certamente não saberão utilizá-la, principalmente numa situação de pânico?”. 
Esse questionamento é trazido em função do fato de que a maioria das edificações construídas atu-
almente são as de risco mais baixos, principalmente as edificações residenciais coletivas. Este tipo de 
edificação constitui a grande parte das edificações das cidades de médio a grande porte. 
Seguindo a NBR 13714/2000, prédios residenciais coletivos são obrigados a ter instalação hidráulica 
de proteção contra incêndio Tipo 1. Porém, a própria norma abre um precedente, sendo que há duas 
opções: sistemas de hidrantes com vazão mínima de 130 l/min ou sistema de mangotinhos com va-
zão mínima de 80 l/min. 
Apesar de apresentar maior custo de instalação do que o de hidrante, Beltrano apresenta razões 
pelas quais o sistema de mangotinhos é mais adequado para as edificações residenciais e demais 
ocupações de risco leve, baseado principalmente no fator tempo, vital no combate a um incêndio: 
sua operação é mais simples, rápida e fácil que a do sistema de hidrantes; 
permite o combate imediato porque o mangotinho e seu esguicho estão permanentemente acoplados, 
sempre prontos para serem operados; 
pode ser operado por somente uma pessoa sem maiores dificuldades, desde que tenha recebido um 
mínimo de treinamento (igual a de uma mangueira de jardim, somente que de maior porte); 
com esguicho regulável, sua ação sobre o foco do incêndio é mais eficaz, consumindo menos água; 
pode ser usado sem estar todo desenrolado; 
apresenta menores problemas de manutenção e tem durabilidade maior; 
requer menor reserva de água, menores diâmetros das canalizações e menor ocupação do espaço 
físico. 
Para utilizar o sistema de hidrante, são necessárias, de preferência, duas pessoas, uma vez que há 
vazões maiores e a mangueira é mais pesada, seguindo uma sequência de operação (UMINSKI, 
2003, p.34): 
retirar a mangueira do interior do abrigo; 
acoplar as adaptações da mangueira no esguicho e no registro do hidrante; 
abrir o registro do hidrante; 
ligar a bomba de recalque, se necessário; 
iniciar o combate. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Ainda assim, o sistema de hidrante ainda é o mais usado no Brasil, mesmo em edificações em que a 
opção de uso de mangotinho é permitida. 
Cálculo Hidráulico 
Definindo a rede de distribuição, posicionamento de hidrantes e reservatórios, pode-se dimensionar 
todo o sistema (diâmetro da tubulação, tipo de bomba, entre outros) para atender as vazões e pres-
sões necessárias. Devem ser apresentados no PPCI as plantas com os esquemas da rede, bem co-
mo a planilha de cálculo, além de preenchimento do “Memorial”, presente no Anexo E. 
Esses cálculos não serão abordados neste trabalho pela sua complexidade. 
Para maiores informações, uma boa base de consulta, contendo exemplos práticos de dimensiona-
mento, tanto de sistemas de hidrantes quanto de sistema de chuveiro automático, é recomendado o 
livro “Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas Edificações” (BRENTANO, 2011). Também 
existem no mercado softwares que auxiliam na elaboração e cálculo da rede. 
Sistema de chuveiro automático 
sistema de chuveiros automáticos (“Sprinklers”) é uma instalação hidráulica de combate a incêndio, 
quefunciona sem a interferência humana, detectando e extinguindo um princípio de incêndio. 
É um sistema constituído por um reservatório de água ligado a uma rede de tubulações fixas nas 
quais são instalados os chuveiros automáticos convenientemente espaçados, de forma que, em caso 
de incêndio, o sistema entre em operação automaticamente, lançando água sobre o local afetado e, 
ao mesmo tempo, acionando o seu dispositivo de alarme (UMINSKI, 2003, p.35). 
