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Volume 1 Instituto Cidade de Deus Alfabetização 1 – Volume 1 Editora Cidade de Deus Todos os direitos reservados. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica ou mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem permissão expressa do Instituto Cidade de Deus. FICHA CATALOGRÁFICA Instituto Cidade Deus Coleção Hypomoné: Alfabetização I / Instituto Cidade de Deus – São Carlos: Editora Cidade de Deus, 2020. 1. Material Didático 2. Religião Católica 3. Educação Católica I. Instituto Cidade de Deus II. Título III. Coleção. CDD – 200.71 1 Sobre a capa SÃO FRANCISCO DE SALES, BISPO E DOUTOR DA IGREJA (24 de janeiro) Nasceu na Sabóia, em 1567. Ordenado sacerdote, trabalhou muito pela restauração da fé católica em sua pátria. Eleito bispo de Genebra, mostrou-se um verdadeiro pastor de seu clero e de seus fiéis, instruindo-os com seus escritos e obras, tornando-se modelo para todos. Morreu em Lião, dia 28 de dezembro de 1622, mas foi sepultado definitivamente em Annecy, no dia 24 de janeiro do ano seguinte. São Francisco de Sales, rogai por nós! 2 3 Sumário Estudo Sagrado ............................................................................................................................ 15 Doutrina Sagrada ................................................................................................................. 19 Amizade com Deus .............................................................................................................. 22 A vida de Jesus .................................................................................................................... 26 Alfabetização 1 ............................................................................................................................. 31 Introdução ...................................................................................................................................... 33 Importância do silêncio no aprendizado. ............................................................................. 33 Metodologia do material ............................................................................................................... 34 2 - Leitura em voz alta: ........................................................................................................ 35 3 - Contemplação do belo: ................................................................................................... 35 4 - Exercícios de memorização: ........................................................................................... 36 5 - Atividades de consciência fonológica e consciência fonêmica: ..................................... 36 6 - Atividades de Matemática .............................................................................................. 36 Sugestão de Aplicação .................................................................................................................. 38 Semana 1 ....................................................................................................................................... 41 Atividade 1- Escrita - Chamei-te pelo nome! ...................................................................... 43 Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras ................................................. 47 Atividade 4: Memorização – Salmo 23 ............................................................................... 48 Semana 2 ....................................................................................................................................... 52 Atividade 1 – Escrita ............................................................................................................ 52 Atividade 2- Recontagem de história ................................................................................... 54 Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras ................................................. 56 Atividade 4 - Memorização ................................................................................................. 57 Atividade 5: Apreciação musical ......................................................................................... 58 Atividade 06 – Matemática – Sagrada Família .................................................................... 60 Atividade 07 – Matemática – Sequenciamento ................................................................... 60 Semana 3 ....................................................................................................................................... 61 O aprendizado das letras ...................................................................................................... 61 O ensino das letras e um exercício de abstração .................................................................. 61 Apresentando os fonemas – “sons” das letras ..................................................................... 62 Atividade 1 - Escrita - Letra A ............................................................................................. 63 4 Atividade 2- Recontagem de história .................................................................................. 66 Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras ................................................. 68 Atividade 4 - Consciência fonêmica: mesmo fonema inicial – Fonema /a/ ........................ 69 Atividade 5 – Memorização ................................................................................................ 72 Atividade 6: Apreciação de imagem: Ícone de São José ..................................................... 73 Atividade 07 – Matemática - Números e quantidades ......................................................... 76 Semana 4 ....................................................................................................................................... 77 Atividade 1 - Escrita - Letra B ............................................................................................. 77 Atividade 2- Recontagem de história .................................................................................. 79 Atividade 3 - Consciência fonológica: as rimas .................................................................. 83 Atividade 4 - Consciência fonêmica: fonema /ê/ ................................................................. 84 Atividade 5 - Consciência fonêmica: fonema /é/ ................................................................. 86 Atividade 6 - Consciência fonêmica: mesmo fonema inicial .............................................. 88 Atividade 7 – Memorização ................................................................................................ 89 Atividade 8: Representação do Evangelho ......................................................................... 90 Atividade 09 – Matemática.................................................................................................. 92 5 Apresentação do Instituto Quem somos O Instituto Cidade de Deus é formado por um grupo de professores católicos que deseja educar crianças e jovens para a santidade e sabedoria. Ao longo de nossa atividade docente, percebemos que existe um projeto global de destruição das famílias, da inteligência e da verdade, que transforma nossos estudantes em materialistas e ateus usando a educação para este fim. Por isso, resolvemos nos dedicar exclusivamente à elaboração de umprograma educacional tradicional, o qual servirá de base para pais e mestres formarem seus educandos na verdadeira sabedoria. Preparamos um material que abrange as idades de 4 a 14 anos, distribuído em dez volumes por etapa. Seguimos o padrão curricular brasileiro, contudo, usamos um referencial teórico totalmente fundamentado na Sagrada Escritura, na piedade, na Tradição Católica, no autêntico Magistério, nos escritos dos Santos e intelectuais católicos. Nosso objetivo Nosso objetivo é, através da educação, levá-los a conhecer intimamente a Deus, a amá-Lo acima de tudo e de todos e a desejar viver com Ele por toda a eternidade, o que se reflete fundamentalmente nas fortes palavras de Monsenhor Gaume: “Fazer o ensino cristão eis o intento da luta; eis a empresa que é preciso tentar, e que é preciso realizar. Isto quer dizer: É preciso que o cristianismo substitua o paganismo na educação. É preciso reatar o fio do ensino católico, manifesta, sacrílega e infelizmente quebrado na Europa (e no mundo inteiro). É preciso pôr ao pé do berço das gerações nascentes a fonte pura da verdade, em vez das cisternas impuras do erro; o espiritualismo em vez do sensualismo; a ordem em vez da desordem; a vida em vez da morte. É preciso introduzir novamente o princípio católico nas ciências, nas letras, nas artes, nos costumes, nas instituições, para curá-las das vergonhosas moléstias que as devoram e para as subtrair à dura escravidão em que gemem. É preciso salvar assim a sociedade, se ela ainda pode ser salva, ou ao menos impedir que não pereça toda a carne no cataclismo que nos ameaça. É preciso ajudar assim os desígnios manifestos da Providência, já temperando, como o aço, aqueles que devem suportar o embate da luta, para que avancemos rapidamente; já conservando à religião um pequeno número de fiéis destinados a serem o gérmen d'um reino glorioso de paz e justiça”. (Monsenhor Gaume, “Paganismo na Educação”, 1886, p. 12-13, editado) Somos inspirados pela encíclica Divini Illius Magistri, de Pio XI, na qual o Sumo Pontífice exorta os católicos a educarem seus filhos para o fim último, o Céu. Para isso, a Religião deve ser o “fundamento e a coroa de toda a instrução”, de modo que “não só em determinadas horas se ensine aos jovens a religião, mas que toda a restante formação respire a fragrância da piedade cristã”. Estas frases do saudoso Papa Pio XI fazem parte da essência daquilo que Deus espera da educação. 