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Arboviroses Síndromes Febris Virais - Abordagem PBL para Estudantes de Medicina

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SÍNDROMES 
FEBRIS VIRAIS 
(ARBOVIROSES) 
Caso 03 Sessão Tutorial 
Resumo 
Neste guia abrangente, exploramos as síndromes febris virais, com foco nas 
arboviroses, como dengue, febre de chikungunya e zika vírus, que representam 
desafios significativos para a saúde pública no Brasil. Aprofundamos nosso 
entendimento das diferentes etiologias e características clínicas dessas doenças, 
fornecendo informações valiosas sobre a epidemiologia, apresentação clínica, 
classificação de risco e diagnóstico. 
Com base em referências bibliográficas de renomados livros e palestras online, 
discutimos tópicos cruciais, como a prova do laço e sua interpretação, medicações 
e contraindicações na suspeita de dengue e a fisiopatologia da dor abdominal 
como sinal de alerta na dengue. Este material é essencial para estudantes, médicos 
e profissionais de saúde interessados em aprimorar seus conhecimentos e 
habilidades clínicas no manejo da dengue e outras arboviroses. 
Através deste guia, você obterá uma compreensão mais profunda das 
complexidades envolvidas no diagnóstico, tratamento e prevenção dessas 
doenças, permitindo-lhe abordar casos clínicos com maior confiança e eficácia. 
Então, prepare-se para uma jornada educacional cativante através do fascinante 
mundo das síndromes febris virais e arboviroses! 
 
1 
 
1 
SUMÁRIO 
 
 
Capitulo 1: Introdução 
1.1. Síndrome febris virais (arboviroses) 
1.2. Objetivos do estudo 
Capitulo 2: Arboviroses do Brasil 
2.1. Principais etiologias 
2.2. Diferenças clínicas entre as arboviroses 
Capitulo 3: Dengue 
3.1. Epidemiologia 
3.2. Apresentação clínica 
3.3. Classificação de risco 
3.4. Alterações em exames complementares 
3.5. Diagnóstico 
3.6. Manejo do paciente conforme classificação de risco 
Capitulo 4: Prova do Laço 
4.1. Definição 
4.2. Como realizar 
4.3. Interpretação dos resultados 
Capitulo 5: Medicações e Dengue 
5.1. Medicações não contraindicadas 
5.2. Motivos das contraindicações 
Capitulo 6: Dor abdominal na Dengue 
6.1. Fisiopatologia 
6.2. Importância como sinal de alerta 
Capitulo 7: Referências bibliográficas 
7.1. Livros, artigos e vídeos recomendados 
Capitulo 8: Perguntas e respostas 
 
CASO 03 
Identificação: J.S.F., sexo feminino, 34 anos, estudante, natural e procedente de 
Salvador-BA 
 
Queixa Principal: “febre alta há 3 dias” 
 
História da Moléstia Atual: Paciente em consulta, informa que vinha bem, quando há 
3 dias iniciou com episódios de febre alta, de 39oC, de início súbito, que cedem 
parcialmente a antitérmicos (a temperatura reduz para em torno de 37oC e antes do 
horário da próxima dose já está em níveis elevados novamente, obrigando-a a 
administrar um outro tipo de medicamento). Está fazendo uso de paracetamol e AAS 
(Ácido Acetil Salicílico), pois sua mãe tem alergia a dipirona e ela prefere evitar usar 
essa medicação. A febre por vezes é acompanhada de calafrios e associada a cefaleia 
holocraniana. Refere também mialgia, além de dor nas articulações e retro orbitário, 
que piora com a movimentação do globo ocular para os lados. Queixou-se também de 
dor torácica não ventilatório dependente, dor abdominal difusa, náuseas e vômitos pós-
alimentares. Aceitando muito pouca alimentação. Ontem notou aparecimento de rush 
em tronco e membros, levemente pruriginoso. Nega familiares com sintomas 
semelhantes. Chegou de viagem há 1 semana, relata que passou o Carnaval na 
Chapada. 
Interrogatório Sistemático: Nega outros sintomas além dos já referidos na HMA. 
História Patológica Pregressa: Nega doenças crônicas, cirurgias, internamentos, 
transfusões, alergias. Cartão vacinal completo. 
Antecedentes Fisiológicos: Desenvolvimento neuropsicomotor adequado. Menarca 
aos 10 anos, fluxo menstrual regular, G1P1A0. 
Antecedentes Familiar: pai hipertenso, mãe asmática. Avós diabéticas. Avô paterno tem 
Alzheimer. 
Antecedentes Social: Nega tabagismo ou etilismo. Mora com os pais em casa própria, 
com rede elétrica, água encanada e filtrada, com rede de esgoto. 
Geral: Regular estado geral, descorada 1+/IV, hidratada, afebril, anictérica, acianótica, 
normotensa, eupneica. 
Dados Antropométricos: Altura 1,65m; Peso 64Kg; IMC 23,53. 
Sinais Vitais: Pressão Arterial (PA): 120x80mmHg; Pulso Radial: 108bpm; Frequência 
Respiratória (FR) 24ipm; Temperatura Axilar (Tax) 36,5oC; Glicemia Capilar: 
95mg/dl; Oximetria de Pulso: 97% em ar ambiente. Prova do laço negativo. 
Pele: com turgor e elasticidade normais, discretamente ressecada, mucosas descoradas 
1+/IV, presença de linfonodos cervicais palpáveis bilateralmente, pequenos, móveis, 
dolorosos, levemente fibroelastico. Não palpado outros linfonodos; sem alterações dos 
pelos. 
Cabeça: forma normal, sem lesões aparentes. Olhos, ouvidos, nariz e boca sem 
anormalidades, dentes em perfeito estado de conservação. Orofaringe sem hiperemia 
em úvula e palato, sem presença de petéquias, sem hipertrofia de amígdalas. 
Pescoço: nuca livre, traqueia na linha média, tireóide de tamanho e consistência 
normais, superfície lisa, ausência de turgência de jugular patológica (TJP) em decúbito 
de 45°, realizada a inspeção das carotídeas sem sinais de estase, palpação das carótidas 
com contorno do pulso suave, e amplitude do pulso normal, ausculta das carótidas 
bilateral nos 3 níveis com ruídos habituais, sem sopro. 
 