Seu objetivo consiste extinguir um incêndio no seu início, rápida e automaticamente, evitando sua 
propagação. Sua principal vantagem é a de evitar danos em locais não atingidos pelo fogo, pois só 
entrarão em funcionamento os chuveiros próximos ao mesmo. 
A principal norma utilizada para dimensionamento do sistema é a NBR 10897/2014, mas tem-se ain-
da a IT 23/2011 do CBPMESP, que pode ser consultada. No caso especial de depósitos e áreas de 
armazenamento, utiliza-se a NBR 13792/1997 ou a IT 24/2011 do CBPMESP. 
De acordo com Decreto Estadual nº 38.273/98, em seu Art. 8º do Anexo Único, as edificações deve-
rão ser dotadas de sistemas automáticos de extinção de incêndios conforme a seguinte classificação: 
prédios classificados como de risco grande, que possuam área construída acima de 1.500 m²; 
prédios classificados como área de risco médio que possuam área construída acima de 3.000 m² ou 
mais de 20m de altura; 
prédios classificados como de risco pequeno que possuam área construída acima de 5.00m² ou 30 m 
de altura, exceto os residenciais; 
prédios classificados como de risco grande ou médio, quando estiverem abaixo do nível da soleira de 
entrada e com área superior a 500 m². 
Apesar do altíssimo custo de projeto, instalação e manutenção de que todos os projetistas fogem, e 
frisa-se mais uma vez que esse custo é irrisório comparado ao valor total da construção, este é o 
sistema mais eficaz de combate a incêndio. Em artigo “Chuveiros automáticos – sprinklers”, o Engº. 
Jorge Roder apresenta os dados de uma pesquisa realizada ao longo da década de 80 nos EUA 
(SOLOMON, 1996), que apresentou os seguintes resultados: 
8% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 1 sprinkler; 
48% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 2 sprinkler; 
89% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por até 15 sprinkler. 
Os critérios de dimensionamento não serão abordados nessa monografia, devido a sua alta comple-
xidade, o que exige um estudo mais aprofundado e abrangente. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Assim como no dimensionamento de hidrantes, também devem ser apresentados no PPCI esquemas 
em planta, planilha de cálculo e preenchimento do “Memorial”, apresentado no Anexo D. 
Partes Do Sistema 
Abastecimento de água: todo sistema de chuveiros deve possuir pelo menos um abastecimento de 
água exclusivo e de operação automática. 
Sistema de bombeamento: conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos destinados a levar a 
água de uma cota mais baixa para uma mais alta. 
As bombas de recalque devem ser exclusivas do sistema, não podendo ser usadas para outros fins. 
Também devem ser providas de dispositivo de partida automática, com acionamento provocado pela 
queda de pressão hidráulica na rede do sistema de chuveiros, quando um chuveiro é acionado. 
Podem ser elétricas ou de motor a explosão. No caso de ser elétricas, devem dispor de ligação inde-
pendente da rede elétrica da edificação. Ensaios de funcionamento devem ser efetuados anualmente 
(UMINSKI, 2003, p.36). 
Conjunto de tubulações: as tubulações básicas (Figura 8) que formam uma instalação de chuveiros 
automáticos possuem as seguintes denominações e funções: 
ramais: são as ramificações onde os chuveiros automáticos são instalados diretamente ou utilizando-
se braços horizontais de tubo com comprimento máximo de 60 cm; 
tubulações subgerais: são as que alimentam os ramais; 
tubulações gerais: são as que alimentam as subgerais; 
tubulações de subidas ou descidas: são as tubulações verticais, de subidas ou descidas, conforme o 
sentido de circulação da água. 
Estas tubulações fazem as ligações entre as redes de chuveiros dos diversos níveis ou pavimentos, 
as ligações das subgerais com os ramais ou ainda as dos chuveiros individuais com os ramais, quan-
do a subida ou descida excede 30 cm de comprimento; 
subida principal: é a tubulação que liga a rede de suprimento dos abastecimentos de água com as 
tubulações gerais e onde é instalada a válvula de alarme ou chave detectora de fluxo d’água que 
controla e indica a operação do sistema. 
