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Icterícia Neonatal HAM IV O QUE É ICTERÍCIA NEONATAL? • Cor amarelada da pele do bebê causada por um excesso de bilirrubina no sangue. • Aproximadamente 60% de todos os neonatos a termo e 80% dos pré-termo apresentam icterícia, ou seja, quanto menor a idade gestacional, maior a chance. 2 MECANISMO 3 • A icterícia é uma das manifestações mais comuns do período neonatal e consiste na cor amarelada da pele do bebê causada por um excesso de bilirrubina no sangue. • A bilirrubina provém da degradação de proteínas contendo heme, principalmente a hemoglobina das hemácias. • Ela é transportada pelo sangue até os hepatócitos, ligada à albumina sérica (bilirrubina não conjugada ou indireta – BNC ou BI). • Ocorre, então, a dissociação da albumina e ela atravessa a membrana plasmática do hepatócito. • O fígado tem um papel importante no metabolismo da bilirrubina, sendo responsável por sua captação, conjugação e excreção. • Dentro dele, a bilirrubina liga-se à ligandina citoplasmática e é transportada ao retículo endoplasmático liso e, em seguida, é conjugada ao ácido glicurônico pela enzima uridina (difosfoglicerato glucuronosiltransferase - UDP), quando passa a ser denominada bilirrubina direta ou conjugada (BD ou BC). METABOLISMO DA BILIRRUBINA 4 A bilirrubina provém da degradação de proteínas contendo heme, principalmente a hemoglobina das hemácias. • BNC/BN: bilirrubina não conjugada ou indireta (bilirrubina + albumina); • BC/BD: bilirrubina conjugada ou direta (bilirrubina + ac. glicurônico) METABOLISMO DA BILIRRUBINA • UB: bilirrubina não conjugada • UCB-A: bilirrubina + albumina • BVR: biliverdina redutase • A bilirrubina direta é excretada ao trato gastrointestinal e, quando atinge o íleo terminal, é hidrolisada por enzimas bacterianas, formando o urobilinogênio. • Esse composto segue três caminhos: eliminado pelas fezes, reabsorvido para o fígado (circulação entero-hepática) e uma quantidade menor é excretada na urina. • As fezes normais apresentam urobilinogênio e seu produto de oxidação (urobilina), que causam a cor característica. • A diminuição ou ausência de bilirrubina na luz intestinal torna as fezes mais claras (acolia). • Já a urina contém apenas traços de bilirrubina, porém o aumento de bilirrubina no sangue pode aumentar sua excreção, deixando a urina com cor de Coca-Cola ou mate (colúria) METABOLISMO DA BILIRRUBINA 7 HIPERBILIRRUBINEMIA FISIOLÓGICA Em neonatos, o nível sérico de bilirrubina indireta eleva-se acima de 2mg/dL na primeira semana de vida e a icterícia torna-se visível clinicamente quando ultrapassa o valor de 5mg/dL. A hiperbilirrubinemia fisiológica é a causa mais comum de icterícia neonatal. Como vimos, ela ocorre na maioria dos neonatos, é um quadro geralmente benigno, autolimitado e acontece devido à bilirrubina indireta. AUMENTO DE BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA/INDIRETA SEMPRE APÓS 24 HORAS DE VIDA PICO DO 3º AO 5º DIA DE VIDA DECLINA ATÉ O 7º DIA DE VIDA VALORES MÁXIMOS DE NORMALIDADE: TERMOS: 12-13mg/dL PRÉ-TERMOS: 15mg/dL 8 HIPERBILIRRUBINEMIA FISIOLÓGICA ✓Aumento da degradação das hemácias e tempo menor de meia-vida comparado aos dos adultos (70 a 90 dias nos RNs x 120 dias dos adultos). ✓Maior número de hemácias, hemoglobina e hematócrito pela baixa saturação de oxigênio intraútero. ✓Menor capacidade de captação, conjugação e excreção por imaturidade do sistema hepático. ✓Aumento da circulação entero-hepática pela menor motilidade intestinal, principalmente em neonatos com dificuldade de amamentação, que eliminam pouco mecônio. ✓Antes do nascimento, a bilirrubina era excretada pela placenta, ao nascer, essa depuração cessa. ✓Menor concentração de ligandina e atividade reduzida da uridina no período neonatal. 9 ICTERÍCIA PATOLÓGICA ✓ Icterícia precoce, antes de 24 horas de vida. ✓ Elevação da bilirrubina sérica em nível acima do fisiológico. ✓Aumento dos níveis séricos de bilirrubina, acima de 0,2mg/dL/hora. ✓Manifestações de doença associada, como hipotonia, letargia, instabilidade clínica ou térmica. ✓ Icterícia persistente após 8 dias em termos ou 14 dias em pré-termos. ✓Aumento da bilirrubina às custas da fração direta. 