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STF-Aula 1 - IPCC (Educa)

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Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO PROCESSO COLETIVO 
CONSTITUCIONAL
Aula 1 
Teoria geral do processo coletivo
Helena Campos Refosco
 
DADOS PARA REFERÊNCIA 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Curso a distância: Introdução 
ao Processo Coletivo Constitucional. Brasília: Coordenadoria de 
Desenvolvimento de Pessoas, 2020. Disponível em: ead.stf.jus.br. 
Acesso restrito com login e senha.
Visite o Ambiente Virtual de Aprendizagem do STF
Contato: educa@stf.jus.br
Material didático do curso a distância:
Introdução ao Processo Coletivo Constitucional
Validação pedagógica e diagramação:
Supremo Tribunal Federal
Secretaria de Gestão de Pessoas
Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas
Conteudistas do STF:
Helena Campos Refosco
Christine Oliveira Peter da Silva
Paula Pessoa Pereira
Eduardo Sousa Dantas
Camila Almeida Porfiro
Roberto Dalledone Machado Filho
Revisora de texto:
Loide da Silva Chaves (STF)
Web designer:
Cide Caetano Oliveira (STF)
2020, Supremo Tribunal Federal. 
Todos os direitos reservados.
Este material possui função didática, sem fins comerciais e foi adaptado 
para a versão autoinstrucional em 2021. Para mais detalhes sobre as 
condições de uso acesse: Licença STF
https://ead.stf.jus.br/
https://ead.stf.jus.br/
mailto:ead%40stf.jus.br?subject= 
https://docs.google.com/drawings/d/1g6AeWqrfYTkl_pqs5wlknDz6U_r91I6-EVnDavGcI04/edit
SUMÁRIO
Apresentação do curso ...............................................................................4
Introdução ......................................................................................................6
1. Transformações sociais e econômicas no mundo e no Brasil ....6
2. O litígio de interesse público ...............................................................8
3. O sistema de precedentes vinculantes .......................................... 10
4. Características dos diversos tipos de litigantes ......................... 11
5. Constitucionalismo e democracia ................................................... 14
Considerações finais ................................................................................ 18
Referências ................................................................................................. 19
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
4
Apresentação do curso
 Olá! Bem-vinda, bem-vindo à primeira aula do curso 
Introdução ao Processo Coletivo Constitucional! 
 Meu nome é Helena, Juíza de Direito do Estado de São 
Paulo, convocada como Juíza Instrutora no Supremo Tribunal 
Federal – Gabinete do Ministro Ricardo Lewandowski. Sou 
doutora em Direito pela Universidade de São Paulo (2017) 
e pesquisadora visitante na Faculdade de Direito de Harvard 
(2015/2016). 
 Será um prazer compartilhar com você alguns conhecimentos sobre o tema!
 Este curso foi pensado para discutirmos aspectos processuais relativos a 
funções específicas exercidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF):
 Corte Constitucional, que julga, por meio de ações de controle judicial abstrato, 
as grandes questões constitucionais do país, bem como os remédios constitucionais;
 Corte Recursal, que julga, por meio do controle difuso, recursos extraordinários 
relativos a temas de processo coletivo (notadamente aqueles referentes ao 
microssistema de processo coletivo – Lei da Ação Civil Pública e Código de Defesa do 
Consumidor).
 Importa ressaltar que as relações sociais, no Brasil e no mundo, estão 
progressivamente mais burocratizadas. Os relatórios das séries “Justiça em Números” 
e “100 Maiores Litigantes” do Conselho Nacional de Justiça revelam que as instituições 
bancárias, as pessoas jurídicas de direito público e as empresas de telecomunicações 
são os maiores litigantes brasileiros. O antigo litígio entre pessoas físicas tornou-se 
cada vez mais raro e foi substituído pelo litígio que contrapõe pessoas físicas às grandes 
organizações burocráticas, como as listadas acima. 
 A ação coletiva pode ser uma importante ferramenta para solucionar esse 
tipo de conflito e contribuir decisivamente para o acesso à justiça, porque decisões 
coletivas abrangem todos, inclusive as coletividades sistematicamente excluídas de 
direitos. 
 Assim, o estudo do processo coletivo, incluindo tanto o microssistema de 
processo coletivo quanto as demais ações coletivas constitucionais, é, portanto, da 
maior relevância para a boa prestação jurisdicional pelo STF.