 
Figura 8 – Rede de tubulações 
Chuveiros automáticos - sprinklers: são aparelhos instalados em vários pontos da tubulação e equi-
pados com um elemento que, ao ser submetido a uma temperatura anteriormente fixada, funde-se ou 
rompe-se, permitindo a passagem livre da água da rede de distribuição. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Está água, ao atingir a base do sprinkler, é distribuída na forma de um chuveiro sobre o foco de in-
cêndio (UMINSKI, 2003, p.37). 
sprinkler possui uma ampola “Quartzoid”, na qual se encontra um determinado volume de fluido espe-
cial, controlado com precisão, e fabricado para diversas temperaturas de funcionamento (Tabela 22). 
Tabela 22 – Temperatura de rompimento dos sprinklers segundo a cor 
 
Extintores 
sistema de combate por extintores de incêndio é considerado um sistema móvel, portátil, que necessi-
ta de um operador que desloca o equipamento em questão até o local do fogo para extingui-lo. 
Decreto nº 37.380/98 estipula, em seu Art. 8º, que fica obrigatória a instalação de extintores de incên-
dio em todas as edificações, sendo que a existência de outros sistemas de proteção não exime essa 
obrigatoriedade. 
Em relação à especificação e dimensionamento de extintores, nos edifícios residenciais devem ser 
utilizadas a NBR 12693/2013 e em locais de trabalho a NR 23 do Ministério do Trabalho. 
Contudo, a NR 23 é adequada para todos os casos, com exceção de depósitos de combustíveis e 
centrais de GLP, que possuem legislação específica (NBR 13523/2008 e NBR 17505-7/2013) e, por 
isso, é a mais usada no dimensionamento no Estado do Rio Grande do Sul. Também pode ser con-
sultada a IT 21/2011 do CBPMESP. 
Como foi visto no Capitulo 2.5 deste trabalho, para cada “Classe de Incêndio” há um tipo de extintor 
adequado que poderá ser usado, dependendo dos materiais presentes no local a ser protegido. 
No PPCI, deverá constar em planta a localização de todos os extintores, bem como o “Memorial” 
preenchido e disponibilizado no Anexo C deste trabalho. 
Número De Extintores E Sua Distribuição 
número de extintores a ser instalado na edificação deverá obedecer a Tabela 23, abaixo, que leva em 
conta apenas o risco de incêndio e também estabelece a distância máxima a ser percorrida por qual-
quer ocupante da edificação, no momento do incêndio, desde o local de permanência do extintor até 
qualquer ponto da área a ser protegida. 
Com base no critério de distância máxima e de área coberta por cada unidade extintora, é possível 
realizar a distribuição dos extintores (Figura 9). 
Tabela 23 – Recomendações para cada unidade extintora 
 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Figura 9 – Distribuição de extintores em edificação de risco médio 
dimensionamento do número de extintores utilizando a NBR 12693/2013 ou a IT 21/2011 terá como 
critérios principais a carga de incêndio da edificação e a capacidade extintora. A capacidade extintora 
é o poder do agente extintor de extinguir o fogo, obtido em ensaio prático e normatizado, e a maneira 
mais correta de conseguir esse dado é consultando as informações dadas pelo fabricante do extintor 
de incêndio escolhido. 