6 É cada vez maior o número de pessoas conscientes, que compreendem o modelo atual de educação como um modelo que levará o mundo ao mais profundo abismo. Entre tantas mentiras que as ideologias implantaram na educação, a maior delas foi desassociar o conhecimento de Deus do entendimento e da sabedoria. Não é possível ser verdadeiramente sábio e entendido sem conhecer a Deus. “A sociedade está enferma, muito enferma. Sintomas cada vez mais assustadores não nos deixam duvidar da gravidade do mal (...). É, pois, preciso um remédio enérgico. O ponto capital não é fazer o ensino livre, é fazê-lo cristão. De outro modo a liberdade só servirá para abrir novas fontes envenenadas onde a mocidade virá beber a morte”. (Mons. Gaume, p. 12) Por que fazer o ensino cristão? “[Porque] Não se pode dar verdadeira educação sem que esta seja ordenada para o fim último, assim na ordem atual da Providência, isto é, depois que Deus se nos revelou no Seu Filho Unigênito que é o único ‘caminho, verdade e vida’, não pode dar-se educação adequada e perfeita senão a cristã”. (Pio XI) A solução para a educação não está nas ideologias vigentes, no “clássico” ou no “conservadorismo”, pois não existe verdadeiro conservadorismo se não for católico. A solução somente se encontra na educação católica conservadora. Muitos se digladiam com questionamentos sobre os melhores métodos e o mais adequado modelo educacional, ficam demasiadamente preocupados com essa ou aquela divisão do saber, enquanto a Religião permanece em segundo plano. Ao orientarmos todos os nossos estudos, todo nosso empenho e tudo que temos para conhecer a Deus, nosso desejo de saber será saciado. “Se somente Deus for visto, Ele, que é a fonte e o princípio de todo o ser e de toda a verdade, preencherá o desejo natural de saber, a tal ponto que nada mais se buscará; e assim se há de ser bem-aventurado”. (Santo Tomás de Aquino) Nosso material foi feito para reatar o fio do ensino católico rompido desde o Renascimento. Ao mesmo tempo, nossa intenção foi presentear a Mãe de Deus com um material verdadeiramente católico e piedoso em vista do advento do Reino de Maria, profetizado por São Luís Grignion de Monfort. Não será nada fácil o longo caminho que percorreremos juntos, mas Deus nunca prometeu facilidades e sim a graça necessária para passarmos pelas dificuldades. Você não está sozinho. Deus está com você, Maria Santíssima está com você, seu Anjo da Guarda e os seus Santos de devoção estão com você! Dedicamos todas as nossas forças para elaborar um material que leve os educandos à plena configuração a Cristo, à santidade, ao Céu! Quando São João Maria Vianney estava indo para Ars, a cidade onde seria pároco, encontrou um menino e disse-lhe: Mostre-me o caminho para Ars e eu te mostrarei o caminho para o paraíso! Esta é a nossa meta: mostrar-lhes o caminho para o paraíso! 7 Aos mestres Senhores Mestres, É de suma importância compreender a essência, a importância da Educação cristã para educar seus filhos. De acordo com o Papa Pio XI, em sua Carta encíclica Divini Illius Magistri (acerca da educação cristã da juventude), “Consistindo a educação essencialmente na formação do homem como ele deve ser e portar-se, nesta vida terrena, em ordem a alcançar o fim sublime para que foi criado, é claro que, assim como não se pode dar verdadeira educação sem que esta seja ordenada para o fim último, assim na ordem atual da Providência, isto é, depois que Deus se nos revelou no Seu Filho Unigênito que é o único - caminho, verdade e vida, - não pode dar-se educação adequada e perfeita senão a cristã. Daqui ressalta, com evidência, a importância suprema da educação cristã, não só para cada um dos indivíduos, mas também para as famílias e para toda a sociedade humana, visto que a perfeição desta resulta necessariamente da perfeição dos elementos que a compõem. Mas não há palavras que nos revelem tão bem a grandeza, a beleza, a excelência sobrenatural da obra da educação cristã, como a sublime expressão de amor com a qual Nosso Senhor Jesus Cristo, identificando-se com os meninos, declara: ‘Todo aquele que receber em meu nome um destes pequeninos, a mim recebe’ ”. Continua: “O fim próprio e imediato da educação cristã é cooperar com a graça divina na formação do verdadeiro e perfeito cristão (...)a fim que também a vida de Jesus se manifeste na vossa carne mortal”. Cabe aos pais saber, segundo o sagrado Magistério da Santa Mãe Igreja Católica, que a família é uma comunidade privilegiada, chamada a realizar a comunhão das almas, o comum acordo dos esposos e a diligente cooperação na educação dos filhos: “Os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos. Testemunham esta responsabilidade primeiro pela criação de um lar onde são regra a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado. O lar é um lugar apropriado para a educação das virtudes, a qual requer a aprendizagem da renúncia, de sãos critérios, do autodomínio, condições da verdadeira liberdade. Os pais têm a grave responsabilidade de dar bons exemplos aos filhos. Sabendo reconhecer diante deles os próprios defeitos, serão mais capazes de os guiar e corrigir.” (CIC, 2223) 8 Aos estudantes Caríssimos alunos, É um prazer imenso para todos nós, do Instituto Cidade de Deus, poder contribuir, junto com os seus pais, para a sua formação.Lembre-se que estudar é algo que agrada muito a Deus, quando feito com o objetivo certo. Para que estudar? Quem irá responder é Santo Agostinho: “Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade.” Para que estudar? Para amar a Deus e ao próximo com a inteligência que você adquiriu. Estude para edificar os outros e estabelecer em sua alma, em sua família e no mundo o triunfo de Jesus Cristo e de Sua Igreja. Não será nada fácil o longo caminho que percorreremos juntos, mas Deus nunca prometeu facilidades e sim a graça necessária para passarmos pelas dificuldades. Você não está sozinho. Deus está com você, Maria Santíssima está com você, seu Anjo da Guarda e os seus santos de devoção estão com você! A Igreja Católica e os seus pais estão com você. Agora também temos a honra de participar da sua vida e acompanhá-lo no caminho do desenvolvimento da razão. Vamos ao trabalho! Nossa meta e sincero desejo para você, caro aluno: encontrar o caminho do paraíso! 9 Orientações para antes dos Estudos: Sabemos que o nosso estudo agrada a Deus, mas qual seria a melhor forma de estudar? Esta é uma pergunta muito difícil, mas muitos santos, ao longo da História, como Hugo de São Vítor, deixaram algumas dicas preciosas que podemos seguir. As dicas são: 1. Seja humilde: a humildade é uma virtude essencial para quem quer começar uma verdadeira vida de estudante, cujo objetivo é a caridade e a sabedoria. Segundo Hugo de São Vítor, a humildade é o princípio do aprendizado. Sem ela, o estudo só inchará o seu orgulho. Uma virtude é um bom hábito, ou seja, é algo que precisa ser praticado todos os dias para ser alcançado. O bom estudante deve ser humilde e manso, inteiramente alheio aos cuidados do mundo e às tentações dos prazeres. Consciente de que será preciso buscar a humildade para começar a trilhar o caminho da sabedoria, você terá Nosso Senhor Jesus Cristo como modelo perfeito na prática da humildade. 2. Oração: Antes de qualquer coisa que fazemos, convém que rezemos para pedir a Deus as graças que necessitamos para atingir um resultado que agrada ao Senhor. Assim também é com os estudos. Antes de iniciar os passos para um bom estudo, se recolha em silêncio, eleve o seu coração a Deus e Lhe dirija uma oração sincera, atenta e humilde. 3. Ouvir os ensinamentos: Ouvir o que o outro quer nos ensinar parece uma tarefa fácil, mas nem sempre isto acontece. Algumas vezes nos distraímos com muita facilidade ou “ouvimos apenas por ouvir”, sem nos esforçarmos para compreender o que se fala. Quando um ensinamento lhe está sendo apresentado, coloque toda a sua atenção para entender o assunto. 4. Disciplina: Contemple toda a ordem do universo. Veja como tudo funciona ordenadamente de tal forma a possibilitar a nossa existência. Isto tudo ocorre porque Deus governa todas as coisas através de regras e leis que Ele mesmo estabeleceu. Imagine o universo sem regras. Imagine se, de repente, o planeta Júpiter resolvesse “passear” perto do nosso planeta Terra. Que grande desastre! Imagine se cada um seguisse sua própria lei no trânsito. Quantos acidentes! O mundo e o homem necessitam de regras, leis e muita disciplina para viver de forma ordenada. Organize junto com seus pais uma boa rotina e a contemple com disciplina; tenha horário para sua oração, estudo, alimentação, esportes, etc. Com o esforço diário aparecerão os frutos! 