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MargarethRG-Monografia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE TURISMO 
GRADUAÇÃO EM TURISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FENÔMENO TURÍSTICO E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS 
EM ESTUDO DA COMUNIDADE EM GENIPABU/RN. 
 
 
 
 
 
 
 
MARGARETH RIBEIRO GUEDES 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2016 
 
 
 
MARAGARETH RIBEIRO GUEDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FENÔMENO TURÍSTICO E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS 
EM ESTUDO DA COMUNIDADE EM GENIPABU/RN. 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Coordenação do 
Curso de Graduação em Turismo da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito parcial para a obtenção do 
título de Bacharel em Turismo. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Sueli Aparecida 
Moreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2016
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação da Publicação na Fonte. 
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Margareth Ribeiro Guedes 
 
 
 
 
 
Guedes, Margareth Ribeiro. 
Fenômeno turístico e práticas sustentáveis em estudo da comunidade em 
Genipabu/RN / Margareth Ribeiro Guedes. - Natal, RN, 2016. 
61f. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Sueli Aparecida Moreira. 
 
Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Turismo. 
 
 
1. Turismo - Genipabu/RN – Monografia. 2. Turismo sustentável - 
Monografia. 3. Ecossistema Dunar l – Monografia. 4. Ecoturismo - 
Monografia. 5. Turismo comunitário – Monografia. I. Moreira, Sueli 
Aparecida. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. 
 
RN/BS/CCSA CDU 338.485.1 
 
 
 
 
FENÔMENO TURÍSTICO E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS 
EM ESTUDO DA COMUNIDADE EM GENIPABU/RN. 
 
 
 
Monografia apresentado à Coordenação do 
Curso de Graduação em Turismo da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito parcial para a obtenção do 
título de Bacharel em Turismo. 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________________________________________ 
Profa. Dra. Sueli Moreira - (DETUR/UFRN) 
Orientador – Presidente da Banca Examinadora 
 
 
_____________________________________________________________ 
Profa. Camila Targino - (PRODEMA/UFRN) 
Membro da Banca Examinadora 
 
 
_____________________________________________________________ 
Prof. Michel Jairon Viera da Silva - (DETUR/UFRN) 
Membro da Banca Examinadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais e especialmente a minha mãe, 
que foi atenciosa em todos os momentos e 
acreditou em mim. As minhas irmãs que foram 
meu porto seguro e a Emanuel pelo incentivo e 
confiança. Amo vocês. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Nesse momento de conquista e principalmente de mais uma etapa concluída na 
minha vida, agora é o momento de agradecer. Durante o curso houve muitos desafios, todavia, 
consegui superá-los e alcançar as expectativas de torna-me Turismóloga. 
Primeiramente meu eterno agradecimento é a Deus, por ter me dado a 
oportunidade de conquistar essa etapa. Aos meus pais, principalmente a minha mãe pela 
confiança e incentivo de nunca desistir dos meus objetivos, e que esteve presente em todos os 
momentos da minha vida. As minhas irmãs pelo apoio e companheirismo. Ao Emanuel pela 
dedicação e confiança que teve comigo. 
Meus agradecimentos a todos os professores que fizeram parte da minha 
graduação, pelo conhecimento profissional adquirido e a descoberta de um mundo de 
oportunidades. Agradeço a minha orientadora Sueli, pela paciência e dedicação. As amigas de 
curso Gizele e Renata, pelo apoio e companheirismo. Agradeço aos meus familiares e a todos 
que fizeram parte dessa conquista. Obrigada! 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“É preciso se expor sem medo de dar vexame. 
É preciso colocar o trabalho na rua. É preciso 
saber ouvir um não e, depois secar as 
lágrimas, seguir batalhando. Arriscar é o 
nome do jogo. Muitos perdem, poucos 
ganham. Mas quem não tenta, não tem ao 
menos o direito de reclamar” 
(Martha Medeiros) 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo tem como objetivo apreender as percepções sobre fenômeno turístico e 
avaliar adoção de práticas sustentáveis junto à comunidade de Genipabu/RN. O estudo será de 
natureza qualitativa participativa, utilizando o método do estudo da comunidade onde serão 
estabelecidas perguntas envolvendo a percepção dos residentes sobre o fenômeno turístico de 
modo sustentável. Os dados da pesquisa foram obtidos através de entrevistas durante inserção 
na rotina dos residentes, onde a participação, diálogo e interpretação do modo de vida dessas 
pessoas serão pontos significativos para o estudo da comunidade. Os resultados mostraram 
que a atividade turística se encontra em defasagem, a comunidade relata falta de investimento 
por parte do poder público; a comunidade reconhece a importância dos atrativos naturais 
locais para o desenvolvimento do turismo. A comunidade demonstrou conhecimento sobre 
sustentabilidade e impactos do turismo no meio ambiente. Os moradores também 
demonstraram conhecimento sobre cuidado ideal com lixo e com descarte de óleo impróprio 
para o consumo. Concluiu-se que o turismo ecológico e pedagógico poderá ser uma opção de 
desenvolvimento econômico para a comunidade. 
 
 
Palavras-chave: Ecossistema Dunar; Turismo Sustentável; Preservação Ambiental; 
Ecoturismo. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This study aims to apprehend the perceptions of tourism phenomenon and evaluate adoption 
of sustainable practices along the Genipabu-RN community. The study will be of 
participatory qualitative nature, using the community study method where questions will be 
established involving the residents' perceptions about the tourism phenomenon in a 
sustainable way. The survey data were obtained through interviews during inclusion in the 
residents' routine, where participation, dialogue and interpretation of their lifestyle will be 
significant points for the study of the community. The results showed the tourism is found in 
delay, the community reports lack of investment by the public authorities; the community 
recognizes the importance of local natural attractions for the tourism development. The 
community demonstrated knowledge on sustainability and the impacts of tourism on the 
environment. Residents also demonstrated knowledge of ideal waste management and the 
disposal of improper for consumption oil. It concluded that the ecological and educational 
tourism can be an economic development option for the community. 
 
Keywords: Dune Ecosystem; Sustainable tourism; Environmental preservation; Ecotourism. 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figua1-Localização Apa de Genipabu/RN...............................................................................13 
Figura 2-Lagoa de Genipabu/RN.............................................................................................38 
Figura 3-Praia de Genipabu/RN...............................................................................................49 
Figura 4-Passeio de Dromedario em Genipabu/RN.................................................................42 
Figura 5- Passeio de Buggy em Genipabu/RN........................................................................44 
Figura 6-Passeio de Janganda em Genipabu/RN...........................................................;.........47 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1-Aatividade turistica de Genipabu/RN .............................................................;......36 
Quadro 2- Influencia dos atrativos naturais na visita dos turistas em Genipabu/RN..............38Quadro 3-Opinião sobre o passeio de Buggy e Dromedário em Genipabu/RN......................41 
Quadro 4-Perspectivas futura do passeio de Buggy e Dromedário em Genipabu/RN............43 
Quadro 5-Atrativos da comunidade para seu desenvolvimento turístico................................46 
Quadro 6-Aspectos negativos do turismo segundo a comunidade de Genipabu/RN..............48 
Quadro7-Benefícios do turismo para a comunidade de Genipabu/RN...................................50 
Quatro 8- Perspectiva futura para o turismo de Genipabu/RN................................................52 
Quadro 9-Cuidados com o lixo em Genipabu/RN...................................................................53 
Quadro 10-Descarte ideal do lixo segundo a comunidade de Genipabu/RN..........................55 
Quadro 11-Descarte do óleo impróprio para consumo............................................................56 
Quadro 12-Descarte ideal do óleo impróprio para consumo...................................................57 
Quadro 13-Cuidado sustentável nos atrativos naturais de Genipabu/RN................................59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
APA Área de Proteção Ambiental. 
APAJ Área de Proteção Ambiental de Jenipabu. 
IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. 
OMT Organização Mundial do Turismo. 
ONU Organização Nações Unidas. 
SECOM Secretária Municipal de Comunicação Social 
UN Unidade de Conservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO PROBLEMA .................................. 11 
1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14 
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 16 
1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 16 
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 16 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 17 
2.1 TURISMO ................................................................................................................ 17 
2.2 TURISMO SUSTENTÁVEL.................................................................................... 19 
2.3 ECOTURISMO ........................................................................................................ 25 
2.4 TURISMO COMUNITÁRIO ................................................................................... 28 
3 MÉTODO ............................................................................................................... 30 
3.1 DESENHO DA PESQUISA ..................................................................................... 30 
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ...................................................................................... 32 
3.3 ABORDAGEM DA COLETA ................................................................................. 32 
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................... 33 
3.5 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................... 33 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 33 
4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DOS ENTREVISTADOS....................................34 
4.2 PERCEPÇÃO SOBRE O FENÔMENO TURÍSTICO LOCAL...................................35 
4.3 PERCEPÇÃO SOBRE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS UTILIZADAS PELA 
COMUNIDADE................................................................................................................... ....52 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 60 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 62 
ANEXO A ............................................................................................................... 65 
ANEXO B................................................................................................................ 67 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO PROBLEMA 
 
