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ASPECTOS SOCIAIS, POLÍTICOS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO UNIDADE 2 - LEI DE DIRETRIZES E BASES (LEI 9.394/96): VOCE� CONHECE A IMPORTA� NCIA DESTA LEI PARA A EDUCAÇA�O NACIONAL? Eliana Póvoas Pereira Estrela Brito Introdução A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 é uma das leis mais importantes da educação brasileira. Ela estrutura e organiza a educação nacional. Obedecendo à nossa Constituição Federal de 1988, a LDB assegura a educação como um dos direitos humanos fundamentais e que, portanto, traz os marcos legais para que um projeto nacional de educação pública, gratuita e com qualidade socialmente referendada �ique a serviço de toda a população brasileira. Nesta unidade, você conhecerá a LDBEN e sua trajetória histórica, as modi�icações sofridas no percurso de mais de 20 anos de promulgação. Vamos tratar também sobre a reforma do Ensino Médio e sobre o papel dos pro�issionais da educação na perspectiva dessa lei. Pronto para começar? Então, seja bem-vindo e bons estudos. 2.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e suas atualizações. Art. 1º ao 20 Inicialmente, é preciso que você saiba que a Lei n. 9.394/96 é a nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Embora durante a ditadura militar tenham existido reformas importantes para a educação, os governos desse perı́odo não quiseram editar uma nova LDBEN, preferiram disciplinar a educação nacional por meio de leis especı́�icas. Nesse sentido, tivemos, por exemplo, a Lei n. 5.540/68, que tratou da reforma universitária, e a Lei n. 5.692/71, que normatizou o ensino de 1° e 2º graus. No entanto, em termos de Lei de Diretrizes e Bases permanecemos com a Lei 4.024, aprovada em 20 de dezembro de 1961, ou seja, a primeira LDBEN. E� importante também que você saiba que com o �im do perı́odo ditatorial no Brasil (1964- 1981), a sociedade civil brasileira, com a garantia de liberdade de manifestação atribuı́da pela Constituição Federal de 1988, começou a se mobilizar para que a educação pudesse acompanhar os movimentos sociais, polı́ticos, culturais e econômicos que caracterizaram o perı́odo de redemocratização nacional. Entre a tramitação e a aprovação da Lei n. 9.394/96 decorreram oito anos entre idas e vindas ao Congresso Nacional, propostas excessivas de emendas, projetos substitutivos e tantas outras disputas polı́ticas que ocuparam a agenda parlamentar. Em 20 de dezembro de 1996 foi �inalmente aprovada. De acordo com Neusa Chaves Batista (2002 apud BOLLMANN; AGUIAR, 2016, p. 410): A promulgação de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação a exemplo do que ocorreu durante o processo Constituinte para a elaboração da nova Constituição Federal, não se deu sem embates e divergências entre, de um lado parlamentares que juntamente com algumas entidades educacionais privadas defendiam um projeto de LDB voltado para o privatismo e, de outro, associações da sociedade civil, com representantes no parlamento, reunidas em um movimento educacional que, ainda inspiradas nos ideais dos pioneiros, representavam um projeto de LDB que priorizasse de�initivamente a escola pública. Embora alguns autores entendam que a disputa entre os interesses privados e a defesa da educação pública tenha provocado prejuı́zos para a redação de um texto mais democrático e inclusivo das demandas das classes economicamente desfavorecidas, o certo é que a LDBEN representou um importante passo para a consolidação da democracia brasileira ao colocar a educação como mecanismo de enfrentamento na luta pela redução das desigualdades sociais, ampliando signi�icativamente o direito à educação básica no Brasil. Cabe sublinhar que diante da disputa de projetos diferentes, acrescida da pressa do governo federal à época em aprovar a LDBEN ainda no ano de 1996, o então senador pelo Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro (do Partido Democrático Trabalhista), apresentou uma nova versão da lei, reescrita de modo a contemplar as principais demandas presentes nas versões anteriores dela. O texto apresentado pelo parlamentar foi aprovado pelo plenário, e por esse motivo a Lei n. 9.394/96 �icou conhecida como Lei Darcy Ribeiro. Após breves pinceladas sobre a trajetória da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, podemos prosseguir em nossos estudos do tópico. Vamos analisar os primeiros 20 artigos da Lei, fazendo destaques que serão úteis para a compreensão das questões educacionais. 