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Faculdade de Tecnologia da Universidade de Braśılia (FT/UnB) Departamento de Engenharia Elétrica (ENE) LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA (ENE0046) Relatório 4 Amplicador do Eletrocardiograma (ECG) Caio Luiz Candeias Flôres Mat:19/0134283 Lucas Santos Lessa Mat:19/0126230 Rafaela Machado da Silva Costa Mat:19/0129433 Turma E Professores: Prof. Alexandre Ricardo Soares Romariz Prof. José Oniram de A. Limaverde Filho Prof. Marcelo Lopes Pereira Júnior 5 de Agosto de 2022 Conteúdo 1 Objetivos 1 2 Fundamentação teórica 1 2.1 Filtros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2.1.1 Filtro Passa-Baixas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2.1.2 Filtro Passa-Altas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.1.3 Filtro Passa-Faixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2.1.4 Filtro Rejeita-Faixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.2 Circuitos Integrados - Amplificadores Operacionais . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.2.1 Amplificador Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.2.2 Amplificador Não-Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.2.3 Amplificador Operacional Seguidor de Tensão - Buffer . . . . . . . . . . . 8 2.2.4 Amplificador Diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.3 Eletrocardiograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3 Procedimentos 9 3.1 Estágio 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.2 Estágio 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.3 Estágio 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3.4 Estágio 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 4 Resultados obtidos 11 4.1 Estágio 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 4.2 Estágio 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 4.2.1 Abaixo da frequência de corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 4.2.2 Na frequência de corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 4.2.3 Acima da frequência de corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 4.3 Estágio 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 4.4 Estágio 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 5 Conclusão 15 Referências 16 1 Lista de Figuras 1 Imagen retirada de [1], Figura 12.40 (a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 Imagen retirada de [2], Figura 14.11 (a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3 Imagen retirada de [2], Figura 14.19. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 4 Imagen retirada de [3]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5 Imagen retirada de [2], Figura 14.30. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 6 Imagem retirada de [4]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 7 Imagem retirada do Datasheet do INA-118. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 8 Imagem retirada dDatasheet do T. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 9 Imagem retirada de [2], Figura 5.9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 10 Imagem retirada de [2], Figura 5.13. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 11 Imagem retirada de [2], Figura 5.15. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 12 Imagem foi retirada em [5]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 13 Circuito usado para visualizar o ECG (Eletrocardiograma). . . . . . . . . . . . . 10 14 Circuito montado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 15 Ganho de 10 gerado pelo INA-118 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 16 Filtro passa-altas atenuando sinal em frequência de 200mHz (abaixo da frequência de corte) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 17 Filtro passa-altas com sinal em frequência de 265 mHz (frequência de corte) . . 