1 
 
1 
 
Aparelho Respiratório: Tórax e pulmões: simétrico, sem esforço respiratório (tiragens 
ou uso de musculatura acessória). Expansibilidade preservada bilateralmente. Frêmito 
tóraco vocal (FTV) uniformemente palpável bilateralmente. Som claro atimpânico à 
percussão. Murmúrio vesicular bem distribuído, sem ruídos adventícios (MVBD s/ 
RA). 
Aparelho Cardiovascular: Precórdio normodinâmico. Ausência de atritos. Ictus 
invisível, palpável em 5º Espaço Intercostal (EIC) no nível da Linha Hemiclavicular 
Esquerda (LHCE) medindo cerca de 2 polpas digitais, não propulsivo Ritmo Cardíaco 
Regular em 2 tempos com bulhas normofonéticas (RCR 2T c/ BNF). Ausência de 
sopros ou extrassístoles. Pulsos arteriais periféricos simétricos, sincrônicos e com boa 
amplitude. 
Abdome: Semi-globoso, sem lesões de pele, cicatrizes, circulação colateral ou 
herniações. Peristalse normal presente em todos os quadrantes e ausência de sopros 
em focos arteriais abdominais. Hepatimetria medindo cerca de 11cm (lobo direito). 
Fígado a 1 cm do Rebordo Costal Direito (RCD) borda fina. Espaço de Traube livre. 
Sem visceromegalias. Abdome doloroso difusamente palpação profunda. Ausência de 
massas. 
Gênito-urinário e região perineal: Genitália feminina, com presença de pelos do tipo 
adulto, cobrindo mais densamente a região púbica, mas sem atingir face interna das 
coxas (formando um triangulo); sem hiperemia, presença de orifício uretral e hímen 
integro. Região perianal sem hiperemia, sem presença de fistulas, fissuras ou prolapso. 
Membros: Ausência de edema, lesões de pele, sinais de insuficiência venosa ou arterial. 
Panturrilhas livres. Pulsos periféricos palpáveis simétricos e amplos. Prova do Laço 
negativa. 
Aparelho osteoarticular: ausência de deformidades articulares ou sinais inflamatórios. 
Articulações com boa amplitude de movimentos, mas com referência de dor a 
mobilização, sem restrição de movimento ou crepitação. Coluna vertebral com 
curvaturas fisiológicas, ausência de dor à palpação das apófises espinhosas, mobilidade 
normal. 
Sistema nervoso: Prostrada, lucida e orientada em tempo e espaço. Sem déficit motor 
aparente. Nuca livre, sem sinais de irritação meníngea. Pupilas isocóricas e foto 
reagentes com reflexo foto motor e consensual preservados. Força muscular grau V em 
membros superiores e inferiores; Reflexos superficiais profundos presentes simétricos 
e sem anormalidades. Sensibilidades presentes. Pares cranianos sem alterações. 
Glasgow 15. 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
2 
Capitulo 1: Introdução 
1.1. Síndrome febris virais (arboviroses) 
As arboviroses são doenças causadas por vírus 
transmitidos por artrópodes,como mosquitos e 
carrapatos. Essas doenças apresentam grande 
importância na saúde pública, devido à sua 
crescente incidência e à gravidade potencial de 
algumas delas. No Brasil, as arboviroses mais 
relevantes são a dengue, zika, chikungunya e febre 
amarela, todas transmitidas pelo mosquito Aedes 
aegypti. 
As síndromes febris virais causadas por arboviroses 
são caracterizadas por um conjunto de sinais e 
sintomas clínicos comuns, como febre, mialgia, 
artralgia, cefaleia, exantema e linfadenopatia. A 
apresentação clínica das arboviroses pode variar 
desde casos assintomáticos ou oligossintomáticos 
até formas graves e potencialmente fatais, como a 
dengue grave, que pode cursar com choque e 
hemorragias. 
O diagnóstico das arboviroses é baseado na 
avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial do 
paciente. É essencial identificar a etiologia específica 
da infecção, uma vez que o tratamento e o 
prognóstico podem variar de acordo com o agente 
viral envolvido. A prevenção e o controle das 
arboviroses dependem de ações integradas de 
vigilância epidemiológica, controle de vetores, 
diagnóstico precoce e manejo adequado dos casos. 
Nesta apostila, abordaremos a epidemiologia, 
etiologia, apresentação clínica, diagnóstico, 
tratamento e prevenção das arboviroses mais 
prevalentes no Brasil, com ênfase na dengue, que é 
a arbovirose de maior importância no país. Além 
disso, discutiremos a prova do laço, um teste 
simples e útil no diagnóstico e acompanhamento da 
dengue, bem como a fisiopatologia da dor 
abdominal nesta doença e a abordagem terapêutica 
adequada. 
1.2. Objetivos do estudo 
Neste material, abordaremos as arboviroses, com 
foco na síndrome febril viral, principalmente as que 
são prevalentes no Brasil, como dengue, zika, 
chikungunya e febre amarela. Os objetivos deste 
estudo são: 
1. Compreender as principais etiologias das 
arboviroses no Brasil e as diferenças clínicas 
entre elas. 
2. Estudar a epidemiologia, apresentação clínica, 
classificação de risco, alterações em exames 
complementares, diagnóstico e manejo do 
paciente com dengue, conforme sua 
classificação de risco. 
3. Aprender sobre a "Prova do Laço": o que é, 
como realizá-la e como interpretar os 
resultados. 
4. Identificar as medicações não contraindicadas 
na suspeita de dengue e entender os motivos 
das contraindicações. 
5. Compreender a fisiopatologia da dor 
abdominal nos quadros de dengue, sua 
importância como sinal de alerta e as 
implicações no manejo clínico. 
Para alcançar esses objetivos, utilizaremos as 
seguintes referências bibliográficas: 
• "Harrison's Principles of Internal Medicine" e 
"Cecil Essentials of Medicine", que abordam 
aspectos gerais das arboviroses, com foco na 
dengue. 
• "Manual e Fundamentos em Hematologia", que 
discute a plaquetopenia na dengue, um 
importante achado laboratorial nesta doença. 
• "Tratado de Infectologia" de Veronesi, que 
detalha as arboviroses, sua epidemiologia, 
etiologia, diagnóstico e tratamento. 
• "Semiologia Médica" de Porto, que explica os 
sinais e sintomas gerais e específicos das 
arboviroses. 
• "Interpretação de Exames Laboratoriais 
Aplicados à Prática do Enfermeiro", que aborda 
a prova do laço e os testes diagnósticos na 
dengue. 
Além das referências bibliográficas, sugerimos 
também o acesso às webpalestras disponíveis nos 
links fornecidos no sumário para complementar o 
estudo sobre dengue, febre de chikungunya e zika 
vírus. 
Com este material, esperamos contribuir para o 
aprofundamento do conhecimento sobre as 
arboviroses e suas implicações clínicas, auxiliando 
na tomada de decisões e no manejo adequado dos 
pacientes acometidos por essas doenças. 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
3 
Capitulo 2: Arboviroses do Brasil 
As arboviroses são doenças causadas por vírus 
transmitidos por artrópodes, como mosquitos e 
carrapatos. No Brasil, as arboviroses de maior 
relevância em saúde pública são a dengue, zika, 
chikungunya e febre amarela. Essas doenças 
apresentam impacto significativo na morbidade e 
mortalidade da população e são motivo de 
preocupação devido à sua crescente incidência e às 
possíveis complicações associadas. 
2.1. Principais etiologias 
• Dengue: causada pelo vírus da dengue (DENV), 
um flavivírus transmitido principalmente pelo 
mosquito Aedes aegypti. Existem quatro 
sorotipos diferentes do vírus (DENV-1, DENV-
2, DENV-3 e DENV-4), e a infecção por um 
sorotipo não confere imunidade aos demais. A 
dengue é a arbovirose mais prevalente no Brasil 
e pode variar desde casos assintomáticos até 
formas graves, como a dengue grave, que pode 
cursar com choque e hemorragias. 
• Zika: causada pelo vírus zika (ZIKV), um 
flavivírus também transmitido pelo Aedes 
aegypti. A infecção pelo vírus zika geralmente 
causa uma doença leve, com sintomas 
semelhantes aos da dengue, mas menos intensos. 
Entretanto, a infecção durante a gravidez pode 
causar microcefalia e outras malformações 
congênitas no feto. 
• Chikungunya: causada pelo vírus chikungunya 
(CHIKV), um alfavírus transmitido pelos 
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A 
doença é caracterizada por febre, exantema e 
artralgia intensa, que pode persistir por meses ou 
até anos após a infecção aguda. 
• Febre amarela: causada pelo vírus da febre 
amarela (YFV), um flavivírus transmitido por 
mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes, 
na febre amarela silvestre, e pelo Aedes aegypti, 
na febre amarela urbana. A doença apresenta um 
espectro clínico variável, desde casos 
oligossintomáticos até formas graves, com 
icterícia, insuficiência hepática e renal, e 
hemorragias. 
 
