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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FLÁVIA FERNANDES DE QUEIROZ RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO: COMO O CLIMA ORGANIZACIONAL INFLUENCIA NO TRABALHO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO. MATINS, RN 2021 Flávia Fernandes de Queiroz RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO: COMO O CLIMA ORGANIZACIONAL INFLUENCIA NO TRABALHO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do curso de Administração a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração Pública. Orientadora: Matilde Medeiros de Araújo, D. Sc. Tutora: Maira Medeiros de Araújo, M. Sc. MARTINS, RN 2021 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Queiroz, Flávia Fernandes de. Relações interpessoais no ambiente de trabalho: como o clima organizacional influencia no trabalho do funcionário público / Flávia Fernandes de Queiroz. - 2021. 51f.: il. Monografia (Graduação em Administração Pública) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Curso de Administração Pública. Natal, RN, 2021. Orientador: Prof. Dra. Matilde Medeiros de Araújo. Coorientadora: Tutora Me. Maíra Medeiros de Araújo. 1. Clima Organizacional - Monografia. 2. Relações Interpessoais - Monografia. 3. Motivação - Monografia. I. Araújo, Matilde Medeiros de. II. Araújo, Maíra Medeiros de. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 35:658.3 Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355 Flávia Fernandes de Queiroz RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO: COMO O CLIMA ORGANIZACIONAL INFLUENCIA NO TRABALHO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO. Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, composta pelos seguintes membros: Aprovada em: ____/_____/____ _____________________________________________________________ Prof. Dra. Matilde Medeiros de Araújo, Dra. Sc. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Orientadora _____________________________________________________________ Prof. Daniel Araújo Martins, Dr. Sc. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro _____________________________________________________________ Prof. Bernardino Galdino de Sena Neto, M. Sc. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele eu não teria chegado até aqui. Todo entendimento e sabedoria vem dEle. Aos meus pais, esposo e toda minha família por ter me apoiado e me incentivado em todos os momentos. AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho não seria possível sem a ajuda de algumas pessoas especiais. Por isso, ofereço meus sinceros agradecimentos: A Deus, por estar comigo e ter me ajudado a concluir este trabalho. À minha família e ao meu esposo por me conceder todo o apoio necessário, pela compreensão e incentivo. Aos meus colegas de faculdade que estiveram esses quatro anos juntos e contribuíram nos estudos e na busca por conhecimento. Em especial ao grupo de estudo da minha cidade que são: Alex Mateus Soares de Oliveira, Camila Maria de Queiroz, Hugo Barreto de Queiroz Fernandes. A Larissa Queiroz e Thais Gomes que estiveram presente nos momentos de dificuldade, me ajudando e contribuindo da melhor forma possível. A minha professora orientadora, Matilde Araújo de Medeiros, D. Sc. que me auxiliou na elaboração deste trabalho. A todos aqueles que sempre acreditaram em mim e contribuíram para a realização desta pesquisa. RESUMO Este trabalho tem como finalidade entender as relações interpessoais no ambiente de trabalho e como o clima organizacional influencia no trabalho do funcionário público. Buscando de forma geral, analisar a problemática sobre o clima organizacional, a partir da percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos – RN. A metodologia pautou-se através de uma pesquisa documental (artigos, documentos científicos, livros) para a revisão bibliográfica e através de um questionário, aplicado pelo google forms a uma amostra de 35 (trinta e cinco) funcionários, através de uma pesquisa quantitativa e utilizando o método descritivo para a análise dos resultados. Os resultados levaram a conclusão de que a organização é considerada um bom lugar para trabalhar e que o trabalho traz benefícios para outras pessoas. Portanto, há alguns pontos a ser melhorados e analisados, como o relacionamento entre os funcionários, a valorização pela organização e liberdade para dar opiniões. Fatores como a falta de reconhecimento, impossibilidade de crescimento e salário são motivos de se sentirem desmotivados. Para isso, é importante que haja motivação e estratégias de os manter motivados, capacitando-os e valorizando-os. Palavras-chave: Clima organizacional, relações interpessoais, motivação, servidores. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8 1.1 CONTEXTO E PROBLEMA ............................................................................................. 8 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 9 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 9 1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 9 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ...................................................................................... 10 1.4 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 11 2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 13 2.1 CLIMA ORGANIZACIONAL ........................................................................................ 13 2.2 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ....................................................................... 15 2.3 VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL COMO FATOR MOTIVACIONAL. .................... 16 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 19 3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................................... 19 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .......................................................................................... 19 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ................................................................................... 20 3.4 COLETA DE DADOS ..................................................................................................... 21 3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS .................................................................... 21 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... 23 4.1 DADOS PESSOAIS ......................................................................................................... 23 4.2 AUTONOMIA.................................................................................................................. 26 4.3 REALIZAÇÃO PROFISSIONAL .................................................................................... 28 4.4 QUANTIDADE E QUALIDADE DE TRABALHO ....................................................... 29 4.5 COMUNICAÇÃO ............................................................................................................ 31 4.6 REMUNERAÇÃO ........................................................................................................... 32 4.7 CARREIRA ...................................................................................................................... 33 4.8 RELACIONAMENTOS COM A CHEFIA ..................................................................... 34 4.9 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ....................................................................... 36 4.9.1 VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL ............................................................................. 37 4.9.2 TRABALHO EM EQUIPE ........................................................................................... 38 4.9.3 IMAGEM DA ORGANIZAÇÃO .................................................................................. 39 4.9.4 FATORES MOTIVACIONAIS/FATORES DESMOTIVADORES ............................ 40 5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 42 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 44 APÊNDICES ......................................................................................................................... 