O turismo vem sendo tratado como uma das principais alternativas de promover o 
desenvolvimento de localidades, por ser uma atividade multidimensional, contribuindo com o 
acesso das pessoas ao bem-estar, oportunidades de melhores condições de vida e soluções que 
diminua a desigualdade social. A temática vem atraindo pesquisadores de vários campos de 
pesquisa: econômico, político e acadêmico, contribuindo com a ampliação estudos que visam 
o desenvolvimento sucedido e sustentável do turismo. (TOMAZZONI, 2009) 
A partir de uma análise da literatura percebe-se que o planejamento do turismo 
contribui com a valorização dos destinos, a permanência de turistas e o bem-estar dos 
residentes, deste modo é essencial a participação da comunidade nas decisões de questões que 
desenvolva a atividade turística. A descaracterização da identidade local é ocasionada com a 
exploração do turismo sem planejamento, sabe-se que o turismo é um fenômeno que contribui 
com a renda extra, mas os trabalhos oferecidos por empresas turísticas acabam retirando os 
residentes do seu entorno habitual onde é usada a mão de obra artesanal para trabalhos 
industrias. Por trás da mudança de emprego encontra-se o benefício de uma renda maior que a 
habitual, sendo assim um dos principais fatores da descaracterização de comunidades. 
A sustentabilidade é um termo que vem sendo utilizado no planejamento do 
turismo por estar ligado à preservação do meio ambiente, utilizando métodos eficazes que 
possam utilizar recursos naturais escassos de maneira adequada de um determinado destino 
turístico, assim como a preservação da identidade local, priorizando os interesses da 
comunidade e turistas de maneira que possam continuar sendo desfrutados pelas gerações 
futuras (BUNDTLAND REPORT,1987; SWARBROOK,2000, apud TOMAZZONI,2009). A 
atividade turística passa a valorizar a cultura local, melhorar a infraestrutura, dinamizar a 
economia e estabelecer a troca de experiência de turistas com comunidade receptora desde 
que o turismo seja participativo, sustentável e o poder público estabeleça planos de ações nos 
destinos turísticos na qual sejam estabelecidas e executadas de forma harmônica, planejada e 
que possam contribuir com benefícios para a coletividade. 
O desenvolvimento sustentável do turismo está ligado à utilização dos recursos 
naturais de forma cautelosa, garantindo a manutenção da biodiversidade, desse modo o 
ecoturismo surgiu com a finalidade de utilizar os princípios ambientais, como o meio de 
solucionar graves problemas ambientais e contribuir com mudanças que possam reverter a 
destruição provocada pelo homem (MACHADO,2005). Esse novo método de preservar e 
12 
 
 
 
saber utilizar os recursos de forma consciente contribui com o processo do turismo de se 
manter sempre como um fenômeno capaz de transformar-se e de procurar novas 
oportunidades sustentáveis. Assim a comunidade pode utilizar os recursos naturais através das 
modalidades que envolvam a natureza como turismo de aventura, turismo ecológico, turismo 
pedagógico, turismo rural, entre outras. 
São evidentes os variados segmentos que o turismo oferece às comunidades, 
transformações benéficas e principalmentesem mudar seus princípios, através do turismo 
sustentável. O planejamento do turismo comunitário contribui com o desenvolvimento do 
turismo de uma maneira mais sistematizada e focada, já que os residentes são privilegiados 
com as necessidades da localidade e desta forma a mesma nas decisões do turismo são 
necessárias em todos os destinos turísticos. O turismo comunitário é um segmento 
diferenciado, pois é responsável pelo choque de culturas, sendo uma nova maneira de fazer 
turismo interagindo com a realidade dos residentes, estes, que disponibilizam suas residências 
para abrigar pessoas desconhecidas, o que pode ser um pouco desconfortável, pois os turistas 
estão mais curiosos e cansados do turismo tradicional encontrado em vários destinos 
turísticos. A procura pelo diferencial tem privilegiado as comunidades que mantêm trabalhos 
artesanais e cultura intacta a valorizar e ganhar uma renda extra ensinando e apresentando aos 
visitantes sua realidade. Conhecer áreas ambientais pouco exploradas também é presente no 
turismo comunitário. Podendo entender a importância de divulgar a conscientização de 
preservar paisagens que sofrem com ameaças de extinção e que devem ser preservadas 
(Ribeiro, 2009). 
Sabe-se que o turismo comunitário é capaz de resgatar a identidade desvalorizada, 
comunidades que já não mantêm a cultura e cada vez estão inseridas no turismo tradicional, e 
que futuramente são afetadas até pela própria queda do turismo, ocasionado pela procura dos 
turistas por novas experiências. Por isso esse resgate é importante pelo fato de manter o 
turismo no contexto da sustentabilidade. No decorrer do estudo serão mencionados autores 
que trataram essa temática, destacando-se: Dias (2008); Beni, (2012); Ignarra (2013); 
Tomazzoni, (2009); Ribeiro (2009), nos quais relatam ideias sobre o turismo sustentável, 
ecoturismo e turismo comunitário. Atores que apontam pontos relevantes no olhar acerca da 
atividade turística, proporcionando um turismo bem-sucedido e sustentável. 
 O estudo foi realizado em Genipabu, que está localizada no litoral norte, pertencente 
ao município de Extremoz a 25 km de Natal. O distrito pertence ao Parque Turístico 
Ecológico Dunas de Genipabu, onde é considerada uma área de proteção ambiental (APA) 
13 
 
 
 
que é gerido pelo IDEMA e o governo do estado. Criado através do Decreto Estadual Nº 
12.620 de maio de 1995, tendo como objetivo proteger, preservar e ordenar o uso dos 
ecossistemas de mata atlântica, dunas, praias, manguezais, lagoas, rios, assim como proteger 
as espécies de animais e vegetais encontrados nos municípios de Natal e Extremoz. A APA 
com conta com uma área de 1.881 hectares, a mesma possui um plano de manejo no qual foi 
desenvolvido desde 2009, sendo um documento de suma importância e essencial no 
planejamento de diversos programas, como por exemplo, de marketing, educação ambiental e 
fiscalização. (SECON e IDEMA, 2016). 
A propósito, o nome do lugar é escrito de duas formas diferenciando-se pela letra 
inicial, variando entre o “g” e “j”. Originalmente utiliza-se Jenipabu com “J”, uma vez que a 
palavra vem do termo indígena que significa um fruto de nome “Jenipapo”, com sua variação 
para Jenipabu. É mais usual e de aceitação geral Genipabu com “G”, como ficou consagrado 
na escrita, na mídia e na comunicação. 
 
Figura 1- Localização da APA, Genipabu/RN,2016. 
 
 Fonte: SECON e IDEMA, 2016. 
*Informação sobre a localização de Genipabu foi retirada do site Guias de Praias. 
14 
 
 
 
O turismo da localidade é caracterizado pelo turismo de sol e mar, onde a renda é 
gerada pelas atividades de donos de barracas de praia, bugueiros, vendedores de artesanatos e 
o passeio de dromedário; atividades que são de suma importância para a economia local. 
Atrativos diversificados que enriquecem o turismo local e que transformaram a vida dos 
residentes onde, antes da atividade turística, eram compostas por uma comunidade de 
pescadores. 
O fenômeno turístico também é caracterizado pela sazonalidade responsável por 
diminuir a renda na baixa estação e, desta forma, as pessoas são afetadas por não conseguirem 
lidar com a atual situação. Para que o turismo se desenvolva, é necessária a participação da 
comunidade, planejamento e qualificação na área. A Praia de Genipabu tem apresentado 
carências em diversos aspectos: infraestrutura básica, qualificação, falta de participação nas 
decisões no desenvolvimento turístico, reeducação e conscientização ambiental que acabaram 
causando a má utilização e o mau aproveitamento dos recursos existentes. Deste a modo a 
percepção da comunidade diante das dificuldades que tem enfrentado com atividade turística 
enfatiza o problema do estudo na seguinte questão: De que forma a comunidade de 
Genipabu/RN percebe a presença e influência do fenômeno turístico e das práticas 
sustentáveis? 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
Tendo em vista o crescimento da atividade turística através do planejamento 
sustentável, a relevância da troca de experiências entre receptor/turista, a participação da 
comunidade nas decisões que envolvam o planejamento do turismo e, sobretudo o elemento 
principal do crescimento da oferta e demanda turística e gerador de empregos, criando 
oportunidades de se estabelecer na área profissional, percebeu-se a importância de 
compreender a presença e a influência que a comunidade tem em relação ao fenômeno 
turístico e a adoção das práticas sustentáveis, através da atividade turística existente na 
localidade. O distrito é bem diversificado, devido às suas peculiaridades, oferecendo 
diferentes opções de atrativos (praia, rio, lagoa e dunas) a serem visitados. Porém a má 
utilização dos recursos naturais tem afetado a oferta turística e, consequentemente, a demanda 
de turistas na localidade. 
O uso de práticas sustentáveis nas localidades que trabalham com o turismo é de 
suma importância, pelo fato de valorizar a cultura local e principalmente proteger e manter as 
atividades turísticas para as gerações futuras. A sustentabilidade comporta todos os âmbitos 
15 
 