2.2. Diferenças clínicas entre as arboviroses 
Embora as arboviroses apresentem sinais e sintomas 
semelhantes, como febre, mialgia, artralgia, cefaleia, 
exantema e linfadenopatia, existem algumas 
diferenças clínicas que podem auxiliar na 
diferenciação entre elas: 
• Dengue: a dor retro-orbital, plaquetopenia e o 
teste do laço positivo são características mais 
específicas da dengue. A dengue grave é 
caracterizada por extravasamento capilar, choque 
e hemorragias. 
• Zika: o exantema maculopapular e a conjuntivite 
não purulenta são mais comuns na infecção pelo 
vírus zika. Além disso, a doença causada pelo 
vírus zika geralmente apresenta sintomas mais 
leves em comparação à dengue e chikungunya. 
Complicações neurológicas, como a síndrome de 
Guillain-Barré, também podem estar associadas 
à infecção pelo vírus zika. 
• Chikungunya: a artralgia é mais intensa e 
debilitante na chikungunya, afetando 
principalmente as articulações periféricas, como 
mãos, punhos, tornozelos e pés. A dor articular 
pode persistir por meses ou até anos após a 
infecção aguda. 
• Febre amarela: a icterícia, insuficiência hepática 
e renal, e hemorragias são características mais 
marcantes da febre amarela, especialmente nas 
formas graves da doença. A mortalidade na febre 
amarela grave pode ser elevada, chegando a 50% 
dos casos. 
O diagnóstico das arboviroses é baseado na 
avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial do 
paciente. Testes sorológicos, moleculares e 
isolamento viral podem ser utilizados para 
confirmar a etiologia específica da infecção. É 
essencial identificar o agente viral envolvido, uma 
vez que o tratamento e o prognóstico podem variar 
de acordo com a arbovirose em questão. 
As arboviroses representam um desafio para a saúde 
pública no Brasil e em outros países afetados. A 
prevenção e o controle dessas doenças dependem 
de ações integradas de vigilância epidemiológica, 
controle de vetores, diagnóstico precoce e manejo 
adequado dos casos. A educação e a conscientização 
da população sobre os riscos associados às 
arboviroses e as medidas preventivas são 
fundamentais para reduzir a incidência e a gravidade 
dessas doenças. 
 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
4 
Capitulo 3: Dengue 
3.1. Epidemiologia 
A dengue é uma doença infecciosa causada por um 
vírus do gênero Flavivirus (DENV) e é transmitida 
principalmentepelo mosquito Aedes aegypti. 
Existem quatro sorotipos distintos do vírus (DENV-
1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), e a infecção por 
um sorotipo não confere imunidade aos demais. A 
dengue é a arbovirose mais prevalente no mundo e 
apresenta alta incidência em áreas tropicais e 
subtropicais, afetando aproximadamente 390 
milhões de pessoas por ano, com 96 milhões 
manifestando sintomas clinicamente evidentes. 
No Brasil, a dengue representa um grande desafio 
para a saúde pública devido à sua crescente 
incidência e à distribuição geográfica ampla do vetor 
Aedes aegypti, que se encontra presente em 
praticamente todo o território nacional. A doença 
tem sido endêmica no Brasil desde os anos 1980, e 
o país enfrentou diversas epidemias de dengue nas 
últimas décadas. 
Os fatores que contribuem para a alta incidência da 
dengue no Brasil incluem o clima favorável para a 
proliferação do mosquito vetor, a densidade 
populacional, a urbanização e a mobilidade 
humana, que favorecem a disseminação do vírus 
entre diferentes regiões. Além disso, a co-circulação 
dos quatro sorotipos do vírus da dengue no país 
aumenta o risco de ocorrência de casos mais graves 
da doença, como a dengue grave e a síndrome do 
choque da dengue, especialmente em indivíduos 
que já tiveram infecção prévia por outro sorotipo do 
vírus. 
A prevenção e o controle da dengue no Brasil 
dependem de ações integradas de vigilância 
epidemiológica, controle de vetores, diagnóstico 
precoce e manejo adequado dos casos. A educação 
e a conscientização da população sobre os riscos 
associados à dengue e as medidas preventivas, como 
a eliminação dos criadouros do mosquito vetor, são 
fundamentais para reduzir a incidência e a gravidade 
da doença. 
3.2. Apresentação clínica 
A apresentação clínica da dengue é variável e pode 
incluir desde casos assintomáticos ou 
oligossintomáticos até formas graves e 
potencialmente fatais. A doença é caracterizada por 
três fases distintas: febril, crítica e de recuperação. A 
seguir, descrevemos os principais sinais e sintomas 
associados a cada fase: 
1. Fase febril: essa fase dura aproximadamente 2 
a 7 dias e é marcada pelo início abrupto da 
febre, que pode ser alta (geralmente entre 39 e 
40 graus Celsius) e acompanhada de cefaleia 
intensa, dor retro-orbital, mialgias, artralgias, 
exantema e prostração. Outros sintomas, como 
náuseas, vômitos, dor abdominal, 
linfadenopatias e manifestações hemorrágicas 
leves (petéquias, epistaxe, gengivorragia) 
também podem ocorrer nesta fase. É 
importante notar que a apresentação clínica 
pode ser inespecífica e se assemelhar a outras 
doenças febris, como outras arboviroses, gripe 
e infecções bacterianas. 
2. Fase crítica: ocorre logo após o término da 
febre e dura aproximadamente 24 a 48 horas. 
Nesta fase, os pacientes podem apresentar 
melhora clínica, ou podem desenvolver sinais 
de alarme que indicam a progressão para 
dengue grave. Os sinais de alarme incluem dor 
abdominal intensa e contínua, vômitos 
persistentes, edema, letargia ou irritabilidade, 
hepatomegalia dolorosa e aumento abrupto do 
hematócrito com queda concomitante das 
plaquetas. A presença de sinais de alarme 
requer atenção médica imediata e 
monitoramento rigoroso, pois pode evoluir 
rapidamente para dengue grave, caracterizada 
por extravasamento capilar, choque e 
hemorragias severas. 
3. Fase de recuperação: ocorre após a fase crítica 
e dura de 2 a 5 dias. Nesta fase, há uma melhora 
progressiva do estado geral do paciente, com 
diminuição do extravasamento capilar e 
resolução dos sintomas. Entretanto, a 
recuperação pode ser mais lenta em pacientes 
que apresentaram dengue grave, e sequelas a 
longo prazo, como astenia e depressão, podem 
ocorrer. 
O diagnóstico da dengue é baseado na avaliação 
clínica, epidemiológica e laboratorial do paciente. 
Exames laboratoriais, como hemograma, 
coagulograma, eletrólitos, função renal e hepática, 
são importantes para avaliar o grau de 
acometimento e monitorar possíveis complicações. 
Além disso, testes sorológicos, moleculares e 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
5 
isolamento viral podem ser utilizados para 
confirmar a infecção pelo vírus da dengue. 
3.3. Classificação de risco 
A classificação de risco é uma ferramenta 
importante para orientar o manejo clínico dos 
pacientes com dengue e identificar aqueles com 
maior probabilidade de evolução para formas graves 
da doença. A classificação de risco baseia-se em 
critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, 
considerando os sinais e sintomas apresentados, a 
idade do paciente, o histórico de exposição e as 
condições de saúde pré-existentes. A Organização 
Mundial da Saúde (OMS) propõe a seguinte 
classificação de risco para a dengue: 
1. Dengue sem sinais de alarme: pacientes que 
apresentam sintomas típicos da fase febril, 
como febre, cefaleia, dor retro-orbital, mialgias 
e artralgias, mas não apresentam sinais de 