46 QUESTIONÁRIO ................................................................................................................. 47 8 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTO E PROBLEMA As organizações são formadas por profissionais com diferentes vivencias. Elas carregam em sua jornada experiências particulares e que junto a sua equipe busca a ideia principal de crescer e se relacionar de forma saudável no ambiente de trabalho. A maneira como os gestores e servidores se comunica dentro de uma organização pode refletir positivamente ou negativamente no trabalho servido a sociedade e nas tarefas realizadas internamente. Nos dias atuais com o aumento da globalização, o acesso aos meios de comunicação e o uso da internet acelerado, as pessoas vêm se mantendo cada dia mais informadas e preparadas, buscando sua realização profissional, motivação e relações fortes com pessoas capacitadas. É de grande importância que o assunto clima organizacional e relações interpessoais recebam mais atenção por parte dos líderes e das equipes. Essa falta de um bom convívio no ambiente de trabalho traz percas para as organizações. Profissionais capacitados podem ir em busca de trabalhar em outras organizações, empresas ou até mesmo de trabalhar de forma autônoma, buscando crescimento e valorização profissional e pessoal. Diante disso, o presente trabalho trata-se de uma pesquisa que está sendo caracterizada por meio de uma análise de levantamentos documentais (artigos, documentos científicos, livros) e é voltada para conhecer sobre as relações interpessoais no ambiente de trabalho e como o clima organizacional influencia no trabalho do funcionário público. A problemática em questão foi investigada na prefeitura municipal (Centro Administrativo Renato Estevão de Freitas), do município de Serrinha dos Pintos/RN que fica localizado no interior do estado do Rio grande do Norte, na região Oeste, mais especificamente na microrregião de Umarizal, e segundo o IBGE (2017), conta com a população 4.540 pessoas com densidade demográfica de 37,02 hab/km² e com uma área territorial, de 122,375 km². Após a emancipação política do município, ocorrida no ano de 1993, houve crescimento econômico e geração de empregos principalmente no setor público, além do aumento do trabalho autônomo. A organização pública municipal de Serrinha dos Pintos/RN, começou a 9 funcionar em 1º de janeiro de 1997 com o total de três concursos até aqui, sendo que a realização do 1º concurso foi em 1998, o 2º em 2000 e em 2001 foi inaugurada a nova sede, realizando assim, o 3º concurso em 2011. A prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN conta hoje com uma equipe de 160 funcionários efetivos, 39 comissionados, 15 temporários, 7 eletivo e com uma faixa de mais ou menos 100 contratos. Diante de todo esse histórico organizacional, “qual a percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos – RN sobre o clima organizacional?” 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral • Analisar o clima organizacional, a partir da percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos – RN. 1.2.2 Objetivos Específicos • Caracterizar o perfil dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos; • Analisar a percepção dos servidores sobre as variáveis relativas ao clima organizacional; • Identificar os fatores motivacionais e de desmotivação dos servidores. 10 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO O presente trabalho parte do princípio de que toda e qualquer organização pública, bem como seus gestores devem ser mais cuidadosos, presentes, dinâmicos e incentivadores dos seus funcionários. Buscando ajudar nas tomadas de decisões, estabelecendo formas e métodos para melhorar o relacionamento interpessoal entre a equipe, para que assim, o clima organizacional se torne agradável e igualitário para todos. Esse estudo contribuiu para o enriquecimento do aprendizado pessoal, trazendo, através de grandes autores da área da administração (Chiavenato, Robbins), conhecimentos claros e abrangentes sobre clima organizacional e todo o contexto envolvido no trabalho. Através disso, foi possível entender a importância desse assunto para o meio social, pois o indivíduo ao entrar em contato num ambiente de trabalho e com pessoas que compõem esse espaço, começa a aprender, a ser influenciado e seguir seus valores e comportamento profissional. Por isso, é necessário que o estudo desse tema tenha impacto na sociedade de forma positiva e no meio acadêmico, formando profissionais preparados para se relacionar e crescer na área, sendo possível, através de sua preparação acadêmica, se tornar mentores para diversas áreas de atuação. É importante que haja valorização profissional, tendo em vista que o avanço das Tecnologias de Informação vem trazendo a ideia de substituição de pessoas por máquinas, isso causa susto nos profissionais que buscam se qualificar para melhor exercer seu trabalho dentro de um órgão. Sendo assim, chefes e gestores devem buscar sempre afirmar a importância das pessoas, dos relacionamentos e da empatia atualmente e não somente se preocupar com a tarefa de forma isolada. É necessário que as organizações tenham conhecimento dos princípios administrativos. De acordo com o Art. 2o da Lei nº 9.784 de 1999 (BRASIL, 1999) que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”, buscando-os colocar em prática, pois os mesmos traçam vetores direcionais para os atos do administrador, os quais norteiam um bom andamento das atividades 11 prestadas e principalmente que haja planejamento, dedicação e transparência junto a equipe, pois só assim é possível desenvolver um trabalho com êxito. Quanto à justificativa teórica, observou-se na revisão da literatura realizada nos repositórios de artigos e trabalhos acadêmicos quenão existe pesquisa realizada sobre Clima Organizacional na Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos, o que demonstra uma lacuna a ser preenchida com a presente pesquisa. 1.4 APRESENTAÇÃO Através das experiências profissionais é possível identificar que há uma grande dificuldade de se manter motivado dentro de um ambiente pesado e com relacionamentos difíceis. Levando em consideração a importância das relações interpessoais no ambiente de trabalho e um clima organizacional saudável e favorável, desenvolveu-se esse trabalho com o intuito de trazer mais conhecimento e respostas de acordo com a percepção do funcionário público da prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN. Está presente pesquisa está dividida em cinco capítulos. No primeiro é apresentada a Parte Introdutória, na qual estão presentes elementos como a apresentação do trabalho, sua contextualização e problema, o objetivo geral e os objetivos específicos, além da justificativa do estudo. O segundo capítulo apresenta a Revisão da Literatura, com tópicos sobre clima organizacional, relacionamento interpessoal e valorização profissional como fator motivacional. Já no capítulo 3, aborda-se os procedimentos metodológicos, identificando-se o tipo de pesquisa, a população e a amostra, instrumento de pesquisa, coleta de dados e a forma de tratamento e análise de dados. O quarto capítulo traz a Análise e discussão dos resultados com tópicos que mostra os dados tabulados sobre dados pessoais, autonomia, realização profissional, quantidade e qualidade de trabalho, comunicação, remuneração, carreira, relacionamento com a chefia, relacionamento interpessoal, valorização profissional, trabalho em equipe, imagem da organização e fatores motivacionais/fatores desmotivadores. 12 O último capítulo trata das Conclusões, assim como expõe também os objetivos atingidos, a contribuição do trabalho e importância para trabalhos futuros, sugerindo novas pesquisas. As Referências Bibliográficas apresentam as obras, os autores e fontes, em geral, que serviram de embasamento teórico para este trabalho. Por fim, tem-se o Apêndice, no qual está presente o instrumento utilizado para a coleta dos dados. 