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Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 1/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS A ventilação mecânica invasiva (VMI) é um recurso terapêutico comum em terapia intensiva, em especial naqueles pacientes que desenvolvem quadros de insuficiência respiratória aguda (IRpA). No entanto, tem seus riscos e deve ser suspensa assim que o paciente apresentar condições de ventilar espontaneamente de modo eficiente (TANIGUCHI, 2017). O desmame pode ser definido como o processo de retirada gradual ou súbita do suporte ventilatório em pacientes críticos e representa um dos mais importantes desafios em unidades de terapia intensiva (UTIs) (ESTEBAN, FERGUSON, MEADO et al, 2008). Ele inicia com o reconhecimento da resolução total ou parcial do evento que levou à necessidade da ventilação mecânica invasiva, e envolve avaliação criteriosa e diária, para determinação exata do melhor momento para prosseguir com as etapas envolvidas no processo: realização do Teste de Respiração Espontânea (TRE), avaliação de preditores de sucesso, testes para permeabilidade das vias aéreas e, finalmente, a extubação (TALLO et al, 2012; LAERTE Jr, SOUZA e SCHETTINO, 2012). Segundo Andrade, Mesquita e Correia Jr.(2013), deve-se atentar para os conceitos que norteadores para tomadas de decisão: Extubação: retirada do tubo orotraqueal (TOT) nos pacientes que toleram o desmame. Sucesso no desmame: paciente que tem sucesso no TRE, ainda conectado ao ventilador. Sucesso na extubação: paciente que tem a prótese endolaríngea retirada (extubação) após passar no TRE e não é reintubado nas próximas 48 horas. OBS: No caso dos tarqueostomizados, equivalerá ao sucesso na extubação o paciente que tolerou desconexão do ventilador após passar no TRE e não precisou voltar a ser reconectado ao ventilador nas próximas 48 horas. Apesar da maioria dos pacientes ser liberada da ventilação mecânica facilmente, cerca de 30% deles falham na primeira tentativa (LAERTE Jr, SOUZA e SCHETTINO, 2012), podendo ser muito maior em UTIs cujo perfil é predominantemente de pacientes com idade avançada e com muitas comorbidades associadas. Objetivando identificar pacientes de alto risco para falha de desmame, foi proposta uma nova classificação do desmame de acordo com sua dificuldade de liberação (PEÑUELAS, THILLE e ESTEBAN, 2015). Na classificação atual têm-se: Desmame Simples: a extubação é bem-sucedida após o primeiro TRE Desmame difícil: pacientes que falham no 1º TRE e necessitam de até 3 testes de respiração espontânea, ou até sete dias após o primeiro para uma extubação com sucesso; Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 2/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO Desmame prolongado: pacientes que requerem mais de 3 TREs ou mais de 7 dias após a falha no 1º TRE. Entre os pacientes que falham na primeira tentativa, alguns possuem a necessidade de permanência na VM por período prolongado devido a presença de doenças crônicas com associação de complicações clínicas e funcionais, dificultando e/ou retardando o desmame. Assim, define-se Ventilação Mecânica Prolongada (VMP) como a necessidade de ventilação mecânica (VM) por um período maior ou igual a 21 dias consecutivos por mais de 6 h diárias (BARBAS, ÍSOLA e FARIAS, 2013). O sucesso do desmame na VMP é definido como independência do ventilador mecânico por 7 dias consecutivos, por mais de 6 h por dia (RAMOS et al, 2011). A identificação da causa da falha no desmame é primordial para evitar o prolongamento da VM. Entre as principais causas, tem-se o desequilíbrio entre a demanda respiratória e a capacidade neuromuscular e ventilatória. Esse desequilíbrio tem origem multifatorial, mas os fatores funcionais, clínicos, metabólicos e psicológicos são os principais mecanismos determinantes da dependência ventilatória (FERRARI et. al, 2011). Volpe (2015), destaca que a diminuição da força e resistência muscular é, com frequência, decorrente da redução da complacência pulmonar e/ou do aumento da resistência do sistema respiratório, enquanto a bomba muscular inspiratória pode apresentar capacidade reduzida