alarme ou sinais de gravidade. Esses pacientes 
geralmente têm um bom prognóstico e podem 
ser manejados ambulatorialmente, com 
orientações sobre hidratação adequada, uso de 
antitérmicos e analgésicos e acompanhamento 
dos sintomas. 
2. Dengue com sinais de alarme: pacientes que 
apresentam sinais de alarme, como dor 
abdominal intensa e contínua, vômitos 
persistentes, edema, letargia ou irritabilidade, 
hepatomegalia dolorosa e aumento abrupto do 
hematócrito com queda concomitante das 
plaquetas. Esses pacientes têm maior risco de 
evoluir para dengue grave e devem ser 
monitorados rigorosamente, preferencialmente 
em ambiente hospitalar. O manejo inclui 
hidratação intravenosa, suporte hemodinâmico 
e monitoramento dos parâmetros laboratoriais. 
3. Dengue grave: pacientes que apresentam 
extravasamento capilar significativo, choque, 
hemorragias severas ou acometimento de 
órgãos vitais. A dengue grave é uma emergência 
médica e requer internação em unidade de 
terapia intensiva (UTI), com monitoramento 
contínuo das funções vitais e suporte avançado 
de vida, como reposição volêmica, uso de 
drogas vasoativas, transfusão sanguínea e 
suporte ventilatório, se necessário. 
O manejo adequado dos pacientes com dengue 
conforme a classificação de risco é fundamental 
para evitar complicações e reduzir a 
morbimortalidade associada à doença. É importante 
ressaltar que a classificação de risco é uma 
ferramenta dinâmica e os pacientes devem ser 
reavaliados periodicamente, já que a evolução 
clínica da dengue pode ser rápida e imprevisível. 
3.4. Alterações em exames complementares 
Os exames complementares são úteis no 
diagnóstico e monitoramento dos pacientes com 
dengue, ajudando a identificar alterações que 
podem ser indicativas de maior gravidade e a guiar 
o manejo clínico. As principais alterações 
laboratoriais encontradas na dengue incluem: 
1. Hemograma: o hemograma completo é um 
exame importante para avaliar o grau de 
acometimento hematológico na dengue. As 
alterações mais comuns incluem: 
• Leucopenia: a redução do número de 
leucócitos é frequente na dengue, 
especialmente durante a fase febril, e pode ser 
acompanhada de linfopenia e neutropenia 
transitória. 
• Trombocitopenia: a queda no número de 
plaquetas é uma característica marcante da 
dengue e pode ser indicativa de maior 
gravidade. A trombocitopenia ocorre devido à 
destruição periférica das plaquetas, disfunção 
da medula óssea e aumento do consumo de 
plaquetas no contexto da coagulação 
intravascular disseminada (CID). 
• Hemoconcentração: o aumento do 
hematócrito é um sinal de extravasamento 
capilar e pode ser um indicador de progressão 
para dengue grave. É importante monitorar a 
variação do hematócrito em conjunto com a 
contagem de plaquetas para identificar sinais 
de alarme. 
2. Coagulograma: a avaliação da coagulação 
sanguínea é importante para identificar 
alterações que possam sugerir maior risco de 
hemorragias. Na dengue, podem ocorrer 
prolongamento do tempo de protrombina 
(TP) e do tempo de tromboplastina parcial 
ativada(TTPa), bem como redução dos níveis 
de fibrinogênio, indicativos de disfunção da 
coagulação. 
3. Eletrólitos e função renal: o monitoramento 
dos níveis de eletrólitos, ureia e creatinina é 
essencial para avaliar o equilíbrio 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
6 
hidroeletrolítico e a função renal dos 
pacientes com dengue. Alterações como 
hiponatremia, hipercalemia e elevação dos 
níveis de ureia e creatinina podem ser 
indicativos de desidratação, insuficiência renal 
ou síndrome do choque da dengue. 
4. Função hepática: a avaliação das enzimas 
hepáticas, como alanina aminotransferase 
(ALT), aspartato aminotransferase (AST) e 
bilirrubina, é importante para identificar 
acometimento hepático na dengue. Elevações 
modestas das enzimas hepáticas são comuns, 
mas aumentos significativos podem indicar 
maior gravidade da doença. 
5. Testes diagnósticos específicos: além dos 
exames de rotina, testes diagnósticos 
específicos para dengue, como detecção de 
antígeno NS1, testes sorológicos (IgM e IgG) 
e reação em cadeia da polimerase (PCR) 
podem ser utilizados para confirmar a 
infecção pelo vírus da dengue e auxiliar na 
diferenciação de outras arboviroses e doenças 
febris. 
O monitoramento das alterações em exames 
complementares é essencial para o manejo 
adequado dos pacientes com dengue, permitindo a 
identificação de sinais de maior gravidade e a 
implementação de medidas terapêuticas específicas. 
Os exames devem ser realizados e interpretados em 
conjunto com a avaliação clínica e epidemiológica, 
levando em consideração a evolução dos sintomas e 
a presença de fatores de risco para complicações. 
A utilização correta dos exames complementares e 
a interpretação adequada dos resultados ajudam a 
direcionar o tratamento e o acompanhamento dos 
pacientes, reduzindo a morbimortalidade associada 
à dengue e contribuindo para o controle da doença 
em áreas endêmicas. 
3.5. Diagnóstico 
O diagnóstico da dengue é baseado na combinação 
de critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. 
A suspeita clínica é baseada na apresentação típica 
de sintomas, como febre, cefaleia, dor retro-orbital, 
mialgias, artralgias, exantema e trombocitopenia, 
especialmente em áreas endêmicas ou durante 
surtos da doença. A confirmação diagnóstica é feita 
através de testes laboratoriais específicos, que 
incluem: 
1. Detecção do antígeno NS1: o antígeno NS1 é 
uma proteína viral que pode ser detectada 
precocemente na infecção, geralmente entre o 
primeiro e o quinto dia de início dos sintomas. 
O teste de detecção do antígeno NS1 é rápido, 
sensível e específico, sendo uma importante 
ferramenta no diagnóstico precoce da dengue. 
A detecção do antígeno NS1 pode ser realizada 
em amostras de soro, plasma ou sangue total 
por meio de testes imunocromatográficos ou 
ensaios imunoenzimáticos (ELISA). 
2. Testes sorológicos: os testes sorológicos, como 
a detecção de anticorpos IgM e IgG anti-
dengue, são úteis no diagnóstico da infecção 
após o período de viremia (geralmente após o 
quinto dia de início dos sintomas). A presença 
de anticorpos IgM indica infecção recente, 
enquanto a presença de anticorpos IgG sugere 
infecção prévia ou secundária. Os testes 
sorológicos são realizados através de técnicas de 
imunocromatografia ou ELISA. 
3. Reação em cadeia da polimerase (PCR): a PCR 
é uma técnica molecular altamente sensível e 
específica que permite a detecção direta do 
material genético do vírus da dengue em 
amostras de soro, plasma ou tecido. A PCR 
pode ser utilizada para identificar e tipificar o 
vírus da dengue durante o período de viremia, 
geralmente nos primeiros 5 dias de início dos 
sintomas. A PCR é especialmente útil em casos 
de infecção secundária, quando os testes 
sorológicos podem ser menos sensíveis e 
específicos. 
Além dos testes laboratoriais específicos, a avaliação 
de exames complementares, como hemograma, 
coagulograma, eletrólitos, função renal e hepática, 
pode ajudar a confirmar a suspeita clínica de dengue 
e a identificar sinais de maior gravidade. É 
importante lembrar que o diagnóstico da dengue 
deve ser interpretado no contexto clínico e 
epidemiológico do paciente, levando em 
consideração a evolução dos sintomas, a presença 
de sinais de alarme e a exposição a áreas endêmicas 
ou surtos da doença. 
 