13 18 Filtro passa-altas com sinal em frequência de 10 Hz (acima da frequência de corte) 14 19 Sinal com ganho de 1000 ao passar pelo circuito projetado . . . . . . . . . . . . 14 20 Batimento ECG- Simulador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 21 Batimento ECG Real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2 1 Objetivos Esse experimento tem como objetivo desenvolver um circuito amplificador de um sinal de eletrocardiograma (ECG) e aprofundar conhecimentos técnicos da teoria de eletrônica, para de permitir o processamento e a visualização adequada do eletrocardiográfico. Antes de chegar à visualização do ECG no osciloscópio, o sinal precisa ser filtrado, a fim de retirar componentes de tensão de outras partes do corpo, como dos músculos e da respiração, por ser um biossinal. Além disso, é importante amplificar o sinal para permitir uma melhor visualização no ato do experimento. Por fim, é necessário retirar as frequências que representam componentes de rúıdo. De modo geral, o experimento utilizará amplificação de sinais, filtragem (passa-altas e passa- baixas), uso de circuitos integrados que fazem o papel de circuitos amplificadores e outros conceitos da teoria de circuitos que serão trabalhados para desenvolver um processo completo de captação e amplificação para ordem de Volts (V ) de um biossinal de ECG, por meio de um simulador portátil e, complementarmente, através de eletrodos inseridos em um dos integrantes do grupo. 2 Fundamentação teórica 2.1 Filtros Filtro é um circuito projetado para alterar de maneira seletiva as componentes espectrais de um sinal, [6]. Na imagem a seguir está o esquemático da ação de um filtro. Mais especificamente, filtros atenuam - isto é, enfraquecem ou reduzem o efeito de - quais- quer sinais de entrada cujas frequências estejam fora de determinada faixa, [2]. 2.1.1 Filtro Passa-Baixas Usando as demonstrações e as fórmulas de [1], obtemos as fórmulas de ganho, módulo e phase de cada filtro. Este filtro atenua as altas frequências, e permite a passagem de baixas frequências. Este comportamento pode ser obtido por meio de um circuito com resistência e capacitância em série, tendo como sáıda a tensão do capacitor. Seu ganho é descrito pela seguinte equação. Gv(jω) = 1 1 + jωRC (1) Considerando τ = RC como a constante de tempo: Gv(jω) = 1 1 + jωτ (2) Sua magnitude é expressa por: M(ω) = 1√ 1 + (ωτ)2 (3) 1 E fase: ϕ(ω) = − tan−1(ωτ) (4) Podemos perceber pela Eq 4, que a frequência de corte é ωc = 1 τ . Se substituirmos essa frequência de corte na Eq 2, ficamos com: M ( ω = 1 τ ) = 1√ 2 (5) Graficamente, fica-se com : Figura 1: Imagen retirada de [1], Figura 12.40 (a). 2.1.2 Filtro Passa-Altas No caso do filtro passa-alta, temos, um atenuação de baixas frequências e passagem de altas frequências. Basicamente o oposto do passa-baixas. Pode ser constrúıdo pelo mesmo circuito do passa-baixas, contudo, a tensão de sáıda é a tensão do resistor. Usando a demonstração de [2], a função do ganho do filtro passa-alta é: Gv(jω) = jω jω + 1/RC (6) Sua magnitude, fica: M(jω) = ω√ ω2 + (1/RC)2 (7) Fase: ϕ(jω) = 90◦ − tan−1(ωRC) (8) A frequencia de corte do passa-alta, fica : ωcorte = 1 RC (9) É válido ressaltar que ωcorte é a mesma para o filtro passa-baixas e passa-altas. Isto acontece devido a relação ωcorte e τ . 2 Figura 2: Imagen retirada de [2], Figura 14.11 (a). Na Figura 6 acima, |H(jω)| representa M(jω) e θ(jω), ϕ(jω) . 2.1.3 Filtro Passa-Faixa Conhecido também como passa-banda, este filtro limita o espectro de frequências para uma faixa espećıfica. Pode ser projetado pelo seguintacircuito: Figura 3: Imagen retirada de [2], Figura 14.19. Usando a demonstração de [2], a equação do ganho: G(jω) = jω(R/L) −ω + jω(R/L) + 1/LC (10) Magnitude: M(jω) = ω(R/L)√ [(1/LC)− ω2]2 + [ω(R/L)]2 (11) Fase: ϕ(jω) = 90◦ − tan−1 [ ω(R/L) 1/LC − ω2 ] (12) A frequencia de corte do passa-alta, fica : ωcorte = 1 RC (13) 3 A demonstração da frequência de corte é bastante complexa, e apresenta somente dois valores positivos e com significado f́ısico. ωcorte1 = − R 2L + √( R 2L )2 + ( 1 LC ) (14) ωcorte2 = R 2L + √( R 2L )2 + ( 1 LC ) (15) Figura 4: Imagen retirada de [3]. 