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Estrutura e função da pele Área e espessura da pele Adulto médio: 1,9 m² de área– Espessura: 0,05 a 3,0 mm– Componentes da pele Epiderme: parte fina e externa– Dermis: parte interna e espessa– Epiderme Várias camadas de células epiteliais– Stratum corneum: células mortas com queratina– Barreira física contra micro-organismos– Dermis Principalmente tecido conectivo– Folículos pilosos e ductos das glândulas sudoríparas e de óleo– Via de entrada para micro-organismos– Transpiração Fornece umidade e nutrientes– Contém sal, lisozima e peptídeos antimicrobianos– Inibe alguns micro-organismos– Sebo Secretado pelas glândulas sebáceas– Composto de lipídios, proteínas e sais– Impede ressecamento da pele e pelos– Ácidos graxos inibem alguns patógenos– Nutritivo para muitos micro-organismos– Infecções da pele Página 1 de Medicina 2 Membranas mucosas Características Revestem cavidades do corpo– Camadas de células epiteliais unidas– Conectadas à membrana basal– Funções Secretam muco– Possuem cílios no sistema respiratório– Prendem partículas e micro-organismos– Expulsam do corpo– Propriedades Ambiente ácido– Limita população microbiana– Olhos lavados pelas lágrimas com lisozima– Destrói paredes celulares de bactérias– Área de mucosa total Cerca de 400 m² em um ser humano médio– Maior que a superfície da pele– Microbiota normal da pele Características Inóspita para maioria dos micro-organismos– Suporta crescimento de certos micróbios– Bactérias aeróbicas Produzem ácidos graxos a partir do sebo– Inibem crescimento de outros micro-organismos– Micro-organismos Resistentes ao ressecamento e sal– Página 2 de Medicina 2 Micro-organismos resistentes Resistentes ao ressecamento e sal– Gram-positivos: estafilococos e micrococos– Bactérias da pele Crescem em pequenos agrupamentos– Lavagem diminui, mas não elimina– Áreas úmidas do corpo Axilas e entre as pernas– Maior quantidade de micróbios– Responsáveis pelo odor corporal– Difteroides Bacilos gram-positivos pleomórficos– Propionibacterium acnes (anaeróbicos)– Corynebacterium xerosis (aeróbicos)– Levedura Malassezia furfur Causa descamação da pele (caspa)– Tratamento com xampus contendo cetoconazol, piritionato de zinco ou sulfeto de selênio – Ativos contra a levedura– Doenças microbianas da pele Lesões e erupções Nem sempre indicam infecção– Podem ser doenças sistêmicas afetando órgãos internos– Tipos de lesões Vesículas: pequenas, cheias de fluido– Bolhas: diâmetro maior que 1 cm– Máculas: lesões planas e avermelhadas– Pápulas: lesões elevadas– Pústulas: lesões elevadas com pus– Classificação das doenças Baseado no órgão mais afetado: pele– Erupções Exantema: erupção de pele causada por doença– Enantema: erupções nas membranas mucosas– Diagnóstico Baseado no surgimento de erupções– Doenças bacterianas da pele Causas frequentes Staphylococcus– Streptococcus– Página 3 de Medicina 2 Streptococcus– Infecções superficiais Comuns na pele– Causadas por estafilococos e estreptococos– Adaptam-se bem às condições da pele– Características das bactérias Enzimas invasivas– Produção de toxinas– Infecções de pele por estafilococos Características dos estafilococos Bactérias gram-positivas esféricas– Formam agrupamentos irregulares– Divididas em coagulase-positivas e coagulase-negativas– Staphylococcus epidermidis (coagulase- negativas) Comuns na pele, cerca de 90% da microbiota normal– Patogênicos apenas quando a barreira da pele é rompida– Staphylococcus aureus (coagulase- positivas) Residente permanente das passagens nasais em 20% da população– Pode sobreviver por meses nas superfícies– Possui muitos fatores de virulência e