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GA 134- Gestão TerritorialGA 134- Gestão Territorial Alzir Felippe Buffara Antunes 2022/2023 Ministrantes: Alzir Felippe Buffara Antunes e Naisa Batista da Luz 2 PROGRAMA 1. Conceitos básicos sobre gestão pública e empreendedorismo. Processo de ocupação do território. 2. Noções Urbanismo: história e desenvolvimento. Conceito de região. 3. Conceito de gestão, engenharia urbana e planejamento urbano e territorial. 4. Planejamento estratégico Desenvolvimento urbano e territorial sustentável. Cidade e meio-ambiente. 5. Gestão urbana, organização administrativa urbana e orçamento municipal. 6. Instrumentos do planejamento urbano e territorial: Estatuto das Cidades . Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Zoneamento e parcelamento. 7. Regularização fundiária. 8. Gestão da infraestrutura urbana. Bibliografia Recomendada 3 ⬩ FERRARI, Celso. Curso de Planejamento Municipal Integrado. 7º ed. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1991. ⬩ CASILHA, G. Planejamento e Meio Ambiente. Livro IESD Brasil. 2009 (online) ⬩ SILVA, José Afonso.. Direito Urbanístico Brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Malheiros Editores. 2ª ed. São Paulo. (online) ⬩ SOUZA, Marcelo Lopes. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão. ⬩ OLIVEIRA, Lúcia Lippi. CIDADE: história e desafios /, organizadora. Rio de Janeiro: Ed.Fundação Getulio Vargas, 2002. 295 p. (online) ⬩ DEL RIO, Vicente. Introdução ao Desenho Urbano no Processo de Planejamento. São Paulo: Ed. PINI, 1994. ⬩ ROLNIK, Raquel. O que é Cidade. 3ª ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1995. ⬩ SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. São Paulo: HUCITEC, 1994. ⬩ IMPARATTO, Elade ; GINTERS, Isabel . Regularização fundiária na costa brasileira: passo a passo para regularizar as moradias em terras da união.Acesso: Instituto Pólis .https://polis.org.br/publicacoes/regularizacao-fundiaria-na-costa- brasileira-passo-a-passo-para-regularizar-as-moradias-em-terras-da-uniao/. 2016. ⬩ Plataforma Global Pelo Direito à Cidade. Right to the city agenda – for the implementation of the 2030 agenda for sustainable development and the new urban agenda. Instituto Polis .acesso : https://polis.org.br/publicacoes/right-to- the-city-agenda-for-the-implementation-of-the-2030-agenda-for-sustainable-development-and-the-new-urban-agenda/ . 2018 ⬩ Regularização Fundiária Urbana : Como Aplicar a Lei Federal nº 11.977/2009, Ministério das Cidades , acesso www.capacidades.gov.br. 2017 ⬩ Estatuto das Cidades Comentado. Ministério das Cidades. acesso: www.capacidades.gov.br.2010 Gestão e Planejamento Conceito de Geral Gestão é atividade empreendedora de alguém que está engajado num empreendimento, reconhece viável uma idéia para um produto ou serviço, um objetivo, e o leva adiante. O comprometimento com o empreendedorismo leva à inovação, que se nutre na mudança para criar valor. Vive-se em uma sociedade de caráter empreendedor, em uma economia empreendedora – o que conduz a uma gestão empreendedora, pois o empreendedor não é apenas um dinamizador: é também um gestor eficiente. Conceitos Gestão municipal ideal aquela que induz, mudando o paradigma de uma estrutura administrativa que trabalha rotineiramente , adotando uma filosofia permanente que permeia e envolve toda a administração pública, tendo como técnicas de gestão o compartilhamento da informação, do conhecimento, a disseminação das melhores práticas, em prol do bem comum. Palavras Chaves: GERIR, INFORMAÇÃO, INTEGRAÇÃO DE DADOS, CONSTITUIÇÃO, PARTICIPAÇÃO ... Gestão no contexto do Planejamento « Em um sentido amplo, planejamento é um método de aplicação, contínuo e permanente,destinado a resolver, racionalmente, os problemas que afetam uma sociedade situada em determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão ordenada capaz de antecipar suas ulteriores consequências » Conceitos Planejadores urbanos, os profissionais que lidam com este processo, aconselham municípios, sugerindo possíveis medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar uma dada comunidade urbana, ou trabalham para o governo ou empresas privadas que estão interessadas no planejamento e construção de uma nova cidade ou comunidade, fora de uma área urbana já existente. Conceitos Planejamento Regional: refere-se as ações coordenadas entre os diferentes espaços que compõem a região de forma a otimizar desenvolvimento da região . CONHECER, PERCEBER, ENTENDER já e PLANEJAR ! A compreensão do território como um espaço com limites estabelecidos por fronteiras coloca, por conseguinte, a questão da exclusividade de apropriação e de uso, distinguindo “nós” (os incluídos, aqueles que integram o território) e os “outros” (aqueles que não fazem parte do território O Território possui limites estabelecidos de apropriação, uso, gestão e controle de fração do espaço, como um domínio político-estatal, cujo acesso exige a permissão de uma autoridade, de um poder instituído concentrado na figura do Estado. Noção de Território Percepção Geográfica LUGAR: onde vivo , o cotidiano PAISAGEM: vejo, sinto . Essência e Aparência TERRITÓRIO: espaço de poder. Politico. REGIÃO: espaço de características similares. O Geografo Vidal de La Blache sec XIX considera a região como uma área pautada por uma característica que a diferenciava de seu entorno. Outros autores clássicos consideravam a região como uma área natural marcada por um conjunto específico de elementos climáticos, geológicos, hidrográficos e biosféricos. Para La Blache, inclusive, seriam os estudos regionais detalhados que dariam uma melhor perspectiva sobre a compreensão do todo a partir da soma das partes. CONCEITO REGIÃO Região é uma grande extensão de espaço. É um território que, pelo clima, solo, vegetação, produção econômica, cultural e outras características próprias, se diferenciam dos territórios próximos. É uma área delimitada, demarcada, estabelecida. Por que é importante Regionalizar ? As Regiões Metropolitanas e Aglomerações Urbanas são constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes e são instituídas por lei complementar estadual, de acordo com a determinação do artigo 25, parágrafo 3° da Constituição Federal de 1988, visando integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. As Regiões Integradas de Desenvolvimento, por sua vez, são definidas como regiões administrativas que abrangem diferentes unidades da federação. Esses recortes são criados por legislação específica, na qual as unidades da federação que as compõem são elencadas, além de definir a estrutura de funcionamento e os interesses das unidades político-administrativas participantes. No caso das RIDEs, a competência de criá-las é da União, com base nos artigos 21, inciso IX; 43 e 48, inciso IV, da Constituição Federal (FONTE IBGE) RMC Território Urbano Origem das Cidades Modo de Produção Aspectos da Urbanização Brasileira Paisagem Urbana Origem das cidades O surgimento dos conglomerados urbanos é um fato histórico, geográfico e, acima de tudo, social. Tem-se, como seu aparecimento, o fim da pré-história, já que no início a sociedade primitiva não desenvolveu a cidade, mas apenas aldeias rurais (as chamadas “proto-cidades”), que não eram fixas e mudavam de lugar com a exaustão do solo, época que compreendeu especialmente os períodos paleolítico, mesolítico A separação entre a agricultura e o pastoreio e, conseqüentemente, a primeira divisão social do trabalho, entre o agricultor e o pastor. Notemos que sociedade de classes precedeu, assim, a origem da cidade. O pastor precisava dos produtos agrícolas do agricultor e este, por outro lado, precisava os produtos animais daquele. Começa então a aparecer postos de troca, onde pastores e agricultores permutavam seus produtos A cidade de Ombos no Egito, é tida como a mais antiga cidade do mundo, construída em, aproximadamente, 4.000 a.C. Outras cidades antigas conhecidas são: Tebas, Mênfise Hieracompolis no Vale do Nilo; Harapá, Moenjo-Daro e Laore na Bacia do Indus (contemporâneas das grandes pirâmides egípcias); Jericó, Tiro e Jerusalém ; e Pequim na China Tiro, Líbano Modelo de ocupação do Espaço 1) Dificuldades de sobrevivência levaram os seres humanos a fazerem esforços conjuntos que resultaram na civilização. 2) A criação de excedentes e da agricultura conduziu a especialização do trabalho e ao desenvolvimento de comunidades dotadas de uma organização burocrática. 