em função de alterações no sistema nervoso central, na junção neuromuscular ou nos componentes contráteis da própria musculatura. Nesses casos, a fisioterapia tem o papel de estabelecer o diagnóstico funcional relacionado a falha do desmame, e a partir dele direcionar o recurso e/ou terapia adequados para resolução ou controle da causa de falha no processo. Ramos et al (2011) sugerem algumas estratégias para progredir o desmame difícil da VM: TREs diários; ventilação não-invasiva (VNI); desmame gradual da pressão de suporte; testes progressivos da respiração espontânea em tubo T; traqueostomia; mobilização e treinamento dos músculos respiratórios e periféricos. O treinamento muscular inspiratório (TMI) em pacientes selecionados de UTI além de melhorar a pressão inspiratória máxima (Pimáx), a qual representa a força muscular inspiratória, também facilita o desmame, com potencial redução na duração da ventilação não-invasiva após a extubação (ELKINS e DENTICE, 2015). Chang et al (2005) abordam não só a diminuição da força, mas também da resistência à fadiga. Eles definem como Índice de resistência à fadiga (IRF) a força muscular final, após uma tarefa fadigante, dividida pela força muscular inicial, ambas medidas pela manovacuometria. Peñuelas, Thille e Esteban (2015) citam que o desenvolvimento de protocolos para prevenção da fraqueza muscular adquirida na UTI (FMA-UTI), combinados com a interrupção diária Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 3/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO da sedação e TRE, poderiam resultar em um menor tempo de ventilação mecânica. Há evidências de que a mobilização quando iniciada 1 ou 2 dias após o início da VM, é viável, bem tolerada, e benéfica, incluindo melhor capacidade de exercício, estado funcional na alta hospitalar, diminuição da VM e menor tempo de permanência na UTI. O tempo para iniciar a liberação do paciente do ventilador é crucial para os pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Se por um lado o desmame muito precoce pode gerar insuficiência respiratória pós extubação, por outro seu atraso pode levar à fraqueza muscular. Nesse contexto, a VNI vem sendo bem indicada para facilitar o desmame desses pacientes (TALWAR e DOGRA, 2017). Segundo Barbas et al (2013) a VNI pode ser utilizada não só como facilitadora do desmame precoce, mas também como preventiva em pacientes com fatores de risco para falha na extubação e alertam para o uso como estratégia de resgate apenas em pacientes cirúrgicos que desenvolveram IRpA no pós-operatório. Para os autores, falhas repetidas no TRE a partir do 10º dia de VMI já seriam indicativos para realização de traqueostomia. Nesse estágio, a otimização dos protocolos de Treinamento muscular ventilatório e mobilização precoce são essenciais. 2. OBJETIVOS Padronizar o procedimento de desmame difícil e prolongado da ventilação mecânica 3. ABRANGÊNCIA Esse protocolo é aplicável aos setores com pacientes adultos, ventilados mecanicamente, que não estejam com ventilação artificial definitiva estabelecida. 4. MATERIAL Específicos para cada caso. 5. DESCRIÇÃODOS PROCEDIMENTOS Classificação do desmame em difícil ou prolongado Verificar quantos testes de respiração espontânea foram realizados após o 1º teste, bem como quantos dias decorreram desde o primeiro; Definição da causa de falha no último TRE: Reavaliar a doença de base, o estado nutricional, o balanço hídrico, distúrbio eletrolítico, endócrino, e demais cuidados específicos integrados a conduta fisioterapêutica. Averiguar junto a equipe a existência das principais causas de falha relacionadas a retirada da VM, a saber: Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 4/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO Idade ≥ a 65 anos; Redução na função diafragmática; Presença de comorbidades; Presença de delirium, depressão, ansiedade; Infecção / estados inflamatórios persistentes; Doenças cardíacas, respiratórias, neurológicas e psiquiátricas NÃO compensadas. Estágios de imunossupressão Elaboração do laudo Funcional: alterações na complacência, resistência e/ou reserva funcional; Adoção de estratégias para