5. Leitura: A leitura é um passo fundamental para o bom estudo. Leia atentamente, buscando compreender bem o que o texto quer lhe ensinar. Busque o significado das palavras que lhe são desconhecidas em um bom dicionário. Quando o texto for fácil, não o leia correndo de tal modo que se possa perder informações essenciais. Quando for difícil, não desanime diante dos obstáculos. Sabemos que é muito reconfortante entender 10 um texto complexo. Peça ajuda do Espírito Santo, fonte da inteligência. Porém, tome cuidado com alguns tipos de textos que “caem” em nossas mãos, pois o demônio muitas vezes nos ataca através de más leituras. Certa vez Dom Bosco teve um sonho no qual via um navio que representava a Igreja sendo atacado por inimigos furiosos e, para nossa surpresa, uma das armas de ataque eram livros incendiados que eram lançados sobre a barca de São Pedro. Vejam que sonho impressionante e cheio de lições para nós! São Jerônimo dedicava horas e horas de seus dias lendo, estudando e até decorando livros de clássicos latinos (Cícero, Virgílio, Horácio, Tácito) e ainda encontrava disposição para conhecer autores clássicos gregos. Tal era seu entusiasmo e admiração pelos escritores clássicos que logo formou uma biblioteca só com obras deles, chegando até a copiar a mão vários desses livros. Um dia Jerônimo estava em oração e teve uma visão de seu julgamento. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo presidia o Tribunal e perguntava sobre seu estado de alma e sua fé: – Sou cristão, responde Jerônimo. Ao que o Juiz lhe replicou com severidade: – Mentira! Tu não és cristão, mas ciceroniano… Isso seria o mesmo que dizer: “Não és de Cristo, és de Cícero.” O Juiz mandou que ele fosse açoitado. Os assistentes pediram clemência argumentando que ele ainda era jovem e poderia corrigir-se, arrepender-se e salvar-se. Diante do que lhe acontecia, Jerônimo reconheceu o estado de alma em que se encontrava e tomou a única atitude que lhe seria conveniente: reconheceu seu erro e pediu perdão. Naquele instante, ele fez o firme propósito de emendar-se: “Desde aquela hora eu me entreguei com tanta diligência e atenção a ler as coisas divinas, como jamais havia tido nas humanas”, (carta de São Jerônimo a Santa Eustáquia). Formados pelo exemplo dos santos e movidos pela busca de santidade de vida, sugerimos ainda dois passos importantes após a leitura: o resumo e a memorização. Um resumo consiste em descrever as principais informações contidas no texto lido de forma que fique somente o essencial. Se você não foi capaz de resumir o texto, pode significar que não entendeu o mesmo. Depois de resumir as principais ideias do texto, é necessário que você as memorize de tal modo que fiquem guardadas em sua memória. Certamente é difícil memorizar todas as informações de um texto, mas o que se pede é que se retenha somente as principais, pois a memória existe para guardar em nosso interior aquilo que se aprendeu. Este passo é fundamental para chegar ao próximo. 6. Meditação: Se a leitura é o início, a meditação é o término do processo, ou seja, através da leitura extraímos do texto suas principais informações; já através da meditação buscamos a causa, a origem, a utilidade e a finalidade de cada coisa. Hugo de São Vítor disse que o princípio da doutrina está na leitura, e, sua consumação, na meditação. Esta é 11 uma espécie de admiração das coisas estudadas, buscando dissipar tudo o que é obscuro no que se estudou. Para meditar sobre algo é necessário você conduzir o seu pensamento na direção de uma ideia e se esforçar para explicar as coisas que ainda não são claras. Depois disso virá a contemplação. 7. Contemplação: A diferença entre a meditação e a contemplação está na “claridade” daquilo que se pensa, isto é, na meditação buscamos explicar ideias que ainda não são claras, já na contemplação o que pensamos já está claro, mas deve ser admirado. Outra diferença entre esses dois passos do estudo é que a meditação se ocupa de uma única coisa, já a contemplação reflete sobre muitas. Para ficar mais claro todos esses passos vamos dar um exemplo: Imagine um quebra-cabeça cuja imagem não lhe é conhecida. Primeiramente, você deverá conhecer as peças do jogo,virando-as de tal forma que apareçam as suas formas e cores (leitura). Depois você deverá reunir as peças que se assemelham e separá- las em blocos (resumo e a memorização). Após separar, você deve tentar reunir as peças, começando pelos blocos com as cores e formas semelhantes, esforçando-se para descobrir a imagem do quebra-cabeça (meditação). Quando as peças começarem a se encaixar, você começará a ter maior noção do que se trata o jogo, e, depois de várias tentativas, com erros e acertos, você descobrirá a belíssima imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, mas isso ainda não é a contemplação. Somente depois de terminar de encaixar todas as peças, após muito esforço, você poderá olhar para aquela pintura feita por mãos celestes, com riqueza de formas e cores, símbolos e significados, fitar aquela Mulher vestida de Sol com a Lua debaixo de seus pés e se deleitar de tal modo que seu coração se elevará até a Virgem, como se ela estivesse em pessoa ali, naquele simples quebra-cabeça, e lhe dirigirá uma belíssima oração de agradecimento pelo seu sim, que nos trouxe o Salvador! Isto é contemplação. Mas ainda não acabou. 8. Ensinar: Ainda resta este último e não menos importante passo. Após percorrer esse longo trajeto proposto de Leitura, Resumo, Memorização, Meditação e Contemplação, você precisará ensinar alguém aquilo que o estudo lhe proporcionou, recordando que Santo Agostinho nos ensinou que edificar os outros por caridade é o motivo pelo qual se deve estudar. Para ensinar, você deve trilhar “o caminho das pedras” e, somente assim, poderá orientar outros sobre qual caminho tomar. Observe que você deve orientar e não carregar aquele que se ensina. É um grande desafio. Entretanto, se esse passo não for dado, de nada valeram os outros; e, se não se consegue ensinar, quer dizer que os passos anteriores não foram cumpridos. 12 13 Orações para antes dos estudos Sinal da Cruz Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, Nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. Signum Sanctae Crucis Per signum Crucis, de inimícis nostris, líbera nos Deus noster. In nomine Patris, et Fílii, et Spíritus Sancti. Amen. Pai-Nosso Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém. Pater Noster Pater noster, qui es in caelis; sanctificétur nomen tuum; advéniat regnum tuum; fiat volúntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum cotidiánum da nobis hódie; et dimítte nobis débita nostra, sicut et nos dimíttimus debitóribus nostris; et ne nos indúcas in tentatiónem; sed líbera nos a malo. Amen. Ave-Maria Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. Ave Maria Ave, María, grátia plena, Dóminus tecum, benedícta tu in muliéribus, et benedictus fructus ventris tui Jesus. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen. Vinde Espírito Santo Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Veni Sancte Spíritus Veni Sancte Spíritus reple tuórum corda fidélium, et tu amóris in eis ignem accénde. Emítte Spíritum tuum et creabúntur. Et renovábis faciem terrae. Oremus: Deus, qui corda fidélium Sancti Spíritus illustratióne docuisti da nobis in eódem Spíritu recta sápere, et de ejus semper consolatióne gaudére. Per Christum Dóminum nostrum. Amen. 14 15 16 17 Introdução Iniciaremos os estudos com a mais importante disciplina deste material: Estudo Sagrado. O que será aprendido? Aprenderemos a conhecer a Jesus Cristo para amá-Lo como Ele merece! Deus nos ama tanto que enviou Seu próprio Filho ao mundo para nos salvar. O que poderemos dar a Ele em agradecimento? O nosso coração! Precisamos concluir o maior objetivo para o qual Deus nos deu a vida: sermos santos! Isto ocorre quando deixamos de viver a vida com os olhos voltados para nós mesmos e para coisas desnecessárias, e voltamos todas as nossas forças para nos assemelhar a Jesus Cristo, viver como Ele viveu, amar como Ele amou e doarmos nossa vida como Ele doou. Como isso será feito? Abrindo a nossa vida para a graça santificante e perseverando nela até o fim. Para permanecer na graça é necessário que se busque incessantemente a Deus através da Santa Missa, dos sacramentos, da oração e do estudo da sagrada doutrina da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Para exemplificar a importância da Religião, vamos compará-la com o cimento. Quando nos deparamos com belas construções, como as catedrais, os nossos olhos ficam deslumbrados com tamanha perfeição, pois é possível contemplar a Deus através delas. Essas construções são tão grandes e possuem tantos detalhes que podemos nos esquecer de um elemento importante que, sem ele, tudo cairia: o cimento! Sim, o cimento tem uma função importantíssima na construção. Quando ele entra em contato com a água, ganha a capacidade de juntar areia e pedra, formando o concreto. Assim como o cimento possibilita a construção das mais belas catedrais, o ensino da religião católica, em contato com a Verdadeira Doutrina e a Sagrada Escritura, tem a função de unir as demais disciplinas em Deus, para que todas formem obras magníficas que nos levem a contemplar o Senhor! Dessa forma, é necessário conhecer Jesus Cristo e toda a doutrina Católica, para que essas verdades divinas fiquem impressas em nossos corações. Basílica Nossa Senhora do Rosário - Arautos do Evangelho 18 Aos queridos alunos UANDO você gosta de um amigo, sua vontade é querer brincar, conversar, estar perto dele. E, com essa proximidade, a amizade vai aumentando cada vez mais, não é verdade? Nosso Senhor Jesus Cristo é o nosso melhor amigo. É muito importante estar próximo d'Ele, conhecê-Lo e unir seu coração ao d’Ele. É necessário conhecer Seus ensinamentos, a Doutrina Cristã Católica, isto é, as Verdades da fé. Para que essas verdades fiquem gravadas em seu coração, é necessário decorá-las. A palavra decorar vem do latim "cor" (coração), “guardar no coração”, “memorizar”. Sabendo disso, guarde os ensinamentos de Nosso Senhor em sua memória, mas o mais importante é guardá-los em seu coração, para que tudo o que você pensar, falar e agir seja igual a esse grande amigo, Jesus Cristo! “15Trouxeram-lhe também criancinhas, para que Ele as tocasse. Vendo isto, os discípulos as repreendiam.16Jesus, porém, chamou-as e disse: Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.17Em verdade vos declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará.18” (Lc 18, 15-17) Organização da disciplina: Organizamos a disciplina do Estudo Sagrado em três partes: 1. Doutrina Sagrada: primeiramente os alunos deverãoestudar a doutrina da Igreja Católica. 