10 ICTERÍCIA PATOLÓGICA CAUSAS Aumento acima do fisiológico de bilirrubina indireta por aumento na hemólise, que pode ocorrer em: ✓ Anemias hemolíticas, como doença falciforme ou esferocitose. ✓ Presença de sangramentos, como céfalo-hematoma, equimoses e hemorragia intracraniana. ✓ Deficiência de G6PD, como veremos adiante. ✓ Incompatibilidade ABO e Rh Diminuição da captação hepática da bilirrubina. Ocorre nas seguintes situações: ✓ Uso de drogas maternas que interferem na síntese de bilirrubina, como rifampicina. ✓ Jejum prolongado. ✓ Situações de estresse, como sepse. Distúrbios da conjugação hepática da bilirrubina, como em: ✓ Síndromes de Gilbert e de Crigler-Najjar, ambas causam deficiência na enzima uridina. ✓ Doença hepatocelular. Outras causas: ✓ Prematuridade. ✓ Hipotireoidismo congênito. ✓ Bebês de origem asiática 11 ICTERÍCIA PATOLÓGICA ESFEROCITOSE • Doença genética que causa defeitos na membrana das hemácias, gerando eritrócitos esféricos que são fagocitados ao passarem pelo baço. • No período neonatal, a clínica costuma ser de icterícia, sem anemia. Em crianças maiores ou adolescentes, podemos ter anemia hemolítica, hiperbilirrubinemia, esplenomegalia e reticulocitose. • O diagnóstico é feito pela presença dos esferócitos no esfregaço sanguíneo e a conduta é o acompanhamento especializado. 12 ICTERÍCIA PATOLÓGICA Deficiência DE G6PD • A deficiência de glicose-6-fosfato é um defeito enzimático ligado ao cromossomo X. • Pode ocorrer no período neonatal, mas é mais frequente em crianças maiores. Nela, há hemólise com anemia grave após doenças ou ingestão de alguns fármacos, como salicilatos, ácido nalidíxico, sulfonamidas, entre outros. • O quadro clínico é de uma icterícia transitória. Nos exames laboratoriais, observamos anemia hemolítica com reticulocitose e aumento de bilirrubina indireta. • O diagnóstico é feito pelo esfregaço do sangue periférico e pelo teste de atividade do G6PD. 13 ICTERÍCIA PATOLÓGICA Incompatibilidade RH • Doença hemolítica isoimune Rh do RN ou eritroblastose fetal. • Os neonatos podem apresentar icterícia precoce. Em casos leves, há hemólise, reticulocitose e hiperbilirrubinemia leves. Já em casos graves, há anemia severa e hepatoesplenomegalia. • Os coombs direto e indireto são positivos. • A prevenção da doença consiste no uso de imunoglobulina anti-Rh após as exposições. 14 ICTERÍCIA PATOLÓGICA Incompatibilidade ABO • Doença hemolítica ABO do recém-nascido. • É mais leve que a incompatibilidade do grupo Rh e, desde o advento da imunoglobulina anti-Rh, tornou- se a forma mais comum de doença hemolítica. • O Coombs indireto é negativo, pois não há sensibilidade prévia. Os neonatos têm Coombs direto negativo ou fracamente positivo. • A grande maioria dos RNs apresenta quadro leve de icterícia, de início precoce. A anemia e a reticulocitose não costumam estar presentes. 15 ICTERÍCIA PATOLÓGICA 16 ICTERÍCIA DA AMAMENTAÇÃO X LEITE MATERNO 17 RESUMINDO... 18 DIAGNÓSTICO INVESTIGAÇÃO DA HIPERBILIRRUBINEMIA • História familiar de doenças hemolíticas ou hepáticas. • História de icterícia em irmãos mais velhos. • Doenças maternas gestacionais que possam sugerir infecções congênitas. • Diabetes gestacional. • Uso de medicações maternas que possam interferir na ligação da bilirrubina à albumina, como as sulfonamidas ou induzir hemólise em RNs com deficiência de G6PD. • História obstétrica, buscando presença de tocotraumatismos, como céfalo-hematoma, e clampeamento tardio do cordão. • Dificuldade na amamentação e baixa ingesta de leite materno. 19 DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO • A icterícia torna-se visível clinicamente quando atinge 5mg/dL. Apesar disso, a inspeção visual não é umamedida fidedigna de bilirrubina sérica. • O nível atingido pela icterícia é definido em zonas, chamadas ZONAS DE KRAMER. A partir delas podemos estimar o nível de bilirrubina. ZONAS DE KRAMER 20 DIAGNÓSTICO EXAMES COMPLEMENTARES Os exames de sangue são mais fidedignos e consistem principalmente em: • Dosagem de bilirrubina total e suas frações conjugada e não conjugada. • Hemograma e contagem de reticulócitos. • Tipagem sanguínea da mãe e do RN. • Prova de Coombs direta para o neonato e indireta para mãe com fator de risco. Coombs direto também pode aparecer na sua prova como TAD (teste de antiglobulina direto). Outros exames podem ser necessários para casos não explicados pelas causas mais comuns: • Teste do eluato para pesquisa de doença hemolítica. Esse teste é mais sensível para hemólise que o Coombs. • Pesquisa de anticorpos para antígenos irregulares (anti-C, anti-e, anti-E, anti-Kell). • Dosagem de glucose-6-fosfato-desidrogenase. • Esfregaço de sangue periférico. • Testes de função hepática. • Sorologia para infecções congênitas. • Triagem para sepse neonatal. • Hormônios tireoidianos na suspeita de hipotireoidismo congênito. 