 
 
de uma localidade (social, econômico, cultural e ambiental) e a relevância da participação da 
comunidade no planejamento do turismo é essencial pelo fato de ser a base de manter a cadeia 
produtiva e ter conhecimento das necessidades da comunidade. Conhecer peculiaridades que 
existem na mesma e que não são divulgadas, as quais poderiam fazer parte do 
desenvolvimento do turismo, como o descarte do lixo do óleo pelos residentes, opiniões 
acerca dos atrativos naturais que estão sendo tratadas de maneiras sustentáveis são 
questionadas no estudo. A elaboração desse estudo estabelece ao mercado turístico de 
Genipabu as oportunidades de compreender a percepção da comunidade sobre os fenômenos 
turísticos e das práticas sustentáveis, apresentando as deficiências e necessidades 
estabelecidas pelos residentes como também o que pode ser feito de benefícios para diminuir 
ações indesejáveis. A conscientização do uso das práticas sustentáveis pela comunidade é de 
suma importância, já que Genipabu se encontra dentro de uma Área de Proteção Ambiental 
(APA) e o plano de manejo criado pela APAJ (Área de Proteção Ambiental de Jenipabu) não 
é divulgado para toda comunidade. 
O planejamento do turismo no distrito de Genipabu é carente, pela falta de 
iniciativa dos órgãos públicos, que não investem na capacitação das pessoas que trabalham 
com o turismo e na infraestrutura da comunidade, dificultando a contribuição dos residentes 
com desenvolvimento do turismo de maneira adequada, capazes de agir com a sazonalidade 
do turismo. O estudo tem como finalidade apreender as percepções de representantes da 
comunidade de Genipabu a respeito do fenômeno turístico e avaliar a adoção de práticas 
sustentáveis. Os investimentos de iniciativa privada em hotéis, pousadas e resorts contribuicom o crescimento da oferta e da demanda de qualquer localidade; no entanto, em Genipabu 
as construções de alguns desses empreendimentos foram interrompidas, pelo fato de não 
serem planejados de maneira adequada, desmatando uma parte da reserva ambiental e assim 
diminuindo as expectativas de emprego e renda dos residentes e degradando uma parte da 
reserva sem necessidade. 
 O estudo vem propor informações que possam ser úteis no esclarecimento das 
deficiências e necessidades no mercado turístico de Genipabu, como também reconhecer as 
atividades turísticas existentes na comunidade que não são divulgadas e, que poderiam fazer 
parte do desenvolvimento do turismo, bem como observar se a comunidade usa práticas 
sustentáveis no cotidiano; são questões que podem ser usadas em processos decisórios no 
planejamento e desenvolvimento do turismo em Genipabu. Os estudos voltados para o 
planejamento participativo e sustentável do turismo no distrito são escassos, o poder público 
16 
 
 
 
não disponibiliza inventários turísticos, planos e projetos de ações sustentáveis, nos quais 
acabaram levando o esclarecimento das fraquezas e ameaças que levam o turismo local para 
uma continua desvalorização. 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
Apreender as percepções de representantes da comunidade de Genipabu a respeito 
do fenômeno turístico e avaliar adoção de práticas sustentáveis. 
 
1.3.2 Objetivos específicos 
 
a) Contextualizar o perfil sócio demográfico dos depoentes que representam a 
comunidade de Genipabu/RN; 
b) Identificar as percepções sobre o fenômeno turístico local; 
c) Avaliar a adoção de práticas sustentáveis na localidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 TURISMO 
 
O turismo é uma área de estudo relativamente jovem e aos poucos vem ganhado 
uma consideração acadêmica, pelo fato de ser uma atividade de poder significativo em 
provocar transformações benéficas na sociedade. Atividade na qual estimula a renda e o 
reconhecimento da cultura, como também minimiza problemas que tais comunidades 
enfrentam como o desemprego e a exclusão social. O turismo é uma área que tem interessado 
vários campos de estudo, pelo fato de transformar o espaço que as pessoas habituam e 
principalmente por ser uma atividade econômica que consequentemente cresce. 
Cooper (2007, p. 33) afirma que o turismo é: 
 
“Uma atividade importante suficiente em termos econômicos, e o impacto que 
produz sobre as economias, os ambientes e as sociedades é bastante significativo, a 
ponto de fazer com que esse tema mereça uma consideração acadêmica”. 
 
O autor complementa que é “uma atividade multidimensional, multifacetada, que 
influencia muitas vidas e muitas atividades econômicas diferentes” (COOPER, 2007, p. 40). 
 Dias (2008, p. 10) argumenta que o turismo: 
 
“Ao afetar direta e indiretamente diversos setores da economia, torna-se poderosos 
instrumento de desenvolvimento, abrindo a possibilidade de um número 
significativo de empregos diretos e indiretos (dos mais qualificados aos menos) e um 
sem-número de postos de trabalho. O turismo pode ser considerado como umas das 
poucas alternativas à destruição do emprego tradicional devido ás mudanças 
tecnológicas e a globalização, junto com a redução de jornada de trabalho” (p.10). 
 
O turismo sendo uma área diversificada e que vem ganhado espaço no requisito 
economia por ser uma atividade impulsionadora de desenvolvimento socioeconômico, 
depende de atores para pode ser desenvolvida de maneira eficaz e que beneficie a todos que 
estão envolvidos. Desse modo, torna-se relevante a importância do turismo para a sociedade 
diante dos atores mencionados. Ignarra (2013, p.13) argumenta que esse fenômeno envolve 
quatro componentes com perspectivas diversas: 
 
“O turista, que busca diversas experiências e satisfações espirituais e físicas; os 
prestadores de serviços, que encaram o turismo como um modo de obter lucros 
financeiros; o governo, que considera um fator de riqueza para a região sob sua 
jurisdição; a comunidade do destino turístico, que vê a atividade como geradora de 
empregos e promotora de intercâmbio cultural” (p.13) 
 
18 
 
 
 
 
O turismo proporciona mudanças significativas na sociedade, como também, o 
mesmo tem que ser modificado através da busca pelo diferencial, já que o turista é o principal 
ator que irá desfrutar dos produtos e serviços prestados pelo turismo. O turista procura 
satisfazer suas necessidades através de novas experiências (Ignarra, 2013). 
Panosso Netto e Ansarah (2009, p.16) caracterizam esse novo turista de “pós-
moderno”, e ainda afirmam que: 
“O sucesso do turismo reside em oferecer experiências diferenciadas, em 
compreender que não existe o turista, mas que existem turistas, no plural, que cada 
vez mais exigem passeios sob medida para seus gostos, nível intelectual e situação 
pessoal. Implica também em entender que, salvo exceções, os novos turistas [...] 
exigem infraestrutura e conforto de acordo com atuais padrões de civilização” 
(Panosso Netto e Ansarah, p.16). 
 
A importância do turismo na economia é evidente, pois o mesmo é capaz de 
desenvolver, potencializar e diferenciar um determinado destino turístico, todavia se a 
participação dos residentes não for efetiva, o planejado sustentável do turismo na comunidade 
trará retornos prejudiciais. Por isso que a participação e a colaboração dos atores são 
essenciais na organização da atividade turística, sendo a mesma, capaz de envolver os países 
menos desenvolvidos potenciais na economia mundial, como afirma a OMT (2011, p. 1): 
 
“Estatísticas demonstram claramente o papel do crescimento do turismo como 
veículo de desenvolvimento capaz de incrementar a participação dos países menos 
desenvolvidos a economia mundial. A chegada dos turistas internacionais nos 48 
países menos desenvolvidos (PMA) quase triplicaram entre 2000 e 2010, ano em 
que chegaram aos 17 milhões. As receitas do turismo internacional, uma fonte vital 
de exportações para os PMA, quadriplicou, passando de 2.600 milhões de dólares 
EE.UU em 2000 para 10.000 milhões de dólares em 2010”. 
 
Tendo conhecimento de que o turismo é capaz de transformar a ponto de destacar 
um destino subdesenvolvido na economia mundial, estimulando inclusão social da classe 
social baixa, permitindo-os que desfrutem do lazer e o bem-estar que o turismo proporciona. 
As estatísticas da OMT (2011, p. 1) estimam que: 
 
 “O turismo é a primeira e a segunda fonte recita de exportações em 20 dos 48 
países menos desenvolvidos; em alguns países em desenvolvimento, especialmente 
em pequenos Estados insulares, o turismo é responsável por mais de 25% do PIB; a 
partir de 2015, e pela primeira vez as economias emergentes receberam mais 
chegadas de turistas internacionais que as economias avançadas; em2030, 58% das 
chegadas internacionais registrara-se em destinos situados em economias 
emergentes da Ásia, América Latina, Europa Central e Oriental, Oriente Médio e 
África”. 
 
19 
 
 
 
As estatísticas são muitas, e relatam sobre a supervalorização do turismo no 
mundo, contudo como argumentado anteriormente, elas realmente vão ser validadas e 
benéficas aos envolvidos se o turismo for planejado de maneira participativa e sustentável. 
Machado (2005, p. 24) argumenta que: 
 
“O turismo a ser pensado e devolvido deve, obrigatoriamente, focalizar a integração 
de valores ambientais, culturais, sociais e econômicos, considerando o bem-estar das 
pessoas envolvidas no processo. Deve buscar a cidadania ecológica inserida na 
expectativa de uma qualidade de vida melhor, para hoje e para o amanhã”. 
 
