Buscar

Competência Comum da Justiça Federal e Estadual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Competência Comum da Justiça Federal
Competência “Ratione Materiae”: CF/88, Art. 109, IV a XI.
Competência da Justiça Federal x Atribuições da Polícia Federal.
Atenção: as atribuições da PF não são absolutamente idênticas à competência da JF. Isso porque àquelas são mais amplas. A PF, à luz da própria CF/1988, também pode investigar crimes dotados de repercussão interestadual ou internacional que exijam repressão uniforme, segundo se dispuser em lei (Lei 10.446/2002) que, posteriormente, será julgado pela justiça comum estadual.
CRIMES POLÍTICOS
São dois os pressupostos necessários para caraterização de um crime como político:
· Previsão na Lei n. 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional); e
· Motivação política.
Recurso cabível
O recurso cabível aqui é o ROC - Recurso Ordinário Constitucional, a ser julgado pelo STF. O ROC é recurso de fundamentação livre (matéria fática, probatória, constitucional etc).
Contravenções
Justiça Federal não tem competência. Eventual contravenção será julgada pela Justiça Comum Estadual. Não podem ser julgadas pela Justiça Federal de primeira instância, nem mesmo se conexas a crimes federais. Os TRFs (Justiça federal de 2ª instância) podem julgar contravenções penais nos casos de competência originária, observada a regra de contemporaneidade.
Súmula 38 do STJ: compete à justiça estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades.
Infrações Penais Contra União, Autarquias e EP
Infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
· A lesão deve ser imediata, direta, a um dos entes. Não havendo lesão direta, não há competência da justiça federal.
		Súmula 107 do STJ: “compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.”
	Dois tripés
	Bens
	União
	Serviços
	Autarquias federais
	Interesses
	Empresas públicas federais
Casos particulares
· Furto mediante fraude eletrônica (vírus para obter senha) 
Praticada em detrimento de correntista da Caixa Econômica Federal, cuja agência está localizada em SP e os saques fraudulentos são realizados em Curitiba. Prevalece o entendimento de que o sujeito passivo é a instituição bancária (EPF) (pois o crime foi cometido contra sua vigilância)e, portanto, a competência é da JF. No exemplo dado, a competência territorial é dada pelo local de onde a coisa é retirada da esfera de disponibilidade da vítima ainda que eletronicamente (SP).
· Roubo contra casa lotérica: Trata-se de PJ de direito privado concessionária/permissionária de um serviço público federal justiça comum estadual.
· Roubo contra agência dos Correios: Os Correios operam por meio de dois sistemas: 
· Agências franqueadas Justiça estadual);
· Agências da própria EBCT Justiça federal. Ex: se o crime é cometido contra o carteiro em razão das funções, trata-se de competência da justiça federal.
· Crime cometido em detrimento da FUNASA: Os tribunais entendem que a fundação pública federal pertence o gênero “autarquia federal”. Por esse motivo, em caso de crimes contra a FUNASA, a competência é da justiça federal.
· Crime cometido em detrimento da OAB: Na visão dos tribunais superiores, para fins criminais, mesmo após o julgamento da ADI 3.026, eventuais crimes cometidos em detrimento da OAB são da competência da justiça federal, desde que o crime em questão guarde relação com as funções de fiscalização profissional da advocacia.
· Roubo contra o Banco do Brasil, Petrobrás: sociedade de economia mista é de competência da justiça estadual- Súmula 42, STJ.
· Crimes cometidos contra bens tombados: O tombamento pode ser feito por diferentes entes-a competência depende de quem é responsável. 
· Crime cometido contra consulado estrangeiro: Neste caso, segundo o professor, há julgados em sentidos diversos. Na opinião do professor, a competência é da justiça estadual. O STF, entretanto, possui um precedente em sentido contrário (STF – RE 831.996).
· Peculato cometido em detrimento do MPDFT: faz parte do MPU. Entretanto, os tribunais superiores entendem que a competência será da justiça comum estadual.
· Desvio de verbas federais: Se a verba ainda estiver sujeita à prestação de contas perante órgão federal, a competência será da justiça federal. Entretanto, se não houver mais fiscalização por órgão federal (a verba já estiver incorporada ao patrimônio municipal), a competência será da justiça estadual> Súmula 208 e 209 do STJ.
