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Dor: Fisiologia e tratamento Prof. Dr. Felipe S. Andrade Definições Experiência sensorial frequentemente mas não necessariamente associada a lesão de tecidos ou nervos Muir, 2002 Experiência sensorial e emocional desagradável, associada a lesão real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão International Association for the Study of Pain Definições Definições Definições Definições Dor AGUDA estímulo induzido por injúria a curto prazo (cirurgia) Dor CRÔNICA estímulo induzido a longo prazo (dias) - pós operatório geralmente dor aguda mal tratada Definições Modulação Transmissão Interpretação Injúria Introdução Ampla aceitação da natureza aversiva de dor Short 1998 A dor ainda é tratada de forma inadequada Malefícios da dor são pouco conhecidos Medo do emprego de analgésicos ¤Opióides – excitação? ¤AINES - alterações TGI Por que avaliar e tratar a dor? Diminuição do tempo de internação do paciente (Elsharnouby et al, 2008) Melhor funcionamento do sistema imunológico, possibilitando uma rápida cicatrização dos tecidos (Goodrich et al, 2008) Minimiza a ocorrência de laminite no membro contra lateral (Goodrich et al, 2006) Diminui a ocorrência de dor crônica e/ou neuropática (Perkins et al, 2000) Antecipa o início da reabilitação por fisioterapia (Ho et al, 2000) Consequências da analgesia inadequada ✓ Medo ✓ Agitação ✓ Trauma ✓ Taquicardia ✓ Aumento do consumo de O2 ✓ Hipóxia ✓ Imunossupressão ✓ Aumento de infecções Dor Trâns-Operatória Dor Trâns-operatória Anestésicos gerais não geram analgesia OBRIGATÓRIO ASSOCIAR ANALGÉSICOS/ ANESTÉSICOS Anestesia Loco-Regional Infusão Contínua Analgésicos PLANO A e B e C e D e E e F… Dor Trâns-operatória Anestesia Loco-Regional Dessensibilização de uma região específica Medicamentos anestésicos locais Lidocaína/Bupivacaína/Ropivacaina Infiltrativa/Perineural/Epidural Padrão Ouro para analgesia… Inibem a transmissão Dor Trâns-operatória Plano B… IC de analgésicos / Bolus Intermitente Pp Opióides (Atuam em modulação) Alta potencia analgésica Fácil metabolização Latência curta Preferencia por opióides potentes (FENTANIL) Dor Trâns-operatória Plano B… IC de analgésicos Lidocaína Cetamina (somática) Alfa-2 Agonista (visceral) Anestesia balanceada trans-anestésica Opióides Morfina Fentanil IC lidocaína (sem vaso) ¤ 1,3 mg/kg (bolus inicial) ¤ 35-50μg/kg/min (IC) IC cetamina ¤ 10-16μg/kg/min IC alfa-2 agonistas (equinos) ¤ Xilazina: 10 - 20 μg/kg/min ¤ FLK e MLK Diminuição consumo de anestésico Diminuição da CAM Dor Pós Operatória Como avaliar a dor? ÒPrincípio da analogia Escalas de avaliação Escala analógica visual FMVZ-USP FMVZ-USP Expressão facial Borja, 2008 0 0 0 0 1 2 1 2 1 2 1 2 3 3 Escala facial de dor Escala facial de dor Escala Facial de Dor Escala Facial de Dor Total: 10 pontos Tá na cara… CGA, HoVet - USP Tratamento da Dor Como tratar a dor? AINE Antiespasmódicos Opióides Sedativos Anestésicos locais Antagonistas NMDA Antidepressivos tricíclicos Anticonvulsivantes Princípios do Tratamento O fato de não demonstrar a dor de maneira clara não significa que não tem dor ¤ Na dúvida usar o princípio da analogia Escolher fármacos de acordo com o GRAU DE DOR Possibilidade de resgate Dor leve AINES e/ou dipirona Intubação Esofagite Sutura de pele Tratamento periodontal sem extração dentária Dor leve Dor moderada AINES e opíoides fracos Extração dentária Cistite Dreno torácico Orquiectomia OSH Hérnia Pato/cesareana Dor moderada Dor leve AINES e opióides fortes Osteoartrite Úlcera de córnea Ortopedia intra- articular Toracotomia Laparotomia Laminectomia Dor leve AINES e opióides fortes + adjuvantes Ablação total de conduto auditivo Hérnia de disco Fraturas múltiplas Pancreatite Amputação Fraturas patológicas Dor intensa Dor torturante Como escolher o melhor tratamento? Tipos de Dor Dor Leve