Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Este conteúdo se destina ao uso na disciplina IQA241 – Química Analítica Clássica II, ministrada para os alunos do curso de Química e Química - Atribuições Tecnológicas do IQ – UFRJ. 2020.1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Química Química Analítica Clássica II – IQA-241 Métodos de separação: Extração Líquido-Líquido (LLE) Professora: Jéssica Paulino - DQA/IQ/UFRJ Fundamentos dos métodos de separação Precipitação Extração Sorção Principais mecanismos Agentes precipitantes (seletividade); Precipitação de hidróxidos; Precipitação de sulfetos, sulfatos, fluoretos, etc; Extração Líquido-Líquido. Extração em Fase sólida; Troca iônica. Contexto histórico ... 3 Extração Líquido-Líquido No que consiste? A Extração Líquido-Líquido (LLE, do inglês liquid-liquid extraction) é fundamentalmente uma operação unitária de transferência de massa utilizada para separar os constituintes de uma solução, distribuindo-os entre fases líquidas imiscíveis (ou pelo menos, parcialmente imiscíveis). Fase 2 Fase 1 4 Procedimento simplificado Solução com o analito a ser separado. Adição da 2ª Fase Extração dos demais constituintes da amostra. Extração seletiva do analito pela 2ª Fase. Agitação vigorosa e alívio da pressão do sistema. 5 OU Extração Líquido-Líquido Mapeamento do processo Solubilização da amostra no solvente (ou mistura de solventes) Fase 1 Adição de solvente (ou mistura de solventes) Fase 2 (imiscível ou pouco miscível na Fase 1) Agitação para “contato íntimo” entre os solventes constituintes das Fases e as substâncias presentes na amostra Recondicionamento do sistema bifásico em Fases completamente separadas Separação das Fases SFase 2 SFase 1 Por convenção: fase 1 = fase aquosa e fase 2 = fase orgânica. 6 Extração Líquido-Líquido Solvente Densidade (Kg m-3) (20°C) Solubilidade em H2O (Kg m-3) H2O 997 --- Octanol 830 0,3 Hexano 655 --- Acetato de etila 902 Solúvel até saturação Diclorometano 1330 --- Clorofórmio 1490 --- Geralmente, a amostra é solubilizada em água e o solvente extrator é orgânico. O sistema octanol:H2O é utilizado como referência. S2 S1 KD = a(S)2 a(S)1 KD = [S]2 [S] 1 KD: a forma molecular de S deve ser a mesma nas duas fases Equilíbrio termodinâmico 7 Extração Líquido-Líquido S (na fase 1) S (na fase 2) 𝐒𝟐 𝐒𝟏 𝟐 𝟏 Sabendo q m= número de mols de S e q = fração de S que permanece na fase 1: 𝟐 𝟏 Assim a fração restante na fase 1 é: 𝟏 𝟏 𝐃 𝟐 Fração restante na fase 1 após duas extrações: 𝟏 𝟏 𝐃 𝟐 𝟐 Fração restante na fase 1 após n extrações 𝐧 8 Extração Líquido-Líquido Ex. 1: A constante de distribuição do iodo entre um determinado solvente orgânico e H2O é 85. Encontre a fração de I2 que permanece na fase aquosa após a extração a partir de 50,0 mL, com I2 1,00×10-3 mols L-1 com as seguintes quantidades de solvente orgânico: (a) 50,0 mL; (b) Duas porções de 25,0 mL; (c) Cinco porções de 10,0 mL; 0,0116 ou 1,16% 5,28 x 10-4 ou 0,0528% 5,29 × 10-7 ou 5,29 x 10-5% Há um significativo aumento da eficiência de extração resultante da divisão do volume original de 50,0 mL do solvente extrator em duas porções de 25,0 mL ou cinco de 10,0 mL. 𝐧 𝟏 𝟏 𝐃 𝟐 𝐧 9 Extração Líquido-Líquido Nesta forma de extração um líquido é passado continuamente, de forma dinâmica, através de (ou sobre) um líquido estacionário o qual contém a amostra. IMPORTANTE Uma vez que o líquido extrator passa Através/sobre o material rapidamente, provavelmente na extração contínua não seja estabelecido o equilíbrio. Extrator para o uso de solvente de menor densidade Extrator para o uso de solvente com maior densidade LLE em modo contínuo 10 Extração Líquido-Líquido Efeito do pH Se o soluto é um ácido ou uma base haverá a distribuição de espécies neutras e carregadas no sistema com solubilidades diferentes em cada fase. Nesses casos, emprega-se o termo “razão de distribuição” (D): D = (concentração total na fase orgânica) (concentração total na fase aquosa) Observação: em um sistema simples, onde a ionização do composto não é favorecida (não ocorre), a razão de distribuição é idêntica ao coeficiente de partição. 