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UNIT - Medicina P5- Bianca Lima de Souza Antieméticos e gastrointestinais FARMACOLOGIA Doenças que mais acometem o trato gastrointestinal: úlcera péptica gástrica; náuseas e vômitos; DRGE; lesões por estresse; úlcera péptica duodenal; ● Fatores agressivos: H. pylori; AINEs; Ácido; pepsina; cigarro; ● Fatores protetores: muco; bicarbonato; prostaglandinas; ● Os fármacos usados no TGI podem ser divididos em: ○ Fármacos que reduzem a acidez intragástrica; ○ Fármacos que promovem a defesa da mucosa; ● A fase gástrica inicia após passagem do alimento em direção ao estômago; ● O estômago tem função de armazenamento, secreção do fator intrínseco para absorção de vitamina B12, digestão química e mecânica, mistura dos alimentos, entre outras. ● Será regulada por um reflexo longo antecipatório que promove a liberação de secreções, além de reflexos curtos que possibilitam a distensão da parede e a produção de substâncias. ● Partes do estômago: EEI, cárdia, fundo, corpo, antro e piloro; ● Tem-se presença de células oxínticas, células principais, células mucosas do colo, células G, células D, células parietais e células semelhantes às enterocromafins com diferentes secreções. ● A fase gástrica depende da regulação da liberação do HCl pela célula parietal, que promove a digestão proteica e ocorre por influência de vários mecanismos. ● Após distensão do estômago pelo alimento, a gastrina estimula a secreção ácida por ação direta nas células parietais ou indiretamente por meio da histamina, sendo que a acetilcolina promove estimulação por vias diretas e também indiretas, ativando a produção de histamina e gastrina. ● Os produtos da digestão da proteína também podem influenciar diretamente a produção de gastrina e, consequentemente, de HCl. ● Enquanto isso, a somatostatina estimulada pelo H+ promove uma retroalimentação negativa que modula a liberação de HCl e pepsina. ● O estômago também realiza processos de quebra mecânica pelos processos de propulsão, mistura e retropropulsão. ● No estômago apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida, pois suas células epiteliais são 1 Introdução 2. Fisiologia da secreção gástrica 2 impermeáveis, sendo o principal sítio de absorção é o intestino delgado pelas microvilosidades. ● Apesar de consagrados, com o advento dos antagonistas de receptores H2 e os IBPs, os antiácidos foram substituídos gradativamente. ● Proporcionam conforto transitório e rápido em quadros ocasionais de dispepsia ou refluxo gastresofágico. ● Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um sal, para diminuir a acidez gástrica. ● Como a pepsina (uma enzima proteolítica) é inativa em pH acima de 4, os antiácidos reduzem a atividade da pepsina. ● Os antiácidos variam amplamente em composição química, capacidade de neutralizar o ácido, conteúdo de sódio, palatabilidade e preço. ● A eficácia de um antiácido depende da sua capacidade de neutralizar o HCl gástrico e do fato de o estômago estar repleto ou vazio (o alimento retarda o esvaziamento do estômago, permitindo mais tempo para o antiácido reagir). ● Antiácidos comumente usados são combinações de sais de alumínio e magnésio, como hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio [Mg(OH)2]. ● O carbonato de cálcio (CaCO3) reage com o HCl formando dióxido de carbono (CO2) e cloreto de cálcio (CaCl2) e é também comumente usado. ● A absorção sistêmica do bicarbonato de sódio [NaHCO3] pode produzir alcalose metabólica transitória. ● Os antiácidos são usados para o alívio sintético da úlcera péptica e da DRGE. Eles também podem promover a cicatrização de úlceras duodenais. ● Para eficácia máxima, devem ser administrados após a refeição. ● Bicarbonato de sódio: A absorção de cloreto de sódio pode exacerbar a retenção de líquido em pacientes com