 
 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
7 
3.6. Manejo do paciente conforme classificação 
de risco 
O manejo do paciente com dengue deve ser 
baseado na classificação de risco, levando em 
consideração a gravidade da doença e a presença de 
sinais de alarme. A classificação de risco é dividida 
em três categorias: dengue sem sinais de alarme, 
dengue com sinais de alarme e dengue grave. O 
manejo do paciente varia de acordo com a categoria 
em que se enquadra: 
1. Dengue sem sinais de alarme: 
• Hidratação: manter uma hidratação adequada é 
fundamental para prevenir a progressão da 
doença. A hidratação oral é preferível, mas a 
hidratação venosa pode ser necessária em casos 
de intolerância à via oral ou sinais de 
desidratação. 
• Analgésicos e antitérmicos: medicamentos como 
paracetamol podem ser utilizados para aliviar a 
dor e a febre. No entanto, o uso de anti-
inflamatórios não esteroides (AINEs) deve ser 
evitado devido ao risco de sangramento e 
deterioração renal. 
• Monitoramento: o acompanhamento clínico e 
laboratorial é crucial para identificar sinais de 
alarme e intervir precocemente caso necessário. 
2. Dengue com sinais de alarme: 
• Internação hospitalar: o paciente deve ser 
internado para monitoramento e tratamento, 
especialmente se houver sinais de alarme, como 
dor abdominal intensa e contínua, vômitos 
persistentes, derrames cavitários, 
hemoconcentração, trombocitopenia acentuada, 
hipotensão postural ou sinais de insuficiência 
hepática. 
• Hidratação venosa: a hidratação intravenosa é 
indicada para repor o volume circulante e 
prevenir a progressão para choque. A escolha do 
tipo de solução e a velocidade de infusão devem 
ser baseadas na avaliação clínica e hemodinâmica 
do paciente. 
• Transfusão de sangue e derivados: a transfusão 
de plaquetas, concentrado de hemácias ou 
plasma fresco congelado pode ser necessária em 
casos de sangramento significativo, 
trombocitopenia grave ou coagulopatia. 
• Monitoramento intensivo: o acompanhamento 
clínico e laboratorial deve ser realizado de forma 
mais frequente e rigorosa, para identificar sinais 
de deterioração clínica e ajustar o tratamento 
conforme necessário. 
3. Dengue grave: 
• Suporte avançado: pacientes com dengue grave 
necessitam de tratamento em unidades de terapia 
intensiva (UTI) ou unidades de cuidados 
intensivos, com suporte hemodinâmico, 
respiratório e renal, conforme necessário. 
• Fluidoterapia: a reposição de volume e a 
correção da hipotensão são fundamentais para o 
tratamento do choque. Soluções cristaloides e 
coloides podem ser utilizadas, e a escolha deve 
ser individualizada de acordo com a situação 
clínica do paciente. 
Transfusão de sangue e derivados: a transfusão de 
componentes sanguíneos é indicada em casos de 
hemorragias graves, coagulopatia ou 
trombocitopenia acentuada. A decisão de 
transfundir deve ser baseada na avaliação clínica e 
laboratorial do paciente, levando em consideração a 
presença de sinais de sangramento ativo e a resposta 
à fluidoterapia. 
• Suporte ventilatório: a insuficiência respiratória 
pode ocorrer devido à síndrome do 
extravasamento capilar, derrames pleurais, ou 
outras complicações associadas à dengue grave. 
O suporte ventilatório pode variar desde a 
oxigenoterapia suplementar até a ventilação 
mecânica invasiva, dependendo da gravidade do 
quadro respiratório. 
• Terapia inotrópica e vasopressora: agentes 
inotrópicos e vasopressores podem ser 
necessários para manter a perfusão e a função 
dos órgãos em pacientes com choque refratário à 
fluidoterapia. 
• Monitoramento intensivo: o monitoramento 
contínuo das funções vitais, dos parâmetros 
hemodinâmicos e dos exames laboratoriaisé 
crucial para a identificação de sinais de 
deterioração clínica e a ajuste do tratamento de 
acordo com as necessidades do paciente. 
O manejo adequado do paciente com dengue 
conforme a classificação de risco é essencial para 
reduzir a morbimortalidade associada à doença e 
melhorar o prognóstico. A abordagem terapêutica 
deve ser individualizada, levando em consideração a 
evolução clínica e laboratorial do paciente e a 
presença de fatores de risco para complicações. 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
8 
Capitulo 4: Prova do Laço 
4.1. Definição 
A Prova do Laço, também conhecida como Teste 
do Torniquete, é um teste simples e de baixo custo 
que ajuda na avaliação da fragilidade capilar e na 
identificação precoce de pacientes com dengue ou 
outras doenças que cursam com trombocitopenia e 
aumento da permeabilidade vascular. O teste é 
baseado no princípio de que a fragilidade capilar 
aumentada, juntamente com a redução do número 
de plaquetas, leva à formação de pequenos pontos 
de sangramento (petéquias) na pele quando 
submetida a uma pressão controlada. 
4.2. Como realizar 
Para realizar a Prova do Laço, siga os passos abaixo: 
1. Escolha o local apropriado: O teste deve ser 
realizado na região anterior do antebraço, entre 
o cotovelo e o punho. Certifique-se de que a 
pele esteja limpa e livre de lesões pré-existentes. 
2. Prepare o paciente: Peça ao paciente para se 
sentar ou deitar em uma posição confortável, 
com o braço apoiado e relaxado. 
3. Aplique o manguito de pressão arterial: 
Envolva o manguito de um esfigmomanômetro 
ao redor do braço do paciente, cerca de 2 a 3 
centímetros acima da dobra do cotovelo. 
4. Determine a pressão arterial sistólica do 
paciente: Antes de realizar o teste, meça a 
pressão arterial sistólica do paciente usando o 
esfigmomanômetro. 
5. Insuflar o manguito: Infle o manguito até uma 
pressão intermediária entre a pressão arterial 
sistólica e a diastólica do paciente. Por 
exemplo, se a pressão arterial sistólica for de 
120 mmHg e a diastólica for de 80 mmHg, infle 
o manguito a uma pressão de 100 mmHg. A 
pressão aplicada não deve causar desconforto 
ou dor ao paciente. 
6. Manter a pressão: Mantenha a pressão no 
manguito por 5 minutos. Se o paciente sentir 
desconforto ou dor, interrompa o teste e 
reinicie-o com uma pressão mais baixa. 
7. Desinflar o manguito: Após 5 minutos, desinfle 
lentamente o manguito e remova-o do braço do 
paciente. 
8. Examine o antebraço: Observe atentamente a 
área onde o manguito foi aplicado em busca de 
petéquias (pequenos pontos avermelhados na 
pele causados por sangramento capilar). Conte 
o número de petéquias presentes em um 
quadrado de 2,5 centímetros (1 polegada) de 
lado. 
A Prova do Laço é considerada positiva quando há 
um número significativo de petéquias no local do 
teste, geralmente 10 ou mais petéquias em um 
quadrado de 2,5 centímetros (1 polegada) de lado. 
Um resultado positivo pode ser indicativo de 
dengue ou outras doenças que causam 
trombocitopenia e aumento da permeabilidade 
vascular. 
4.3. Interpretação dos resultados 
A interpretação dos resultados da Prova do Laço 
deve ser feita com cautela e em conjunto com outros 
achados clínicos e exames laboratoriais, uma vez 
que o teste possui limitações e não é específico para 
a dengue. No entanto, pode ser útil como um 
indicador inicial de trombocitopenia e fragilidade 
capilar, especialmente em áreas endêmicas onde a 
dengue é prevalente. 
A interpretação dos resultados é baseada no 
número de petéquias presentes no local do teste 
após a aplicação da pressão: 
• Teste negativo: Menos de 10 petéquias em um 
quadrado de 2,5 centímetros (1 polegada) de 
lado. Um resultado negativo pode sugerir que o 
paciente não apresenta fragilidade capilar 
aumentada ou trombocitopenia significativa. No 
entanto, um resultado negativo não exclui a 
possibilidade de dengue ou outras doenças, e o 
paciente deve ser avaliado com base em outros 
sinais, sintomas e exames laboratoriais. 
• Teste positivo: 10 ou mais petéquias em um 
quadrado de 2,5 centímetros (1 polegada) de 
lado. Um resultado positivo indica fragilidade 
capilar aumentada e possível trombocitopenia. 
Embora a Prova do Laço possa ser positiva em 
pacientes com dengue, também pode ser positiva 
em outras doenças que cursam com 
trombocitopenia e aumento da permeabilidade 
vascular, como febre maculosa, 
meningococcemia, entre outras. 
É importante lembrar que a Prova do Laço não é 
um teste diagnóstico definitivo para dengue ou 
outras doenças e não deve ser usada isoladamente 
para orientar o manejo clínico. A interpretação dos 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
9 
resultados deve sempre considerar o contexto 
clínico-epidemiológico do paciente e ser 
complementada por exames laboratoriais 
específicos e outros achados clínicos. 
Capitulo 5: Medicações e Dengue 
5.1. Medicações não contraindicadas 
No manejo do paciente com suspeita de dengue, é 
importante escolher cuidadosamente as medicações 
a serem administradas, levando em consideração os 
riscos e benefícios associados a cada fármaco. 
Algumas medicações não contraindicadas incluem: 
1. Analgésicos e antitérmicos: O paracetamol é 
o analgésico e antitérmico de escolha no 
tratamento dos sintomas da dengue, como dor 
e febre. É importante não exceder a dose 
máxima diária recomendada (geralmente 3 a 
4 gramas por dia para adultos) para evitar 
toxicidade hepática. Evite o uso de anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs), como 
o ibuprofeno e o ácido acetilsalicílico 
(aspirina), devido ao risco aumentado de 
sangramento e disfunção renal. 
2. Hidratação oral: A reposição de líquidos por 
via oral é fundamental no manejo dos 
pacientes com dengue. A solução de 
reidratação oral (SRO) é uma opção 
adequada para reidratação e reposição de 
eletrólitos, especialmente em pacientes com 
sinais de desidratação leve a moderada. Além 
disso, o paciente deve ser encorajado a ingerir 
água, sucos naturais e chás para manter-se 
hidratado. 
3. Antieméticos: Pacientes com náuseas e 
vômitos podem se beneficiar do uso de 
antieméticos, como a metoclopramida ou a 
ondansetrona. Estes medicamentos podem 
ajudar a controlar os sintomas e melhorar a 
tolerância à ingestão de líquidos e alimentos. 
4. Antipruriginosos: Em casos de coceira intensa 
associada à erupção cutânea, antipruriginosos 
tópicos, como cremes e loções contendo 
