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Resumo de Saúde integral do adulto I Luana simões Ciclo 2 - 5 Período Clínica médica Professor: Josué, Meningites meninges são as membranas do tecido conjuntivo que vão proteger o sistema nervoso. temos tres meninges: •Dura-máter; se insere na estrutura óssea e faz a função como se fosse um periósteo na camada interna •Aracnoide; abaixo da aracnóide tem um único espaço verdadeiro que é o espaço subaracnóide e preenchido por líquor → líquido Cefalorraquidiano e abaixo desse líquido temos a pia-máter •Pia-máter; meninge que vai se aderir aos tecidos neural → recobre o cérebro, medula e cerebelo. Em condições patológicas - no crânio pode surgir dois novos espaço → espaço epidural (em cima da dura máter) e subdural (abaixo da dura máter) (esses espaços existem na medula e não no interior do crânio) As meninges estão no encefalo e cobrindo a medula. LÍQUOR •Ultrafiltrado de sangue: NaCl, glóbulos brancos e hormônios; líquido produzido pelo plexo coróide se localiza nos ventrículos encefálicos •Atua na nutrição, remoção de eliminação dos metabólitos (ser o sistema linfático do cérebro que não existe) e proteção contra impactos; •Produzido pelos plexos coróides dos ventrículos III, lateral e IV ventrículo; •Circula no espaço subaracnóideo, sendo absorvido pelas vilosidades aracnóides e nos seios da dura-máter: •O controle da produção e da sua absorção preserva a PIC; MENINGITE •Meningoencefalite x meningite; •Infecção das membranas que protegem o SNC, levando a inflamação local, aumento da Pressão Intracraniana e sintomas sistêmicos; •Rápida evolução e alta mortalidade mesmo fazendo o tratamento adequadamente; abrupto e evolui para sua gravidade •Assépticas (não é causada por microrganismos) x sépticas causadas por microrganismos - bactérias, vírus, fungos e parasitas; EPIDEMIOLOGIA •Infrequente em países desenvolvidos; evolução vacinal caiu •Brasil: redução de casos após imunização para agentes causadores no calendário vacinal: •Meningo C (Meningococo); •Pneumo 10 (Pneumococo); •Pentavalente (H. influenza tipo B) •Risco mais elevado em extremos de idade: < 5 anos (pacientes jovens - menos de 5 anos que não tem o sistema imune completamente formado) e > 60 anos (queda natural do sistema imune); •1,2 milhão casos/ano; ETIOLOGIA Meningite asséptica •Rara, infrequente., menor gravidade; •Causas: •Tumores; efeito de pressão, resposta inflamatória •Traumas sem porta de entrada, processo inflamatório → lesão, meningite •Vasculites; afeta a vascularização das meninges •LES: lúpus eritematoso sistêmico atacar membranas de tecido conjuntivo •Fármacos: sulfametoxazol-trimetoprim, ciprofloxacino, cefalexina, metronidazol, penicilina, isoniazida, AINES; MENINGITE BACTERIANA •Colonização do espaço subaracnóide e disseminação bacteriana na meninge; •Resulta em sintomas sistêmicos e elevação da Pressão Intracraniana; •Via de contaminação: vias aéreas superior - sinusite, otite, tonsilite •Secundária a IVAS = infeccão de via aerea superior (90%); •Secundária a trauma, contiguidade (sem passar pela via sanguínea) e outras portas de entrada (10%); IMPORTANTEEEE O QUADRO EM ROSA! 0-3 meses ** slide errado FISIOPATOLOGIA •Porta de entrada: vias aéreas respiratórias superior → vascularizada como contaminação? por gotículas (pessoas assintomáticas e sintomáticas → atinge a próxima pessoa e quando invade a mucosa e proliferam e gera o quadro de IVAS e posteriormente elas ganham corrente sanguínea ), aerosol e