2. Amizade com Deus: nesta parte, os alunos aprenderão as práticas de piedade que devem ser realizadas diariamente, pois “quem reza se salva e quem não reza se condena” (Santo Afonso). 3. A Vida de Jesus: nesta parte, os alunos aprenderão história da Vida de Jesus, pois perto Dele todos os personagens da história se tornam opacos. Q 19 Doutrina Sagrada Recomendações aos pais Gostaríamos de começar dando algumas recomendações retiradas do Catecismo dos pequeninos de Pe. Emmanuel André: “Antes de mais nada, vamos lhe fazer algumas recomendações que deverão sempre lhe estar presentes. Assim, mamãe, nunca diga a mínima palavra que não seja rigorosamente exata do ponto de vista da fé. É preciso nunca mentir: esta regra de moral deve ser seguida sempre e muito atentamente na instrução das crianças e na educação. Há modos de dizer que seriam verdadeiros na boca de uma mãe. Porque seu pensamento faria uma distinção essencial, mas que entrariam na alma da criança como uma ideia falsa ou uma mentira, porque o pensamento infantil não seria capaz de fazer a distinção que deveria existir no pensamento da mãe. Exemplo: Mamãe, quando a senhora mostrar a seus filhos a imagem do crucifixo, não diga: “É o bom Deus, vejo o bom Deus”. As crianças inevitavelmente entenderiam que o bom Deus é o objeto dourado, colorido, que têm diante de seus olhos. Quantos crucifixos fossem vistos por essas crianças, tanto elas contariam como “bons deuses” distintos. Haveria grandes e pequenos, mais bonitos e menos belos e assim por diante. E, desta maneira, o pensamento das crianças se encheria de ideias falsas. A criança não tem bastante conhecimento para compreender que chamamos pelo mesmo nome a coisa e a pintura da coisa: chegará o dia em que a criança terá de se despojar das ideias falsas que tiver recebido; esse trabalho de despojamento é sempre doloroso: uma mãe não deve jamais impô-lo a seu filho. Quando quiser falar a seu filho do bom Deus, mamãe cristã, cuide para que então o pensamento da criança não se fixe em nenhum objeto sensível, mas somente em ouvir bem as palavras que a senhora disser: “o bom Deus”. A senhora lhe dirá sempre com uma atitude religiosa e um sentimento profundo de respeito e adoração. Seu filho, a princípio, não compreenderá as razões desse São Joaquim, Santa Ana e Maria Santíssima (criança) 20 respeito, mas será tocado, penetrado por ele. A atitude da senhora, o tom de sua voz, servirão maravilhosamente para fazer nele a ideia de Deus, de sua grandeza, de sua bondade. A religião passará assim do coração da mãe para o coração do filho; e esta será uma alegria muito grande para a mãe e para o filho. As crianças têm seus caprichos, suas birras, seus momentos difíceis. Não é essa a hora de lhes falar do bom Deus. Todavia, se o fizer, é preciso evitar ao máximo dizer a essas crianças birrentas que o bom Deus as jogará no inferno. Dessa maneira, estar-se-ia arriscando a fazer a criança ver Deus como um ser malvado: isso seria falso e indesejável. Há um tempo para se falar do inferno: mas jamais quando as crianças estão fazendo birra. É preciso jamais lhe apresentar uma verdade quando há risco de que ela seja repelida ou detestada por essas almas, tão facilmente impressionáveis.” Muitas outras recomendações a Igreja tem para nos dar acerca da educação de nossos filhos, mas, por enquanto, fiquemos com estas e comecemos a colocá-las em prática. Este material ajudará a senhora mãe e o senhor pai, a transmitir todo o amor e toda a fé que lhe é necessária para amar a Deus mais do que tudo e querer estar com Ele por toda a eternidade. A transmissão da Doutrina Sagrada se dará pelo método tão usado e aprovado pela Santa Mãe Igreja que é o de pergunta e respostas. Por Doutrina Sagrada entendemos a doutrina passada por Nosso Senhor Jesus Cristo a nós através dos Santos Apóstolos, da Sagrada Escritura e dos Santos, ou seja, tudo o que está em acordo com o tripé: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério. Comecemos então com uma lição preliminar. Lição preliminar1 1. És cristão? Sim; sou cristão pela graça de Deus. 2. Qual é o verdadeiro cristão? Verdadeiro cristão é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina e a lei de Jesus Cristo. 3. Como é que o homem se faz cristão? O homem se faz cristão pelo Batismo. 4. Qual é o sinal do cristão? O sinal do cristão é a cruz. Explique para a criança que sabemos, pela doutrina da Igreja, que existem três Pessoas Divinas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, contudo um só Deus. Assim forma a Santíssima Trindade. 1 Texto retirado do “Segundo Catecismo da Doutrina Cristã” da editora Vozes, p. 10 – 12. 21 5. Qual é o catecismo da doutrina cristã? O catecismo da doutrina cristã é o compêndio de tudo quanto Jesus Cristo nos ensinou para alcançarmos a salvação. 6. Em quantas partes se divide a doutrina cristã? A doutrina cristã divide-se em quatro partes principais: o Credo, a Oração, os Mandamentos e os Sacramentos. 7. É necessário aprender a doutrina cristã? Sim, é necessário aprender a doutrina cristã, e cometem falta grave aqueles que por má vontade não a quiserem aprender. 22 Amizade com Deus Nosso bom Deus criou todas as coisas porque nos ama. Mais ainda, enviou Seu próprio Filho Jesus Cristo para nos salvar de nossos pecados. Não existe maior prova de amor do que essa. O que podemos fazer para agradecer tamanho amor e bondade? A resposta é uma só: Temos que ser santos! Existe um pássaro chamado Piraneta que voa por entre as chamas sem se queimar. Nós somos chamados a viver nesse mundo, mas sem ser desse mundo. Somos apenas peregrinos, viajantes. Esse mundo não é a nossa Pátria. Nossa casa é o Paraíso onde viveremos por toda eternidade com o nosso Bom Deus. Temos que amar a Deus sobre todas as coisas. Esse é o primeiro e o mais importante mandamento! Amar significa o desejo ardente de se unir ao Amado, ou seja, quem ama de verdade quer ficar sempre perto da pessoa amada para fazê-la feliz. Uma criança deve amar muito os seus pais. Mas, imagine se ela não quisesse ficar perto deles, nem lhes falar? Isso não é amor. Nossos pais merecem todo o nosso carinho, atenção, palavras afetuosas, ajuda nos deveres da casa etc. Assim também é o nosso amor a Deus. Como podemos dizer que O amamos se não falamos com Ele? Como podemos dizer que O amamos se gastamos mais tempo com a televisão, o celular ou outras distrações do que com Ele? São Gregório de Nazianzo diz que “deveríamos lembrar mais de Deus do que respirar”. Você sabia que respiramos mais de 26 mil vezes por dia? Isso significa que jamais devemos deixar de pensar e falar com Deus. Nessa parte do material aprenderemos como alcançar essa grande vocação da vida devota. Temos que ser devotos, piedosos, amigos de Deus. Quando Jesus foi ensinar os seus discípulos a rezar, disse: “Pai nosso...” Veja que intimidade o próprio Deus quis ter conosco: quis ser chamado de PAI. Nesse momento, iniciaremos o ensino de um conjunto de práticas de devoção que devem ser feitas com muita atenção e com boa disposição interior, isto é, não faça somente por obrigação como se tivesse ligado o piloto automático. Lembre-se que Deus está sempre ao seu lado, guardando-o e lhe dando as graças necessárias para a sua salvação. Por isso, se dirija a Ele com atenção, devoção e amor profundíssimos. 23 Oração durante o dia: Primeiramente aprenderemos como fazer as práticas de piedade durante o nosso dia. Essas práticas devem ser feitas todos os dias. 1. O Sinal da Cruz: São João Bosco nos ensina que o bom cristão deve fazer o Sinal da Cruz logo que acordar. O Sinal da Cruz é o sinal dos cristãos e uma oração muito poderosa. Repita o gesto abaixo comrespeito e atenção: Um escritor chamado Tertuliano disse em uma ocasião: “Faz o Sinal da Cruz a hora que levantar de manhã ou ao deitar à noite, quando sair de sua casa ou retornar a ela, quando sentar à mesa ou quando estiver em qualquer trabalho”. Com o Sinal da Cruz, Santo António de Pádua, ainda menino, expulsou o demônio que tentava amedrontá-lo na igreja da Sé, em Lisboa, onde servia de acólito. A cruz ficou impressa no mármore como se este fora de cera. Com o Sinal da Cruz, Santa Cunegundes e o Papa Gregório VII apagaram incêndios. Será muito bom fazer o Sinal da Cruz com a água benta logo ao acordar. A vida dos santos nos ensina a sua eficácia contra os demônios e contra as desordens da natureza. 