3) Surgimento do comércio: centro de trocas 4) Organização das atividades Efesus, Turquia Tyro, Libano Evolução das Cidades A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve presente nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Para o Geografo Ratzel,, ela representa uma forma de aglomeração durável. « é todo aglomerado permanente cujas atividades não se caracterizam como agrícolas. A grande concentração das atividades terciárias públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua dos espaços edificados onde se dá a proximidade das habitações da população que vive dessas atividades são atributos que permitem caracterizar melhor a cidade. De forma muito genérica, pode-se dizer que, nestas condições, a aglomeração é importante por ser organizada para o trabalho coletivo em atividades não-agrícolas ». A Cidade e Modo de Produção A urbanização é a relação entre sociedade e espaço, “é função da organização especifica dos modos de produção, que coexistem historicamente numa formação social concreta” (CASTELLS, 2000,). Assim, sociedade e espaço não podem ser vistos desvinculadamente, pois a cada estágio do desenvolvimento da sociedade, corresponderá um estágio do desenvolvimento da produção espacial (CARLOS, 1992). Modo de produção em economia, é a forma de organização socioeconômica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção. Reúne as características do trabalho preconizado, seja ele artesanal, manufaturado ou industrial. São constituídos pelo objeto sobre o qual se trabalha e por todos os meios de trabalho necessários à produção (instrumentos ou ferramentas, máquinas, oficinas, fábricas, etc.) Existem 6 modos de produção: 1.Primitivo, 2.Asiático, 3.Escravista, 4.Feudal, 5. Capitalista, 6.Comunista. Modo de produção comunal primitivo É considerado o primeiro modo de produção da história. Se iniciou a partir da época em que o homem deixou de ser nômade e passou a plantar e caçar. Tal modo se baseia no uso coletivo dos meios de produção, nas relações familiares e no cooperativismo, semelhantemente ao que ocorre em muitas aldeias indígenas. Assim, no modo de produção comunal primitivo, não havia propriedade privada, uma vez que todos os bens e modos de produção eram coletivos. Modo de produção escravista .Os senhores, a minoria, eram proprietários dos escravos. As relações aqui não são de cooperação, como no modo comunal primário, mas sim, de domínio e sujeição, uma vez que os escravos eram vistos como instrumentos, como objetos, animais, etc. Outro importante fato referente a esse sistema é que foi a partir dele – e do surgimento da propriedade privada – que surgiu a necessidade de se criar um órgão para garantir o bem-estar, a justiça, a ordem e a manutenção dos direitos dos proprietários de terras: o Estado. . Rio, Debret, 1834 Modo asiático de produção Presente principalmente nas civilizações da antiguidade, como Egito e Mesopotâmia. Foi marcado pela existência de um Estado forte que apresentava mecanismos burocráticos e eficientes com o fim de submeter toda a sociedade ao seu poder. Todos os bens e meios de produção eram pertencentes ao Estado, sendo este encarnado pelo rei, imperador, etc. Modo de produção feudal Predominante na Europa ocidental entre os séculos V e XVI, foi marcado pelas relações entre senhores e servos. Os senhores eram os donos da terra e do trabalho agrícola do servo, contudo, os servos não eram vistos apenas como objetos, como no modo escravista. O servo tinha o direito de cultivar um pedaço de terra cedido pelo senhor e viver ali com sua família. Em troca, ele pagava impostos, rendas, além de trabalhar para o senhor. Os senhores feudais tinham certa independência em relação ao sistema político presente, visto que possuíam seus próprios exércitos Byblos, 3.000ac Primitivo: Função TROCAS Nessa época de inicio da Idade Media, o comércio era realizado por mercadores "sirios", designação que incluía todos aqueles provenientes da parte oriental do antigo Império Romano que ia da Grécia ao Egito, incluindo os judeus. Esses mercadores comercializavam produtos exóticos de luxo, como especiarias, perfumes, tecidos finos, couros trabalhados, papiros azeite, tâmaras e figos Ephesus, Turquia Balbek, Fenícia Até o século XI, as cidades medievais estavam reduzidas às funções religiosas ou administrativas, abrigando apenas a residência de um bispo ou de um rei. A intensificação da vida agrícola e comercial no Ocidente estimulou o seu crescimento e trouxe o aparecimento de novos centros urbanos, localizados ao longo das principais rotas comerciais da Itália, da Alemanha, dos Países-Baixos e da França. Burgos e Comunas Italia, Amalfi O espaço urbano, deste modo, é estruturado, não é organizado ao acaso, responde então à projeção da sociedade que nele vive. Assim, as formas espaciais serão produzidas pela ação humana e expressarão os interesses da classe dominante ou de seus governantes, de determinado modo de produção, dentro de um modelo de desenvolvimento específico, e da maior ou menor participação da população nas decisões. Modo de Produção Capitalista O capitalismo é um modo de produção fundado na divisão da sociedade em duas classes essenciais: a dos proprietários dos meios de produção (terra, matérias-primas, máquinas e instrumentos de trabalho) - sejam eles indivíduos ou sociedades - que compram a força de trabalho para fazer funcionar as suas empresas; a dos proletários, que são obrigados a vender a sua força de trabalho, porque eles não têm acesso direto aos meios de produção ou de subsistência, nem o capital que lhes permita trabalhar por sua própria conta. O capitalismo não existe em lugar nenhum em estado puro. Ao lado dessas duas classes fundamentais vivem outras classes sociais. Nos países capitalistas industrializados, encontra-se a classe dos proprietários individuais de meios de produção e troca, que não exploram ou quase, mão-de-obra: pequenos artesãos, pequenos camponeses, pequenos comerciantes. Socialismo- Modo de Produção O Socialismo é um sistema sócio-político caracterizado pela apropriação dos meios de produção pela coletividade. Abolida a propriedade privada destes meios, todos se tornariam trabalhadores, tomando parte na produção, e as desigualdades sociais tenderiam a ser drasticamente reduzidas, uma vez que a produção poderia ser equitativamente distribuída. O modo de produção rege a ocupação do Espaço Modos de Produção e Paisagem Urbana Fim do 1º Modulo: Veja as atividades assíncronas A- Dentro do que foi visto neste modulo responda: 1- Qual relação entre GESTÃO E PLANEJAMENTO? 2- Segundo Juca Villaschi “O Planejamento territorial urbano tem sido desenvolvido e aplicado de forma a ordenar o crescimento das cidades e minimizar os problemas decorrentes dos processos de urbanização. E tem sido curiosa a experiência brasileira em planejamento urbano, já que,geralmente, ele é demandado e elaborado após a desorganização espacial ter−se tornado uma realidade”. Qual sua opinião a respeito?Dê exemplos. (1/2 h) 3- Qual a importância do conceito de região para a gestão do território? Dê exemplos. (tempo estimado para respostas 1/2 h). 4- Compare a organização territorial da Cidade de Havana , Cuba e Salvador Bahia, aponte as principais diferenças e similitudes (1h). B- Crie uma apresentaçãoptt comentada ou um vídeo de no Maximo 5 minutos, mostrando a evolução territorial de uma cidade ao longo do tempo e baseado em sua história (uso de geotecnologias). Marcaremos um horário para apresentações individuais. (Tempo estimado para elaboração 2h). Use o fórum , para perguntas Assincronas I 2o PARTE2o PARTE Conteúdo ⬩ Urbanização Brasileira ⬩ A cidade informal ⬩ Paisagem urbana: texto de apoio ⬩ Morfologia Urbana 42 Problemas Urbanos Ao invés de um crescimento organizado, o crescimento das cidades no sec XXI conta com grande assentamentos baseados na ocupação de áreas não propicias, que além da degradação ambiental, produz miséria e poluição. Listagem : Resíduos e Esgoto; Trafego; Poluição (sonora, ar, visual’); Carencia de Areas verdes; Arborização Urbana Inadequada; Ilha de Calor; Manutenção de Monumentos; Descaso ao Patrimônio; Degradação da Bacia hidrografica. .... 43 ⬩ As contradições existentes na organização do espaço das cidades refletem as contradições da própria sociedade, sendo necessário estabelecer uma relação direta entre os processos espaciais e os processos sociais. ⬩ Segundo Lipietz (2002), “o espaço humano não é nada além de uma das dimensões materiais (a outra é o tempo) da totalidade social.(...) A “estruturação do espaço” é uma das dimensões materiais da estabilização das relações estruturadoras das práticas sociais”. 