 Tendo isso em mente, nosso curso foi desenhado para que você:
 Compreenda a fundamentação teórica do processo coletivo, inclusive quanto à 
legitimidade da atuação do Poder Judiciário na jurisdição constitucional ou diante dos 
demais atores estatais, sobretudo à luz do dogma da separação de poderes, bem como 
https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/justica-em-numeros/
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2011/02/100_maiores_litigantes.pdf
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
5
identifique as leis que compõem o microssistema de processo coletivo e as principais 
controvérsias ainda candentes relativas a esse sistema (aulas 1 e 2);
 Reconheça as principais ferramentas processuais coletivas constitucionais, 
notadamente a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de 
Constitucionalidade (aula 3); a Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão 
e o Mandado de Injunção Coletivo (aula 4); a Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental (aula 5); e o Habeas Corpus e o Mandado de Segurança coletivos (aula 6); e
 Adquira mais familiaridade com os institutos jurídicos afetos ao tema e sinta-se 
equipado para resolver as principais questões relativas aos ritos e ao processamento 
dos variados tipos de ações coletivas constitucionais.
 Dessa maneira, nosso intuito geral é que você, após os estudos das aulas, 
consiga operar os conceitos fundamentais relativos à teoria geral do processo coletivo. 
Certo?
 Temos muitos assuntos pela frente!
 Porém, antes de iniciar os trabalhos, gostaria de convidar você a assistir a um 
vídeo que nos ajudará a compreender o desenvolvimento da jurisdição constitucional 
a partir do século XX, elaborado pelo grupo “Para além dos direitos” e inspirado no 
texto de Bruce Ackerman, “The Rise of World Constitutionalism” (1997). 
 Então, o que achou do vídeo? 
VÍDEO 
Fonte: Constitucionalismo Global 
 Com isso, estamos preparados para começar! 
https://www.youtube.com/watch?v=GSWbDRJGvo4
https://www.youtube.com/watch?v=GSWbDRJGvo4
https://www.youtube.com/watch?v=GSWbDRJGvo4
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
6
Introdução
 Para iniciarmos nossa reflexão, nesta aula veremos o contexto em que a ação 
coletiva passou a ser vista como solução para o problema das violações maciças de 
direitos e da litigiosidade repetitiva. Assim, conheceremos os fundamentos da teoria 
que embasa o processo coletivo e identificaremos autores que são referência no tema, 
bem como examinaremos o contexto social em que surgiram as diversas vertentes de 
processo coletivo. 
 Além disso, vamos comparar características dessa opção processual diante 
do instrumental relativo aos precedentes judiciais proferidos em ações individuais, 
para, valendo-nos de substratos teóricos, refletirmos sobre como cada um desses dois 
caminhos pode auxiliar na solução justa da litigiosidade repetitiva.
 Antes de prosseguirmos, um esclarecimento: o termo “ação coletiva” deverá 
ser compreendido de forma ampla, correspondendo a toda ação judicial que permita 
a conjugação de esforços e saberes de litigantes eventuais, de forma a concentrar em 
um único processo o julgamento de direitos que interessam a uma dada coletividade. A 
definição abarca, portanto, tanto as ações coletivas comuns, regulamentadas pela Lei nº 
7.347/1985 e pela Lei nº 8.078/1990, e que serão analisadas com mais profundidade 
na Aula 2, quanto as ações coletivas especiais, como as ações de controle concentradode constitucionalidade e os remédios constitucionais coletivos, que são, em única ou 
última instância, julgados pelo STF no exercício da jurisdição constitucional, e que 
serão estudadas nas Aulas 3 a 6.
 Tudo pronto? Vamos começar?
1. Transformações sociais e econômicas no mundo e no Brasil
 Iremos agora, rapidamente, perpassar algumas das importantes transformações 
econômicas e sociais que, no século XX, levaram à massificação das relações e à 
demanda por instrumentos processuais que dessem conta dessa nova realidade.
 Você conseguiria pensar em algumas delas?
