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Semiologia - Síndromes Pleurais

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Síndromes Pleurais 
As principais síndromes respiratórias são a síndrome pleural, brônquica e parenquimatosa. Já as síndromes 
pleurais, por sua vez, são divididas em: pleurítica, derrame pleural (líquido), pleura aéreo (pneumotórax). 
A síndrome pleurítica é a inflamação na pleura, sendo causas a pneumonia, colagenases, neoplasias, tuber-
culose, etc. A dor ventilatório-dependente (VD) é um sintoma típico dessa síndrome. Na inspeção, o paciente 
pode estar normal ou com a expansibilidade diminuída, na palpação o frêmito toracovocal está diminuído, a 
percussão pode estar normal ou submaciço e na ausculta é possível verificar atrito pleural. É possível que essa 
síndrome evolua com aumento do líquido no espaço pleural levando à síndrome do derrame pleural (aumento 
do líquido → afastamento dos folhetos → diminuição da dor VD → diminuição do atrito pleural). 
A síndrome do derrame pleural é causada por líquido no espaço pleural, podendo ser seroso, inflamatório, 
purulento ou até sangue, sendo causado por pneumonia, neoplasia, colagenases, síndrome nefrótica, ICC, 
trauma (hemotórax →derrame pleural sanguinolento). Na inspeção, pode estar normal ou com expansibilidade 
diminuída, na palpação o frêmito toracovocal está diminuído ou abolido, na percussão o som pode ser subma-
ciço ou maciço, enquanto na ausculta os murmúrios vesicais estão abolidos na área do derrame. 
A síndrome da pleura aérea, também chamado de pneumotórax, é o ar no espaço pleural. É causada por 
trauma, ruptura de bolha subpleural (pneumotórax espontâneo), neoplasia. A dor torácica ventilatório-depen-
dente de início súbito é um sintoma típico, podendo apresentar dispneia e tosse seca que também são sintomas 
de outras síndromes respiratórias. Na inspeção, deve-se verificar a expansibilidade que é reduzida, além disso, 
é possível que ocorra o desvio da traqueia para um lado contralateral (pneumotórax hipertensivo) sendo esse 
um sinal de complicação do pneumotórax, portanto, deve-se olhar para a traqueia e veias jugulares. Na pal-
pação, é necessário verificar o frêmito toracovocal que vai estar diminuído ou abolido, além disso, pode apre-
sentar enfisema subcutâneo (mais comum no traumático). Na percussão, um sinal típico é o hipertimpanismo 
à percussão. Por fim, na ausculta, há o murmúrio vesicular diminuído ou abolido. Há o pneumotórax hiper-
tensivo que cria um mecanismo valvular, podendo ser criado por uma facada, por exemplo. Nesse caso, ocorre 
os mesmos sintomas do pneumotórax normal, mas ocorre dispneia intensa e progressiva, uma vez que o ar 
entra pelo espaço pleural a cada ciclo e não sai. Também ocorre taquicardíaca e hipotensão, além do desvio 
do mediastino, estase jugular (bilateral) e desvio do ictus. 
As síndromes brônquicas são doenças que acometem o calibre e/ou aumentam a quantidade de secreção da 
árvore brônquica, como a asma, bronquite crônica (polo bronquítico do DPOC) e bronquiectasia. 
A asma é caracterizada por broncoespasmo (reversível) mais hipersecreção brônquica em decorrência de uma 
reação alérgica. São sintomas comuns a outras síndromes respiratórias dispneia e tosse seca ou produtiva 
(expectoração mucosa), enquanto são sintomas típicos da asma a dispneia e tosse intermitente de intensidade 
variável. Na inspeção do paciente asmático, pode ser normal ou apresentar tiragens. Na palpação, o frêmito 
toracovocal é normal. Na percussão, o som é claro pulmonar. Já na ausculta, há presença de sibilos, esterto-
res subcrepitantes (grossos), roncos. 
A bronquite crônica é caracterizada por hipersecreção na árvore brônquica e obstrução (não reversível) da 
árvore brônquica. São sintomas comuns a outras síndromes respiratórias a dispneia e tosse produtiva, enquanto 
os sintomas típicos são a expectoração mucopurulenta, pequena quantidade que perdura por meses com perí-
odos de piora e melhora. A inspeção é normal, mas pode ocorrer ter tiragens, tórax em tonel, em fases finais, 
pode haver blue bloter. A palpação também apresenta frêmito toracovocal normal. A percussão vai apresen-
tar o som claro pulmonar. Já na ausculta, há presença de sibilos, estertores subcrepitantes (grossos), roncos. 