44 ⬩ O processo de desenvolvimento urbano do Brasil foi uma transformação social, pós Segunda Grande Guerra Mundial, promovendo uma desarmonia entre os sistemas humano e natural. ⬩ Urbanização : Migração pela busca do emprego ⬩ Explosão Demográfica : década de 70 45 População Urbana 1960 44% 1970 56% 1980 67% 1990 75% 2000 81% 2010 85% 2020 87% (estimada) 46 ⬩ De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE, entre os censos de 1991 e 2000 o número de favelas no Brasil aumentou em 25%, mais de 1.269 municípios declararam em 2005 terem favelas ou outro tipo de habitações precárias. ⬩ As favelas são formadas por populações excluídas do mercado imobiliário legal e busca meios alternativos de habitação. 47 Segundo o IBGE, “aglomerado subnormal (favelas e similares) é um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais, ocupando ou tendo ocupado até perído recente, terreno de propriedade alheia (pública ou não), dispostas de forma desordenada e densa, carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais”. Favela Paranaguá, Pr ÓRIGEM DO TERMO: Após a vitória na Guerra de Canudos na Bahia, os soldados do exército brasileiro regressaram a Capital Federal (RIO). Sem receber o devido salário, os soldados instalaram-se provisoriamente em alguns morros da cidade, juntamente com outros desabrigados. A partir daí, os morros recém-habitados ficaram conhecidos como Morro da Favela, em referência à uma planta típica da caatinga extremamente resistente a seca chamada “favela” Espécie conhecida como favela, favela-de-cachorro ou favela-de- galinha. Essa espécie pertence à família botânica Euphorbiaceae, é endêmica do domínio fitogeográfico Caatinga, sendo comum encontrá-la em afloramentos rochosos e locais de solos rasos Segundo o IBGE, boa parte dos municípios brasileiros possuem loteamentos irregulares e seus habitantes “ocupantes” não são cadastrados. As prefeituras brasileiras muitas vezes não possuem instrumentos para impedir as invasões e os loteamentos ilegais. O com o inchaço e o crescimento desordenado das cidades desarticulado de um planejamento urbano fez com que soluções fossem pensadas, assim é discutido o Estatuto da Cidades, 2001 (módulo III) Entre 1950 e 1990, formaram-se 13 cidades com mais de 1.000.000 de habitantes, e em todas elas, a expansão urbana teve características semelhantes, ou seja, não cresceram a partir de projetos articulados, visando a extensão da cidade. Ao contrário, prevaleceu a difusão do padrão periférico, que conduziu a urbanização do território metropolitano, perpetuando o loteamento ilegal, a casa auto-construída e os distantes conjuntos habitacionais populares, como seus principais propulsores A cidade formal vs a informal é a expressão da concentração da pobreza nas metrópoles brasileiras Ocupações irregulares? Cidade Informal ? 52 Modelo Centro-Periferia- Anos 60 CENTRO Periferia Cidade Informal apartada dos serviços- Relações de trabalho . Entre 1950 e 1990, formaram-se 13 cidades com mais de 1.000.000 de habitantes, e em todas elas, a expansão urbana teve características semelhantes, ou seja, não cresceram a partir de projetos articulados, visando a extensão da cidade. Ao contrário, prevaleceu a difusão do padrão periférico, que conduziu a urbanização do território metropolitano, perpetuando o loteamento ilegal, a casa auto-construída e os distantes conjuntos habitacionais populares, como seus principais propulsores A cidade formal vs a informal é a expressão da concentração da pobreza nas metrópoles brasileiras Na sociologia, o termo “favela”, além de ser uma forma de aglomerado habitacional, também é uma configuração ecológica particular, definida segundo um padrão específico de relacionamento com a cidade. Um aglomerado habitacional se transforma em favela à medida que ele desenvolve um microssistema sociocultural próprio, organizado a partir de uma identidade territorial. Relações Sociais . Com o tempo, o termo “favela” ganhou várias conotações negativas, que são antônimos de cidade (FORMAL) e de tudo o que a ela se atribui: urbanidade, higiene, ética no trabalho, progresso, civilidade, segurança. Surge também o termo “favelado”, que é o homem construído pela socialização em um espaço marcado pela ausência dos referenciais da cidade. Um processo iniciado no Século XIX. Favelas e a Informalidade Seculo XIX, Cortiços Precursor das Favelas O Cortiço 1890, obra de Aluizio de Azevedo, apresenta as relações sociais dos moradores de um cortiço em Botafogo, Rio. A PAISAGEM URBANA Pode ser entendida como a composição de elementos da natureza no espaço, dentre os quais a fauna e a flora, o homem e as edificações que constrói com a sua ação no espaço geográfico. É materialização resultante da interação do homem e os elementos da natureza. Segundo Milton Santos a paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas reações localizadas entre homem e natureza SANTOS, M. (2002). A natureza do espaço: Técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp. 384 p. 58 "[...] a paisagem que vemos hoje não será a que veremos amanhã e nem tão pouco é a que foi vista ontem, pois a paisagem é produzida e reproduzida no decorrer do tempo, através da ação do homem e da sociedade sobre o território, levando em conta que cada ator social tem seu tempo próprio no espaço. Assim, a paisagem é por conseguinte objeto, concreto, material, físico e efetivo e é percebida através dos seus elementos, pelos nossos cinco sentidos, é sentida pelos homens afetivamente e culturalmente". (BERINGUIER, 1991, p. 7) BERINGUIER, C. e BERINGUIER, P. (1991). Manieres paysageres une methode d’etude, des pratiques. In: GEODOC.Toulouse: Univesité de Toulouse. p. 5-25. Copacabana,1910 Copacabana, 1950 Texto para Leitura conjunta : Alteração da Paisagem Urbana Rio de Janeiro –Começo século XIX Texto para Leitura : Adaptado de Alfredo Suppia e Marília Scarabello 7/5/14 “A rua ensurdecedora ao redor de mim agoniza. / Longa, delgada, em grande luto, dor majestosa”. Os versos do poema “A uma passante”, do poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867), são evocativos de uma paisagem urbana comum a algumas metrópoles em processo de modernização entre o final do século 19 e início do 20 – inclusive o Rio de Janeiro. Nem sempre a “Cidade Maravilhosa” foi o destino turístico e comercial mundialmente reconhecido por sua beleza. Antes das reformas promovidas por Pereira Passos, prefeito do Rio de Janeiro entre 1902e 1906, o Rio de Janeiro era conhecido como “Porto Sujo” ou “Cidade da Morte”, um lugar evitado pelos viajantes. A falta de planejamento urbano e de infra- estrutura sanitária fizeram com que o Rio se tornasse foco de uma variedade de doenças como a febre amarela, varíola, sarampo, disenteria, difteria, tuberculose e até mesmo a peste bubônica. Com a onda de imigração européia e a migração de escravos recém-libertos, a população crescia significativamente. De 1872 a 1890, a taxa de crescimento era de 95,8%; entre 1890 e 1906, a população aumentou em 56,3%. O caos na ocupação urbana favorecia a disseminação de doenças, tornando a cidade insalubre, e esse panorama se refletia na economia do país. 61 Uma reforma: impactos diversos Por conta desse cenário, os governos federal e municipal deflagraram, cada qual, seu processo de reforma do Rio de Janeiro. A iniciativa municipal, coordenada pelo então prefeito Pereira Passos, ficou vulgarmente conhecida como “bota abaixo”. Com o objetivo de sanear o Rio de Janeiro, controlar a propagação de doenças e modernizar o tráfego e a comunicação entre as regiões da cidade, a Reforma Pereira Passos, como ficou conhecido o processo de modernização da cidade, consistiu na demolição de casas – particularmente os cortiços que se multiplicavam com a imigração. Tida até hoje por muitos como uma iniciativa de modernização excludente, a Reforma Pereira Passos também costuma ser apontada como responsável pelo surgimento das primeiras favelas no Rio de Janeiro – uma vez que a população trabalhadora mais pobre, expulsa de suas casas no centro, foi obrigada a ir morar nos morros para permanecer relativamente próxima do trabalho. Segundo Luiz Guilherme Rivera de Castro, professor de arquitetura e urbanismo da Universidade Mackenzie, a Reforma Pereira Passos significou uma grande intervenção urbana e social, instituindo a separação de atividades urbanas e de classes sociais, criando um centro e uma imagem de cidade modernizada por meio da destruição de largos trechos urbanos e pelo deslocamento da população que ali vivia, em nome da higiene e do