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Anestesia Intravenosa e Dissociativos Prof Felipe

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ANESTESIA GERAL 
INTRAVENOSA 
Prof. Dr. Felipe S Andrade 
Disciplina de Anestesiologia Anestesia intravenosa 
 
Depressão generalizada do Sistema 
Nervoso Central capaz de produzir 
hipnose e relaxamento muscular de forma 
r e v e r s í v e l , a t r a v é s d e f á r m a c o 
intravenoso. 
Introdução 
• A via intravenosa permite distribuição rápida 
• Ajuste de dose “efeito dependente” 
• O efeito não pode ser revertido rapidamente 
•  Inicialmente vias oral e peritoneal 
Introdução 
•  Tiopental sódico sintetizado em 1933 
•  Muito utilizado na segunda guerra mundial 
•  Eutanásia 
• Etomidato foi sintetizado em 1971 
•  Importante característica sobre o sistema cardiovascular 
• Propofol teve seus primeiros estudos em 1980 
Indicações 
•  Indução da anestesia 
• Como único anestésico para procedimentos menores 
•  Radiografias 
•  Suturas 
•  Animais bravos 
• Suplemento da anestesia inalatória 
• Manutenção da anestesia 
•  Infusão contínua 
Vantagens 
• Bons planos anestésicos 
• Praticidade de aplicação 
• Usados em tratamento de intoxicação por estricnina e 
anestésicos locais 
• Preço razoável 
• Não necessitam de aparelhagem específica 
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Classificação dos anestésicos 
intravenosos 
• Barbitúricos 
•  Tiobarbitúricos 
•  Tiopental 
• Não barbitúricos 
•  Alquifenóis 
•  Propofol 
•  Compostos imidazólicos 
•  Etomidato 
Barbitúricos 
• Hipnótico e anestésico geral 
• Depressão do sistema nervoso central 
•  Interferência na passagem dos impulsos para o córtex cerebral 
• Gaba 
•  Efeito gabamimético = sedativo - hipnóticos 
• Canais de cloro 
•  Efeitos anestésicos 
Barbitúricos 
• Classificação de acordo com a duração 
•  Longa 
• Média 
• Curta 
• Ultra curta 
Sedação e controle de 
convulsão 
Anestesia clínica 
Barbitúricos – características 
• Cruzam rapidamente a barreira placentária e 
hematoencefálica 
• São altamente lipossolúveis 
• Absorção máxima ocorre em 30 segundos 
• Apresentam efeito cumulativo 
Barbitúricos - efeitos 
•  Depressão respiratória 
•  Depressão cardiovascular central e periférica 
•  Diminuição do metabolismo basal = queda da temperatura 
•  Sequestro esplênico das hemácias 
•  Depressão da motilidade intestinal 
•  Diminuição do fluxo plasmático renal e filtração glomerular 
Barbitúricos 
•  Tiopental sódico 
•  Ação ultra curta porque é redistribuído com rapidez 
•  Fica retido na gordura corpórea (abdominal) 
•  Taxa de metabolização hepática: 5% / hora 
•  Reduz metabolismo cerebral 
•  Reduz ou não altera a PIC 
•  Dose: 10 a 12 mg/kg para indução 
•  Dose: 20 a 30 mg/kg para anestesia cirúrgica com 10 a 20 minutos 
de duração 
•  Um terço a metade da dose injetada rapidamente 
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Tiopental 
•  Equinos: 6 a 10 mg/kg 
•  Bovinos: 4 a 6 mg/kg 
•  Peq. Ruminantes: 8 a 15 mg/kg 
•  Suínos: 4 a 8 mg/kg 
Tiopental – uso terapêutico 
•  Indução anestésica 
•  Latência: 10 a 20 seg 
• Anestesia de curta duração 
•  Desprovido de efeito analgésico 
•  10 a 15 min 
• Anticonvulsivante 
•  Crises convulsivas refratárias ao diazepam 
• Neuroproteção 
•  Coma induzido 
•  Trauma cranioencefálico 
Tiopental - protocolos 
• Protocolo A – sem MPA (evitar sempre) 
•  Tiopental isolado – 25 mg/kg IV 
• Protocolo B – com MPA 
•  Acepromazina - 0,05 mg/kg IM 
•  Petidina – 2 mg/kg IM 
 + 
 Tiopental - 12,5 mg/kg IV 
Não barbitúricos 
• Curto tempo de ação 
• Recuperação rápida 
Propofol 
• Via de administração 
•  Exclusivamente por via intravenosa 
•  Acidente extravascular – dor 
• Rápida distribuição e depuração 
•  Indução e recuperação anestésica curta 
• Metabolização 
•  Vários sítios de metabolização 
•  Hepática 
•  Renal 
•  Pulmonar 
•  Intestinal 
•  Proteínas plasmáticas ?? 
Propofol 
• Espécie felina 
•  Doses repetidas ou infusão contínua 
•  Lesão oxidativa nas hemácias 
•  Recuperação prolongada 
•  Dificuldade de conjugar fenóis 
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Propofol – Mecanismo de ação 
• Agonista gabaérgico 
• Agonista glicinérgico? 
Propofol - efeitos 
• Sistema cardiovascular 
•  Mínima alteração na FC 
•  Hipotensão arterial 
•  Depressão miocárdica 
 