saliva •Acesso à circulação sanguínea pela mucosa (corrente sanguínea→ bactérias capsuladas)--> vai até o plexo coroide → o corpo não consegue se defender dessas bactérias não? escapa do sistema autoimune=> cápsula polissacarídea impede a fagocitose => colonização de do plexo coróide e acesso ao liquor; toda capsula revestida de açúcares → consegue escapar facilmente desses sistemas autoimune → consegue viajar na corrente sanguinea e chegar no plexo coroide → atua como filtro e consegue alcançar o liquor •Líquor (é um otimo meio de cultura →tem glicose- baixa quantidade de proteinas e baixa quantidade de celulas de defesa) longo consegue se proliferar livremente. possui poucas defesas, sendo adequado para proliferação bacteriana; Consegue disseminar no liquor e nas meninges, os leucocitos que estão nesse liquor que embora seja pouco começam a produzir pequena estrago •Resposta imune do hospedeiro gerado pela infecção liquórica é causa de maior parte de síntomas: TNF-a e interleucina 1B (substâncias quimiotáticas)--> que atraem as células, aumento de leucócitos (produzem anticorpos) => leucocitose e aumento de proteínas no líquor; •Citocinas e Espécies Reativas de Oxigênios (ERO’s) → radicais livres geram => morte celular (dano na celula) e alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica (edema vasogênico); → impede que substâncias do plasma penetrem de forma livre ao encéfalo → quebra da barreira hematoencefálica → tem a passagem do líquido do plasma para encefalo e ele vai depositar do interstício → edema vasogênico •Exsudato obstrui fluxo de líquor => hidrocefalia obstrutiva => edema intersticial; •Menor fluxo sanguíneo resulta em isquemia cerebral e edema citotóxico; •Edema vasogênico, intersticial e citogênico => aumento da PIC; Resposta Imune → Desregulação vascular → a vasculatura do cérebro é muito precisa e regulada → processo inflamatório temos alteração das substâncias produzidas temos desregulamentei vascular → inicialmente o cérebro vai receber um hiperfluxo e o fluxo do cérebro vai cair → hipofluxo baixa de oxigênio e gera uma ISQUEMIA → a falta de oxigênio a célula não consegue produzir, não gera ATP e nao ativa a bomba de Na + e K+, o sódio eleva no interior da célula se eleva e aumenta a osmolaridade dentro da célula = edema citotóxicos líquido com leucócitos, proteínas e bactérias → exsudato → aumenta a densidade dele e granulações aracnóides não consegue fazer a drenagem do líquor e acumula esse acúmulo se chama → hidrocefalia, o líquor não está sendo drenado vai acumular líquido no interstício do cérebro, o liquor faz o papel do sistema linfático → edema intersticial → acumulo no interstício ) MANIFESTAÇÕES CLINICAS •Tríade clássica: Febre + Cefaleia (varíavel, podendo ser em trovoada) + rigidez nucal; •Hiporexia ;--> redução do apetite •Cervicalgia; •Convulsões; •Sinal de Faget (dissociação temperatura-pulso); - SINAL DE KERNIG coxa do paciente a 90 graus - extensão dela - SINAL DE BRUDZINSKI •Sintomas de elevação da Pressão Intracraniana : cefaleia em aperto ou opressão - holocraniana, trovoada •Náuseas e vômitos (podem ser em jato); •Fotofobia; •Alteração do estado mental (75% dos pacientes) confuso, sololento; •Papiledema (menos comum devido a velocidade de progressão do quadro); Meningite por N. meningidites •Bactéria do tipo diplococo Gram negativo: •Apresenta cápsula (A, B, C, W, Y e X); principias que circulam •LPS atua como endotoxina, não produz exotoxina; •Transmissão: gotículas e secreções