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1 FISIOTERAPIA ISABELLA KÉLLY DIVINO EQUILÍBRIO CORPORAL ITAJUBÁ 2023 2 SUMÁRIO 1. EQUILÍBRIO ................................................................................................ 3 1.1 ALINHAMENTO ....................................................................................... 3 1.2 CONTROLE POSTURAL ......................................................................... 4 1.3 BASE DE APOIO ..................................................................................... 4 1.4 COORDENAÇÃO ..................................................................................... 4 1.5 SISTEMA NEUROMUSCULAR ............................................................... 4 1.6 SISTEMA MÚSCULO ARTICULAR ......................................................... 5 1.7 TESTES LABORATORIAIS ..................................................................... 5 1.7.1 PLATAFORMA DE FORÇA ................................................................. 6 1.7.2 ELETROMIOGRAFIA ........................................................................... 6 1.8 TESTES CLÍNICOS ................................................................................. 6 1.8.1 ALCANCE FUNCIONAL ................................................................... 7 1.8.2 APOIO UNIPODAL ............................................................................ 7 1.8.3 ESCALA DE BERG ........................................................................... 7 1.8.4 ESCALA DE EQUILÍBRIO E MOBILIDADE DE TINETTI .................... 7 1.8.5 TIMED UP AND GO .............................................................................. 8 1.8.6 TESTE CLÍNICO MODIFICADO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL E EQUILÍBRIO CORPORAL ................................................................................. 8 2. COORDENAÇÃO ........................................................................................ 8 2.1 VESTIBULAR ........................................................................................... 8 2.2 VISUAL .................................................................................................... 9 2.3 SOMATOSSENSORIAL: ......................................................................... 9 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 10 3 1. EQUILÍBRIO Equilíbrio é um problema dinâmico e está relacionado à capacidade de se manter a linha perpendicular ao solo, que passa pelo centro de gravidade, dentro do polígono descrito pela base de apoio (polígono de sustentação) (VANDER, SHERMAN & LUCIANO, 1981). Fatores como peso corporal, base de sustentação, organização do esqueleto ósseo, resistência viscoelástica dos elementos musculares e ligamentares, e reflexos posturais estão envolvidos na manutenção do equilíbrio postural (VALEDE et al., 1989 citado por OLIVEIRA, 1996). Denomina-se equilíbrio estático o controle da oscilação postural na posição imóvel e a utilização de informações internas e externas associada à ativação muscular como reação às perturbações de estabilidade e equilíbrio dinâmico. Durante o movimento, é necessário um controle do centro de gravidade do corpo enquanto este se desloca sobre sua base de apoio, e de níveis adequados de força dos membros inferiores para manutenção do equilíbrio estático e dinâmico e para estabilização da articulação do tornozelo (ALMEIDA et al., 2009). Já o equilíbrio dinâmico fornece a estabilização do corpo quando a superfície de apoio está em movimento ou nas transferências da posiç (MANSOUR et al., 2019). 1.1 ALINHAMENTO Postura pode fi i c m “ m iç i c , j relativo das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma maneira c c í ic lg m c ” (KISNER COLBY, 1987). Porém o termo postura também é usado para descrever o alinhamento do corpo, bem como a orientação do corpo no ambiente (SHUMWAY-COOK, 2000). A definição de alinhamento postural proposta por Kendall (1995) é a referência utilizada internacionalmente como padrão de postura normal e a fisioterapia considera como alteração da postura qualquer assimetria entre os segmentos corporais, e a avaliação é sistematicamente feita de modo qualitativo. 