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Vacinação: Imunização e Tipos de Vacinas

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SCA II – Vacinação 
A vacinação é uma forma de imunização protetora, na qual um antígeno de um microrganismo a fim de induzir 
uma resposta imune primária e gerar uma memória imunológica. 
A imunização pode ser de forma passiva quando a inoculação de efetores de resposta imunológica sem a 
indução de formação de memória, em imunidade de curto tempo. A imunização passiva não ativa o sistema 
imunológico, não gerando memória e apresentando proteção de baixa durabilidade. Um dos tipos de imuniza-
ção passiva é a materna-fetal (natural), a antitoxina, soroterapia e contato com supressão dos efeitos graves. 
Nas vantagens, a “imunidade” está pronta, enquanto na desvantagem há resposta contra determinantes antigê-
nicos de produzidos em outra espécie, como alergia IgE mediada. 
Além disso, a imunização também pode ser do tipo ativa onde há indução de resposta imunológica com pro-
dução de células de memória e imunidade de longo tempo. Pode ocorrer de forma natural, quando ocorre 
infecções, ou de forma artificial como as vacinas. Esta, por sua vez, é uma substância derivada ou quimica-
mente semelhante ao agente infeccioso. A vacina ativa o reconhecimento do sistema imunológico promovendo 
uma resposta inicialmente lenta, seguida de uma resposta específica e memória, promovendo a proteção. São 
pré-requisitos da vacina: ser efetiva, segura, indução de resposta imunológica de longa duração, acessível, 
sem efeitos colaterais (ou poucos) e possui capacidade de manipulação e armazenamento (estabilidade). A 
reação individual à vacinação depende da qualidade da vacina, background genético e estado geral da saúde. 
Há quatro tipos de vacinas: microrganismos mortos ou inativados; microrganismos atenuados; macromolécu-
las purificadas; e antígenos recombinantes. Sobre a aplicação, ela pode ser oral com vírus atenuado como no 
caso da pólio e rotavírus; intradérmica que é aplicada no músculo deltoide como a BCG; subcutânea que é 
aplicada na hipoderme na região posterior do braço sendo exemplos a febre amarela e a tríplice viral; e intra-
muscular com soluções mais irritantes e mais profunda pela menor sensibilidade e rápida absorção, como a 
DTP e Hepatite B. 
No Brasil, em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI) que parte de um conjunto de 
medidas que visavam redirecionar a atuação governamental, ajustando-se aos objetivos e diretrizes do Pro-
grama Ampliado de Imunizações da Organização Mundial da Saúde. O PNI conta com programas nacionais 
para o controle de doenças específicas como a campanha de erradicação da varíola e o plano nacional de 
controle da poliomielite. O Ministério da Saúde define as vacinas obrigatórias do calendário vacinal, permi-
tindo que os estados proponham medidas complementares. 
BCG – Tuberculose 
Deve ser aplicada em dose única o mais precocemente possível. Não se recomenda mais a revacinação crian-
ças que não apresentarem a cicatriz no local da aplicação após 6 meses. Comunicantes domiciliares de hanse-
níase, independente da forma clínica, podem receber uma segunda dose da vacina BCG. 
Hepatite B 
A primeira dose da vacina Hepatite B deve ser aplicada idealmente nas primeiras 12 horas de vida. A se-
gunda dose está indicada com um ou dois meses de idade e a terceira dose é realizada aos 6 meses. Crianças 
com peso de nascimento igual ou inferior a 2 Kg ou idade gestacional < 33 semanas devem receber, obrigato-
riamente, a dose de vacina ao nascer, e mais 3 doses 0, 2, 4 e 6 meses. Crianças maiores de 6 meses e ado-
lescentes não vacinados devem receber 3 doses da vacina no esquema 0, 1 e 6 meses. Recém-nascidos filhos 
de mães portadoras do vírus da hepatite B (HbsAg positivas) devem receber, vacina e imunoglobulina espe-
cífica para hepatite B (HBIG), até o sétimo dia de vida, preferencialmente logo ao nascer. 
DTP/DTPa – Difteria, Tétano e Pertussis (Tríplice Bacteriana) 
O esquema é de 5 doses, aos 2, 4 e 6 meses com reforço aos 15 meses. O segundo reforço deve ser feito entre 
4 e 6 anos de idade. Adolescentes com esquema primário de DTP ou DTPa completo devem receber um 
reforço com dT ou dTpa, preferencialmente com a tríplice acelular, aos 14 anos de idade. Alguns calendários 
preconizam este reforço aos 10 anos. Em caso de esquema primário para tétano incompleto, este deverá 
ser completado com uma ou duas doses da vacina contendo o componente tetânico. Crianças com 7 anos ou 
mais, nunca imunizadas ou com histórico vacinal desconhecido, devem receber três doses da vacina con-
tendo o componente tetânico, sendo uma delas com a vacina tríplice acelular com intervalo de dois meses 
entre elas. Gestantes devem receber, a cada gravidez, uma dose da vacina dTpa a partir da vigésima semana 
de gestação, com o objetivo de transferir anticorpos protetores contra a coqueluche para o recém-nascido. 
HIB 
A vacina penta do PNI é uma vacina combinada contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus 
influenza tipo B (conjugada). A vacina é recomendada em três doses, 2, 4 e 6 meses de idade. Quando utili-
zada pelo menos uma dose de vacina combinada com componente pertussis acelular, disponíveis em clínicas 
privadas, uma quarta dose da HIB deve ser aplicada aos 15 meses de vida. 
VIP/VOP 
As três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses, devem ser feitas obrigatoriamente com a vacina pólio inativada 
(VIP). A recomendação para as doses subsequentes é que sejam feitas preferencialmente também com a VIP. 
Nesta fase de transição da vacina pólio oral atenuada (VOP) para a vacina pólio inativada (VIP) o esquema 
atual recomendado pelo PNI que oferece 3 doses iniciais de VIP 2, 4 e 6 meses de idade seguidas de 2 doses 
de VOP aos 15 meses e 4 anos de idade. Desde 2016 a vacina VOP é bivalente, contendo os tipos 1 e 3 do 
poliovírus, podendo ser utilizada na rotina nas doses de reforço ou nas Campanhas Nacionais de Vacinação. 
Evitar VOP em todas as crianças imunocomprometidas e nos seus contatos domiciliares. 
 