21 DIAGNÓSTICO EXAMES COMPLEMENTARES BILIRRUBINÔMETRO O primeiro método, mais simples e menos invasivo, para detectar hiperbilirrubinemia, é a medida transcutânea através de um aparelho chamado bilirrubinômetro. Esse é um método de rastreio e pode ser utilizado como medida inicial da bilirrubina, não devendo ser usado após a fototerapia para não gerar falsos-negativos. 22 ABORDAGEM Há duas formas principais para definir abordagem da hiperbilirribunemia indireta: 1) Através das zonas de risco: Ele correlaciona o tempo de vida com a dosagem da bilirrubina sérica. O gráfico abaixo mostra a divisão em bebês de alto risco, intermediário alto e baixo e baixo risco. Com ele podemos definir que: - RN na Zona de Alto Risco (percentil maior que 95): Iniciar fototerapia. - RN na zona de risco intermediário alto ( percentil entre 75 e 95) : Considerar fototerapia de acordo com a idade gestacional e repetir a dosagem de bilirrubina em 12 a 24 horas. - RN na zona de risco intermediário baixo e baixo risco (percentil menor que 75): Alta hospitalar e reavaliação em 72 horas. 23 24 ABORDAGEM Há duas formas principais para definir abordagem da hiperbilirribunemia indireta: 2) Através do risco neonatal: Nele, a fototerapia deve ser iniciada sempre que ultrapassarmos a linha relacionada a cada neonato. 25 TRATAMENTO Observação Clínica: É a conduta mais comum. Devemos realizar a observação clínica para todos os neonatos que não apresentam o nível de bilirrubina necessário para fototerapia. Neonatos com fatores de risco devem ter o seguimento garantido para avaliar icterícia após a alta hospitalar. Fototerapia: É o tratamento mais comum. - A melhor forma de realizar fototerapia é com lâmpadas azuis especiais. Quando a bilirrubina absorve a luz, ela é isomerizada e transformada em produtos que são excretados pela bile e pela urina. - As bilirrubinas devem ser checadas entre 6 e 24 horas após o início (a depender da literatura). - Geralmente, o nível de bilirrubina também deve ser checado 12 a 14 horas após a suspensão da fototerapia em neonatos com doença hemolítica ou pré-termos, a fim de evitar o efeito rebote. 26 TRATAMENTO EXSANGUINEOTRANSFUSÃO A exsanguineotransfusão deve ser feita em ambiente de terapia intensiva. Nela, removemos o sangue hemolisado do RN, que vai ser substituído por hemácias de doador não sensibilizado. É um método que deve ser adotado apenas em situações extremas e suas principais complicações são os desequilíbrios metabólicos e ácido-básicos. 27 TRATAMENTO BANHO DE SOL O banho de sol não é uma conduta na fototerapia. Primeiro, pois não há eficácia. Segundo, pois a exposição solar até o 6º mês de vida é proibida pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pelo risco de queimaduras e de câncer de pele futuro. Porém costuma ser indicado em icterícias fisiológicas. Não se sabe muito bem se há real efetividade nessa conduta, pois a condição costuma resolver-se mesmo sem o banho de sol, entretanto vemos que é uma recomendação muito frequente dos pediatras 28 29 COMPLICAÇÕES Encefalopatia bilirrubínica (Kernicterus) • A principal e mais grave complicação é a encefalopatia bilirrubínica (Kernicterus), que decorre de altos níveis de bilirrubina indireta no sangue. Ela pode ocorrer em qualquer neonato, independentemente da presença ou não de fatores de risco. • Ela acontece porque a bilirrubina penetra a barreira hematoencefálica e deposita-se em estruturas vitais, como núcleos da base, núcleos de nervos cranianos, tronco encefálico, entre outros. • O termo “kernicterus” é um diagnóstico histopatológico e corresponde à coloração amarelada nessas estruturas. • A doença inicia com letargia, hipotonia, dificuldade de sucção, convulsões e choro agudo. • A fase intermediária é caracterizada por hipertonia, irritabilidade, febre e crises convulsivas. • Se não tratada, evolui para fase terminal, com hipertonia e hipertermia, que podem levar à crise convulsiva, apneia, coma e óbito. 