13 2 REVISÃO DA LITERATURA Nos dias atuais muito se fala sobre saúde mental, sobre trabalhar onde se sente feliz e realizado. Muitas vezes é possível ver profissionais deixando suas carreiras, sejam em empresas privadas ou públicas, por não se sentirem bem, para assim, ir em busca do que realmente ama, mesmo que não tenha nada a ver com sua formação. Um ambiente de trabalho favorável, com boas instalações, com equipes capacitadas e preparadas para lidar com pessoas, com uma relação saudável entre os colegas, é um sonho para todo profissional. Sendo assim, foi pensando nisso que se buscou embasamento teórico sobre clima organizacional, relacionamento interpessoal e valorização profissional como fator motivacional para se discutir sobre a problemática. 2.1 CLIMA ORGANIZACIONAL Ao fazer parte de uma organização é preciso conhecer, sincronizar e se adaptar aos valores, a missão e a cultura da instituição. Antes de observar o clima organizacional de uma instituição, as pessoas conhecem primeiro a cultura organizacional mesmo antes de fazer parte da equipe. É o que define a organização, o que faz ela ser diferente dos outros órgãos. Robbins (2005, p. 393) explica que “Uma cultura organizacional é formada por características relativamente estáveis. Ela se desenvolve ao longo de muitos anos e tem suas raízes em valores profundamente arraigados, com os quais os funcionários sentem um forte comprometimento.” A partir do momento em que o funcionário decide fazer parte daquele grupo, ele precisa seguir os padrões e se comportar como o mesmo gosta e determina, passando a compartilhar, a aprender e a agregar-se a ele. Para Facco et al. (2012, p. 3) Para compreender o clima organizacional torna-se necessário entender o conceito de cultura organizacional. O conceito de cultura organizacional está intimamente ligado ao conceito de cultura, porém em uma escala micro e delimitada por um ambiente empresarial. Nesse sentido, a cultura organizacional estaria relacionada ao conjunto de valores, crenças, hábitos, costumes existentes no ambiente empresarial, onde, por 14 influência de seu corpo de funcionários, estaria em constante transformação, ao mesmo tempo que estaria transformando os indivíduos envolvidos nesse ambiente. Com isso, é possível ver que esse conceito traz a ideia/entendimento de que a cultura organizacional é construída pelo comportamento organizacional, ou seja, como as pessoas estão agindo dentro da organização. É o comportamento que constrói o ambiente de trabalho através das pessoas que estão ali inseridas, influenciando diretamente na motivação e na eficácia do trabalho. Robbins (2005, p. 6) diz que: O comportamento organizacional se preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como este comportamento afeta o desempenho das empresas. Como este estudo está voltado especificamente para situações relacionadas ao emprego, enfatiza-se o comportamento relativo a funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, produtividade, desempenho humano e administração. Depois desse entendimento, é importante saber o que é clima organizacional, já que um está diretamente ligado ao outro. Assim, partindo da premissa de que a maioria das pessoas vivem para seus trabalhos e dedicam seu tempo a ele, é importante destacar que o clima organizacional age diretamente no desenvolvimento, na prestação de serviços, na saúde mental e no bem-estar dos funcionários. Para tornar o tema mais compreensível, recorre-se a Gomes et al. (2014, p. 2) para esclarecer que: Clima organizacional é um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização. É um conjunto de atitudes ou valores que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com a organização. Dessa forma, entende-se que o clima organizacional também é a qualidade do ambiente de trabalho, sendo essa qualidade boa ou ruim, influenciando seu comportamento. O clima organizacional torna o funcionário comprometido ou não com a organização. Quando é bom torna o funcionário disposto, dedicado, feliz e grato por fazer parte da equipe e de todo o corpo institucional. É importante que o líder tenha consciência do seu papel diante da equipe, sabendo que é extremamente responsável pela valorização e reconhecimento das pessoas que formam a organização. De Paula, et al (2011, p. 4) explica que o clima organizacional pode causar impacto na qualidade dos serviços. Diz ainda que, a maioria das vezes os problemas com os clientes não estão diretamente ligados aos funcionários, mas sim são resultados do contexto em que eles 15 estão inseridos, nas falhas da empresa, porém, ela não enxerga isso. É importante que haja investimento em gestão de pessoas, que o ambiente seja favorável, que os recursos sejam necessários e que as pessoas estejam preparadas para exercer seu trabalho com qualidade e recursos suficientes. 2.2 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL A globalização, o aumento dos meios de comunicação, a facilidade e o acesso mais frequentes das pessoas nas redes sociais trazem, para os relacionamentos interpessoais, de convivência, do dia a dia um impacto grande e notório. Segundo Robbins (2005, p. 19) Para muitos funcionários, a informatização, a Internet e as redes internas ligando computadores dentro das empresas e entre empresas geraram um ambiente de trabalho diferente do usual — o que poderíamos chamar de organização interconectada. Ela permite que as pessoas se comuniquem e trabalhem juntas mesmo que estejam em localidades distantes uma da outra. E isso vai se transformandoem um hábito/costume de se relacionar somente por meios eletrônicos, trazendo uma dificuldade ainda maior para as pessoas conviverem em um mesmo ambiente fisicamente. Robbins (2005, p. 19) continua dizendo que: O trabalho do administrador em uma organização interconectada é diferente do tradicional, especialmente no que diz respeito à gestão de pessoas. Motivar e liderar pessoas, por exemplo, e tomar decisões colaborativas "on-line" são atividades que requerem técnicas diversas daquelas empregadas quando os indivíduos estão fisicamente presentes. E essas mudanças chegam com um impacto na vida das pessoas, exigindo que elas cada dia mais estejam emocionalmente e tecnicamente preparadas. De acordo com Chiavenato (2008, p. 2) “a história da Gestão de Pessoas é relativamente recente. Na verdade, tudo começou com a Revolução Industrial e veio desaguar em nossos dias com força total.” 16 É de extrema importância que as organizações e seus gestores invistam nos seus funcionários, treinando-os, motivando-os e através das suas próprias atitudes mostrando-os a importância de um bom convívio e incentivo dentro da equipe, fazendo-os valorizar a presença dos seus colegas para que possam se ajudar dentro da instituição. Chiavenato (2008, p. 4) ainda diz que: Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações estão mudando os seus conceitos e alterando as suas práticas gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão investindo nas pessoas que entendem deles e que sabem como cria-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá- los. Em vez de investirem diretamente nos clientes, elas estão investindo nas pessoas que os atendem e os servem e que sabem como satisfazê-los e encantá-los. (CHIAVENATO, 2008, p. 4) Acredita-se que o próprio corpo de trabalhadores dentro de uma organização publica sinta a carência de um bom relacionamento e de investimentos nessa área dentro do ambiente de trabalho. De acordo com Gomes, et.al. (2014, p. 7) O relacionamento interpessoal é primordial em qualquer organização, são as pessoas que movem os negócios, lucros e todo bom resultado, por isso é importante investir nas relações humanas. A valorização de colaboradores é uma prática que deve ser constante de todo líder ou gestor, pois através de suas ações pode se influenciar cada profissional. Colaboradores desvalorizados se desmotivam facilmente, perdendo o foco, tendo diminuição na produtividade, afetando o bom andamento da empresa. Para manter boas relações interpessoais no ambiente organizacional é necessário que o gestor invista em relacionamentos saudáveis, conhecer bem seus colaboradores, promover o desempenho de equipe, resolver conflitos. Não se deve esquecer que os bons resultados só serão possíveis de ter se a equipe estiver se sentindo valorizada, com condições de trabalho dignas e de respeito. 