2. Oferecimento: Depois de fazer o Sinal da Cruz, ofereça o seu coração a Deus dizendo: “Jesus, Maria e José, eu vos ofereço meu coração e minha alma”. 3. Orações da manhã: Depois de fazer o Sinal da Cruz com a água benta e oferecer a Deus seu coração, reze as seguintes orações antes de tomar seu café-da-manhã: a. Pai-Nosso; b. Ave-Maria; 24 c. Glória; d. Anjo da Guarda; e. Salve Rainha (ensinar aos poucos a cantar essa oração em latim). 4. Durante o dia: Ao longo do dia, você deve rezar antes de estudar e mesmo antes de brincar. Nesses momentos sugerimos que faça um Sinal da Cruz e reze uma Ave-Maria. Antes do almoço, sugerimos que toda a família reze o Angelus em torno da mesa, em pé e com as mãos em posição de oração. Angelus: - O anjo do Senhor anunciou a Maria. R: E ela concebeu do Espírito Santo. - Eis aqui a escrava do Senhor. R: Faça-se em mim segundo a vossa palavra. - E o Verbo de Deus se fez carne. R: E habitou entre nós. - Ave Maria... - Rogai por nós Santa Mãe de Deus. R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. - Oremos: Derramai, ó Deus, a Vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do Anjo, a encarnação do Cristo, Vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição, pela intercessão da Virgem Maria. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Amém. Santo Terço: São Luís Monfort ensina que a oração do Terço pode ser longa para crianças que não estão acostumadas a rezá-lo. Por isso, sugerimos que você reze pelo menos uma dezena do terço e, conforme se acostumar, aumente gradativamente. Se sua família já possui esse costume, o mantenha, pois Nossa Senhora pediu em diversas aparições, especialmente em Fátima, que se rezasse o Terço todos os dias. À noite, antes de dormir, faça um breve exame de consciência, percebendo suas falhas durante o dia. Faça uma oração de agradecimento por todas as graças que Deus concedeu durante o dia. Para finalizar, reze três Ave-Marias pedindo a conservação da santa pureza. Orações em Latim: Pater Noster (Pai Nosso) Pater Noster, qui es in caelis, sanctificétur nomem tuum. Advéniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libero a malo. Amen. 25 Ave Maria Ave Maria, grátia plena, Dóminus tecum. Benedícta tu in muliéribus, et benedíctus fructus ventris tui, Iesus. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen. Salve Regina (Salve Rainha) Salve, Regina, Mater misericordiae, vita, dulcédo et spes nostra, salve. Ad te clamamus, éxsules filii Evae. Ad te suspirámus geméntes et flentes in hac lacrimárum valle. Eia ergo, advocáta nostra, illos tuos misericórdes óculos ad nos convérte. Et Jesum benedíctum fructum Ventris tui, nobis, post hoc exsílium, osténde. O clemens o pia, o dulcis Virgo Maria! Ora pro nobis sancta Dei Génitrix. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi. 26 A vida de Jesus Introdução aos pais: Iniciaremos nesta terceira parte do material a narração da Vida de Jesus. Seria muito bom que as histórias colocadas nesta parte fossem lidas em família e que os senhores pudessem explicar aos filhos as possíveis dúvidas. Por que estudar a Vida de Jesus? Quem nos responde essa pergunta é o Padre Augustin Berthe, cuja obra “Jesus Cristo” em conjunto com a obra “História de Jesus para crianças”, do Frei Ildefonso, serão as bases desta parte: “Já faz mais de dois mil anos que apareceu na Judéia um personagem verdadeiramente incomparável. Com a sua doutrina, ofuscou a todos os sábios; com os seus prodígios, a todos os taumaturgos; com as suas profecias, a todos os profetas; com o seu heroísmo, a todos os santos; com o seu poder, a todos os potentados deste mundo. O drama da sua vida lançou nas sombras as tragédias mais comovedoras. O seu berço foi rodeado de maravilhas; depois desaparece o menino subitamente a todos os olhares. Trinta anos mais tarde, sai de uma pequena cidade perdida entre montanhas e tal brilho projeta, que, durante três anos, um povo inteiro só se ocupou dele. Quiseram proclamá-lo rei; mas, os maiorais da nação, invejosos da sua glória, condenaram-no à morte e infligiram-lhe o ignominioso suplício da cruz. Três dias depois, sai glorioso do sepulcro, e sobe aos Céus donde tinha vindo. Daí, apesar das oposições mais formidáveis, fez do mundo inteiro o seu reino e curvou ao seu jugo os povos e os reis. Este personagem, a quem não dão pelo joelho nem todos os heróis juntos, cujos nomes nos conservou a história, é aquele a quem nós chamamos: Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta vida, entre todas memorável, no-la transmitiram em pormenor quatro homens inspirados por Deus: os evangelistas S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João. A Igreja recebeu este livro de revelações divinas como um dom quase tão precioso como a Eucaristia; pois por meio deste livro via ela reviver aos seus olhos aquele mesmo Deus, que ela adorava oculto sob os véus sacramentais. Desse livro quis ter cada fiel um exemplar para o trazer sobre o peito e o gravar no coração. Durante as perseguições, prefeririam os cristãos antes mil vezes a morte do que entregar aos pagãos este livro bendito. Quanto aos mártires, aprendiam 27 no Evangelho a morrer como Cristo, depois de terem, como Ele, vivido. No século quarto, uma vez de posse da liberdade, deu-se a Igreja a estudar com verdadeira paixão as ações e palavras de Jesus. Doutores Santos, como os Ambrósios, os Agostinhos, os Jerônimos, os Crisóstomos, ilustraram as narrações evangélicas com os seus admiráveis comentários. Na Idade-Média, a Vida do Salvador tornou-se, como pedia o autor da Imitação, o estudo principal dos fiéis. E ainda depois da satânica Revolução que tentou aniquilar até os últimos vestígios da nossa Religião sacrossanta, ficou sendo por muito tempo a Vida de Jesus Cristo o livro querido do povo. Com a vista do espírito, ainda está vendo o autor destas páginas o volume amarelento e quase desfeito, que se lia em família ao serão, e onde aprendeu a conhecer as virtudes e doutrinas do Mestre. Ai! Que mudados estão os tempos! Hoje se lê mais que no passado, é verdade; ricos e pobres, patrões e operários, ignorantes e letrados devoram com sofreguidão os jornais e os livros; mas já não se lê, ou quase nada, a Vida de Jesus Cristo. Já nem nas escolas nem nas famílias se ocupam com as divinas narrações. De cem pessoas cristãs, e até piedosas, apenas algumas conhecem por miúdo a história do Salvador. Quanto ao povo, tomado a monte, esse apenas lhe conhece o nome, sabe que nasceu num presépio e que morreu na cruz. O Homem-Deus está sendo na terra o grande desconhecido e este fato lamentável basta para explicar a diminuição da fé, o arrefecimento dos corações, o abandono das práticas religiosas, e esse espírito de impiedade que leva as nações para o abismo. Por que é então que há de ficar indiferente às ações e feitos do Salvador esse povo, ainda crente, queLhe rodeia o berço no Natal, e o sepulcro na Sexta-feira Santa? É porque, tornando- se fútil com tanto ler futilidades, tem repugnância a toda a leitura séria. E como não busca nos livros mais que pasto à curiosidade ou à necessidade que sente de emoções, imagina que uma Vida de Jesus Cristo nem poderia interessá-lo nem apaixoná-lo. E por consequência, rejeita-a como se fora, por força, fastidiosa. Servi-lhe o novo, o imprevisto, o dramático, e lerá o vosso livro até à última letra, e apaixonadamente, sobretudo se o herói revive à sua vista, se o vê agir, se o ouve falar, se penetra na sua alma de modo que compreenda e compartilhe as suas impressões, alegrias, tristezas, e desesperos. Mas não embaraceis a marcha da narração; ide direitos ao desenlace; doutro modo o vosso leitor, impaciente, atirará com o livro para um canto. Tal é o homem moderno: temperamento nervoso, sempre à busca de emoções, sempre com febre. E eis porque o produto da literatura sensacional, as novelas e os romances se espalham pelo mundo em milhões de exemplares, ao passo que as histórias de Nosso Senhor Jesus Cristo ficam esquecidas e são desdenhadas. Em primeiro lugar, se o homem moderno quer o extraordinário e as narrações que picam a curiosidade, onde irá ele encontrar um conjunto de fatos mais maravilhosos que os da Vida de Jesus? Estes fatos, quase todos ignorados da multidão, são de tal modo extraordinários, que ultrapassam a imaginação do romancista mais inventivo; e de tal modo comovedores, que por vezes não se podem ler os seus pormenores sem estremecer de admiração ou de horror. E tanto mais forte é a impressão sentida quanto mais certo é que não se trata aqui de ficções, de lendas, de tradições duvidosas, de revelações mais ou menos autênticas, mas de fatos reais, abonados pelo próprio Deus. Em segundo lugar, afim de darem mais encanto às suas narrativas, empregam os escritores o que eles apelidam cor local. A descrição dos lugares, as paisagens representam um grande papel nos romances. Ora o historiador de Jesus pode pintar também o país onde o Salvador quis nascer, viver e morrer. E que terra, como a que chamamos Terra-Santa, fascina a alma e a enternece? Pela vista do comovido leitor irão passando sucessivamente Belém, Nazaré, 28 Jerusalém; o Tabor e o Jordão; os vales e as montanhas da Judéia; e formoso lago de Genesaré; as grutas, os caminhos solitários, e as ruas de Sião, santificadas pelos suores, lágrimas e sangue de um Deus. Ainda hoje, após dois mil anos, atrai cada um destes benditos nomes, milhares de peregrinos, jubilosos de se