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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZADEM DO TEA

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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZADEM DO TEA 
Dalila Schindler de Souza[footnoteRef:1] [1: Graduação em Pedagogia pela Instituição Unifacvest. Email: dalilaschindler77@gmail.com. Orientador:.....] 
RESUMO: O trabalho aqui apresentado trata-se do resultado de pesquisa, de dados bibliográficos, cuidadosamente analisados, com o intuito de esclarecimento próprio e compartilhado de situações por mim e demais pessoas vivenciados, a respeito de crianças com autismo, o que me possibilitou e acredito-me, possibilitará a outras pessoas o conhecimento sobre o assunto. O objetivo foi, principalmente, saber qual o papel da família, no acompanhamento do autista, visando todo o processo de inclusão, que vemos não ser tarefa fácil, mas necessária, uma vez que se busca defender, respeitar e pôr em prática todo o princípio de igualdade, que tanto se defende. Durante o desenvolvimento desta pesquisa, vê se que o trabalho com o autista requer qualidade e diversidade, buscando por caminhos alternativos, para que alcance o mesmo grau de desenvolvimento dos demais, tendo grande importância à família. Podendo se dizer que, ao seu término houve um desenvolvimento intelectual muito grande ao qual possibilitará ajudar na educação dos autistas e acompanhamento dos seus familiares os quais conviverei na minha trajetória pedagógica, repassando aos demais, compartilhando e trocando experiências. Não se deve parar por aqui, e sim buscar estar sempre atualizando e reciclando os conhecimentos adquiridos.
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão escolar. Família-escola. Transtorno Espectro Autista (TEA). Criança.
1 INTRODUÇÃO
A escolha do tema de estudo sobre crianças que possuem dificuldades de qualquer natureza, física, mental ou social, nos colocou frente a um paradigma sobre a inclusão. Afinal a criança é um ser em desenvolvimento e o papel do professor, do pedagogo é proporcionar o aprendizado do aluno de forma que possa apreender, assim também a família tem papel fundamental.
Para que isso ocorra com êxito, deve-se buscar compreensão dos sintomas e causas pelas quais este aluno não está desenvolvendo seu potencial sendo ele familiar, social, afetivo, físico ou mental. 
Quando nos deparamos com uma criança com AUTISMO, nota-se que há certo desconforto dela perante seus colegas, professores e comunidade em geral, a dificuldade de se relacionar, transmitir e receber afeto faz com que dificulte a vida desta criança na inclusão à sociedade. Fator que faz-nos refletir como se torna difícil para está criança aceitar um trabalho em grupo em sala, por exemplo, ou se relacionar com os outros.
Na escola o professor/pedagogo ao receber este aluno deve estar preparado para desenvolver atividades que o instigue a se relacionar e desenvolver-se seu potencial social cognitivo e intelectual e no convívio familiar qual o papel da família, para com este aluno?
No que se refere ao autismo, o principal objetivo que se busca neste trabalho, e o que veremos no decorrer do mesmo é saber do que se trata, bem como identificar nas crianças, os traços característicos do autista, qual a possibilidade de desenvolvimento sobre tudo o cognitivo.
O que é interessante se fazer saber, é que este educando convivera com este transtorno, por uma vida inteira, chamado de Transtornos do Espectro Autista-TEA, segundo o mais recente manual de saúde mental,o autismo como comumente chamamos, é uma condição permanente.
Importante de se levar em conta, são as habilidades que um autista, possa a vir desenvolver, em conjunto com um dos sentidos, que neste caso se torna, anormal, diríamos assim, em relação aos demais, por exemplo, uma pessoa autista pode perceber sons, de fundo, que habitualmente não percebemos isto nem sempre é de valia para ele, podendo ser sim um transtorno e desconforto muito grande, causando até mesmo uma ansiedade ou dor física.
Outros documentos anteriores e posteriores a LDB, também defendem estes e outros direitos, do educando especial, fazendo a obrigatoriedade de criações de implantações de políticas publicas que assegurem seus direitos, vale ressaltar.
As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiência requerem uma atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo. (Declaração Mundial Sobre Educação Para Todos, 1990).