· Desvio de verbas do FUNDEF: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. A competência é da justiça federal.
· Falsificação de moeda estrangeira: moeda nacional atenta contra interesse da União e é julgada pela justiça federal. Moeda estrangeira atenta contra interesse do BACEN (autarquia federal), pois a circulação de moeda estrangeira é fiscalizada por esta instituição. Assim, ambas as falsificações são de competência da justiça federal.
· Falso testemunho cometido em processo trabalhista (ou perante a Justiça Eleitoral, Federal ou Militar da União): quando há crime cometido contra uma delas, há, em última análise, crime cometido contra a própria União>> competência é da justiça federal- Súmula 165 aplicada para as demais justiças.
· Compete à Justiça do Distrito Federal julgar o crime de falso testemunho praticado em processos sob sua jurisdição.
· Crime cometido contra (ou por) funcionário público federal: É necessário analisar se o crime foi cometido em razão das funções (“propter officium” – Nexo funcional)> a competência federal. Sumúla 147 fala somente dos crime contra, mas é aplicada se for praticado por.
· Erro na execução ou erro sobre a pessoa não têm o condão de alterar a competência para a prestação jurisdicional.
· Crimes contra o meio-ambiente- Havia a Súm. 90 STJ que dizia ser de competência Federal se fosse praticado contra a Fauna. Porém, ela foi cancelada. Entende-se que incumbe a todos os entes federativos (União, DF, estados e municípios) a tutela do meio ambiente.
	Crime de pesca ilegal de camarão no mar territorial (bem da União)
Extração ilegal de recursos minerais (ainda que em propriedade privada)- União
· Crime ambiental cometido na Floresta Amazônica: integra o Patrimônio Nacional, porém, patrimônio nacional não é sinônimo de patrimônio da União. Logo, crime cometido em detrimento desse patrimônio é de competência da justiça estadual.
· Crimes contra a fé pública- Há, pelo menos, três regras diversas a serem analisadas nesse tópico:
a) Falsificação de documento: a competência será determinada pelo órgão responsável pela emissão do documento.
Ex: CPF -justiça federal. Carteira de habilitação (DETRAN) – o crime é de competência estadual. Arrais-Armador (habilitação para pilotar embarcações de pequeno porte)- Federal pois antenta contra o serviço de fiscalização da União. Súm. 104 do STJ- Estadual> Ensino particular.
Súmula 73 do STJ- A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.- todo o crime de falso deve ter potencialidade lesiva. A falsificação grosseira não tipifica o crime de moeda falsa, mas pode, eventualmente, caracterizar o crime de estelionato.
Súmula vinculante n. 36 (STF): “Compete à Justiça Federal Comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da caderneta de inscrição e registro (CIR) ou de carteira de habilitação de amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil”.
b) Uso de documento falso- Trata-se de uso feito por um terceiro (não responsável pela falsificação)- não importa o órgão responsável pela emissão do documento. A competência será determinada pela pessoa prejudicadapelo uso. Ex: uso de carteira de habilitação falsa em face da PRF >> federal. Súmula n. 546 do STJ: “A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.
c) Crime de falso como crime-meio: Se o crime de falso for absorvido pelo crime-fim, a competência será determinada com base no sujeito passivo desse crime-fim. Neste caso, ignora-se a falsificação e se analisa o sujeito passivo do crime-fim. Ex: Falsificação de cheque para comprar uma televisão. 
d) CTPS falsa:- Súmula 62 do STJ: Dizia que era de competência Estadual o crime de falsa anotação na CTPS. Porém, a lei de crime previdenciários, assim, é necessário analisar, no caso concreto, se o crime atentou contra interesse da União.
e) Falsificação de certificado de conclusão de curso: Súmula 31 do TFR: compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certificado de conclusão de curso de 1º e 2º Graus, desde que não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsidade não seja de assinatura de funcionário federal. O TFR foi extinto mas o entendimento permanece.
Juízo Federal Da Execução Penal
Prevalece o entendimento de que a competência do juízo da execução é estabelecida de acordo com a natureza do presídio, independentemente do juízo do processo de conhecimento.