Nesse modo, o turismo possibilita a qualidade de vida, estabelecendo avanços 
significativos econômicos e socioculturais, sendo o homem o principal impulsionador dessa 
economia. 
Segundo Mielke (2009), o turismo é um serviçopessoal, nesse caso não há 
substituição do homem por máquinas produtivas, possibilitando a grande capacidade da 
geração de emprego e renda em nível regional. Pode-se então perceber que o homem tem um 
papel relevante no turismo, capaz de amenizar os problemas da sociedade moderna, através do 
conhecimento de benefícios que possam ser incrementados na localidade. Por isso, que o 
conhecimento, qualificação e capacitação são essenciais para planejar e manter o turismo de 
forma sustentável. 
O desenvolvimento sustentável do turismo vem adquirindo espaço nos últimos 
anos, por ser um planejamento que mantém o equilíbrio e principalmente, se importa com as 
futuras gerações. É fato o esgotamento dos recursos naturais existentes, a descaracterização 
das identidades locais, a exclusão e desigualdade social. De acordo com a literatura a ideia de 
turismo sustentável vem contribuindo como a maneira mais eficaz e correta de desenvolver o 
turismo, já que as prioridades são: preservar os recursos naturais existentes, criar 
oportunidades para valorizar e manter a cultura local, como também criar soluções que 
minimizem ou até mesmo acabe com a exclusão e desigualdade social. 
 
2.2 TURISMO SUSTENTÁVEL 
 
O tema sustentabilidade vem ganhado espaço e referência na sociedade, pelo fato 
de planejar, desenvolver e com o objetivo de que as gerações futuras possam desfrutar das 
mesmas oportunidades presentes nos aspectos econômicos, ambientais e socioculturais. Dias 
(2008, p.106) afirma que: 
“O conceito sustentabilidade surgiu com o objetivo de harmonizar as diversas 
dimensões de desenvolvimento que até então privilegiava quase que exclusivamente 
20 
 
 
 
o econômico. É um conceito que apresenta uma visão de futuro, estabelecendo 
metas para que o crescimento atual não comprometa o meio ambiente das gerações 
futuras”. 
 
Philippi e Ruschmannn (2010, p. 73) relatouque: 
 
A ideia de sustentabilidade aliada a desenvolvimento foi se constituindo ao longo da 
década de 1980, esse materializou no relatório Brundtland, denominado Nosso 
Futuro Comum (World Comission Environmental and Development, 1987), no qual 
aparece a definição mais oficial de desenvolvimento sustentável. 
 
 
No relatório Brundtland (1987, apud Philippi e Ruschamannn 2010, p. 73) 
referência clássica sobre desenvolvimento sustentável defini-o como: “ aquele que atende as 
necessidades das presentes gerações, sem colocar em risco o atendimento as necessidades das 
futuras gerações”. 
Segundo Dias (2008) “o relatório da comissão da ONU enfatiza na verdade o que 
seria o desenvolvimento sustentável de uma sociedade, deixando assim bem claro como 
principal objetivo de satisfazer as necessidades e expectativa das pessoas”. 
Diante desse objetivo central a ONU (apud DIAS 2008, p.107) define 
sustentabilidade como: 
“Um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos 
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança 
institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de 
atender as necessidades e as aspirações”. 
 
Permitir o desenvolvimento sustentável é preservar e conservar os recursos 
naturais, estabelecendo metas que possibilitem minimizar os impactos negativos, provocados 
pela falta de planejamento da sociedade. 
Philippi e Ruschmann (2010, p.635) enfatiza que: 
 
“No contexto de desenvolvimento sustentável deve-se lembrar que a questão da 
infraestrutura e, em seu bojo, da energia envolve também o problema da equidade, 
englobando o combate à pobreza e o atendimento as necessidades básicas de 
alimentação, saúde e moradia. Esses aspectos apresentam grande importância para 
os países em desenvolvimento, principalmente no que se refere as pequenas 
comunidades em regiões isoladas para as quais o turismo pode ser um importante 
vetor na construção do desenvolvimento sustentável”. 
 
Contudo há vários conceitos apresentados, por diversos estudiosos da 
sustentabilidade, e entende-se que de fato todos os setores econômicos podem ser bem-
sucedidos e promissores, se usarem os princípios da sustentabilidade, já que essa maneira de 
planejar para o futuro é o ideal. 
21 
 
 
 
Entende-se que o turismo proporciona mudanças significantes na sociedade, no 
entanto, Dias (2008, p. 86) afirma que: “o mito de que o turismo é uma ‘indústria de 
chaminés’ caiu por terra”. Atualmente compreendesse que ele que pode ser tão prejudicial, 
como outras indústrias poluidoras do meio ambiente, e que seus efeitos podem ocorrer num 
espaço de tempo mais curto (DIAS, 2008). 
Na realização da conferência das Nações Unidas para o meio ambiente ocorrida 
no ano de 1972 no Rio de Janeiro, tinha a sustentabilidade como um dos seus marcos iniciais, 
o turismo não se encontrava como tema periférico, assim sendo, nenhuma expressão ou 
referência estava resultante nos documentos do encontro. O conceito de turismo sustentável só 
foi consolidado através de vários processos de discussões que envolveram vários intelectuais 
a ONU e principalmente a OMT sendo o turismo sustentável o objeto de pesquisa desde sua 
criação (DIAS, 2008). 
A OMT (apud Cooper 2007, p.271) argumenta que: 
 
“O desenvolvimento do turismo sustentável vai ao encontro das necessidades atuais 
dos turistas e das regiões anfitriãs e, ao mesmo tempo, garante oportunidades para o 
futuro. É a gestão de todos os recursos de tal forma que as necessidades econômicas, 
sociais e estéticas possam ser satisfeitas mantendo-se, ao mesmo tempo, a 
integridade cultural, os processos ecológicos essenciais, a diversidade biológica e os 
sistemas de apoio a vida”. 
 
Como enfatizado anteriormente, para o desenvolvimento do turismo sustentável, é 
essencial a participação de todos seus atores e interessados, bem como uma forte liderança 
política para garantir ampla participação e a construção de consenso. Alcançar o turismo 
sustentável é um processo contínuo e requer monitoramento constante dos impactos, a 
introdução de medidas preventivas e/ou corretivas necessárias sempre que necessário (BENI, 
2012). 
Magalhães (2002, p.89) afirma que “a ideologia do turismo sustentável traz na sua 
base a preocupação com a conservação do meio físico e das formas de organização das 
comunidades receptoras nas fases de planejamento”. 
A OMT (2012, p. 1) define turismo sustentável como: “o turismo que tem 
plenamente em conta os impactos atuais e futuros, econômicos, sociais e ambientais para 
satisfazer as necessidades dos visitantes, das indústrias, do entorno e das comunidades 
anfitriãs”. 
Cavalcanti em referência clássica sobre o modelo econômico (1995, apud 
Sampaio; Henríquez; Mansur, 2009, p.16) argumenta que: 
22 
 
 
 
 
“O atual modelo de crescimento econômico, gerou enormes desequilíbrios; se, por 
um lado, o desenvolvimento se restringiu ao crescimento da acumulação e 
concentração de capital e divisas no mundo, por outro lado, o crescimento 
desordenado, a degradação ambiental e os problemas sociais surgiram como 
consequências desses modelos adotados e, mais do que isso, vem aumentando 
gradativamente, colocando em risco o futuro das próximas gerações”. 
 
Diante dessas consequências provocadas pela expansão da atividade turística, não 
se pode negar que quando turismo é bem planejado com requisitos sustentáveis, a sociedade 
se desenvolve com equilíbrio, e com o olhar para o futuro, estabelecendo metas que enfrentem 
desafios e que as mesmas sejam capazes de solucioná-los. 
O desenvolvimento sustentável concentra os fatores ambientais, econômicos e 
socioculturais interligados, já que juntos são capazes potencializar a atividade turística. No 
entanto é preciso conhecer cada dimensão, para poder criar metas que possam ser 
desenvolvidas com o objetivo de manter em constante equilíbrio. 
Sabe-se que o turismo é o responsável pelo contato social, de conhecer novos 
padrões de vida como também, estimular emanter por mais tempo a demanda, desfrutando 
dos destinos diferenciados. 
Dias (2008, p.117) afirma que: 
 
“Quando as pessoas fazem turismo, aumentam o seu grau de sociabilidade com uma 
intensidade que, muitas vezes, jamais ocorreriam no dia-a-dia, pois estas, quando em 
viagem, se encontram numa condição psicológica altamente favorável a novos 
contatos sociais. O turista, quando em viagem, sente-se livre dos limites impostos 
pelas normais sociais que regem seu comportamento cotidiano e adota símbolos e 
padrões em comportamentos idealizado que constituem um estilo de vida mais livre; 
adotam, em consequência, posturas desinibidas, buscando experiências novas em 
condições normais não assumiriam”. 
 