2.3 VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL COMO FATOR MOTIVACIONAL. 17 Motivar o profissional dentro do serviço, tem a ver com reconhecer e fortalecer os pontos fortes dessas pessoas. “Motivação (do latim movere = mover) é o conceito mais associado com a perspectiva microscópica do comportamento organizacional (CO). significa impulsionar e dinamizar as pessoas.” (CHIAVENATO, 2005, p. 12). A conversa, o diálogo, a busca em saber como a pessoa se sente em relação a seu cargo/função dentro da instituição, precisa ser trabalhado nos gestores. “o clima organizacional influência o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado.” (GOMES et al, 2014, p. 3). Além disso, os profissionais precisam buscar ter um convívio harmônico e respeitar a individualidade das pessoas independente da sua cultura, religião, opiniões e comportamentos. É algo que precisa ser trabalhado e para isso é fundamental basear os relacionamentos interpessoais em pilares. Relacionamento interpessoal pode ser conhecido pelo conhecimento das relações internas entre si próprio, ou com seu eu interior. Nessa categoria podemos falar de autoconhecimento, autorreflexão a fim de estudar os sentimentos e emoções, empatia, assertividade, cordialidade e ética. (GOMES et al, 2014, p. 5) Isso significa que o ser humano precisa se conhecer, praticar e aprender a se relacionar com si próprio, para assim conseguir lidar com as situações externas que envolvem outras pessoas. Luz (2003, p. 46, 47), acrescenta e fala das três formas do clima se revelar, sendo ele bom (favorável), prejudicado (desfavorável) e ruim (neutro). O clima organizacional se destaca como bom quando existe por parte dos funcionários, motivação e entusiasmo. Prejudicado quando os comportamentos são de forma negativas, afetam o entusiasmo das pessoas e ruim quando não apresenta interesse ou motivação, afetando assim sua produtividade. Junior e Oliveira (2009, p.4) descrevem que: Motivação representa o conjunto de fatores psicológicos que agem entre si determinando a conduta de um indivíduo. O ser humano motivado apresenta maior comprometimento com a organização onde trabalha, portanto, conhecer a dinâmica de motivação no trabalho de seus colaboradores oferece a oportunidade da intervenção objetiva no processo de gestão de pessoal visando compatibilizar a produtividade dos talentos aos objetivos organizacionais. 18 A motivação é um fator importante para o desenvolvimento de tarefas, metas, objetivos e atividades. O esforço das pessoas está diretamente ligado ao estado emocional, físico e como seus chefes os tratam dentro da organização. Robbins (2005, p. 132), define motivação como “o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.” Existem várias definições sobre a motivação. Assim como os autores tem seus pontos de vista diferentes, as pessoas as quais fazem parte de uma organização também. Há quem sinta essa necessidade de sentir-se motivado e há quem não se importe com isso, é o momento em que o serviço se torna robotizado, quando o trabalhador vai para o serviço apenas para cumprir com a carga horaria, fazer o que é necessário e garantir o salário no final do mês. Para isso, Chiavenato (2005) diz que: Motivação não é um traço de personalidade. Ela é o resultado da interação da pessoa com a situação que a envolve. As pessoas diferem quanto ao seu impulso motivacional básico e o mesmo individuo pode ter diferentes níveis de motivação que variam ao longo do tempo. A pessoa pode estar mais motivada em um momento e menos em outra ocasião. A conclusão é que o nível de motivação varia entre as pessoas e em uma mesma pessoa através do tempo. Além das diferenças individuais, existem as variações no mesmo indivíduo em função do momento e da situação. (CHIAVENATO, 2005, p. 11) Com isso, o sentimento de motivação pode estar relacionado com a vida pessoal, profissional, financeira e diversos outros fatores. 19 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 TIPO DE PESQUISA A pesquisa é voltada para conhecer sobre as relações interpessoais no ambiente de trabalho e como o clima organizacional influencia no trabalho do funcionário público. A problemática em questão foi investigada na prefeitura municipal (Centro Administrativo Renato Estevão de Freitas), do município de Serrinha dos Pintos/RN. Prodanov e Freitas (2013, p. 49) define pesquisa científica como “a realização de um estudo planejado, sendo o método de abordagem do problema o que caracteriza o aspecto científico da investigação. Sua finalidade é descobrir respostas para questões mediante a aplicação do método científico.” Quanto aos meios a pesquisa se constituirá por um estudo de caso que de acordo com Gil (2008, p 77), O estudo de caso vem sendo utilizado com frequência cada vez maior pelos pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas comdiferentes propósitos, tais como: a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos. Já quanto a finalidade da pesquisa, a mesma pode ser classificada como descritiva, pois busca analisar o clima organizacional, a partir da percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos – RN. Tendo em vista que, como define Gil (2008, p. 28), “As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 20 A pesquisa foi feita com os servidores públicos da prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN. O número total que compõe a população da pesquisa são de 50 (cinquenta) funcionários. Apesar de ter mais servidores, foi colhida uma amostra aleatória com apenas os funcionários que se dispuseram a responder, no total de 35 (trinta e cinco) pessoas, através de um estudo de caso, no qual foram extraídas as informações e os dados necessários e importantes para o desenvolvimento do trabalho. 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA Nesta pesquisa foi usado um questionário que se aplicou a uma amostra de funcionários da Prefeitura Municipal do município de Serrinha dos Pintos/RN. Segundo Prodanov e De Freitas (2013, p. 108), “O questionário é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante (respondente). O questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados.” O questionário foi elaborado com junção de perguntas tiradas da internet de vários questionários e foi enviado para as pessoas e aplicado através do celular, via WhatsApp, onde os funcionários responderam e retornaram para o pesquisador. Isso foi aplicado como instrumento de fonte de informações para análise da percepção dos servidores sobre relações interpessoais no ambiente de trabalho considerando os fatores organizacionais, emocionais e motivacionais. As perguntas foram elaboradas e divididas por tópicos, que são: Dados pessoais, autonomia, realização profissional, quantidade e qualidade de trabalho, comunicação, remuneração, carreira, relacionamentos com a chefia, relacionamento interpessoal, valorização profissional, trabalho em equipe, imagem da organização e fatores motivacionais/fatores desmotivadores. 21 3.4 COLETA DE DADOS A abordagem desse estudo foi dada através de uma pesquisa quantitativa, que de acordo com Zanella, Liane Carly Hermes (2006, p. 31) “A pesquisa quantitativa tem como finalidade medir relações entre as variáveis. No estudo quantitativo, o pesquisador parte de um plano preestabelecido, com hipóteses e variáveis claramente definidas, e procura medir e quantificar os resultados da investigação, elaborando-os em dados estatísticos.” Neste trabalho foi utilizado um questionário feito de forma estruturada com 22 perguntas fechadas de múltipla escolha, em escalas que foram tratadas por: sempre/quase sempre/raramente/nunca/não tenho opinião. Outras perguntas são tratadas por: sim/não/mais ou menos. Outras por: sim/não, muito/pouco/mais ou menos. Adequadamente/razoavelmente/inadequadamente. Adequado/razoável/inadequado e na última questão foi utilizado o método opcional onde as pessoas podiam marcar quantas opções se identificassem. As questões fechadas foram apresentadas por dados tabulados em gráficos e posteriormente com a análise do pesquisador. De acordo com Zanella, Liane Carly Hermes (2006, p.112), “As perguntas fechadas podem ser: dicotômicas (sim/não, concordo/discordo, faço/não faço, aprovo/desaprovo); de escolha múltipla (nas quais o respondente escolhe uma alternativa por um número limitado de opções ou por qualquer número de opções de respostas);” A partir daí, com as informações em mãos, foi possível entender e identificar as relações do material pesquisado em documentos, com a realidade vivida pelos funcionários da instituição. 