· Presídio federal: juízo federal.
		O juiz federal de execução penal será competente para julgar os incidentes relacionados à execução da pena (progressão de regime, unificação...) bem como as infrações cometidas dentro do estabelecimento penal federal.
· Presídio estadual: juízo estadual.
		Súmula 192 do STJ: compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.
CRIMES COMETIDOS NO ESTRANGEIRO
 No processo por crimes praticados fora do território brasileiro será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
· O STJ, em julgados recentes, tem se manifestado sobre a competência para julgamento de crimes praticados no estrangeiro, cujo processo penal tenha sido transferido para o Brasil por negativa de extradição. Nestes casos, o STJ possui mais de um precedente entendendo que a competência será da justiça federal.
Crimes Previstos Em Tratado Ou Convenção Internacional
Dois requisitos:
· Crime previsto em tratado ou convenção internacional + 
· Internacionalidade territorial do resultado relativamente à conduta delituosa, ou seja, quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente.
EX: tortura, em regra, é estadual (1 requisito) porém, se tem o segundo requisito é federal.
· TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS: A substância deve ser ilícita no país de origem e no país de destino. Basta que ocorra o check-in não é necessário que a droga tenha efetivamente saído ou entrado.
· Tráfico doméstico: cometido dentro do Brasil, sendo internamente dentro do Estado ou interestadual.
Hipóteses
· Tráfico internacional de drogas cometido em aeronave da Força Aérea Brasileira Federal.
· Súmula n. 528 do STJ: “Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional”; CANCELADA Compete ao juízo federal do local de destino da droga.
· Cultivar maconha para fins medicinais e, para tanto, impetrar um HC preventivo da justiça estadual.
· Tráfico internacional de drogas cometido em localidade em que não há vara federal – A revogada Lei 6.368/76 dizia que, neste caso, o delito seria julgado pela justiça estadual. Porém, a Lei 11.3438/06 não traz essa previsão- A competência é da seção judiciária a que pertencer a cidade.
· PRÁTICA DE PEDOFILIA PELA INTERNET: O fato de praticar um crime de pedofilia pela internet não implica, necessariamente, o cometimento de crime internacional. É preciso avaliar o caso concreto. Ex: “A” mora em São Paulo e envia, por meio da internet, para “B” (que mora em Campinas) fotos contendo pedofilia. >> competência da justiça estadual.
Ex 2: “A” publica uma página de pedofilia na internet. Este crime é da competência da justiça federal, ainda que não haja nenhum acesso do conteúdo no exterior.
O mesmo entendimento é aplicado ao racismo por meio de sítio virtual de amplo acesso.
Crimes de violação de direito autoral e contra a lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura, via satélite ou cabo, por meio de serviços de card sharing Federal.
Federalização de crimes contra Direitos Humanos 
Trata-se de incidente de deslocamento de competência. No caso desse instituto, um delito, originariamente julgado pela justiça estadual, é deslocado para a competência da justiça federal desde que presentes alguns requisitos. Assim, trata-se de mudança de competência da justiça.
· Requisitos
1º) Crime praticado com grave violação aos direitos humanos; e
2º) Risco de descumprimento de tratados internacionais de direitos humanos (firmados pelo Brasil) em virtude da desídia do estado-membro em proceder à persecução penal.
· Legitimidade e Competência
A legitimidade para suscitar o IDC é do Procurador-Geral da República. 
A competência para julgar o IDC é do STJ (3ª Seção).
Crimes Contra A Organização Do Trabalho
O Código Penal traz, entre os artigos 197 a 207, os crimes contra a organização do trabalho. Porém, não é todo o crime previsto nesses artigos que, obrigatoriamente, será julgado pela justiça federal, é necessário que haja lesão a direitos dos trabalhadores coletivamente considerados.
	Súmula 115 do TFR: “compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho, quando tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores considerados coletivamente.”- Apesar da extinção do Tribunal a súmula é usada pela doutrina. 
EX: 207- Federal tendo-se em vista que atenta contra a coletividade.
203- Não há lesão a coletividade.