calamina, podem ser úteis para aliviar o 
desconforto. Antialérgicos orais, como a 
loratadina ou a cetirizina, também podem ser 
considerados em casos de coceira intensa. 
5. Suporte nutricional: É importante que os 
pacientes mantenham uma dieta balanceada e 
rica em nutrientes durante o período de 
recuperação. A ingestão de alimentos leves, 
como sopas, frutas, legumes e proteínas 
magras, pode ajudar na recuperação e no 
fortalecimento do sistema imunológico. 
Lembre-se de que o tratamento da dengue deve ser 
individualizado e baseado na avaliação clínica do 
paciente e na evolução dos sintomas. A 
administração de medicações não contraindicadas 
deve ser feita sob orientação médica e com 
monitoramento contínuo do quadro clínico. 
5.2. Motivos das contraindicações 
As contraindicações de algumas medicações no 
tratamento da dengue estão relacionadas aos efeitos 
colaterais desses fármacos e às complicações 
potenciais que podem ocorrer em pacientes com 
dengue. Abaixo estão listados os principais motivos 
das contraindicações: 
1. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): 
AINEs como ibuprofeno, naproxeno e ácido 
acetilsalicílico (aspirina) são contraindicados 
em pacientes com suspeita de dengue devido 
ao seu efeito inibitório na agregação 
plaquetária e ao risco de sangramento. Além 
disso, os AINEs podem causar disfunção 
renal, o que pode ser prejudicial para 
pacientes com dengue, já que a doença pode 
causar alterações na função renal. 
2. Corticosteroides: O uso de corticosteroides 
em pacientes com dengue não é 
recomendado, pois não há evidências debenefícios clínicos significativos e há risco de 
efeitos adversos. Corticosteroides podem 
suprimir a resposta imunológica do paciente, 
aumentando o risco de infecções secundárias, 
e podem também mascarar os sinais de alerta 
da dengue grave. 
3. Antibióticos: A dengue é causada por um 
vírus e, portanto, o uso de antibióticos não é 
indicado, exceto em casos de infecções 
bacterianas secundárias comprovadas. O uso 
inadequado de antibióticos pode levar ao 
desenvolvimento de resistência bacteriana e a 
efeitos colaterais desnecessários. 
4. Antivirais: Até o momento, não há antivirais 
específicos aprovados para o tratamento da 
dengue. O uso de antivirais não específicos ou 
não comprovados pode ser ineficaz e causar 
efeitos colaterais indesejados. O manejo da 
dengue é principalmente de suporte, visando 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
10 
controlar os sintomas e prevenir 
complicações. 
5. Medicamentos que podem aumentar a 
pressão arterial: Pacientes com dengue 
podem apresentar hipotensão e, em alguns 
casos, choque devido à perda de líquidos e 
alterações na permeabilidade vascular. 
Portanto, é importante evitar medicamentos 
que possam elevar a pressão arterial, como 
descongestionantes nasais e estimulantes, para 
não agravar a hipotensão e aumentar o risco 
de choque. 
É fundamental que o tratamento da dengue seja 
baseado na avaliação clínica do paciente e na 
evolução dos sintomas. A administração de 
medicações contraindicadas deve ser evitada e o 
manejo clínico deve ser realizado sob orientação 
médica, com monitoramento contínuo do quadro 
clínico. 
Capitulo 6: Dor abdominal na Dengue 
6.1. Fisiopatologia 
A dor abdominal na dengue é um sintoma comum 
e pode variar de leve a grave. A fisiopatologia da dor 
abdominal na dengue não é completamente 
compreendida, mas acredita-se que esteja 
relacionada a uma combinação de fatores, 
incluindo: 
1. Inflamação: A infecção pelo vírus da dengue 
causa uma resposta inflamatória sistêmica no 
organismo. A liberação de citocinas pró-
inflamatórias e outros mediadores 
inflamatórios pode levar à inflamação dos 
órgãos e tecidos abdominais, como o fígado, 
baço, linfonodos e trato gastrointestinal, 
resultando em dor abdominal. 
2. Aumento da permeabilidade vascular: O vírus 
da dengue pode afetar a permeabilidade dos 
vasos sanguíneos, levando ao extravasamento 
de líquidos e proteínas para os espaços 
intersticiais. Esse aumento da permeabilidade 
vascular pode causar edema e inchaço dos 
órgãos abdominais, contribuindo para a dor 
abdominal. 
3. Hepatite: A dengue pode causar hepatite viral, 
levando à inflamação e aumento do fígado 
(hepatomegalia). A hepatite pode resultar em 
dor abdominal, especialmente no quadrante 
superior direito do abdômen, onde o fígado 
está localizado. 
4. Disfunção gastrointestinal: A infecção pelo 
vírus da dengue pode afetar o trato 
gastrointestinal, causando sintomas como 
náuseas, vômitos, diarreia e constipação. 
Esses sintomas podem ser acompanhados de 
dor abdominal devido a espasmos e irritação 
do trato gastrointestinal. 
5. Hipotensão e choque: Em casos graves de 
dengue, como na dengue hemorrágica e na 
síndrome do choque da dengue, a hipotensão 
e o choque podem ocorrer devido à perda de 
líquidos e alterações na permeabilidade 
vascular. A hipotensão e o choque podem 
levar à diminuição do fluxo sanguíneo para os 
órgãos abdominais, resultando em isquemia e 
dor abdominal. 
É importante lembrar que a dor abdominal na 
dengue pode ser um sinal de alerta, indicando um 
possível agravamento do quadro clínico e a evolução 
para formas mais graves da doença, como a dengue 
hemorrágica e a síndrome do choque da dengue. 
Portanto, é crucial monitorar os pacientes com dor 
abdominal e outros sinais de alerta para garantir o 
manejo adequado e prevenir complicações. 
1.1. Importância como sinal de alerta 
A dor abdominal na dengue é considerada um sinal 
de alerta importante, pois pode indicar um 
agravamento do quadro clínico e a evolução para 
formas mais graves da doença, como a dengue 
hemorrágica e a síndrome do choque da dengue. A 
detecção precoce desses sinais de alerta é crucial 
para o manejo adequado e a prevenção de 
complicações que podem ser fatais. 
Além da dor abdominal, outros sinais de alerta na 
dengue incluem: 
1. Vômitos persistentes: A presença de vômitos 
frequentes e contínuos pode indicar 
desidratação e dificultar a reposição de 
líquidos oralmente, aumentando o risco de 
hipovolemia e choque. 
2. Aumento repentino do hematócrito: Um 
aumento significativo no hematócrito pode ser 
um indicativo de hemoconcentração, o que 
sugere uma perda de líquidos para os espaços 
intersticiais e o risco de desenvolver choque. 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
11 
3. Queda abrupta nas plaquetas: A redução 
acentuada da contagem de plaquetas pode 
indicar uma progressão para a dengue 
hemorrágica, aumentando o risco de 
sangramento e complicações. 
4. Sangramento espontâneo: A presença de 
sangramento espontâneo, como 
gengivorragia, epistaxe, hematêmese ou 
melena, pode ser um sinal de dengue 
hemorrágica e aumenta o risco de choque e 
outras complicações. 
5. Letargia ou agitação: Alterações no nível de 
consciência, como letargia ou agitação, podem 
indicar uma progressão para formas mais 
graves da doença e a possibilidade de 
envolvimento do sistema nervoso central. 
6. Dificuldade respiratória: A presença de 
dispneia ou desconforto respiratório pode 
sugerir o desenvolvimento de derrame pleural 
ou edema pulmonar, o que pode ser uma 
complicação grave da dengue. 
Quando um ou mais sinais de alerta são 
identificados em pacientes com dengue, é 
fundamental intensificar o monitoramento e a 
avaliação clínica. A intervenção médica precoce, 
como a administração de líquidos intravenosos e o 
suporte hemodinâmico, pode ajudar a prevenir o 
choque e outras complicações graves. Além disso, 
pacientes com sinais de alerta podem necessitar de 
internação hospitalar para monitoramento e 
tratamento intensivo. 
Capitulo 7: Referências bibliográficas 
As referências bibliográficas sugeridas para 
aprofundar o estudo sobre síndromes febris virais, 
especialmente as arboviroses, e o manejo clínico da 
dengue incluem: 
1. Medicina Interna: Para informações 
detalhadas sobre a dengue e outras 
arboviroses, consulte os livros de medicina 
interna, como "Harrison's Principles of 
Internal Medicine" e "Cecil Textbook of 
Medicine". Estes livros abordam a 
epidemiologia, etiologia, apresentação clínica, 
diagnóstico, tratamento e prevenção de várias 
doenças, incluindo a dengue. 
2. Hematologia: O "Manual e Fundamentos em 
Hematologia" oferece informações sobre a 
plaquetopenia na dengue, incluindo os 
mecanismos subjacentes, as implicações 
clínicas e o manejo da trombocitopenia. 
3. Infectologia: O livro "Veronesi: Tratado de 
Infectologia" aborda as arboviroses, com 
ênfase nas principais etiologias e diferenças 
clínicas entre elas. 
4. Semiologia: O livro "Semiologia Médica" de 
Celmo Celeno Porto e a pasta com vídeo-
aulas "Exame Físico e Semiologia" ajudam na 
compreensão dos sinais e sintomas gerais e 
específicos das arboviroses e na realização do 
exame físico. 
5. Exames complementares: Para informações 
sobre a prova do laço e outros testes 
diagnósticos na dengue, consulte o livro 
"Interpretação de Exames Laboratoriais". Este 
livro fornece informações sobre a realização e 
interpretação de exames complementares, 
bem como as implicações clínicas dos 
resultados. 
6. Webpalestra - Dengue, febre de chikungunya 
e zika vírus: medidas de controle: Assista a 
esta palestra online para aprender sobre as 
estratégias de controle dessas arboviroses, 
incluindo medidas de prevenção e 
tratamento. O vídeo pode ser encontrado no 
seguinte link: https://youtu.be/ZlJKfZTMu3w 
7. Webpalestra - Manejo clínico e classificação 
de risco para dengue, febre de chikungunya e 
zika vírus: Esta palestra online discute o 
manejo clínico e a classificação derisco para 
dengue, febre de chikungunya e zika vírus, 
fornecendo informações valiosas sobre o 
atendimento ao paciente e a tomada de 
decisões clínicas. O vídeo pode ser 
encontrado no seguinte link: 
https://youtu.be/VYJZ8VQkakg 
Estas referências bibliográficas fornecem 
informações abrangentes e atualizadas sobre as 
arboviroses e o manejo clínico da dengue, ajudando 
os profissionais de saúde a aprimorar seus 
conhecimentos e habilidades clínicas no 
diagnóstico, tratamento e prevenção dessas doenças. 
 