insuficiência cardíaca, hipertensão e insuficiência renal; 2 3. Antiácidos 3 ● Carbonato de cálcio: o uso de doses excessivas de bicarbonato de sódio ou de carbonato de cálcio com derivados do leite contendo cálcio pode levar ao desenvolvimento de hipercalcemia, insuficiência renal e alcalose metabólica; ● Sais de magnésio: não absorvidos podem causar diarreia osmótica; ● Sais de alumínio: podem provocar constipação intestinal. Os sais de magnésio e de alumínio costumam ser administrados juntos em formulações comerciais para minimizar o impacto sobre a função intestinal. São absorvidos e excretados pelos rins. ● Não se devem administrar antiácidos dentro de 2 horas após a ingestão de doses de tetraciclinas, fluoroquinolonas, itraconazol e ferro. ● Farmacocinética: são mais eficazes quando administrados em suspensões; ● Os antiácidos podem ser administrados 1 a 3 h após as refeições e ao deitar. A presença de alimento é suficiente para elevar o pH gástrico e prolongar os efeitos de neutralização dos antiácidos. ● Podem elevar o pH urinário; ● O bicarbonato de sódio pode exacerbar a retenção de líquido, sugerindo certa cautela em pacientes com insuficiência cardíaca, hipertensão e insuficiência renal. ● O aumento do pH gástrico, por exemplo, pode reduzir a absorção de fármacos como cetoconazol, digoxina, captopril, isoniazida, entre outros. ● Efeitos adversos: O hidróxido de alumínio tende a causar constipação, ao passo que o hidróxido de magnésio tende a produzir diarreia. ● A absorção dos cátions dos antiácidos (Mg2+, Al3+, Ca2+), em geral, não é problema em pacientes com função renal normal; entretanto, podem ocorrer acúmulo quando há comprometimento renal. ● A secreção gástrica é estimulada por acetilcolina (ACh), histamina e gastrina. ● As ligações de ACh, histamina ou gastrina com seus receptores resulta na ativação de proteinocinases, que, por sua vez, estimulam a bomba de prótons H+/K+-adenosina trifosfatase (ATPase) a secretar íons hidrogênio em troca de K+ para o lúmen do estômago. ● Bloqueando competitivamente a ligação da histamina aos receptores H2, esses fármacos reduzem a secreção do ácido gástrico. ● A cimetidina foi o primeiro antagonista do receptor H2 da histamina. Todavia, sua utilidade é limitada por seus efeitos adversos e suas interações. ● Ações: Os antagonistas de receptor H da histamina atuam seletivamente nos receptores H2 do estômago. ● Eles são antagonistas competitivos da histamina e totalmente reversíveis. USOS TERAPÊUTICOS → Úlceras pépticas: Os quatro fármacos são igualmente eficazes para a cicatrização das úlceras gástricas e duodenais. Os pacientes com úlceras induzidas por AINEs se possível devem suspender seu uso ou fazer uma troca e ser tratados com IBPs, pois esses fármacos curam e previnem úlceras futuras de modo mais efetivo. → Úlceras de estresse agudo: Os anti- histamínicos H2 são usados 3 4. Antagonistas dos receptores H2 4 normalmente por infusão intravenosa para prevenir e lidar com essas úlceras em pacientes de alto risco. O uso dos IBPs é preferível nessa indicação. → DRGE: Doses baixas de antagonistas H2, atualmente disponíveis, parecem eficazes na prevenção e no tratamento da queimação (DRGE) somente em cerca de 50% dos pacientes. Os antagonistas H2 atuam somente no controle da secreção ácida. Por isso, eles não aliviam os sintomas por, pelo menos, 45 minutos. Por essa razão, os IBPs são preferidos atualmente no tratamento da DRGE. → Dispepsia não ulcerosa: Os antagonistas dos receptores H2 são comumente usados para o tratamento da dispepsia intermitente não causada por úlcera péptica. Nunca foi possível demonstrar de modo convincenteo benefício desses fármacos em comparação com o placebo. ● Sofrem metabolismo hepático de primeira passagem; ● A nizatidina sofre pouco metabolismo de primeira passagem, apresentando