ajoelharem nesses lugares que Jesus viu com seus divinos olhos e pisou com os sagrados pés. Descrevendo-os, dobrará o historiador o interesse que se prende às suas narrações. Enfim, a ambição do autor seria que esta obra se tornasse o livro das famílias cristãs, e que, reunidos pais e filhos, se lesse cada dia, antes das orações da noite, um capítulo da Vida de Jesus. Ó Virgem Santíssima, Vós que haveis dado Jesus ao mundo, fazei-O também brilhar com novo esplendor em meio das trevas que O ocultam aos nossos olhos. E se este livro, que o vosso servo humildemente depõe a Vossos pés, é demasiado defeituoso para O tornar conhecido e amado, inspirai Vós a algum cristão de gênio o pensamento de se encarregar desta obra necessária e de legar enfim ao mundo do século vinte a Verdadeira Vida de Jesus”. Pe. Augustin Berthe Desejamos que Nosso Senhor Jesus Cristo seja conhecido profundamente por todas as pessoas desde a mais tenra idade. Mostre para o seu filho a importância de se estudar a Vida de Jesus. Todas as outras histórias, atividades, estudos são secundários diante do conhecimento que ele tem que adquirir da vida D’aquele que salvou a humanidade. Início da História de Jesus2: Deus existe. Ele sempre existiu e sempre existirá. Deus mora no Céu, mas Ele também está na terra e em toda parte. Nós não O vemos, mas Ele nos olha e nos vê. Deus vê a toda hora e a todo instante, sempre, sempre, não só de dia, como também de noite. Ele sabe tudo o que nós fazemos. Quando fazemos o bem, Ele fica contente e nos abençoa, mas quando fazemos o que é ruim, Ele fica triste e pode até nos castigar. Deus fez o sol, que brilha durante o dia, e fez também a lua e as estrelas, que nós vemos durante a noite. Foi Deus quem fez o Céu. Lindo e alegre como o céu, não há lugar nenhum neste mundo. Como Deus é muito bom, Ele não fez o céu para ficar só para Si. Criou também uma porção enorme de anjos, para ficarem lá morando com Ele no céu. Nenhuma criatura deste mundo, por mais bonita que seja, pode ter a beleza igual à dos anjos. Os anjos deviam ficar sempre no céu, louvando a Deus e vivendo sempre felizes, no meio de tantas belezas e alegrias que nunca mais se acabam. 2 Reproduziremos neste material a obra “História de Jesus para Crianças” do Frei Ildefonso. Também usaremos a obra “Jesus Cristo” do Padre Augustin Berthe 29 Mas alguns deles ficaram orgulhosos e não quiseram reconhecer a sua dependência de Deus. Por causa disso, eles foram expulsos do céu, e nunca mais hão de sair do inferno. O inferno é o lugar onde há todas as qualidades de sofrimentos que possam existir. Foi esse castigo que tiveram os anjos maus. Mas, além do sol, da lua e das estrelas, que nós vemos brilhar, Deus fez as nuvens, a chuva, o ar que nós respiramos, os animais que vivem na terra, os peixes que moram nas águas, as árvores e tudo o que existe. Para fazer tudo, Deus não precisou de nada, bastou-Lhe querer, e tudo já apareceu pronto, porque Deus é Onipotente, ou seja, Todo Poderoso. Quando a terra ficou pronta, Deus fez o primeiro homem que apareceu no mundo e deu- lhe o nome de Adão. Depois, para Adão não viver sozinho, Deus quis lhe dar uma companheira, e fez então a primeira mulher, que teve o nome Eva. Adão e Eva moravam no lugar mais bonito que havia no mundo, chamado Éden. Tudo o que havia de bom havia no Éden. Nada faltava a Adão e Eva para serem felizes ali. Eles tinham só uma obrigação, que era a de amar e obedecer a Deus. Havia no Éden muitas árvores carregadas de frutos saborosos. Deus, para provar se Adão e Eva O obedeciam, disse-lhes que podiam comer das frutas de qualquer uma daquelas árvores, menos de uma delas, que estava no meio do Éden. Mostrando-lhes qual era a árvore que eles não deviam tocar, acrescentou-lhes que eles morreriam se comessem algum de seus frutos. Adão e Eva sendo expulsos do Éden. Se Adão e Eva tivessem obedecido a Deus, poderiam viver felizes por muito tempo no paraíso e mais tarde aproveitar das belezas do céu, em companhia de Deus. 30 Mas o demônio, que só desejava o mal para todos, aconselhou Eva que comesse o fruto proibido. Depois, o traiçoeiro disse a ela que não morreria caso comesse o fruto. Eva acreditou no demônio, colheu o fruto e o comeu com Adão. Com isto Deus ficou muito descontente e, como castigo, os expulsou do Paraíso (Éden). Por causa dessa desobediência, chamada Pecado Original, o céu ficou fechado para eles e para todos os homens que nascessem deste casal, ou seja, toda a humanidade. Mas, Deus que é imensamente bom, teve compaixão de Adão e Eva e lhes prometeu que, para salvá-los, mandaria para a terra o Seu próprio Filho. Ele haveria de nascer, como nós, e viver para ensinar a sua doutrina e, finalmente, sofrer e morrer numa cruz para pagar os pecados dos homens desde a desobediência de nossos primeiros pais- Adão e Eva. Dessa forma seria reaberto o céu para todos nós que, desde o nosso nascimento, já trazemos conosco o pecado de Adão e Eva. Pecado quer dizer desobediência a Deus e às Suas ordens. 31 32 33 Introdução “Nesta idade(as crianças) devem ser exercitadas em ouvir pequenas histórias e fábulas (...) e em tudo em que as crianças forem acostumadas, movimentos, ações, brincadeiras e histórias que ouvem e também que veem, sejam imagens das coisas que depois deverão tratar seriamente, e como que um caminho para as coisas que depois deverão estudar ou em que se ocupar, pois as coisas que por primeiro nos acostumamos mais inclinam posteriormente, já que aquilo de que temos costume nos é mais deleitável. Deve-se evitar que ouçam, nesta idade, coisas torpes”. Educação segundo a Filosofia Perene, p. 277. Para a criança desta idade é fundamental uma educação pautada nos bons exemplos, no que é belo e virtuoso, na vida dos santos e na escuta de histórias católicas que a formem com seus testemunhos. Será cultivando o gosto pelo que é santo que as conduziremos adiante neste caminho. Este material tem o objetivo de iniciar o processo de alfabetização do aluno, capacitando-o a desenvolver o pensamento linguístico através da leitura e da escrita. Queremos que o aprendizado dessas habilidades seja base para efetiva aquisição de virtudes, para que busquem o bem, o belo e a verdade, frutificando em uma vida autenticamente cristã, de busca de santidade. Tem por fundamento o ensino católico. Através da escuta, da leitura e da escrita, o aluno irá desenvolver a busca pelas virtudes como humildade, paciência, temperança, caridade e fé; terá o conhecimento e saberá o Evangelho e a vida dos santos; irá compreender a importância do silêncio no processo de aprendizado; chegará à reflexão e ao pensamento sobre o que aprende, sendo capaz de ensinar de maneira que outros consigam compreender o seu raciocínio; desenvolverá o senso de respeito às autoridades, aos pais, professores, aos amigos e a sociedade em geral. Importância do silêncio no aprendizado. Além da leitura, há outro fator que é fundamental para o aprendizado: o silêncio. É fundamental para que o aluno possa refletir e assimilar o que está aprendendo. O aluno deve assumir uma postura de ouvinte silencioso e deve assimilar de maneira dinâmica o que é dito. Isso impõe ao ouvinte a obrigação de estar perseverantemente atento. O que se perde durante um momento de distração, ou ao se desligar do falante para voltar a mente a outras coisas, está perdido de forma irreparável. A prática do silêncio levará a busca da perfeição e da sabedoria. Guiados pelo Santo Evangelho, tendo Jesus Cristo como modelo perfeito a seguir e por intercessão de Maria Santíssima, todos - pais e filhos - são chamados a comunicarem a verdade, bondade e a beleza. ~†~ 34 Metodologia do material A metodologia deste material tem por meta que a criança desenvolva o seu pensamento abstrato, de forma a ser ensinada a vislumbrar não apenas o mundo material, mas as realidades que estão além dela, que é a vida eterna. Para isso, não vamos nos apoiar em atividades cheias de recursos visuais, que apenas subestimam seu aprendizado. O que desejamos é que a criança seja levada a ouvir, imaginar, explicar o que aprendeu, para que desenvolva sua oralidade e imaginação. É de suma importância um ensino que não sobrecarregue de conteúdos o aprendiz, mas que desenvolva atividades em que ele seja capaz de utilizar os princípios e as informações que recebeu. Queremos que a criança faça de forma bem feita, repetindo, aperfeiçoando, fazendo até o final, sem desanimar! Para isso, os pais serão os seus mestres, apresentando os conhecimentos ao filho de forma simples e gradual, até que a criança aprenda aquele conteúdo. Não precisamos de pressa para ensinar muitas coisas, mas de paciência e persistência para aprofundar cada conhecimento. No ensino das letras não pretendemos fazer a criança correr, se ela ainda não aprendeu a dar os primeiros passos! Letra a letra, forma a forma, repetindo, corrigindo-lhe e mostrando o que errou, de modo que ela se sinta capaz de realizar aquilo que está sendo proposto. Esta será a proposta de metodologia deste material! Queremos formar crianças aptas a contemplar, dedicadas ao que se propõem a fazer, caprichosas, virtuosas e disciplinadas! Traçamos um caminho que está dividido em três etapas: Alfabetização I – Aprendizado dos grafemas; atividades de consciência fonológica (frases, palavras, sílabas e rimas); apresentação dos fonemas e atividades de consciência fonêmica. Escrita com letra de forma maiúscula. Alfabetização II - Sequência