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TEMA 3 - AULA 2 - Presunção de Inocência

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Aula 02 – Presunção de Inocência
 
Sabemos que constitucionalmente está previsto no artigo 5º, inciso LVII que nin-
guém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Como se não bastasse, tratados e documentos internacionais trazem previsões 
neste sentido, reafirmando, assim o disposto em nossa Carta Magna. Destacamos a Decla-
ração dos Direitos do Homem (1789), que em seu art. 9º, prevê que todo acusado é consi-
derado inocente até ser declarado culpado; a Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(ONU, 1948), em seu art. 11.1, trazendo a previsão de que todo homem acusado de um ato 
delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido 
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas 
todas as garantias necessárias à sua defesa. E ainda, não menos importante, podemos 
citar a Convenção Americana de Direitos Humanos (Dec. 678/92), em seu artigo 8º, 2º, em 
que traz a previsão de que toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma 
sua inocência enquanto não legalmente comprovada sua culpa.
 Sendo assim, vemos como é vasta a quantidade de previsões que chancelam a 
necessidade de partir da presunção de inocência do acusado.
Posto isso, importante salientarmos que incumbe à acusação o ônus de demons-
trar a culpabilidade do acusado e não ao acusado provar que é inocente. Nesse sentido é 
que caminhou a doutrina tradicional, esclarecendo que caberá a acusação provar os fatos 
constitutivos do seu direito – existência do fato típico, autoria ou participação, nexo de 
causalidade, elemento subjetivo do crime. Incumbe à defesa provar fato impeditivo, modi-
ficativo ou extintivo do direito do autor - excludente de ilicitude ou culpabilidade, causa de 
extinção da punibilidade.
A doutrina atual defende que o ônus da prova é da acusação – existência do fato 
típico, autoria ou participação, nexo de causalidade, elemento subjetivo do crime, ilicitude, 
culpabilidade.
Daí decorrem importantes consequências, como o direito ao silêncio e a impossibi-
lidade de considerar o silêncio em desfavor do réu. Outra consequência: se produzir prova 
para condenação cabe à acusação, não cabe ao réu. Logo, ninguém é obrigado a produzir 
prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere).
E se a acusação não provar? Restando dúvida, o réu deve ser absolvido (in dubio 
pro reo).
Garantismo penal à preferível a absolvição de um culpado do que a condenação 
de um inocente.
In dubio pro reo incide até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Depois 
disso (em revisão criminal, por exemplo), fala-se em in dubio contra reum. O ônus da prova 
na revisão criminal recai sobre o condenado. 
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5 Princípios das Ciências Criminais
Importante enfatizarmos que no processo civil o ônus da prova é totalmente 
diferente.
Art. 344, CPC. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os 
fatos afirmados pelo autor.
Quanto ao ônus da impugnação específica:
Art. 341, CPC. Cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narra-
dos na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados.
Regras do ônus da prova
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor.
Ainda que haja sentença/acórdão condenatório, a regra é a liberdade até o trânsito 
em julgado. Prisão cautelar é excepcional. 
Observe o quadro comparativo:
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Tema 03 - Aula 02 6
Quando à execução provisória da pena privativa de liberdade, se o réu estiver preso 
há a possibilidade de execução da pena antes do transito em julgado da sentença condena-
tória. Atualmente, é pacífica a admissibilidade (súmulas 716 e 717 do STF / Resolução 113 
do CNJ, de 20 de abril de 2010).
Exemplo: sujeito permanece preso cautelarmente há 3 anos. É então condenado 
a 5 anos e recorre. Na pendência desse recurso, a condenação não é definitiva. Não seria 
razoável aguardar o julgamento de todos os recursos para se conceder os benefícios ao 
acusado, como progressão de regime. 
Se o réu estiver solto (execução provisória e condenação em 2ª instância), tivemos 
quatro momentos: 1 - Até 2009, o STF entendia que a presunção da inocência não impedia a 
execução de pena confirmada em segunda instância; 2- Em 2009, no HC 84078, houve uma 
mudança de posição, passando o STF a condicionar a execução da pena ao trânsito em 
julgado da condenação, mas ressalvando a possibilidade de prisão preventiva. Fundamento 
– presunção de inocência (HC 84078/MG. Rel. Min. Eros Grau. j. 05/02/2009); 3 – Em 2016, 
volta à posição inicial, entendendo que a presunção da inocência não impedia a execução 
de pena confirmada em segunda instância. (Habeas Corpus (HC) 126292, na sessão de 
17/02/2016).
