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Imunodiagnóstico: Testes e Importância

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Aula 1 – Imunodiagnóstico 
Os testes laboratoriais de imunologia podem fornecer informações importantes para o diagnóstico e cuidado 
clínico com o paciente. Os testes mais estabelecidos e clássicos são voltados para a detecção de anticorpos 
contra parasitas, fungos, bactérias ou vírus, indicando a presença de uma resposta imune contra o agente e 
representam os testes indiretos. Já testes mais modernos e sensíveis podem detectar a presença de antígenos 
de parasitas, fungos, bactérias ou vírus, representando os testes diretos. 
A importância do imunodiagnóstico, pela pesquisa de anticorpos, dá-se para elucidar processos patológicos 
com sintomas e sinais confundíveis, diferenciar a fase da doença (aguda IgM, com evolução a IgG), diagnos-
ticar doença congênita (teste do pezinho), selecionar doadores de sangue, selecionar doadores e receptores de 
órgãos, avaliar o prognóstico da doença ou agravamento, avaliar a eficácia do tratamento. Já a pesquisa de 
antígenos possui como importância o critério da cura, a definição da etiologia da doença, na seleção de doa-
dores de sangue e em inquéritos epidemiológicos. 
Falsos Positivos e Falsos Negativos 
Um resultado falso positivo é aquele que o exame se revela positivo, mas o indivíduo não possui a doença. 
Estes resultados ocorrem devido a problemas no teste ou do paciente. No caso do teste, isso pode acontecer 
porque o ensaio reconhece uma outra substância além daquela de interesse (reação cruzada), embora a maioria 
dos testes de uso corrente tenha sido testada para reatividade cruzada com muitos soros normais, é possível 
que um determinado paciente apresente uma substância incomum e que não seja a de interesse para o diag-
nóstico pesquisado. Já no caso do paciente, é que ele realmente tenha a substância sob teste devido a outra 
causa, e não tenha a doença investigada. 
No caso de falso negativo, é aquele que o teste dá negativo, mas o indivíduo realmente apresenta a doença 
analisada, podendo também ser problema no teste ou no paciente. O teste pode não ter a sensibilidade analítica 
suficiente para detectar a substância analisada. Enquanto no paciente, é possível que este esteja em uma fase 
da doença onde a substância analisada pelo teste não está presente ou em concentrações muito baixas. 
Não se deve esquecer que erros técnicos podem levar a resultados falso positivos ou falso negativos. Cada 
teste pelas suas características próprias e reagentes empregados possui uma série de etapas nas quais é neces-
sário cuidado para evitar resultados falsos. A manipulação inadequada da amostra a ser analisada (exposição 
a temperaturas elevadas, congelamento e descongelamento frequentes, contaminação bacteriana, etc.) podem 
levar ao consumo ou inativação da substância a ser avaliada resultando em resultados falso negativos. 
Sensibilidade e Especificidade 
A sensibilidade possui dois usos, a sensibilidade analítica e a diagnóstica. A analítica se refere ao limite da 
detecção do teste, isto é, a quantidade mínima da substância analisada capaz de ser medida, ou seja, um teste 
com sensibilidade analítica de 1 ng/ml tem a capacidade de detectar 1 ng da substância por ml de solução. Já 
a diagnóstica é a medida da capacidade do teste em detectar todos os indivíduos com determinada doença. 
Desta maneira, um teste com 100% de sensibilidade seria capaz de identificar todos os pacientes portadores 
da doença a ser detectada pelo teste, sendo assim, a sensibilidade do teste é dada pela porcentagem de resul-
tados positivos em pacientes com uma determinada doença. Logo, a sensibilidade pode ser calculada entre a 
razão do total de positivos verdadeiros pelo total de doentes. Um exemplo é o teste de imunofluorescência 
para detecção de anticorpos anti-leishmania é positivo em 92 amostras de 100 soros de pacientes com leish-
maniose, portanto, nesse caso, diz-se que a sensibilidade desse teste é de 92%. Ainda assim, é preciso estar 
atento ao fato de que a sensibilidade um teste pode variar em diferentes estágios da doença, um teste que tem 
sensibilidade de 100% na fase tardia da doença pode ter uma sensibilidade de 10 a 20% nas formas muito 
precoces da enfermidade, isto pode ocorrer porque a quantidade de anticorpos tende a ser pequena nos estágios 
inicias de doença, resultando em testes negativos. 
Outro detalhe importante quanto a sensibilidade diagnóstica é o fato de um teste possuir sensibilidade muito 
grande, o que o torna menos específico. Por exemplo, um teste de anticorpos anti-nucleares (ANA) no lúpus 
eritematoso sistêmico (LES). Praticamente todos os pacientes com LES ativo não tratado apresentam uma 
reação de ANA positiva, sendo assim, um teste extremamente sensível. O problema é que alguns indivíduos 
normais, ou com outras doenças, também apresentam uma reação de ANA positiva, neste caso, uma reação 