4 1.2 CONTROLE POSTURAL Já o controle do equilíbrio postural possui função de manter o centro de gravidade dentro de uma base de suporte que gere maior estabilidade nos segmentos corporais durante situações estáticas e dinâmicas, sendo fundamental para o funcionamento das atividades diárias (AMIRIDIS, HATZITAKI, & ARABATZI, 2003). O controle postural é considerado uma habilidade motora complexa derivada da interação dos sistemas neural e musculoesquelético. Os componentes neurais envolvem o processamento motor, processamento sensorial, representação interna e altos níveis de processamento essenciais para os aspectos adaptativos e antecipatórios do controle postural (WOOLLACOTT (2002) e SHUMWAY-COOK (2000). 1.3 BASE DE APOIO A gi c m c i c m l . m i l f , m i ilí i m i i m l f , m i i ili . Para permanecer em equilíbrio, a projeção do centro de gravidade deve estar dentro de uma base de apoio, durante a realização das atividades de vida diária ou motoras, podendo se deslocar para fora do corpo (MANSOUR et al., 2019). 1.4 COORDENAÇÃO A coordenação envolve o movimento de segmentos dos membros de acordo com padrões específicos de tempo e espaço, que caracteriza o desempenho de uma habilidade. Para adquirir esse padrão, o SN precisa resolver o problema de graus de liberdade, ou seja, a organização dos elementos de um sistema complexo em meios eficientes e reais para atingir uma determinada meta (MAGILL, 2000). 1.5 SISTEMA NEUROMUSCULAR As informações sensoriais que são transmitidas pelos mecanorreceptores encontrados em músculos, tendões e articulações, são levadas até o sistema nervoso central, onde são processadas, reconhecendo o movimento e o grau de deformação gerado na articulação, promovendo contrações musculares 5 necessárias à manutenção da estabilidade articular e equilíbrio postural (AQUINO et al, 2004). Para o controle e equilíbrio postural, as informações sensoriais proprioceptivas musculares, tendíneas e articulares são de extrema importância para o feedback da posição dos membros em relação aos outros membros e ao meio. Porém, a informação visual tem uma importância maior para o controle e equilíbrio postural, fornecendo uma informação antecipatória (feedforward) sobre a posição e tarefas a serem executadas posteriormente. Isto pôde ser comprovado através de estudos exploratórios avaliando o centro de pressão em uma base de suporte em tarefas com diversas posturas adotadas, com e sem informações visuais, onde ficou claro que sem informação visual a oscilação no centro de pressão foi maior (BARELA, 2000). 1.6 SISTEMA MÚSCULO ARTICULAR O sistema muscular é o efetor. Ele atua através dos comandos fornecidos pelo sistema nervoso central, este recebe sinais dos sistemas sensoriais (KLEINER; SCHLITTLER; SÁNCHEZ-ARIAS, 2011). A resposta muscular é proporcional à grandeza do estímulo (KLEINER; SCHLITTLER; SÁNCHEZ-ARIAS, 2011). Coerentemente, se há alguma debilidade muscular (nos músculos responsáveis pela manutenção do equilíbrio) o equilíbrio postural ficará comprometido. 1.7 TESTES LABORATORIAIS A avaliação quantitativa do controle postural é feita através de instrumentos que permitem mensurar a oscilação do corpo, geralmente, em postura ereta estática. A posturografia é o método que mede a oscilação do corpo. Ela é utilizada em laboratórios paraestudo do controle postural, clínicas de fisioterapia e clubes esportivos, tanto na postura ereta estática quanto em tarefas dinâmicas na postura ereta. Além das plataformas de força são utilizados em testes laboratoriais, eletromiografias e sistemas de captura de movimento óptico (RICCI; GAZZOLA; COIMBRA, 2009). 6 1.7.1 PLATAFORMA DE FORÇA As plataformas retangulares são as mais utilizadas. Elas calculam as forças nos 3 eixos – sendo o eixo x a força aplicada na direção médio-lateral (ML), o y a força referente a direção ântero-posterior (AP) e o z a força referente a direção vertical – em cada sensor. E as três componentes de momento de força que agem sobre a superfície de suporte. Por meio das resultantes da força de reação do solo encontra-se o centro de pressão (CP). Ele é localizado pela orientação de duas coordenadas – referentes à direção ântero-posterior e médio-lateral – na superfície da plataforma. Nessas avalições o CP é a variável mais aferida. Mas, não há padronização nos métodos laboratoriais sobre quais variáveis do CP devem ser analisadas. Além das medidas do CP, os componentes ântero-posterior e médio-lateral do centro de gravidade (CG) são importantes na avaliação posturográfica (DUARTE; FREITAS, 2010). 