2.1.1 Artigos 1º ao 20 da LDBEN O texto da Lei n. 9.394/96 encontra-se distribuı́do em nove tı́tulos: I – Da Educação; II – Dos Princı́pios e Fins da Educação Nacional; III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar; IV – Da Organização da Educação Nacional; V – Dos Nı́veis e das Modalidades de Educação e Ensino; VI – Dos Pro�issionais da Educação; VII – Dos Recursos Financeiros; VOCÊ O CONHECE? Darcy Ribeiro foi um grande intelectual brasileiro e participou ativamente da vida polıt́ica do paıś. Antropólogo e educador, deixou importantes contribuições no campo da antropologia, e criou um conceito de suma importância para os estudos da área de humanidades: identidade cultural. No campo da educação, militou a favor da educação pública junto com outros intelectuais de relevante expressão, como Anıśio Teixeira. Foi senador federal e responsável pela versão �inal do texto da LDBEN. Vários sites trazem a vida e a obra desse intelectual brasileiro, entre os quais “ebiogra�ia”. O texto especı�́ico sobre Darcy Ribeiro, escrito por Dilva Frazão, está disponıv́el em: <https://www.ebiogra�ia.com/darcy_ribeiro/ (https://www.ebiogra�ia.com/darcy_ribeiro/)> https://www.ebiografia.com/darcy_ribeiro/ VIII – Das Disposições Gerais; e IX – Das Disposições Transitórias. Neste subtópico serão trabalhados os quatro primeiros tı́tulos que, no seu conjunto, possuem 20 importantes artigos que discorrem sobre a educação, seus princı́pios e �inalidades, direitos e deveres, bem como sua organização. Vamos começar? No Tı́tulo “Educação”, em seu art. 1º, encontramos a conceituação de educação. De acordo com a LDBEN: A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996). Atente-se que a LDBEN não restringe a educação a um processo que ocorre apenas em instituições formais de ensino; antes, valoriza a convivência humana em diferentes espaços como famı́lia, trabalho, movimentos sociais e culturais. Ou seja, a educação, um direito público, é abrangente na perspectiva da formação humana integral. Com base em princı́pios republicanos, o art. 3º, I, garante “igualdade de condições para o acesso à educação e a permanência na escola” (BRASIL, 1996). Ao conjugar acesso e permanência, a lei avança de forma de�initiva no enfrentamento das desigualdades sociais ao garantir não apenas que crianças e jovens provenientes das classes economicamente desfavorecidas tenham vagas asseguradas com vistas à formação escolarizada em instituições públicas, mas, antes, reitera a permanência nos processos de escolarização, demandando, por consequência, práticas polı́ticas que promovam, com qualidade socialmente referendada, a continuidade e o sucesso no prosseguimento dos estudos. Figura 1 - A educação ocorre também por meio da participação em movimentos sociais. Fonte: Eugenio Marongiu, Shutterstock, 2018. No que tange aos princı́pios orientadores do ensino, a LDBEN trouxe, em seu texto original, um conjunto de preceitos indispensáveis à educação democráticaem uma sociedade multicultural e multirracial como é a brasileira. Ao assegurar o “pluralismo de ideias e de concepções pedagógica; respeito à liberdade e apreço à tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino, com a garantia de gratuidade do ensino público em estabelecimentos o�iciais” (BRASIL, 1996), esse ordenamento jurı́dico se inscreve no solo social da democracia na perspectiva de, a partir da educação, contribuir com a construção de uma sociedade mais igualitária e respeitosa das diferenças econômicas, sociais e culturais brasileiras. Dois princı́pios foram acrescidos ao texto originalmente aprovado pela LDBEN. São eles: “consideração com a diversidade étnico-racial” (art. 3º, XII), cuja inclusão se deu pela Lei n. 12.796/13 (BRASIL, 2013); e “garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida” (art. 3º, XIII), incluı́do pela Lei n. 13.632/18 (BRASIL, 2018). VOCÊ QUER VER? Se você deseja conhecer experiências de estrutura e organização escolar bastante interessantes e inovadoras e identi�icar alguns questionamentos a respeito dos atuais modelos de educação, vale a pena conferir o documentário La Educación Prohibida (A Educação Proibida). O �ilme, uma produção argentina de 2012, busca indicar, por meio dos relatos e das re�lexões propostas, a necessidade de um novo paradigma no contexto educacional. O material está disponıv́el em: <https://www.youtube.com/watch?v=OTerSwwxR9Y&t=41s>. E� preciso que você saiba que, com a incorporação da Lei n. 12.796/13, a Educação Infantil, parte integrante da Educação Básica, se tornou obrigatória a partir de quatro anos de idade. Dessa forma, a educação pública obrigatória e gratuita passou a atender a Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009, que tornou obrigatória a oferta gratuita de Educação Básica a partir de quatro anos até os 17 anos de idade, incluindo também o “atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde” (BRASIL, 2009a). VOCÊ SABIA? As culturas africanas e indıǵenas devem ser trabalhadas em todos os currıćulos da Educação