rinofaríngeas (eliminado em 24 h após ATB → não precisa mais deixar o paciente em isolamento respiratório ); •Incubação de 1 a 10 dias; •Tríade: alteração do nível de consciência, febre e rigidez nucal; •Quadro gera menos complicações; MENINGITE E MENINGOCOCCEMIA → pode infectar células do vaso sanguíneo não desaparece é meningite Meningite por Haemophilus influenzae •Coco gram negativo; •Mais comum na infância; •Quadro menos fatal; •Geralmente sucede sinusite aguda, otite média e fratura de crânio; •Relacionada a surdez, retardo mental e epilepsia; •Coco gram negativo; •Mais comum na infância; •Quadro menos fatal; •Geralmente sucede sinusite aguda, otite média e fratura de crânio; •Relacionada a surdez, retardo mental e epilepsia; Meningite por Streptococcus pneumoniae •Diplococo Gram positivo; •Faz parte da microbiota do trato respiratório superior; •Principal bactéria causadora de meningite em adultos; •Acomete entre 1 e 50 anos; •20-30% de mortalidade; •Grande geradora de complicações: alterações visuaise auditivas, epilepsia, atraso de desenvolvimento; DIAGNÓSTICO •Clínico e laboratorial; •Presença das síndromes: •Toxêmica: febre, mal-estar, prostração ou agitação psicomotora; •Irritação meníngea: rigidez nucal, sinal de Kernig, sinal de Brudzinski; •Hipertensão intracraniana: cefaleia holocraniana intensa, náuseas, vômitos em jato, fotofobia, confusão mental e convulsões; •Laboratorial: •Hemograma, TGO, TGP, Ur, Cr, EAS, hemocultura (medir a solicitação de coleta pelo menos 2 - coletar antes iniciar antibiótico) → qual agente etiológico ; leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda) •Exame de imagem => descartar lesão em massa, outras causas e herniação; •Realizar antes de punção liquórica; •Punção liquórica (padrão-ouro); sabe quem é o agente etiologico - bacteriano, viral ou fungico NÃO COBRA TOMOGRAFIA TC NORMAL MENINGITE MENINGOCÓCICA Achados: impregnação de contraste na leptomeninge, edema cerebral (apagamento de sulcos e redução de ventrículos), hipodensidade (imagem escura ) de substância branca; Meningite pneumocócica Achados: impregnação de contraste na leptomeninge, edema cerebral (apagamento de sulcos e redução de ventrículos), empiema subdural → acúmulo de pus ; PUNÇÃO LIQUÓRICA •L3-L4, L4-L5, L5-S1 •Não fazer se: •Alteração do estado de consciência com Glasgow < 9, anisocoria, sinais neurológicos focais; •Instabilidade cardiorrespiratória; •Convulsão prolongada; •Sinais de Hipertensão intracraniana (papiledema, paresia do NCIII, IV e VI; •Convulsão prolongada; •Infecção do sítio de punção; •Plaquetopenia, discrasia sanguínea ou uso de anticoagulante; AVALIAÇÃO LIQUÓRICA •Presença de leucocitose; •Análise da glicose no liquor; •Relação glicose liquor/sangue; •Relação de proteínas no líquor; •Bacterioscopia com coloração de Gram; •Cultura de líquor; bactéria → aumento de leucócitos (neutrófilos) e baixa quantidade de linfócitos TRATAMENTO CUIDADOS GERAIS •Isolamento respiratório por 24 horas; •Uso de EPI na avaliação; MEDIDAS GERAIS •Fornecer O2 se necessário; •Cabeceira elevada a 30º- 45º; •Evitar hiper-hidratação; •Sintomáticos: •Dipirona ou AINES se dor ou febre; •Antieméticos se náuseas e vômitos; •Diazepam se convulsões, fenitoína ou fenobarbital para controle; •Avaliar sintomas de edema cerebral e HIC: •Sinais neurológicos focais; •Flutuação de consciência; •Anisocoria, pupilas pouco reativas; •Posturas anômalas (decorticação, descerebração); ANTIBIOTICOTERAPIA •Iniciar ATB empírico o mais célere