 Bem, podemos apontar as seguintes: 
 a modernização da sociedade; 
 a urbanização; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
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 a industrialização; 
o incremento dos vínculos bancários, da demanda por serviços e por consumo 
de modo geral; 
 a ampliação do consumo e do crédito; 
 o crescimento da população; 
 a elevação das taxas de escolaridade; 
 a maior conscientização de direitos; 
 o surgimento de novos direitos; 
 o aumento do número de advogados; e
 a democratização política.
 São muitas as mudanças no cenário socioeconômico do século XX, não é 
mesmo?
 Charlie Chaplin soube encenar com grande beleza as transformações 
decorrentes dos primórdios da Revolução Industrial. 
 Convidamos você a relembrar o clássico “Tempos Modernos”.
VÍDEO 
Fonte: Charlie Chaplin: tempos modernos
https://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ
https://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ
https://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
8
2. O litígio de interesse público
 Nesse cenário de mudanças tão diversas, o perfil do litígio, inexoravelmente, 
teria de mudar.
 Abram Chayes (1976) foi um dos primeiros pensadores a notar o influxo de um 
novo tipo de litígio que emergiu devido aos processos de industrialização, urbanização 
e burocratização do século XX. Trata-se do litígio de interesse público, o qual, por envolver 
a discussão de políticas públicas ou regulatórias referentes às grandes organizações 
burocráticas da vida contemporânea, identifica-se com o litígio repetitivo de que 
falamos no Brasil. 
 Chayes explicou que os resultados do litígio de interesse público não são 
restritos às partes, porque, ao pautar o comportamento da burocracia estatal ou 
regulatória, a decisão proferida nos casos particulares produz reflexos para toda a 
sociedade. 
 Além disso, o litígio de interesse público retrata descontentamentos coletivos, 
graças à massificação das relações de adesão às grandes organizações burocráticas. 
Para ele, essa nova configuração é melhor atendida pela ação coletiva, a qual é 
fruto da conscientização de que muitas das interações sociais importantes para as 
oportunidades de vida das pessoas “[...] são conduzidas de forma burocratizada e não 
podem mais ser consideradas transações bilaterais entre particulares” (CHAYES, 1976, 
p. 1291).
 Você sabia que há correlação entre a litigiosidade crescente e a maior 
industrialização? 
 É isso que indicam as pesquisas de Wollschläger (1998) e o relatório “Justiça 
em Números 2014: Ano-Base 2013”, que apontou a estreita relação entre, de um 
lado, Produto Interno Bruto – PIB dos Estados, seus níveis educacionais, indicadores 
socioeconômicos e demográficos agregados e, de outro, seus respectivos índices 
de demanda judicial.
CURIOSIDADE
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2014/01/relatorio_jn2014.pdf
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2014/01/relatorio_jn2014.pdf
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
9
 Muitos casos de ações coletivas foram parar nas telas do cinema. Alguns bons 
exemplos são “Erin Brockovich: uma mulher de talento” e “Marshall: igualdade e 
justiça”.
 Entre vários outros ótimos filmes, compartilhamos com você o trailer de “A 
Civil Action”, que trata da desigualdade de forças entre os litigantes, bem como do 
funcionamento do sistema da class action estadunidense. Vale a pena conferir!
VÍDEO 
Fonte: A civil action - trailer
 Esses filmes, baseados em histórias reais, nos fazem perceber as inúmeras 
diferenças de desenho institucional que existem entre as class actions e as ações 
coletivas brasileiras, principalmente na defesa dos interesses individuais homogêneos. 
 Abram Chayes foi professor de Direito Emérito, 
lecionou em Harvard por mais de 40 anos. Ele atuou como 
consultor jurídico do Departamento de Estado durante 
o governo Kennedy e exerceu profunda influência sobre 
muitas questões importantes de políticas públicas no 
auge da Guerra Fria.
Fonte: Harvard Law School
https://youtu.be/fHRXGQhpib8
https://youtu.be/fHRXGQhpib8
https://www.youtube.com/watch?v=fHRXGQhpib8&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=fHRXGQhpib8&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=fHRXGQhpib8&feature=youtu.be
https://hls.harvard.edu/dept/ils/summer-work-abroad/professor-abram-chayes-1922-2000/
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
10
 Aliás, embora o tema da categorização de direitos (difusos, coletivos e individuais 
homogêneos) seja objeto da Aula 2, é interessante, desde já, que você reflita comigo: 
faz sentido – ou seja, é funcional – tal categorização?