Recomendações gerais 
Recomendações presentes na legislação, quanto ao sistema de proteção por extintores de incêndio 
(EUZEBIO, 2011, p.71): 
o extintor deve ser instalado em umaaltura entre 0,60m e 1,60m, considerando a borda inferior e a 
parte superior do extintor (alça), respectivamente; 
deve ser instalado em local visível, desobstruído, de fácil acesso e protegido de intempéries; 
não pode ser instalado nas paredes das escadas; 
é importante ter prazo de validade da manutenção da carga (1 ano) e teste hidrostático (5 anos) atua-
lizados; 
deve-se evitar intercalar diferentes tipos de extintores; 
é importante opera-los corretamente e, portanto, investir em treinamento de pessoal; 
só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos 
técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO; 
independentemente da área ocupada, deverá existir pelo menos 2 extintores para cada pavimento; 
em locais com armazenagem e transporte de materiais deverá ser pintada de vermelho, com bordas 
amarelas, uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não poderá ser obstruída por forma 
nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m; 
a sinalização do local do extintor deve ser feita por placas com setas visíveis de qualquer ponto do 
prédio, normalmente nas cores vermelho e amarelo, e indicando a classe de incêndio a que o extintor 
se destina. Essa sinalização deverá estar a uma altura de 1,80m do piso acabado (até a base da 
placa ou seta); 
quando da inspeção deverá ser apresentada nota fiscal de compra ou de manutenção dos equipa-
mentos. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Saídas de emergência 
A saída de emergência é o caminho devidamente protegido, parte da rota de fuga, a ser percorrida 
pelo usuário de uma edificação em caso de incêndio, até atingir a via pública ou espaço aberto prote-
gido em comunicação com a mesma (CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE 
SANTA MARIA, 2009, p.59). 
A norma que fornece os parâmetros de dimensionamento de saídas de emergência adotadas pelas 
legislações estaduais e municipais por todo o país é a NBR 9077/2001. O Código de Obras da cidade 
de Santa Maria (2009, p.44) destaca, em seu Art.155: 
§ 3º. As especificações para instalações dos Sistemas de Segurança, Prevenção e Combate a Incên-
dio devem ser dimensionadas e executadas por profissional habilitado, em conformidade com as le-
gislações específicas referente à prevenção e combate a incêndios, cabendo ao Município fazer a 
análise, somente, em relação ao presente Código, à NBR 9077 e à legislação municipal específica. 
As saídas de emergência constituem-se de portas, corredores, escadas, rampas ou combinações 
destes elementos, objetivando a saída segura das pessoas de uma edificação, em caso de incêndio, 
até o exterior, bem como facilitar o acesso do Corpo de Bombeiros para o combate ao fogo e ações 
de resgate (EUZEBIO, 2011, p.32). 
A NBR 9077/2001, define os seguintes itens de segurança: 
larguras das saídas de emergência; 
distâncias máximas a serem percorridas em caso de incêndios (rotas de fuga); 
número de saídas e de escadas e definição do tipo de escadas que uma edificação requer; 
exigência de alarme de Incêndio. 
No PPCI, as dimensões, sentidos de abertura de portas, rotas de fuga, entre outros, 
devem ser apresentados em planta, assim como descritas no “Memorial”, Anexo H. 
Número de saídas e tipo de escadas 
Primeiramente, é importante descrever os tipos de escadas que uma edificação pode vir a requerer 
para garantir a segurança da saída dos ocupantes no momento do incêndio (NBR 9077/2001, p.3): 
escada à prova de fumaça pressurizada (PFP): é escada à prova de fumaça, cuja condição de estan-
queidade à fumaça é obtida por método de pressurização; 
escada enclausurada à prova de fumaça (PF): é escada cuja caixa é envolvida por paredes corta-fogo 
e dotada de portas corta-fogo, cujo acesso é por antecâmara igualmente enclausurada ou local aber-
to, de modo a evitar fogo e fumaça em caso de incêndio; 
escada enclausurada protegida (EP): é escada devidamente ventilada situada em ambiente envolvido 
por paredes corta-fogo e dotada de portas resistentes ao fogo; 
escada não enclausurada ou escada comum (NE); é escada que, embora possa fazer parte de uma 
rota de saída, se comunica diretamente com os demais ambientes, como corredores, halls e outros, 
em cada pavimento, não possuindo portas corta-fogo. 