embelezamento urbano. “ 62 Ainda segundo Castro, o saldo da Reforma Pereira Passos foi positivo e negativo ao mesmo tempo: “a iniciativa realizou uma modernização necessária naquele momento, combatendo a insalubridade e realizando a adequação funcional e formal do centro da cidade, em particular da área portuária, mesmo que isso tenha ocorrido, principalmente, em função da necessidade de inserir o país no mercado internacional”, afirma. “Todo o processo era, também, a expressão de interesses e valores das oligarquias dominantes naquele período, que tinham a cidade de Paris como modelo. Nesse sentido, a Reforma pode ser interpretada como positiva, apesar de autoritária e conservadora, pois representava um esforço de modernização. Por outro lado, foi negativo o modo como foi implementada, de maneira incompleta e com a expulsão de parte da população do centro reformado, com efeitos nefastos e duradouros principalmente para a população mais pobre”, completa. Um novo pensamento sobre a cidade O historiador André Nunes de Azevedo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), salienta as divergências entre os dois planos urbanísticos para o Rio de Janeiro do início do século 20: um promovido pelo presidente da República, Rodrigues Alves, outro pelo prefeito Pereira Passos 63 A reforma urbanística, posta em prática pelo governo federal, operou-se em função da modernização do Porto do Rio de Janeiro e tinha como valor máximo a idéia de progresso, de desenvolvimento material, técnico e econômico. Nesse sentido, era fundamental combater a insalubridade na cidade, ampliar e modernizar suas artérias e revigorar a zona portuária, tudo isso com finalidades claramente econômicas – atrair mão de obra estrangeira para atender à elite cafeeira e facilitar o escoamento da produção. A Reforma Pereira “foi ampla e buscou integrar as diversas regiões da cidade ao seu centro urbano, pensado como lugar privilegiado da difusão da civilização”. Relatos dos antecedentes e repercussões da Reforma Pereira Passos também podem ser reconstruídos a partir da leitura de alguns clássicos da literatura brasileira, como as crônicas de João do Rio, “repórter da pobreza na cidade” e autor de A Alma Encantadora das Ruas (reunião de textos publicados na imprensa carioca entre 1904 e 1907), ou O Cortiço (1890), romance naturalista de Aluísio Azevedo que relata a exploração e a precariedade na vida dos moradores das estalagens ou cortiços cariocas do final do século XIX. . 64 Rio, 1817 65 • A cidade insalubre: Varíola, Febre Amarela, Tuberculose.... 66 Avenida Rio Branco-Centro, 1923 67 68 Rio Teatro Municipal Fonte : LAMAS, José et al. ….e voltando a paisagem urbana….. Existem padrões morfológicos são identificados na maioria dos conjuntos urbanos de médio porte, sendo que a espacialização destes padrões obedece a uma lógica similar que se baseia em antecedentes comuns de formação das cidades. Gramado Londrina Estrutura 1-Malha urbana 2-Tecido urbano 3- Uso 4- Referenciais urbanos Na malha urbana se inclui a estrutura viária propriamente dita e suas articulações. Sobre esta malha formam-se diferentes tipos de tecido urbano, constituído por volumetrias construídas e plantas similares, destinadas a uso específico, e espaços livres de diferentes funções. 1- Tecido Urbano Os agrupamentos de edificações, com características semelhantes, formam manchas que configuram os tecidos urbanos. Podem ser homogêneos ou heterogêneos. tecido convencional no qual está incluída a área central, o centro expandido, a área habitacional central e o casario convencional, em uma espacialização concêntrica, tecido jardim", constituído dos" bairros-jardins" e dos condomínios fechados, na periferia urbana, tecido habitacional popular que diz respeito aos conjuntos habitacionais, tanto os unifamiliares como os verticais e os não-institucionais, e ainda o casario popular. 73 Diferentes Tecidos 2- PADRÃO DE USO E OCUPAÇÃO O uso determina a forma da edificação e suas dimensões. As edificações produzem indícios materiais que permitem definir a época em que foram construídas por estarem imbuídas pelos aspectos culturais de sua sociedade. construções significativas são instalações ferroviárias, os colégios tradicionais, o centro cultural e/ou teatro, os clubes, os ginásios esportivos, o terminal rodoviário, o aeroporto, os shopping centers e/ou entrepostos comerciais. As construções significativas não apresentam uma tipologia arquitetônica semelhante; entretanto, obedecem a uma localização similar. As estruturas urbanas, neste caso entendidas por aquelas que funcionam como referenciais e/ou marco na paisagem: a rua principal de comércio, a praça principal, os parques urbanos e/ou grandes massas de vegetação, as avenidas de acesso, os centros de bairro, a avenida com atrações noturnas, as rodovias e/ou anel viário e os cursos e/ou corpos d'água. Elementos Morfológicos 1- vias, 2- limites, 3- bairros, 4- cruzamentos 5- ícones ou monumentos 6- Aspectos Funcionais 7- Patrimônio Imobiliário 77 3- Referenciais urbanos podem ser construções significativas e de algum destaque, seja pela dimensão, pelo uso ou por ambos, ou estruturas urbanas e/ou trechos do tecido urbano que funcionam como marco dentro da paisagem. 78 Fonte: Rubens do Amaral Morfologia Urbana Conceitos e Aplicações Brasília, 2017. 79 RUA XV , Curitiba 1950 1975 Fonte : LAMAS, José et al. 81 Adequação da FORMA À FUNÇÃO No início dos anos 1970, com base no Plano Diretor, Curitiba começou a implantação de um novo modelo de sistema viário, planejado de forma integrada ao transporte coletivo e ao zoneamento – que determina as regras para o uso do solo urbano. A disposição das VIAS reflete o crescimento gradual das CIDADES e suas funções http://www.superbrasilia.com/aquarela/pic_maquete_a.htmRADIOMETRICA Artérias circulares GEOMETRICO Ortogonalidade e perpendicularidade IRREGULAR Traçado Anárquico, ruas estreitas e tortuosas Traçado ANDRADE, R. 2012 86 A cidade de São Paulo, um dos grandes referenciais, e geradora de padrões urbanísticos brasileiros, é a síntese de um processo socioeconômico geral do país, que se representa formalmente em escalas diversas nos grandes centros e nas cidades de porte médio. No caso das cidades do interior do estado de São Paulo, este processo de influência da paisagem urbana se estrutura a partir da paisagem que se configura na cidade de São Paulo, e de cidades do porte de Campinas e/ou Ribeirão Preto, as quais por sua vez se referenciam, por exemplo: os novos padrões de uso do solo, como os condomínios fechados e a verticalização, o tratamento das áreas públicas de edificação, como o padrão de arborização e jardinagem urbana, as tipologias arquitetônicas, o desenho de pisos e calçamentos, e ainda pela arquitetura símbolo de edifícios, tais como redes de lojas e instituições financeiras, entre outras (LANDIM 2002). Exemplo: 87 Estes padrões morfológicos fornecem um modelo de paisagem, ao qual está ligado um modelo de qualidade de vida, em que a sociedade passa a valorizar a presença dos elementos globais que estão em sintonia com os centros de poder. A paisagem da cidade média do interior central paulista é então homogênea, como conseqüência desta forma de ocupação homogênea, a qual é decorrente de códigos de obras e planos diretores padronizados, bem como ciclos de desenvolvimento semelhantes, o que resulta em padrões de urbanização uniformes, associados a tipologias arquitetônicas e material de acabamento similares. LANDIM, Paula, 2002. Desenho de paisagem urbana: as cidades médias do interior central paulista . Botucatu Lins 88 Diferentes Cidades Paises Baixos Enschede Gronigen Utrecht Gouda 89 TD 2: Atividades assíncronas Exercício 1 - Acesse o texto de Geografia urbana disponibilizado . Realize os exercícios 1 e 3. (1 h); Exercício 2- “Os referenciais urbanos podem ser construções significativas e de algum destaque, seja pela dimensão, pelo uso ou por ambos, ou estruturas urbanas e/ou trechos do tecido urbano que funcionam como marco dentro da paisagem”. Mostre na sua cidade quais são estes marcos. Qual a importância para comunidade ? (30 Min) Exercício 3- Como a Leis Municipais de Uso e Ocupação do Solo alteram a morfologia urbana ao longo do tempo. Observe nas fachadas e na mobilidade urbana. (1,5 h). Exercício 4- A partir da leitura do artigo denominado : O território e a paisagem: a formação da rede de cidades no Norte do Paraná e a construção da forma urbana. Explique a como se deu a gênese das novas cidades do Norte do Paraná, oriundas do ciclo do café. Verifique se este processo ocorreu em outras regiões do Brasil (Ciclo do Café ou outros) . (3 h ) 3o Parte 3o Parte Conteúdo ⬩ Financiamento das Cidades ⬩ Estatuto das Cidades 91 Financiamento para gestão do Território Patrimonial: Neste caso os impostos irão incidir sobre determinado patrimônio, como é o caso do IPTU (imóveis), IPVA (automóveis) e ITR (propriedades rurais). Renda: Neste caso o imposto é calculado considerando a renda de uma pessoa, física ou jurídica durante determinado período. Um bom exemplo é o Imposto de Renda. Consumo: Aqui os impostos podem ser cobrados de forma indireta, ou seja, quando uma pessoa adquire determinado produto ou serviço, ela já está pagando o imposto que está embutido no valor da compra. Isto ocorre por exemplo com o ICMS, IPI e ISS. MUNICÍPIO IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. ISS – Imposto Sobre Serviços. Cobrado das empresas. ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos. Incide sobre a mudança de propriedade de imóveis ESTADO ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Incide também sobre o transporte interestadual e intermunicipal e telefonia. IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre herança UNIÃO IOF – Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre empréstimos, financiamentos e outras operações financeiras, e sobre ações. IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Cobrado das indústrias. IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física. Incide sobre a renda do cidadão. IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Incide sobre o lucro das empresas. ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre álcool combustível. Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Cobrado das empresas. CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual do salário de cada trabalhador com carteira assinada depositado pela empresa. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual do salário de cada empregado cobrado da empresa e do trabalhador para assistência à saúde. O valor da contribuição varia segundo o ramo de atuação. LOA: Lei Orcamentária Anual ⬩ Nos três níveis de governo FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL a Lei Orçamentária é o instrumento de planejamento utilizado pelos governantes para gerenciar as receitas e despesas públicas em cada exercício financeiro. É um elemento fundamental na gestão dos recursos públicos, uma vez que sem ele o administrador não recebe autorização para executar o orçamento. ⬩ Lei Orçamentária Anual compreenderá os orçamentos fiscais (poderes, fundos, órgãos da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público), da seguridade social e estatais. Indicar fontes de recursos. ⬩ Projeto da LOA deve ser apreciado pelo Legislativo Municipal e encaminhado ao Executivo até a data de encerramento do segundo período legislativo, não sendo possível aos vereadores entrar em recesso parlamentar até o seu cumprimento. 95 Instrumentos de Gestão Urbana • Constituição 1988 • Estatuto das Cidades • Plano Diretor (Leis Municipais) CF88- Constituição 1988: Modernidade e humanidade Prevê direitos decorrentes daqueles ideais, a exemplo do Direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, e outros. Dignidade da Pessoa Humana, no art. 6º, da Carta Política, incluindo ali a moradia. Os artigos são principiológicos, norteadoras das demais,fazendo- se necessário que a própria Constituição delineasse mais especificamente certos tópicos relativos às questões de maior relevância como a Política Urbana. ….das Políticas Urbanas, observa-se assegurado como Direito Fundamental o Direito à Propriedade, conforme mandamento do art. 5º, caput, “aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. E reafirma, no inciso XXII, que “é garantido o direito de propriedade”. Tais dispositivos transmitem a idéia de que o Direito de Propriedade seria absoluto. Todavia, no seio dos Direitos Fundamentais, encontram-se dispostos, no mesmo artigo em debate, especificamente nos incisos XXIII e XXIV, que derrubam a preocupante conclusão, relativizando o Direito de Propriedade, quando afirmam que 99 “a propriedade atenderá a sua função social” e que “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social”. Abrindo as brechas para a realização de políticas públicas de forma efetiva,mesmo que tais políticas tenham que adentrar no direito de propriedade de terceiros, já havendo a disposição de que aquela deverá atender sua função social. CF Política Urbana, prevista em seus artigos 182 e 183 Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes geraisfixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, …… 101 Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. ESTATUTO DAS CIDADES 102 Regulamentação dos capítulos 182 e 183 da CF88 através da LEI 10.257 de 10/07/2001. Principais Instrumentos: A- Indução do Desenvolvimento: parcelamento do solo B- Financiamento da Política Urbana: Impostos C- Democratização da Gestão : audiências públicas D- Regularização Fundiária: usucapião Para que? 103 104 •Garantia do direito às cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. •Gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. •Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social Princípios 105 Contexto A Regularização Fundiária “o processo de intervenção pública, sob os aspectos jurídico físico e social, que objetiva legalizar a permanência de populações moradoras de áreas ocupadas em desconformidade com a lei para fins de habitação, implicando melhorias no ambiente urbano do assentamento, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da população beneficiada”. O usucapião individual e coletivo, CDRU (Concessão do direito real de uso), Concessão de uso especial para fins de moradia e ZEIS (Zona especial de interesse social). critérios Individual: a) a posse de área urbana com metragem máxima de duzentos e cinqüenta metros quadrados; b) a posse da área urbana ser no mínimo de 5 (cinco) anos; c) a posse ser ininterrupta e sem oposição, com ânimo de dono; d) a posse da área urbana ser utilizada para sua moradia ou de sua família; e) não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. ASPECTOS SOCIAIS IMPORTANTES Usucapião coletivo Critérios: a) O possuidor pode, para o fim de contar o prazo de cinco anos, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. b) A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. c) Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. d) O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. e) As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. ZEIS As ZEIS ou AEIS (áreas de especial interesse social) não possui o objetivo de remoção dos assentamentos irregulares, mas sim de legalização e melhoria das suas condições urbanísticas. Para isso é criado um plano urbanístico próprio, adequado às características do local, para a área que será regularizada, incluindo-o dessa forma na malha urbana. Objetivos das ZEIS: a) Incluir a população de baixa renda, que não teve condições de adquirir solo urbano, na cidade b) melhorar as condições de vida dessa população com a inclusão de infra-estrutura e outros serviços c) regularizar as diferenças da qualidade do imóvel para dessa forma impedir a diferenças no preço do terreno d) incentivar a participação dos moradores nas decisões de melhoria urbanística e) aumentar a arrecadação de impostos, para facilitar a manutenção da infra-estrutura f) aumentar a oferta de terra para a população de baixa renda 109 Fonte: Município de Vila Velha- ES https://forumpopularvv.wixsite.com/vilavelha/single-post/2017/10/08/Zonas-Especiais-de-Interesse- Social---ZEIS 1. Plano Diretor 2. IPTU Progressivo no Tempo Desapropriação com Pagamento em Títulos 3. Direito de Superfície 4. Transferência do Direito de Construir 5. Outorga Onerosa do Direito de Construir ou Solo Criado 6. Direito de Preempção 7. Usucapião Especial de Imóvel Urbano 8. Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia 9. Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) 10.Conselho de Política Urbana EC: INSTRUMENTOS PLANO DIRETOR Instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados. (ABNT, 1991) Seria um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazos, e aprovadas por lei municipal. (VILLAÇA, 1999, p. 238) “O Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana” do município (Estatuto da Cidade, Art. 40). Requisitos: I – as ações e medidas para assegurar o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana; II – os objetivos, temas prioritários e estratégias para o desenvolvimento da cidade e para a reorganização territorial do município; III – os instrumentos da política urbana previstos pelo Estatuto da Cidade que serão utilizados para concretizar os objetivos e estratégias estabelecidas pelo plano diretor, e; IV – o sistema de acompanhamento e controle visando a execução e implementação do plano diretor. Segundo o Estatuto da Cidade, estão obrigados a elaborar o plano diretor até outubro de 2006, aqueles municípios que: -possuem, de acordo com o Censo 2000, mais de 20 mil habitantes; - estão inseridos em regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas. Também estão obrigados a elaborar o plano diretor, embora não haja prazo estabelecido na lei, os municípios: -integrantes de áreas de especial interesse turístico; -inseridos em área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional, e; - onde o poder público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal (parcelamento ou edificação compulsórios, IPTU progressivo no tempo, desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública). ASPECTOS METODOLÓGICOS DO PLANO DIRETOR 114 A etapa chamada “Metodologia” é aquela em que será definido o processo de elaboração do plano diretor, medianteo estabelecimento dos prazos, custos, cronograma de atividades, estratégia de mobilização da população, formas de divulgação do processo e a formação do Núcleo Gestor Local. A etapa de “leitura da realidade municipal” refere-se ao levantamento de informações sobre o município. É o momento onde serão diagnosticados os problemas e potencialidades existentes. Esta etapa contempla dois momentos distintos e complementares: a leitura técnica e a leitura comunitária. Leitura da Cidade 116 Exemplos 117 Exemplos de Chamadas para participação comunitaria. 118 A leitura da cidade tem como objetivo conhecer bem a realidade da cidade, seus problemas e suas potencialidades. Ela deve trazer informações sobre como e onde as pessoas vivem e trabalham, os conflitos a serem resolvidos e as potencialidades da cidade. As atividades e reuniões para a leitura comunitária devem mostrar que esse é um momento em que não se discute apenas o seu bairro, mas o município como um todo. Elementos da Leitura Comunitária 1- Sistema Viário e Infraestrutura 2- Saúde 3-Segurança 4- Transporte Público 5- Educação 6- Uso e Ocupação do Solo 7-Meio Ambiente 8- Gestão Publica O objetivo dessa fase é visualizar e compreender “a cidade que temos”, a partir de questões presentes na escala do bairro até a escala regional. A comunidade deve conhecer e reconhecer as potencialidades e o que contam para transformar a realidade. PARTICIPAÇÃO POPULAR PRIORIDADES- Leitura Comunitária e Técnica Temas 1- Infraestrutura e Sistema Viário: Saneamento, transito, arruamento, ciclovias, áreas de lazer, asfaltamento etc... 2- Segurança: contingente policial, postos de policia, acessibilidade , logística 3-Uso e Ocupação do Solo: zoneamento, ocupações e loteamentos irregulares, vazios urbanos, 4- Educação: Escolas, creches, concelho tutelar 5- Saúde: postos, saúde preventiva, campanhas de vacinacao, medico da família 6- Meio Ambiente: qualidade do ar e agua, limpeza terrenos, lixões , áreas verdes, rios e saneamento 7- Transporte Público: Rede de ônibus, metro, VLB, ciclovias 8- Politica Administrativa: melhora de politicas publicas, participação das decisões, lei de responsabilidade fiscal. O que considerar? Restrições e Deficiências (visão do cidadão) 121 Exercicio de levantamento de prioridades Ordem de Prioridades Entrevista Ex: Batel A- SEGURANÇA -65% B- TRANSPORTE PÚBLICO- 15% C- SAÚDE- 13% D- EDUCACAO- 7% Ex: Santa Candida A- SAUDE- 35% B- INFRAESTRUTURA- 22% C-SEGURANÇA- 20% D- TRANSPORTE PÚBLICO- 13% E- EDUCACAO- 12% E- MEIO AMBIENTE- 5% Fonte: Pesquisa realizada pelos alunos turma 2017 4o Parte 4o Parte « Em um sentido amplo, planejamento é um método de aplicação, contínuo e permanente, destinado a resolver, racionalmente, os problemas que afetam uma sociedade situada em determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão ordenada capaz de antecipar suas ulteriores consequências » Carta dos Andes « Seminário de Técnicos e Funcionários em Planejamento Urbano » Planejamento Urbano Ponderações: O Planejamento territorial urbano tem sido desenvolvido e aplicado de forma a ordenar o crescimento das cidades e minimizar os problemas decorrentes dos processos de urbanização. Graças ao ESTATUTO DAS CIDADES o planejamento vem recuperando sua importância para gestão sustentável do território. O planejamento deve ser integral, abrangente, isto é, deve envolver os aspectos econômicos, sociais e físico- territoriais da realidade a ser planejada. Tais aspectos são permitem o entendimento de uma mesma realidade em um sistema. Objetivos “De maneira geral, os fins que os planos nacionais de urbanismo têm em vista são: • Desenvolvimento das estruturas urbanas, assegurando-lhes simultaneamente condições de vida e de trabalho sã; • Melhoria das condições econômicas, sociais e culturais equilibradas, e planejamento mais intenso nas zonas residenciais e de trabalho; • Melhoria das condições residenciais, dos serviços de tráfego e de abastecimento; • Robustecimento das zonas periféricas. Planejamento, meio ambiente e sustentabilidade Relação homem-natureza e a questionar a predominante visão antropocêntrica, característica da cultura ocidental, que coloca o homem como o centro do mundo, em que tudo existe a partir do interesse humano. O Planejamento Ambiental como fator de redução da pobreza urbana será possível mediante o planejamento e a administração do uso do solo sustentável de acordo com a Agenda 21. O Planejamento Ambiental deve fornecer sistemas de infraestrutura ambientalmente saudáveis, em favor da sustentabilidade do desenvolvimento urbano, através do acesso à água, à qualidade do ar, à drenagem, à serviços sanitários e rejeito do lixo sólido e perigoso, promovendo ainda tecnologias para a obtenção de fontes de energia alternativas e renováveis mais eficientes, tais como a solar, hídrica e eólica e sistemas sustentáveis de transporte Visões do Planejamento 130 CIDADES SUSTENTÁVEIS Quais são? Onde Ficam ? É Real ? 1) Pesquisa; 2) Anamnese ou Análise; 3) Diagnose (estudo minucioso); 4) Prognose (que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo); 5) Plano Básico e Programação. Etapas do Planejamento Plano Diretor e Planejamento, qual a relação ? Etapas do plano Resultado do Processo de Planejamento : 1) Lei do Plano Diretor; 2) Lei de Zoneamento; 3) Lei do Parcelamento do Solo; 4) Código de Obras 5) Proposições a nível municipal, estadual e federal das obras e ações prioritárias A Lei do Plano Diretor é composta pelas disposições administrativas, objetivos e diretrizes do Plano Diretor, bem como pela sua definição conceitual. A Lei de Zoneamento trata especialmente da delimitação e definição das diferentes áreas do limite urbano do município, estabelecendo para elas limitações de ordem urbanística, tais como permissões de usos, índices de aproveitamento, taxa de ocupação, gabaritos, etc. Trata também da hierarquia do sistema viário e dos perfis a serem observados pelas vias urbanas. *A Lei do Parcelamento do Solo trata dos requisitos necessários para a realização de loteamentos, desmembramentos e remembramentos, dos seus aspectos urbanísticos (sistema viário, áreas livres, dimensões mínimas dos lotes) e dos procedimentos necessários para sua aprovação junto à Prefeitura. O Código de Obras vincula-se a Lei de Zoneamento e o Código de Posturas do Município. • Lei Federal 6.766, 1979 e Alterações 9.785/99 Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção Lei de Parcelamento parâmetros Faixa non aedificandi ou faixa de domínio Lote Mínimo Alinhamento predial Testada do lote Fundo de lote Divisas Recuo Arruamento Talvegue Serviços Públicos Mobiliário Urbano Área total e Liquida Adaptada Lei Federal 6.766, 1979 e Alterações 9.785/99 pelo município . Leitura Técnica: Mapas de Zoneamento e Estatisticas Zoneamento Áreas non aedificandi Terrenos alagadiços ou inundáveis Aterramentos nocivos à saúde Declividade superior a 30%, salvo exceções Condições geológicas precárias Áreas de preservação ecológica, mananciais, etc. Levantamento do entorno edificado Vias principais de acesso (estradas,avenidas, etc), características sócio-econômicas, população e densidade, etc. Continuidade das vias de acesso, perfil da áreaa ser ocupada, avaliação do crescimento urbano, etc. Produtos sujeitos a discussão técnica e comunitária Zoneamento ZPAM Zona