A bronquiectasia é a dilatação irreversível dos brônquicos e/ou bronquíolos em decorrência de destruição da 
parede dos ductos respiratórios. São sintomas comuns a outras síndromes respiratórias a dispneia e tosse pro-
dutiva, já o sintoma típico é a expectoração mucopurulenta de moderada a grande quantidade e infecções 
pulmonares recorrentes. A inspeção é normal, mas pode ocorrer ter tiragens, tórax em tonel, em fases finais, 
pode haver blue bloter. A palpação também apresenta frêmito toracovocal normal. A percussão vai 
apresentar o som claro pulmonar. Já na ausculta, há presença de sibilos, estertores subcrepitantes (grossos), 
que são o principal sintoma, roncos. Todos esses sintomas de forma localizada. 
Já nas síndromes parenquimatosas, pode-se ter uma consolidação, que é a substituição do ar dos alvéolos 
por células e exsudato (inflamatório). São causas a pneumonia, tuberculose, infarto pulmonar. São sintomas 
comuns a outras síndromes respiratórias a dispneia e tosse produtiva, enquanto os sintomas típicos são a ex-
pectoração hemoptoica. A inspeção é normal, enquanto a palpação vai apresentar frêmito toracovocal au-
mentado. Enquanto na percussão pode se apresentar normal ou vai apresentar o som submaciço ou maciço 
(difícil, geralmente em região localizada). Já na ausculta, há presença de respiração brônquica ou sopro 
tubário, estertores crepitantes (finos), broncofonia ou egofonia. 
Na atelectasia, há a saída de ar dos alvéolos, porém, sem a substituição por exsudato. São causas mais comuns 
a obstrução dessa via aérea por neoplasia, corpo estranho, etc. Pode ser de pequenos segmentos, até obstrução 
de todo o pulmão (obstrução de um brônquio principal). São sintomas comuns a outras síndromes respiratórias 
a dispneia e tosse produtiva, já o sintoma típico é a retração costal unilateral. A inspeção é normal, podendo 
haver retração e tiragens unilaterais. Enquanto a palpação vai apresentar frêmito toracovocal diminuído. A 
percussão pode apresentar som submaciço (região localizada). Já na ausculta, há presença de respiração 
brônquica ou sopro tubário e ressonância vocal diminuída. 
No enfisema há destruição da arquitetura alveolar, secundária à fibrose do parênquima pulmonar, com hipe-
raeração secundária, dessa forma, há dificuldade na expansão do pulmão por perda da complacência pulmonar. 
São causas o tabagismo (mais importante), exposição a outras substâncias respiratórias tóxicas (amianto, sí-
lica, etc.). São sintomas comuns a outras síndromes respiratórias a dispneia e tosse produtiva, já o sintoma 
típico é a dispneia com piora progressiva, porém, sem episódios de surto e remissão, já em fases terminais há 
o emagrecimento. A inspeção vai ocorrer emagrecimento, podendo haver tiragens e em fases finais o pink 
puffer. Enquanto a palpação vai apresentar frêmito toracovocal diminuído. A percussão geralmente é normal, 
mas pode apresentar som hipertimpanismo a medida a doença progride. Já na ausculta, o murmúrio vesicular 
está diminuído e a ressonância vocal diminuída. 
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC ou DBPOC) apresenta quadro misto, associando sintomas 
da síndrome brônquica e sintomas de síndrome parenquimatosa tipo enfisema. Há alguns anos, convencionou-
se agrupar essas “doenças” em um grande grupo nomeado de DBPOC ou DPOC. A DPOC agrupa um largo 
espectro de apresentações clínicas que vai da bronquite crônica ao enfisema, com diversas combinações entre 
esses polos. Se o paciente possui mais tosse, expectoração, obstrução da via aérea, sibilos e ronco, ele é típico 
bronquítico. Enquanto, se o paciente possui menor dispneia, diminuição do murmúrio vesicular e lesão do 
parênquima, é tipo do enfisematoso.

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