Básica. Como sabemos, vivemos em um paıś em que existe uma diversidade de raças e etnias e, por consequência, de culturas. No sentido de valorizar as contribuições africanas e afro-brasileiras, em 2003 foi sancionada a Lei n. 10.639 que, ao modi�icar a LDBEN, tornou obrigatória a inclusão da temática da História e Cultura Afro-Brasileira nos currıćulos escolares. Cinco anos depois, a Lei n. 11.645/08 promoveu nova modi�icação na LDBEN e obrigou a introdução de história e cultura africana e indıǵena brasileira. Figura 2 - A inclusão da Educação Infantil na Educação Básica é obrigatória e gratuita a partir de quatro anos de idade. Fonte: Tolikoff Photography, Shutterstock, 2018. A partir da inclusão dos preceitos da Lei n. 12.796/13, passou a ser “dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrı́cula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade” (BRASIL, 1996). Por certo as escolas das redes públicas de ensino precisaram (e precisam) fazer adequações para que a lei seja cumprida com o padrão de qualidade igualmente referenciado na norma legal. Na prática, o atendimento satisfatório desses preceitos necessita de maior investimento dos poderes públicos (municipais, estaduais, distrital e federal) para com a Educação Básica – o que nem sempre vem sendo cumprido. Desde 2015, por incorporação da Lei n. 13.234/15, a União �icou responsável por organizar, em colaboração com estados, Distrito Federal e municı́pios, a identi�icação, o cadastramento e o atendimento, na Educação Básica e na Educação Superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 2015). Os estados e o Distrito Federal – este, por lei, terá as mesmas incumbências dos outros entes federados – legislarão sobre as instituições de ensino que façam parte da sua região de abrangência. Incluem-se entre as instituições de ensino mantidas pelo poder público estadual as de educação superior, se mantidas pelo poder público municipal, e as da rede de ensino estadual, sejam públicas, sejam privadas (cf. Lei n. 13.234/15). Os estados e o Distrito Federal deverão de�inir, com os municı́pios, formas de colaboração “na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos �inanceiros disponı́veis em cada uma dessas esferas do Poder Público” (BRASIL, 1996). De acordo com a Lei n. 9.394/96 (BRASIL, 1996), os municı́pios são responsáveis pelas instituições de educação infantil, ensino fundamental e médio mantidas pelo poder público municipal e pelos estabelecimentos de educação infantil privados. Fazem parte das incumbências dos municı́pios organizar seus Sistemas Municipais de Educação, bem como baixar normas complementares relativas à educação no âmbito dos municı́pios, autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de ensino, além da oferta de transporte escolar para os estudantes da rede de ensino pública municipal. Incumbir-se-ão de “oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros nı́veis” (BRASIL, 1996). Para além dessas atribuições, a LDBEN, ao acolher as prescrições estabelecidas pela Lei n. 13.663/18, responsabilizou as instituições de ensino pela promoção da cultura da paz nas escolas. Isso se dá por meio da adoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying) no âmbito escolar, conforme dispõe o art. 12, IX, X da lei (BRASIL, 1996). A LDBEN, nos artigos 19 e 20, classi�ica as instituições de acordo com as categorias administrativas. Nesse sentido, elas podem ser: Figura 3 - A promoção da cultura da paz deve incluir medidas contra o bullying, violência que ocorre no ambiente escolar e geralmente praticada por alunos contra os próprios colegas. Fonte: LightField Studios, Shutterstock, 2018. Públicas Quando são mantidas e administradas pelo poder público. Privadas Quando são mantidas e administradas por pessoas fı́sicas ou jurı́dicas de direito privado. Clique nas abas abaixo e veja que as instituições privadas podem ser: Como vocês puderam acompanhar até aqui, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se mostrava em 1996 uma legislação moderna e com amplitude su�iciente para dar respaldo legislativo às principais demandas sociais reivindicadas à época de sua aprovação. Todavia, com o passar dos anos, foi se tornando Mantidas e administradas por pessoas fı́sicas ou jurı́dicas de direito privado. Constituı́das por grupos de pessoas fı́sicas ou por uma ou mais pessoas jurı́dicas; sem �ins lucrativos, é necessário que haja representantes da comunidade na mantenedora. Instituı́das por grupos de pessoas fı́sicas ou por uma ou mais pessoas jurı́dicas que atendem à orientação confessional e ideologia especı́�icas. Existem normas jurı́dicas que estabelecem requisitos para que as instituições possam usufruir das prerrogativas cabı́veis a quem atua na perspectiva da assistência