 MENDES (1999, p.13) comenta que a principio os PCNs, defendem uma escola mais inclusiva a partir de uma valorização da diversidade e a possibilidade de adaptações curriculares como critica a ideia de fracasso escolar centrado no aluno, demonstrado desta forma, uma sintonia com a legislação e com visão de comprometimento com esta criança.
Pois, o autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano, sua identificação ocorre quando alguns sintomas aparecem juntos, como a dificuldade de interação social, a comunicação e a falta de imaginação afetam o desenvolvimento do educando. 
A identificação desta criança autista nem sempre é tarefa fácil, pois o autista, não apresenta características, como um DOWN, por exemplo, suas alterações e diferenças geralmente se apresentam no comportamento e na socialização, também na linguagem, apresentando um atraso. Só conhecendo e estudando, sobre o assunto, poderemos ficar alertas a estes sinais.
O processo de inclusão, sem duvida é necessário, a estes e a todos portadores de qualquer síndrome que apresente. Porem fique bem ciente dos desafios enfrentados, para assegurar um direito previsto em leis, como a LDB e outras. Dos desafios enfrentados, para o acesso e permanecia deste aluno, estão à formação de professores e um projeto político pedagógico, que atenda as necessidades especiais deste educando.
São estes os saberes que os pais, têm que ter para que a família busque, para garantir o direito desta criança, dentro e fora da escola.
Falando de fatores qualitativos de analise, está pesquisa tem: professor (PAEE), aluno autista, e o desenvolvimento afetivo social. Esta que é uma pesquisa é bibliográfica com abordagem qualitativa. Definida e explicada pelos autores:
Para GIL (2002, p.44) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Segundo (GRESSLER, 2007) a pesquisa qualitativa busca compreender e interpretar os fenômenos, não requer uso de técnicas estatísticas.
As técnicas utilizadas para pesquisa bibliográficas serão: Analise de conteúdo, de forma qualitativa e interpretativa e comparativa de textos.
 A verificação e interpretação dos dados serão fundamentadas nos pressupostos teóricos. 
Para isto o artigo foi assim distribuído e organizado: Primeiro tópico- o autista e a família como aliada, apresentando formas de como a família, lida ou deveria, com o autista, em seguida apresentando as contribuições da família para seu desenvolvimento.
2- O AUTISTA E A FAMÍLIA COMO ALIADA
Vamos nos referir ao autista primeiramente, como ser igual em seus direitos, de aprendizado, de vivencia em sociedade e de desenvolvimento intelectual, mas um ser que por direitos contidos em leis, decretos e portarias que lhe asseguram a igualdade de direitos. Não lhe negando a condição do autismo, mas assegurando a condição de ser humano.
Agora trataremos do ser humano autista com toda ética, e importância que se deve, ressaltando sobre tudo sua capacidade de desenvolvimento, mas com diferenças no modo de aprender. Pois o autista aprende, mas necessita de maneiras e recursos diferenciados. Primeiramente o conhecermos, segundo o que os definem alguns autores renomados em suas publicações.
 O autista é um individuo que em algum momento apresentará distúrbio no desenvolvimento que prejudicará a capacidade de se comunicar e interagir.
Neste momento ele necessitará de ajuda e acompanhamento continuo uma vez que o autismo não tem cura, mas se bem assistido, seja pela equipe de saúde, ou equipe de apoio educacional, ele conseguira ter uma vida e um desenvolvimentosemelhante aos demais.
O autista geralmente é um individuo que apresenta dificuldade de relacionamentos e interação, como ditos anteriormente, possui interesses obsessivos e comportamentos repetitivos, que servirão de norteamento pra uma observação mais atenta e direcionará um diagnóstico futuramente.
Estes sinais já são possíveis de observação já nos primeiros meses de vida, quando a criança já consegue realizar alguns gestos como, por exemplo, bater palmas, no autista este gestos são estereotipados, ele o faz com muita frequência e repetitivamente, também os movimentos de braços como que se batessem as asas, seus interesse são limitados, e há dificuldade na mudança de rotinas.
Definimos o autista com alguns conceitos prévios, mas vale conceitua lo segundo alguns autores: Como Leo Kanner, que 1943 usou a definição do Autismo como: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo. Nessa definição, Kanner (1943) ressalta que o sintoma fundamental, “o isolamento artístico”, estava presente na criança desde o início da vida sugerindo que se tratava então de um distúrbio inato. 