3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS Para a análise de dados, foi feito um levantamento de informações através de um questionário aplicado aos funcionários sobre o perfil dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos/RN, analisando a percepção dos servidores sobre as variáveis relativas ao clima organizacional e identificando os fatores motivacionais e de desmotivação dos servidores. 22 Os dados coletados foram organizados de forma quantitativa e tabulados de modo eletrônico, com o auxílio do google forms, que no mesmo momento já transformava as respostas em gráficos, trazendo todas as porcentagens. Já quanto a análise dos dados, foi utilizado o método descritivo para expor as respostas obtidas através da pesquisa, analisando os gráficos de uma a um, descrevendo a percepção dos servidores quanto a organização que trabalham. 23 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A análise dos dados tem por objetivo mostrar os resultados obtidos junto a amostra da pesquisa realizada que buscou investigar a problemática em questão que se trata da percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos/RN, sobre o clima organizacional. Nos tópicos abaixo, é possível mostrar a percepção dos funcionários através de gráficos com suas devidas porcentagens e análises. Neste primeiro tópico será mostrado os dados pessoais de cada servidor que faz parte da organização. 4.1 DADOS PESSOAIS No gráfico 01 referente a idade, é possivel notar que a amostra de funcionarios se enquadra em três faixas etárias. A maioria do corpo de funcionarios são entre 31 a 40 anos, totalizando uma porcentagem de 45,7% e, segundo Robbins (2005, p. 33), “Quanto mais velho você fica, menor é a probabilidade de que deixe seu emprego.” Em segundo lugar com 34,3% estão com a idade entre 21 a 30 anos e em terceiro lugar, com 20% estão as pessoas com mais de 40 anos. Diante destes dados é possivel notar que a maioria dos servidores já estão no mercado de trabalho há um bom tempo, com experiencias de vida e vivência nesse meio. 24 Gráfico 01 – Idade dos participantes Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) De acordo com os dados tabulados, o gráfico 02 identifica que a maioria dos entrevistados é composta pelo sexo feminino, totalizando uma porcentagem de 65,7%. Já no que diz respeito ao público masculino, obteve-se a respostas com uma porcentagem de 34,3%. Isso mostra que a organização tem mais mulheres como servidoras e em diversos cargos. Porém, Robbins (2005, p. 33) deixa claro que “o mais razoável é admitir que há poucas, se é que existem, diferenças importantes entre homens e mulheres capazes de afetar seus desempenhos no trabalho.” Gráfico 02 – Gênero dos participantes Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) Quanto ao nível de escolaridade, a pesquisa mostra que a organização tem uma equipe de funcionários que estão buscando conhecimento, estudando e se preparando 25 profissionalmente, mostrando também o quanto a gestão é privilegiada por ter um grupo de pessoas capacitadas. De acordo com os dados obtidos no gráfico 03, através do questionário, grande parte respondeu que tem o título de pós-graduado, totalizando uma porcentagem de 37,1%. Em segundo lugar com as porcentagens iguais, de 22,9%, estão as pessoas com ensino superior completo e ensino médio completo. Apenas uma parte mínima de pessoas disseram que tinham o ensino superior incompleto, com a porcentagem de 8,6%. Com o ensino médio incompleto 5,7% e 2,9% disse quetinha o ensino fundamental incompleto. Gráfico 03 – Grau de escolaridade Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) De acordo com os dados no gráfico 04, sobre o tempo de trabalho dos servidores na instituição, a maioria das pessoas da amostra pesquisada, respondeu que estão trabalhando na instituição há mais de 6 anos, com uma porcentagem de 51,4%, o que mostra que essas pessoas já tem uma segurança em relação ao emprego e já passaram por outras gestões, permitindo assim, que tenham mais autonomia no seu trabalho, com liberdade para dar suas sugestões e tomadas de decisões. Com a porcentagem de 28,6%, estão as pessoas que trabalham entre 3 a 6 anos na organização, com 17,1% são os que estão na organização de 1 a 3 anos. Esses dados mostram que há uma variedade de opiniões dos servidores sobre a organização, trazendo assim mais clareza nos resultados da pesquisa. 26 Gráfico 04 – Tempo de trabalho na organização Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) As análises dos gráficos a seguir serão divididas por tópicos, demonstrado as informações, resultados e percepção dos servidores dentro da organização pública. 4.2 AUTONOMIA Observando os resultados apresentados no gráfico 05, a maioria dos funcionários responderam que quase sempre tem liberdade para fazer o trabalho da forma como considera melhor, contabilizando uma porcentagem de 57,1%. Em seguida, com uma porcentagem de 20%, responderam que raramente tinham liberdade logo, ficando com as porcentagens mais baixas, quem respondeu sempre, com 14,3%, nunca, com 5,7% e 2,9% não tem opinião. Diante desse resultado é possível observar que boa parte dos servidores, dependendo do cargo que exerce, tem autonomia para realizar suas funções. De acordo com Robbins (2005, p. 17) “O processo de tomada de decisão está sendo levado para o nível operacional, no qual os funcionários estão tendo a liberdade de fazer escolhas sobre cronogramas e procedimentos, e de resolver sozinhos problemas relacionados com seu trabalho.” 27 Gráfico 05 – Liberdade para fazer o trabalho da forma como considera melhor Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) Apesar de ter liberdade para exercer seu trabalho, ao serem questionados se tomavam decisões pela empresa, 48,6% dos servidores responderam que nunca, deixando claro que tem seus superiores que fazem esse papel. Ficando atrás com 31,4%, foram os que responderam que raramente, tal informação deixa a ideia de que em muitas das decisões, precisam consultar um superior. No gráfico 06 abaixo mostra a pequena porcentagem de 17,1%, esse número faz pensar que uma quantidade pequena de funcionarios já estão há muitos anos trabalhando na organização e já sabem como funcionam determinados serviços, sendo assim quase sempre tomam as decisões. Gráfico 06 – O servidor toma decisões pela empresa Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 28 4.3 REALIZAÇÃO PROFISSIONAL Esses dados adqueridos através da pesquisa tras informações que seriam de muita importância para o gestor/secretário da organização. Todo gestor deveria saber como o seu colaborador está se sentindo em relação ao cargo que exerce, isso contribue muito para o bom andamento e qualidade do serviço prestado pela organização pública. Os dados expostos no gráfico 07 mostram que 48,6% dos funcionarios estão satisfeitos com o cargo, porém 28,6% disseram que estavam mais ou menos satisfeitos e 22,9% não estão. Deve-se levar em consideração que há funcionarios efetivos e contratados, muitos por mais que não se identifique no cargo, aceitam e permanecem no emprego pela necessidade de trabalhar. Gráfico 07 – Satisfação com o cargo Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) Segundo Robbins (2005, p. 61) O termo satisfação com o trabalho se refere à atitude geral de uma pessoa em relação ao trabalho que ela realiza. Uma pessoa que tem um alto nível de satisfação com seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto uma pessoa insatisfeita apresenta atitudes negativas. Por isso, a satisfação está diretamente ligada ao sentimento de realização profissional. No gráfico 08, das respostas obtidas, 37,1% estão quase sempre se sentindo realizados profissionalmente. 