do alfabeto; vogais e consoantes; exercícios de consciência fonêmica relacionando grafema e fonema; exercícios de análise e síntese de fonemas; decodificação de pequenas palavras; escrita com letra de forma maiúscula e minúscula. Cópias e ditados. Alfabetização III (1º ano) – Leitura de sílabas complexas, frases e pequenos textos. Escrita com a letra cursiva maiúscula e minúscula. Para o desenvolvimento deste material, sugerimos um cronograma semanal, em que estarão presentes atividades de: leitura em voz alta; contemplação do belo; exercícios de memorização; atividades de cópia e de escrita; exercícios de consciência fonológica e fonêmica e atividades de matemática. Cada modalidade utilizará uma legenda de cores (exemplificada abaixo). Estas atividades deverão ser intercaladas durante a semana, de acordo com a organização dos pais, mas de maneira que todas sejam envolvidas. Deverão ser retomadas e aperfeiçoadas. Caso existam dificuldades, não prossiga sem que a criança aprenda aquilo que foi proposto. É necessário um passo por vez! 35 Exercício de escrita e cópia: Sugerimos que diariamente sejam praticados exercícios de escrita no caderno, conforme sugerido em cada semana. Oriente seu filho para a importância da prática e da retomada das atividades de escrita, sempre lhe exigindo um pouco mais, semana a semana, cobrando-lhe o capricho, a ordem correta, o espaçamento adequado, observando as linhas demarcadas, etc. Tudo isso precisa ser ensinado! Sugerimos que aproveite os textos escritos contidos neste material: as frases dos santos, os poemas, listas de palavras, para que seu filho treine a escrita. Todas as atividades escritas deverão ser desenvolvidas em um caderno brochura. Sugerimos que o caderno seja pequeno e com 48 folhas, decorado com uma imagem sacra, ou de algum santo, e contenha o nome da criança escrito em letra grande. Leitura em voz alta: “Nesta idade (as crianças) devem ser exercitadas em ouvir pequenas histórias e fábulas”. Eis uma das principais atividades das crianças nesta idade: a leitura! Este material propõe um conto por semana, contendo uma proposta de reflexão e recontagem para a família. Releiam em diversos momentos essas histórias e aproveitem para refletir e conversar. Além do papel importante da leitura como desenvolvimento da linguagem, será através dela que entenderá como traduzir em suas atitudes aquilo que para a criança ainda é muito abstrato, como as virtudes da bondade, gentileza, gratidão, etc. Para isso, após cada leitura, faça perguntas sobre acontecimentos da história, personagens, fatos acontecidos, etc. Mas não pare por aí. A prática da leitura em voz alta deve ser diária na vida dos pequenos. Leia todos os dias para a criança, se possível em diferentes momentos. Consulte nossas sugestões na bibliografia complementar, com livros de santos, histórias da Bíblia, contos católicos, etc. Durante a leitura, procure manter uma boa entonação e fluência. Comece com histórias menores, para a criança adquirir o hábito, e depois vá acrescentando contos maiores e mais rebuscados. Contemplação do belo: “As coisas que por primeiro nos acostumamos mais inclinam posteriormente, já que aquilo de que temos costume nos é mais deleitável”. Precisamos habituar nossas crianças a deleitar o que é belo, para que depois se sintam declinadas a este gosto, ao que eleva a alma para a contemplação de Deus! Faremos isso atravésda escuta das músicas gregorianas, da representação e contemplação da arte sacra (litúrgica) / religiosa (aborda temas dos santos, das escrituras, etc.). Para isso, sugerimos, ao longo do material, exercícios de apreciação de imagens e músicas, exercitando o silêncio e a escuta. Ajude a criança a apreciar as obras, fazendo-lhe observar os detalhes, as cores, as paisagens, as personagens, utilizando perguntas como: As pessoas nesta imagem estão felizes? Como é o lugar onde estão? Como são suas roupas? Etc. As imagens de contemplação deverão ser utilizadas em momentos diversos durante a semana. Quanto à música, propomos sugestões de atividades de escuta e memorização. Que ela também esteja presente, sempre que possível, na rotina da 36 criança, num momento de concentração ou que exija seu silêncio, para que se torne um hábito agradável. Exercícios de memorização: Propomos uma série de frases de santos e pequenos poemas que deverão ser memorizados pelas crianças, de forma crescente, de acordo com o desenvolvimento de sua memorização. Pratique um pouco por dia, lendo várias vezes o texto na mesma semana e pedindo para que a criança repita com você, palavra por palavra, acrescentando mais uma à anterior. A prática da memória será um auxílio na aprendizagem da criança e na sua oralidade, através da declamação desses textos aos seus familiares. 1- atividades de consciência fonológica e consciência fonêmica: Este material trabalhará com o método fônico de alfabetização. Este método pressupõe que a criança chegue a dominar o princípio alfabético, ou seja, entenda o fato de que as letras (grafemas) representam um fonema (diferentes “sons”). Para que esse processo ocorra, o primeiro passo é que a criança desenvolva a consciência fonológica, através de exercícios orais que farão com que manipule os sons da fala, de forma a tomar consciência de suas características, pressuposto este para ser um leitor/escritor hábil. Através desses exercícios de consciência fonológica, a criança aprenderá a segmentar os sons, compreendendo as frases, palavras, sílabas, rimas até chegar aos fonemas (menor unidade da fala), ou seja, ‘o som de cada letra’ (Utilizaremos o termo “som das letras”, apenas para facilitar a compreensão da criança). Entrarão aí os exercícios de consciência fonêmica, que consistem na capacidade de reconhecer os fonemas que compõem uma palavra. A criança deverá ser capaz de perceber a menor unidade sonora presente dentro de uma sílaba, o que a permitirá perceber, por exemplo, que a palavra “nó” é diferente da palavra “dó”: ao mudar apenas um fonema, muda-se a palavra. Serão utilizadas técnicas de análise e síntese de fonemas nos exercícios de consciência fonêmica. Estes exercícios segmentarão palavras em seus fonemas, bem como comporão palavras reunindo fonemas. Este processo será fundamental para que a criança consiga transpor as realidades auditivas para a forma escrita. O próximo passo neste processo de alfabetização será a decodificação de palavras, ou seja, a criança conseguirá converter os grafemas em fonemas, as letras em seus respectivos “sons”. Esse processo só acontecerá com exercícios de instrução direta, que é o que propomos ao longo do material de Alfabetização I e II. 6 – Atividades de Matemática No decorrer deste material, as atividades pretendem desenvolver o pensamento lógico- matemático, estimulando a capacidade de refletir e raciocinar logicamente. As primeiras atividades serão feitas oralmente, de forma a desenvolver a abstração através da imaginação e 37 resolução de problemas. Adiante, trabalharemos com os conceitos matemáticos pertinentes à idade: números em suas formas gráficas, relacionando os numerais com a quantidade, sequência numérica, ordenação, classificação, cores, etc. ~†~ 38 SUGESTÃO DE APLICAÇÃO Os conteúdos de cada volume do material didático de Alfabetização 1 e 2, estão distribuídos pelas quatro semanas. Sugerimos um cronograma de aplicação que pode ser alterado de acordo com o desenvolvimento de cada criança ao longo da semana, a critério e organização dos responsáveis. Orientações gerais: - Antes de iniciar cada semana, o responsável deverá verificar os conteúdos propostos para organizar sua distribuição ao aluno. Observe, especialmente, os quadros azuis, em destaque ao final das atividades, que sugerem aquelas que devem ser repetidas mais de uma vez. - Comece a semana revisando o que foi dado nas semanas anteriores, verificando se existe algo a ser retomado. Por exemplo: se na semana anterior o aluno aprendeu as letras do seu nome, peça- lhe que repita e escreva. Ou então, que repita a sequência de letras que aprendeu até o momento etc. - O primeiro dia da semana deve sempre contemplar as Atividades de Escrita e estas devem ser repetidas todos os outros dias da semana, para que a criança desenvolva sua habilidade de escrever, memorizar e aperfeiçoar seu traçado. Por exemplo: se naquela semana será ensinada a escrita da letra A, peça que a criança treine uma linha ou mais todos os dias, até verificar que alcançou o objetivo. No caso da Alfabetização 2, as atividades de escrita são mais exigentes, devendo ser divididas um pouco por dia, até comtemplar todas elas. Mas é importante que, diariamente, a criança realize atividade escrita no caderno, inclusive, copiando a data, títulos, respostas das atividades etc (quando assim conseguir). 