Segundo Bosa (2002), são chamadas Autistas as crianças que tem inadaptação para estabelecer relações normais com o outro, um atraso na aquisição da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacitação de lhe dar um valor de comunicação. Essas crianças apresentam igualmente estereótipos gestuais, uma necessidade de manter imutável seu ambiente material, ainda que deem provas de uma memória frequentemente notável.
A descrição de Kanner organizava-se em torno do distúrbio central que é “a inaptidão das crianças em estabelecer relações normais com as pessoas e em reagir normalmente às situações desde o início da vida”. (Kanner, 1943).
Fora das relações sociais enquanto Kanner descreve uma incapacidade de desenvolver o relacionamento social; em segundo lugar, ele implica uma vida imaginária rica, enquanto que as observações de Kanner sugerem uma falta de imaginação; em terceiro lugar, ele postula uma ligação com a esquizofrenia dos adultos. São esses conflitos que explicam o fato de os psiquiatras terem algumas vezes, utilizado de forma permutável os diagnósticos de esquizofrenia infantil, psicose infantil e de Autismo.
O autismo em 1943, caracterizado por Leo Kanner tornou-se um dos desvios comportamentais mais estudados, debatidos e disputados, que teve o mérito de identificar a diferença do comportamento esquizofrênico e do autismo. Até hoje, sua descrição clínica é utilizada da mesma forma, que foi chamado de Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo – Síndrome Única.
Porém em no mesmo ano de 1943 Asperger propôs um estudo com definições similares à de Kanner, onde propunha uma abordagem autística. Em 1983, as Síndromes de Asperger fora reconhecida e deixou de ser considerado autismo, a Associação Americana de Psiquiatria criara o termo Distúrbio Abrangente do desenvolvimento e em 1987, desta forma o Autismo deixa de ser uma psicose infantil.
As causas do Autismo ainda são desconhecidas, consistindo o problema da etiologia, sendo um tema base de intensas pesquisas de conceituados estudiosos na área. Segundo Bosa e Callis (2000) apontam que há dois grandes blocos de teorias que se opõem, sendo essas as teorias psicogenéticas e biológicas.
De acordo com Klin (2006), a teoria psicogenética apresentava-se como defensora que a criança autista era normal no momento do nascimento, mas devido fatores familiares adversos no decorrer do seu desenvolvimento desencadeou um quadro autista. Os sintomas eram considerados secundários, atribuíveis, portanto, as condutas parentais impróprios. Essa teoria deu inicio a pesquisas reagrupadas em quatro eixos, sendo esses o stress precoce, as patologias psiquiátricas parentais, quociente de inteligência e classe social dos pais, e por ultimo a interação pais e filhos. Com base nas informações, Leboyer, chega à determinada observação: 
“[...] as teorias psicogênicas não parecem explicar a patologia do autismo. Não podemos aceitar o modelo segundo o qual pais normais (com frequência calorosa e afetuosa) seriam responsáveis por graves distúrbios de seus filhos, enquanto seus irmãos são normais”. (LEBOYER, 2005, p. 49).
 Vimos com isto que a questão do autismo vem sendo estudada há muitos anos, e passou por varias caracterizações quanto suas características e definições. Mas a questão que ainda perdura é a de detectar precocemente os traços do autismo e obter um diagnostico e a partir dai procurar as soluções, possíveis para que o autista leve uma vida normal.
O autista é um ser humano detentor de grandes habilidades, e personalidade própria, embora os traços se apresentem semelhantes entre si, um autista é diferente do outro em suas emoções, capacidades, e forma de desenvolvimento, como o é qualquer ser humano. Tratar genericamente todos os autistas é o mesmo que considerá-los iguais em suas potencialidades, e fadá-los ao mesmo fracasso se não aproveitar suas singularidades e potencias e invocá-los.
Para comprovar o potencial de desenvolvimento do autista apresentamos pessoas a autistas que se desenvolveram e se destacaram em seu meio.
Bill Gates, presidente da Microsoft, que durante toda sua vida apresentou traços do autismo, como balançar-se continuamente durante suas reuniões e em aviões, traços do autista quando nervosos, não olhar nos olhos e dar pouca importância à aparência, também são traços do autismo apresentados por ele.