28,6% responderam que raramente se sentem realizados, 17,1% sempre estão e 11,4% responderam que nunca estão realizados. Esse tópico agrega muito ao anterior. 29 Muitas vezes o cargo traz essa falta de realização profissional, ou por não se sentirem tão útil, ou por se sentirem capaz de ter responsabilidades maiores ou também por não se ver mais exercendo aquela profissão/serviço. Gráfico 08 – Sentimento de realização profissional Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 4.4 QUANTIDADE E QUALIDADE DE TRABALHO Dentro da amostra colhida, como mostra o gráfico 09, grande parte dos funcionários, com 80%, disseram que seu trabalho poderia ser melhorado e, 17,1% acham que precisa melhorar mais ou menos. De acordo com Chiavenato (2005), esses dados nos levam a entender que há uma insatisfação no próprio trabalho desenvolvido, ou seja, o servidor pode sentir essa necessidade por motivos administrativos (falta de materiais ou ferramentas de trabalho) ou pelo seu próprio desempenho. Diante disso, entende-se que existe a vontade por parte dessas pessoas de fazer melhor suas funções. 30 Gráfico 09 – Melhoria no trabalho realizado atualmente Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) De acordo com o gráfico 10, quase 100% dos respondentes da pesquisa acham que seu serviço traz benefícios para os outros, seja equipe e colegas ou quem do seu serviço precisar (fornecedores, sociedade). Como diz Chiavenato (2008), “Daí a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus funcionários. E, quando uma organização está voltada para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença.” Essa precisa ser um dos principais objetivos da organização pública. Gráfico 10 – Benefícios do trabalho do servidor para os outros (equipe, usuários, fornecedores e pessoas em geral) Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 31 4.5 COMUNICAÇÃO Esse gráfico 11 deixa claro e reforça a importância da comunicação da gestão com os seus funcionários. Os dados expostos mostram porcentagens minimas de diferença entre razoalvelmente com 54,3% e adequadamente com 42,9%. A alternativa inadequadamente, mesmo que minima, ainda é exposta no gráfico com uma pequena porcentagem. Gráfico 11 – Comunicação da gestão da Prefeitura com os funcionários Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) De acordo com Chiavenato (2003, p. 108) “O ser humano é motivado pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecido", de receber adequada comunicação.” É possivel observar acima que ainda existe necessidade de uma melhor comunicação entre gestor e funcionário, mesmo que tenha uma boa parte de pessoas com uma boa comunicação, é importante olhar para as necessidades existentes e tentar identifica-las para melhores resultados. Isso pode influenciar positivamente no serviço realizado pelo colaborador dentro da organização, como também ser um fator motivacional. Na questão para saber se a organização é aberta a receber e reconhecer as críticas, opiniões e contribuições, obteve-se respostas de todas as opçõesexpostas no gráfico 12. 37,1% responderam que raramente. 28,6% disse que quase sempre, 20% não tiveram opinião e 8,6% das pessoas que participaram da pesquisa deixaram claro que a organização nunca é aberta a opiniões. 32 Grafico 12 – Abertura em receber e reconhecer as críticas, opiniões e contribuições dos funcionários Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) É de grande importância a troca de ideias e a contribuição dos colaboradores no ambiente de trabalho. Gomes, et.al. (2014, p. 15) afirma que para uma equipe atingir o sucesso é necessário o envolvimento, comprometimento, cooperação, comunicação, respeito e participação de seus integrantes e que os gestores reconheçam a participação de cada um na equipe para se sentirem valorizados e motivados. 4.6 REMUNERAÇÃO Sobre o salário atual 37,1% disseram que não estão satisfeitos, 34,3% responderam que mais ou menos e 28,6% estão satisfeitos. Segundo Chiavenato (2005) “As pessoas esperam ser reconhecidas e recompensadas pelo seu desempenho. Isso serve de reforço positivo para que elas aprimorem cada vez mais o seu desempenho e se sintam satisfeitas com o que estão fazendo.” Esses dados apresentados no gráfico 13 podem estar associados ao excesso de trabalho, a sua capacidade profissional, a sua formação acadêmica, as diferenças relacionadas aos colegas com menos qualificações, mas que tem um salário melhor, gerando assim um sentimento de desvalorização dentro da organização. Esse sentimento pode acarretar perdas no desenvolvimento das funções e no interesse de permanecer fazendo parte da equipe. 33 Gráfico 13 – Satisfação com o salário atual Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 4.7 CARREIRA A carreira e as oportunidades que aparecem durante a vida são pontos importantes para as pessoas. Para Chiavenato (2005), “as pessoas precisam sentir que existem condições de progresso dentro da organização e que estas estão totalmente à sua disposição, dependendo exclusivamente de seu esforço e dedicação pessoal.” Nesse gráfico 14, onde se questionou se o servidor acredita na oportunidade de crescimento em sua carreira, cerca de 37,1% não acreditam, 34,3% acreditam e 28,65 responderam que mais ou menos. Nota-se que as opiniões são bem divididas. Na organização pública municipal de Serrinha dos Pintos/RN, muitos que fazem parte desse grupo de servidores já estão lá há alguns anos e outros estão iniciando, segundo dados adquiridos através da pesquisa. 34 Gráfico 14 – Você acredita na oportunidade de crescimento em sua carreira Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 4.8 RELACIONAMENTOS COM A CHEFIA De acordo com o gráfico 15, 57,1% das pessoas que participaram da pesquisa responderam que sempre se sente respeitado pelo seu chefe/gestor/secretário e, em segundo lugar com 28,6% responderam que quase sempre. Observa-se nos dados abaixo que existe uma porcentagem mínima das outras opções de respostas apresentadas. O respeito e um relacionamento saudável dentro e fora da organização com os colaboradores é de extrema importância. É preciso se caminhar lado a lado da equipe a qual lidera. Quando isso acontece, o funcionário age pelo amor, respeito e comprometimento com seus superiores e com a organização a qual faz parte. Gráfico 15 – Sentimento de respeito pelo seu chefe/gestor/secretário Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 35 Chiavenato (2003, p. 140) destaca que “Os líderes devem estimular a mudança. Para isso, precisam respeitar as pessoas e aprender que a mudança envolve todas as suas atividades”. Toda organização e quem está como líder nela, precisa demonstrar seus valores em atitudes diárias, não somente por palavras ditas em reuniões e momentos de confraternização. As mudanças fazem parte da vivencia do ser humano e dentro de uma organização pública não seria diferente. O gráfico 16 identifica se o chefe/gestor/secretário é receptivo às sugestões de mudança. De acordo com o gráfico, 40% responderam quase sempre, 25,7% raramente, 20% sempre e 11,4% disseram que não tinham opinião. Segundo Robbins (2005, p. 18) “Os funcionários de uma empresa podem ser os principais estimuladores da inovação e da mudança, ou podem ser seu principal bloqueio. O desafio para os administradores é estimular a criatividade dos seus funcionários e a sua tolerância à mudança”. Gráfico 16 – O chefe/gestor/secretário é receptivo às sugestões de mudança Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) Chiavenato (2003, p. 4) complementa dizendo que “o conhecimento muda a cada instante em função da mudança e da inovação que ocorrem com intensidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se constantemente e renová-lo continuamente”, por isso a importância de o gestor ouvir seus funcionários e suas sugestões. Durante os anos de trabalho, a rotina faz o servidor entender o que funciona ou não, surgindo assim novas ideias e vontade de mudar. 