Dor Moderada Dor Intensa Dor Severa Limpeza Cir. Intraocular Enuclação Artrites sépticas Sutura de pele Castração Trombose Cólicas de origem isquêmica Retirada de pontos Abscessos com comprometimento de tecidos adjacentes Trauma Inflamação extensiva Cistite Artroscopia Cirurgias ortopédicas Politraumatismo grave Cir. hérnia umbilical Artroscopia/tomia Dor neuropática Locais de Ação Ketamina, Sedativos, Opióides Anest. Regional Anest. Locais AINES Opióides Adjuvantes Estímulo fisiológico Estímulo inflamatório COX-1 constitutiva Macrófagos/outras células COX-2 induzida TX A2 (plaquetas) Prostaciclinas Endotélio, Mucosa estômago PGE2 Rim Proteases PGs Outros mediadores inflamatórios Inflamação AINE COX 1 COX 2 DERACOXIB FIROCOXIB TEPOXALINA CARPROFENO MELOXICAM VEDAPROFENO CETOPROFENO FLUNIXIN PIROXICAN ASPIRINA Seletividade AINE’s Fenilbutazona Flunixin Cetoprofeno Firocoxib Carprofeno Kalpravidh et al., 1984; MacAllister et al., 1993; Cook et al., 2009 AINE Efeitos adversos: ¤Ulceração TGI ¤Redução da restituição da epitelização intestinal ¤ Inibição da agregação plaquetária ¤ Inibe função renal mediada por prostaglandina ¤Necrose renal tubular riscos: idosos, associações com aminoglicosídeos, hipovolemia Antiinflamatório mais empregado no tratamento da inflamação do aparelho locomotor em equinos Goodrick, 2010 Efeitos adversos: ¤Gastrite, colite, úlcera gástrica, úlcera em intestino grosso e delgado MACALLISTER et al., 1993 ¤ Fenilbutazona: 2,2 - 4,4 mg/kg (equinos; IV) ¤ Cetoprofeno: 2,2 mg/kg Fenilbutazona / Cetoprofeno Flunixin meglumine Antiinflamatório mais empregado no tratamento da inflamação do aparelho gastrointestinal Robertson & Sanchez; 2010 Efeitos adversos similares a fenilbutazona Flunixim meglumine: 1,1mg/kg (equinos) Carprofeno / Meloxican Inibidor COX 2 Menores efeitos renais e TGI Via Oral / Via SC Melhor antiinflamatório que analgésico Carprofeno 2,2 - 4,4 mg/kg Meloxican 0,1 - 0,2 mg/kg Firocoxibe Inibidor COX 2 Recentemente lançado Administração oral ¤Cólica sem refluxo ¤ Laminite ¤ 0,1 mg/kg PO Agente de ação mista Potente ação anti-pirético Dor leve/ medicação resgate Efeitos adversos TGI em múltiplas aplicações. Dipirona Associada a AINE, antiespasmódico e opióides antiinflamatórios não esteroidais Dose: 1,1 mg/kg sid ou bid Dose: 2,2 a 4,4 mg/kg sid ou bid Dose: 2,2 mg/kg sid ou bid Dose: 2,2 - 4,4 mg/kg sid ou bid Dose: 5 a 22 mg/kg sid ou bid antiinflamatórios não esteroidáis Evaluation of oral administration of firocoxib for the management of musculoskeletal pain and lameness associated with osteoarthritis in horses. Orsini JA, Ryan WG, Carithers DS, Boston RC. Source New Bolton Center, School of Veterinary Medicine, University of Pennsylvania, Kennett Square, PA 19348, USA. orsini@vet.upenn.edu PROCEDURES: Firocoxib was administered as an oral paste (0.1 mg/kg, q 24 h) for 14 days. Assessments were performed on day 0 (baseline) and days 7 and 14. RESULTS: 390 of 429 horses from 80 sites in 25 states met the criteria for analysis. Quarter Horse and Thoroughbred were the 2 most commonly represented breeds, comprising half of the study population. Signs of musculoskeletal pain or lameness attributed to osteoarthritis were diagnosed in a single joint in 197 (197/390 [50.5%]) horses and in multiple joints in 193 (193/390 [49.5%]) horses. In those with involvement of a single joint, the tarsus was the most frequently affected joint (79/197 [40.1 %]). Among the 390 horses with complete lameness data, improvement was reported in approximately80% by day 14. Investigators rated 307 (78.7%) horses as improved, whereas owners or handlers rated 316 (81.0%) horses as improved at the termination of the study. Horses treated with firocoxib paste had significant improvement in lameness scores from baseline values. Improvement was most rapid within the first 7 days after