social. A Lei n. 12.101/09, que trata sobre a certi�icação das entidades bene�icentes de assistência social, assevera, em seu art. 2º, que as instituições �ilantrópicas “deverão obedecer ao princı́pio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigirsuas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria pro�issional” (BRASIL, 2009c). • • • • Particulares Comunitárias Confessionais Filantrópicas insu�iciente diante das rápidas transformações sociais que marcaram os últimos 20 anos no Brasil e no mundo. Dessa forma, ela precisou ser revista a partir da inclusão de preceitos legais atribuı́dos por leis especı́�icas que contribuam para que o principal dispositivo legal da educação brasileira se mantenha como um texto que determine as bases e as diretrizes da educação nacional. 2.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Educação Básica e a Reforma do Ensino Médio O Brasil é um dos poucos paı́ses do mundo a garantir a obrigatoriedade e a gratuidade do acesso à Educação Básica a partir de quatro anos de idade. No entanto, apesar dos signi�icativos avanços ocorridos pela ampliação desse direito, as desigualdades sociais persistem e di�icultam a consolidação da educação básica como um direito público de contribuir para o efetivo enfrentamento das assimetrias sociais que assolam o nosso paı́s. Vamos conhecer um pouco dessa realidade? Apesar do Brasil ter avançado bastante no acesso à educação, quase ao nı́vel de uma universalização total, muitos problemas assolam o paı́s. Condições para permanência, estrutura das escolas, dentre outros, são alguns dos problemas que o paı́s ainda enfrenta. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou em 2018 o “Panorama da distorção da idade- série no Brasil” que aponta que dos 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental e no ensino médio, mais de 7 milhões encontram-se com dois ou mais anos de atraso escolar, ou seja, em VOCÊ QUER VER? Pro dia nascer feliz, direção de João Jardim, é um importante documentário sobre as diferentes situações enfrentadas pelo adolescente no Brasil diante de um sistema de educação público precário e carregado de preconceitos, violências e esperanças. O vıd́eo traz realidades sociais e regionais variadas envolvendo três estados (Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo) com depoimentos de estudantes falando sobre suas vidas escolares, projetos e sonhos. O material está disponıv́el em: <https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=70s (https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=70s)>. https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=70s distorção idade-série (UNICEF, 2018c). Acresce-se a esse panorama educacional o fato de o Brasil possuir 1,7 milhão de jovens entre 15 a 17 anos fora da escola (VOLPI; SILVA; RIBEIRO, 2014). Outro fator preocupante em relação ao ensino médio brasileiro foi demonstrado pelos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2017. Os dados revelados pelo INEP/MEC apontam que sete de cada dez estudantes do terceiro ano do ensino médio possuem baixo conhecimento em matérias básicas na formação escolarizada nessa etapa formativa. Apenas 4% têm um rendimento adequado em português e matemática (INEP/MEC, 2018a). 2.2.1 Sobre a Educação Básica Agora que você já conhece alguns indicadores da realidade educacional brasileira, vamos acompanhar como a Educação Básica se encontra na estrutura da LDBEN. E� importante que você saiba que nessa legislação a Educação Escolar não é a Educação Básica; ela é mais abrangente, e se compõe por Educação Básica e Educação Universitária. Preste atenção a essa nomenclatura, porque muitas vezes a utilizamos de forma equivocada. Apesar de a expressão “educação escolar” parecer evocar educação em escolas, no caso da LDBEN ela é mais ampla e reúne Educação Básica e Educação Universitária. Por sua vez, a Educação Básica compreende três nı́veis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Veja a imagem a seguir, que certamente ajuda na compreensão sobre essa estrutura. Figura 4 - Desempenho de alunos do ensino médio no Brasil é preocupante, segundo dados o�iciais do MEC. Fonte: LStockStudio, Shutterstock, 2018. Em termos de organização dos �luxos escolares, a LDBEN atribui aos respectivos sistemas de ensino a responsabilidade pela construção do calendário escolar com as adequações correspondentes às singularidades locais e/ou regionais, incluindo questões econômicas e climáticas. O cumprimento da carga horária anual mı́nima deve ser mantido: 800 horas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, e, no mı́nimo, 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluı́do o tempo reservado aos exames �inais, quando houver. Figura 5 - Nı́veis escolares em conformidade com a Lei n. 9.394/96. Fonte: Elaborada pela autora, 2018. Figura 6 - A diversidade cultural brasileira evidencia a necessidade de currı́culos escolares plurais e inclusivos. Fonte: Csp, Shutterstock, 2018. Em relação aos currı́culos da Educação Básica, todos os nı́veis escolares deverão oferecer uma base comum e outra parte diversi�icada que inclua as caracterı́sticas regionais e locais da sociedade. O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, se tornou obrigatório para toda a Educação Básica pela Lei n. 13.415/17. 