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Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 1/10 
Título do 
Documento 
FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E 
PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
Emissão: 
26/09/2022 
Próxima 
revisão: 
26/09/2024 Versão: 2 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 
 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A ventilação mecânica invasiva (VMI) é um recurso terapêutico comum em terapia 
intensiva, em especial naqueles pacientes que desenvolvem quadros de insuficiência respiratória 
aguda (IRpA). No entanto, tem seus riscos e deve ser suspensa assim que o paciente apresentar 
condições de ventilar espontaneamente de modo eficiente (TANIGUCHI, 2017). 
O desmame pode ser definido como o processo de retirada gradual ou súbita do 
suporte ventilatório em pacientes críticos e representa um dos mais importantes desafios em 
unidades de terapia intensiva (UTIs) (ESTEBAN, FERGUSON, MEADO et al, 2008). 
Ele inicia com o reconhecimento da resolução total ou parcial do evento que levou 
à necessidade da ventilação mecânica invasiva, e envolve avaliação criteriosa e diária, para 
determinação exata do melhor momento para prosseguir com as etapas envolvidas no processo: 
realização do Teste de Respiração Espontânea (TRE), avaliação de preditores de sucesso, testes para 
permeabilidade das vias aéreas e, finalmente, a extubação (TALLO et al, 2012; LAERTE Jr, SOUZA e 
SCHETTINO, 2012). 
Segundo Andrade, Mesquita e Correia Jr.(2013), deve-se atentar para os conceitos 
que norteadores para tomadas de decisão: 
 Extubação: retirada do tubo orotraqueal (TOT) nos pacientes que toleram o desmame. 
 Sucesso no desmame: paciente que tem sucesso no TRE, ainda conectado ao ventilador. 
 Sucesso na extubação: paciente que tem a prótese endolaríngea retirada (extubação) 
após passar no TRE e não é reintubado nas próximas 48 horas. 
OBS: No caso dos tarqueostomizados, equivalerá ao sucesso na extubação o paciente que tolerou 
desconexão do ventilador após passar no TRE e não precisou voltar a ser reconectado ao ventilador 
nas próximas 48 horas. 
Apesar da maioria dos pacientes ser liberada da ventilação mecânica facilmente, 
cerca de 30% deles falham na primeira tentativa (LAERTE Jr, SOUZA e SCHETTINO, 2012), podendo 
ser muito maior em UTIs cujo perfil é predominantemente de pacientes com idade avançada e com 
muitas comorbidades associadas. 
Objetivando identificar pacientes de alto risco para falha de desmame, foi proposta 
uma nova classificação do desmame de acordo com sua dificuldade de liberação (PEÑUELAS, THILLE 
e ESTEBAN, 2015). Na classificação atual têm-se: 
 Desmame Simples: a extubação é bem-sucedida após o primeiro TRE 
 Desmame difícil: pacientes que falham no 1º TRE e necessitam de até 3 testes de 
respiração espontânea, ou até sete dias após o primeiro para uma extubação com sucesso; 
 
 
 
Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 2/10 
Título do 
Documento 
FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E 
PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
Emissão: 
26/09/2022 
Próxima 
revisão: 
26/09/2024 Versão: 2 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 
 Desmame prolongado: pacientes que requerem mais de 3 TREs ou mais de 7 dias após 
a falha no 1º TRE. 
Entre os pacientes que falham na primeira tentativa, alguns possuem a 
necessidade de permanência na VM por período prolongado devido a presença de doenças crônicas 
com associação de complicações clínicas e funcionais, dificultando e/ou retardando o desmame. 
Assim, define-se Ventilação Mecânica Prolongada (VMP) como a necessidade de ventilação 
mecânica (VM) por um período maior ou igual a 21 dias consecutivos por mais de 6 h diárias 
(BARBAS, ÍSOLA e FARIAS, 2013). 
O sucesso do desmame na VMP é definido como independência do ventilador 
mecânico por 7 dias consecutivos, por mais de 6 h por dia (RAMOS et al, 2011). 
A identificação da causa da falha no desmame é primordial para evitar o 
prolongamento da VM. Entre as principais causas, tem-se o desequilíbrio entre a demanda 
respiratória e a capacidade neuromuscular e ventilatória. Esse desequilíbrio tem origem 
multifatorial, mas os fatores funcionais, clínicos, metabólicos e psicológicos são os principais 
mecanismos determinantes da dependência ventilatória (FERRARI et. al, 2011). 
Volpe (2015), destaca que a diminuição da força e resistência muscular é, com 
frequência, decorrente da redução da complacência pulmonar e/ou do aumento da resistência do 
sistema respiratório, enquanto a bomba muscular inspiratória pode apresentar capacidade reduzida 
em função de alterações no sistema nervoso central, na junção neuromuscular ou nos componentes 
contráteis da própria musculatura. 
Nesses casos, a fisioterapia tem o papel de estabelecer o diagnóstico funcional 
relacionado a falha do desmame, e a partir dele direcionar o recurso e/ou terapia adequados para 
resolução ou controle da causa de falha no processo. 
Ramos et al (2011) sugerem algumas estratégias para progredir o desmame difícil 
da VM: TREs diários; ventilação não-invasiva (VNI); desmame gradual da pressão de suporte; testes 
progressivos da respiração espontânea em tubo T; traqueostomia; mobilização e treinamento dos 
músculos respiratórios e periféricos. 
O treinamento muscular inspiratório (TMI) em pacientes selecionados de UTI além 
de melhorar a pressão inspiratória máxima (Pimáx), a qual representa a força muscular inspiratória, 
também facilita o desmame, com potencial redução na duração da ventilação não-invasiva após a 
extubação (ELKINS e DENTICE, 2015). 
Chang et al (2005) abordam não só a diminuição da força, mas também da resistência 
à fadiga. Eles definem como Índice de resistência à fadiga (IRF) a força muscular final, após uma 
tarefa fadigante, dividida pela força muscular inicial, ambas medidas pela manovacuometria. 
Peñuelas, Thille e Esteban (2015) citam que o desenvolvimento de protocolos para 
prevenção da fraqueza muscular adquirida na UTI (FMA-UTI), combinados com a interrupção diária 
 
 
 
Tipo do Documento PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP.UR.010 – Página 3/10 
Título do 
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FISIOTERAPIA NO DESMAME DIFÍCIL E 
PROLONGADO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
Emissão: 
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 
da sedação e TRE, poderiam resultar em um menor tempo de ventilação mecânica. Há evidências 
de que a mobilização quando iniciada 1 ou 2 dias após o início da VM, é viável, bem tolerada, e 
benéfica, incluindo melhor capacidade de exercício, estado funcional na alta hospitalar, diminuição 
da VM e menor tempo de permanência na UTI. 
O tempo para iniciar a liberação do paciente do ventilador é crucial para os pacientes 
com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Se por um lado o desmame muito precoce pode 
gerar insuficiência respiratória pós extubação, por outro seu atraso pode levar à fraqueza muscular. 
Nesse contexto, a VNI vem sendo bem indicada para facilitar o desmame desses pacientes (TALWAR 
e DOGRA, 2017). 
Segundo Barbas et al (2013) a VNI pode ser utilizada não só como facilitadora do 
desmame precoce, mas também como preventiva em pacientes com fatores de risco para falha na 
extubação e alertam para o uso como estratégia de resgate apenas em pacientes cirúrgicos que 
desenvolveram IRpA no pós-operatório. Para os autores, falhas repetidas no TRE a partir do 10º 
dia de VMI já seriam indicativos para realização de traqueostomia. Nesse estágio, a otimização dos 
protocolos de 
Treinamento muscular ventilatório e mobilização precoce são essenciais. 
2. OBJETIVOS 
Padronizar o procedimento de desmame difícil e prolongado da ventilação mecânica 
3. ABRANGÊNCIA 
Esse protocolo é aplicável aos setores com pacientes adultos, ventilados 
mecanicamente, que não estejam com ventilação artificial definitiva estabelecida. 
4. MATERIAL 
Específicos para cada caso. 
5. DESCRIÇÃODOS PROCEDIMENTOS 
Classificação do desmame em difícil ou prolongado 
 Verificar quantos testes de respiração espontânea foram realizados após o 1º teste, 
bem como quantos dias decorreram desde o primeiro; 
 