meios de evadir as defesas do hospedeiro – Produz toxinas danosas– Pode causar sepse e afetar o trato gastrintestinal– Resistente a opsonização e a lisozima– Difícil de tratar, cepas resistentes a antibióticos– Infecções de pele causadas por S. aureus Foliculite: espinhas ou pelos encravados– Hordéolo: infecção do folículo piloso nos cílios– Furúnculo: abscesso, região localizada de pus circundado por tecido inflamado – Carbúnculo: dano extensivo a tecidos vizinhos, massa endurecida e profundamente inflamada – Impetigo: infecção de pele altamente infecciosa, afeta principalmente crianças de 2 a 5 anos, dissemina por contato direto – Streptococcus pyogenes e infecções de pele Impetigo Causado por Streptococcus pyogenes e/ou Staphylococcus aureus– Duas formas: não bolhoso (mais comum) e bolhoso– Lesões curam sem tratamento e sem deixar cicatrizes– Impetigo bolhoso e síndrome da pele escaldada estafilocócica Página 4 de Medicina 2 Causados por toxina estafilocócica– Toxina A: causa impetigo bolhoso– Toxina B: causa síndrome da pele escaldada– Surtos comuns em berçários de hospitais– Síndrome do choque tóxico (SCT) Potencialmente fatal– Sintomas: febre, vômitos, erupções semelhantes a queimaduras solares, choque e falência de órgãos – Associada ao uso de tampões vaginais altamente absorventes– Toxina da síndrome do choque tóxico 1 (TSCT-1) produzida e espalhada pela corrente sanguínea – Sintomas devido às propriedades superantigênicas da toxina– SCT não menstrual ocorre após cirurgias nasais, incisões cirúrgicas e em mulheres que acabaram de dar à luz – Infecções de pele por estreptococos Características dos estreptococos Bactérias gram-positivas e esféricas– Crescem em cadeias– Causam diversas condições clínicas, como meningite, pneumonia, dor de garganta, otite média, endocardite, febre puerperal e cáries dentárias – Toxinas e enzimas produzidas Hemolisina: lisa eritrócitos e outros tipos de células– Categorização: alfa-hemolíticos, beta-hemolíticos e gama-hemolíticos (não hemolíticos) – Estreptococos beta- hemolíticos e Streptococcus pyogenes Associados a doenças humanas– Subdivididos em grupos sorológicos (A a T)– Streptococcus pyogenes: estreptococos do grupo A (GAS)– Responsáveis por diversas doenças humanas, algumas fatais– Mais de 80 tipos imunológicos baseados na proteína M– Fatores de virulência Proteína M: evita ativação do complemento e fagocitose; auxilia adesão e colonização das membranas mucosas – Cápsula de ácido hialurônico: pouco imunogênica, semelhante aos tecidos conectivos humanos – Estreptocinases: dissolvem coágulos sanguíneos– Página 5 de Medicina 2 Estreptocinases: dissolvem coágulos sanguíneos– Hialuronidase: degrada ácido hialurônico dos tecidos conectivos– Deoxirribonucleases: degradam DNA– Estreptolisinas: lisam eritrócitos e são tóxicas para neutrófilos– Consequências das infecções Podem ser localizadas ou destrutivas se atingirem tecidos mais profundos– Erisipela: infecção da derme por S. pyogenes Erupções avermelhadas com bordas elevadas– Pode causar destruição de tecidos locais ou sepse– Geralmente inicia na face, frequentemente precedida por dor de garganta estreptocócica – Febre alta comum– Sensível a antibióticos β-lactâmicos, especialmente cefalosporina– – Infecções invasivas por estreptococos do grupo A Aproximadamente 15.000 casos por ano nos EUA– Inicia-se por pequenas rupturas na pele– Sintomas precoces frequentemente ignorados– Fascite necrosante: rápida destruição de tecidos– Alta taxa de mortalidade por choques sistêmicos (>40%)– Página 6 de Medicina 2 