39 - As atividades de Conciência Fonológica e Fonêmica também podem ser apresentadas no primeiro dia para que haja uma continuidade ao longo da semana. Com relação à Alfabetização 1, ao longo do ano, a criança aprenderá um fonema por semana. O responsável pode introduzir no primeiro dia a história do Santo e as palavras com aquele fonema e ir lembrando ao longo da semana o nome do Santo aprendido, pedindo que ela pense em palavras que comecem com aquele som etc. Na Alfabetização 2, as Atividades de Conciência Fonêmica serão mais extensas e envolverão ditados, cópia de palavras, leitura e escrita. Sendo assim, o adulto poderá dividir os exercícios desta seção um pouco por dia até concluir o objetivo da semana. - O texto da Memorização deve ser introduzido no primeiro dia da semana e repetido todos os dias pela criança, para que o memorize. Pode ser que ela necessite de mais tempo para memorizar o que foi solicitado, ou memorize um trecho menor. O responsável poderá continuar a memorização por mais tempo, ou delimitar trechos menores, para que vá se habituando. - Do segundo ao quinto dia da semana, devem ser divididas as Atividades de Matemática, que, com o decorrer dos volumes se estenderão para 3 ou 4 atividades, sendo uma por dia. Assim, como no caso das atividades de escrita, os exercícios de matemática que exigem o treino dos números, podem ser repetidos ao longo da semana. Por exemplo: se a criança aprendeu a escrita do número 1, deverá treinar escrevê-lo em uma linha ou mais do caderno, todos os dias, para aperfeiçoar sua escrita, observando o traçado correto do número. - A Recontagem de História pode ser iniciada no segundo dia da semana. O responsável fará a leitura da história, bem como o roteiro de perguntas para a criança, que depois fará uma ilustração. Nos dois dias subsequentes, ela deverá fazer a recontagem da história, sendo que o adulto poderá retomar a leitura novamente, para que ela aperfeiçoe o vocabulário e a narrativa dos fatos, devendo observar a sequência temporal do começo, meio e fim. Pode ser que o adulto julgue necessário mais ou menos dias para encerrar a recontagem, de acordo com o interesse ou desenvolvimento da criança. Uma dica é pedir que a criança conte para outra pessoa da família a história que aprendeu. - A atividade de Contemplação do Belo representa apenas uma aula da semana, que pode ser realizada noúltimo dia da semana, ou como o responsável preferir. Sugerimos que esta atividade seja especialmente verificada antes, pois pode necessitar do preparo antecipado de materiais de artes ou demandar um tempo maior. - O Estudo Sagrado, que compreende a parte inicial do material didático, pode ser realizada num horário alternativo aos estudos, para que a rotina da criança não fique sobrecarregada. O responsável pode priorizar um momento em que a família se reúne, para que todos aprendam juntos. Os responsáveis devem ler e explicar o texto para a criança, fazendo-a memorizar o que for possível e rezando com ela quando proposto. Esta disciplina possui três seções (Doutrina Sagrada, Amizade com Deus e a Vida de Jesus), que podem ser divididas em três aulas durante a semana, ou, caso prefira, dadas todas em um dia só. - Sugerimos ainda, que seja feito um momento diário de leitura para a criança, além das histórias previstas no conteúdo. Que seja em um horário alternativo, como antes da criança dormir, por exemplo. Para estas leituras, os pais deverão adquirir um acervo próprio. Entre em contato com o serviço de ajuda dos professores e solicite nossa lista de livros sugeridos para a faixa etária. 40 Alfabetização 1 – O ALFABETO: LETRAS, SUAS FORMAS E SEUS NOMES. – CONSCÊNCIA FONOLÓGICA, APRESENTAÇÃO DOS FONEMAS E CONSCIÊNCIA FONÊMICA. Objetivos do material de Alfabetização 1, referente ao processo de alfabetização: • Que a criança conheça o alfabeto em sua forma gráfica, ou seja, os nomes das letras e suas formas. • Desenvolver a consciência fonológica através de exercícios de consciência de frases, palavras, sílabas e rimas. • Conhecer os fonemas (“som” de cada letra) juntamente com exercícios de consciência fonêmica (percepção destes fonemas nas palavras), sem ainda relacionar grafema/fonema. • Conseguir copiar palavras utilizando a letra de imprensa MAIÚSCULA. (Introduzindo a minúscula quando a criança já estiver dominando a primeira). Alfabeto: MAIÚSCULO ~†~ 41 Semana 1 Leitura Comece cada dia com as orações introdutórias e com a leitura do Evangelho do dia. Organização do material A organização, o capricho e o zelo pelo material da criança são fundamentais para que ela cultive bons hábitos e saiba valorizar seus estudos como um precioso caminho para glorificar a Deus! Sugerimos que todas as atividades escritas propostas neste material sejam realizadas em um caderno brochura – capa dura (Inicialmente, pode-se optar pelo modelo que possui a pauta larga - como a do modelo abaixo – até que a criança se acostume com a escrita, pois este tipo de linha mais larga a ajudará a delimitar o espaço necessário para a escrita. Logo que perceber que ela consegue atingir o traçado, passe para o caderno brochura, no qual ela escreverá dentro de uma linha comum). Exemplo de caderno com a pauta larga: É importante iniciar cada atividade no caderno escrevendo um cabeçalho, que contenha a descrição da atividade e a data, para que fique registrado tudo o que a criança está realizando. Inicialmente, o adulto deverá fazer este registro, e, aos poucos, a criança pode tentar copiar ao menos a data. 42 Para as demais atividades de artes e ilustrações sugeridas no material, sugerimos que sejam feitas em folhas sulfite e depois arquivadas em uma pasta catálogo (que possui plásticos no seu interior para organizar as folhas). Procure decorar a pasta e o caderno com uma imagem sacra e com o nome completo da criança. Exemplo de pasta catálogo: Todas as atividades desenvolvidas em folhas sulfite também deverão conter o cabeçalho e, de preferência, devem ser demarcadas com uma margem lateral, para que a criança desenvolva o senso espacial do papel. Peça sempre que a criança escreva seu nome (quando conseguir, peça que escreva o nome completo). Exemplo - Atividades na folha sulfite: 43 Atividade 1- Escrita - Chamei-te pelo nome! A motivação inicial da aprendizagem do nome será a passagem de Isaías 43, 1: “E agora, eis que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te formou, Israel: Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu”. 1 - Procure esta passagem na Bíblia, junto com a criança, e faça a leitura em voz alta. 2 - Releia e peça para que a criança repita com você. 3 - Converse com ela sobre o que significa o versículo “és meu”. Explique-lhe sobre o amor que Deus tem por ela, de forma particular, conhecendo-lhe pelo nome. Diga que seu nome foi proclamado em seu batismo e está escrito na mão de Deus, no livro da vida! Conte-lhe também como foi a escolha do seu nome. 4 - Escreva o nome da criança, em letras grandes e de FORMA, no início de seu caderno. 5 - Diga cada letra do nome da criança e peça para ela repetir. Exemplo: Nome "Maria” 1º dia – Mostre a letra M e peça para que a criança repita e memorize. Retome durante o dia: qual é a primeira letra do seu nome? 2º dia – Mostre no caderno a letra A e peça para a criança repetir e memorizar. Ela deve perceber que as letras se repetem no seu nome, como é o caso da letra A. Retome durante este dia o nome da segunda letra. 3º dia – Mostre no caderno a letra R e peça para a criança repetir e memorizar. Aproveite para dizer-lhe se o nome de alguém de sua família também começa com esta mesma letra. O mesmo com a letra I. E assim por diante. Durante a semana: A cada dia desta semana retome seu caderno e mostre-lhe uma letra do seu nome, pedindo que repita, memorizando uma letra por vez. O objetivo, neste momento, é que ela aprenda os nomes dessas letras. Repita esta atividade até que ela tenha memorizado todas as letras do seu nome. 44 Atividade 2- Recontagem de história 1-Leia o texto abaixo em voz alta para a criança. Ouvir uma história não é só um entretenimento. É importante estimular o silêncio e a disciplina para os momentos de leitura sugeridos. Peça para que ela se acalme, sente-se para ouvir e preste atenção no que será lido, para depois conversarem. A ovelhinha perdida Esta história se baseia em Lucas 15, 3-7. A ovelhinha era a mais nova de seu rebanho. Era tão pequenina, com pouca lã ainda e as perninhas finas. À noite, dormia no cercado, aconchegada à pelagem espessa da mãe. Passava o dia mordiscando a relva, bebendo água do riacho e brincando pela campina. - Cuide de mim - tentava dizer ao pastor do rebanho. Sou pequena demais e ainda fraquinha para cuidar de mim mesma. O pastor compreendia e ficava de olho nela, embora tivesse cem ovelhas no rebanho. Era um bom pastor; caso contrário, não daria conta de tantas ovelhas. Toda manhã abria a porteira do cercado e elas saíam atabalhoadamente. Ele então as conduzia para um pasto verdejante no alto de uma colina, onde passava o dia a vigiá-las. Havia lobos nas montanhas das redondezas à espera de uma boa oportunidade para capturar uma delas. Ele os mantinha afastados. Quando o sol começava a baixar por trás da colina, o bom pastor conduzia seu rebanho de volta para o cercado. E, antes de fechar a porteira, sempre contava para ver se havia cem ovelhas. Uma tempestade num lugar alto é algo terrível. Um dia, houve uma tempestade com vendaval, chuva gelada e raios cruzando o céu. As ovelhas ficaram assustadíssimas, sem saber 45 para onde ir. Soltaram balidos enquanto desciam a colina, mais atrapalhadas que nunca. Mas o pastor as conduziu com calma, apontando-lhes a direção com o cajado. Ele as foi chamando pelos nomes que lhes dera, preocupado, primeiramente, em evitar que a tempestade as apanhasse. E logo se avistou o cercado. Enquanto as ovelhas passavam pela porteira, ele as foi contando, uma a uma. Havia apenas noventa e nove. O pastor olhou para as ovelhas trêmulas ali dentro e logo se deu conta de qual se perdera na tempestade. Se não
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