149- Federal, pois é algo que atenta contra a coletividade.
Sistema Financeiro E Ordem Econômico-Financeira
Não são todos os crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem econômica. Somente serão julgados pela justiça federal nos casos determinados por lei, conforme art. 109, VI, in fine, CF.
ANÁLISE DE LEIS:
· Lei 1.521/51: a lei que define os crimes contra a economia popular não faz referência à competência federal. Assim, a competência é da justiça estadual. A súmu. 498 STF determina o mesmo.
· Lei 4.595/54: essa lei cuida de crime de concessão ilegal de empréstimos vedados. Ela também não faz referência à competência. Logo, a competência é da justiça estadual.
· Lei 7.492/86: essa lei trata dos crimes contra o sistema financeiro nacional. Nesse caso, há dispositivo expresso que se refere à competência da justiça federal.Operações envolvendo Compra ou venda de criptomoedas> Estadual Eventual crime de Evasão de dívidas é de competência Federal
· Lei 8.137/90: trata de crimes contra a ordem tributária e crimes contra as relações de consumo. Em relação aos crimes contra a ordem tributária, depende do tributo. Tributo estadual >> justiça estadual. Tributo da União>> federal.
· Lei 8.176/91: essa lei trata, entre outros delitos, do crime de venda de combustível adulterado. Os tribunais Superiores entendem que os crimes previstos nessa lei são de competência da justiça estadual, pouco importando a fiscalização exercida pela ANAP.
· Lei 9.613/98: crimes de lavagem de capitais. Em regra, são julgados pela justiça estadual. Entretanto, há ressalvas:
· Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;· Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.”
Crimes a bordo de navios e aeronaves
Ressalvada a competência da Justiça Militar, os crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves é de competência da Justiça Federal.
	Navio: embarcação de grande porte e que seja capaz de circular em alto-mar. Jet sky, por exemplo, não é navio.
	A bordo: deve ser entendido como crime praticado no interior do navio.
Há precedentes dos Tribunais Superiores sobre acidentes em portos durante o carregamento de navios. Neste caso, a competência é da justiça estadual. Entende-se que para que haja a competência da justiça federal, o crime deve ser cometido a bordo (no interior) do navio.
	Aeronave: Lei 7.565/86, art. 106- Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas. (Exemplos: helicóptero e teco-teco).
Pouco importa se está voando ou não.
· O STJ decidiu que balão não está compreendido no conceito de aeronave, por isso, a competência é da justiça estadual.
Crimes Praticados Contra Ou Por Índios
Em regra, o crime cometido por (ou contra índio) é da justiça estadual. Súmula n. 140 do STJ: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.
· Exceção: se o crime atentar contra os direitos indígenas, a competência será da justiça federal.
Direitos indígenas: CF/88, art. 231: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”
Genocídio Contra Índios
O crime de genocídio contra índios, em regra, é julgado pelo juiz singular da justiça federal.
· Conexo com homicídio doloso tribunal do júri federal. 
CONEXÃO E CONTINÊNCIA ENTRE CRIME FEDERAL E ESTADUAL
Súmula 122 do STJ: “Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.”
Justiça Comum Estadual
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
· Possui natureza residual.
Justiça Política Ou Extraordinária
Exercida por órgãos políticos, geralmente alheios ao Poder Judiciário. O que se tem aqui não são crimes propriamente ditos. Tais “crimes de responsabilidade” são infrações político-administrativas. Ex: impeachment de Dilma Rousseff, motivado pelo cometimento de um suposto crime de responsabilidade.
Competência por prerrogativa de função 
Não é privilégio e sum prerrogativa. 
Regras Básicas
INVESTIGAÇÃO E INDICIAMENTO
· Foro por prerrogativa no STF: O STF decidiu no INQ n. 2.411 – QO/MT que para haver o início das investigações e indiciamento de agente detentor de foro por preerogativa de função no STF deveria haver autorização do ministro relator. Ex: investigação pela PF do PR.
· Foro por prerrogativa de função em outros tribunais:
· Não há necessidade de prévia autorização judicia ao menos segundo entendimento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal e das 5ª e 6ª Turmas do Superior Tribunal de Justiça;
· É imprescindível prévia autorização do Tribunal competente para processar e julgar a respectiva autoridade.