onenote:https://d.docs.live.net/307e520674e46072/Documentos/Medicina%20V/SP%202.one#ANTIBIÓTICOS§ion-id={0D9DC84B-93CE-4542-B2FE-0B2D20EA7565}&page-id={8889D256-F948-4EBB-B123-182635ABE5B5}&object-id={9C4170E1-E0CC-43D8-AF22-6AB0D427DED8}&CB Exotoxina A e síndrome do choque tóxico estreptocócica (SCT estreptocócica) Exotoxina A: superantígeno produzido por cepas de estreptococos com proteína M – Antibióticos de amplo espectro usados devido à possibilidade de múltiplos patógenos bacterianos – SCT estreptocócica: semelhante à SCT estafilocócica Menor probabilidade de erupção– Maior probabilidade de bacteremia– Ativação de neutrófilos e liberação de enzimas danosas, levando achoque e dano a órgãos – – Infecções por Pseudomonas Características das Pseudomonas Bacilos bacterianos gram-positivas, aeróbicos– Encontradas no solo, fontes de água e ambientes úmidos– Resistente a muitos antibióticos e desinfetantes– Espécie mais proeminente: Pseudomonas aeruginosa (patógeno oportunista) – Dermatite por Pseudomonas Erupção autolimitada com duração de cerca de duas semanas– Associada ao uso de piscinas, saunas e banheiras– Causada por aumento de alcalinidade, menor efetividade do cloro e maior concentração de nutrientes dissolvidos – Outras infecções por Pseudomonas Otites externas ("ouvido de nadador")– Infecções nosocomiais de cateteres ou aparelhos médicos– Infecções em pacientes com fibrose cística pulmonar de origem genética – Infecções em pacientes queimados, especialmente queimaduras de segundo e terceiro graus – Página 7 de Medicina 2 Características das infecções por P. aeruginosa Produz exotoxinas e endotoxina– Cresce em densos biofilmes– Infecções geram pus de coloração azul-esverdeada (pigmento piocianina) – Tratamento Resistência relativa aos antibióticos– Quinolonas e novos antibióticos β-lactâmicos específicos para Pseudomonas como drogas de escolha – Sulfadiazina de prata útil no tratamento de queimaduras infectadas por P. aeruginosa – Úlcera de Buruli Características e prevalência Doença encontrada principalmente na África Central e do Oeste– Também ocorre em áreas temperadas e tropicais pontuais ao redor do mundo (México, Austrália e algumas regiões da América do Sul) – Causada pelo Mycobacterium ulcerans, semelhante às micobactérias causadoras da tuberculose e lepra – Sinais e sintomas Progresso lento e poucos sinais e sintomas precoces graves– Eventualmente, forma uma úlcera profunda que pode se tornar massiva e seriamente danosa – Se não tratada, pode requerer cirurgia plástica ou amputação do membro – Fatores de risco e epidemiologia Associada ao contato com águas paradas ou de pântanos– Incidência crescente, atualmente excedendo a lepra e, em algumas áreas, até mesmo a tuberculose – Classificada pela Organização Mundial da Saúde como um risco global à saúde pública – Diagnóstico e tratamento Diagnóstico baseado na aparência da úlcera, com maior vigilância em áreas endêmicas – Tratamento com drogas antimicobacterianas, como combinações de estreptomicina e rifampicina – Acne Prevalência Doença de pele mais comum em seres humanos– Afeta cerca de 17 milhões de pessoas nos Estados Unidos– Mais de 85% dos adolescentes apresentam acne em algum grau– Página 8 de Medicina 2 onenote:https://d.docs.live.net/307e520674e46072/Documentos/Medicina%20V/SP%206.one#RESUMO%20ANTIBIÓTICOS§ion-id={B21B70E1-0018-4E43-9CD1-7DD4594E54D9}&page-id={805811CD-59C1-4B1E-9C8C-1ED1ACED71D9}&object-id={000052AA-E9FE-458B-B50D-459AC9EF7BC2}&D4 Mais de 85% dos adolescentes apresentam acne em algum grau– Tipos de acne e tratamentos Acne comedonal (leve) Causada pelo entupimento dos folículos pilosos com células mortas da pele e sebo – Forma pontos brancos (comedos) ou massas de ponta escura (comedones) – Tratamento