2.1.4 Filtro Rejeita-Faixa Este filtro apresenta ideia contrária ao passa-faixa, pois tem a propriedade de rejeitar uma faixa de frequências. Pode ser projetado pelo seguinta circuito: Figura 5: Imagen retirada de [2], Figura 14.30. 4 Usando a demonstração de [2], a equação do ganho: G(jω) = jω2 + 1 LC jω2 + jω(R/L) + 1/LC (16) Magnitude: M(jω) = ∣∣∣∣ 1LC − ω2 ∣∣∣∣√( 1 LC − ω2 ) + ( ωR L )2 (17) Fase: ϕ(jω) = tan−1 ωRL1 LC − ω2 (18) A frequencia de corte do rejeita-faixa, fica : ωcorte = 1 RC (19) Este filtro assim como o passa-faixa apresenda dias frequências de corte. ωcorte1 = − R 2L + √( R 2L )2 + ( 1 LC ) (20) ωcorte2 = R 2L + √( R 2L )2 + ( 1 LC ) (21) Figura 6: Imagem retirada de [4]. 2.2 Circuitos Integrados - Amplificadores Operacionais O amplificador operacional é um circuito eletrônico composto por no mı́nimo 5 terminais: entrada não inversora, entrada inversora, sáıda, fonte de alimentação positiva e fonte de ali- mentação negativa. A sua principal funcionalidade está em gerar um aumento de tensão na sáıda, tendo como base a diferença das tensões de entrada positiva e negativa. Essa amplificação de tensão é proporcional ao ganho do amplificador operacional. 5 Assim como outros componentes eletrônicos, avalia-se o desempenho de um amplificador operacional em sua forma ideal e real. Para este experimento, utilizou-se um amplificador real do tipo INA118 e o TL069. Segue esquemáticos dos respectivos amplificadores operacionais. Observa-se nas figuras a seguir as informações retiradas do datasheet destes amplificadores: Figura 7: Imagem retirada do Datasheet do INA-118. Figura 8: Imagem retirada dDatasheet do T. Um conceito importante de se destacar o comentar sobre amplificadores operacionais é o de curto virtual, fundamental para a determinação do ganho desses componentes. O curto-circuito virtual é um prinćıpio válidos para amplificadores com realimentação na sua entrada inversora. Considera-se que a diferença de tensão entre a entrada inversora e não-inversora tende a zero, ou seja, elas são iguais. Existem alguns circuitos que utilizam o amplificador operacional para diversas funcionali- dades. Alguns deles são citados abaixo: 6 2.2.1 Amplificador Inversor Figura 9: Imagem retirada de [2], Figura 5.9. Esse tipo de circuito possui a alimentação a partir da entrada negativa do amplificador. Sendo assim, aplicando a Lei de Kirchoff das correntes para o nó da realimentação, observa-se que: is + if = in = 0 (22) Além disso, considerando a Lei de Ohm e vn = 0, tem-se: is = vs Rs (23) if = v0 Rf (24) Substituindo estes resultados na equação 22: v0 = −Rf · vs Rs (25) É por esse motivo que denomina-se o circuito como ”inversor”, haja vista a inversão do sinal de entrada do amplificador. Observa-se também que o ganho, nesse caso, é a razão Rf Rs . 2.2.2 Amplificador Não-Inversor Figura 10: Imagem retirada de [2], Figura 5.13. 7 Esse tipo de circuito possui a alimentação a partir da entrada positiva do amplificador. Sendo assim, considerando o divisor de tensão alimentado por v0: vn = vg = v0 ·Rs (Rs +Rf ) (26) Obtém-se, portanto: v0 = (RS +Rf ) · vg Rs (27) O ganho, nesse caso, é a razão (Rs+Rf ) Rs . 2.2.3 Amplificador Operacional Seguidor de Tensão - Buffer Esse tipo de circuito é um amplificador com ganho igual a 1. Sendo assim, a tensão é transferida para a sáıda sem nenhuma atenuação. 2.2.4 Amplificador Diferencial Figura 11: Imagem retirada de [2], Figura 5.15. Considerando a Lei de Kirchoff de Correntes para o nó da entrada inversora, obtém-se: vn − va Ra + vn − v0 Rb + in = 0 (28) Além disso, para um amplificador ideal, têm-se que in = 0. Portanto: vn = vp = Rd · vb Rc +Rd (29) Sendo assim, juntando ambas as equações e considerando o fator de escala Ra Rb = Rc Rd , obtém- se: v0 = Rb Ra · (vb − va) (30) É por isso que denomina-se o circuito como ”diferencial”, visto que a tensão de sáıda é obtida a partir da diferença entre as tensões de entrada ”va”e ”vb”, multiplicadas por um fator de escala. 