facilitar a retirada da ventilação mecânica : Redução gradual da pressão de suporte (PS): A redução progressiva e gradual da PSV (2 a 4 cmH2O) com manutenção de padrão ventilatório confortável com Vt > 5mL/kg, frequência respiratória (FR) < 24rpm (índice de respiração rápida e superficial - IRRS <105) ou até um valor de 7cmH2O (suficiente para vencer a resistência do circuito do ventilador e da via aérea artificial) sustentados por mais de duas horas, o que representa uma situação de autonomia ventilatória (RAMOS et al, 2011). Realizar a medida da Pi máxima (protocolo específico): Mensurar a Pimáx inicial e aplicar 30% do valor encontrado no dispositivo com limiar de pressão. O paciente deve utilizar o dispositivo por 2 min. Ao final, recalcular a Pimáx final para obtenção do IRF (Pimáx final / Pimáx inicial). Valores inferiores a 0,8 sugerem baixa resistência muscular (CHANG et al, 2005). Treinamento Muscular Inspiratório (Protocolo específico): Utilizar aparelho de carga linear. Sugere-se iniciar o TMI em pacientes que falharam no primeiro TRE e na avaliação de força muscular inspiratória não tenham atingido a meta, ou seja: Pi máx < - 30 cmH20 com IRF > 1,0. Treinamento de força: Aplicar 30 a 50% de Pimáx por quatro séries de 10 ventilações, (2 x ao dia), com intervalo de 2 min – Elevação de 10% da carga a cada três dias conforme reavaliação da Pimáx. Treinamento de Endurance: Aplicar 20% da Pimáx 10 min (2 x ao dia) – Elevação de 10% da Pimáx a cada semana). OBS: Interromper os treinos se: FC > 130 bpm ou elevação > 20 % inicial; SpO2 < 90%; FR Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 5/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO >35 rpm; PAM < 60 mmHg ou > 100 mmHg (CHANG et al, 2005). Mobilização precoce (Protocolo específico): Iniciar nas primeiras 72 h de VMI desde que atendidos critérios de segurança, evoluindo progressivamente o nível funcional do paciente. Uso de Ventilação não-invasiva pós extubação (Protocolo específico): Facilitadora: retirada precoce da VM em pacientes com DPOC, mesmo naqueles que falharam no 1º TRE, desde que sob adequada condição clínica; Preventiva: imediatamente após a extubação, em pacientes selecionados como de maior risco, especialmente nos hipercápnicos; Curativa: evitar o uso após nova falência respiratória se apresentar até 48 h pós extubação, com o intuito de não retardar a reintubação, exceto em pacientes que desenvolvem falência respiratória no pós-operatório Retomar testes de TRE diários de acordo com tipo de desmame: Desmame difícil: TRE diário, desde que esteja elegível para progressão do desmame e a causa da falha anterior tenha sido resolvida. Caso não haja sinais de intolerância, prosseguir com fluxo para extubação. Caso não passe na 3ª tentativa de TRE, ou se ultrapassar os 7 dias após o 1º, considerar desmame prolongado. CRITÉRIO DE INCLUSÃO: - Pacientes em Ventilação Mecânica Invasiva que preencham os critérios indicativos de desmame: • Evento agudo que motivou a VM revertido ou controlado; • PaO2 ≥ 60mmHg, FiO2 ≤ 0,4 e PEEP ≤ 5 a 8cmH2O; • Estabilidade hemodinâmica (doses baixas de vasopressores, 5 mg/kg) • Capacidade de iniciar o esforço inspiratório; • Tosse eficaz; • Balanço hídrico zerado ou negativado nas últimas 24hs • Equilíbrio ácido-básico e eletrolítico normais; • Sem intervenção cirúrgica próxima. CRITÉRIO DE EXCLUSÃO: - Pacientes que se enquadrem nos seguintes critérios: Diminuição da função diafragmática; Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 6/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO Presença de comorbidades (doenças cardíacas, respiratórias, neurológicas e psiquiátricas); Presença de delirium, depressão e ansiedade; Infecção / Estados inflamatórios persistentes. Desmame prolongado: No caso do paciente em desmame prolongado, quando a PS estiver em níveis de TRE, após meia hora de quadro estável, e com paciente já traqueostomizado, sem sinais de intolerância, realizar retiradas diárias e progressivas do suporte ventilatório associadas a oxigenoterapia conectada a peça T ou máscara transtraqueal / dispositivo que forneça oxigênio suplementar e permita a exalação de