Argumentos adotados pelos Ministros
- A partir do esgotamento da matéria fática, que se dá com o julgamento em 2º 
grau, é possível a execução da pena. Não é necessário aguardar o julgamento dos recursos 
constitucionais.
- Impedir a execução provisória privilegia a seletividade do sistema penal, pois 
apenas os ricos recorrem. Pessoas que não têm condições de levar os processos aos tribu-
nais superiores ficam em liberdade. Aquelas que não têm essa condição não podem.
- Aguardar o trânsito em julgado da sentença condenatória fomentava a indevida e 
sucessiva interposição de recursos com propósitos protelatórios, visando, muitas vezes, à 
configuração da prescrição
- O princípio da presunção de inocência tem sentido dinâmico, o seu valor varia com 
o transcurso do feito. No inquérito, é quase absoluto. Depois do julgamento, com a confir-
mação da condenação, esse princípio merece ser flexibilizado, possibilitando a execução 
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provisória
- Em nenhum país do mundo, depois de respeitado o duplo grau de jurisdição, a exe-
cução de uma condenação fica suspensa, aguardando referendo da Corte Suprema
- Estatísticas de 2009 a 2016 – dos Recursos Extraordinários e Recursos Especiais 
ingressados nas cortes superiores, somente 1,7% teve sucesso; ainda assim, a maioria a 
favor da acusação. Apenas 0,48% a favor da defesa, muitas suscitando teses poderiam ser 
deduzidas em habeas corpus 
à A posição vencida se firmava no princípio constitucional da presunção de ino-
cência, segundo o qual ninguém pode ser considerado culpado até o transito em julgado da 
sentença condenatória (art. 5º, 57). 
4 – Em 2019, novamente passaa condicionar a execução da pena ao trânsito em 
julgado da condenação, mas ressalvando a possibilidade de prisão preventiva. Fundamento 
– presunção de inocência ((ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. Marco Aurélio, pleno, j. 07/11/2019).
Sobreveio a Lei 13.964/2019 (pacote “anticrime”), prevendo a execução provisória 
da pena como consequência automática da condenação a pena igual ou superior a 15 anos, 
no Tribunal do Júri. Apenas excepcionalmente o Juiz Presidente do Tribunal do Júri ou o 
Tribunal podem obstar a execução provisória. Confira:
Art. 492.  Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
I – no caso de condenação:
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se 
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de 
condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, 
determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado 
de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vie-
rem a ser interpostos;
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução 
provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, 
se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir 
o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação.
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri 
a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito 
suspensivo.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apela-
ção de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que 
o recurso:
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I - não tem propósito meramente protelatório; e
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação 
da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 
(quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidente-
mente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamen-
te ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões 
da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais 
peças necessárias à compreensão da controvérsia.
Reflexos penais:
Não configuram maus antecedentes/reincidência:
Inquérito policial arquivado
Inquérito policial em andamento
Ação penal com absolvição
Ação penal em curso
Importante salientar que são somente condenações com trânsito em julgado.
Súmula 444 do STJ - “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações 
penais em curso para agravar a pena-base”.
Contudo, o STJ decidiu que é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações 
penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, 
de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006.STJ. 3ª 
Seção. REsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596).
Outrossim, “conforme pacífica jurisprudência desta Corte, a preservação da ordem 
pública justifica a imposição da prisão preventiva quando o agente possuir maus antece-
dentes, reincidência, atos infracionais pretéritos, inquéritos ou mesmo ações penais em 
curso, porquanto tais circunstâncias denotam sua contumácia delitiva e, por via de conse-
quência, sua periculosidade” (RHC 121866/AL, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, 6ª T., j. 
11/02/2020, v.u.).
Desde a Revolução Francesa, em 1789, tornou-se expresso, através da De-
claração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que todo acusado deve ser 
presumido inocente, até que seja declarado culpado (art. 9º). De igual modo, 
após os horrores do regime fascista e com o fim da Segunda Guerra Mundial, 
a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948) consagrou o 
princípio da presunção de inocência ao estabelecer que “toda pessoa acu-
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sada de delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não se 
prova sua culpabilidade, de acordo com a lei e em processo público no qual 
se assegurem todas as garantias necessárias para sua defesa” (art. 11)1.