 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
12 
Capitulo 8: Perguntas e Respostas 
Questão 1: Entre as seguintes síndromes febris virais causadas por arboviroses, qual delas é caracterizada pela 
presença de exantema maculopapular, artralgia e conjuntivite não purulenta? 
A. Dengue 
B. Febre amarela 
C. Febre do Nilo Ocidental 
D. Chikungunya 
E. Zika vírus 
Resposta: D) Chikungunya 
Justificativa: A febre chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), transmitido 
principalmente pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os sintomas clássicos da doença incluem 
febre, exantema maculopapular, artralgia e conjuntivite não purulenta. Embora a dengue, a febre amarela, a 
febre do Nilo Ocidental e o zika vírus também causem síndromes febris e sejam transmitidos por mosquitos, 
cada uma dessas doenças apresenta um conjunto específico de sinais e sintomas que as diferenciam da 
chikungunya. 
Questão 2: Considerando as principais arboviroses presentes no Brasil, qual das alternativas abaixo descreve 
corretamente as diferenças clínicas entre dengue, chikungunya e zika vírus? 
A. Dengue: hemorragia, dor retro-orbital e mialgia; Chikungunya: exantema maculopapular, artralgia e 
conjuntivite não purulenta; Zika: microcefalia em recém-nascidos e síndrome de Guillain-Barré. 
B. Dengue: exantema maculopapular, artralgia e conjuntivite não purulenta; Chikungunya: hemorragia, dor 
retro-orbital e mialgia; Zika: infecção assintomática e rash cutâneo. 
C. Dengue: dor abdominal intensa, icterícia e insuficiência renal; Chikungunya: hemorragia, dor retro-
orbital e mialgia; Zika: artrite, mialgia e exantema maculopapular. 
D. Dengue: rash cutâneo, artralgia e conjuntivite não purulenta; Chikungunya: hemorragia, dor retro-orbital 
e mialgia; Zika: dor abdominal intensa, icterícia e insuficiência renal. 
Resposta: A) Dengue: hemorragia, dor retro-orbital e mialgia; Chikungunya: exantema maculopapular, artralgia 
e conjuntivite não purulenta; Zika: microcefalia em recém-nascidos e síndrome de Guillain-Barré. 
Justificativa: As principais diferenças clínicas entre as arboviroses em questão são: 
• Dengue: caracterizada por febre, hemorragia (principalmente nos casos mais graves), dor retro-orbital e 
mialgia. 
• Chikungunya: apresenta como principais sintomas febre, exantema maculopapular, artralgia intensa e 
conjuntivite não purulenta. 
• Zika vírus: geralmente causa sintomas mais leves, como febre baixa, rash cutâneo, artralgia e conjuntivite não 
purulenta. No entanto, a infecção pelo zika vírus durante a gravidez está associada à microcefalia em recém-
nascidos, e em alguns casos, pode levar à síndrome de Guillain-Barré. 
Questão 3: Um paciente de 32 anos procura o serviço de saúde com queixa de febre alta, dor de cabeça, dor 
retro-orbital, mialgia e exantema. Com base na apresentação clínica, qual das seguintes doenças é a mais 
provável? 
A. Gripe (Influenza) 
B. Dengue 
C. Febre tifoide 
D. Mononucleose infecciosa 
E. Meningite bacteriana 
Resposta: B) Dengue 
Justificativa: A dengue é uma arbovirose transmitida por mosquitos do gênero Aedes, com alta prevalência em 
áreas tropicais e subtropicais. A apresentação clínica da dengue inclui febre alta, dor de cabeça, dor retro-orbital, 
mialgia e exantema, que são os sintomas relatados pelo paciente. 
Embora as outras doenças mencionadas nas alternativas também possam apresentar febre e dor de cabeça, a 
combinação de febre alta, dor retro-orbital, mialgia e exantema é mais característica da dengue. A gripe 
 