CO2. CRITÉRIO DE INCLUSÃO: Pacientes traqueostomizados em suporte ventilatório onde o fator primário que o levou a traqueostomia esteja solucionado. Ver com equipe médica a questão de protocolo de TQT CRITÉRIO DE EXCLUSÃO: Pacientes com quadro de: • Alterações clínicas significativas como fadiga, ansiedade, confusão; • Rebaixamento do nível de consciência; • Sudorese; • Agitação; • Dessaturação de O2; • Uso de musculatura acessória; • Hipotensão ou hipertensão; • Descompensação hemodinâmica; • Taquicardia ou bradicardia. Nos dias subsequentes aumentar o tempo de retirada para 2h, 4h e 6h, com intervalos de 4 horas entre as triagens. Retorno para modo confortável, preferencialmente espontâneo, evitando subassistência ou sobreassistência, já que ambas podem gerar lesão pulmonar, assincronias e atrasar ainda mais o desmame. Se após segunda retirada de 6 h paciente não apresentar sinais de intolerância, garantindo 2 horas de descanso entre as retiradas, mantê-lo sem suporte ventilatório. Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 7/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO Em caso de falha aguardar 24 h em modo ventilatório confortável para paciente, até resolução ou controle da causa de intolerância ao TRE e reiniciar processo de retirada. Passo a passo: Desmame difícil 1. Proceder assepsia das mãos; 2. Utilizar EPIs (máscaras e luvas descartáveis); 3. Busca ativa de pacientes em VM que preencha os critérios indicativos de desmame, avaliando a causa de falha no TRE anterior; 4. Mudança dos modos assisto-controlados para os modos espontâneos, sendo o modo PSV o eleito por excelência; 5. Iniciar modo PSV com PS suficiente para garantir um VC de 6ml/kg; 6. Realizar desmame gradualda PS em valores de 2 a 4cmH2O de duas a quatro vezes ao dia, tituladas conforme parâmetros clínicos até atingir de 5 a 8 cmH2O. Níveis esses compatíveis com teste de respiração espontânea com o paciente ainda conectado ao VM; 7. Previamente aos TREs o paciente deve ser submetido a terapia de higiene brônquica e aspiração de secreções traqueobrônquicas se necessário; 8. O tempo para realização do TRE deve permanecer entre 30 – 120 minutos; 9. Durante o TRE o paciente deve ser monitorado para sinais de insucesso: - FR > 24 rpm; SatO2 < 90%; FC > 140 bpm; PA sistólica > 180mmHg ou < 90mmHg; Sinais e sintomas de agitação, sudorese e alteração do nível de consciência. 10. Após TRE bem-sucedido iniciar avaliações pré-extubação (permeabilidade de vias aéreas e capacidade de proteção); 11. Orientar o paciente para procedimento de extubação; 12. Selecionar material adequado para oxigenoterapia e/ou VNI, mantendo a FiO2 mínima necessária para manter SaO2; 13. Posicionar o paciente; 14. Desinsuflar o cuff; 15. Remover a fixação do TOT; 16. Solicitar uma inspiração profunda e remover o TOT; 17. Se necessário, auxiliar a tosse e expectoração das secreções; 18. Instalar a oxigenoterapia e/ou VNI que for selecionada; Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 8/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 19. Prosseguir monitorizando sinais vitais e parâmetros ventilatórios nas horas seguintes; 20. Paciente que obteve insucesso de desmame (não passou no TRE) deve ser reconduzido a um suporte ventilatório que proporcione conforto e trocas gasosas adequadas por um período de 24h até um novo TRE. Portanto os horários de realização do TRE devem ser registrados em check-list. Passo a passo: Desmame prolongado 1. Proceder assepsia das mãos; 2. Utilizar EPIs (máscaras e luvas descartáveis); 3. Alterar modo ventilatório de A/C para modos espontâneos onde o modo PSV é o eleito por excelência; 4. Reduzir progressivamente a Pressão de suporte, tentando manter estratégia protetora pulmonar (protocolo específico), até valores compatíveis com TRE (de 5 a 8 cmH2O); 5. Após 30 min monitorizar a ventilação e oxigenação; 6. Titular FiO2 e avaliar o uso de suporte do O2 (ideal não ultrapassar 5l/m); 7. Eleger método mais adequado de suporte de O2 (máscara venturi, nebulização contínua); 8. Iniciar a respiração espontânea ainda em suporte ventilatório (Modo PSV) por 30 minutos; 9. Realizar desconexões do VM