 Para auxiliar na reflexão, destaco que essa categorização não existe nos EUA 
(GIDI, 2007). 
 Uma crítica à categorização pode ser vista em artigo de nossa autoria elaborado 
em parceria com Carlos Portugal Gouvêa: “Ação coletiva no Brasil: visão geral, 
tendências atuais e estudos de caso”.
3. O sistema de precedentes vinculantes
 No Brasil, para lidar com a litigiosidade repetitiva – que, como nós já vimos, 
identifica-se com o litígio de interesse público –, o legislador brasileiro tem investido 
bastante no fortalecimento do sistema de precedentes vinculantes. Isso se tornou 
bastante visível a partir, sobretudo, da entrada em vigor do atual Código de Processo 
Civil. Podemos apontar como vantagens decorrentes da utilização do sistema de 
precedentes, especialmente, a previsibilidade e a isonomia na aplicação do direito. 
PARA REFLETIR
 Você acha que o sistema de precedentes pode, sozinho, solucionar os 
dilemas que a litigiosidade repetitiva engendra? Para compreendermos bem o 
problema, considere um país em que:
 prevalecem os litígios individuais;
 não existe prioridade na tramitação das ações coletivas, cuja 
regulamentação legal e jurisprudencial é falha; e
 vigora uma desigualdade socioeconômica extrema, com elevada 
deficiência no acesso à Justiça.
https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3539478
https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3539478
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
11
 Pois bem. Pensamos que o sistema de precedentes, apesar de suas qualidades, 
não resolve dilemas fundamentais do acesso à Justiça visto como direito de segunda 
geração, ou seja, como direito social, que visa reduzir desigualdades e propiciar, 
mesmo àqueles que, por dificuldades das mais diversas ordens, não têm condições 
de contratar um advogado – nem mesmo um defensor público, seja pela distância, 
seja pelo dia de trabalho perdido – para litigar individualmente em juízo. As pessoas 
que sofrem violações a seus direitos e não têm condições ou estímulo para litigar são 
os desalentados (BRASIL. Conselho Nacional de Justiça, 2011), que, em sua maioria, 
compõem os grupos de pessoas sistematicamente excluídas de direitos. 
 Apenas uma ação coletiva realmente funcional poderia assegurar a todos, 
indistintamente, acesso de qualidade à Justiça. Sustentamos ser imprescindível 
reinterpretar-se esse acesso à luz dos interesses das grandes coletividades, de forma 
a garantir,eficazmente, a representação e a consideração de todos os interesses 
envolvidos em ações coletivas, inclusive daqueles mais vulneráveis (REFOSCO, 2018).
4. Características dos diversos tipos de litigantes
 Vimos que grupos de pessoas sistematicamente excluídos de direitos enfrentam 
dificuldades para litigar individualmente, de forma que a ação coletiva poderia 
assegurar que mesmo aqueles que não têm condições de usufruir de seu dia na Corte 
possam ser representados e ter seus direitos defendidos condignamente.
 Para Marc Galanter (1974), a prevalência da litigância individualizada tende a 
perpetuar injustiças, na medida em que os litigantes habituais gozam de vantagens a 
que os litigantes eventuais não têm acesso. 
 Exemplos destas vantagens seriam: 
 expertise, dada a expressiva quantidade de ações judiciais semelhantes; 
 economias de escala; 
 influência no desenvolvimento normativo por meio de grupos de pressão; 
 a possibilidade de arcar com perdas momentâneas em prol de sucessos futuros, 
o que poderá levar os litigantes habituais a fazer acordos em casos nos quais tenham 
menor chance de ganhar e levar às instâncias superiores as ações cujo prognóstico de 
resultado lhes seja mais favorável; 
 a possibilidade de contratação dos melhores advogados, devido à comum 
sobreposição dos poderes econômico e jurídico; e
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
12
CURIOSIDADE
 o privilégio de que gozam esses advogados, por enfrentarem uma multiplicidade 
de ações repetidas, de aprender com seus erros, podendo corrigi-los na redação de 
futuros contratos e evitá-los nas ações judiciais seguintes. 
 Nesse sistema jurídico, os litigantes habituais eventualmente arcam com 
derrotas esporádicas, porém, tendencialmente, serão os grandes vencedores de longo 
prazo, já que os precedentes tendem a ser-lhes favoráveis. 