2.2.2 A reforma do Ensino Médio e as alterações na Lei n. 9.394/96 As mais signi�icativas mudanças que ocorreram no texto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada em 20 de dezembro de 1996, foram atribuı́das pela Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, também conhecida como Lei da Reforma do Ensino Médio. Você já escutou falar dessa reforma? Sabia que ela rede�ine a estrutura e a organização do ensino médio? Vamos juntos compreender melhor a seu respeito. Inicialmente, a chamada reforma do Ensino Médio foi aprovada pelo então Presidente Michel Temer (2016- 2018) por meio da Medida Provisória n. 746, de 22 de setembro de 2016. Posteriormente, com algumas modi�icações no texto inicial, foi aprovada pelo Congresso Nacional e publicada na forma de lei. Mas, do que se trata esse dispositivo legal? De saı́da, pode-se dizer que incide diretamente no Ensino Médio, alterando sua estrutura e seu funcionamento. A lei propõe um reordenamento, mudanças curriculares e na carga horária do ensino, além de introduzir a formação técnica e pro�issional. A reforma do Ensino Médio partiu da constatação de que as altas taxas de reprovação e de abandono e a distorção da idade-série nesse nı́vel de ensino não estavam permitindo o cumprimento das atribuições legais prescritas pelo art. 35 da LDBEN: I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental [...]; II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo [...]; III – o aprimoramento do educando como pessoa humana [...]; IV – a compreensão dos fundamentos cientı́�ico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática [...] (BRASIL, 1996). Diante desse panorama, o governo Temer decidiu reordenar o Ensino Médio, que, segundo o seu entendimento, estava ultrapassado e desinteressante para a maioria dos jovens brasileiros. Nesse sentido, propôs uma reestruturação curricular a partir da inclusão de quatro áreas do conhecimento: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e ciências humanas e sociais aplicadas (BRASIL, 2017). Segundo os princı́pios estabelecidos pela reforma do Ensino Médio, o estudante poderá escolher a área que pretende priorizar. Ainda sobre as modi�icações curriculares trazidas pela reforma do Ensino Médio e incorporadas pela LDBEN, o ensinode lı́ngua inglesa passou a ser obrigatório a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. A carga horária atual de 800 horas anuais, distribuı́das em 200 dias letivos, passará, progressivamente, no prazo de cinco anos, para 1.400 horas. Além disso, 60% da carga horária serão destinados aos conteúdos curriculares previstos pela Base Nacional Comum Curricular do ensino médio (BNCC), e os 40% restantes serão optativos (BRASIL, 2017). Uma vez que tratamos da reforma do Ensino Médio, nosso próximo passo é compreender como a Educação Superior e a Educação Especial se encontram disciplinadas na LDBEN. Ainda sobre as modi�icações curriculares trazidas pela reforma do Ensino Médio e incorporadas pela LDBEN, o ensino de lı́ngua inglesa passou a ser obrigatório a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. A carga horária atual de 800 horas anuais, distribuı́das em 200 dias letivos, passará, progressivamente, no prazo de cinco anos, para 1.400 horas. Além disso, 60% da carga horária serão destinados aos conteúdos curriculares previstos pela Base Nacional Comum Curricular do ensino médio (BNCC), e os 40% restantes serão optativos (BRASIL, 2017). Uma vez que tratamos da reforma do Ensino Médio, nosso próximo passo é compreender como a Educação Superior e a Educação Especial se encontram disciplinadas na LDBEN. CASO Luiz Antônio é estudante do Ensino Médio de uma escola na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre as diversas carreiras pro�issionais que vem pesquisando, ele está inclinado a abraçar a de professor, mais exatamente de História, com a qual sempre se identi�icou. Nesse sentido, o curso que certamente fará é o de Licenciatura nessa área. Diante dessa decisão, e considerando a Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que estabelece que o aluno deva escolher um dos quatro percursos formativos disponıv́eis no texto legal, qual será a opção de Luiz Antônio: linguagens e suas tecnologias? Matemática e suas tecnologias? Ciências da natureza e suas tecnologias? Ou ciências humanas e sociais aplicadas? Certamente, o caminho mais adequado é aquele que concentra os estudos na área de conhecimentos em ciências humanas e suas tecnologias. Isso porque reúne as disciplinas de história, geogra�ia, sociologia e �iloso�ia, que estão estreitamente ligadas à formação e exercıćio pro�issional de Luiz Antônio. 