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Processos Biológicos- Principais engrenagens da maquinaria celular Unidade 2- Membranas biológicas Membranas Biológicas: As membranas exercem atividades variadas e complexas nas células, entre as quais: seleção de solutos, impedindo trocas aleatórias de compostos entre os meios intra e extracelulares; formação de vesículas de transporte de substâncias nos processos de endo e exocitose; reconhecimento e adesão intercelular através da matriz extracelular, e interação com substâncias sinalizadoras, como hormônios e neurotransmissores, por meio de receptores. Estrutura e função das membranas biológicas: Ao microscópio, as membranas apresentam-se como camadas duplas. De origem lipídica, são formadas basicamente por fosfolipídios, proteínas e colesterol. ● Fosfolipídios: é um dos principais componentes da membrana celular, a estrutura que media o que pode entrar e sair das nossas células. ● Proteínas: macromoléculas orgânicas mais abundantes das células, fundamentais para a estrutura e função celular. ● Colesterol: é um composto gorduroso utilizado para a produção das membranas celulares e de alguns hormônios. representação esquemática de membrana celular e seus componentes lipídicos e protéicos. Componentes lipídicos da membrana: Os fosfolipídios têm propriedade anfipática? Isso significa que são moléculas que possuem domínios hidrofílicos (cabeça polar/solúvel em meio aquoso) e domínios hidrofóbicos (cadeias hidrocarbonadas apolares/insolúveis em água). Essa característica dos fosfolipídios é crucial para a compreensão da organização das membranas nos organismos vivos que são constituídos por grandes quantidades de água. O fosfolipídio mais abundante das membranas é a fosfatidilcolina. ● Fosfatidilcolina: é um glicerofosfolipídeo constituído por um grupo de ácido graxo, fosfato e colina. Ela ajuda a manter a integridade das membranas celulares e está envolvida em uma série de outros processos que ajudam a manter o funcionamento do organismo. Outros tipos podem estar presentes em concentrações variadas, tanto na superfície das células quanto nas organelas. Alguns fosfolipídios podem ainda estar ligados a carboidratos, formando, assim, glicolipídios. Partes típicas de uma molécula de fosfolipídio: O colesterol, molécula anfipática, se encontra intercalado entre os fosfolipídios, atenuando a mobilidade e a fluidez da membrana. Isso ocorre devido à sua estrutura rígida esteróide, que contribui com a característica de barreira seletiva da bicamada. Estrutura do colesterol As membranas possuem estrutura fluida, sendo variável de acordo com o grau de saturação dos ácidos graxos das cadeias hidrocarbonadas (quanto mais insaturações, maior a fluidez e quanto mais saturações, maior a rigidez). https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_PRBIBA_19/unidade_2/ebook/index.html#carousel_0 Componentes proteicos da membrana: As membranas celulares são constituídas por proteínas, cuja razão é o lipídio: a proteína é equilibrada, na maioria das vezes. Porém, há membranas nas quais as quantidades de lipídios e de proteínas são bastante diferentes. Exemplos clássicos são as bainhas de mielina dos neurônios, ricas em lipídios de diversas naturezas, e da membrana interna das mitocôndrias, em que são observadas grandes quantidades de proteínas do complexo enzimático. Proteínas da membrana: As proteínas de membrana podem ser classificadas como periféricas quando estão associadas à superfície externa da célula, ou seja, às cabeças dos fosfolipídios da monocamada externa ou a proteínas integrais. As proteínas classificadas como integrais recebem esta denominação por estarem inseridas na membrana, atravessando a bicamada de um lado a outro (proteínas transmembrana). Porém, há proteínas que despontam em uma das superfícies da membrana, a partir do cerne hidrofóbico da bicamada. Moléculas de proteínas integrais e da membrana plasmática. Proteínas e aminoácidos possuem duas extremidades características: terminal carboxila e terminal amina. Nas membranas, esses terminais, geralmente, estão associados aos meios aquosos intracelulares (extremidade carboxila) e extracelulares (extremidade amina), locais onde há predomínio de aminoácidos hidrofílicos. A organização estrutural das proteínas de membrana é variada. Algumas formam alças com curvas exteriorizadas para os meios intra e extracelular. Já outras, têm conformação cilíndrica e oca, cujas funções são de importância para o transporte de substâncias hidrossolúveis. Glicoproteínas e glicolipídios: Como os lipídios e proteínas membranosas podem se associar a moléculas de carboidratos, formam respectivamente glicolipídios e glicoproteínas. Os resíduos de carboidratos dos glicolipídios e das glicoproteínas são observados na superfície externa das membranas de organelas e da membrana plasmática. Nessa última, formam o glicocálice (um envoltório externo à membrana plasmática presente em células animais e de alguns protozoários). Essas associações cumprem diversas funções, tais como: proteção celular contra agentes nocivos mecânicos e químicos; adesão e reconhecimento intercelular; determinação de grupos sanguíneos; proteção antigênica frente a agentes infecciosos, e ação enzimática. Modelo mosaico fluído - Dinâmica das membranas biológicas Fosfolipídios e proteínas de membrana têm como característica comum a capacidade de rotacionarem em torno de seus próprios eixos e deslocarem-se lateralmente nas monocamadas das membranas. Imaginando essa dinâmica dos constituintes da membrana em estado fluido é que se originou o modelo do mosaico fluido. O modelo foi proposto em 1972, por Singer e Nicholson, que descreveram as membranas biológicas como um mosaico de proteínas imersas em um fluido