 Para Galanter (1974), a ação coletiva elevaria os riscos do litigante habitual, 
reduzindo suas vantagens estratégicas. Além disso, a ação coletiva seria instrumento 
de coesão de grupos de litigantes eventuais, que teriam, unidos, habilidade para 
atuar de modo coordenado e para jogar com estratégias de longo prazo, bem como 
capacidade de beneficiar-se de serviços jurídicos de primeira qualidade.
 Você sabia que o artigo em Marc Galanter formula a distinção entre 
litigantes habituais e eventuais – “Why the ‘Haves’ Come out Ahead: Speculations 
on the Limits of Legal Change” (GALANTER, 1974) – é um dos textos de direito 
mais citados do mundo? 
 Confira a lista completa dos artigos mais citados do mundo.
 Carlos Portugal Gouvêa (2013) acrescenta outra complexidade à litigiosidade 
repetitiva brasileira: para além da desigualdade inerente à posição dos litigantes 
habituais ante a dos eventuais, há, aqui, a concorrência entre diferentes grupos sociais 
de litigantes eventuais por direitos sociais providos pelo Estado. Para ele, devido às 
dificuldades estruturais de acesso à Justiça, o discurso de defesa de direitos econômicos 
e sociais foi capturado pelas classes privilegiadas, subsidiando decisões judiciais que 
até mesmo agravaram a desigualdade econômica. 
https://heinonline.org/HOL/Page?handle=hein.journals/calr73&div=53&id=&page=&collection=journals
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
13
 Owen Fiss é professor emérito de direito da 
Universidade de Yale. Ele ensina procedimentos, teoria jurídica 
e direito constitucional e é autor de muitos artigos e livros 
sobre esses assuntos, mais recentemente Pilares da Justiça: 
Advogados e a Tradição Liberal. Ele também é um dos líderes 
dos programas internacionais de Yale na América Latina e no 
Oriente Médio.
Fonte: Yale Law School 
 Owen Fiss (2004) escreveu um texto clássico sobre esse assunto. Veja se o que 
você pensou aproxima-se do pensamento do autor: para ele, cabe ao juiz, geralmente 
agindo de ofício, construir uma ampla estrutura representativa dos interesses em jogo, 
seja por meio de notificações aos interessados, seja por convites aos órgãos públicos 
e privados que possam atuar como amicus curiae.
PARA REFLETIR
 Alguns questionamentos para estimular a sua reflexão:
 No seu ponto de vista, como essas características dos litigantes deveriam 
afetar a condução do processo pelo juiz? 
 Como preservar a imagem de imparcialidade do juiz em meio a tantas 
disparidades de poder entre os litigantes? 
 Você concorda com a afirmação de que o juiz deve adotar uma postura 
estratégica que compense tais disparidades e que garanta um resultado justo, já 
que há interesses de grandes coletividades envolvidos no processo?
https://law.yale.edu/owen-m-fiss
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
14
5. Constitucionalismo e democracia
 Uma última questão relevante merece ser abordada nesta aula introdutória do 
Processo Coletivo Constitucional: o fortalecimento do discurso dos direitos, levado 
a efeito tanto em âmbito global quanto no Brasil pela Constituição de 1988, o qual 
garante a proteção a extenso rol de direitos, com primazia para a proteção à dignidade 
da pessoa humana, provoca tensões entre constitucionalismo e democracia. Isso 
porque cabe ao primeiro resguardar os direitos fundamentais de todos, e sobretudo das 
minorias, contra movimentos autoritários ou impensados das maiorias, cuja vontade 
o sistema democrático tende a fazer prevalecer. Portanto, ao adotar o discurso dos 
direitos humanos, o constitucionalismo – e, por conseguinte, as cortes constitucionais, 
como o STF –, tornam-se essencialmente contramajoritários. 
 Essas tensões, em geral, desaguam em disputas sobre qual o exato significado 
do dogma da separação de poderes.
 Bruce Ackerman (2000) entende que o princípio da separação de poderes 
é cláusula pétrea constitucional e é importante para a tutela da democracia, do 
profissionalismo no trato da coisa pública e dos direitos humanos , mas que não se deve 
exagerar seu alcance, nem se deve importar acriticamente o modelo estadunidense. 