de Preservação Ambiental ZP Zona de Proteção ZAR Zona de Adensamento Restrito ZAP Zona de Adensamento Preferencial ZC Zona Central ZA Zona Adensada ZE Zona de Grandes Equipamentos ZEIS Zona de Especial Interesse Social Campina Grande -PB Zoneamento Campinas-SP Os Mapas Temáticos oriundos/produtos dos planos diretores: Como são elaborado? São realizados de acordo com as normas da semiologia gráfica? São de fácil entendimento? Administração PúblicaAdministração Pública A autonomia do Município Brasileiro esta assegurada na Constituição da República para todos os assuntos de seu interesse local e expressa sob o tríplice aspecto político (composição eletiva do governo e edição das normas locais), administrativo (organização e execução dos serviços públicos locais) e financeiro (decretação, arrecadação e aplicação dos tributos municipais). A administração municipal, através da Prefeitura, como órgão executivo, e da Câmara de Vereadores, como órgão legislativo. Essa composição é uniforme para todos os Municípios, variando apenas o número de vereadores. Os mesmos defeitos apontados na administração federal e na estadual são encontrados no âmbito municipal: ausência de racionalização dos serviços, agravada pela falta de planejamento e de pessoal técnico para a execução dos empreendimentos públicos reclamados pela comunidade. Lei de Responsabilidade Fiscal e a Gestão Pública Urge uma reformulação de profundidade na administração municipal brasileira para a modernização dos métodos, sistemas e técnicas vigentes nas Prefeituras, uma vez que as reformas até agora empreendidas são de superfície e dirigidas quase sempre à estruturação do quadro de servidores, como melhoria de vencimento, sem atingir e aperfeiçoar a prestação de serviços (MEIRELLES, 2003). “A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.” A Lei de Responsabilidade Fiscal, prevê o seguinte: “Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”. Lei complementar 101, 2000. Princípios Básicos • Não gastar mais do que arrecadação . • Para fechar contas do dia a dia, nunca venda bens e evite, ao máximo, tomar empréstimo de antecipação (ARO) - se o fizer, por pouquíssimo tempo, ARO não pode mais “virar” o ano. • Não crie uma obrigação permanente de gasto sem fonte igualmente permanente de receita. • Não deixe as despesas com pessoal ultrapassar limites prudenciais, e jamais os máximos. • Se for inevitável assumir dívida bancária, que seja apenas para financiar investimentos fixos, cumpra os limites máximos e a prestação futura da dívida caiba dentro de sobra projetada. Se for vender um bem, aplique o resultado na diminuição de dívida ou compra de outro patrimônio. Metas fiscais são os resultados a serem perseguidos em termos de receita, despesa e resultado, bem como dívida Serão fixadas anualmente na lei de diretrizes orçamentárias - LDO para o próximo ano e os dois seguintes; todo ano podem ser revistas Definidas em cada jurisdição (sem qualquer interferência federal ou estadual), passarão a condicionar todo processo de orçamento e contabilidade: se ao longo de um ano, a receita realizada se frustrar em relação a estimada, serão cortados automaticamente os gastos para assegurar a meta de resultado da LDO IMPOSTOS: A responsabilidade fiscal começa no exercício pleno das competências tributárias de cada governo . Muitos Estados e a grande maioria das Prefeituras, em especial das regiões menos desenvolvidas, nunca terão capacidade de auto- financiamento, mas isso não os dispensa de explorar seus tributos: - mais que instrumento financeiro, é elemento essencial para o controle social; - fonte de poupança para cobrir investimentos Renunciar receita, caso das isenções ou reduções de impostos, é o mesmo que realizar um gasto: passará a ficar sujeito as mesmas condições e limites. Ex: COVID 19 LIMITES Cada governo tem que caber dentro de seu território : nenhum governo não mais financiará outro governo, nem para renegociar dívidas, nem rolar o que já foi rolado não receberá transferências voluntárias, nem contrairá novos empréstimos, quem não provar cumprir a LRF - não cobrou seus próprios impostos, atendeu limites de pessoal e dívida Cada governante tem que caber dentro de seu mandato: não deixe para sucessor restos a pagar sem a suficiente disponibilidade de caixa, sob pena de crime no último ano de mandato, adote regime de caixa: só assuma gasto após a efetiva entrada das receitas Sanções São aplicadas aos casos de distorções gritantes e,especialmente, pela não correção dos desvios. Sem sanções, seriam punidos as administrações eficientes. Punições às administrações: restrições para captação de recursos de terceiros, via convênios e financiamentos não se aplicam nos casos de calamidade pública e repasses essenciais da saúde, ensino e assistência Crimes dos administradores: novos crimes em leis que já previam perda de mandato inabilitação e detenção - só distorções mais graves inova ao prever crime da denúncia infundada Exceções --Medida Provisória nº 926, que alterou a Lei nº 13.979, de 13 de fevereiro de 2020. Essa Lei dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus. O art. 4º da Lei com redação dada pela MP prevê a contratação por dispensa de licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública. --Decretação estado de calamidade pública (enchentes, furação, terremoto etc) Permite também dispensa de licitação para obras emergenciais 155 TOPICO ESPECIAL I : REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA REURB CONCEITO A regularização fundiária consiste no processo pelo qual se adotam medidas sociais, urbanísticas e principalmente jurídicas para fazer com que as propriedades irregulares se tornem legais. Refere-se à legislação voltada a organizar e regular a propriedade urbana e o direito à moradia no Brasil. Envolvendo o direito urbanístico, como um “braço” do direito ambiental (meio ambiente artificial) conjugado com o direito imobiliário e técnicas de georreferenciamento EVOLUÇÃO Constituição Federal 1988 Estatuto das Cidades ,2001 Lei da Minha Casa Minha Vida (Lei 11.977/2009) Estatuto da Metrópole, a Lei 13.089, 2015 Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017 A CIDADE INFORMAL AS OCUPAÇÕES RECENTES AS OCUPAÇÕES CONSOLIDADAS Déficit Habitacional resulta: A regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado(Lei no 11.977/2009, art. 46). Reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de promover e proporcionar a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social. O que se deve saber sobre a REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA A diferença entre posse e propriedade é uma dúvida comum . Exemplo: um imóvel que não tem número de matrícula no Registro Geral de Imóveis (RGI) é chamado de posse e, o que tem número de matrícula no RGI é chamado de propriedade. Uma posse terá uma Escritura de Cessão de Direitos Possessórios e, uma propriedade terá uma Escritura Definitiva de Compra e Venda (em caso de pagamento a vista) ou Escritura de Promessa de Compra e Venda (em caso de pagamento a prazo). Estatuto das Metrópoles : O que é? Para a efetivação dos objetivos do EM, nos termos de seu artigo 9º, deverão ser utilizados instrumentos como o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), planos setoriais interfederativos, fundos públicos, operações urbanas consorciadas interfederativa, zonas para aplicação compartilhada dos instrumentos urbanísticos previstos no Estatuto da Cidade, consórcios públicos, convênios de cooperação, contratos de gestão, compensação por serviços ambientais ou outros serviços prestados pelo Município à unidade territorial urbana e parcerias público-privadas interfederativa. O PDUI é o instrumento que estabelece, com base em processo permanente de planejamento, as diretrizes para o desenvolvimento urbano da região metropolitana ou da aglomeração urbana (artigo 2º, VI, do EM). Quanto ao seu conteúdo mínimo, preceitua o artigo 12, parágrafo 1º, os seguintes pontos, devendo abranger zona rural e zona urbana. São eles: I – as diretrizes para as funções públicas de interesse comum, incluindo projetos estratégicos e ações prioritárias para investimentos; II – o macrozoneamento da unidade territorial urbana; III – as diretrizes quanto à articulação dos Municípios no parcelamento, uso e ocupação no solo urbano; IV – as diretrizes quanto à articulação intersetorial das políticas públicas afetas à unidade territorial urbana; V – a delimitação das áreas com restrições à urbanização visando à proteção do patrimônio ambiental ou cultural, bem como