biodisponibilidade de quase 100%. ● Os antagonistas H2 mostram-se particularmente efetivos na inibição da secreção ácida noturna (que depende, em grande parte, da histamina), ao passo que exercem impacto moderado sobre a secreção de ácido estimulada pelo alimento (estimulada pela gastrina, pela acetilcolina e pela histamina); ● As doses recomendadas mantêm uma inibição do ácido de mais de 50% durante 10 horas; por esse motivo, esses fármacos costumam ser administrados 2 vezes ao dia; ● A absorção pode ser aumentada pela presença de alimentos ou diminuída por antiácidos. ● Farmacocinética: Após administração oral, os antagonistas H2 se distribuem amplamente pelo organismo (incluindo o leite materno e por meio da placenta) e são excretados principalmente na urina. ● Cimetidina, ranitidina e famotidina também estão disponíveis em formulações IV. ● A meia-vida de todos esses fármacos pode aumentar em pacientes com disfunção renal. ● Efeitos adversos: Em geral, são bem tolerados. ● A cimetidina tem efeitos endócrinos porque atua como um antiandrogênico não esteroidal. Os efeitos incluem ginecomastia e galactorreia. ● Os demais não produzem os efeitos antiandrogênicos nem estimulantes de prolactina. ● Outros efeitos no sistema nervoso central (SNC), como confusão e alterações mentais, ocorrem primariamente em pacientes idosos ou após administração IV. ● A cimetidina inibe várias isoenzimas CYP450 e pode interferir em outros fármacos, como varfarina, fenitoína e clopidogrel. ● Administração intravenosa rápida dos antagonistas H2 pode causar bradicardia e hipotensão pelo bloqueio de receptores H2 cardíacos; ● Também pode ocorrer aumento rebote na liberação de HCl quando a administração desses fármacos é interrompida de modo abrupto. ● Todos os antagonistas H2 podem reduzir a eficácia de fármacos que exigem um ambiente ácido para absorção, como o cetoconazol. 4 5 ● Hoje há disponíveis cinco IBPs: omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, rabeprazol e pantoprazol. ● Os IBPs se ligam à enzima H+/K+- ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para o lúmen gástrico. ● A bomba de prótons ligada à membrana é a etapa final da secreção de ácido gástrico; ● Omeprazol, esomeprazol e lansoprazol estão disponíveis em formulações de venda livre para tratamento de curto prazo da DRGE. ● Ações: Esses fármacos são pró- fármacos com um revestimento entérico ácido-resistente para protegê-los da degradação prematura pelo ácido gástrico. ● O revestimento é removido no meio alcalino do duodeno, e o pró-fármaco, uma base fraca, é absorvido e transportado à célula parietal. ● Ali, ele é convertido no fármaco ativo e forma uma ligação estável covalente com a enzima H+/K+- ATPase. ● São necessárias cerca de 18 horas para ressintetizar a enzima, e a secreção ácida é interrompida durante esse período. ● Existem produtos disponíveis de uso oral, de venda livre e sujeitos à prescrição, contendo omeprazol associado com bicarbonato de sódio para absorção mais rápida. ● Os IBPs são superiores aos antagonistas H2 no bloqueio da produção de ácido e na cicatrização das úlceras. ● São os fármacos preferidos no tratamento e na profilaxia de úlceras de estresse e para o tratamento de DRGE, esofagite erosiva, úlcera duodenal ativa e condições hipersecretoras patológicas. ● Se o IBP diário só é parcialmente eficaz contra os sintomas da DRGE, melhora-se o controle com o aumento da dosagem para duas vezes ou associa-se com um antagonista H2. ● Os IBPs também diminuem o risco de sangramento das úlceras causadas por ácido acetilsalicílico e outros AINEs e podem ser usados para prevenção ou tratamento. ● Os IBPs também são usados como antibacterianos, para erradicar H. pylori. ● Todos esses fármacos são eficazes por via oral. ● Para obter o efeito máximo, os IBPs devem ser ingeridos de 