possível; geral sem saber o agente causador •Até 3 meses: ceftriaxona + ampicilina; •3 meses a 50 anos: ceftriaxona ou cefotaxime; •> 50 anos: ceftriaxona + ampicilina; •Pós-neurocirurgia: vancomicina + ceftriaxona; •Obs: acrescentar vancomicina se pneumococo resistente; •Dexametasona junto ou antes de ATB; •Meningococo •Ceftriaxona; 1 linha •Penicilina G cristalina (2ª opção); 2 linha •Haemophilus •Ceftriaxona; •Clorafenincol (2ª opção); •Pneumococo •Ceftriaxona; •Penincilina G cristalina (2ª opção); SINAIS DE MAU PROGNÓSTICO •Atraso no diagnóstico e início do tratamento; maior risco de mortalidade - menores de 6 meses e imunodeficiência, infectados por multirresistentes •Fatores do hospedeiro: imunodeficiência e idade < 6 meses; •Tipo de virulência: microrganismos multirresistentes a antimicrobianos; •Glicorraquia < 20-40 mg/ ml na admissão; •Alta concentração de bactérias no líquor; •Convulsões tardias (72 horas após início da antibioticoterapia); •Sinais de gravidade à admissão (sinais neurológicos focais + Glasgow < 13); PROFILAXIA PROFILAXIA AO MENINGOCOCO •Rifampicina ou ceftriaxona; •Indicação: contato íntimo e familiar - por mais que 4 horas por 5 a 7 dias •Contatos familiares e íntimos do paciente (> 4 horas/dia por 5 a 7 dias/semana); •Profissionais de saúde expostos a secreções respiratórias; •Vacinação: primária •Vacina conjugada contra o meningococo sorotipo C; bacteria polissacarídeo → tem uma cápsula pouco imunogênica de açúcar e a proteção vacinal é pouca e limitada a 3 anos PROFILAXIA AO HEMOPHILUS •Rifampicina. •Indicação: •Contatos familiares quando há outra criança e com < 4 anos não vacinada; •2 crianças infectadas em 24 meses em creches e escolas; - todas as crianças e professores que tiveram contato caio 8 anos e fabrício 4 anos - pais anti vacina, caio que está, profilaxia para fabrício e pais - se ele tiver mais de 4 anos não faz para ninguém •Vacinação: •Pentavalente; COMPLICAÇÕES •Coma; •Choque séptico; •Comprometimento de pares cranianos: VII e VIII; paralisia facial, paralisia vestíbulo coclear - sudez •Secreção inapropriada de ADH; distúrbios hidroeletrolítico •Empiema subdural; •Ventriculite; •Hidrocefalia; •Epilepsia; sequelas auditivas, visuais, alteração do desenvolvimento neuropsicomotor MENINGITES VIRAIS •Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens; mais comum na infância. •Quadro clínico: •Náuseas e vômitos, cefaleia, diarreia e rash maculopapular - vermelhidão mancha pequena - várias pintas elevadas no corpo (enteroviroses) •Pode ser precedido por quadro/doença respiratório; •Encefalite: agitação, rebaixamento do nível de consciência, crises convulsivas; •Sintomas são súbitos, mas geralmente mais leves, brandos e autolimitados; pode desaparecer sem deixar complicações •Etiologia: •Mais frequentes: echovírus, poliovírus, coxsakievírus e enterovírus •Menos frequentes: herpes vírus, citomegalovírus, epstein barr, hiv •Vias de transmissão: •Respiratória (tosse, espirros) - sarampo •Fecal-oral (enterovírus) •Contato direto (herpes vírus) •Sangue (CMV e HIV) •Diagnóstico: •Clínico-laboratorial; •Exame de imagem; •Punção liquórica; MENINGITE HERPÉTICA região edemaciada lombo temporal - encefalite temporal •Tratamento: •Não há tratamento específico (exceto herpes vírus): •Aciclovir EV 10 mg/kg/dose a cada 8 horas por 14 a 21 dias; •Suporte: •Fornecer o2 se necessário (sat < 90%); •Antitérmicos (dipirona); •Antieméticos (metoclopramida); •Controle das convulsões se houver; •Cabeceira elevada 30°;