 Bruce Ackerman é professor Sterling de Direito e 
Ciência Política em Yale e autor de 19 livros em filosofia 
política, direito constitucional e políticas públicas. Seus 
principais trabalhos incluem Justiça Social no Estado 
Liberal e sua história constitucional de múltiplos volumes 
We the People.
Fonte: Yale Law School
 Como alerta Jean-Paul Veiga da Rocha (2015), um entendimento estanque 
da separação de poderes não é útil ao bom exercício das funções governamentais: 
na verdade, ele fecha os olhos à realidade do capitalismo regulado bem como às 
exigências sociais do constitucionalismo democrático.
 Note que, além disso, é muito difícil classificar a atividade governamental em 
três, e apenas três, categorias exclusivas (CHAYES, 1976).
https://law.yale.edu/bruce-ackerman
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
15
 Nesse debate, não há respostas fáceis. O Poder Judiciário deve, em princípio, 
atuar em prol dos grandes objetivos da República quando seu isolamento político gerar 
vantagens institucionais de que os outros Poderes não usufruem. Assim, segundo 
Oscar Vilhena Vieira (2005), cabe-lhe atuar para efetivar direitos fundamentais e 
regras de proteção do regime democrático. 
 Oscar Vilhena Vieira é diretor da Escola de Direito 
de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Direito 
SP), onde leciona nas áreas de Direito Constitucional, 
Direitos Humanos e Direito e Desenvolvimento. Possui 
Mestrado em Direito pela Universidade de Columbia-
Nova York, Mestrado e Doutorado em Ciência Política pela 
Universidade de São Paulo e Pós-doutorado pelo Centre 
for Brazilian Studies - St. Antonies College, da Universidade 
de Oxford. Atuante na área de Direitos Humanos.
Fonte: FGV
 Um exemplo dessa atuação protetora do regime democrático ocorreu no 
julgamento da ADI nº 5617/DF. Acompanhe comigo o que o STF decidiu:Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO 
CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. ART. 9º DA LEI 13.165/2015. 
FIXAÇÃO DE PISO (5%) E DE TETO (15%) DO MONTANTE DO 
FUNDO PARTIDÁRIO DESTINADO AO FINANCIMENTO DAS 
CAMPANHAS ELEITORAIS PARA A APLICAÇÃO NAS CAMPANHAS 
DE CANDIDATAS. PRELIMINAR DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA 
DO PEDIDO. REJEIÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À 
IGUALDADE E À NÃO-DISCRIMINAÇÃO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 
1. O Supremo Tribunal Federal, ao examinar as alegações de 
inconstitucionalidade de norma, deve fixar a interpretação que 
constitucionalmente a densifique, a fim de fazer incidir o conteúdo 
normativo cuja efetividade independe de ato do Poder Legislativo. 
Precedentes. 
2. O princípio da igualdade material é prestigiados por ações 
afirmativas. No entanto, utilizar, para qualquer outro fim, a diferença 
estabelecida com o objetivo de superar a discriminação ofende o 
mesmo princípio da igualdade, que veda tratamento discriminatório 
fundado em circunstâncias que estão fora do controle das pessoas, 
como a raça, o sexo, a cor da pele ou qualquer outra diferenciação 
arbitrariamente considerada. Precedente do CEDAW. 
https://direitosp.fgv.br/professor/oscar-vilhena-vieira
INTRODUÇÃO AO PROCESSO 
COLETIVO CONSTITUCIONAL
Aula 1 - Teoria geral do processo coletivo
16
3. A autonomia partidária não consagra regra que exima o partido do 
respeito incondicional aos direitos fundamentais, pois é precisamente 
na artificiosa segmentação entre o público e o privado que reside a 
principal forma de discriminação das mulheres. 
4. Ação direta julgada procedente para: (i) declarar a inconstitucionalidade 
da expressão “três ” contida no art. 9º da Lei 13.165/2015; (ii) dar 
interpretação conforme à Constituição ao art. 9º da Lei 13.165/2015 
de modo a (a) equiparar o patamar legal mínimo de candidaturas 
femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei 9.504/1997, isto é, ao menos 
30% de cidadãs), ao mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes 
serem destinados, que deve ser interpretado como também de 30% do 
montante do fundo alocado a cada partido, para eleições majoritárias 
e proporcionais, e (b) fixar que, havendo percentual mais elevado 
de candidaturas femininas, o mínimo de recursos globais do partido 
destinados a campanhas lhes seja alocado na mesma proporção; (iii) 
declarar a inconstitucionalidade, por arrastamento, do § 5º-A e do § 7º 
do art. 44 da Lei 9.096/95.