36 4.9 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Os dados expostos no gráfico 17 mostram que 60% das pessoas que fizeram parte da pesquisa concordam que há um relacionamento de cooperação entre as secretarias da organização. Os 40% ficaram divididos entre os que acham que não há um relacionamento de cooperação e os que não tem opinião. Essa relação entre as secretarias diz muito sobre o clima dentro da organização e as relações interpessoais. Gráfico 17 – Relacionamento de cooperação entre as secretarias da organização Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) Se há alguma falha e algo que incomode o servidor, ele deixa claro diante de uma pesquisa feita no ambiente. A parceria/cooperação existente entre as secretarias contribui muito para o bom andamento e a qualidade dos serviços oferecidos a sociedade pela organização pública, contribuindo muito nos momentos de tomadas de decisões e soluções de problemas. O relacionamento dos funcionários dentro da organização contribui muito para uma boa execução do trabalho, a saúde e qualidade de vida dessas pessoas. De acordo com os dados tabelados no gráfico 18, a organização tem mais de 50% das pessoas que contribuíram com a pesquisa, que acham o relacionamento razoável. 31,4% acham adequado e 11,4% inadequado. 37 Gráfico 18 – Como considera o relacionamento entre os funcionários da organização Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) É notório que há uma lacuna nesse ponto e deve ter uma atenção especial por parte do gestor. Se relacionar bem com os colegas/equipe é primordial para se sentir feliz e motivado com a função que exerce. Além disso, com um bom relacionamento, as pessoas podem contar umas com as outras, se ajudar e contribuir para o crescimento no trabalho. Para Chiavenato (2003, p. 381), “O aprendizado de novos comportamentos deve melhorar a competência interpessoal (relacionamento humano isento de bloqueios e preconceitos) e a adaptabilidade às mudanças.” A organização precisa investir com estratégia para melhorar o relacionamento entre os seus funcionários, com oficinas, capacitações, momentos de qualidade que possam melhorar a interação, o respeito e admiração. Gerando neles um vínculo de harmonia e união. 4.9.1 VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL Como mostra o gráfico 19, com 48,6% a maioria dos respondentes se sentem mais ou menos valorizados pela organização. 31,4% se sentem valorizados e 20% não se sentem. Esses sentimentos podem estar ligados a elogios, valorização do serviço, a questão de salário,a um bom relacionamento ou não. Conforme diz De Paula, et al (2011, p. 2), “O colaborador precisa ser valorizado e estar em um ambiente agradável para exercer suas funções sem medo de represálias, pois os seus sentimentos devem ser considerados, assim como suas expectativas”. 38 Gráfico 19 – Sentimento de valorização pela organização Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 4.9.2 TRABALHO EM EQUIPE O trabalho em equipe deve ser estimulado e executado por todo líder. Os servidores precisam ver o exemplo, pois um bom líder sonha em ver seus colaboradores crescendo e se tornando bons líderes. Como descreve Chiavenato (2005), “O trabalho em equipe com participação e envolvimento tem um efeito multiplicador de talentos e competências.” De acordo com os dados tabulados apresentados no gráfico 20, 37,1% acham que quase sempre a organização estimula o trabalho em equipe, com porcentagens empatadas de 28,6% estão aqueles que acham que sempre e raramente há estímulo da organização. Esses dados são distribuídos em funcionários de diversos cargos e serviços. Muitos deles tem contato direto com o gestor e outros só se comunica diretamente com seu secretário. 39 Gráfico 20 – Estímulo da organização para o trabalho em equipe Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 4.9.3 IMAGEM DA ORGANIZAÇÃO Através da pesquisa feita com uma amostra dos servidores da prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN, os resultados no gráfico 21 sinalizam que cerca de 71,4% dessas pessoas consideram o lugar bom para trabalhar. E as pessoas que não consideram e não tem opinião contabilizaram uma porcentagem igual de 14,3%. Para Robbins (2005, p. 72) Os funcionários se preocupam com seu ambiente de trabalho tanto por questões de conforto pessoal como para facilitar a realização de um bom trabalho. Estudos demonstram que os trabalhadores preferem um ambiente físico que não seja desconfortável ou perigoso. Além disso, a maioria prefere trabalhar próximo de suas residências, em instalações limpas e relativamente modernas, com equipamentos e ferramentas adequados. Por isso, ainda que seja uma organização pública, tenha suas falhas em alguns pontos analisados e tenha traços de um serviço tradicional, os servidores demonstraram que gostam de trabalhar lá. 40 Gráfico 21 – Considera a organização um bom lugar para trabalhar Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 4.9.4 FATORES MOTIVACIONAIS/FATORES DESMOTIVADORES O gráfico 22 apresentado mostra os fatores motivacionais e de desmotivação dos servidores que fizeram parte da pesquisa e identifica os principais fatores que geram mais insatisfação no trabalho. Os dados apresentam a quantidade de pessoas e a porcentagem. Diante disso, com o número mais alto, 23 pessoas responderam que a falta de reconhecimento é o fator principal, tendo uma porcentagem alta de 65,7%. Gráfico 22 – Principais fatores que geram mais insatisfação no trabalho Fonte: Pesquisa de campo realizada na Prefeitura municipal de Serrinha dos Pintos/RN (2021) 41 Para Chiavenato (2003, p. 120) “a motivação é o impulso de exercer esforço para o alcance de objetivos organizacionais desde que também tenha condição de satisfazer a alguma necessidade individual.” Em segundo lugar, com numerações iguais de 17 pessoas e 48,6%, foram os que falaram que é a possibilidade de crescimento e o salário um fator que gera mais insatisfação. Em terceiro lugar com a quantidade de 10 respondentes e 28,6% está a sobrecarga de trabalho. Com a quantidade de 9 pessoas e 25,7% estão as declarações sobre falta de segurança no emprego e falta de autonomia. As porcentagens mais baixas ficaram as respostas no que se refere a falta de treinamento com 6 pessoas e 17,1%. Relacionamento com a chefia, 4 pessoas com 11,4%. Instalações inadequadas 3 pessoas com 8,6%. Outros com 2 pessoas e 5,7% e em último lugar ficou a opção ambiente de trabalho ruim e o trabalho que realiza com 2,9%. 42 5 CONCLUSÃO O presente trabalho trata-se das relações interpessoais no ambiente de trabalho e como o clima organizacional influencia no trabalho do funcionário público. Através disso e por meio de uma pesquisa e estudo de caso, obteve-se respostas sobre a problemática que trata de saber qual a percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos – RN sobre o clima organizacional. Fazer uma pesquisa sobre clima organizacional traz a possibilidade de conhecer o servidor, suas percepções e sentimentos sobre a organização a qual faz parte. Através do estudo foi possível compreender o perfil dos servidores da Prefeitura Municipal de Serrinha dos Pintos. Em sua maioria são mulheres, com idade de 21 a mais de 40 anos, cada um trazendo suas experiências de vida e profissionais e anos de prestação de serviço na organização. São pessoas com estudo e preparação para exercer seus determinados cargos. Trata-se de uma equipe preparada e com conhecimento. No entanto, ao analisar a percepção dos servidores sobre as variáveis relativas ao clima organizacional, a pesquisa mostrou que há uma carência de atenção por parte do gestor quando se trata de como o servidor se sente e sua visão sobre a organização. Os servidores demostraram através da pesquisa que há alguns pontos a ser melhorados e analisados, como o relacionamento entre os funcionários, a valorização pela organização, liberdade para dar opiniões, enfim, é importante a atenção não só no trabalho realizado, mas também em como estão se sentindo e como está o clima organizacional. Trabalhar em um ambiente onde o faz se sentir bem e em harmonia com os colegas e com a equipe é um desafio dentro de uma administração. Focar em cuidar do clima e das boas relações dentro da organização deveria ser uma função extremamente importante para os gestores pois isso reflete no trabalho