com agentes tópicos: ácido azeláico (Azelex), ácido salicílico ou retinoides (derivados da vitamina A) – 1. Acne inflamatória (moderada) Originada da ação bacteriana, principalmente do Propionibacterium acnes – Causa inflamação e resulta em pústulas e pápulas– Terapia focada na prevenção da produção de sebo (agentes tópicos não são eficientes) – 2. Acne cística nodular Requer tratamentos diferentes dos outros tipos de acne– 3. Fatores que afetam a formação de sebo Hormônios como estrogênios e androgênios– Gravidez, alguns contraceptivos hormonais e mudanças hormonais relacionadas à idade podem reduzir a formação do sebo – Dieta não apresenta efeito conhecido na produção de sebo– Observações importantes A cor escura dos comedones não é causada por sujeira, mas pela oxidação de lipídeos – Agentes tópicos não afetam a produção de sebo, que é a causa primária da acne – Acne e Tratamentos Isotretinoína (Accutane) Reduz a formação de sebo– Teratogênica: causa danos graves ao feto em desenvolvimento– Usada principalmente para casos severos de acne– Antibióticos e Peróxido de Benzoíla Tratam a acne inflamatória, afetando o P. acnes– Peróxido de benzoíla é efetivo contra algumas bactérias, especialmente o P. acnes – Resseca a pele e ajuda na liberação dos folículos entupidos– Disponível em géis ou combinado com antibióticos, como clindamicina (BenzaClin) e eritromicina (Benzamycin) – Tratamentos Alternativos Página 9 de Medicina 2 Sistema Clear Light Exposição da pele à luz azul de alta intensidade– Aprovado para acne leve a moderada– 1. Tratamento Smoothbeam Utiliza raios laser– Acelera a cicatrização e previne a formação de espinhas– Aprovado para acne leve a moderada– 2. ThermoClear Aparelho portátil que libera um pequeno pulso de calor nas lesões– 3. Acne Cística Nodular (Severa) Caracterizada por nódulos ou cistos inflamados e cheios de pus na pele– Deixa cicatrizes proeminentes na face e no tronco, afetando psicologicamente o paciente – Principal tratamento: isotretinoína, com precauções para evitar a administração em mulheres grávidas – Doenças Virais da Pele Verrugas e Tratamentos Causa Crescimentos cutâneos benignos causados por vírus– Mais de 50 tipos de papilomavírus conhecidos– Transmissão Por contato, inclusive sexual– Tratamentos Médicos Comuns Crioterapia Aplicação de nitrogênio líquido extremamente frio– 1. Eletrodessecação Dessecação com corrente elétrica– 2. Ácidos Utilização de ácidos para queimar verrugas– Compostos contendo ácido salicílico são especialmente efetivos– 3. Aplicações Tópicas Drogas prescritas, como podofilox ou imiquimod (Aldara)– Imiquimod estimula a produção de interferons de efeito antiviral– 4. Tratamentos Alternativos5. Página 10 de Medicina 2 Laser– Injeções de bleomicina (droga antitumoral)– Associação com Câncer Embora as verrugas não sejam câncer, alguns cânceres de pele e cervicais estão associados à infecção por papilomavírus – Incidência de verrugas genitais atingiu proporções epidêmicas– Varíola Características Doença causada pelo vírus Variola virus– Duas formas: varíola maior (taxa de mortalidade de 20% ou mais) e varíola menor (taxa de mortalidade de menos de 1%) – Transmitida pela via respiratória– História Estima-se que 80% da população europeia na Idade Média contraíram varíola – Causou grande devastação entre os índios norte-americanos– Última vítima de um caso natural de varíola em 1977 (Somália)– Erradicação Primeira doença a ser erradicada da população humana– Campanha de vacinação mundial coordenada pela Organização Mundial da Saúde – Vírus da varíola mantido em duas instalações: Estados Unidos e Rússia– Bioterrorismo e Vacinação A varíola