ARQUIVAMENTO DE ATRIBUIÇÃO ORIGINÁRIA DO PGR/PGJ 
Prevalece o entendimento de que se trata de decisão administrativa do PGR (ou do PGJ) que, que regra, não precisa ser levada à apreciação do Tribunal, porquanto de atendimento compulsório. Como se está diante da chefia de cada instituição, não haveria para quem o STF remeter o inquérito originário (como ocorria com a antiga redação do art. 28 do CPP- em caso de discordância). Assim, o STF entende que o acatamento do arquivamento é de atendimento compulsório.
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Acusados com foro por prerrogativa de função não têm direito ao duplo grau de jurisdição. Acusados com foro por prerrogativa de função não têm direito ao duplo grau de jurisdição, o que, no entanto, não significa que não possam recorrer.
· Duplo grau não é sinônimo de recurso, é a possibilidade de devolver o reexame da matéria de fato, de direito e probatória. Assim, os acusados com foro por prerrogativa de função não têm duplo grau, mas podem interpor alguns recursos. Ex: embargos de declaração, RE, REsp etc.
· Esses recursos têm fundamentação vinculada e não materializam o duplo grau de jurisdição, pois, por meio deles, não é possível obter o reexame da matéria de fato e de direito e probatória.
Regras de Fixação de Competência
A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
OBS: A CF define quem tem o foro por prerrogativa, mas não define como seria aplicado o foro. O STF na Ação Penal 937, decidiu o seguinte: Regra da atualidade limitada, restrita ou mista
· Tese 1: Aplica-se o foro somente aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
· Antes, se uma pessoa tivesse cometido qualuqer crime e fosse eleita deputada (foro no STF), seu processo iria para o STF.
· Agora mesmo que um deputado pratique um crime durante o mandato, mas que não tenha a ver com suas funções erá julgado em 1º grau.
· Súmula 451, STF: “A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.”
· Tese 2: Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
· Assim, se após a instrução a pessoa perde o cargo por renúncia, por exemplo, ainda assim ela continuará sendo julgada no STF.
· Tese 3 Mandatos cruzados: Na visão do STF se a pessoa é reeleita para mandato imediatamente subsequente ao anterior, ainda que para mandatos cruzados (Deputado> Senador ou vice versa) a regra do foro subsiste.
· A regra é estabelecida para todas as pessoas que tem foro.
· Exceção: o STJ continua sendo competente para julgar quaisquer crimes imputados a Desembargadores, não apenas os que tenham relação com o exercício do cargo.
Crimes contra a honra
Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Competência privativa do STF
Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar:
· os seus ministros, nos crimes comuns;
· os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República;
· o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Competência originária dos Tribunais de Apelação
Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.
Crime Doloso Contra A Vida
Se a competência por prerrogativa é estabelecida na CF esta competência se sobressai inclusive em relação à competência do Júri. Porém, se a competência por prerrogativa é estabelecida na CE a competência do Júri se sobressai uma vez que esta é prevista na CF. É o que determina a Súm. 721 e SV 45 do STF.
Concurso De Agente
É possível que a competência atraia o agente que não tem foro. Porém, não é obrigatória a regra de atração.
Súmula 704 do STF:“não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”.
Se, porém, o crime for cometido entre duas pessoas que tem foro prevalece a competência do Tribunal de maior graduação.
PREFEITO
Se o prefeito cometer crime estadual, será julgado pelo TJ. Em caso de crime eleitoral e crime federal, o julgamento será realizado pelos respectivos tribunais.
Súmula n. 702 do STF: “A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum Estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo grau”.
Súmula n. 703 do STF: “A extinção do mandato do Prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do Dec.-lei 201/67.
CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS
O Poder Constituinte estadual pode outorgar foro às autoridades locais, mas desde que o faça em simetria com o modelo previsto na CF/1988. Assim sendo, delegados de polícia, procuradores do Estado e defensores públicos não podem ter foro por prerrogativa de função, por exemplo. Também se revela incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que disponha sobre nova hipótese de foro por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a processar e julgar atos de improbidade administrativa.

Continue navegando