Também é necessário esclarecer as diferenças entre portas e paredes corta-fogo, e portas e paredes 
resistentes ao fogo. Paredes e portas resistentes ao fogo são quaisquer capazes de resistir estrutu-
ralmente aos efeitos de qualquer fogo ao qual possam vir a ficar expostas, durante um tempo deter-
minado, sendo que esse tempo depende do material empregado. Já a parede corta-fogo é um tipo de 
separação corta-fogo que, sob a ação do fogo, conserva suas características de resistência mecâni-
ca, é estanque à propagação da chama e proporciona um isolamento térmico tal que a temperatura 
medida sobre a superfície não exposta não ultrapasse 140°C. E a porta corta-fogo é um conjunto de 
folha de porta, marco e acessórios que tem sua própria norma específica, a NBR 11742/2003. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Na Tabela 24, retirada da norma, pode-se especificar o tipo de escada e o número de saídas obriga-
tórias, levando em conta a área da edificação e, mais uma vez, a “Classe de Ocupação”. 
Tabela 24 - Número de saídas e tipos de escadas 
 
Distâncias Máximas A Serem Percorridas 
Distâncias máximas a serem percorridas no momento do incêndio são as distâncias máximas que 
devem ter as rotas de fuga traçadas, desde qualquer ponto da edificação até um local protegido e/ou 
logradouro. Essas rotas devem constar nas plantas entregues ao Corpo de Bombeiros (Ex.: Figura 
10). 
A definição dessa distância leva em conta os fatores de características construtivas (Tabela 5), “Clas-
se de Ocupação”, número de saídas da edificação e presença ou não de sistema de chuveiros auto-
máticos, conforme se pode constatar na tabela abaixo: 
Tabela 25 - Distâncias máximas a serem percorridas 
8 
 
Figura 10 – Rota de fuga edificação tipo Y 
Um importante detalhe de projeto a ser observado é que todas as portas de saída de emergência 
devem sempre abrir no sentido do trânsito de saída, conforme a Figura 10. 
Largura Das Saídas De Emergência 
As larguras mínimas das saídas de emergência, em qualquer caso, devem ser de 1,10m. A largura 
das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas transitar. Para 
tanto, utiliza-se a Tabela 15, inserida no Capítulo 4.4 deste trabalho. Observados os critérios “Classe 
de Ocupação” e número de pessoas por área, consegue-se obter um valor “Capacidade U de passa-
gem”. 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Uma unidade “U” equivale a 0,55m. Basta multiplicar o valor retirado da tabela por 0,55m e tem-se a 
largura mínima requerida da saída de emergência. 
Sistema De Iluminação De Emergência 
Os sistemas de iluminação de emergência têm como objetivo proporcionar iluminação suficiente e 
adequada, a fim de permitir a saída fácil e segura das pessoas em caso de interrupção da alimenta-
ção normal, bem como proporcionar a intervenção de equipes de socorro (UMINSKI, 2003, p.38). 
Para a elaboração de projeto de iluminação de emergência, instalação, manutenção do sistema e 
demais orientações, deve ser utilizada a NBR 10898/2013, conforme indicado no Art.12 do Decreto nº 
38.273/98. No PPCI, os locais de instalação das luminárias precisam constar em planta e o preen-
chimento do “Memorial” deve ser feito conforme Anexo F. 
sistema pode ser classificado basicamente quanto às fontes de energia a serem utilizadas: 
Sistema centralizado de acumuladores: composto por central de comando (painel de controle), acu-
muladores de energia (baterias), rede de alimentação (instalação elétrica), e luminárias. 
Grupo moto-gerador: composto por um grupo moto-gerador automatizado, painel de controle, rede de 
alimentaçãoe luminárias. 
Conjunto de blocos autônomos: são aparelhos com lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, con-
tendo pequenas baterias e os dispositivos necessários para colocá-lo em funcionamento. É o sistema 
mais comumente usado em edificações. 