30 a 60 minutos antes do desjejum. ● A presença de alimento concomitante à administração dos IBPs reduz a biodisponibilidade dos mesmos. Os fármacos dessa classe têm meia-vida sérica em torno de 1 hora e meia. ● A inibição da bomba de prótons é irreversível, a secreção ácida pode permanecer suprimida por 24 a 48 h, até que ocorra síntese de novas bombas de prótons e sua incorporação na membrana luminal das células parietais. ● Nem todas as bombas de prótons são inativadas com a primeira dose do medicamento, são necessários de 3 a 4 dias de medicação diária. ● Esomeprazol, lansoprazol e pantoprazol também estão 5 5. Inibidores da Bomba de Prótons 6 disponíveis em formulações de uso IV. ● Embora a meia-vida desses fármacos no plasma seja de poucas horas, eles têm duração de longa ação devido à fixação covalente à enzima H+/K+- ATPase. ● Efeitos adversos: Os IBPs geralmente são bem tolerados. Omeprazol e esomeprazol podem diminuir a eficácia do clopidogrel. Podem aumentar o risco de fraturas, particularmente se a duração do uso for de 1 ano ou mais. ● A supressão prolongada do ácido gástrico com os IBPs (e os antagonistas H2) pode resultar em carência de vitamina B12, porque o ácido é necessário para a sua absorção. O pH gástrico elevado também pode prejudicar a absorção de carbonato de cálcio. ● Pode ocorrer diarreia e colite por Clostridium difficile em pacientes que recebem IBP. ● Os IBPs causam poucos efeitos adversos, e os mais comuns consistem em náuseas, dor abdominal, diarreia e flatulência. ● Efeitos adversos podem incluir hipomagnesemia e maior incidência de pneumonia. ● Pode haver interação com varfarina (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol e rabeprazol), diazepam (esomeprazol e omeprazol), ciclosporina (omeprazol e rabeprazol), entre outras. ● São usados para o tratamento de DRGE, úlceras pépticas e duodenais, úlceras relacionadas à infecção por H. pylori, SUCRALFATO: ● Esse complexo de hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada se liga a grupos carregados positivamente em proteínas da mucosa normal e necrótica. ● Formam géis complexos com as células epiteliais; ● Menos de 3% do fármaco intacto e alumínio são absorvidos pelo trato intestinal, é excretado nas fezes o restante; ● O sucralfato cria uma barreira física que protege a úlcera da pepsina e do ácido, permitindo a cicatrização. ● O sucralfato é administrado em uma dose de 1g, 4 x ao dia, com o estômago vazio (pelo menos 1 hora antes das refeições). ● É eficaz no tratamento das úlceras duodenais e na prevenção das úlceras por estresse, mas seu uso é limitado devido à necessidade de dosificações diárias múltiplas e interações. ● Como requer um pH ácido para sua ativação, o sucralfato não deve ser administrado com IBPs, antagonistas H2 ou antiácidos. ● Efeitos Colaterais: Constipação intestinal; ● Pode interferir na absorção de outros fármacos. ● Não previne as úlceras induzidas pelos AINEs e nem cicatriza úlceras gástricas. SUBSALICILATO DE BISMUTO: ● Este fármaco é usado como componente de tratamento quádruplo para cicatrizar úlceras pépticas. ● Uso Clínico: H. Pilory e Diarréia do Viajante; ● Além da sua ação antimicrobiana, ele inibe a atividade da pepsina, aumenta a secreção de muco e interage com glicoproteínas na mucosa necrótica, revestindo e protegendo a úlcera. ● Efeito citoprotetor devido aumento da secreção de prostaglandinas, muco e bicarbonato; inibição da pepsina e 6 6. Fármacos que promovem a defesada mucosa 7 sedimentação preferencial dos compostos nas crateras das úlceras. ● O subsalicilato de bismuto diminui a frequência das evacuações e as evacuações liquidas na diarréia infecciosa aguda. ● Sofre rápida dissociação no estômago, possibilitando a absorção e é rapidamente absorvido e excretado na urina. ● Pode provocar enegrecimento das fezes; ● Em