8 2.3 Eletrocardiograma Um sinal de eletrocardiograma (ECG) consiste em cinco ondas repetidas consecutivas que o representam. Essas ondas são denominadas P, Q, R, S e T. Cada uma dessas ondas tem um alcance amplitude e duração normais. Este sinal, é um biossinal, causado pelos impulsos elétricos do coração. Sem aprofundar tanto na teoria médica, há um nódulo no coração chamado de Nódulo sinoatrial que é responsável por gerar espontaneamente impulsos elétricos, as células deste nódulo são chamadas células de marcapasso. Como mencionado em [7] ”Este impulso elétrico é então transmitido por células perinodais, ou células de transição (T), para o átrio direito e, em seguida, através do resto do sistema de condução elétrica do coração, resultando em contração miocárdica e distribuição de sangue para o resto do corpo. O nó sinusal gera impulsos elétricos continuamente, estabelecendo assim o ritmo e a frequência normais em um coração saudável. Assim, o nó SA é referido como o marcapasso natural do coração.”. As referências ([7] e [8]) são ótimas fontes para desenvolver um entendimento mais aprofundado sobre o eletrocardiograma. Normalmente, no exame, 6 eletrodos são fixados no tórax com adesivo e 4 almofadas de eletrodos (também com eletrodos) são colocadas nos pulsos e tornozelos, como mostrado na imagem abaixo. Normalmente, um pouco de gel é usado entre cada eletrodo e a pele para aumentar a condutividade. Entretanto, nesse experimento, foi usada uma aproximação mais simples a fim de evitar que o integrante do grupo fique em posição supina. Posicionando somente 3 eletrodos, um em cada extremidade da clav́ıcula e o último próxima à costela esquerda. Figura 12: Imagem foi retirada em [5]. 3 Procedimentos Para esse experimento, foram utilizados dois amplificadores, citados em 2.2, em cascata. Especificamente, INA118 em cascata com TL069. A figura a seguir mostra o esquemático do 9 circuito utilizado: Figura 13: Circuito usado para visualizar o ECG (Eletrocardiograma). O experimento foi divido em 4 estágios. Sendo assim, essa seção será divida em 4 subseções. Na seção seguinte, serão comparados os resultados téoricos apresentados nessa seção com aqueles obtidos no laborátório. 3.1 Estágio 1 Nesse estágio é preciso observar o ganho do INA-118, que é montado como um amplificador de diferenças. O ganho do INA-118 é dado pela seguinte expressão: Ganho = 1 + 50kΩ RG (31) Sendo RG = 5, 6 kΩ o resistor ligado entre V + e V −. Substituindo na fórmula acima, têm-se um ganho de aproximadamente 9, 9286. Portanto essa primeira etapa é posśıvel analisar somente o ganho do INA-118. Foi colocado a seguinte senoide de entrada: V + = 1 · sin (2 · π · t · 10) V V − = 0 V (32) Então, o sinal de entrada apresenta uma amplitude de 1 V e 2 V de um pico ao outro (VPP ), além de uma frequência de 10 Hz. Com o ganho, deve-se observar o seguinte sinal de sáıda: VOUT = 9, 9286 · sin (2 · π · t · 10)V (33) Resultando em uma amplitude de 9,9286 V e 19,8571 VPP . 3.2 Estágio 2 Nesse estágio observa-se o efeito do filtro passa-altas. O filtro é localizado na sáıda do INA- 118 com o capacitor de 1 µF em sériecom o resistor de 1, 5 MΩ (Fig 13). O filtro apresenta a seguinte equação de transferência: |H(jω)| = 1√ 1 + ( fcorte f )2 (34) 10 Sendo fcorte a frequência de corte em Hz, ela é calculada considerando a Eq 9, porém em Hz. fcorte = 1 2 · πR · C (35) Para se usar essa fórmula, faz-se necessário encontrar a Req com a impedância de entrada do osciloscópio, que é 1 MΩ. Req = 1M · 1, 5M 2, 5M = 0, 6MΩ (36) Substituindo na frequência de corte, obtêm-se: fcorte = 1 2 · π · 0, 6M · 10−6 = 0,265 Hz ou 265 mHz (37) Portando, deve-se observar uma atenuação do sinal de entrada, quando este possui