Pode-se então perceber que esse “aumento do grau de sociabilidade” das pessoas, 
fazem com que estas mudem seus próprios hábitos, aumentando o interesse por novas 
experiências, costumes e conhecer novas culturas e, esse choque das culturas faz o turista 
adquirir novos conhecimentos e se sociabilizar. Conhecer (novas gastronomias, religiões, 
crenças, etc.), e por algum momento no decorrer da visita são capazes de questionar-se sobre 
a própria cultura. 
 Essa valorização da cultura local contribui com o interesse e expectativas dos 
turistas de conhecer o “outro” pelo fato de ser uma cultura exótica, diferente de seus costumes 
e interesses de sua residência habitual, atraindo-os cada vez mais a explorar comunidades que 
mantêm sua identidade. Segundo Tomazzoni (2009), conhecer a cultura contribui com a 
23 
 
 
 
inclusão social, pelo fato de abranger valores, costumes e tradições de uma sociedade. Ainda 
nesse contexto Sampaio; Henríquez e Mansur (2011, p.32) afirmam que: 
 
“Os pesquisadores de tendências turísticas tem apontado uma mudança comportamental das 
motivações e do perfil do turista contemporâneo, surgindo, como as principais características 
e anseios deste “novo” turista, a busca por vivencias memoráveis e contato com novas 
culturas, bem como o desejo de criar uma forte identidade nas relações com a comunidade 
receptora”. 
 
Neste, o processo do conhecimento do turismo se torna significante e 
indispensável, já que para desfrutar de novas experiências diferentes do cotidiano, é preciso 
deslocar-se do seu meio habitual, assim o turismo aparece mais uma vez como avassalador, 
mas agora como de sociabilidade. Esse contato contribui o conhecimento de culturas e 
consequentemente, a divulgação informal pelas redes de sociais. 
Segundo Ignarra (2013), a comunidade local se apresenta como atividade turística 
através de fatores culturais: artesanato, religião, folclore, gastronomia típica, arquitetura 
contemporânea etc. 
Nesse mesmo contexto o autor ainda enfatiza que “quando a globalização atinge 
todas as atividades humanas, a valorização da cultura típica surge como um tipo de 
diferenciação, aspecto fundamental do produto turístico” (IGNARRA, 2013 p. 192). 
A procura por essa cultura típica das localidades receptiva vem crescendo 
continuamente pelo fato da cultura local transformar-se em produto turístico. Entretanto essa 
representação da identidade e a venda desta em seguida têm estimulado a economia local, 
dando aos moradores a autonomia de vender objetos que lhe pareceriam tão simples, em 
produtos de grande valor para os turistas. 
É por meio de vender o que parece simples para comunidade e de valor para os 
turistas e/ou visitantes que a renda extra começa a caracterizar a economia das localidades 
receptivas e aparece com um forte impacto na atividade turística. Ignara (2013, p.168) afirma 
que: 
“A economia é representada pelo seu poder de redistribuição de renda, a qual se dá 
em níveis espacial e de classes sociais. Em nível espacial essa redistribuição ocorre 
porque existem regiões que são mais emissoras do que receptoras de turistas. Assim 
a renda sai das áreas emissoras para as receptoras”. 
 
Sabe-se que para manter-se no mundo capitalista e adquirir uma boa qualidade de 
vida das pessoas que vivem do turismo ou de quaisquer atividades econômicas, a ligação do 
aumento da renda e manter o equilíbrio da oferta e demanda constituirá uma atividade 
equilibrada no âmbito econômico. 
24 
 
 
 
Para Tomazzoni (2009, p.19 apud Haddad 1975, p. 46): 
 
“É preciso aumentar a renda per capita; melhorar a distribuição da renda; reduzir o 
número de pessoas abaixo do nível de renda e diminuir as disparidades regionais de 
renda per capita em relação à média nacional, se as quatros qualificações estiverem 
sendo satisfeitas, haverá uma alta probabilidade de que as condições vitais e socias 
também melhorem”. 
 
Segundo Mielke (2009), o turismo quando bem organizado, é considerado uma 
grande força promotora de benefícios, tanto para o município especificamente, como para a 
região, em função da possibilidade que tem de proporcionar uma melhoria da situação 
econômica de cada elemento que compõe a oferta. 
A ligação entre os fatores que favorecem desenvolvimento da atividade turística é 
de manter o reconhecimento que cada dimensão, seja ela cultural, social, econômica ou 
ambiental são dependentes uma das outras para se tornarem bem-sucedidas, sendo os mesmos 
indicadores de um turismo sustentável. Nesse sentido Tomazzoni (2009, P. 28) acrescenta 
que: 
 
“A ideia de desenvolvimento como sinônimo de sustentabilidade social e que 
depende de ações coordenadas e cooperação para reverte o quadro de gravidade da 
excessiva concentração de renda em países em desenvolvimento e em determinadas 
regiões dos países desenvolvidos. A distribuição de renda como fator de promoção 
do acesso à educação, e saúde, é fundamental para inclusão social. Apresenta-se 
também como elemento importante a sustentabilidade cultural que se relaciona com 
a preservação e valorização dos patrimônios dos campos da História, das tradições, 
dos costumes, das artes e dos saberes da humanidade”. 
 
Visando a importância do meio ambiente na atividade turística, já que nele que o 
turismo se desenvolve, Cooper (2007, p. 210) afirma que: 
 
O meio ambiente, seja ele natural ou construído, é o ingrediente artificial mais 
fundamental do produto turístico. Entretanto, assim que a atividade turística ocorre, 
o meio ambiente é inevitavelmente modificado, seja para facilitar o turismo, seja 
através do processo de produção do turismo. 
 
Por mais que alguns fenômenos afetem a atividade turística, o meio ambiente é o 
alicerce do turismo, já que é a procura dele é a motivação na qual os turistas viajam para 
“quebra da rotina” do dia a dia. 
Dias (2008, p. 98) enfatiza que: 
 
“O turismo é e sempre foi bastante dependente do meio ambiente natural, pois o 
clima afeta diretamente. Lugares que exploram o turismo de “sol e praia” esperarão 
temperaturas elevadas na maior parte do ano; as chuvas não serão bem-vindas e o 
frio menos ainda. Já nas regiões mais montanhosas, o que se aprecia são as 
25 
 
 
 
temperaturas amenas e preferencialmente mais baixas. As intempéries 
definitivamente afastam o turismo, como as chuvas, os ciclones, os ventos fortes, as 
nevascas, os temporais etc”. 
 
Com o avanço do incentivo de fazer o turismo sustentável, a segmentação turística 
proporcionou campos que por lei, jamais seriam visitados. O turismo em destinos que são 
monitorados por órgãos federais, estaduais e municipais, sendo esses conhecidos como Áreas 
de Proteção Ambiental ou Unidades de Conservação, foram capazes de ganhar uma renda 
extra para manter o ambiente preservado e principalmente conscientizar através do turismo. 
Desse modo, estabelecendo os critérios ambientais na atividade turística o 
ecoturismo surgiu como o meio de solucionar graves problemas ambientais, e contribuir com 
mudanças que possam reverter a destruição provocada pelo homem, no entanto e capaz de 
estabelecer uma nova relação do homem com o meio em que atua (MACHADO, 2005). 
 
2.3 ECOTURISMO 
 
O turismo alternativoé o diferencial para os turistas que procuram sair da rotina 
do dia-a-dia, através de fatores que satisfação suas expectativas, privilegiando possibilidades 
de adquirir conhecimento, ou seja, aprender através do lazer. Segundo Brunelli (2003) as 
áreas naturais foram reduzidas drasticamente devido os avanços tecnológicos, lugares que 
haviam abundância de paisagens naturais hoje é muito raro de se encontrar, diante disso, as 
pessoas estão à procura de novos caminhos para entrar em contato com a natureza, 
redescobrindo o seu valor. 
O ecoturismo desperta no turista o desfrute de novas experiências, transmite a 
importância da natureza para o seu bem-estar e o conhecimento da cultura local. Brunelli 
(2003, p. 6) enfatiza que são necessárias quatro condições básicas para uma atividade ser 
considerada como ecoturismo: 
 
“Respeito às comunidades locais, envolvimento econômico efetivo das comunidades 
locais, respeito às condições naturais e conservação do meio ambiente e interação 
educacional – garantia de que o turista incorpore para a sua vida a preservação da 
natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico”. 
 
 O ecoturismo tem crescido consequentemente, devido à aproximação e 
preocupação do homem com a natureza. Segundo Dias (2008) o crescimento ecoturístico é de 
10% a 30% ao ano, já o turismo tradicional cresce em média 4%. Rego e Peccioli Filho (2003, 
p. 16) relatam que: 
26 
 
 
 
“O ecoturismo, além de ser uma forma de valorizar o patrimônio natural, também 
coloca o visitante em contato direto com o meio ambiente, fazendo com que ele 
interprete o ambiente, pois o ecoturista não está ali só para ver, quer aprender, 
dedicando todo seu tempo para contemplar as paisagens”. 
 
 
A valorização do ecoturismo na segmentação turística favorece o 
desenvolvimento local, a satisfação e o privilégio dos residentes em pertencer a uma 
comunidade, agora valorizada, como enfatiza Amorim (2003, p. 72) 
 
“Essa estratégia que além de melhorar a qualidade da mão de obra local, 
valorizando-a, pode representar diferencial competitivo entre os destinos 
ecoturísticos, a ligação que a comunidade possui com a área não se restringe 
somente a viabilidade econômica do pós-negócio. Vai além do aspecto econômico, 
pois também traz um sentimento de pertencimento ao local”. 
 