 O Poder Judiciário deve agir, principalmente, diante de omissões dos poderes 
públicos na implementação de direitos, pois elas são obstáculos relevantes para a 
efetividade das normas constitucionais (PIOVESAN, 2003). Além disso, os eleitos são 
mais facilmente responsabilizados pelos seus eleitores por atos comissivos do que 
omissivos (REFOSCO, 2018), o que contribui para que sejam comuns as omissões 
inconstitucionais. 
 A litigiosidade pode contribuir para a formação da agenda política e, dessa 
forma, para a superação da omissão do poder público. Nesse sentido, a advocacia 
de interesse público pode aumentar custos políticos decorrentes de violações a 
direitos, de forma que o sistema jurídico dê “[...] visibilidade pública, na forma de 
reconhecimento de direitos àqueles que são desconsiderados pelo sistema político e 
pela própria sociedade” (VIEIRA, 2007, p. 49).
 Vale lembrar que, em quase todo o mundo, o acesso ao Judiciário é mais simples 
e menos custoso do que o acesso ao Legislativo e ao Executivo (GALANTER, 1974). 
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 Já David Kennedy (2002) suscita dúvidas sobre a efetividade da utilização da 
linguagem dos direitos subjetivos para o alcance de reais efeitos distributivos e para a 
redução da desigualdade socioeconômica.
PARA REFLETIR
 Mesmo diante da ascensão do conceito de supremacia constitucional, Ran 
Hirschl (2013) defende ser recomendável que o Poder Judiciário aja sempre com 
cautela, já que os atores políticos são coniventes com a “juristocracia”, porque 
podem, assim, transferir suas responsabilidades para instituições imunes aos 
controles democráticos tradicionais e, com isso, evitar sua responsabilização 
política por decisões difíceis e impopulares. 
 David W. Kennedy é professor de Direito e Diretor 
do Instituto de Direito e Política Global da Harvard Law 
School, onde ensina direito internacional, política econômica 
internacional, teoria jurídica, direito e desenvolvimento e 
direito europeu.
Fonte: Havard Law School
 Cabe ponderar, por outro lado, como faz Enrique Ricardo Lewandowski (2009), 
que o protagonismo do Poder Judiciário na efetivação dos direitos fundamentais deriva 
da própria Constituição, que lhe confere meios legítimos para extrair consequências 
jurídicas dos princípios constitucionais.
 Diante dessas visões, você considera possível estabelecer uma linha fixa 
intransponível nessa constante tensão entre a democracia e o constitucionalismo? Se 
sim, qual seria ela?
https://hls.harvard.edu/faculty/directory/10468/Kennedy
https://www.law.utoronto.ca/faculty-staff/full-time-faculty/ran-hirschl
https://www.law.utoronto.ca/faculty-staff/full-time-faculty/ran-hirschl
https://hls.harvard.edu/faculty/directory/10468/Kennedy
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 Caminhando para o término de nossa aula, gostaria que o “discurso dos 
direitos” ficasse bem cristalino em seu entendimento. Assim, peço que assista ao vídeo 
“Constitucionalismo Global - Aula 2: O Discurso dos Direitos”, elaborado pelo grupo 
“Para além dos direitos”.
VÍDEO 
 
 Qual a sua opinião sobre o vídeo?
 
Considerações finais
 Fico feliz que tenha permanecido firme até aqui!
 Nesta aula, falamos sobre as transformações sociais e econômicas no Brasil e 
no mundo que levaram ao litígio de interesse público, que nada mais é do que aquilo 
que conhecemos como litígio repetitivo. 
 Em especial, pudemos refletir sobre as características dos diversos tipos de 
litigantes e o papel do julgador nesse contexto.
 Vimos, por fim, como se estabelece a tensão entre constitucionalismo e 
democracia, e qual o papel do Judiciário à luz do desenho institucional de tripartição 
de Poderes.
 Solidificados esses assuntos, na Aula 2, você estudará o microssistema de 
processo coletivo brasileiro. 