starting treatment and continued, albeit at a slower rate, through treatment day 14. CONCLUSIONS AND CLINICAL RELEVANCE: Firocoxib significantly improved lameness scores throughout the 14-day period with few adverse effects. Firocoxib can be a safe cyclooxygenase-2-specific NSAID for the treatment of musculoskeletal pain and lameness associated with osteoarthritis. Opióides “...ação analgésica presente em doses um pouco menores do que aquelas que induzem excitação...” J Am Vet Med Assoc 1937;91:674–8 Receptores opióides no cérebro e medula espinhal Irish Vet J 1979;33: 169–76 Receptores opióides na membrana sinovial Am J Vet Res 2001;62: 1408–12 Mecanismo de ação opióides - classificações Origem Naturais: morfina, codeína Semi-sintéticos: hidrocodona, oxicodona Sintéticos: metadona, tramadol Afinidade pelo receptor opióides - classificações Agonistas totais: morfina, fentanil, metadona, meperidina Agonistas/Antagonistas: butorfanol, buprenorfina opióides - classificações Controle da intensidade da dor (potência) Potentes: morfina, fentanil, metadona, oxicodona Fracos: codeína, tramadol, meperidina P O T Ê N C IA Fentanil* Morfina Meperidina Tramadol Codeína Butorfanol Opióides fortes Opióides fracos Opióides Sedação e analgesia Excitação motilidade intestinal (contipação) depressão respiratória bradicardia/hipotensão associados aos tranquilizantes e sedativos ( excitação) Opioides comumente empregados Morfina ¤ (0,1 – 0,2 mg/kg; IV*, IM) grandes ¤ (0,2 - 1,0 mg/kg; IV*, IM) cães Butorfanol ¤ (0,02 – 0,05 mg/kg; IV) grandes ¤ (0,1 - 0,5 mg/kg; IM) pequenos Meperidina ¤ (0,5 – 1mg/kg; IM) equinos ¤ (1 - 5 mg/kg; IM) pequenos Tramadol ¤ (1 – 5 mg/kg; IV, IM, SC, PO) Metadona ¤ (0,05 – 0,2 mg/kg; IV, IM) INDICAÇÕES: ✓ Procedimentos cruentos ✓ Dor moderada a intensa ✓ Sedação/analgesia ✓ Analgesia intra-articular/ peridural ✓ Dor abdominal Regras para dosagem de opióides I. Relação direta entre intensidade da dor e dose de opióide requerida; e inversamente proporcional a risco de efeitos excitatórios II. Alfa-2 agonistas eliminam o risco de excitação III. Devem ser readministrados baseado no efeito, e não no relógio IV. Sinais clínicos de subdosagem podem mimetizar superdosagem Clutton, 2010 Adjuvantes Cetamina • Sintetizada pela primeira vez em 1963 pelo químico blega C.L. Stevens • O primeiro uso em humanos foi em soldados durante a guerra do Vietnã • Em equinos é majoritariamente utilizada como anestésico dissociativo Cetamina Cetamina tem propriedades analgésica de ação rápida. Kronenberg RH, 2002 Várias formas de atuação: analgesia pós-operatória, dor crônica (somática e/ou visceral) Miyamoto H, Saito Y, et al., 2000 Vias de administração: endovenosa, intramuscular, oral, retal, intranasal, transdérmico, subcutâneo ou intra-articular Endovenosa é a via mais frequente e que atinge concentração plasmática mais rápida Kronenberg RH, 2002 Maior eficácia no tratamento das hiperalgesias, laminites e osteoartrites (dores crônicas) Roh D, Seo H, et al.2010 Shulte H, Sollevi A., Segerdahl M. 2004 Lauline J, Maurette P, Corcuff J, et al. 2002 Gabapentina Utilizada originalmente como anticonvulsivante É um aminoácido análogo estrutural do neurotransmissor GABA Atua por meio do aumento dos níveis de serotonina e GABA no Sistema Nervoso Central e diminuir a concentração de glutamato Bastante utilizada para terapia multimodal por não ter metabólitos ativos, baixíssima ligação às proteínas plasmáticas e pouca chance de interação com outros fármacos Sempre utilizada por via oral Dose: 2 a 5 mg/ kg BID Amitriptilina Pertencente à classe dos antidepressivos tricíclicos Inibe a bomba de membrana responsável pela recaptação de noradrenalina e serotonina nos neurônios adrenérgicos e serotoninérgicos Sempre utilizada por via oral Dose: 0,5 mg/kg SID
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