Percebe-se então que essa preocupação do ecoturista com a natureza é ocasionada 
pela visão do erro que o homem comete com a mesma. E acaba afetando o imaginário, 
provocando o peso de culpa na consciência, despertando no ecoturista o interesse e a 
criatividade de propor melhorias para o meio ambiente. 
 Mendonça e Neimann (2005, p.18) afirmam que o ecoturismo: 
 
“É hoje uma atividade que funciona como instrumento de aproximação entre o ser 
humano e o meio ambiente selvagem, principalmente em Unidades de Conservação, 
incorporando alguns pressupostos, como o questionamento de valores, a 
aprendizagem através de experiências e a busca de reformulações para aspectos de 
indesejáveis da vida cotidiana”. 
 
Com o novo espaço que o ecoturismo vem alcançando, os turistas têm mais 
alternativas de descanso, entretenimento e conhecimento. Percebendo-se a relevância que o 
turismo de natureza transformou no imaginar das pessoas. A fuga da rotina do dia-a-dia estar 
na cabeça dos turistas, e percebe-se que a natureza artificial não é necessária para trazer o 
bem-estar das pessoas, como Rego e Peccioli Filho (2003, p.18) exemplificam essa 
artificialidade da natureza ao relatar que: 
“À criação das plantas artificiais que são muito parecidas com os originais, só que 
elas não têm cheiro, não respiram e a sua produção acarreta uma série de fatores que 
diminuem o oxigênio da atmosfera. O que os naturais não fazem, pois elas respiram, 
tem odores agradáveis e produzem oxigênio para seu próprio consumo”. 
 
 Na mesma visão dos questionamentos das pessoas que querem fugir do 
costumeiro lazer que o turismo tradicional oferece. O ecoturismo está ligado com o 
desenvolvimento sustentável, já que os recursos naturais são usados de forma equilibrada. 
27 
 
 
 
Desse modo Machado (2005, p.24) afirma que: 
 
“O compromisso do ecoturismo é organizar um turismo capaz de promover o 
desenvolvimento dentro dos critérios ambientais que garantam a manutenção de sua 
biodiversidade. Na realidade, a proteção do ambiente natural e a promoção de um 
desenvolvimento mais amplo são questões interligadas: para garantir os recursos que 
sustentam o desenvolvimento, e necessário equilibrar as ações geradoras do 
crescimento econômico”. 
 
Ignarra (2013 p.188) argumenta que “para que o ecoturismo ocorra de maneira 
sustentável, é necessário que se realize em locais onde haja um controle adequado do número 
de visitantes”. [...] assim o ecoturismo acaba ocorrendo em grande parte nas chamadas 
“unidades de conservação”. O ecoturismo dessa forma pode ser inserido em unidades de 
conservação por motivos de preservar o meio ambiente e transmitir conhecimento. Machado 
(2005, p. 25) de acordo com o ecoturismo relata a diferença entre os termos de conservação e 
preservação: 
 
“No ecoturismo, utilizamos o termo conservação para as áreas que possibilitem a 
visitação pública e a pratica de determinadas atividades compatíveis com a 
manutenção dos espaços. Já a preservação diz a respeito às áreas intangíveis para o 
visitante, nas quais nenhuma possibilidade de visitação é oferecida”. 
 
Já que é permitida a visita e as práticas de determinadas atividades turísticas apenas 
em unidades de conservação, desse modo, segundo Machado (2005), o aproveitamento do 
ecoturismo em áreas de conservação melhora as oportunidades de práticas de lazer em 
destinos que não desfrutam dessa modalidade. Diante desses fatores, David A. Fennell (apud 
Ignarra 2013, p.188) define ecoturismo como: 
 
“[...] turismo de baixo impacto que contribui para a manutenção de espécies e 
habitats através da contribuição para a sua conservação e/ou indiretamente 
promovendo renda para a comunidade local a fim de que ele não necessite destruir 
esses recursos para a sua sobrevivência”. 
 
O ecoturismo surgiu como uma nova forma de fazer turismo consciente, 
estabelecendo essa relação de turista e natureza. As várias atividades turísticas que mantêm e 
privilegiam o meio ambiente como o turismo de natureza, turismo ecocientífico, turismo 
ambiental, turismo de aventura e o turismo rural; todos esses buscam o mesmo fim, 
promovendo o contato do visitante com o meio, gerando recursos capazes de sustentar o 
projeto cuidando do espaço utilizando com vistas à sua manutenção no futuro (MACHADO 
2005, p. 28). 
28 
 
 
 
Mendonça e Neimann (2005, p. 45) afirmam que: 
 
“Os atrativos que realmente são ecoturísticos vão mais além: envolvem o visitante 
no dia-a-dia da comunidade local, esteja ela dentro da Unidade de Conservação ou 
no seu entorno. Assim, em vê de simplesmente provar a farinha de mandioca no 
restaurante do hotel, a proposta é que o turista participe da experiência de arrancar a 
mandioca, tirar a casca, deixa-la de molho, ralá-la, secá-la no tipiti e coloca-la no 
tacho, apresentando todo o processo da mesma forma tradicional que a comunidade 
local faz”. 
 
O ecoturismo quando planejamento e organizado, torna-se uma fonte de 
benefícios econômicos para os Estados, empresas privadas e comunidades locais. Podendo ser 
um instrumento eficaz para a conservação dos recursos naturais e culturais (Brunelli, 2003). 
Segundo Amorim (2003) o ecoturismo surgiu como forma de desfrutar das 
belezas cênicas que as unidades de conservação oferecem e ao mesmo tempo em que 
contribua com a geração de novas oportunidades de negócios no setor de serviços para as 
populações que vivem no entorno de tais áreas. 
Assim o ecoturismo possibilita experiências inesquecíveis nos turistas, notando-se 
o aperfeiçoamento no uso do sustentável do meio ambiente, como também,contribuindo com 
o aumento da demanda turística local. Outra atividade que tem o pensamento envolvido no 
desenvolvimento sustentável é o turismo comunitário. 
 
2.4 TURISMO COMUNITÁRIO 
 
O turismo comunitário é uma modalidade que contribui com a valorização da 
cultura local e contribui com o crescimento na renda dos residentes. A valorização da cultura 
é essencial para a iniciativa desse segmento na comunidade, mantendo a identidade intacta 
com a manutenção de costumes e tradições antigas, revelando desse modo o estilo de vida dos 
residentes de maneira simples e digna. Essa preservação da identidade local tem contribuído 
para que os residentes se exponham cada vez mais sem o ressentimento de serem criticados e 
excluídos pela sociedade tradicional (Ribeiro, 2003). 
Amorim (2003, 72) afirma que: 
 
“Quando os negócios são explorados pela população local, a renda gerada fomenta a 
própria região. Pode-se perceber que, em muitos locais onde os negócios são 
explorados por pessoas que não são da própria comunidade, boa parte da renda é 
reinvestida em grandes centros, causando conflitos sociais ao longo do tempo”. 
 
29 
 
 
 
 Essa modalidade tem interessado aos turistas e visitantes que procuram novas 
experiências e fogem da invariabilidade de lazer e descanso que os centros urbanos oferecem. 
Adquirir conhecimento, explorar caminhos incomuns, adquirir novas experiências têm atraído 
o olhar das pessoas. Grimm e Sampaio (2011, p.61) enfatizam que: 
 
“Este novo turista seleciona mais e melhor seus destinos e a forma de viajar, 
valorizam os aspectos espirituais e ecológicos da viagem; buscam o real e o natural 
nos destinos, não o meio alterado; tem mais tempo livre e são mais flexíveis; as 
atividades turísticas formam parte das necessidades fundamentais e da qualidade de 
vida; dedicam mais tempo as atividades turísticas; são mais jovens e ao mesmo 
tempo a expectativa e qualidade de vida fazem com que se amplie o segmento da 
população da terceira idade; para eles as férias são menos planejadas; procuram 
independência fazendo um tipo de viagem distinto do modelo praticado pelas 
massas, planejando e organizando suas viagens e atividades turísticas”. 
 
Desse modo o turismo comunitário passa a ser um segmento diferenciado que 
proporciona conhecimento e através de novas experiências. Ribeiro (2009, p. 117) afirma que: 
 
 “O turismo comunitário é um novo paradigma de desenvolvimento local para 
muitas comunidades que entendem que abrir suas casas e sua forma de vida a 
visitantes para que estes desfrutem seus serviços, suas manifestações culturais, sua 
gastronomia e seu cotidiano, bem como a natureza do entorno destas áreas, é uma 
forma de se conectar ao mundo urbano e diferente”. 
 
No turismo comunitário, a participação da comunidade e a colaboração do poder 
público são de suma importância no planejamento de projetos e ações que beneficiem e 
valorizem o cotidiano dos residentes. A comunidade é a base para manter essa segmentação 
erguida, já que a mesma é privilegiada por ter conhecimento das necessidades da localidade. 
Ribeiro (2009, p.107) relata que “o conceito de desenvolvimento local mais utilizado é o da 
construção por meio do poder endógeno para que uma localidade representada por sua 
comunidade decida seus objetivos e qual caminho trilhar”. Ainda de acordo com o contexto 
da importância da participação da comunidade no desenvolvimento do turismo de uma 
localidade Mielke (2009, p.20) argumenta que: 
 
“O turismo, organizado pela cooperação e sinergia entre os atores sociais, produz 
um valor social agregado intangível. É de fortalecer as relações entre as pessoas que 
moram e convivem em uma mesma região. Elas têm a possibilidades de se 
mostrarem como realmente são, podendo relatar seus costumes, valores e sua 
história, e ainda agregar renda pela venda de serviços”. 
 