uma frequência menor que 265 mHz. 3.3 Estágio 3 Nesse estágio, montou-se um amplificador de ganho 10 e outro de 100, em cascata, com o objetivo de gerar um ganho final de 1000. O amplificador de ganho aproximado de 10 foi descrito na seção 3.1 (Estágio 1) deste re- latório. Enquanto isso, o amplificador de ganho 100 (TL064) é dado pela seguinte expressão: Ganho = (R1 +R2) R1 = 100 · 103 + 1 · 103 1 · 103 = 101 (38) Sendo assim, considerando os ganhos de ambos os amplificadores em cascata, têm-se: Ganhototal = 9, 9286 · 101 = 1002, 7886 ≈ 1000 (39) 3.4 Estágio 4 O objetivo deste estágio foi de captar o sinal eletrocardiográfico por meio de eletrodos e inseri-lo em um circuito amplificador. A leitura do sinal se tornou posśıvel pelo ganho de 1000 gerado pelo circuito do estágio 3. Complementa-se o circuito descrito acima com um filtro passa-baixas, com o objetivo de eliminar o chamado Baseline Wandering, que é um rúıdo causado pelo movimento, mudanças de impedância no eletrodo e et cetera. O filtro foi montado a partir de um capacitor e um resistor, colocados logo após o amplificador operacional. Como explicado na fundamentação teórica, tem-se a frequência de corte dada por: fcorte = 1 2πτ = 1 2πRC = 1 (1, 5 · 106 · 4, 7 · 10−9) = 22, 57 Hz (40) 4 Resultados obtidos 4.1 Estágio 1 Como pode ser visto pela Figura 14, realizou-se a montagem completa do circuito e, em seguida, testou-se o primeiro estágio de amplificação, gerado pelo INA-118, do biossinal de entrada. Obteve-se G ≈ 10, valor condizente com o ganho obtido através da fundamentação teórica. 11 Figura 14: Circuito montado A Figura 15 evidenciada que a diferença entre a onda amarela (sinal senoidal de entrada) e a onda verde (sinal senoidal de sáıda) é de 10 V . A legenda informa uma proporção de 1 V de escala para o sinal de entrada e 5 V para o sinal de sáıda, o que comprova o ganho aplicado de 10 V . Figura 15: Ganho de 10 gerado pelo INA-118 4.2 Estágio 2 No estágio 2, alterou-se o sinal da senoide de entrada a fim de verificar o efeito do filtro passa-altas, que retira as componentes sinais de outras partes do corpo não provenientes do nó sino-atrial. Na fundamentação teórica, calculou-se a frequência de corte (- 3 dB do ganho em banda passante ou ≈ 70, 71% da amplitude em banda passante do sinal) do filtro montado, que 12 foi fc = 265 mHz. Deste modo, a fim de testar a filtragem, utilizou-se uma frequência abaixo da frequência de corte, a própria frequência de corte e uma frequência muito acima. Os valores usados foram os seguintes: • f− = 200 mHz • fc = 265 mHz • f+ = 10 Hz 4.2.1 Abaixo da frequência de corte Com uma a frequência abaixo da frequência de corte (f−), mostrado pela Figura 16, observou- se um ganho de aproximadamente 6, uma vez que o sinal foi de 2, 04 para 12, 8 V . Esse resultado está dentro do esperado, porque, como está abaixo da frequência de corte, deveria ter um ganho inferior a 7. Figura 16: Filtro passa-altas atenuando sinal em frequência de 200 mHz (abaixo da frequência de corte) 4.2.2 Na frequência de corte Na frequência de corte, espera-se obter um ganho de ≈ 7, já que o ganho é aproximadamente 70, 71 % do ganho em banda passante. Como evidenciado pela Figura 17, o ganho foi de 2, 04 para 14, 6, confirmando o que era esperado. Figura 17: Filtro passa-altas com sinal em frequência de 265 mHz (frequência de corte) 13 4.2.3 Acima da frequência de corte No último teste, Figura 18, utilizou-se a frequência de 10 Hz, evidentemente um valor bas- tante acima da frequência de corte. Pode ser visto um ganho de ≈ 10, uma vez que o filtro está operando, como esperado, em banda passante, visto que 10 Hz ≫ 265 mHz. Figura 18: Filtro passa-altas com sinal em frequência de 10 Hz (acima da frequência de corte) 4.3 Estágio 3 No estágio 3, por meio do TL064 na configuração não-inversora 13, que é um circuito inte- grado amplificador, estabeleceu-se um ganho de 101 em cascata com o ganho