de 1 hora com triagem dupla, manhã e tarde, com intervalo de 4 horas entre elas. 10. No segundo dia aumentar para 1hora por período; 11. No terceiro dia iniciar a respiração espontânea por 2h dando intervalos de 4h de repouso; 12. No quarto dia iniciar a respiração espontânea por 4h dando intervalos de 4h de repouso 13. No quinto dia realizar duas retiradas de 6 h, com 2 horas de repouso entre elas; 14. No sexto dia iniciar a ventilação espontânea por 12 h, com repouso em modo confortável no período noturno; 15. No sétimo dia reiniciar a ventilação espontânea, sem suporte ventilatório initerruptamente; 16. Após 36h em respiração espontânea paciente deve ser avaliado para inclusão em protocolo de decanulação; (avalição Fonoaudiologia); Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 9/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 17. Durante repouso paciente deve permanecer em modo que oferte ventilação confortável. REFERÊNCIAS ANDRADE F.M.D, MESQUITA F.O.S, CORREIA JUNIOR M.A.V. Desmame da ventilação mecânica: qual deve ser o foco. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; DIAS C.M., MARTINS J.A., organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 4. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2013. p. 43-68. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v.2). BARBAS, C. S. V.; ÍSOLA, A. M. e FARIAS, A. M. C. (org.). DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA – Associação De Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), 2013. CHANG, A.T. et al. Reduced Inspiratory muscle endurance following successful weaning from prolonged mecjanical ventilation. Chest 2005; 128:553-8 ESTEBAN, A.; FERGUSON, N. D.; MEADO, M. O., et al. Evolution of mechanical ventilation in response to clinical research. Am J Respir Crit Care Med 2008; 177:170 – 177 FERRARI, F; A. I; OLINDA, F; FRANÇA, E; ANDRADE, F. M. D. Desmame difícil e prolongado da ventilação mecânica. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; GUIMARÃES, F. S. E MARTINS, J. A. Organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed; 2011. p. 111-160. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v.3). LAERTE Jr, P.; SOUZA, P. N. e SCHETTINO, G. Desmame da ventilação mecânica. IN: SCHETTINO, G et al. Paciente crítico: diagnóstico e tratamento. Hospital Sírio Libanês – 2. Ed. – Barueri, SP: Manole, 2012. RAMOS, F.F. et al. Desmame difícil e prolongado da ventilação mecânica. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; DIAS C.M., MARTINS J.A., organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2011. p. 43-68. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v.3. TALWAR, D. e DOGRA, V. Weaning from mechanical ventilation in cronic obstrutive pulmonary disease: Keys to sucess. J Assoc. Chest Physicians 2016; 4:43-9. TANIGUCHI, C. Atualidades no desmame da ventilação mecânica – Protocolos, índices preditivos e evidências. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; MARTINS, J. A.; REIS, L. F. F.; ANDRADE, F. M. D, organizadores. PROFISIO Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 10/10 Título do Documento FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Emissão: 26/09/2022 Próxima revisão: 26/09/2024 Versão: 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2017. P. 45-81. (Sistema de Educação Continuada a Distância, V. 2). 6. HISTÓRICO DE REVISÃO VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO 1 15/08/2019 Elaboração do Protocolo 2 05/09/2022 Revisão e Adequação a Norma de Controle de Documentos Elaboração: Bruna Nóbrega E. S. Laursen- Fisioterapeuta Terapia Intensiva Heloisa Helena M. T. de Almeida Função: Fisioterapeuta Terapia Intensiva Rafaella Maria Mendonça da C. Moura Função: Fisioterapeuta Maria Augusta de Moura Função: Fisioterapeuta Data: 05/09/2022 Validação: Andréia Oliveira Barros Sousa- Chefe do Setor de vigilância em Saúde e Segurança do Paciente Data: 26/09/2022 Aprovação João Virgínio de Moura- Chefe da Unidade de Reabilitação Data: 06/09/2022 Análise: Claudileide Pereira dos Santos- Assistente administrativo do SVSSP Data: 20/09/2022
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