Já competitividade dos empresários que trabalham na área do turismo contribui 
negativamente para o desenvolvimento turístico da comunidade, havendo a competição da 
30 
 
 
 
oferta de serviços similares acaba transmitido um sentimento de insegurança nos turistas. Essa 
ideia de competitividade entre empresários é avaliada e quebrada por Mielke (2009, p. 21) 
enfatizando que: 
 
“A questão toda na prática é mostrar ás comunidades as reais características do 
mercado turístico e mudar uma regra que normalmente se vê nas comunidades: o 
meu vizinho é o meu concorrente. O fundamental é mostrar que esse pensamento, 
por vezes tão forte entre os empresários turísticos locais e regionais, não contribui 
para o processo, muito pelo contrário. É um conceito que deve ser quebrado aos 
poucos. Lidar com esse desafio não é difícil se, ao longo do projeto, os envolvidos 
virem vantagens estratégicas e competitivas no seu vizinho”. 
 
A valorização do patrimônio cultural local, conta com aprimoramento dos 
produtos feitos pelos artesãos, na imagem das manifestações e da comunidade. O 
planejamento de desenvolvimento deve ser feito de forma sistematizada, através de programas 
e projetos a parti de esforços de iniciativa locais e regionais e diagnósticos na comunidade. 
A infraestrutura melhora significativamente a imagem da comunidade, obtendo 
deste modo benefícios para ambos: residentes e turistas. Cooper (2007, p. 256) afirma: 
 
“Quando se desenvolve o turismo em um destino, a infraestrutura local é 
frequentemente aprimorada para atender as necessidades desse desenvolvimento. A 
comunidade local pode concluir que sua qualidade de vida melhorou 
significativamente ao poder desfrutar dessa infraestrutura mais qualificada”. 
 
Segundo o mesmo autor abordado, esse aperfeiçoamento na infraestrutura pode 
ser dado na melhoria das condições de saúde obtidas pela recuperação do suprimento de água 
e saneamento básico. Instalações esportivas, equipamentos de lazer, construção de aeroportos 
e acesso a voos regulares, restaurantes e uma diversidade de alimentos e bebidas, tem 
contribuindo com aumento da oferta e consequentemente, com a demanda no destino 
turístico. Para manter esse efeito dependem da responsabilidade dos vários participantes, 
inclusive setores públicos e privados, turistas e população local. (Cooper, 2007). Atendendo 
assim os desejos dos turistas e suprindo as necessidades dos residentes. 
Contudo o turismo comunitário é mais uma modalidade turística, que prioriza 
atender as necessidades dos turistas, que procuram oportunidades de turismo alternativo. 
Além contribuir com o desenvolvimento sustentável do turismo. 
 
 
 
 
31 
 
 
 
3 MÉTODO 
 
3.1 DESENHO DA PESQUISA 
 
O presente estudo é de natureza qualitativa, caracterizado pela pesquisa empírica, 
exploratória e participante, cuja abordagem se deu através do estudo da comunidade. Estudo 
que promove a relação com o pesquisador e os residentes. Sendo esses instrumentos 
essenciais para o conhecimento e a compreensão da temática. 
O estudo da comunidade procura observar e compreender o modo de vida das 
pessoas, interpretando suas crenças, religiões, suas formas de educação e seus hábitos como 
também, a visão do mundo moderno que possuem, avaliando o efeito dessa modernidade em 
suas vidas (Meksenas, 2002). 
Meksenas (2002, p.114) ainda argumenta que: 
 
“Os estudos de comunidades não são adequados ao exame de qualquer realidade 
social. O que está em jogo nessa modalidade de pesquisa é o interesse de capitar a 
tensão existente entre o moderno e o tradicional dentro de contextos empíricos. 
Trata-se também de uma modalidade de pesquisa que requer a presença e a inserção 
do investigador na realidade em foco: participar, por um período determinado, da 
vida da comunidade, observar sua rotina e as atividades que a “quebram”, conversar 
com as pessoas, buscar o entendimento e o significado de suas ações [...]. Enfim o 
pesquisador deve “mergulhar” no espaço de criação da pesquisa”. 
 
Segundo Meksenas(2002), a pesquisa empírica não está necessariamente 
relacionada ao empirismo enquanto estilo de pensamento, pelo contrário, os métodos da 
pesquisa empírica relacionam-se em determinados procedimentos que indicam o modo mais 
apropriado de abordagem de múltiplos e localizados objetos de investigação. O contato com a 
realidade das pessoas de comunidades assim como construir uma relação afetiva com os 
pesquisados constituem a pesquisa empírica. O estudo da pesquisa empírica pode ser 
caracterizado por explanação descritiva ou interpretativa segundo Queiroz (1972 apud 
MEKSENAS, 2002). 
O autor, ainda nesse mesmo contexto, diferencia-as enfatizando que “a primeira 
diz a respeito a um tema em que o pesquisador simplesmente descreve a realidade, o 
fenômeno ou a relação social que investiga. [...] no segundo caso, o pesquisador procura 
explicar a realidade, o fenômeno ou a relação” (QUEIROZ, 1972 apud MEKSENAS, 2002). 
Matias-Pereira (2010, p. 72-73) argumenta que a pesquisa exploratória “Visa 
proporcionar maior familiaridade com o problema com intuito de torná-lo explicito ou de 
32 
 
 
 
construir hipóteses”. E a pesquisa participante “se desenvolve a parti da interação entre 
pesquisadores e membros das situações investigadas”. 
A pesquisa de natureza qualitativa é a forma de abordagem do problema sendo 
definida por Matias-Pereira (2010, p. 71) como: 
 
“A parte do entendimento de que existe uma relação dinâmica entre o mundo real e 
o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade 
do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e 
a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não 
requerem o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte 
direta para a coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave”. 
 
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA 
 
A pesquisa foi realizada na comunidade de Genipabu, que está localizado no 
município de Extremoz – RN. Foram entrevistados 28 residentes, entre anciãos (pessoas de 
terceira idade), jovens, vendedores de artesanatos e donos de barracas de praia, que trabalham 
com o turismo; sendo esses pertinentes de informações privilegiadas sobre a atividade 
turística. Foi analisada a rotina de suas vidas inseridas na atividade turística, para 
compreender o fenômeno turístico e as práticas sustentáveis utilizadas pelos residentes. Sendo 
assim a melhor maneira de descrever os aspectos indesejáveis e benefícios relatados pelos 
entrevistados. Lembrando que toda pesquisa foi obtida através da relação do pesquisador com 
a comunidade. 
 
3.3 ABORDAGEM DA COLETA DE DADOS 
 
Os dados da pesquisa foram obtidos através de entrevistas e depoimentos dos 
residentes. Na coleta de dados foram utilizados formulários sobre o perfil sócio demográfico 
dos entrevistados, para obter informações de faixa etária, gênero, grau de escolaridade e local 
de origem, elementos que são essenciais em pesquisas relacionadas com pessoas. 
Os dados da pesquisa também foram obtidos através de entrevista e depoimentos 
dos residentes, sequenciados por perguntas abertas de interesse sobre a atividade desenvolvida 
na localidade, assim sendo, sobre o uso das práticas sustentáveis. Pelo que foi visto, a 
participação da comunidade foi essencial para a conclusão da pesquisa, já que o estudo tem 
como finalidade compreender o fenômeno turístico e das práticas sustentáveis utilizadas pelos 
entrevistados. 
33 
 
 
 
Desse modo, o estudo está vinculado ao método de estudo da comunidade, onde 
Meksenas (2002, p. 111) afirma que “pode ser visto como instrumento para destacar o 
presente (valorizando contextos históricos contemporâneos)”. Os formulários e as entrevistas 
foram realizados com os residentes de Genipabu, que tem seus trabalhos inseridos nas 
atividades turísticas (ou nos residentes que aproveitam da atividade turística para adquirir uma 
renda extra). Sendo os vendedores de artesanatos, donos de barracas de praia, jovens e 
anfitriãos (pessoas de terceira idade) constituintes da imagem turística da comunidade. 
 
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
 
A pesquisa concretizou-se por analisar e compreender o fenômeno turístico local e as 
práticas sustentáveis. A pesquisa foi dividida em três análises: perfil do entrevistado, o 
fenômeno turístico local e as práticas sustentáveis. Para analisar e interpretar os dados foi 
utilizado a analise temática, que segundo Deslandes (2009) para analisar o conteúdo utilizado 
na pesquisa qualitativa destacam-se os procedimentos: inferência, descrição, categorização e 
interpretação. Para análise dos dados obtidos, houve a construção de corpus que apresenta os 
depoimentos dos entrevistados, facilitando a interpretação e em seguida a descrição dos 
depoimentos. 
 