2.3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – sobre a Educação Superior e a Educação Especial Você saber dizer o que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece a respeito da Educação Superior – que juntamente com a Educação Básica faz parte da Educação Escolar? E sobre a Educação Especial, o que esse dispositivo legal determina? Esse é o assunto que trataremos neste tópico. Um destaque importante a ser feito diz respeito ao expressivo crescimento do ensino superior na modalidade da Educação a Distância. Segundo dados do Censo da Educação Superior, as matrı́culas em cursos nessa modalidade equivalem a 21,2% do total, e 75,3% delas pertencem a instituições particulares (BRASIL, 2017). De acordo com a LDBEN, a Educação Superior abrange cursos sequenciais por campo de saber, cursos de graduação e de pós-graduação (programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento) e cursos de extensão. Os cursos sequenciais de graduação e pós-graduação, organizados por campos especı́�icos do conhecimento, podem atender a diferentes nı́veis de abrangência. A oferta deles está condicionada aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior; os candidatos precisam ter concluı́do o Ensino Médio ou equivalente. Já os cursos de extensão são aqueles ofertados pelas universidades e abertos à comunidade de acordo com os requisitos atribuı́dos por elas. Certi�icam e são excelentes para a quali�icação pro�issional. Figura 7 - A Educação a Distância, que utiliza as ferramentas tecnológicas de comunicação, tem crescido signi�icativamente no Brasil. Fonte: Ilkercelik, Shutterstock, 2018. Para que a Educação Superior cumpra com suas �inalidades educativas, faz-se necessário que as dimensões da autonomia pedagógica, de gestão administrativa e �inanceira sejam respeitadas. De acordo com o Decreto n. 9.235, de 15 de dezembro de 2017, as universidades, como instituições pluridisciplinares, se constituem em lugar do pluralismo democrático de ideias, com liberdade para ensinar; caracterizam-se pela “indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 2017d). Além disso, devem possuir obrigatoriamente em seus quadros a “proporcionalidade de 1/3 de professores com titulação de mestrado ou doutorado; [...] “um quinto do corpo docente [deve] estar contratado em regime de tempo integral” (BRASIL, 2017d). Para além das universidades, existem as instituições que não possuem esse status, mas que têm o respaldo legal para ofertar o ensino superior. Clique nos botões abaixo e veja quais são elas: Institutos Superiores de Educação. Centros Federais de Educação Tecnológica e/ou Centros de Educação Tecnológica. Faculdades isoladas. VOCÊ QUER LER? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional identi�ica diversos objetivos relacionados à Educação Superior. Entre eles se incluem o estıḿulo ao desenvolvimento do pensamento re�lexivo e à pesquisa cientı�́ica, a formação de pro�issionais aptos a contribuıŕem para o desenvolvimento da sociedade brasileira e a atuação em prol da Educação Básica. E� muito importante você conhecer todos os objetivos que a lei dispõe a esse respeito, por isso vale a pena conferir o teor da LDBEN especialmente no art. 43. Ele está disponıv́el em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. • • • • Faculdades integradas. 2.3.1 Art. 43 ao 60 Como pudemos acompanhar nos tópicos anteriores, as transformações pelas quais passam as sociedades impulsionam as pessoas a reivindicarem seus direitos sociais como forma de exercitar a cidadania. Com a Educação Especial não foi diferente. Inserida como um direito constitucional desde 1988, as questões relativas à inclusão escolar ainda enfrentam sérios desa�ios decorrentes de um conjunto de fatores, entre os quais se incluem: falta de estrutura fı́sica adequada nas escolas, ausência de recursos humanos especializados, metodologias de ensino adaptadas, materiais didáticos adequados e outros. De acordo com o art. 58 da LDBEN, a Educação Especial é considerada uma “modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com de�iciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 1996). A lei prevê ainda no mesmo artigo “serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial” (BRASIL, 1996). No entanto, prescreve que isso possa ser feito a partir de serviços especializados. Na prática, como as escolas