Definição da causa de falha no último TRE: 
 Reavaliar a doença de base, o estado nutricional, o balanço hídrico, distúrbio 
eletrolítico, endócrino, e demais cuidados específicos integrados a conduta fisioterapêutica. 
 Averiguar junto a equipe a existência das principais causas de falha relacionadas a 
retirada da VM, a saber: 
 
 
 
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 Idade ≥ a 65 anos; 
 Redução na função diafragmática; 
 Presença de comorbidades; 
 Presença de delirium, depressão, ansiedade; 
 Infecção / estados inflamatórios persistentes; 
 Doenças cardíacas, respiratórias, neurológicas e psiquiátricas NÃO compensadas. 
 Estágios de imunossupressão 
 
Elaboração do laudo Funcional: alterações na complacência, resistência e/ou 
reserva funcional; 
Adoção de estratégias para facilitar a retirada da ventilação mecânica : 
Redução gradual da pressão de suporte (PS): 
A redução progressiva e gradual da PSV (2 a 4 cmH2O) com manutenção de padrão 
ventilatório confortável com Vt > 5mL/kg, frequência respiratória (FR) < 24rpm (índice de respiração 
rápida e superficial - IRRS <105) ou até um valor de 7cmH2O (suficiente para vencer a resistência do 
circuito do ventilador e da via aérea artificial) sustentados por mais de duas horas, o que representa 
uma situação de autonomia ventilatória (RAMOS et al, 2011). 
Realizar a medida da Pi máxima (protocolo específico): 
Mensurar a Pimáx inicial e aplicar 30% do valor encontrado no dispositivo com limiar 
de pressão. O paciente deve utilizar o dispositivo por 2 min. Ao final, recalcular a Pimáx final para 
obtenção do IRF (Pimáx final / Pimáx inicial). Valores inferiores a 0,8 sugerem baixa resistência 
muscular (CHANG et al, 2005). 
Treinamento Muscular Inspiratório (Protocolo específico): 
Utilizar aparelho de carga linear. Sugere-se iniciar o TMI em pacientes que falharam 
no primeiro TRE e na avaliação de força muscular inspiratória não tenham atingido a meta, ou 
seja: Pi máx < - 30 cmH20 com IRF > 1,0. 
Treinamento de força: Aplicar 30 a 50% de Pimáx por quatro séries de 10 
ventilações, (2 x ao dia), com intervalo de 2 min – Elevação de 10% da carga a cada 
três dias conforme reavaliação da Pimáx. 
Treinamento de Endurance: Aplicar 20% da Pimáx 10 min (2 x ao dia) – Elevação de 
10% da Pimáx a cada semana). 
OBS: Interromper os treinos se: FC > 130 bpm ou elevação > 20 % inicial; SpO2 < 90%; FR 
 
 
 