30 HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA A hiperbilirrubinemia direta ou conjugada, também chamada de colestase, é causada pela falha na excreção da bilirrubina do hepatócito ao duodeno. A definição laboratorial é: ➢ Bilirrubina direta maior que 1mg/dL, quando a bilirrubina total for menor que 5mg/dL. ➢ Bilirrubina direta superior a 20% da bilirrubina total, quando a bilirrubina total for maior do que 5mg/dL. As causas mais comuns de colestase neonatal são as doenças infecciosas, como a toxoplasmose, citomegalovirose, rubéola, sífilis e até a sepse neonatal. A segunda mais comum é a atresia de vias biliares. 31 HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA CONDUTA: • Primeiro, uma boa anamnese e um bom exame físico devem ser feitos. • A colestase geralmente vem acompanhada de hepatomegalia, esplenomegalia, acolia e colúria. • Depois, avalie a função hepática através dos níveis de TGO, TGP, fosfatase alcalina, albumina e provas de coagulação. • Por fim, faça exames de imagem e biópsias, principalmente na suspeita de cisto ou massa no colédoco. 32 HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA A conduta dependerá da causa de base: • Em neonatos internados em UTI e alimentados por nutrição parenteral, devemos estabelecer a nutrição enteral o mais rapidamente possível • No caso dos exames de imagem sugerirem doença obstrutiva, o bebê precisará de tratamento cirúrgico. 33 Atresia de vias biliares (AVBEH) ➢ Ausência ou obliteração dos ductos biliares extra-hepáticos ➢ Principal causa de transplante hepático em crianças. ➢ A classificação depende da época que ocorreu a obliteração • Embrionária ou fetal: nela, não há formação da árvore biliar na embriogênese. • A icterícia é precoce, nas três primeiras semanas de vida e pode ser contínua à icterícia fisiológica. • Clássica ou perinatal: os ductos são pérvios ao nascimento, porém ocorre uma reação inflamatória, que resulta na obliteração da árvore biliar. • A icterícia inicia entre a segunda e a sexta semana de vida. Antes disso, a criança é anictérica, saudável e sem alterações nas eliminações. ➢ As principais manifestações da AVBEH são: icterícia, acolia fecal, colúria e hepatomegalia 34 Atresia de vias biliares (AVBEH) O tratamento paliativo é cirúrgico, através da portoenterostomia de Kasai, de preferência nos primeiros 2 meses de vida, e o definitivo é o transplante hepático. Crianças não tratadas podem complicar com fibrose, cirrose hepática, hipertensão portal e vão a óbito em 100% dos casos. 35 REFERÊNCIAS • Thor W. R. Hansen, Ronald J. Wong, David K. Stevenson. Molecular Physiology and Pathophysiology of Bilirubin Handling by the Blood, Liver, Intestine, and Brain in the Newborn. The American Physiological Society. 2020; • Dee Unglaub Silverthorn. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. Artmed; 7ª edição (22 março 2017).• Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de Pediatria. Editora Manole; 5ª edição (6 dezembro 2021). • Protocolo de condutas elaborado pela equipe de médicos neonatologistas do Serviço de Neonatologia Hospital Universitário/UFSC. 2015. Disponível em http://www.hu.ufsc.br/setores/unidade-neonatal/wp- content/uploads/sites/14/2014/10/Protocolos-NEO.pdf. • Robert M. Kliegman, Joseph W. ST Geme III. Nelson Tratado de Pediatria - 21ª Edição. GEN, 2022. • Marcos Moura de Almeida Liliana Soares Nogueira Paes. Protocolo clínico. Icterícia neonatal. Universidade Federal do Ceará/EBSERH. Disponível em http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1108363/PRO.MED-NEO.030+- +R1+ICTERÍCIA+NEONATAL.pdf/9cc56a84-b631-499d-9058-0f0c0daf9744 http://www.hu.ufsc.br/setores/unidade-neonatal/wp-content/uploads/sites/14/2014/10/Protocolos-NEO.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1108363/PRO.MED-NEO.030+-+R1+ICTERÍCIA+NEONATAL.pdf/9cc56a84-b631-499d-9058-0f0c0daf9744 OBRIGADO! VOCÊ TEM ALGUMA DÚVIDA? ESTE TRABALHO FOI REALIZADO PELO (GRUPO 1) A PEDIDO DA PROF(A).: JULYESSE GOMES
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