• Sistema respiratório 
•  Depressão generalizada 
•  Dose-dependente 
•  Muuuuito velocidade dependente 
• Hepatotoxicidade e nefrotoxicidade reduzida em cães 
• Hepatotoxicidade moderada em gatos 
Propofol – uso terapêutico 
•  Indução anestésica 
•  Mais empregado em humanos e pequenos animais 
• Anestesia de curta duração 
•  Desprovido de efeito analgésico 
• Anestesia intravenosa total (TIVA) 
•  Infusão contínua 
•  Não possui efeito acumulativo 
• Retorno mais tranquilo 
Propofol - protocolos 
• Protocolo A – com MPA 
• Acepromazina - 0,05 mg/kg IM 
• Petidina – 2 mg/kg IM 
 + 
• Propofol - 5 a 8 mg/kg IV 
• Protocolo B – com MPA + quetamina 
• Acepromazina - 0,05 mg/kg IM 
•  Tramadol – 2 mg/kg IM 
 + 
• Propofol - 3 mg/kg IV 
• Quetamina- 1 mg/kg IV 
Propofol sem 
MPA: 
Dose = 10 a 20 
mg/kg 
Etomidato 
• Não possui efeito acumulativo 
• Via de administração 
•  Exclusivamente por via intravenosa 
•  Dor a aplicação 
• Metabolização 
•  Hepática 
•  Proteínas plasmática 
Etomidato 
• Mecanismo de ação ainda não está completamente 
esclarecido 
• Aumenta o número de receptores GABA disponíveis 
•  Provavelmente desloca inibidores endógenos 
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Etomidato - efeitos 
• Sistemas cardiovasculares 
•  Não altera 
•  FC 
•  PA 
•  Resistência vascular periférica 
•  DC 
•  Contratilidade cardíaca 
•  Não sensibiliza o miocárdio a catecolaminas 
• Sistema respiratório 
•  Dose terapêutica: 
•  taquipnéia e redução do volume corrente 
•  Doses elevadas: 
•  depressão respiratória por 10 minutos 
Etomidato - efeitos 
• Sistema Nervoso Central 
•  Reduz o metabolismo em 50% 
•  Reduz pressão intracraniana 
•  Reduz fluxo sanguíneo cerebral 
• Sistema endócrino 
•  Reduz a cortisolemia por até 6 horas 
•  Inibe a síntese de cortisol com uso prolongado 
•  Alta mortalidade em pacientes sedados por 5 dias 
Etomidato – uso terapêutico 
•  Indução anestésica de escolha em cardiopatas 
•  **Manutenção anestésica por períodos curtos 
•  10 a 15 min 
•  Pobre miorrelaxamento (midazolam) 
• Embora não possua efeito acumulativo não é empregado 
em infusão contínua prolongada 
•  Mioclonias 
•  Vômito 
•  Hipoadrenocorticismo 
Etomidato - protocolo 
•  Tramadol - 2 mg/kg IM 
 + 
• Etomidato - 1 a 2 mg/kg IV 
• Midazolam – 0,5 mg/kg IV 
ANESTESIA 
DISSOCIATIVA 
Prof. MSc. Felipe S Andrade 
 