seria perigosa se usada como agente de bioterrorismo– Estoques de vacina estão sendo acumulados por precaução– Vacinação atualmente limitada a grupos específicos, como militares e profissionais da saúde – Vacina poderia causar mortes significativas entre indivíduos imunocomprometidos – Pesquisas em Antivirais Em andamento para encontrar tratamentos efetivos– Cidofovir é um dos candidatos investigados– Falta de pacientes sintomáticos de varíola impede testes significativos– Varíola Símia (Monkeypox) Doença semelhante à varíola humana– Surgiu em zoológicos entre macacos da África e do leste da Ásia– Vírus endêmico e circula em pequenos animais– Surtos ocasionais em humanos– Sintomas semelhantes aos da varíola humana– Taxa de mortalidade: 1 a 10% em adultos africanos, maior em crianças– Transmissão de animais para humanos, limitada entre humanos– A vacinação contra varíola apresenta efeito protetor contra varíola símia– A Organização Mundial da Saúde monitora surtos da doença– Varicela (Catapora) e Herpes Zoster Doença infantil branda– Baixa taxa de mortalidade,geralmente associada a complicações como encefalites ou pneumonias – Meio das mortes ocorrem entre adultos– Causada pelo herpesvírus varicela zoster (human herpesvirus 3)– Adquirida quando o vírus entra no trato respiratório– Lesões vesiculares na pele, com duração de 3 a 4 dias– Lesões se enchem de pus, se rompem e formam crostas antes de cicatrizarem – Localizadas principalmente na face, garganta e costas, mas também podem ocorrer no peito e ombros – Infecção durante o início da gravidez pode causar danos graves ao feto em cerca de 2% dos casos – Página 11 de Medicina 2 cerca de 2% dos casos Síndrome de Reye Complicação severa ocasional de catapora, gripe ou outras doenças virais– Sintomas: vômito persistente, disfunção cerebral, sonolência, comportamento agressivo, coma e morte – Taxa de mortalidade: antes próxima a 90%, agora cerca de 30% ou menos devido à melhoria dos tratamentos – Afeta principalmente crianças e adolescentes– Uso de aspirina para baixar a febre em casos de varicela ou gripe aumenta as chances de desenvolvimento da síndrome de Reye – Sobreviventes podem apresentar dano neurológico– Herpes Zoster Causado pela reativação do vírus varicela zoster latente em gânglios da raiz dorsal – Reativação pode ser devido ao estresse ou diminuição da competência imune relacionada ao envelhecimento – Vesículas semelhantes às da varicela, localizadas em áreas distintas– Lesões distribuídas ao redor da cintura ou em outras áreas, como face, peito e costas – Infecção limitada a apenas um lado do corpo, seguindo a distribuição do nervo sensorial cutâneo afetado – Infecções nos nervos podem resultar em dano nervoso, afetando a visão ou causando paralisia – Sensação de queimação e dores severas são sintomas frequentes– Dor persistente por meses ou anos é denominada neuralgia pós-herpética– Forma clínica diferente do vírus que causa a varicela– Raramente ocorre em pessoas com menos de 20 anos; maior incidência entre adultos mais velhos – Pouco comum apresentar mais de uma vez– Tratamento com drogas antivirais: aciclovir, valaciclovir e fanciclovir– Tratamento com antivirais obrigatório em pacientes imunossuprimidos e com acometimento visual – Página 12 de Medicina 2 Varicela em Vacinados Vacina composta por vírus vivos e atenuados licenciada em 1995– Casos de varicela diminuíram sistematicamente desde então– Efetividade da vacina (cerca de 97%) diminui com o tempo– Varicela em pessoas previamente vacinadas se torna relativamente comum– Casos brandos, com erupções que não se parecem muito com a varicela típica – Dose de reforço da vacina