1.7.2 ELETROMIOGRAFIA A eletromiografia (EMG) é a análise da atividade muscular, por meio observância do estímulo elétrico que é gerado durante a contração muscular. O sinal, exibido graficamente no EMG, possibilita identificar os músculos ativados e a 20 intensidade da contração durante o teste. No controle postural, o EMG é utilizado em testes de propriocepção. Os eletromiógrafos possuem parâmetros mutáveis, que são adequados para o tipo de tarefa que será executada, tais como: frequência de amostragem, amplificadores, filtros, entre outros. Em testes estáticos, comumente se utiliza eletrodos passivos que não possuem amplificação no próprio eletrodo. Para testes dinâmicos utilizam-se eletrodos ativos que amplificam o sinal antes de envia-lo, a fim de minimizar o sinal proveniente do movimento dos cabos (MARCHETTI; DUARTE, 2006). 1.8 TESTES CLÍNICOS Os testes clínicos são métodos qualitativos e quantitativos que avaliam o funcionamento dos sistemas sensoriais que agem no controle postural (GAZZOLA et al., 2006). Abaixo, o procedimento básico de alguns testes – alcance funcional, apoio unipodal, escala de Berg, escala de equilíbrio e mobilidade de Tinetti, teste 7 timed up and go e o teste clínico de integração sensorial e equilíbrio corporal – que avaliam equilíbrio e mobilidade. 1.8.1 ALCANCE FUNCIONAL Este teste foi elaborado por Duncan et al., (1990) é utilizado para avaliar o equilíbrio estático, medindo a distância de alcance do braço que é uma medida clínica do limite de estabilidade. Inicialmente, uma fita métrica deve ser posicionada horizontalmente na parede na altura do ombro do sujeito. Solicita- se que ele permaneça em posição ortostática, com os braços a 90 graus do corpo e próximo à parede (com o ombro equiparado ao início da fita), verifica- se o tamanho do membro e solicita que ele estique o braço ao máximo à frente, sem retirar o pé da posição inicial, e verifica-se o valor referente a esta posição. O alcance é dado pela diferença entre esses dois valores, quanto maior o alcance melhor será a mobilidade. Valores menores ou iguais a 15 centímetros indicam risco de quedas. 1.8.2 APOIO UNIPODAL O teste desenvolvido por Gustafson et al., (20000, avalia o equilíbrio estático, medindo o tempo que o sujeito permanece em apoio unipodal. O sujeito deve equilibra-se em uma perna e permanecer nesta posição por no máximo 30 s. O teste é repetido três vezes com olhos abertos e fechados. Em cada condição é tomado como resultado o maior tempo de permanência. 1.8.3 ESCALA DE BERG O Teste de Berg (1989,1995) avalia o equilíbrio estático e dinâmico. São 14 tarefas, tais como: alterar da posição sentada para em pé, permanecer em pé sem apoio, realizar transferências, apanhar objeto do chão, entre outras. São pontuadas de 0 a 4 de acordo com a capacidade de execução de cada tarefa, quanto maior a pontuação melhor desempenho no teste. 1.8.4 ESCALA DE EQUILÍBRIO E MOBILIDADE DE TINETTI Desenvolvido por TINETTI (1986), avalia o equilíbrio e a marcha. São 16 tarefas que o sujeito é submetido, tais como: equilíbrio sentado, equilíbrio ao 8 erguer-se da cadeira, simetria dos passos durante a marcha, entre outras. São pontuadas de 0 a 2 de acordo com a capacidade de execução de cada tarefa, quanto maior a pontuação melhor desempenho no teste. 1.8.5 TIMED UP AND GO Desenvolvido por Podsiadlo e Richardson (1991) este avalia o equilíbrio dinâmico e mobilidade. O teste mensura o tempo em que o sujeito levanta-se de uma cadeira (com encosto e sem braços) sem o auxílio dos membros superiores e percorre 3 metros linearmente, gira e retorna a cadeira para a posição inicial. 