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INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS AVALIAÇÃO _UNIP 2023

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INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS 
 
 
Questão 1: Observe a ilustração a seguir. Com base na leitura, considere as 
afirmativas 
 
I_ O objetivo da ilustração é defender a pena de morte como punição a quem comete 
crimes hediondos. 
II_ A ilustração ratifica a ideia do ditado popular “em terra de cego ,quem tem um olho 
é rei”. 
III_ A ilustração opõe a singularidade à massificação, mostrando que aquele que não 
se insere no padrão social pode ser punido. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
R= (E) III. 
 
Questão 2: Observe a charge a seguir. Com base na análise, considere as 
afirmativas: 
 
I_ A charge, ao ilustrar o mapa do Brasil rachado, propõe o separatismo das regiões 
do país como possível solução para os problemas que atingem a nação. 
II_ A charge apresenta o Brasil como um país separado pelas desigualdades sociais. 
III_ A charge tem por objetivo mostrar que o país está em um buraco e que a crise que 
vivemos afeta igualmente ricos e pobres. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
R= (II) 
 
Questão 3: Observe a ilustração a seguir, o objetivo da ilustração é: 
 
R= (C) Criticar a homogeneização do pensamento e do comportamento. 
 
Questão 4: Leia o trecho extraído do livro As veias abertas da América Latina, de 
Eduardo Galeano. 
É a América Latina, a região das veias abertas, do descobrimento aos nossos dias, 
tudo sempre se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e 
como tal se acumulou e se acumula nos distantes centros do poder. Tudo: a terra, 
seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, os homens e sua capacidade de 
trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos...... 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas: 
 
I_ De acordo com o autor, historicamente a América Latina serviu aos interesses dos 
países centrais do capitalismo internacional. 
II_ Segundo o texto, os países da América Latina são explorados pela Europa e pelos 
Estados Unidos, mas são parceiros e solidários entre_si 
III_ A organização social, econômica e política dos países latino-americanos, 
segundo Galeano, foi determinada de modo a atender a engrenagem do sistema 
capitalista internacional. 
IV_ A metáfora das veias abertas refere-se a cordialidade e à pouca produtividade dos 
povos latinos, responsáveis pelo baixo desenvolvimento econômico desses países. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
R= (D) I e III. 
 
Questão 5: Leia o texto 1, do livro Os Nascimentos de Eduardo Galeano, que 
narra os pensamentos e mitos dos povos pré-colombianos e o texto 2 , da 
filósofa Marilena Chauí. 
 
Texto 1 = fogo 
 
eram de gelo e os deuses tinham levado o fogo embora. O frio cortava a carne 
e as palavras dos homens. Eles suplicavam, tiritando, com a voz quebrada; e os 
deuses se faziam de surdos. Uma vez lhes devolveram o fogo. Os homens 
dançaram de alegria e alçaram cânticos de gratidão. Mas, de repente, os deuses 
enviaram chuva e granizo e apagaram as fogueiras. Os deuses falaram e 
exigiram: para merecer o fogo, os homens deveriam abrir peitos com um 
punhal de pedra e entregar corações. Os índios quiches ofereceram o sangue de seus 
prisioneiros e se salvaram do frio. Os cakchiqueles não aceitaram o preço. Os 
cakchiqueles, primos dos quiches e também herdeiros dos maias, deslizaram com 
pés de pluma através da fumaça, roubaram o fogo e o esconderam nas covas de 
suas montanhas. 
 
