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Beatriz Machado de Almeida - Internato VULVOVAGINITES DEFESA NO MENACME • Acidez (pH 4,5). • Lactobacilos (bacilos de Doderlein): predominantes na flora vaginal normal. • Pelos abundantes. • Coaptação de pequenos lábios. • Muco cervical. INVESTIGAÇÃO DE CORRIMENTO • Exame especular: observar as características da parede vaginal, do colo, do corrimento. Permite a coleta de material. • Microscopia direta: passagem do material colhido no canal vaginal ou no colo do útero na lâmina do microscópio (à fresco). • Teste do pH: quando pH>4,5, chama atenção para a presença de patógenos. Lembrar que existem MO que tem predileção por PH ácido. • Teste das aminas (KOH 10%) – Teste de Whiff: positivo quando volatização das aminas, levando a piora do odor fétido. TIPOS VAGINOSE BACTERIANA • Agente: Gardnerella vaginallis (principal). • + comum de todas. • Corrimento vaginal de odor fétido: piora durante relação sexual e fluxo menstrual. DIAGNÓSTICO: • 3 de 4 critérios de Amsel: 1. Corrimento branco-acinzentado, fino, homogêneo. 2. pH vaginal >4,5 (um pouco menos ácido). 3. Teste Aminas (Whiff) positivo. 4. Clue cells (células alvo). Bactéria. Lembrete: a simples presença de Gardnerella não dá o diagnóstico de vaginose. Algumas mulheres tem o agente como parte da flora normal. Se presente na colpocitologia (preventivo), mas ausência de sintomas, não precisa tratar! Se gestante, sempre tratar, pois está associada a abortamento, trabalho de parto prematuro, amniorrexe prematura. TRATAMENTO: • Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias: 02 comprimidos de 250mg. ❖ Pode ser usado em gestante. ❖ Evitar álcool (efeito antabuse): paciente menciona sensação de morte eminente. Tem que evitar o uso durante pelo menos 24h depois de finalizado o tratamento. • Pode ser feito o tratamento tópico (creme). • Não precisa tratar o parceiro! Não é uma infecção sexualmente transmissível clássica. • Não precisa rastrear outras IST´s. CANDIDÍASE • Agente: Candida albicans (clássica) / Candida não albicans (quando refratária ao tratamento). Fungo. • Reação inflamatória importante. DIAGNÓSTICO: • Prurido, corrimento branco aderido, em nata. Mucosa mais hiperemiada (irritação, fissura). • PH <4,5 (ácido – típico da vagina normal). • Pseudo-hifas. Vulvovaginites e Cervicites Beatriz Machado de Almeida - Internato Lembrete: a Candida faz parte da flora vaginal de algumas mulheres. Se presente na colpocitologia (preventivo), mas ausência de sintomas, não precisa tratar! O problema é quando há superpopulação gerando manifestação clínica. TRATAMENTO: • Miconazol: creme vaginal por 7 noites. Prova. • Fluconazol: 150mg 1CP VO, dose única. 2º opção. Pelo MS, é feito apenas quando candidíase recorrente. Prática. • Nistatina: creme vaginal por 14 noites. • Não precisa tratar o parceiro! Não é uma infecção sexualmente transmissível clássica. TRICOMONÍASE • Agente: Trichomonas vaginalis. • É uma IST clássica. Quando encontrada em criança, mesmo assintomática, é indício/evidência de violência sexual. Não faz parte da flora vaginal. • Odor fétido + reação inflamatória: mistura das características da vaginose com a candidíase. DIAGNÓSTICO: • Corrimento amarelo esverdeado, bolhoso. • PH>5 (entre 5-6). • Colo em framboesa (em morango; colpite), protozoário móvel flagelado. TRATAMENTO: • Obrigatório! Mesmo se assintomática. • Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias: 02 comprimidos de 250mg. • É necessário tratar o parceiro! • É necessário rastrear outras IST´s. • Fazer uso de preservativo: quebrar o ciclo. INESPECÍFICA • Sem agente específico. • Maior causa de vulvovaginite na infância. DIAGNÓSTICO: • Diagnóstico de exclusão: exame físico, exame a fresco e exame parasitológico de fezes (clássico - Oxiúrus). • Pensar em corpo estranho (ex. presença de papel higiênico) e higiene inadequada. TRATAMENTO: • Medidas de higiene, modificação do vestuário, banho de assento e tratar verminoses presentes. CERVICITES • Uretrite = Cervicite. • Agente: Gonococo e Clamídia (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis). • É uma IST clássica. • Pode complicar e evoluir para casos mais graves. FATORES DE RISCO • Transmissão sexual. • Coitarca precoce. • Múltiplos parceiros. • História de IST prévia própria ou do parceiro. • Não uso de preservativos. DIAGNÓSTICO • Corrimento cervical. • Colo hiperemiado, friável. • Sinusorragia: sangramento pós-coito. • Dispareunia: dor na relação sexual. TRATAMENTO • Ceftriaxone 500mg IM (Gonococo) + Azitromicina 1g VO dose única (Clamídia). ❖ Alternativa a azitromicina: Doxiciclina 100 mg, de 12/12 horas, por 7 dias. Beatriz Machado de Almeida - Internato COMPLICAÇÕES DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP): • Agentes: Gonococo e Clamídia. • Ascensão dos MO do trato genital inferior através do orifício interno do colo do útero para a cavidade uterina. • Diagnóstico: ❖ 3 CRITÉRIOS MAIORES (MÍNIMOS): dor hipogástrica (baixo ventre) + dor anexial + dor à mobilização do colo + 1 CRITÉRIO MENOR (ADICIONAIS): febre, leucocitose, aumento do VHS/PCR, cervicite ... OU ❖ 1 CRITÉRIO ELABORADO: endometrite (na biópsia) / abscesso tubo-ovariano ou no fundo de saco / DIP na laparoscopia. PROVA: mulher sexualmente ativa, com dor em baixo ventre, corrimento vaginal e febre ... é DIP! • Classificação de Monif: ❖ Estágio 1: DIP não complicada. ❖ Estágio 2: DIP com peritonite. ❖ Estágio 3: oclusão da trompa/abscesso. ❖ Estágio 4: abscesso >10 cm ou roto. • Tratamento: ❖ Ambulatorial: Monif 1. Reavaliar em até 72 horas. Ceftriaxone 500mg IM dose única + Metronidazol 500mg VO 12/12h 14 dias + Doxiciclina 100mg VO 12/12h 14 dias. ❖ Hospitalar: Monif >1. Gestantes. Intolerância ao clínico. Sem melhora após 72 horas. Ceftriaxone 1g IV + Metronidazol 400mg 12/12h IV + Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 dias. Opção: Clindamicina IV + Gentamicina IV. • Complicação: ❖ Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: Aderências em corda de violino. Crônica. Resumo baseado no material do Medcurso
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