Outros como Albert Einstein, Isaac Newton, embora não tenho sido comprovado o diagnostico pela época que tardia que se apresentavam. Mas com certeza servem de inspiração e modelos de superação.
Como o autista apresenta comportamentos estereotipados, muitas vezes podemos identificar o autista na sociedade quando vemos apresentar de forma clara alguns destes comportamentos, no aspecto motor: correr de um lado para outro, movimentar repetidamente as mãos, desempenhar ações repetitivas: empilhar /alinhar objetos, ater se a movimentos dos objetos como ventiladores e maquinas de lavar, e prender se a este movimento por tempo prolongado, mostrar se sensível à dor, quanto aos sensoriais, possuir habito de cheirar e lamber objetos, sensibilidade exagerada a sons como os de liquidificador, secar, reagindo de forma inesperada e exagerada, não que diz respeito a rotinas, ela são muito ritualizadas e regidas, na fala percebe se a repetição sem nexo, de falas ouvidas recentemente ou decoradas em dado momentos.
Todos estes comportamentos podem ser observados pelos pais e familiares desde muito cedo, e ajudaram no diagnóstico do autismo. Este por sua vez é um momento que deve ser pensado e preparado, pois por mais que se suspeitem do diagnostico a comprovação é difícil de ser aceita, e quando pronunciada pelo profissional mais próximo do autista. Aquele que mais conviveu durante a investigação, embora não seja só dele o diagnóstico deve ser acompanhado da sugestão de tratamento dando neste momento um apoio à família que não se verá sozinho a lidar com esta nova fase.
Deverá neste momento, levar em conta a fase de vida do autista, se for uma criança, buscar desenvolver habilidades para a socialização e desenvolvimento daí para adiante, no caso do adulto se trata mais de uma reabilitação, buscar formas diferentes para recuperar o que ele perdeu neste longo tempo, e mostra-lhe uma forma diferente de convivência em sociedade, reabilitando também a família.
Com tudo isto dito anteriormente sobre o autismo é notório que a criança autista apresenta déficits na área social, na linguagem e comunicação e no comportamento e pensamento.
O autista, sobretudo que já mencionamos, ele é o sujeito portador de autismo, que segundo a OMS (ORGANIZAÇÃOMUNDIAL DE SAUDE) assim é definido:
 Um distúrbio do desenvolvimento, sem cura e severamente incapacitante. Sua incidência é de cinco casos em cada 10.000 nascimentos caso se adote um critério de classificação rigorosa, e três vezes maior se considerar casos correlatados, isto é, que necessitem do mesmo tipo de atendimento. (MANTOAN, 1997, p. 13).
 Esta definiçãoda OMS é estranha a alguns, pois associam o autismo como pessoas de comportamentos diferentes, mas não como doentes, já que a relação que faziam antigamente com o deficiente mental foram abolidos após anos de estudo. Mas os profissionais que darão o diagnostico, são da área da saúde.
O autista se vê amparado, como todo ser humano em documentos oficiais que lhe asseguram seus direitos em diversas fases de sua vida, como o ECA, LOAS, MEC, CEE E outros tantos. Que mesmo não falando especificamente do autista, fala dos direitos de cidadão sem qualquer distinção.
Vejamos um pouco da teoria do construtivismo, para entender como seda na visão de Vigotsky e Piaget a construção do conhecimento. Na teoria construtivista o conhecimento é construído pelo sujeito, Isto se faz através do processo de pensamento que é essencial para o desenvolvimento cognitivo, embora ambas sejam construtivistas, podemos dizer que Vigotsky da mais ênfase nas relações sociais, nos fatores do contexto ao qual o educando esta inserida, para ele a criança aprende através da interação social, já Piaget acredita na construção de conhecimento conhecimentos a partir de conhecimento anterior, não descartando o poder biológico, e as heranças biológicas carregadas no educando. Elas se diferem nas metodologias, mas concordam na visão deque o conhecimento é uma construção do individuo.
Posteriormente a este e a outras teorias, chegamos à humanista, que vê o sujeito constituído de varias dimensões, onde a afetiva, afeta diretamente as dimensões cognitiva e comportamental. A qual se vê mais indicada a o se tratar do autista, a afetividade tanto quanto da família e demais pessoas com ele envolvidas como seus próprios momentos afetivos devem ser levados em conta, pois como já dissemos o autista tem seus momentos vividos muito intensamente.