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>35 rpm; PAM < 60 mmHg ou > 100 mmHg (CHANG et al, 2005). 
Mobilização precoce (Protocolo específico): 
Iniciar nas primeiras 72 h de VMI desde que atendidos critérios de segurança, 
evoluindo progressivamente o nível funcional do paciente. 
Uso de Ventilação não-invasiva pós extubação (Protocolo específico): 
 Facilitadora: retirada precoce da VM em pacientes com DPOC, mesmo 
naqueles que falharam no 1º TRE, desde que sob adequada condição clínica; 
 Preventiva: imediatamente após a extubação, em pacientes selecionados 
como de maior risco, especialmente nos hipercápnicos; 
 Curativa: evitar o uso após nova falência respiratória se apresentar até 48 h pós 
extubação, com o intuito de não retardar a reintubação, exceto em pacientes que 
desenvolvem falência respiratória no pós-operatório 
Retomar testes de TRE diários de acordo com tipo de desmame: 
Desmame difícil: TRE diário, desde que esteja elegível para progressão do desmame 
e a causa da falha anterior tenha sido resolvida. Caso não haja sinais de intolerância, 
prosseguir com fluxo para extubação. Caso não passe na 3ª tentativa de TRE, ou se 
ultrapassar os 7 dias após o 1º, considerar desmame prolongado. 
CRITÉRIO DE INCLUSÃO: 
- Pacientes em Ventilação Mecânica Invasiva que preencham os critérios indicativos 
de desmame: 
• Evento agudo que motivou a VM revertido ou controlado; 
• PaO2 ≥ 60mmHg, FiO2 ≤ 0,4 e PEEP ≤ 5 a 8cmH2O; 
• Estabilidade hemodinâmica (doses baixas de vasopressores, 5 mg/kg) 
• Capacidade de iniciar o esforço inspiratório; 
• Tosse eficaz; 
• Balanço hídrico zerado ou negativado nas últimas 24hs 
• Equilíbrio ácido-básico e eletrolítico normais; 
• Sem intervenção cirúrgica próxima. 
CRITÉRIO DE EXCLUSÃO: 
- Pacientes que se enquadrem nos seguintes critérios: 
 Diminuição da função diafragmática; 
 
 
 
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 Presença de comorbidades (doenças cardíacas, respiratórias, neurológicas e 
psiquiátricas); 
 Presença de delirium, depressão e ansiedade; 
 Infecção / Estados inflamatórios persistentes. 
Desmame prolongado: 
No caso do paciente em desmame prolongado, quando a PS estiver em níveis de TRE, 
após meia hora de quadro estável, e com paciente já traqueostomizado, sem sinais de intolerância, 
realizar retiradas diárias e progressivas do suporte ventilatório associadas a oxigenoterapia 
conectada a peça T ou máscara transtraqueal / dispositivo que forneça oxigênio suplementar e 
permita a exalação de CO2. 
CRITÉRIO DE INCLUSÃO: 
Pacientes traqueostomizados em suporte ventilatório onde o fator primário que 
o levou a traqueostomia esteja solucionado. Ver com equipe médica a questão de protocolo de 
TQT 
CRITÉRIO DE EXCLUSÃO: 
Pacientes com quadro de: 
• Alterações clínicas significativas como fadiga, ansiedade, confusão; 
• Rebaixamento do nível de consciência; 
• Sudorese; 
• Agitação; 
• Dessaturação de O2; 
• Uso de musculatura acessória; 
• Hipotensão ou hipertensão; 
• Descompensação hemodinâmica; 
• Taquicardia ou bradicardia. 
 
Nos dias subsequentes aumentar o tempo de retirada para 2h, 4h e 6h, com 
intervalos de 4 horas entre as triagens. Retorno para modo confortável, preferencialmente 
espontâneo, evitando subassistência ou sobreassistência, já que ambas podem gerar lesão 
pulmonar, assincronias e atrasar ainda mais o desmame. 
Se após segunda retirada de 6 h paciente não apresentar sinais de intolerância, 
garantindo 2 horas de descanso entre as retiradas, mantê-lo sem suporte ventilatório. 
 