Anestesia Dissociativa 
• Quetamina 
• Tiletamina 
 
• Estado de catalepsia – rigidez muscular 
e perda de tônus postural 
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Anestesia Dissociativa 
Mecanismo de ação 
• Bloqueia recaptação catecolaminas 
•  Ação antagonista dos receptores N-metil-D aspartato 
• Doses menores 
• Analgesia preemptiva 
• Depressão sistema tálamo-cortical, 
estimulação sistema límbico e do sistema 
reticular 
• Ação dopaminérgica e serotoninérgica 
Anestesia Dissociativa 
• Analgesia somática 
• Estado de catalepsia (rigidez muscular com perda de 
tônus postural) 
• Movimentos involuntários 
• Hipersensibilidade aos estímulos ambientais 
• Hiperexcitabilidade/convulsões 
• Amnésia (observada no homem) 
Anestesia Dissociativa 
• Uso em pequenos animais 
Procedimentos investigativos / diagnósticos 
 
Cirurgias ambulatoriais 
 
Indução da anestesia geral 
 
• Contenção química de animais agressivos (como parte do 
protocolo de MPA) 
Anestesia Dissociativa 
• Efeitos 
• Estimulação simpática (Aumento FC e PA) 
• Aumento de pressão intracraniana e intraocular 
• Diminui limiar convulsivo 
• Hipertonia muscular 
• Manutenção dos reflexos 
Anestesia Dissociativa 
• Biotransformação e Eliminação 
•  Norquetamina: 1/5 a 1/3 do potencia da cetamina 
• Cães: metabolização hepática e eliminação renal 
•Gatos: metabolização hepática limitada (80% excretada 
intacto pelos rins) 
* Efeito prolongado em nefropatas e obstruções uretrais 
Cetamina 
• Variação individual extrema 
• Pode ser administrada via oral 
• Primatas: com coca-cola 
•  Pode causar dor quando administrada via i.m. 
 
• pH ácido 
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Cetamina 
• Solução aquosa a 5 ou 10% (50 ou 100 mg/mL) 
• pH ácido – causa dor quando utilizada i.m. 
• benzodiazepínicos podem ser associados na 
mesma seringa 
Cetamina 
• Doses 
•  2 a 7 mg/kg i.v. 
•  5 a 20mg/kg i.m. 
• Associações 
•  Fenotiazínicos – efeito antidopaminérgico 
•  Benzodiazepínicos – miorrelaxamento, ansiólise e efeito 
anticonvulsivante 
•  Opioides – potencializa efeito analgésico 
•  Agonistas alfa 2 adrenérgicos – sedação, miorrelaxamento e analgesia 
visceral 
Tiletamina - Zolazepam 
• Tiletamina:zolazepam1:1 
•  50 mg/ml de cada agente 
• Zolazepam: benzodiazepínico de longa duração 
 
• Pó liofilizado – salina, glicofisiológica ou água 
 bidestilada para reconstituição 
•  pH 2,0 a 3,5 
•  Temperatura ambiente – 4 a 7 dias 
• Refrigeração – 2 semanas 
Tiletamina - Zolazepam 
• Maior potência, efeito analgésico e duração de ação 
• Recuperação mais prolongada 
•  Fenômenos excitatórios em cães 
• Salivação intensa 
• Apneia ou dispneia 
• Convulsões 
• Hipertermia 
Tiletamina - Zolazepam Tiletamina - Zolazepam 
Doses 
• Pequenos animais 
•  2 a 5mg/kg i.v. 
•  7,5 a 10 mg/kg i.m. 
• Equinos 
•  1 a 2mg/kg i.v. 
• Associação 
Fenotiazínicos/opioides/agonistas alfa 2 adrenérgicos 
Anticolinérgicos?? 
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Limitações manutenção anestesia dissociativa 
 
• Analgesia limitada para cirurgias mais invasivas 
• Recuperação prolongada, principalmente com uso de 
tiletamina/zolazepam 
• Via áerea não protegida (animal não intubado) 
•  risco de aspiração em caso de regurgitação 
•  ausência de adinistração de O2 durante a anestesia

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