1.8.6 TESTE CLÍNICO MODIFICADO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL E EQUILÍBRIO CORPORAL O teste clínico de integração sensorial e equilíbrio corporal foi desenvolvido por Shumway-Cook e Horak (1986). A versão modificada contém 4 condições das 6 presentes na original (WRISLEY; WHITNEY, 2004). O Teste Clínico Modificado de Integração Sensorial e Equilíbrio (mCTSIB) avalia o equilíbrio estático do sujeito em 4 condições sensoriais. Cada condição o sujeito permanece 30 s, em pé, com os braços estendidos sobre o corpo e com os pés descalços, são elas: olhos abertos sobre superfície firme (OASF), olhos fechados sobre superfície firme (OFSF), olhos abertos sobre superfície instável (OASI) e olhos fechados sobre superfície instável (OFSI) (WRISLEY; WHITNEY, 2004; WHITNEY; WRISLEY, 2004). 2. COORDENAÇÃO 2.1 VESTIBULAR O sistema vestibular atua associado a outros sistemas do corpo, com propósito fisiológico de estabilizar a imagem da retina, manter o controle postural e a orientação gravitacional. Principalmente, percebendo as informações referentes aos movimentos da cabeça diante da gravidade. Vestibulopatias são doenças desencadeadas no agravo das funções do sistema vestibular. Podem ser de origem periférica quando o distúrbio localiza- se no labirinto e/ou o VIII nervo craniano ou de origem central quando o 9 distúrbio localizase nas estruturas vestibulares e suas inter-relações no sistema nervoso central. A conduta adequada para minimizar ou sanar as disfunções do sistema vestibular é inerente à etiologia da vestibulopatia. O tratamento pode ser efetuado por meio de medicamentos, intervenção cirúrgica e reabilitação vestibular (RESENDE et al, 2003). 2.2 VISUAL Na manutenção do equilíbrio corporal, o sistema visual tem papel de assegurar um melhor desempenho do sistema de controle postural. Não apenas em manter os olhos abertos, mas também em realizar correções posturais advindas do deslocamento da imagem projetada na retina. Por conseguinte, conflitos visuais propiciam oscilações, uma vez que a mudança do ambiente faz o corpo mudar de posição (KLEINER; SCHLITTLER; SÁNCHEZ- ARIAS, 2011). 2.3 SOMATOSSENSORIAL: O sistema somatossensorial possui receptores pelo corpo que permitem sensações de tato, posição do corpo, calor, frio e dor. As sensações de posição podem ser de propriocepção estática ou dinâmica. A primeira faz referência à capacidade de perceber as partes do corpo em relação às outras; a segunda é referente à sensação de velocidade do movimento. Os receptores possibilitam a percepção de angulação das articulações, isso é necessário para que os músculos atuem (estendendo ou contraindo) nas alterações de posição do corpo (GUYTON; HALL, 2006). 10 REFERÊNCIAS ALFIERI, Fábio Marcon et al. Equilíbrio e mobilidade funcional em indivíduos independentes para o autocuidado de diferentes faixas etárias. Revista Kairós-Gerontologia, v. 18, n. 4, p. 151-163,2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/27724/19572. Acesso em 20 mar. 2023. CARVALHO, R. L.; ALMEIDA, G. L. Aspectos sensoriais e cognitivos do controle postural. Revista Neurociências, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 156–160, 2009. DOI: 10.34024/rnc.2009.v17.8576. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8576. Acesso em: 20 mar. 2023. FERREIRA, E.A.G. Postura e controle postural: desenvolvimento e aplicação de método quantitativo de avaliação postural. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, v. 144, 2005. Disponível em: http://www.luzimarteixeira.com.br/wp- content/uploads/2012/04/elizabethagferreira.pdf. Acesso em 20 mar. 2023. MANSOUR, N.R.; FAGUNDES, D.S.; ANTUNES, M.D. Cinesiologia e biomecânica. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788595028616. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595028616/. Acesso em: 21 mar. 2023. MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000. VIEIRA, Jusciaane Chacon. Sistema de mensuração da oscilação dos membros inferiores para testes de equilíbrio corporal. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: https://antigo.monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/1282. Acesso em: 22 mar. 2023. https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/27724/19572 https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8576 http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2012/04/elizabethagferreira.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2012/04/elizabethagferreira.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595028616/ https://antigo.monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/1282