Refletindo as declarações internacionais de direitos humanos, a Constitui-
ção brasileira consagra o princípio em seu artigo 5º, inciso LVII, segundo o 
qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória”2. A norma, porém, ao longo dos anos tem gerado 
distintas interpretações quanto ao seu alcance e, sobremaneira, quanto às 
suas repercussões práticas, como, por exemplo, a discussão em torno do 
início do cumprimento da pena, resultante de processo criminal.
O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o dispositivo, declarou constitu-
cional o artigo 283 do Código de Processo Penal, segundo o qual: “ninguém 
poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-
mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do pro-
cesso, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”.
A muito esperada e histórica decisão da Corte deu-se no julgamento das 
Ações Declaratórias de Constitucionalidade nº 43, 44 e 54, de relatoria do 
ministro Marco Aurélio de Mello, ao final do qual se concluiu que o início do 
cumprimento da pena deve ocorrer tão somente após o trânsito em julgado 
da condenação criminal.
O julgamento pretende encerrar, ao menos por ora, um ciclo de idas e vindas 
do entendimento jurisprudencial do STF, agora marcado por uma decisão de 
âmbito abstrato e efeito  erga omnes,  diversamente dos posicionamentos 
anteriores, manifestados em sede de  habeas corpus,  de impacto 
sabidamente mais restrito.
O debate em torno do princípio da presunção de inocência e da possibilida-
de do cumprimento provisório da pena é fértil, contrapondo juristas, acadê-
micos e cidadãos em geral. De sorte que, mais do que simplesmente relatar 
um julgamento que esteve sob os olhos e sob a atenção do país, como foi o 
pronunciamento da Suprema Corte nas supracitadas ADCs, faz-se relevante 
pontuar algumas premissas e considerações para a melhor compreensão 
do alcance e do significado da decisão do Supremo Tribunal Federal. É o que 
se propõe nessas breves linhas.
A primeira nota digna de registro é que o Supremo não é - nem deveria ser 
- um representante do clamor popular, mas um intérprete qualificado da 
Constituição da República. Há certa incompreensão em torno do papel ins-
titucional do Supremo Tribunal Federal. As Cortes, diversamente dos Parla-
mentos, não são poderes eleitos, destinados a representar a vontade popu-
lar por meio de políticas públicas e sujeitas ao accountabillity das urnas.
Código Penal 
LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
Código de Processo Penal
Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941.
PARA LEITURA DO TEXTO
NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI:
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https://www.conjur.com.br/2019-dez-22/constituicao-alcance-significado-principio-presuncao-inocencia
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocumenthttps://www.conjur.com.br/2019-dez-22/constituicao-alcance-significado-principio-presuncao-inocencia
Tema 03 - Aula 02 10
Constituição Federal 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMI-
NISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. PRISÃO PREVENTIVA. SUPRESSÃO DE VENCIMENTOS. 
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA E DA IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. 
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A decisão agravada está em con-
sonância com a jurisprudência desta Corte, firmada no sentido de que viola os princípios da 
presunção de inocência e da irredutibilidade de vencimentos a suspensão do pagamento 
em vista das faltas ao serviço decorrentes da prisão cautelar. Precedentes. 2. Agravo regi-
mental a que se nega provimento. (STF – AgR ARE: 1019720 SP – SÃO PAULO, Relator: Min. 
EDSON FACHIN, Data de Julgamento: 29/11/2019, Segunda Turma, Data de Publicação: 
DJe-275 12-12-2019)
ALVES, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal (Parte geral e parte especial). Salva-
dor: Editora Juspodivm, 2020.
BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 
18/03/2020.
BRASIL. Lei nº 3.869, de 03 e outubro de 1941. Código de Processo Penal. Dis-
ponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm>. Acesso em 
18/03/2020.
BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Disponível em: < http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm>.Acesso em 18/03/2020.
NUCCI, Guilherme de Souza, Princípios Constitucionais Penais e Processuais 
Penais. 4. ed. Rio de janeiro: Forense, 2015. 
  
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11 Princípios das Ciências Criminais
NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 16. ed. Rio de Janeiro: Fo-
rense, 2016 – nota 1G do art. 1º  
  
NUCCI, Guilherme de Souza, Curso de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
Vol. 1. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Direitos Humanos Versus Segurança Pública. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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