altas doses pode resultar em toxicidade do salicilato. ● Podem reduzir a biodisponibilidade das tetraciclinas e outros fármacos quelantes; ● Não se recomenda o uso pediátrico. ● A prostaglandina E2 e a prostaciclina agem no receptor EP3 nas células parietais inibindo a secreção de HCl; ● A prostaglandina E2, produzida pela mucosa gástrica, inibe a secreção de ácido e estimula a secreção de muco e bicarbonato (efeito citoprotetor). ● A deficiência de prostaglandinas pode estar envolvida na patogênese das úlceras pépticas. ● Misoprostol, um análogo da prostaglandina E1, está aprovado para a prevenção de úlceras gástricas causadas por AINEs. ● Precisa ser administrado 3 a 4 x ao dia; ● Excretado na urina; ● O uso profilático do misoprostol deve ser considerado em pacientes que estão recebendo AINEs e se encontram sob risco moderado ou alto. ● O misoprostol é contraindicado na gravidez, pois pode estimular as contrações do útero. ● Efeitos adversos: Diarreia e náuseas dose-dependentes. Assim, os IBPs são os fármacos preferidos para a prevenção de úlceras causadas por AINEs. ● Estimular seletivamente a função motora do intestino; ● Aumentam a pressão do esfíncter esofágico inferior são úteis na DRGE; ● Melhoram o esvaziamento gástrico gastroparesia; ● Intensificam o trânsito colônico e podem ser úteis no tratamento da constipação. METOCLOPRAMIDA E DOMPERIDONA ● A metoclopramida e a domperidona são antagonistas dos receptores dopamínicos D2; ● No trato gastrintestinal, a ativação dos receptores de dopamina inibe a estimulação colinérgica do músculo liso; sendo o bloqueio desse efeito o principal mecanismo procinético; ● Aumentam a amplitude peristáltica do esôfago e 7 7. Análogos das prostaglandinas 8. H. pylori 9. Procinéticos 8 aceleram o esvaziamento gástrico; ● Não exercem nenhum efeito sobre a motilidade do intestino delgado ou do colón; ● A metoclopramida e a domperidona também bloqueiam os receptores dopamínicos D2 na zona de gatilho quimiorreceptora do bulbo, resultando em poderosa ação antináusea e antiemético. ● Doença do refluxo gastroesofágico: são utilizados no tratamento da DRGE sintomática; ● Comprometimento do esvaziamento gástrico: são amplamente usados no tratamento de pacientes com esvaziamento gástrico tardio. ● Dispepsia não ulcerosa: levam a uma melhora sintomática em um pequeno número de pacientes com dispepsia crônica. ● Prevenção dos vômitos: são usadas na prevenção e no tratamento dos vômitos. ● Estimulação da lactação pós- parto: Pode ser recomendada para promover a lactação pós- parto. ● Efeitos colaterais: Em 10 a 20% dos pacientes, idosos, ocorrem inquietação, sonolência, insônia, ansiedade e agitação devido ao efeito no SNC. ● Efeitos extrapiramidais (distonia, acatisia, manifestações parkinsonianas)- bloqueio dos receptores dopamínicos centrais, 25% dos pacientes doses altas e em 5% terapia de longo prazo. ● A metoclopramida quando usada tempo prolongado desenvolvimento de discinesia tardia. ● Podem aumentar os níveis de prolactina causando galactorreia, ginecomastia, impotência e distúrbios menstruais. ● A domperidona é muito bem tolerada, não atravessa a barreira hematoencefálica, os efeitos neuropsiquiátricos e extrapiramidais são raros. BROMOPRIDA ● Bloqueio de receptores D2 no SNC e no trato gastrintestinal aumento da atividade colinérgica de maneira indireta, estimulando a motilidade gastrintestinal; ● O pico de concentração 2,5 a 3 h após administração; ● 10 a 14% da dose administrada é excretada de maneira inalterada pela urina; o restante é metabolizado no fígado; ● Biodisponibilidade: 54 a 74% (via oral) e 78% (via intramuscular). ● Uso clínico: Distúrbios da motilidade gastrintestinal, náuseas e vômitos de origem central e periférica, refluxo gastroesofágico e em procedimentos radiológicos do trato gastrointestinal. ● Reações