públicas possuem poucos recursos, resulta, muitas vezes, que esses serviços especializados sejam realizados em locais especı́�icos e distantes dos cotidianos das escolas. Figura 8 - Educação Especial ainda enfrenta di�iculdades, entre as quais a falta de material didático adequado. Fonte: Elnur, Shutterstock, 2018. A partir da Lei n. 13.632/18, a responsabilidade do Estado para com a Educação Especial se expande na medida em que a coloca tendo inı́cio na Educação Infantil e estendendo-se ao longo da vida (BRASIL, 2018a). Essa mudança na legislação é muito signi�icativa, pois assegura o direito à educação para todos, independentementede nı́veis e/ou modalidades. VOCÊ QUER LER? A Educação Especial vem merecendo a atenção de educadores e legisladores para que se criem condições de o tema ser tratado adequadamente. Se você deseja se aprofundar no assunto, leia “Polıt́ica Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva”, que apresenta marcos históricos e normativos da temática e um diagnóstico da Educação Especial. O material está disponıv́el em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Outra sugestão é a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com De�iciência, que o Brasil promulgou em 2009. O endereço de acesso ao documento é: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6949.htm>. 2.4 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – sobre profissionais da educação Neste tópico vamos discorrer sobre os pro�issionais da educação, ou seja, um dos principais personagens da educação. Como alcançarmos uma educação de qualidade se não tivermos professores quali�icados? Como a educação pode contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e menos desigual se esses pro�issionais não estiverem comprometidos com suas funções sociais? Quem de nós esquece o professor que fez “a diferença” em nossas vidas? Por outro lado, quem não lembra entristecido daquele outro, despreparado e descomprometido com suas funções docentes? Nesse sentido, você vai concordar: uma docência quali�icada exige uma formação igualmente quali�icada para além de uma remuneração justa, apoiada em uma legislação trabalhista efetiva, que possa não apenas dar dignidade aos pro�issionais que já estão em exercı́cio de suas funções nas instituições de ensino, mas também incentivar as novas gerações a escolherem a educação como pro�issão. E� importante dizer também que as condições de trabalho em que atuam os pro�issionais da educação podem ser determinantes para quali�icar ou deteriorar as atuações deles. Além das questões de infraestrutura, por vezes bastante de�icitárias, exigindo que improvisem condições estruturais para o exercı́cio da docência, ainda se faz necessário lembrar que trabalhar em um ambiente democrático e participativo contribui para que os pro�issionais da educação se sintam coautores das polı́ticas internas da escola, dando-lhes outro sentimento de pertencimento à comunidade escolar. Em termos de legislação, o art. 61 da LDBEN diz que considera “pro�issionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercı́cio e tendo sido formados em cursos reconhecidos [...]” (BRASIL, 1996). E disciplinou três possibilidades: I – professores habilitados em nı́vel médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com tı́tulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou a�im (BRASIL, 1996). VOCÊ SABIA? O Censo da Educação Superior 2018 revelou que existem 1.628.676 estudantes com matrıćulas ativas em cursos de Licenciaturas, o que representa 19,4% do total de matrıćulas. Pela primeira vez na série histórica, o número de alunos matriculados em licenciatura nos cursos à distância (50,2%) superou o número de alunos matriculados nos cursos presenciais (49,8%) (INEP/MEC, 2019). A partir da Lei n. 13.415, de 2017, duas outras possibilidades de formação foram incluı́das – uma delas relacionada à reforma do Ensino Médio e exclusivamente para atuar nesse segmento e em que passou a ser admitido: pro�issionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas a�ins à sua formação ou experiência pro�issional, atestados por titulação especı́�ica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado (BRASIL, 1996). O outro acréscimo feito pela mesma lei (art. 61, V) diz respeito a “pro�issionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação” (BRASIL, 1996). A inclusão na LDBEN de pro�issionais com notório saber entre os pro�issionais da educação, ainda que de forma restrita ao Ensino Médio, levou muitos estudiosos do campo da educação a criticarem essa possibilidade. Isso porque di�icilmente um pro�issional sem o conhecimento dos saberes especı́�icos das licenciaturas, incluindo didática, metodologia de ensino, teoria e prática pedagógicas, pode ter as habilidades