Texto 2= 2 
O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o “pensamento selvagem” para 
mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas 
operam com o pensamento mítico. O mito e o rito, escreve Lévi-Strauss, 
não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a 
partir da experiência sensível enquanto tal. Para explicar a composição de um mito, 
Lévi-Strauss refere-se a uma atividade que existe em nossa sociedade e que, 
em francês, se chama bricolagem. O que faz um bricoleur,ou seja, quem pratica 
bricolagem? Produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros 
objetos. Vai reunindo, sem um plano muito rígido, tudo o que encontra e que 
serve para o objeto que está compondo. O pensamento mítico faz é exatamente a 
mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até 
compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos produz a explicação 
sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes 
divinos sobre a Natureza e sobre os humanos. O mito possui, assim, três 
características principais, citadas a seguir: 
1= Função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos 
efeitos permaneceram no tempo. Por exemplo, uma constelação existe porque, 
no passado, crianças fugitivas e famintas morreram-na floresta e foram levadas 
ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas; as chuvas existem 
porque, nos tempos passados, uma deusa apaixonou-se por um humano e , 
não podendo unir-se a ele diretamente, uniu-se pela tristeza, fazendo suas lágrimas 
caírem sobre o mundo etc. 
2=. Função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco, de 
alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder, et c.) de modo a legitimar e 
garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões. Por 
exemplo, um mito como o de Édipo existe (com narrativas diferentes) em 
quase todas as sociedades selvagens e tem a função de garantir a 
proibição do incesto, sem a qual o sistema sociopolítico, baseado nas leis de 
parentesco e de alianças, não pode ser mantido. 
4= Função compensatória: o mito narra uma situação passada, que é a negação 
do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda 
como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo a 
oferecer uma visão estabilizada e regularizada da natureza e da vida comunitária. 
Por exemplo, entre os mitos gregos, encontra-se toda origem do fogo, que 
prometeu roubou-o O limpo para entregar aos mortais e permitir-lhes o 
Texto 2= 
desenvolvimento das técnicas. Numa d as versões desse mito, narra-se que 
Prometeu disse a os homens que se protegessem da cólera de Zeus realizando 
sacrifício de um boi, mas que se mostrassem mais astutos do que esse 
deus, comendo as carnes enviando-lhe as tripas e gorduras. Zeus descobriu a 
artimanha e os homens seriam punidos com a perda do fogo se Prometeu não lhes 
ensinasse uma nova artimanha: 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas: 
 
I_ O mito dos povos pré-colombianos, em relação ao surgimento do fogo não coincide 
com o mito grego de Prometeu, o que comprova a invalidade do mito na sua função 
explicativa dos fenômenos naturais. 
II_ De acordo com o antropólogo Lévi-Strauss, os mitos não são fabulações eles 
correspondem a uma explicação racional e verdadeira do Universo e , por isso, não se 
pode considerar que os povos indígenas são atrasados. 
III_ O mito narrado no texto I cumpre a função explicativa do domínio do fogo pelos 
humanos e também revela diferentes comportamentos dos povos em relação ao 
mesmo dilema. 
IV_ Tanto no texto 1 quanto no texto 2 o mito sobre o domínio do fogo baseia_se em 
uma alternativa humana para enganar os deuses. 
 
É Correto o que se afirma somente em: 
 
R= (E) III e IV. 
 
Questão 6: Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a 
interpreta. 
 
R= (C) A leitura transforma o modo como vemos as coisas. 
 
Questão 7: Leia o texto a seguir, fragmento da entrevistado filósofo Zygmunt 
Bauman ao periódico El País, e analise as afirmativas que seguem: 
As redes sociais são uma armadilha 
A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a 
rede pertence a você. É possível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas 
com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um 
pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos 
individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as 
habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no 
trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí 
você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo [...] As redes 
sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita 
gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para 
se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é 
o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas 
próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas 
são uma armadilha. 
 
I_ Segundo o texto às redes sociais permitem que o indivíduo gerencie suas relações 
pessoais sem necessariamente lançar mão de aptidões sociais, como por exemplo, o 
diálogo. 
II_ Para Bauman, as redes sociais são uma armadilha, porque nelas estão presentes 
pessoas mal intencionadas. 
III_ De acordo com o autor, as redes sociais constituem um espaço de muitas 
controvérsias e não há possibilidade de diálogo. 
 
Está correto o que se afirma apenas em: 
 
R= (A) I. 
 
Questão 8: Analise o gráfico com o levantamento da renda familiar no Brasil em 
2013, e as afirmativas a seguir. Considere que o salário mínimo na época da 
pesquisa era de R$ 678,00. 
 
I_ Em 2013, a renda de 66% das famílias era de três salários mínimos. 
II_ O fato de a soma dos percentuais indicados na pirâmide resultar em 96% mostra 
que o levantamento da renda mensal familiar foi incompleto. 
III_ Um pouco mais de um terço das famílias, em 2013, tinha renda entre dois e cinco 
salários mínimos. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
R= (C) III. 
 
Questão 9: Leia o texto a seguir: Rubem Alves. 
 