Na perspectiva humanista o aprendiz é visto primeiramente como pessoa, onde o que importa e sua auto realização, seu crescimento pessoal, não são dados ênfase no intelectual, mas tudo que o engloba, pensamento, sentimento e ação. Não tem sentido falar de comportamento ou de cognição sem considerar o domínio afetivo, os sentimentos do aprendiz. Ele é uma pessoa e as pessoas, sentem e fazem coisas integralmente. (MOREIRA, 1997). Sabemos claramente que estas teorias, não foram desenvolvidas pensando no aluno especial e sim num todo, mas como cabe e necessita adaptações, podem sim ser aplicadas ao trabalharmos com autistas e demais educandos com necessidades especiais.
 O autista importa para todos como ser humano, que pode sim trazer traços genéticos, influencia do meio ao qual convive, mas, sobretudo que suas necessidades atuais de independência, é o que deverá nortear o trabalho de ensino aprendizagem.
Precisamos mudar a visão da sociedade em relação à pessoa portadora de deficiência e estimular o próprio deficiente a buscar seu espaço e seus direitos.
Esta é uma condição muito verdadeira, os deficientes não importando qual grau ou nível de deficiência que possua, é rodeado de muitos preconceitos, seja por falta de conhecimento, de saber como lidar com estas deficiências, e muitas vezes por estarmos prendidos a um modelo e padrão de perfeição humana que não existe.
2.1 A RELAÇÃO E CONTRIBUIÇÕES DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DO ALUNO TEA 
A família, um núcleo praticamente comum nas sociedades, pode ser considerada um dos primeiros ambientes de socialização do indivíduo ao ser a principal mediadora dos padrões, modelos e influências culturais (Amazonas, Damasceno, Terto & Silva, 2003; Kreppner, 1992, 2000). Assim, é considerada a primeira instituição social que, em conjunto com outras, busca assegurar a continuidade e o bem estar dos seus membros e da coletividade, incluindo a proteção e o bem estar da criança. Nesse sentido, se torna responsável pela transmissão de valores, crenças, ideias e significados que estão presentes nas sociedades (KREPPNER, 2000). 
A escola é uma instituição social com objetivos e metas determinadas, que emprega e reelaboram os conhecimentos socialmente produzidos, com o intuito de promover a aprendizagem e efetivar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores: memória seletiva, criatividade, associação de ideias, organização e sequência de conhecimentos, dentre outras (OLIVEIRA, 2000 apud DESSEN; POLONIA, 2007, p. 26). 
E, essencialmente, isso se constitui em um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne uma diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças (MAHONEY, 2002). 
Segundo Santos (1999), no tocante à relação entre família e escola, é preciso que ambas assumam um compromisso de reciprocidade, onde as responsabilidades sejam divididas igualmente: 
No que cabe às relações entre família e escola, torna-se imperativo assumir um compromisso com a reciprocidade. De um lado, a família, com sua vivência e sabedoria prática a respeito de seus filhos. De outro, a escola com sua convivência e sabedoria não menos prática a respeito de seus alunos. É preciso entender que esses mesmos alunos são também os filhos, e que os filhos são (ou serão) os alunos. Dito de outra forma: cabe às duas instituições mais básicas das sociedades letradas o movimento de aproximação num plano mais horizontal, de distribuição mais igualitária de responsabilidades. (Santos, 1999, p. 05) 
Partindo desta perspectiva, acredita-se que “a escola e a família compartilham funções sociais, políticas e educacionais, na medida em que contribuem e influenciam a formação do cidadão” (REGO, 2003 apud DESSEN; POLONIA, 2007, p. 22). Assim, constituem os dois principais ambientes de desenvolvimento humano, sendo responsáveis pela transmissão e construção do conhecimento culturalmente organizado.
´´Portanto, a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social``. (DESSEN, POLONIA, 2007, p. 22)
Contudo, é fundamental promover a colaboração entre escola e família, tendo em vista que um influencia no andamento do outro e, por isso, necessitam andar lado a lado, de maneira a promover o desenvolvimento da aprendizagem humana. 