Características do sistema 
Fontes de Energia: as fontes de alimentação de energia deverão estar localizadas de forma que 
(UMINSKI, 2003, p.40): 
não podem situar-se em compartimentos acessíveis ao público nem tampouco onde haja risco de 
incêndio; 
devem estar isoladas de outros compartimentos por paredes que resistam ao fogo por período no 
mínimo de 2 horas; 
devem estar ventiladas de forma adequada e dotadas de dispositivo de escapamento de ar; 
não podem oferecer riscos de acidentes aos usuários; 
devem permitir fácil acesso para inspeção e manutenção. 
A fonte de energia do sistema centralizado poderá ser utilizada em conjunto com o sistema de detec-
ção e alarme de incêndio. A troca do estado de vigília para estado de funcionamento, no caso de 
sistema centralizado de acumuladores, não pode demorar mais do que 5 segundos e, no caso de 
grupo moto-gerador, não mais que 12 segundos. 
Eletrodutos e condutores: os fios condutores e suas derivações não devem ser propagantes de cha-
ma e devem estar embutidos em eletrodutos rígidos. No caso de serem externos (instalação aparen-
te), devem também ser metálicos, pintados de cor vermelha ou em PVC rígido antichama, conforme a 
NBR 15465/2008. 
Autonomia: todos os sistemas de iluminação de emergência devem ter autonomia de funcionamento 
mínimo de 1 hora, garantindo-se que, durante este período, haja uma iluminação de intensidade ade-
quada, uma vez que a visibilidade fica prejudicada pela fumaça. 
Tipos de luminárias: as luminárias poderão possuir lâmpadas fluorescentes, incandescentes ou mis-
tas, podendo ser classificadas como luminárias de aclaramento (servem para clarear o ambiente) ou 
balizamento (servem para dar orientação, como, por exemplo, indicações de saída). 
A tensão das luminárias de aclaramento e balizamento para iluminação de emergência em áreas com 
carga de incêndio deve ser de, no máximo, de 30 Volts (UMINSKI, 2003, p.41). 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Os pontos de iluminação de emergência devem ser distribuídos nas áreas de riscos, circulação de 
uso comum, escadas, corredores e rotas de fuga. Em locais onde seja possível a presença de fuma-
ça, a instalação deve estar a uma altura tal que fique abaixo do “colchão” de fumaça. 
Também é importante, no caso de blocos autônomos, que periodicamente se deixe esgotar a carga 
das baterias, para que não fiquem “viciadas”. Esse procedimento pode ser feito desligando da fonte 
de alimentação (tomadas), de forma intercalada, uma luminária sim e outra não (EUZEBIO, 2011, 
p.74). 
Distribuição Das Luminárias 
Segundo a norma, a distância máxima entre dois pontos de iluminação de ambiente deve ser equiva-
lente a quatro vezes a altura da instalação destes em relação ao nível do piso e nunca deve ultrapas-
sar 15 m. A distância máxima entre o ponto de iluminação e a parede não deve ultrapassar 7,5 m. 
 
Figura 11 – Iluminação de emergência 
Sistema de detecção e alarme de incêndio 
Os sistemas de detecção e alarme de incêndio são constituídos de conjuntos de elementos dispostos 
de forma planejada e adequadamente interligados que fornecem informações de princípios de incên-
dios por meio de indicações sonoras e visuais, além de controlar os dispositivos de segurança e de 
combate automático instalados no edifício. 
O objetivo consiste em detectar o incêndio através de três fenômenos físicos: fumaça, elevação da 
temperatura do ambiente e radiação da luz de chama aberta. O alarme pode ser acionado por meio 
de acionadores manuais ou de detectores automáticos (UMINSKI, 2003, p.41). 
As exigências quanto à instalação, manutenção e elaboração de projetos estão na NBR 17240/2010, 
sendo obrigatório preenchimento do “Memorial” na entrega do PPCI conforme Anexo G. O recomen-
dado é entrar em contato com empresas de instalação de alarmes durante o desenvolvimento do 
projeto e instalação, a fim de conhecer os detalhes. 