 Foi um prazer dialogar com você.
 Ótimos estudos!
Fonte: Constitucionalismo Global - Aula 2: O Discurso dos Direitos
https://www.youtube.com/watch?v=zludM8UBHNk
https://www.youtube.com/watch?v=zludM8UBHNk
https://www.youtube.com/watch?v=zludM8UBHNk
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Referências 
ACKERMAN, Bruce. The New Separation of Powers. Harvard Law Review, v. 113, n. 
3, p. 633–729, jan. 2000. 
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Panorama de acesso à Justiça no 
Brasil, 2004 a 2009. Brasília: CNJ, jul. 2011. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/
wp-content/uploads/2011/02/69f08fa6be2b411e6566b84bdc1d4b5a.pdf.
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em Números 2014: Ano-Base 
2013. Brasília: CNJ, 2014. 
CHAYES, Abram. The Role of the Judge in Public Law Litigation. Harvard Law 
Review, v. 89, n. 7, p. 1281–1316, Maio/1976. 
FISS, Owen. Um Novo Processo Civil: Estudos Norte-Americanos sobre Jurisdição, 
Constituição e Sociedade. Tradução Carlos Alberto de Salles; Daniel Porto Godinho 
da Silva; Melina de Medeiros Rós. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. 
GALANTER, Marc. Why the “Haves” Come out Ahead: Speculations on the Limits of 
Legal Change. Law & Society Review, v. 9, n. 1, 1974. 
GIDI, Antonio. A Class Action como Instrumento de Tutela Coletiva dos Direitos: as 
Ações Coletivas em uma Perspectiva Comparada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2007.
HIRSCHL, Ran. O Novo Constitucionalismo e a Judicialização da Política Pura no 
Mundo. Revista de Direito Administrativo, v. 251, n. 0, p. 139–178, 13 mar. 2013. 
KENNEDY, David W. The International HumanRights Movement: Part of the 
Problem? Harvard Human Rights Journal, v. 15, p. 101–125, 2002. 
LEWANDOWSKI, Enrique Ricardo. O Protagonismo do Poder Judiciário na Era dos 
Direitos. Revista de Direito Administrativo, maio/agosto de 2009.
PIOVESAN, Flávia. Proteção Judicial contra Omissões Legislativas: Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por Omissão e Mandado de Injunção. 2a ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2003. 
PORTUGAL GOUVÊA, Carlos. Social Rights Against the Poor. Vienna Online Journal 
on International Constitutional Law, v. 7, p. 454, 2013. 
REFOSCO, Helena Campos. Ação Coletiva e Democratização do Acesso à Justiça. 
São Paulo: Quartier Latin, 2018. 
VEIGA DA ROCHA, Jean-Paul. Quem Tem Medo da Delegação Legislativa? Revista 
de Direito Administrativo, v. 271, p. 193–221, 2015. 
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2011/02/69f08fa6be2b411e6566b84bdc1d4b5a.pdf
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2011/02/69f08fa6be2b411e6566b84bdc1d4b5a.pdf
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VIEIRA, Oscar Vilhena. A Moralidade da Constituição e os Limites da Empreitada 
Interpretativa, ou entre Beethoven e Bernstein. In: SILVA, V. A. DA (Ed.). 
Interpretação Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005. 
VIEIRA, Oscar Vilhena. A Desigualdade e a Subversão do Estado de Direito. Revista 
Internacional de Direitos Humanos, 4. v. 6, n. 6, p. 29–52, 2007. 
WOLLSCHLÄGER, C. Exploring Global Landscapes of Litigation Rates. In: 
BLANKENBURG, E.; BRAND, J.; STREMPEL, D. (Eds.). Soziologie des Rechts: 
Festschrift für Erhard Blankenburg zum 60. Geburtstag. Schriften der Vereinigung für 
Rechtssoziologie ; Bd. 24. 1. Aufl. ed. Baden-Baden: Nomos, 1998. p. 577–588.
 
	Apresentação do curso
	Introdução
	1. Transformações sociais e econômicas no mundo e no Brasil
	2. O litígio de interesse público
	3. O sistema de precedentes vinculantes
	4. Características dos diversos tipos de litigantes
	5. Constitucionalismo e democracia
	Considerações Finais
	Referências

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