De acordo com a "Declaração de Salamanca", no que se refere ao papel da família no processo de inclusão, demanda que se: 
Encorajem e facilitem a participação de pais, comunidade e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomadas de decisões concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais (1994, p. 2).
 
Também afirma que: 
 Ao mesmo tempo em que escolas inclusivas provêm um ambiente favorável à aquisição de igualdade de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, famílias e voluntários. (p. 5) 
A Declaração de Salamanca estabelece a necessidade de parceria entre família, professores e profissionais da escola, com a finalidade de maximizar os esforços para a inclusão, da melhor forma possível, dos alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular. Sem o desenvolvimento dessa relação de "parceria" família/ professores e profissionais da escola, não serão alcançados o nível e a qualidade de envolvimento necessário para assegurar ganhos educacionais possíveis para “todos” os alunos. 
Assim, a família do aluno especial é a principal responsável pelas ações do seu filho com necessidades especiais, visto que é ela quem lhe oferece a primeira formação. Na integração/inclusão escolar, o aluno com apoio dos profissionais e da família, poderá adquirir competências ainda maiores, se tiver um envolvimento como a "parceria". (TANAKA, 2010, p. 115) 
É preciso que todos tenham consciência de que alunos com deficiência têm as mesmas necessidades que outros alunos ditos normais e que, por isso, não se pode discriminá-lose permitir que vivessem segregados da sociedade: 
A conscientização da família, no sentido de que ela faz parte de um contexto social, que exerce influências sobre o indivíduo, preparando-o para o mundo escolar é essencial. Também a conscientização dos educadores não só em saber trabalhar com o aluno, mas também em promover o desenvolvimento familiar, de forma que a família se torne um agente ativo no processo de integração/inclusão, deve ser buscada. (LOPES; MARQUEZAN, 2000, p.1) .
A participação da família do aluno com necessidades educacionais especiais é decisiva no processo de integração/inclusão e indispensável para que ele possa construir-se pessoalmente e participante da sociedade.
CONCLUSÃO
Falamos no decorre deste, sobre o autismo, desde quando surgiram os primeiros diagnósticos ou primeiras investigações, melhor dizendo, as mudanças de paradigmas a serem observadas, as conclusões conflitantes e conjuntivas a respeito do autismo.
O que permaneceu de certo após vários autores e pesquisadores, analisarem o comportamento autista, a indicação de tratamentos, a vida que leva o portador do autismo. Conhecer, ou melhor, reconhecer o autista como ser social ativo, é o passo fundamental para iniciar um trabalho na perspectiva humanista, entendendo que muito mais que os fatores internos biologicamente falando ou externos, oriundos do meio ao qual convivem, os fatores emocionais e afetivos, influenciarão no seu aprendizado, e suas emoções deverão ser levadas em consideração, ao definir estratégias e metodologias de trabalho, trabalho este realizado em conjunto, não só de equipe escolar, MS de conjunto família- escola –sociedade.
O autista não é responsabilidade somente da família, ou vice versa, pois suas necessidades devem ser atendidas pela área da educação, saúde e social. Sua existência jamais deve ser encarada como apenas mais um deficiente ou diferente na sociedade, e sim um ser humano com diferenças, no seu modo de agir e aprender, mas que aprende e desenvolve, tendo direitos a serem respeitados.
Suas diferenças devem ser notadas não como fatores pejorativos de sua condição, mas como princípios norteadores na hora de definir estratégias e metodologias, buscando seu pleno desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Graziela. O papel da família no processo de inclusão das pessoas com deficiências – disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos908/o-papel-familia/o-papel-familia.shtml, acessado em 01 de fevereiro de 2023. 
BRASIL, Declaração Mundial sobre Educação para Todos. UNESCO, 1990. 
BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988. 
______. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
LOPES, R. P. V.; MARQUEZAN, R. O Envolvimento da Família no Processo de Integração/Inclusão do Aluno com Necessidades Especiais. Cadernos de Educação Especial, Santa Maria - RS, 2011. 
MANTOAN, M.T.E. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memmon, Editora SENAC, 1997.
OLIVEIRA, L. de C. F. Escola e família numa rede de (des) encontros: um estudo das representações de pais e professores. São Paulo, SP: Ed e Livraria Universitária, 2002.

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