adversas : inquietação, sonolência e fadiga, com menor frequência pode ocorrer insônia, cefaléia, tontura e náuseas. ● Atravessa a barreira hematoencefálica, antagonizando receptores d2 no estriado, induzindo sintomas extrapiramidais. ● Hipófise, o antagonismo d2 estimula a secreção de prolactina e induz efeitos como galactorreia e ginecomastia. ● Não se recomenda seu uso na gravidez. ● Efeitos na motilidade gastrintestinal podem ser antagonizados por fármacos anticolinérgicos. ● Potencialização dos efeitos sedativos quando se administra bromoprida junto com álcool ou outros depressores do snc. ● Liberação de catecolaminas; 8 9 ● Diminuição da absorção de fármacos pelo estômago (digoxina) ou aumento da absorção no intestino delgado (paracetamol, tetraciclina, levodopa, etanol). LAXATIVOS FORMADORES DE MASSA ● São colóides hidrofílicos não digeríveis que absorvem água, formando um gel emoliente e volumoso, que provoca distensão do cólon e promove peristalse. ● As preparações comuns incluem produtos vegetais naturais (psilio, metilcelulose) e fibras sintéticas (policarbofila). ● A digestão bacteriana das fibras vegetais no interior do colón pode resultar em aumento da distensão e flatulência. LAXATIVOS AMOLECEDORES ● Os fármacos comuns incluem o docusato (oral ou enema) e os supositórios de glicerina; ● O óleo mineral é um óleo viscoso claro que lubrifica o material fecal, retardando a absorção de água das fezes. ● É utilizado na prevenção e no tratamento da impactação fecal em crianças de pouca idade e em adultos debilitados. ● Pode ser misturado com sucos. ● A aspiração pode resultar em pneumonite grave por lipídeo. ● O uso em longo prazo pode comprometer a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). LAXATIVOS OSMÓTICOS ● São compostos solúveis, porém não absorvíveis, que resultam em aumento da liquefação das fezes, devido a um aumento obrigatório da água fecal. ● Estão disponíveis em três modalidades: → Laxantes Salino: que contêm magnésio ou fosfato sendo o último mais absorvido. → Açúcares Indigeríveis: Lactulose, um dissacarídeo sintético formado por galactose e frutose, que sofre a ação bacteriana liberando ácidos graxos de cadeia curta que estimulam a motilidade intestinal e atraem água para o lúmen intestinal. → Soluções eletrolíticas de polietilenoglicol (PEG): ficam retidas no lúmen intestinal em virtude da alta natureza osmótica e costumam conter em sua formulação uma mistura isotônica de sulfato de sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e cloreto de potássio, evitando perdas eletrolíticas. LAXATIVOS ESTIMULANTES ● Exercem efeitos diretos em enterócitos, neurônios intestinais e na musculatura lisa do trato gastrintestinal. ● Esses efeitos parecem ocorrer como resultado da indução inflamatória com acúmulo de água, eletrólitos e aumento da motilidade intestinal. ● Estão disponíveis em três modalidades: → Antraquinonas: derivados de plantas como Aloe vera (babosa), Rhamus purshiana (cáscara-sagrada) e Cassia senna (sene). → Óleo de Rícino: → Derivados de Difenilmetano: Bisacodil e picossulfato de sódio ● A diarréia é causada pela sobrecarga osmótica presente no intestino, incluindo secreção de eletrólitos e água no lúmen 9 10. Laxativos 11. Agentes antidiarréicos 10 intestinal e exsudação de proteínas e líquidos.