e competências necessárias para a docência. Sobre os pro�issionais da educação, cabe a ressalva feita pela professora So�ia Lerche Vieira, quando diz: “No terreno concreto do exercı́cio da pro�issão, porém, a valorização do magistério tem deixado muito a desejar, sendo uma reivindicação comum a todas as categorias docentes a melhoria de suas condições salariais e de trabalho” (VIEIRA, 2015, p. 28). Na LDBEN, a formação dos professores para atuarem na Educação Básica foi modi�icada por interferência da Lei n. 13.415/17 e passou a ser disciplinada da seguinte maneira: “em nı́vel superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mı́nima para o exercı́cio do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nı́vel médio, na modalidade normal” (BRASIL, 1996). Figura 9 - O ambiente democrático favorece o sentimento de pertencimento de professores à escola. Fonte: Rawpixel, Shutterstock, 2018. Por lei, caberá à União, ao Distrito Federal, aos estados e aos municı́pios, em regime de colaboração, a responsabilidade pela promoção da formação inicial e continuada dos professores. Em consonância com o disciplinamento atribuı́do pela Lei n. 9.394/96, a utilização de recursos e tecnologias da Educação a Distância estaria voltada à formação continuada e a capacitação dos pro�issionais de magistério. Em termos de formação inicial, a LDBEN (art. 62, § 3º) utiliza o termo “preferencialmente” para referir-se ao ensino presencial e “subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância” (BRASIL, 1996). No entanto, em especial, a partir do Decreto n. 9.057/17, que regulamentou o art. 80 da Lei n. 9.394/96, a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na modalidade da Educação a Distância �icou mais ampla e tem sido utilizada de forma expressiva para cursos de licenciaturas. Figura 10 - A atuação quali�icada do professor exige igualmente uma formação de qualidade. Fonte: Syda Productions, Shutterstock, 2018. Por �im, vale a pena sublinhar que, de acordo com o que pudemos acompanhar no percurso até aqui, a realidade brasileira apresenta imensos desa�ios a serem enfrentados e vencidos. Entre eles, a formação e a valorização dos pro�issionais da educação se tornam fundamentais, pois sem educadores quali�icados não poderemos ter uma educação quali�icada, conforme é o anseio da nossa sociedade. Nesse sentido, a qualidade da formação inicial de professores não pode ser julgada pela modalidade (presencial ou a distância) e, sim, por aquilo que os cursos de formação de professores oferecem na perspectiva de democratizar o ensino com qualidade socialmente referendada. VOCÊ QUER LER? Que tal conhecer a legislação sobre Educação a Distância, além de manter-se sempre atualizado com informações sobre essa modalidade?Uma interessante é o site da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Ali você encontra também artigos cientı�́icos, eventos acadêmicos e cursos ofertados tanto pela rede privada quanto pública. O endereço eletrônico da associação é: <http://www.abed.org.br/site/pt/>. Conclusão Ao concluir este capı́tulo você teve a possibilidade de percorrer a legislação educacional desde 1996 aos dias de hoje. Além disso, conheceu com profundidade a Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n. 9.394/96 –, o mais importante dispositivo legal para a educação brasileira. Pôde perceber também que, como a sociedade passa por transformações culturais, econômicas, polı́ticas e sociais, essa lei sofreu ajustes os quais foram feitos a partir de leis especı́�icas demandadas para situações singulares como foi, por exemplo, a reforma do Ensino Médio. Você viu ainda os nı́veis da educação e suas relações com os entes federativos – União, estados, Distrito Federal e municı́pios – e compreendeu a legislação que rege os docentes, �iguras centrais para o processo de democratização da educação com a inclusão de todos. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: acompanhar o percurso histórico da LDBEN desde sua promulgação aos dias de hoje; compreender os princípios e fins da educação nacional; entender a estrutura e a organização da educação nacional; • • • assimilar os princípios da Educação Básica; conhecer a reforma do Ensino Médio; identificar as alterações sofridas no texto original da LDBEN; perceber os princípios da Educação Especial; diferenciar modalidades e níveis de educação; conhecer os princípios e as finalidades da Educação Superior; entender a legislação que rege os profissionais da educação. • • • • • • • Bibliografia ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponı́vel em: < (http://www.abed.org.br/site/pt/)http://www.abed.org.br/site/pt/ (http://www.abed.org.br/site/pt/)>. Acesso em: 15/12/2019. 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