 
 
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Em caso de falha aguardar 24 h em modo ventilatório confortável para paciente, até 
resolução ou controle da causa de intolerância ao TRE e reiniciar processo de retirada. 
Passo a passo: Desmame difícil 
1. Proceder assepsia das mãos; 
2. Utilizar EPIs (máscaras e luvas descartáveis); 
3. Busca ativa de pacientes em VM que preencha os critérios indicativos de desmame, 
avaliando a causa de falha no TRE anterior; 
4. Mudança dos modos assisto-controlados para os modos espontâneos, sendo o 
modo PSV o eleito por excelência; 
5. Iniciar modo PSV com PS suficiente para garantir um VC de 6ml/kg; 
6. Realizar desmame gradualda PS em valores de 2 a 4cmH2O de duas a quatro vezes 
ao dia, tituladas conforme parâmetros clínicos até atingir de 5 a 8 cmH2O. Níveis esses 
compatíveis com teste de respiração espontânea com o paciente ainda conectado ao 
VM; 
7. Previamente aos TREs o paciente deve ser submetido a terapia de higiene brônquica 
e aspiração de secreções traqueobrônquicas se necessário; 
8. O tempo para realização do TRE deve permanecer entre 30 – 120 minutos; 
9. Durante o TRE o paciente deve ser monitorado para sinais de insucesso: 
- FR > 24 rpm; SatO2 < 90%; FC > 140 bpm; PA sistólica > 180mmHg ou < 90mmHg; 
Sinais e sintomas de agitação, sudorese e alteração do nível de consciência. 
10. Após TRE bem-sucedido iniciar avaliações pré-extubação (permeabilidade de 
vias aéreas e capacidade de proteção); 
11. Orientar o paciente para procedimento de extubação; 
12. Selecionar material adequado para oxigenoterapia e/ou VNI, mantendo a 
FiO2 mínima necessária para manter SaO2; 
13. Posicionar o paciente; 
14. Desinsuflar o cuff; 
15. Remover a fixação do TOT; 
16. Solicitar uma inspiração profunda e remover o TOT; 
17. Se necessário, auxiliar a tosse e expectoração das secreções; 
18. Instalar a oxigenoterapia e/ou VNI que for selecionada; 
 
 
 
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19. Prosseguir monitorizando sinais vitais e parâmetros ventilatórios nas horas seguintes; 
20. Paciente que obteve insucesso de desmame (não passou no TRE) deve ser reconduzido 
a um suporte ventilatório que proporcione conforto e trocas gasosas adequadas por um 
período de 24h até um novo TRE. Portanto os horários de realização do TRE devem ser 
registrados em check-list. 
Passo a passo: Desmame prolongado 
1. Proceder assepsia das mãos; 
2. Utilizar EPIs (máscaras e luvas descartáveis); 
3. Alterar modo ventilatório de A/C para modos espontâneos onde o modo PSV é 
o eleito por excelência; 
4. Reduzir progressivamente a Pressão de suporte, tentando manter estratégia 
protetora pulmonar (protocolo específico), até valores compatíveis com TRE (de 5 a 8 
cmH2O); 
5. Após 30 min monitorizar a ventilação e oxigenação; 
6. Titular FiO2 e avaliar o uso de suporte do O2 (ideal não ultrapassar 5l/m); 
7. Eleger método mais adequado de suporte de O2 (máscara venturi, nebulização 
contínua); 
8. Iniciar a respiração espontânea ainda em suporte ventilatório (Modo PSV) por 30 
minutos; 
9. Realizar desconexões do VM de 1 hora com triagem dupla, manhã e tarde, com 
intervalo de 4 horas entre elas. 
10. No segundo dia aumentar para 1hora por período; 
11. No terceiro dia iniciar a respiração espontânea por 2h dando intervalos de 4h de 
repouso; 
12. No quarto dia iniciar a respiração espontânea por 4h dando intervalos de 4h de 
repouso 
13. No quinto dia realizar duas retiradas de 6 h, com 2 horas de repouso entre elas; 
14. No sexto dia iniciar a ventilação espontânea por 12 h, com repouso em modo 
confortável no período noturno; 
15. No sétimo dia reiniciar a ventilação espontânea, sem suporte ventilatório 
initerruptamente; 
16. Após 36h em respiração espontânea paciente deve ser avaliado para inclusão em 
protocolo de decanulação; (avalição Fonoaudiologia); 
 