● A aceleração do trânsito e redução na absorção de líquidos também pode induzir diarréia. ● Investigação etiológica facilita o tratamento. LOPERAMIDA ● É um agonista opióide de venda livre; ● Não atravessa a barreira hematoencefálica; ● Não exibe nenhuma propriedade analgésica; ● Atua em receptores μ periféricos, é um antidiarréico que aumenta o tônus do esfíncter anal e tem atividade antissecretora contra a toxina da cólera e alguns tipos de toxina da E. coli. ANTAGONISTAS DO RECEPTOR 5-HT3 DE SEROTONINA ● A ondansetrona é o protótipo desse grupo. ● Propriedades antieméticas potentes, mediadas, por meio do bloqueio dos receptores 5-HT3 centrais no centro do vômito e na zona de gatilho quimiorreceptora, e principalmente pelo bloqueio dos receptores 5-HT3 periféricos nos nervos aferentes espinais e vagais intestinais extrínsecos. ● A ação antiemética limita-se aos vômitos atribuíveis a estimulação vagal; ● Não inibem os receptores dopamínicos ou muscarínicos. ● Não exercem efeitos sobre a motilidade esofágica ou gástrica; ● Podem retardar o trânsito colônico. ● Efeitos adversos: prisão de ventre ou diarreia, cefaléia e tontura. ● Atenção para pacientes com histórico de arritmias. ● Usos clínicos: São extremamente úteis em náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, radioterapia e pós- operatório. ● São eficazes na hiperêmese gestacional; entretanto, não devem ser administrados a mulheres que estejam grávidas ou amamentando sem prescrição médica. ANTI-HISTAMÍNICOS ● A difenidramina e sal dimenidrinato são antagonistas de primeira geração dos receptores de histamina H1. ● A prometazina é outro antagonista H1. ● Ambas têm também propriedades anticolinérgicas. ● Meclizina, um antagonista de primeira geração, mas que não tem propriedades anticolinérgicas significativas. ● Farmacocinética: rápida absorção após administração oral, alcançando concentrações máximas em torno de 1 a 2 h. Os antagonistas de primeira geração 10 12. Agentes antieméticos 11 penetram facilmente no SNC. O efeito costuma perdurar de 4 a 6 h. ● Meclizina pode ter duração maior, em torno de 12 a 24 h após a administração. ● Efeitos adversos: Atravessam a barreira hematoencefálica e causam sedação. O dimenidrinato e a prometazina têm ações anticolinérgicas, podem causar efeitos como boca seca e retenção urinária, assim como ressecamento das vias respiratórias. ● Usos clínicos: Prevenção da cinetose. ● Deve-se ter cuidado na êmese gestacional em razão do possível efeito teratogênico, especialmente com os anti- histamínicos de primeira geração. ● A difenidramina pode ser usada com segurança na gestante, mas não na amamentação, em razão de sua excreção no leite materno. CANABINÓIDES ● O dronabinol é um canabinóide natural extraído da Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. ● Pode ser sintetizado quimicamente. ● Mecanismo de ação: O mecanismo de ação antiemética do dronabinol é desconhecido, mas provavelmente envolve receptores CB1 nos neurônios ao redor do centro do vômito. ● Uso Clínico: O dronabinol tem sido empregado como agente antiemético na quimioterapia. Além disso, estimula o apetite e tem sido útil também em pacientes com AIDS e anorexia. ● Farmacocinética: Altamente lipossolúvel, é absorvido rapidamente após administração oral, com início de ação em torno de 1h e picos máximos atingidos entre 2 e 4 h. ● Sofre metabolismo de primeira passagem no fígado, a biodisponibilidade é reduzida (10 a 20%), apesar da alta lipossolubilidade. ● A metabolização hepática resulta em metabólitos ativos e inativos que são excretados, pela via biliar-fecal; ● O dronabinol e seus metabólitos ligam-se amplamente às proteínas plasmáticas (> 95%); ● Efeitos adversos: O dronabinol causa efeitos semelhantes aos da maconha, como euforia, sonolência, desinteresse, tontura, ansiedade, nervosismo, pânico, distúrbios do raciocínio, entre outros. ● Pode induzir a uma hiperatividade simpaticomimética que leva a palpitações, taquicardia, vasodilatação, hipotensão e congestão conjuntival (olhos injetados). ● A interrupção repentina do fármaco pode levar a uma síndrome de abstinência. ● Em razão de sua grande afinidade pelas proteínas plasmáticas, o dronabinol pode deslocar outros fármacos relacionados, e é necessário muitas vezes um ajuste de dose. 11
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