A pipoca I. O tipo de professor sugerido pelo autor teria a função de reduzir o problema exposto por Alberto Caeiro quando afirma que não ser cego para ver as árvores e as flore 
A pipoca 
A culinária me fascina. D e vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato 
é que sou mais competente com a s palavras do que com as panelas. Por isso tenho 
mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico -me a algo que poderia ter o nome 
de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da 
cozinha: cebolas, ora -pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, 
bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro 
poético -filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma 
celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e 
competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e 
teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensa mento. As 
comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha cap acidade de sonhar 
. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer 
sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado , grãos 
redondos e duros, m e pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem 
dimensões s metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás conversando com um 
a paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. 
Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação 
metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma 
pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, en 
tão, como u m extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as 
pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas 
dentro de uma panela. Lembrei -me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem 
sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que 
simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só 
vida, sem alegria, não é vida ...). Pão e Vinho devem ser bebidos juntos. Vida e 
alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, d e lição que aprendi com a Mãe 
Stella, sábia poderosa do Candomblé baia no: que a pipoca é a comida sagrada do 
Candomblé... A pipoca é um milho mirrado, subsede volvido. Fosse eu agricultor 
ignorante, e se no meio do s meus milho s graúdos aparecessem aquela espigas 
nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto 
de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos 
normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a 
idéia de debulhar as espigas e coloca-las numa panela sobre o fogo, esperando que 
assim os grãos amoleces sem e pudessem ser com idos. Havendo fracassado a 
experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter 
imaginado. Repentinamente os grão s começaram a estoura r, saltava m da panela 
com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com ele s: os 
grãos duros quebra -dentes se transformavam e m flores brancas e maciamente até as 
criança s podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma 
simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os riso de 
todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas! E o 
que é que isso tem a ver com o Candomblé ? É que a transformação do milho duro em 
pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens 
para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve 
ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos 
nós: duros, quebra -dentes, impróprios p ara comer, pelo poder do fogo podemos, 
repentinamente, n os transformar e m outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a 
transformação só acontece pelo poder d o fogo. Milho de pipoca que não passa pelo 
fogo continua a ser milho d e pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As 
grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa 
pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e 
dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o 
melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida no s lança 
numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, 
perder um filho, ficar doente, perder um em prego, ficar pobre. Pode ser fogo de 
dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cuja s causas 
ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofri 
mento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a 
pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, 
pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si 
mesma, e la não pode imaginar destino diferente.. Não pode imaginar a 
transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é 
capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: 
PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela m esma 
nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como 
borboleta voante.Na simbologia cristã o milagre do milho d e pipoca está 
representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho 
de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma 
-te!" — dizia Goethe. Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os 
piruás com os pau listas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, 
acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser 
forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é 
o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário 
professor pesquisador da Unicamp, especializou- se em milhos, e desvendou 
cientificam ente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma 
explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações 
científicas não valem. Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às 
mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, 
lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico d os piruás é maior. 
Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusaram a 
mudar . Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas 
ser em. Ignoram o dito d e Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á". A sua 
presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino dela s 
é tris te. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. 
Não vão d ar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a 
panela ficam os piruás que não servem p ara nada. Seu destino é o lixo. Quanto às 
pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a 
vida é uma grande brincadeira... "Nunca imaginei que chegaria um dia em que a 
pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu “ 
 
Com base na leitura analise as afirmativas a seguir: 
 
I_ A pipoca é usada como metáfora para a transformação de pessoas fisicamente 
feias em bonitas. 
II_ O autor emprega a palavra “piruá” para pessoas duras que resistem as 
transformações. 
III_ O autor considera que só as pessoas não religiosas tornam-se piruás, pois são 
incapazes de se transformarem. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
R= (B) II 
 
Questão 10: Considere a ilustração e as afirmativas a seguir: 
 
I_ O objetivo da ilustração é mostrar que os meios de comunicação tecem o 
conhecimento das crianças, contribuindo para um mundo mas bem informado. 
II_A ilustração é uma crítica aos meios de comunicação ultrapassados, que não 
promoviam o acesso à informação como a Internet faz atualmente. 
III_ A ilustração sugere que os meios de comunicação de massa provocam perca de 
autonomia do raciocínio. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
R= (C) III.

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