 
 
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17. Durante repouso paciente deve permanecer em modo que oferte ventilação 
confortável. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 ANDRADE F.M.D, MESQUITA F.O.S, CORREIA JUNIOR M.A.V. Desmame da ventilação 
mecânica: qual deve ser o foco. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e 
Fisioterapia em Terapia Intensiva; DIAS C.M., MARTINS J.A., organizadores. PROFISIO Programa de 
Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 4. Porto Alegre: 
Artmed/Panamericana; 2013. p. 43-68. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v.2). 
 BARBAS, C. S. V.; ÍSOLA, A. M. e FARIAS, A. M. C. (org.). DIRETRIZES BRASILEIRAS DE 
VENTILAÇÃO MECÂNICA – Associação De Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e Sociedade Brasileira 
de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), 2013. 
 CHANG, A.T. et al. Reduced Inspiratory muscle endurance following successful weaning from 
prolonged mecjanical ventilation. Chest 2005; 128:553-8 
 ESTEBAN, A.; FERGUSON, N. D.; MEADO, M. O., et al. Evolution of mechanical ventilation in 
response to clinical research. Am J Respir Crit Care Med 2008; 177:170 – 177 
 FERRARI, F; A. I; OLINDA, F; FRANÇA, E; ANDRADE, F. M. D. Desmame difícil e prolongado da 
ventilação mecânica. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em 
Terapia Intensiva; GUIMARÃES, F. S. E MARTINS, J. A. Organizadores. PROFISIO Programa de 
Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed; 2011. p. 
111-160. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v.3). 
 LAERTE Jr, P.; SOUZA, P. N. e SCHETTINO, G. Desmame da ventilação mecânica. IN: SCHETTINO, 
G et al. Paciente crítico: diagnóstico e tratamento. Hospital Sírio Libanês – 2. Ed. – Barueri, SP: 
Manole, 2012. 
 RAMOS, F.F. et al. Desmame difícil e prolongado da ventilação mecânica. In: Associação 
Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; DIAS C.M., 
MARTINS J.A., organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia 
Intensiva Adulto: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2011. p. 43-68. (Sistema de Educação 
em Saúde Continuada a Distância, v.3. 
 TALWAR, D. e DOGRA, V. Weaning from mechanical ventilation in cronic obstrutive pulmonary 
disease: Keys to sucess. J Assoc. Chest Physicians 2016; 4:43-9. 
 TANIGUCHI, C. Atualidades no desmame da ventilação mecânica – Protocolos, índices 
preditivos e evidências. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia 
em Terapia Intensiva; MARTINS, J. A.; REIS, L. F. F.; ANDRADE, F. M. D, organizadores. PROFISIO 
 
 
 
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO 
Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed 
Panamericana; 2017. P. 45-81. (Sistema de Educação Continuada a Distância, V. 2). 
 
6. HISTÓRICO DE REVISÃO 
 
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO 
1 15/08/2019 Elaboração do Protocolo 
2 05/09/2022 Revisão e Adequação a Norma de Controle de Documentos 
 
 
Elaboração: 
Bruna Nóbrega E. S. Laursen- 
Fisioterapeuta Terapia Intensiva 
Heloisa Helena M. T. de Almeida 
Função: Fisioterapeuta Terapia Intensiva 
Rafaella Maria Mendonça da C. Moura 
Função: Fisioterapeuta 
Maria Augusta de Moura 
Função: Fisioterapeuta 
Data: 05/09/2022 
Validação: 
Andréia Oliveira Barros Sousa- Chefe do Setor de vigilância em 
Saúde e Segurança do Paciente 
Data: 26/09/2022 
Aprovação 
João Virgínio de Moura- Chefe da Unidade de Reabilitação 
Data: 06/09/2022 
Análise: 
Claudileide Pereira dos Santos- Assistente administrativo do 
SVSSP 
Data: 20/09/2022

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