 
CASO 03 SESSÃO TUTORIAL 
 
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geralmente apresenta sintomas respiratórios, a febre tifoide é caracterizada por febre contínua e dor abdominal, 
a mononucleose infecciosa frequentemente apresenta linfadenopatia e amigdalite, e a meningite bacteriana é 
tipicamente acompanhada de rigidez de nuca e fotofobia. 
Questão 4: Um paciente de 25 anos procura o serviço de saúde com sintomas de febre, dor de cabeça, mialgia 
e dor retro-orbital. Ele não apresenta sinais de alarme, como sangramentos ou vômitos persistentes. De acordo 
com a classificação de risco para dengue, em qual categoria esse paciente se enquadra? 
A. Dengue sem sinais de alarme 
B. Dengue com sinais de alarme 
C. Dengue grave 
D. Suspeita de outra doença 
E. Febre hemorrágica da dengue 
Resposta: A) Dengue sem sinais de alarme 
Justificativa: A classificação de risco para dengue é uma ferramenta importante para identificar a gravidade da 
doença e orientar o manejo clínico adequado. De acordo com a descrição do caso, o paciente apresenta 
sintomas típicos de dengue, mas sem sinais de alarme como sangramentos, vômitos persistentes, dor abdominal 
intensa, letargia, hepatomegalia ou alterações nos exames laboratoriais, como trombocitopenia acentuada ou 
elevação dos níveis de hematócrito. Portanto, o paciente se enquadra na categoria de "Dengue sem sinais de 
alarme". 
As outras alternativas não são adequadas neste caso: a opção B (Dengue com sinais de alarme) e C (Dengue 
grave) envolveriam a presença de sinais de alarme ou complicações mais severas, a opção D (Suspeita de outra 
doença) não se aplica, pois, os sintomas são compatíveis com dengue, e a opção E (Febre hemorrágica da 
dengue) refere-se a uma classificação desatualizada que foi substituída pela atual classificação de risco para 
dengue. 
Questão 5: A Prova do Laço é um teste rápido e simples utilizado para avaliar a fragilidade capilar e ajudar no 
diagnóstico de dengue. Qual das seguintes afirmações sobre a Prova do Laço é correta? 
A. A prova é positiva quando há o aparecimento de mais de 10 petéquias em um espaço de 2,5 cm de 
diâmetro. 
B. A prova deve ser realizada apenas em pacientes com suspeita de dengue grave. 
C. A prova deve ser realizada no antebraço do paciente, com a mão elevada acima do nível do coração. 
D. Um resultado negativo na Prova do Laço exclui definitivamente o diagnóstico de dengue. 
E. A prova deve ser realizada inflando um manguito de esfigmomanômetro até a metade da pressão arterial 
sistólica do paciente por 10 minutos. 
Resposta: A) A prova é positiva quando há o aparecimento de mais de 10 petéquias em um espaço de 2,5 cm 
de diâmetro. 
Justificativa: A Prova do Laço é um teste rápido e simples que avalia a fragilidade capilar e pode ser útil no 
diagnóstico de dengue. A prova é realizada inflando um manguito de esfigmomanômetro no braço do paciente 
até a metade da pressão arterial sistólica por um minuto. Após a deflação do manguito, observa-se a presença 
de petéquias (pequenas manchas vermelhas) na pele. A prova é considerada positiva quando há o aparecimento 
de mais de 10 petéquias em um espaço de 2,5 cm de diâmetro. 
As outras alternativas são incorretas: a opção B é falsa, pois a Prova do Laço pode ser realizada em qualquer 
paciente com suspeita de dengue, independentemente da gravidade; a opção C é falsa, pois a prova deve ser 
realizada no braço e não no antebraço do paciente; a opção D é falsa, pois um resultado negativo na Prova do 
Laço não exclui definitivamente o diagnóstico de dengue, já que a prova pode ser negativa em alguns casos; e a 
opção E é falsa, pois o manguito deve ser inflado por apenas um minuto, e não por 10 minutos.

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