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POSTAGEM 1 - PRÁTICA DE ENSINO TRAJETÓRIA DA PRÁXIS POSTAGEM 1

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LICENCIATURA EM LETRAS INGLÊS 
 
PRÁTICA DE ENSINO: TRAJETÓRIA DA PRÁXIS (PE:TP) 
 
 
 
 
 
 
POSTAGEM 1 
ATIVIDADE 1 – TEXTO DISSERTATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REALIDADE EDUCACIONAL BRASILEIRA 
Já se tornou consenso tanto pela ciência quanto pela empiria que a ordem social nem sempre é 
estável ou coesa. Assim, o contexto em que se insere a violência sofrida por professores dentro 
do descrenço ambiente educativo brasileiro é a base das falhas de nossas maiores estruturas 
cidadãs. Em termos avaliativos a educação brasileira figura sempre entre as últimas posições 
em rankings globais. Entretanto, não trata-se exclusivamente de uma questão hodierna, o 
pessímo gerenciamento de políticas públicas e a segregação social dentro de ambientes comuns 
é algo datado do período imperial brasileiro. 
A violência sofrida e relatada pelo Professor André apresenta os sinais clássicos da falência do 
sistema educacional brasileiro. O aluno envolvido no episódio, advém de uma classe 
marginalizada e subjulgada da sociedade. Os negros, dentro da história do Brasil, sofreram 
após a abolição da escravidão uma derrocada para a sarjeta e mazelas dos grandes centros 
urbanos, as chamadas periferias. Ali assentou-se uma cultura de abandono, descaso e 
subumanidade que perpetua até os dias atuais. Jamais colocou-se em prática um plano real de 
inserção educacional, social e política de tais cidadãos. Hoje criminaliza-se o racismo em suas 
diversas formas, mas o racismo institucional permanece intacto. 
O início da formação social de qualquer cidadão é sempre através da familía e do núcleo social 
próximo. O fato do aluno em específico não ter uma base familiar sólida, e fazer parte de um 
círculo intimo abarrotado de más influências é um fator de peso mas não determinante. Deve 
se pontuar também que a forma como o aluno Carlos foi tratado durante toda sua vida e que 
culminou às vias de fato é resultado do mal gerenciamento das políticas públicas de acesso à 
educação. O fato de ter sido aprovado através dos anos sem uma base real de conhecimento 
comprova a negligência do Estado com o direito mais básico do ser humano que é a educação. 
Se a educação e a dignidade humana o foi negado durante toda a vida, que outro 
comportamento poderia se esperar do aluno em sala de aula além do apresentado? 
A forma como a escola lidou com a denúncia feita demonstra como educadores e educandos 
se tornaram reféns de uma sociedade desigual e racista. O fato do aluno desde os primeiros 
momentos ter sido rotulado como problema e violento mas nunca como alguém passível de 
correção é resultado desse racismo intransigente. O Brasil possuí hoje uma população 
carcerária de 725 mil pessoas, entre os presos 61,7% assim como Carlos são negros ou pardos. 
O Estatuto da criança e do adolescente, vale pontuar, é um documento de suma importância e 
legalidade. Garante aos educandos, e a alunos como Carlos, os preceitos mais básicos que lhe 
foram negados durante a vida. 
A sociologia, as ciências sociais e o serviço social são campos importantes para a formulação 
de vias adequadas para tratar esses e outros casos de violência e indisciplina. Deve se levar em 
conta a estruturação racial ao qual o Brasil foi construido, a forma como os indivíduos estão 
costumados a serem tratados e a falência do modelo educacional brasileiro. O aluno Carlos a 
esse momento já teve o seu destino selado junto a população carcerária, mas é fato irrefutável 
que a base de sua construção como cidadão foi falha, ineficiente e apoiada nos pilares do 
racismo.

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