pode ser necessária para controle completo da doença – Recomendações Preocupação com enfraquecimento gradual da imunidade conferida pela vacinação na infância, gerando população de adultos suscetíveis – Recomendação atual: adultos com mais de 60 anos recebam uma nova dose da vacina zoster, mesmo que já tenham tido varicela ou herpes zoster – Herpes Simples (HSV-1 e HSV-2) HSV-1 Transmissão principalmente pelas vias orais ou respiratórias– Infecção normalmente ocorre na infância– 90% da população dos EUA já foi infectada– Causa herpes labial (doloroso, vesículas próximas à margem vermelha dos lábios) – Permanece latente no gânglio do nervo trigêmeo– Página 13 de Medicina 2 Recorrência ativada por exposição à radiação ultravioleta, problemas emocionais, mudanças hormonais – Transmissão por contato de pele (herpes gladiatorum)– HSV-2 Transmissão principalmente por contato sexual– Causa herpes genital– Difere do HSV-1 em constituição antigênica e efeitos em células cultivadas– Latente no gânglio do nervo sacral, localizado próximo à medula espinal– Raramente causa encefalite herpética (mais grave que HSV-1, taxa de mortalidade de até 70% quando não tratada) – Encefalite Herpética Causada por HSV-1 ou HSV-2– Tratamento com aciclovir pode levar à cura– Taxa de mortalidade em um surto se manteve em 28%– Apenas 38% dos sobreviventes não apresentaram danos neurológicos sérios – Profissionais e Suscetibilidade Enfermeiros, médicos e dentistas são suscetíveis à infecção ocupacional pelo HSV-1 – Crianças com úlceras herpéticas orais também são mais suscetíveis– Aftas Diferentes de herpes labial, ocorrência associada a fatores como estresse e menstruação – Lesões dolorosas em membranas mucosas móveis (língua, bochechas, parte interna dos lábios) – Normalmente curam em alguns dias, mas frequentemente recorrentes– Sarampo Página 14 de Medicina 2 Características Doença viral altamente contagiosa, dissemina por via respiratória– Quarentena não é eficaz na prevenção de surtos– Vacina tríplice viral (MMR) praticamente eliminou o sarampo dos EUA – Sem reservatório animal, imunidade grupal é difícil de obter– Objetivo mundial atual: controle do sarampo pela vacinação, não erradicação – Redução na mortalidade: de 873.000 óbitos em 1999 para 345.000 em 2005 – Meta: redução de 90% na mortalidade até 2010– Vacina tem taxa de efetividade de cerca de 95%– Casos de infecção ainda ocorrem em pessoas que não obtêm ou retêm boa imunidade – Sarampo é perigoso para crianças com menos de um ano, mais propensas a complicações – Vacinação e Proteção Materna Antes da vacina, crianças protegidas por anticorpos maternos gerados pelo contato prévio da mãe com a doença – Anticorpos maternos produzidos em resposta à vacinação não são tão eficientes em prover proteção – Vacina não é eficiente quando administrada em bebês, vacinação não é feita antes dos 12 meses de idade – Crianças vulneráveis por um período significativo– Sarampo: Sintomas, Complicações e Desenvolvimento Inicia no trato respiratório superior– Período de incubação: 10 a 12 dias– Sintomas iniciais semelhantes a um resfriado– Erupção macular começa na face e se espalha para o tronco e extremidades – Lesões na cavidade oral: manchas de Koplik (pequenas manchas vermelhas com pontos centrais azul-esbranquiçados) – Complicações e Riscos Perigoso, especialmente para crianças e idosos– Complicações frequentes: infecções do ouvido médio e pneumonias (causadas pelo vírus ou infecções bacterianas secundárias) – Encefalite: acomete cerca de 1 em 1.000 vítimas do sarampo, podendo causar danos cerebrais permanentes – Fatalidade: aproximadamente 1 em 3.000 casos, principalmente – Página 15 de Medicina 2 Fatalidade: aproximadamente 1 em 3.000 casos, principalmente crianças – Panencefalite Esclerosante Subaguda Rara (cerca de 1 em 1.000.000 de casos), acomete principalmente homens – Surge de 1 a 10 anos após a recuperação do sarampo– Desenvolvimento de sintomas neurológicos severos– Morte ocorre dentro de poucos anos– Rubéola Características, Sintomas e Complicações Também conhecida como sarampo alemão– Doença viral mais branda que o sarampo– Sintomas comuns: erupção macular (pequenas manchas vermelhas) e febre baixa – Complicações raras, encefalites podem ocorrer em cerca de 1 em 6.000 casos (maioria em adultos) – Transmissão: via respiratória– Período de incubação: 2 a 3 semanas– Recuperação: gera imunidade firme– Síndrome da Rubéola Congênita Causada pela infecção da mãe no primeiro trimestre da gravidez– Riscos para o feto: surdez, catarata, defeitos cardíacos, retardo mental, morte – Cerca de 15% dos bebês com síndrome da rubéola congênita morrem no primeiro ano – Prevenção e Vacinação Identificação de mulheres não imunizadas e em período fértil– Teste sorológico para detecção de imunidade em alguns estados dos EUA – Vacina contra rubéola introduzida em 1969– Mais de 90% das pessoas vacinadas ficam protegidas por pelo menos 15 anos – Menos de 10 casos anuais de síndrome da rubéola congênita relatados devido às medidas preventivas – Vacina não recomendada para mulheres grávidas– Pessoas com defeitos imunológicos não devem receber vacinas vivas contra qualquer doença – Eritema Infeccioso (Quinta Doença) Nome originado de uma listade doenças com erupções na pele datada de 1905– Página 16 de Medicina 2 Nome originado de uma lista de doenças com erupções na pele datada de 1905– Causada pelo parvovírus humano B19– Cerca de 20% das pessoas infectadas não apresentam sintomas– Sintomas: similares a um caso leve de gripe, com erupção facial semelhante à marca deixada por um tapa no rosto – Consequências em adultos: anemia, artrites ou, mais raramente, abortos– Roséola Infantil Doença branda e comum na infância– Sintomas: febre alta por alguns dias, seguida de erupção que cobre a maior parte do corpo e dura de um a dois dias – Recuperação leva à imunidade definitiva– Causada pelos vírus Herpesvírus humano 6 e 7 (HHV-6 e HHV-7)– HHV-7 responsável por 5 a 10% dos casos– Ambos os vírus podem estar presentes na saliva da maioria dos adultos– Doenças da Pele Causadas por Fungo Micoses Cutâneas Causadas por fungos denominados dermatófitos, que colonizam pelos, unhas e camada externa da epiderme – Dermatomicoses ou tíneas são os nomes técnicos dessas infecções fúngicas – Tipos comuns de tíneas: Tínea da cabeça: afeta o couro cabeludo, comum em crianças do ensino fundamental – Tínea crural: afeta a virilha– Tínea do pé: também chamada de pé-de-atleta– – Página 17 de Medicina 2 Fungos envolvidos: Trichophyton: afeta pelos, pele e unhas– Microsporum: afeta pelos e pele– Epidermophyton: afeta pele e unhas– – Tratamentos tópicos disponíveis sem prescrição médica: miconazol e clotrimazol Para o pé-de-atleta: alilamina com terbinafina, naftifina ou butenavina – Tratamento oral para infecções em cabelo e unhas: griseofulvina, itraconazol e terbinafina (com cautela devido aos efeitos colaterais graves) – – Diagnóstico: exame direto de raspados da área afetada, tratados com hidróxido de potássio (KOH) e analisados sob microscopia óptica – Micoses Subcutâneas Mais sérias que as micoses cutâneas– Causadas por fungos que habitam o solo, especialmente com vegetação em decomposição – Penetram a pele através de pequenas aberturas ou ferimentos– Exemplo comum nos Estados Unidos: esporotricose Causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii– Maioria dos casos ocorre entre jardineiros ou pessoas que trabalham com terra – Fungo frequentemente invade o sistema linfático e forma lesões similares – Pode ser fatal– Tratamento: ingestão de solução diluída de iodeto de potássio – – No Brasil: Esporotricose relacionada a pessoas que lidam com o solo– Casos também atribuídos a arranhaduras de gatos com esporos do fungo nas garras – Considerada uma zoonose– – Candidíase Microbiota bacteriana suprime o crescimento de fungos nas membranas mucosas Candida albicans é a espécie mais comum– Morfologia pode apresentar formações de pseudo- hifas – Página 18 de Medicina 2 Candidíase ocorre quando há crescimento excessivo de C. albicans Pode causar infecções na cavidade oral, vaginites e infecções de pele e membranas mucosas – Tratamento da candidíase Aplicações tópicas de miconazol, clotrimazol ou nistatina – Candidíase sistêmica pode resultar em doença fulminante e morte – Tratamento com fluconazol é a droga de escolha– Novas drogas antifúngicas como micafungina e anidulafungina estão disponíveis – Infecções parasitárias da pele Sarna A sarna é uma doença causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei– Primeira conexão documentada entre um organismo microscópico e uma doença humana– Página 19 de Medicina 2 Sintomas e Causas da Sarna Intensa coceira local– Túneis sob a pele feitos pelo ácaro– Lesões inflamatórias causadas por infecções secundárias– Transmissão por contato íntimo, inclusive sexual– Prevalência da Sarna Cerca de 500.000 pessoas com sarna procuram tratamento cada ano nos Estados Unidos – Infestação mais prevalente em países em desenvolvimento– Tratamento da Sarna Diagnóstico feito pela análise microscópica de raspados de pele– Tratamento pela aplicação tópica de permetrina ou, em casos difíceis, ivermectina oral – Pediculose (piolho) Infestação de piolhos em humanos Problema que persiste por milhares de anos– Proliferação de piolhos em crianças de classe média e rica nos EUA Transmissão fácil de pessoa para pessoa– Pediculus humanus capitis Piolho da cabeça, diferente do piolho do corpo– Alimenta-se do sangue do hospedeiro– Sintomas da infestação de piolhos Coceira, resultado da sensibilização à saliva do piolho– Ato de se coçar pode resultar em infecções bacterianas secundárias – Características do piolho da cabeça Fêmea deposita muitos ovos (lêndeas) por dia– Ovos ficam anexados à haste dos fios de cabelo próximo ao couro cabeludo – Casca vazia dos ovos é branca e visível– Piolho se adapta às hastes cilíndricas do cabelo de pessoas brancas – Incidência de piolhos em pessoas negras nos EUA é baixa– Página 20 de Medicina 2 Tratamentos para piolho da cabeça Muitas opções disponíveis Popularmente associados a condições sanitárias inadequadas – Medicamentos de venda livre Nix (inseticida baseado em permetrina)– Rid (inseticida baseado em piretrina)– Resistência tem se tornado comum– Outras preparações disponíveis Inseticida malation (Ovide)– Lindane (mais tóxico e proibido em algumas regiões)– Tratamento de dose única Administração oral de ivermectina– Novo produto baseado em silicone LiceMD: atóxico e efetivo– Princípio ativo: dimeticona, bloqueia os tubos de respiração do piolho – Remoção física das lêndeas Opção de tratamento– Procedimento difícil e demorado– Surgimento de serviços profissionais para remoção de piolhos em algumas cidades – Serviços são caros mas considerados válidos pelas mães ocupadas – REFERÊNCIA: MICROBIOLOGIA. TORTORA. 9a ed. C21: Doenças microbianas da pele e dos olhos. Página 21 de Medicina 2
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