de ANA positiva não indica a existência de LES, mas a presença de uma reação de ANA negativa, num 
paciente não tratado, torna muito improvável o diagnóstico de LES. 
A especificidade também pode ser dividida em analítica e diagnóstica. Na analítica, refere-se à capacidade 
de um anti-soro distinguir entre dois antígenos relacionados. Já na diagnóstica, refere-se à capacidade do teste 
em ser negativo quando o indivíduo não possuir a doença. A especificidade pode ser calculada como a por-
centagem de resultados negativos em pacientes sem a doença testada, portanto, é possível calcular a especifi-
cidade pela razão entre a quantidade de verdadeiramente negativos pelo total de sadios. Portanto, um 
bom teste deve possui sensibilidade baixa e alta especificidade. 
Reações de Aglutinação 
Quando uma suspensão de partículas (Ag particulado), que representa determinantes antigênicos em sua su-
perfície, é misturado com o anti-soro específico (Ac), formam-se grumos mais ou menos volumosos. Ou seja, 
essa reação que se caracteriza pela formação de agregados visíveis como resultados da interação entre anti-
corpos específicos e partículas insolúveis que apresentam determinantes antigênicos em sua superfície. A vi-
sualização depende somente do tamanho dos agregados formados, podendo ser realizada em lâmina, placas 
ou tubos. 
Aglutinação em Látex 
Partículas de látex são esferas de poliestireno que podem ser utilizadas como suportes na adsorção de partícu-
las. A detecção pode ser de antígenos ou anticorpos, sendo mais comumente a detecção de Ac, ou seja, a placa 
é marcada com Ag. Quando a partícula inerte (látex) é revestida de um anticorpo, a reação é chamada de 
aglutinação ativa ou direta porque pesquisa-se a presença de antígenos no soro do paciente. Já, quando a 
partícula inerte (látex) é revestida de antígenos, a reação é chamada de aglutinação passiva ou indireta por-
que pesquisa-se a presença de anticorpos no soro do paciente. 
Um exemplo é o teste ASLO que é um teste imunológico qualitativo e semiquantitativo para a determinação 
de antiestreptolisina “O” em soro, através da aglutinação de partículas de látex sensibilizadas com estreptoli-
sina O. A estreptolisina O é uma toxina liberada por Streptococcus pyogenes (estreptococos grupo A de Lan-
cefield). Nas infecções por essa bactéria, há liberação dessa toxina que é altamente antigênica, levando à 
formação de anticorpo antiestreptolisina O (ASLO). Os Estreptococos do grupo A são a causa mais frequente 
de faringite bacteriana em crianças. As complicações mais frequentes da infecção da faringe por estreptococos 
do grupo A são: miocardite reumática e glomerulonefrites agudas. 
Hemaglutinação 
As hemácias estão entre os melhores suportes de antígenos para os testes de aglutinação, pois há uma série de 
antígenos que pode ser ligada à sua superfície para fornecer um sistema indicador sensível na detecção de 
anticorpos. Um exemplo é a tipagem sanguínea em lâmina. 
Já o teste de inibição da hemaglutinação tem como princípio a inibição por parte do soro-teste, da atividade 
viral, diretamente relacionadaà capacidade hemaglutinante, detectando e quantificando os anticorpos. 
Reação de Aglutinação de Cristais de Colesterol 
A reação de floculação é feita empregando cristais de colesterol sensibilizados com cardiolipina (Ag mito-
condrial) para a detecção de anticorpos para a sífilis. A reação de floculação com antígenos padronizado de 
cardiolipina (VDRL) é o teste inicial para a pesquisa de sífilis. VDRL é a sigla para “Venereal Diseases Re-
search Laboratory”, ou seja, teste de identificação de pacientes com sífilis. Dependendo da quantidade de 
anticorpos presentes no sangue testado pode-se diluir 1, 2, 3, 4 ou mais vezes a amostra de sangue, até que a 
reação não aconteça mais. 
 
Reações de Precipitação 
As técnicas de precipitação são baseadas na identificação de precipitados formados pela interação de anticor-
pos específicos e seus antígenos. Ou seja, quando Ag e Ac são solúveis, ocorre a formação de precipitação 
quando o Ag reage com o Ac. 
Na precipitação em meio líquido, ocorre a colocação do anti-soro em um tubo e a seguir, cuidadosamente, 
acrescenta-se o antígeno que também está em meio líquido. Ocorrerá a formação de um disco de precipitação 
na interface antígeno/anti-soro. 
Na precipitação em meio sólido, pode-se dividir em simples ou dupla. Na simples, quando o Ag ou o Ac 
permanecem fixos, enquanto o outro reagente se move e forma precipitado com ele. Ou seja, concentrações 
pré-estabelecidas de um componente leva à difusão do outro componente, até que forme o complexo. Já na 
dupla, ocorre quando o Ag e o Ac se movem um em direção ao outro. Ou seja, é quando o antígeno e o 
anticorpo se fundem, um em direção ao outro, até formar linhas de precipitação visível. Ainda, ambas podem 
ser classificadas em linear ou radial.

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