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Icterícias 09 03

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Ictericias 
J Icterícia neonatal: sinais clínicos mais frequentes e importantes que pode ocorrer no recém-
nascido. Sua pele pode ficar progressivamente de coloração amarelada. Sua evolução 
geralmente é benigna. Mas, pode ocorrer um acúmulo de bilirrubina indireta, que é a 
bilirrubina tóxica e causar aumento da bilirrubina no cérebro. 
J Por que o recém-nascido fica ictérico? Pois o sistema hepático não está totalmente 
m a t u ra d o , 
e n t ã o e l e 
passa a ter 
aumento dos 
n í v e i s d e 
bilirrubina no 
sangue. Por 
p r o d u ç ã o 
alta ou por 
acúmulo. 
J Situações em 
q u e a 
b i l i r r u b i n a 
pode aumentar: anemia hemolítica autoimune, deficiência de G6PD, esferocitose hereditária, 
hematomas, policitemia, uso de sulfonamidas e ácido acetilsalicílico. O RN já nasce com 
maior volume de eritrócitos, menor quantidade da proteína 1B1 (menor captação hepática), 
aumento da beta-glucuronidase (desconjuga bilirrubina) intestinal e redução de bactérias 
intestinais. 
 
J Destinos da bilirrubina direta: eliminação fecal por estercobilina, regurgitação ao plasma como 
direta (urobilinogênuio) e depois excretada no rim e uma parte pode ser transformada em 
bilirrubina indireta, pela ação da beta glucuronidase, enzima presente no intestino do paciente 
(e isso ocorre quando o bebê não consegue eliminar fezes direito). 
J Zonas de kramer: 
 
J Como saber se a icterícia é fisiológica ou patológica? 
M Fisiológica: progride MENOS tanto na extensão, quanto na intensidade. Começa logo 
após 24h de vida, atinge pico máximo no 3 dia, não ultrapassa de 12mg/dL e 
declina em 7 dias e nos prematuros pode durar um pouco mais. 
, Prevenção: início precoce da amamentação. Se o bebê está amamentando, o 
reflexo gastrocólico está em funcionamento e o bebê está defecando a cada 
vez que come. 
 
, Potencialização (aumentam ou antecipam): HAS materna —> bebê viveu num 
regime de falta de oxigênio, aleitamento materno com dificuldade, baixa 
ingesta/jejum, número de evacuações reduzido, cefalohematoma ou 
tocotraumatismo, irmão anterior tratado com fototerapia, descendência 
asiática e filho de mãe diabética (mãe diabética produz mais insulina no bebê, 
e a insulina leva a eritropoiese). 
M Patológica: Surge 
antes das 24h 
de vida, valores 
de BT >13mg/
d L , e v o l u ç ã o 
maior do que 7 
dias. 
OBS: incompatibilidade do sistema Rh —> realizar imunoglobulina 
URGENTE na MÃE! Passou de 72h do nascimento, não vai ter toda ação. 
Toda gestante Rh negativa, com pai Rh positivo ou desconhecido deve receber 
imunoglobulina anti-D. 
Quando fazer —> situações de risco como aborto ou ameaça de aborto, 
gravidez molar nas primeiras 12 semanas, gravidez ectópica nas primeiras 12 
semanas, na gestação normal entre 28-34 semanas. 
Doença hemolítica do recém nascido (QC: reação antígeno-anticorpo, com 
icterícia e anemia; quadros leves tratar com fototerapia; quadros moderados 
risco de encefalopatia se não tratar e grave pode ocorrer óbito intrauterino) 
—> rhogan É PARA A GRÁVIDA até 72h após nascimento, mas em até 
28 a proteção é PARCIAL! 
 
J Diagnóstico das bilirrubinas: tipagem sanguínea mae e RN, pesquisa de anticorpos coombs 
direto (anticorpo que agridem a hemácia ligados na hemácia = PESQUISAR NO BEBÊ) e 
coombs indireto (anticorpo que agridem a hemácia livre no sangue = PESQUISAR NA 
GRÁVIDA), BT e frações, hemograma completo, contagem de reticulócitos. Solicitar também 
exames para pesquisa da G6PD. 
J Outras causas de icterícia patológica: não necessariamente vão ocorrer somente em RN. 
M Incompatibilidade do sistema ABO (icterícia, anemia e esplenomegalia presente nas 
formas moderadas a grave), favismo (pessoas com deficiência de G6PD —> 
cursando com esferocitose, eliptocitose, dentre outros; comum em pessoas que não 
tem a enzima e ingerem feijão de fava ou dipirona, sulfas como o bactrim.). 
J Tratamentos: O valor da bilirrubina indica o que fazer. Toda icterícia precoce vou ter que 
tratar, colher exames, investigar. Além disso, toda icterícia tardia, cuja zona de kramer (zona 
amarelada) já ultrapassou do umbigo. 
 
M Leve a moderado: fototerapia (a bilirrubina indireta torna-se hidrossolúvel com a 
fototerapia, podendo ser excretada sem passar pelo fígado). 
 
M Grave: exasanguineotransfusão (realizar a substituição do sangue do bebê, tirando 
sangue do bebê e substituindo por um sangue de um doador; assim, removemos os 
anticorpos, retiramos as bilirrubinas e liberamos o bebê do risco de afetar o sistema 
nervoso). Fazer isso quando a fototerapia falhar (em geral depois de 24 se não 
houver queda da bilirrubina) ou quando a bilirrubina estiver acima de 20. 
J Riscos da icterícia neonatal: crianças com encefalopatia bilirrubinica, desenvolvendo paralisia 
cerebral. Ou desenvolver kernicterus, que é impregnação da bilirrubina no tecido cerebral. 
J Icterícia colestática no RN: falha na excreção da bile —> redução do fluxo biliar —> acúmulo 
de bile das vias biliares intra e extra-hepáticas, regurgitação da BD para o sangue e aumento 
dos níveis séricos. Pode cursar com hipocolia fecal e colúria. 
M Sinais clínicos importantes: hiperbilirrubinemia conjugada —> icterícia com 
pigmentação da esclera, hepatomegalia e esplenomegalia, acolia fecal ou fezes 
descoradas, baixo ganho ponderal e urina escura que mancha a fralda. 
M Etiologias: extrahepáticas (artresia de vias biliares, cisto do colédoco, obstrução 
biliar extrínseca), intrahepáticas (hepatite neonatal, septicemias bacterianas, 
infecções congênitas como sífilis/toxoplasmose/rubéola, hepatite transinfecciosa, 
hepatites virais e cirrose hepática). Todo RN com 2 a 3 semanas deve ser 
investigado!! 
M Ingestigação: B e frações, urina I, hemograma com plaquetas, USG (cisto do 
colédoco, dilatação da via biliar extra-hepática), biópsia hépatica (diagnóstico de 
colestase intra-hepática e determinação do prognóstico —> cirrose).

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