Sistema Acionado Manualmente 
Para que o sistema de alarme entre em funcionamento, é necessária a interferência do ser humano. 
O sistema é composto por: 
Central de alarme: consiste em equipamento destinado a processar os sinais provenientes dos circui-
tos de detecção automática ou manual, convertê-los em indicações adequadas e comandar e contro-
lar os demais componentes do sistema. Deve estar localizada sempre em área de fácil acesso, longe 
de locais com risco de fogo e, sempre que possível, sob vigilância humana constante, como, por 
exemplo, portarias e sala de bombeiros. 
A central deverá possuir meios para identificação dos circuitos de detecção e indicativa de área ou 
local afetado, que possibilitem fácil entendimento para pessoal de supervisão e dispositivos manuais 
destinados ao acionamento de todos os alarmes sonoros (UMINSKI, 2003, p.42). 
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
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Fonte de energia alternativa: dispositivo destinado a fornecer energia para os equipamentos e siste-
mas de emergência, na falha ou ausência da fonte de energia principal. 
Podem ser um conjunto de baterias ou gerador de energia de funcionamento automático. O sistema 
deve funcionar em regime de alarme de fogo por 15 minutos, considerando o funcionamento simultâ-
neo de todas as indicações sonoras e visuais. 
Circuito de alarme: circuito destinado ao comando dos indicadores e avisadores sonoros e visuais. Os 
condutores (fios elétricos) devem ser rígidos e, quando não protegidos por eletrodutos incombustí-
veis, devem ter isolamento resistente à propagação de chamas. Os eletrodutos podem ser aparentes 
ou embutidos, metálicos, plásticos ou de qualquer outro material que garanta efetiva proteção mecâ-
nica dos condutores. 
Acionadores manuais: dispositivos destinados a transmitir a informação de um princípio de incêndio 
por iniciativa do elemento humano. Devem ser alojados no interior de caixas lacradas com tampa de 
vidro ou plástico, facilmente quebrável. 
Os acionadores devem ser instalados a uma altura entre 1,20m e 1,60m do piso acabado, na forma 
embutida ou de sobrepor, na cor vermelha de segurança. Uma sinalização na parede em uma altura 
máxima de 2,50m deve ser prevista. 
A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa, em qualquer ponto da área protegida, até o 
acionador manual mais próximo, não deve ser superior a 16 metros, e a distância máxima entre acio-
nadores é de 30m. Esses critérios são usados na distribuição dos acionadores na edificação. Na se-
paração vertical, cada andar da edificação deve ter pelo menos um acionador manual. 
Avisadores acústicos e visuais: dispositivos que emitem sinais audíveis e visuais de alerta combina-
dos. Devem ser instalados, em quantidade suficiente, em locais que permitam sua visualização e 
audição em qualquer ponto do ambiente, nas condições normais de trabalho do ambiente. 
Os avisadores não podem ser instalados em áreas como corredores ou escadas, no intuito de au-
mentar o raio de ação do equipamento. 
O som e a frequência de repetição devem ser únicos na área e não podem ser semelhantes a outros 
sinalizadores que não pertencem à proteção contra incêndio. Preferencialmente, devem ser instala-
dos junto aos hidrantes ou próximos às portas de saída de emergência (EUZEBIO, 2011, p.81). 
Sistema Acionado Por Detectores Automáticos 
Detectores automáticos são dispositivos que, quando sensibilizados por fenômenos físicos ou quími-
cos, detectam princípios de incêndio, enviando um sinal a uma central receptora. Agem, portanto, de 
forma semelhante aos acionadores manuais, porém automaticamente. Dividem-se basicamente em 
três grupos (UMINSKI, 2003, p.44): 
Detectores de fumaça: dispositivo destinado a atuar quando ocorre a presença de gases ou partícu-
las, visíveis ou não, produzidos

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