das áreas sujeitas a controle especial pelo risco de desastres naturais, se existirem. São quatro as modalidades de regularização fundiária previstas na legislação brasileira: a) regularização fundiária de interesse social (Lei no 11.977/2009); b) regularização fundiária de interesse específico (Lei no 11.977/2009); c) regularização fundiária inominada ou de antigos loteamentos (Lei no 11.977, art. 71); e d) regularização fundiária em imóveis do patrimônio público (Lei no 11.481/2007). Existem três dimensões para a regularização fundiária*: (i) dimensão urbanística, com os investimentos necessários para melhoria das condições de vida da população; (ii) dimensão jurídica, com a utilização de instrumentos que possibilitem a aquisição da propriedade nas áreas privadas e o reconhecimento da posse nas áreas públicas; e (iii) dimensão registrária, com o lançamento nas respectivas matrículas da aquisição destes direitos, a fim de atribuir eficácia para todos os efeitos da vida civil (Cf. Direitos que a Cidade Esqueceu, 2012, p.167). *Em qualquer procedimento de regularização fundiária, cotejando as três dimensões, o objetivo final do conjunto de medidas a serem tomadas é a titulação de seus ocupantes, respeitadas, é claro, a legislação urbanística e ambiental. A devida titulação pacifica conflitos e garante verdadeiramente o direito à moradia digna. demarcação urbanística: procedimento administrativo pelo qual o poder público, no âmbito da regularização fundiária de interesse social, demarca imóvel de domínio público ou privado, definindo seus limites, área, localização e confrontantes, com a finalidade de identificar seus ocupantes e qualificar a natureza e o tempo das respectivas posses. Prerrogativas : Em 11 de julho de 2017, foi publicada a Lei Nº 13.465, “que dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana, institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União”. Auto de demarcação: I - planta e memorial descritivo da área a ser regularizada, nos quais constem suas medidas perimetrais, área total, confrontantes, coordenadas georreferenciadas dos vértices definidores de seus limites, números das matrículas ou transcrições atingidas, indicação dos proprietários identificados e ocorrência de situações de domínio privado com proprietários não identificados em razão de descrições imprecisas dos registros anteriores; II - planta de sobreposição do imóvel demarcado com a situação da área constante do registro de imóveis. § 2o O auto de demarcação urbanística poderá abranger uma parte ou a totalidade de um ou mais imóveis inseridos em uma ou mais das seguintes situações: I - domínio privado com proprietários não identificados, em razão de descrições imprecisas dos registros anteriores; II - domínio privado objeto do devido registro no registro de imóveis competente, ainda que de proprietários distintos; ou III - domínio público. Já em seu Art. 35 “determina quais os documentos devem conter no processo de elaboração do projeto de regularização fundiária” I - levantamento planialtimétrico e cadastral, com georreferenciamento, subscrito por profissional competente, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), que demonstrará as unidades, as construções, o sistema viário, as áreas públicas, os acidentes geográficos e os demais elementos caracterizadores do núcleo a ser regularizado; II - planta do perímetro do núcleo urbano informal com demonstração das matrículas ou transcrições atingidas, quando for possível; III - estudo preliminar das desconformidades e da situação jurídica, urbanística e ambiental; IV - projeto urbanístico; V - memoriais descritivos; VI - proposta de soluções para questões ambientais, urbanísticas e de reassentamento dos ocupantes, quando for o caso; VII - estudo técnico para situação de risco, quando for o caso; VIII - estudo técnico ambiental, para os fins previstos nesta Lei, quando for o caso; IX - cronograma físico de serviços e implantação de obras de infraestrutura essencial, compensações urbanísticas, ambientais e outras, quando houver, definidas por ocasião da aprovação do projeto de regularização fundiária; e X - termo de compromisso a ser assinado pelos responsáveis, públicos ou privados, pelo cumprimento do cronograma físico definido no inciso IX deste artigo. Parágrafo único. O projeto de regularização fundiária deverá considerar as características da ocupação e da área ocupada para definir parâmetros urbanísticos e ambientais específicos, além de identificar os lotes, as vias de circulação e as áreas destinadas a uso público, quando for o caso. Em 15 de março de 2018, foi publicado o Decreto Nº 9.310 instituindo as novas regras aplicáveis à Regularização Fundiária Urbana, onde em seu Art. 28 traz as considerações para fins do decreto sobre o que é considerado levantamento topográfico georreferenciado. O Art. 29 estabelece que os levantamento topográficos georreferenciados deverão ser realizados conforme as normas técnicas para serviços topográficos da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, o disposto no Decreto nº 89.817, de 20 de junho de 1984, as normas técnicas da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro e serão acompanhados de ART ou de RRT. O Art. 30 traz a documentação mínima necessária para o desenvolvimento do projeto de regularização fundiária, que são: I - levantamento topográfico georreferenciado, subscrito por profissional legalmente habilitado, acompanhado de ART ou de RRT, que demonstrará as unidades, as construções, o sistema viário, as áreas públicas, os acidentes geográficos e os demais elementos caracterizadoresdo núcleo a ser regularizado; II - planta do perímetro do núcleo urbano informal com demonstração das matrículas ou das transcrições atingidas, quando possível; III - estudo preliminar das desconformidades e das situações jurídica, urbanística e ambiental; IV - projeto urbanístico; V - memorial descritivo; VI - proposta de soluções para questões ambientais, urbanísticas e de reassentamento dos ocupantes, quando for o caso; VII - estudo técnico para situação de risco, quando for o caso; VIII - estudo técnico ambiental, quando for o caso; IX - cronograma físico de serviços e implantação de obras de infraestrutura essencial, compensações urbanísticas, ambientais e outras, quando houver, definidas por ocasião da aprovação do projeto de regularização fundiária; e X - termo de compromisso a ser assinado pelos responsáveis, públicos ou privados, para cumprimento do cronograma físico, definido no inciso IX. Auto de demarcação Fonte: Dickel, Alessandra . 2018 Fonte: Ministério das Cidades . 2018 Etapas Cadastro DICKEL, A. Geotecnologias aplicadas às necessidades da regularização fundiária de imóveis urbanos - Lei federal nº 13.465/2017. TTC. 2018. Tópico: Especial Gerenciamento Costeiro Caiobá, anos 50 Caiobá, anos 2000 De acordo com resolução 01/90, gerenciamento costeiro é um conjunto de atividades e procedimentos que, por meio de instrumentos específicos, permite a gestão da utilização dos recursos da zona costeira. O PNGC plano nacional de gerenciamento costeiro, lei 7661/88 e expressa um importante compromisso com o desenvolvimento sustentável da zona costeira, considerada um patrimônio nacional. Lei 7661/88 Parágrafo Único - Para os efeitos desta Lei, considera-se Zona Costeira o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, que serão definidas pelo Plano. Artigo 3° - O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos seguintes bens: I - recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas; O PNGC será elaborado e executado observando normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, estabelecidos pelo CONAMA. Os Estados e Municípios poderão instituir, através de lei, os respectivos Planos Estaduais o Municipais de Gerenciamento Costeiro, observadas as normas e diretrizes do Plano Nacional e o disposto nesta Lei, e designar os órgãos competentes para a execução desses Planos. O licenciamento para parcelamento e remembramento do solo, construção, instalação, funcionamento e ampliação de atividades, com alterações das características naturais da Zona Costeira, deverá observar, além do disposto nesta Lei, as demais normas específicas federais, estaduais e municipais, respeitando as diretrizes dos Planos de Gerenciamento Costeiro As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica A regulamentação desta Lei determinará as características e as modalidades de acesso que garantam o uso público das praias e do mar
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