anterior de 10. Essa cascata gerou um ganho de ≈ 1000, fato que será essencial na visualização do eletrocardi- ograma no estágio 4. Em questão de teste, é posśıvel visualizar na Figura 19 que um sinal de entrada de amplitude de 10 mV foi amplificado e gerou um sinal de 10 V , o que comprova o funcionamento do ganho resultante de 1000 da cascata. Figura 19: Sinal com ganho de 1000 ao passar pelo circuito projetado 4.4 Estágio 4 No 4º e último estágio, com as seções dos circuitos devidamente testadas, inseriu-se, final- mente, o sinal de eletrocardiograma na entrada do circuito. No sinal, é posśıvel identificar, de forma clara, as componentes P, QRS e T que constituem esse sinal. A Figura 20 é proveni- 14 ente do aparelho simulador eletrocardiográfico e, notoriamente, pode-se observar um sinal com pouqúıssimas componentes de rúıdo. Figura 20: Batimento ECG- Simulador Como complemento, decidiu-se obter o sinal eletrocardiográfico de um dos membros do grupo a partir da inserção de eletrodos (um em cada extremidade da clav́ıcula e outro próxima à costela esquerda). Como é posśıvel visualizar por meio da Figura 21, ainda é posśıvel observar as componentes do eletrocardiograma, mesmo que com um pouco de rúıdo por se tratar de um sinal real obtido de forma não invasivo. Figura 21: Batimento ECG Real 5 Conclusão Conclui-se que, durante o experimento, foi posśıvel melhor entender, relembrar a construção e o funcionamento de alguns filtros, em particular, do filtro passa-altas, o qual foi usado para retirar componentes de frequência de sinais aquém do nó sino-atrial, e o filtro passa-baixas, o qual foi essencial para retirar pequenos rúıdos intŕınsecos ao processo de captação ao exame de eletrocardiografia. Além disso, aprofundar no entendimento do funcionamento de um amplifi- cador operacional no contexto de circuitos integrados. Em paralelo, conceitos como curto virtual, realimentação negativa, ganho de realimentação, inserção de ganho em cascata (ganhos de 10 e 100 formaram uma ganho de 1000), relação sáıda/entrada (função de transferência) e a ação da frequência de corte em um filtro foram trabalhados. 15 Por fim, foi posśıvel obter resultados teóricos, por meio de cálculos, condizentes com resul- tados experimentais de amplificação e filtragem de sinais de teste (senoide) e do sinal eletrocar- diograma. Sendo posśıvel melhor entender a importância do caminho de tratamento do sinal até sua visualização, além de expandir o campo de entendimento de áreas que estão direta- mente ligadas ao cotidiano, como a medicina e a engenharia biomédica. Em linhas gerais, o experimentou mostrou-se bem sucedido e esclarecedor não somente em relação à obtenção de resultados coerentes, mas também em relação à riqueza da análise. Referências [1] J. D. Irwin and R. M. Nelms, Basic Engineering Circuit Analysis. Chichester, England: John Wiley & Sons, 10 ed., Nov. 2010. Citado 2 vezes nas páginas 2 e 1. [2] J. Nilsson and S. Riedel, Circuitos Elétricos. PRENTICE HALL BRASIL, 2015. Citado 7 vezes nas páginas 2, 1, 3, 4, 5, 7 e 8. [3] K. Talkie, “Analog band pass filter and simulation in multisim part 2/2.” https://www. youtube.com/watch?v=zMxLCriiXcQ. Citado 2 vezes nas páginas 2 e 4. [4] E. Technology, “Notch filter- theory, circuitdesign and ap- plication.” https://www.electrical-technology.com/2019/05/ Notch-filter-theory-circuit-design-and-Application.html, 2019. Citado 2 vezes nas páginas 2 e 5. [5] D. P. Pinheiro, “Eletrocardiograma (ecg): entenda os resultados.” https://www.mdsaude. com/, 2020. Citado 2 vezes nas páginas 2 e 9. [6] P. L. Aguayo, Prinćıpios de Comunicação - Notas de aula. 2020. Citado na página 1. [7] C. L. Kashou AH, Basit H, “Physiology, sinoatrial node.” https://www.ncbi.nlm.nih. gov/books/NBK459238/, 2021. Citado na página 9. [8] A. medicine, “Ecgs - how they work.” https://www.youtube.com/watch?v=C35Lq2vntzU, 2020. 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