prestado pelo servidor. Sobre os fatores motivacionais e de desmotivação dos servidores, a pesquisa indica que a falta de reconhecimento, impossibilidade de crescimento, salário, falta de autonomia, sobrecarga no trabalho e falta de segurança no emprego são os principais fatores de desmotivação dos funcionários. A motivação nada mais é do que um sentimento interno gerado através de todo o contexto organizacional que os cercam. Se sentir valorizado, reconhecido e com possibilidade de crescimento é o sonho de todo servidor público. Com isso, é importante que haja motivação e estratégias de os manter motivados, capacitando-os e valorizando-os. 43 Todavia, apesar dos problemas apresentados, a pesquisa mostrou que os servidores consideram a organização um local bom para trabalhar e que seu trabalho traz benefícios para outras pessoas; seja sociedade, fornecedores e equipe. Apesar da organização contar com uma faixa de 50 funcionários, a metodologia usada para chegar até eles com a pesquisa e o tema os atraiu muito, contribuindo para se ter um bom número de pessoas que responderam ao questionário. Portanto, apesar das limitações desse trabalho devido a metodologia que foi aplicada, ele contribuiu para trazer entendimento de que esse assunto estar atualizado e que as empresas têm buscado pessoas que tenham bom relacionamento interpessoais para fazer parte de suas equipes. Colaborou também para a percepção da necessidade de busca por mais embasamento teórico sobre o tema de clima organizacional e relações interpessoais no trabalho, gerando mais anseio para desenvolvimento de trabalhos futuros, utilizando de novas metodologias para melhor aproveitamento das informações, de forma que venha complementar com a perspectiva qualitativa para compreender melhor os elementos evidenciadosno presente trabalho. 44 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm#:~:text=poder%20de%20decis%C3%A3 o.,Art.,jur%C3%ADdica%2C%20interesse%20p%C3%BAblico%20e%20efici%C3%AAncia . Acesso em: 28 de abr. de 2021 CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. Editora Manole, 2005. CHIAVENATO, Idalberto, Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações / Idalberto Chiavenato - 7. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2003 _________. Gestão de pessoas. Elsevier Brasil, 2008. p. 3. DE PAULA, Patrícia et al. Clima e cultura organizacional em uma organização pública. Gestão & regionalidade, v. 27, n. 81, 2011. FACCO, Marcelly et al. Motivação e clima organizacional. Revista Foco, v. 5, n. 1, p. 3, 2012. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Ediitora Atlas SA, 2008. GOMES, Érica Rosana Reis; JESUS, Milena Ferreira de; SPAZIANI, Luis Carlos. Relacionamento interpessoal – trabalho em equipe. Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Brasília, p. 1-19, 2014. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2020. População no último censo: IBGE, Censo demográfico 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 18 fev 2021. JÚNIOR, Paulo Elias Bedran; OLIVEIRA, JLC de. Motivação no trabalho: avaliando o ambiente organizacional. In: V Congresso Nacional de Excelência em Gestão: Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade. Rio de Janeiro-Brasil. 2009. p. 2-4. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm#:~:text=poder%20de%20decis%C3%A3o.,Art.,jur%C3%ADdica%2C%20interesse%20p%C3%BAblico%20e%20efici%C3%AAncia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm#:~:text=poder%20de%20decis%C3%A3o.,Art.,jur%C3%ADdica%2C%20interesse%20p%C3%BAblico%20e%20efici%C3%AAncia https://cidades.ibge.gov.br/ 45 LUZ, Ricardo S. Gestão do clima organizacional: proposta de critérios para metodologia de diagnóstico, mensuração e melhoria. Estudo de caso em organizações nacionais e multinacionais localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Niterói, RJ: UFF, 2003. PRODANOV, Cleber Cristiano; DE FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico-2ª Edição. Editora Feevale, 2013. ROBBINS, Stephen P., 1943- Comportamento organizacional/Stephen P. Robbins; tradução técnica Reynaldo Marcondes. – 11. Ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia da pesquisa / Liane Carly Hermes Zanella. - Florianópolis: SEaD/UFSC, 2006. 144p.: il. 46 APÊNDICES 47 QUESTIONÁRIO Este questionário faz parte de uma pesquisa de monografia para o curso de Administração Pública da UFRN, que tem como foco o estudo das Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho e como o Clima Organizacional influencia no trabalho do funcionário público. Espero contar com sua colaboração. É importante ressaltar que serão divulgados apenas os resultados consolidados, sem identificação pessoal. De acordo com sua percepção, assinale as afirmações abaixo conforme as legendas. 1- Qual a sua idade? ( ) Entre 18 e 20 anos ( ) Entre 21 e 30 anos ( ) Entre 31 e 40 anos ( ) Mais de 40 anos 2- sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) 3- Qual o seu grau de escolaridade? ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior Incompleto 48 ( ) Ensino Superior Completo ( ) Pós Graduação 4- A quanto tempo você trabalha na organização? ( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 a 3 anos ( ) Entre 3 a 6 anos ( ) Mais de 6 anos AUTONOMIA 5- Você tem liberdade para fazer o seu trabalho da forma como considera melhor? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 6- Você toma decisões pela empresa? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião REALIZAÇÃO PROFISSIONAL 7- Você está satisfeito com o seu cargo? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos 8- O seu trabalho lhe dá um sentimento de realização profissional? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 49 QUANTIDADE E QUALIDADE DE TRABALHO 9- Você acha que o seu trabalho realizado atualmente poderia ser melhorado? ( ) Sim ( ) Não ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Mais ou menos 10- Seu trabalho traz benefícios para os outros (equipe, usuários, fornecedores e pessoas em geral)? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos COMUNICAÇÃO 11- Como a gestão da Prefeitura se comunica com seus funcionários? ( ) Adequadamente ( ) Razoavelmente ( ) Inadequadamente 12- A organização é aberta a receber e reconhecer as críticas, opiniões e contribuições de seus funcionários? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião REMUNERAÇÃO 13- Você está satisfeito com o seu salário atual? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos CARREIRA 14- Você acredita na oportunidade de crescimento em sua carreira? 50 ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos RELACIONAMENTOS COM A CHEFIA 15- Você se sente respeitado pelo seu chefe/gestor/secretário? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 16- O seu chefe/gestor/secretário é receptivo às sugestões de mudança? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião RELACIONAMENTO INTERPESSOAL 17- Existe um relacionamento de cooperação entre as secretarias da organização? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião 18- Como você considera o relacionamento entre os funcionários da organização? ( ) Adequado ( ) Razoável ( ) Inadequado VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL 19- Você se sente valorizado pela organização? ( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou menos TRABALHO EM EQUIPE 20- A organização estimula o trabalho em equipe? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião 51 IMAGEM DA ORGANIZAÇÃO 21- Considera a organização um bom lugar para trabalhar? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião FATORES MOTIVACIONAIS/FATORES DESMOTIVADORES 22- Indique os principais fatores que geram mais insatisfação no seu trabalho. ( ) Falta de reconhecimento ( ) Falta de segurança no emprego ( ) Impossibilidade de crescimento profissional ( ) Falta de autonomia ( ) Ambiente de trabalho ruim ( ) O trabalho que realizo ( ) Relacionamento com a chefia ( ) Falta de treinamento ( ) Sobrecarga de trabalho ( ) Instalações inadequadas (banheiros, vestiários etc.) ( ) Salário ( ) Outros:________________________________
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