lipídico. Independentemente da explicação de Singer e Nicholson ser clara quanto ao estado fluido da membrana, é importante salientar que proteínas membranosas não possuem plena mobilidade lateral. Elas podem estar associadas a componentes do citoesqueleto ou junções oclusivas celulares que as imobilizam. Assim, é importante lembrar que os processos dinâmicos de transporte de substâncias pela membrana ocorrem com ou sem consumo de energia. Dessa forma, nos mecanismos de transporte passivo não há gasto de energia; já o transporte ativo depende de energia. Componentes das membranas envolvidos no transporte passivo e ativo ● Transporte passivo é considerada a própria estrutura lipídica da membrana na difusão simples. ● Transporte ativo ocorre por proteínas transportadoras, porém por uma dinâmica diversa. Direcionamento de solutos: ● Direcionamento de solutos a partir da membrana: Um dos fatores que diferencia os dois tipos de transporte é o direcionamento dos solutos a partir da membrana. Para que ocorra o movimento de solutos por difusão, seja ela simples ou facilitada, é necessária uma diferença de concentração entre os meios intra e extracelular. Assim, os solutos se deslocam do meio de maior concentração para o de menor concentração, a uma dada velocidade. Esta diferença é chamada de gradiente de concentração. Dessa forma, a difusão ocorre sempre a favor dos gradientes de concentração e do eletroquímico, sem gasto de energia (transporte passivo). Pelo contrário, o transporte ativo vai de encontro aos gradientes de concentração e eletroquímico, com gasto de energia. Difusão simples: Transporte passivo por difusão simples. As substâncias lipossolúveis (miscíveis nos fosfolipídios) atravessam o cerne hidrofóbico das membranas com relativa facilidade. Em contrapartida, há moléculas com natureza polar, como o glicerol e a ureia, que também atravessam as membranas celulares por serem pequenas o suficiente e não estarem carregadas eletricamente. Difusão facilitada: Transporte passivo por difusão facilitada. Para difusão das moléculas hidrossolúveis deve ser considerado seu tamanho, ou seja, se for grande, maior será a dificuldade de transporte. São exemplos dessas moléculas: - Os açúcares simples, glicose e frutose, os aminoácidose os nucleotídeos. - Outra característica importante é a presença de carga elétrica Na difusão facilitada, a mobilização das partículas de soluto ocorre em função dos seus gradientes de concentração e elétrico, sem consumo de energia. Íons inorgânicos e moléculas orgânicas polares atravessam a membrana por transportadores ou canais. Canais iônicos: São proteínas transmembranas encontradas em todos os tipos de células, sendo específicos para os íons que transportam (Na+, K+, Ca2+ e Cl-). Lembrando que o transporte iônico é impulsionado pelo gradiente eletroquímico, entende-se que há diferenças de voltagem entre os meios interno e externo à membrana. Existem dois tipos de canais iônicos: - Os ligantes-dependentes: por ligantes, como neurotransmissores. - Os voltagem-dependentes: sistema de regulação da abertura e do fechamento ajustados pela variação do potencial elétrico. Permeases: Cada permease possui locais de ligação específicos para um ou dois tipos de solutos, em um ou ambos lados da bicamada, que se fixam à proteína e são transferidos para o lado oposto. Há diversos tipos de permeases que estão relacionadas aos processos de transporte. Tipos de permeases: ● Uniportadores: Realizam transporte pela transferência de um único tipo de soluto e sentido, como no transporte de glicose pelas proteínas GLUT 1 e GLUT 7. ● Semiportadores: Realizam a transferência de dois tipos de solutos em um único sentido, como no transporte de glicose e Na+ pela SGLT1-SGLT2 no epitélio intestinal. ● Antiportadores: Realizam a transferência de dois tipos de solutos em sentidos opostos de CI- (cloreto) e HCO3- (bicarbonato) nas hemácias. Transporte ativo: Algumas substâncias transportadas pela membrana não obedecem aos gradientes de concentração e eletroquímico e, para isso, há consumo de energia. O transporte ativo também ocorre por meio de permeases, nesse caso chamadas bombas. Dentre as várias categorias de bombas, Na+K+ ou Na+K+-ATPase são anti-portadores importantes e estabelecem as diferenças nas concentrações de Na+ e K+ entre os meios intra e extracelulares, garantindo a manutenção do potencial elétrico da membrana plasmática. O transporte ativo tem por função promover o fluxo de Na+ e influxo K+ nas células. Atividade de uma Na+K+-ATPase: Transporte em quantidade: As células transferem para o meio interior grupos de macromoléculas e microrganismos por transporte em bloco, que dependem de alterações morfológicas na superfície da célula. tipos de transporte por quantidade. - Na fagocitose são formados pseudópodos que engloba partículas sólidas que se fixam em receptores específicos na membrana (mecanismo de defesa). - Na pinocitose, a captação ativa de macromoléculas ocorre em solução, ou seja, gotículas líquidas, formando-se pequenas vesículas que são levadas pelo citoesqueleto ao citoplasma. Osmose: Esse fenômeno consiste na passagem de água do meio hipotônico, de menor concentração, ao meio hipertônico, de maior concentração. *Exemplo mais clássico de osmose em células humanas é dado através das hemácias, quando dispensadas em soluções de cloreto de sódio (NaCl). Aquaporinas: São proteínas canais específicas para passagem de água em membranas celulares de hemácias e células epiteliais, aumentando a permeabilidade à água. As aquaporinas são importantes para reabsorção de água nos néfrons, pois aumentam a permeabilidade dos túbulos coletores e ramo ascendente da alça de Henle, pela sua inserção na membrana apical das células.
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