Pneumocócica Conjugada 
Indicada para todas as crianças até 5 anos de idade. A PNI utiliza a vacina pneumocócica conjugada 10-
valente no esquema de duas doses, administradas aos 2 e 4 meses, seguidas de um reforço aos 12 meses, 
podendo ser aplicada até os 4 anos e 11 meses de idade. A SBP recomenda o uso da vacina conjugada 13-
valente, no esquema de três doses no primeiro ano, aos 2, 4, e 6 meses e uma dose de reforço entre 12 e 15 
meses de vida. Crianças saudáveis com esquema completo com a vacina 10-valente podem receber uma dose 
adicional da vacina 13-valente até os cinco anos de idade. Crianças com risco aumentado para doença pneu-
mocócica invasiva devem receber também, a partir de 2 anos de idade, a vacina polissacarídica 23-valente, 
com intervalo mínima de 2 meses entre elas. 
Meningocócica Conjugada 
A vacina MenC é feita em 2 doses, aos 3 e 5 meses de idade e reforço entre 12 a 15 meses, caso se inicie após 
1 ano de idade é feita em dose única. Já a MenACWY-TT é feita em 2 doses, aos 3 e 5 meses de idade e 
reforço entre 12 e 15 meses e também em dose única após 1 ano. Enquanto a Meningocócica B recombinante 
é feita com variação entre 3 e 12 meses de idade em duas doses com intervalo mínimo de 2 meses entre elas 
e um reforço aos 2 anos. Caso a vacinação seja feita entre 1 e 2 anos, é feito um reforço. 
Rotavírus 
No PNI a vacina é monovalente indicada 2 doses, sendo a primeira dose aos 2 meses (limites de 1 mês e 15 
dias até, no máximo, 3 meses e 15 dias). Segunda dose aos 4 meses (limites de 3 meses e 15 dias até no 
máximo 7 meses e 29 dias). 
Pentavalente 
É feita em 3 doses aos 2, 4 e 6 meses, sendo a primeira dose administrada até os 3 meses e 15 dias e a terceira 
dose até os 7 meses e 29 dias. O intervalo entre as doses deve ser de 1 a 2 meses. 
Influenza 
Está indicada para todas as crianças a partir dos 6 meses. A primovacinação de crianças com idade inferior 
a 9 anos deve ser feita com 2 doses, com intervalo de 1 mês entre elas.Existem disponíveis duas vacinas 
influenza: trivalente e quadrivalente. 
Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela 
A vacinação dessas doenças é feita pela tríplice viral que não engloba a varicela ou pela tetraviral que en-
globa e ainda pela varicela isolada. A primeira dose deve ser feita aos 12 meses, enquanto a segunda dose 
deve ser feita com 15 meses. Em situações de risco como, é possível vacinar crianças imunocompetentes de 6 
a 12 meses com a vacina SCR. Em casos de surtos ou contato íntimo com caso de varicela, a vacina varicela 
pode ser utilizada a partir de 9 meses. O PNI introduziu a segunda dose da vacina varicela aos 4 anos. 
Hepatite A 
Deve ser administrada em 2 doses a partir dos 12 meses de idade. O PNI oferece a vacina em dose única aos 
15 meses. 
Febre Amarela 
Indicada para residentes ou viajantes para as áreas com recomendação da vacina, 10 dias antes da data da 
viagem. PNI, recomenda se apenas uma dose da vacina na vida, sem necessidade de reforços. Se houver 
ocorrência de falhas vacinais primárias, aplicação de uma segunda dose, a partir dos 4 anos de idade. Lac-
tantes de bebês menores de 6 meses de idade, devem ser orientadas para a suspensão do aleitamento materno 
por 10 dias após a vacinação. 
HPV 
Duas doses com intervalo de 6 meses entre 9 e 14 anos ou três doses, 0, 1 a 2 e 6 meses para maiores de 
15 anos. Imunodeprimidos por doença ou tratamento devem receber o esquema de três doses. 
Dengue 
É feita a partir de 9 anos até no máximo 45 anos de idade que já tiveram infecção prévia pelo vírus da dengue 
(soropositivos) em três doses 0, 6 e 12 meses. A vacina não deve ser realizada concomitantemente a outras 
vacinas. 
 
Não São Contraindicações da Vacinação 
▪ Doenças benignas comuns; 
▪ Desnutrição; 
▪ Doença neurológica estável ou pregressa, com sequela presente; 
▪ Prematuridade ou baixo peso; 
▪ Antecedente familiar de convulsão; 
▪ Tratamento sistêmico com corticoide com baixas doses; 
▪ Alergias, exceto as reações alérgicas sistêmicas e graves; 
▪ Internação hospitalar. 
Contraindicações Gerais 
▪ Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida; 
▪ Pessoas acometidas por neoplasias malignas; 
▪ Pessoas em tratamento com corticoides em esquemas imunossupressores ou submetidas a transfusão 
de sangue ou plasma; 
▪ Gravidez; 
▪ Doenças agudas febris graves.

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