11 Extração Líquido-Líquido Exemplos: ácidos e bases orgânicos Ácidos carboxílicos Fenólicos Aminas Substâncias passíveis de ionização (protonação/desprotonação): -Influência do pH; -Análise das forças ácidas/básicas (pKa’s); -Aumento/diminuição da solubilidade. 15 12 Extração Líquido-Líquido Efeito do pH Considerando uma amina básica B, que na sua forma neutra possui coeficiente de partição KD, e que o ácido conjugado BH+ (solúvel somente na fase 1) possui constante de dissociação Ka. Tem-se: 𝟐 𝟏 𝟏 𝐃 𝐚 𝐚 𝟑 Sabendo que: 𝐃 𝟐 𝟏 𝐚 𝟑 𝟏 𝟏e 13 Extração Líquido-Líquido Ex. 2: O KD para a amina B é 3,0, e a Ka é 1,0 x 10-9. Se 50,0 mL de uma solução aquosa de B 0,010 mol L-1 forem misturados com 100,0 mL de solvente, qual será a fração extraída de B quando: (a) pH = 10,0 e (b) pH = 8,0? (a) pH = 10,0; (b) pH 8,0; 85% 35% Há um significativo aumento da eficiência de extração de B em pH mais alcalino. 14 Extração Líquido-Líquido 𝐧 𝟏 𝟏 𝐃 𝟐 𝐧 onde KD = D NH2Cl OH O OH NH2Cl OH O OH OH O OH OH Extração com NaHCO3 Extração com HCldil. Extração com NaOH S ub st â nc ia s po u co s ol ú ve is e m á gu a. Fase orgânica Fase orgânica Fase orgânica Proponha um protocolo de separação para as substâncias abaixo (classes diferentes), baseando-se em suas solubilidades específicas. 15 Extração Líquido-Líquido Extração de espécies inorgânicas Uma extração é freqüentemente mais atraente que um método de precipitação para a separação de espécies inorgânicas. Os processos de equilíbrio e separação de fases em um funil de separação são menos tediosos e demandam menor tempo que a precipitação convencional, a filtração e a lavagem. Extratantes (complexantes) Trocadores catiônicos (ácidos); Trocadores aniônicos (bases); Extratantes de solvatação (neutros). 8-hidroxiquinolina 2-etilanilina Tributilfosfato (TBP) 16 Extração Líquido-Líquido Extração de cátions metálicos Exemplo: equilíbrios na extração de um cátion metálico (Mn+), em um solvente orgânico imiscível contendo HQ. 2 HQ(org) + M2+(aq) ⇌ MQ2(org) + 2 H+(aq) HQ(aq) H+ (aq) + Q-(aq) 𝐚 nQ-(aq) + Mn+(aq) MLn (aq) 𝐧 𝐧 𝐧 HQ(org) HQ(org) 𝐐 𝐨𝐫𝐠 𝐚𝐪 MLn(org) MLn(org) 𝐌 𝐧 𝐨𝐫𝐠 𝐧 𝐚𝐪 17 Extração Líquido-Líquido Extração de cátions metálicos A razão de distribuição é: 𝟐 𝟏 𝐧 𝟐 𝐧 𝟏 Após várias manipulações algébricas: 𝐌 𝒂 𝒏 𝟐 𝐧 𝐋 𝐧 𝟏 𝐧 Extração de diversos metais utilizando o Cyanex 272 (extratante derivado de ácido fosfínico) Mantuano et al. Journal of Power Sources, v.159, p.1510-1518, 2006. 18 Extração Líquido-Líquido De forma geral, com a finalidade de melhorar/modular o valor de K, diversas estratégias podem ser empregadas, como por exemplo: 1. Substituição do solvente orgânico; 2. Ajuste de pH: supressão da ionização de substâncias ionizáveis tornando- as mais solúveis no solvente constituinte da fase orgânica; 3. Modificação da força iônica: Os efeitos de salting in e salting out podem ser usados para aumentar ou diminuir, respectivamente, a solubilidade e, por conseguinte, a concentração de um composto na fase aquosa, pela adição de um sal neutro e inerte à fase aquosa (cloreto de sódio, por exemplo); 19 Extração Líquido-Líquido Simplicidade; Pequeno investimento; Boa recuperação; Requer pequena especialização do operador. Grande volume de solventes; Exposição do operador; Tempo de extração geralmente longo; Dificuldade de automatização; Baixa seletividade; Pode formar emulsão. Vantagens Desvantagens 20 Extração Líquido-Líquido 21 Práticas ambientalmente mais corretas Reaproveitamento dos solventes orgânicos após a reextração (stripping)do soluto. Miniaturização dos métodos de LLE. Extração Líquido-Líquido A Microextração Líquido-Líquido Dispersiva (DLLME, do inglês Dispersive Liquid- Liquid Microextraction) é um dos métodos de microextração líquido-líquido. Utiliza um solvente dispersor, miscível no solvente extrator (fase orgânica) e na amostra (fase aquosa), bem como um solvente extrator, imiscível na fase aquosa.* *Martins et al., 2012. Scientia Chromatographica 4(1):35-51, 2012. http://dx.doi.org/10.4322/sc.2012.004
Compartilhar