3.5 ASPECTOS ÉTICOS 
 
Na pesquisa foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 
e a carta de apresentação da UFRN/DETUR. Por meio dos documentos apresentados é 
possível formaliza a autorização do entrevistado para a obter as informações necessárias para 
a pesquisa, estando ciente que o pesquisado poderá recursa a participar da pesquisa sem 
prejuízo de nenhuma natureza. Os documentos foram apresentados quando iria realizar o 
contado para convidar algum possível participante para a pesquisa. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 
Essa pesquisa teve como objetivo compreender o fenômeno turístico e as práticas 
sustentáveis na comunidade de Genipabu/RN. Para isso, foram entrevistadas 28 pessoas que 
trabalham nas atividades turísticas. As questões estavam relacionadas com a atividade 
34 
 
 
 
turística existente na comunidade (atrativos e serviços) e as práticas sustentáveis (uso do óleo 
e lixo, o cuidado sustentável dos atrativos naturais). Além das entrevistas, foram aplicados 
formulários para analisar o perfil sócio demográfico dos entrevistados. Os resultados das 
entrevistas foram divididos em três análises: do perfil sócio demográfico dos entrevistados, 
percepção sobre o fenômeno turístico local (divididas em tópicos com as questões que 
envolvem o fenômeno turístico) e a percepção sobre práticas sustentáveis utilizadas pela 
comunidade (divididas em tópicos com questões que evolve as práticas sustentáveis). 
 
4.1 PERFIL SOCIO DEMOGRÁFICO DOS ENTREVISTADOS 
 
A tabela abaixo corresponde ao perfil dos entrevistados que residem em 
Genipabu. A entrevista foi realizada com 28 pessoas que tem seus trabalhos inseridos na 
atividade turística local. Diante dos dados obtidos, observou-se que em relação ao gênero, 18 
são do sexo feminino e 10 são do sexo masculino. 
Em relação à idade, percebeu-se que apenas 6 dos entrevistados tem até 30 anos, 
afirmado que a maioria dos entrevistados (correspondente a 28 pessoas tem acima de 30 
anos). Sobre o grau de escolaridade 10 dos entrevistados não concluíram o ensino 
fundamental. Dos 28 entrevistados 12 concluíram o ensino médio e 3 não o concluíram. 
Apenas uma pessoa tem o ensino superior completo e duas tem o ensino superior incompleto. 
Ao analisar o lugar de origem dos entrevistados, houve uma relevância de pessoas 
da própria localidade (18 – 28 entrevistados). Dos entrevistados 6 residem em Natal, no 
entanto trabalham em Genipabu, e apenas 4 vieram de outros estados, todavia trabalham com 
o turismo local. 
A tabela a seguir corresponde ao perfil sócio demográfico dos entrevistados que 
residem em Genipabu/RN. 
 
Tabela 1 
 Perfil sócio demográfico dos entrevistados da comunidade de Genipabu/RN. 
Sexo 
Feminino 18 
Masculino 10 
 
Idade 
Acima de 30 anos 22 
35 
 
 
 
Até 30 anos6 
 
Escolaridade 
Ensino médio completo 12 
Ensino fundamental incompleto 10 
Ensino superior completo/incompleto 1/2 
 
Origem 
De Genipabu 18 
De Natal 6 
Outros 4 
____________________________________________________________________ 
Fonte: Comunidade de Genipabu/RN 2016 
 
4.2 PERCEPÇÃO SOBRE O FENÔMENO TURÍSTICO LOCAL 
 
 O TURISMO DE GENIPABU. 
 
No quadro abaixo é caracteriza a atividade turística em Genipabu, de acordo 
opiniões dos residentes, onde foram entrevistados o total de 28 pessoas. Para melhor 
compreensão das respostas, foram divididas em categorias de opiniões mais relevantes. 
Como podemos observar no quadro 1: 
Durante a análise temática sobre a atividade turística junto à comunidade 
constatou-se que as respostas mais relevantes (27 – 28 entrevistados) apontaram que atividade 
turística se encontra em estado crítico. No decorrer dos depoimentos as frases mais utilizadas 
para caracterizá-la foram “está muito fraca” e “está péssima”. No total de 5 entrevistados, 
para complementar suas respostas enfatizavam que o principal motivo para a queda e 
desvalorização do turismo foi a falta de infraestrutura e investimento: 
“Precisando melhorar a infraestrutura hoteleira e de restaurantes, o movimento está 
fraco” (Antônio, 56) 
“Caiu bastante devido à falta de infraestrutura” (Henrique, 40) “Saturada, 
abandonada precisando de reparos” (Isabel, 25) 
“Fraca pela falta de estrutura e investimento” (Carlos, 34). 
“Porcaria, não tem estrutura para receber os turistas” (Ana, 48) 
 
O motivo da crise no Brasil para a desvalorização da atividade turística, também 
foi apontado pelos residentes nas seguintes frases: “está muito fraca em virtude da crise no 
Brasil” (Izabel, 75) e “Não está muito boa, como era antigamente devido à crise do Brasil” 
36 
 
 
 
(Paulo, 74). Na análise sobre atividade turista apenas um discurso relatou que a mesma estava 
boa. 
 
Quadro 1- O turismo de Genipabu/RN, 2016. 
 
 
 Fonte: Monografia DETUR- UFRN, 2016. 
 
 A INFLUÊNCIA DOS ATRATIVOS NATURAIS NA VISITA DOS TURISTAS 
EM GENIPABU/RN. 
 
No quadro abaixo, observou-se a importância de destacar os atrativos naturais 
nas opiniões dos residentes, se os mesmos influenciam na vista dos turistas, já que 
constituem o marketing turístico do destino. 
Os atrativos de naturais de Genipabu são compostos pelas: Dunas móveis e 
Dunas fixas, onde acontecem os passeios de buggys e dromedários; a lagoa que 
atualmente se encontra dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA); a praia onde 
acontece o passeio de jangada, cavalo, disponibiliza também de lojas de artesanatos, 
barracas e restaurantes e o rio que se encontra as balsas que dão acesso a outras praias do 
litoral norte. 
Opiniões Nº total=28 
1. atividade turística fraca 8 
“...’está devagar, o movimento está muito fraco’...” 
“... está muito fraca...” 
“...está muito fraca devido à crise no Brasil 
 
2. atividade turística péssima 4 
“...está péssima...” 
3. devido à falta de infraestrutura 5 
“...precisando melhorar a infraestrutura hoteleira e de restaurantes...” 
“...caiu bastante devido à falta de infraestrutura” 
“...saturada, abandonada, precisando de reparos...” 
“...falta de infraestrutura e investimento...” 
 
4. não está boa/ está muito ruim 4 
“...está muito ruim...” 
“…não está boa... 
5.outras opiniões negativas 4 
“...está desvalorizada...” 
“...está parada...” 
“...inexistente...” 
“...está uma porcaria, não tem estrutura para receber os turistas...” 
 
6. encontra-se estável/ está boa 3 
“... encontra-se estável...” 
“... está regular ...” 
“ ...está boa 
 
37 
 
 
 
Ao analisar sobre a influência dos atrativos naturais na visita dos turistas na 
localidade, observou uma relevância nas respostas de total concordância onde, (17 – 28 
entrevistados), acreditam que influenciam. Junto as respostas de total concordância, dois 
entrevistados complementaram que se não fossem os atrativos naturais não haveria motivos 
de conhecer Genipabu. Outros dois argumentos ainda notavam o encantamento dos turistas 
pelas belezas naturais, sendo assim o principal motivo de visita: 
 
“Com certeza, se não fosse os atrativos naturais, Genipabu não seria visitado” 
(Gisele, 27) 
 “Sim, se não fossem eles não viriam ninguém para cá” (José, 58) 
“Sim, são os principais motivos de visita dos turistas” (Marta, 42) 
“Sim, os turistas se encantam pelas belezas naturais” (Ana, 75) 
 
Em cinco dos argumentos priorizaram apenas a praia e as dunas de Genipabu, 
ressaltando que seriam os principais motivos da visita dos turistas, pelo fato da maior parte 
dos produtos e serviços prestados pela comunidade estarem presentes nesse entorno: passeio 
de buggy, dromedário, jangada, as lojas de artesanatos, as barracas de praia e restaurantes. 
 
“As dunas são o principal atrativo dos turistas” (Luiz, 40) 
 “Sim principalmente as dunas” (Beatriz, 25) 
 “Apenas as dunas e a praia” (Rosa, 53) 
 “A praia e as dunas exceto a lagoa e o rio” (Paula, 50) 
“A praia e as dunas exceto a lagoa e o rio” (Nilda, 48) 
 
Nas respostas de seis dos entrevistados notou-se a exceção da lagoa e/ou do rio 
na influência da visita dos turistas na localidade. Sobre a lagoa enfatizaram que o motivo de 
não atrair os turistas, é por se encontra fechada para fins turísticos, já que a mesma tinha um 
grande potencial no turismo de Genipabu, quando era aberta para entretinimento (o banho de 
lagoa) para o público. No site do IDEMA é relatado sobre a infraestrutura da lagoa onde é 
considerada atualmente uma Unidade de Conservação: 
 
“Em termos de infraestrutura, esta Unidade de Conservação dispõe de uma sede, o 
Ecoposto, localizado no município de Extremoz/RN. O Ecoposto é um conjunto de 
três prédios em uma mesma área, composto por uma sede administrativa, uma casa 
do pesquisador e uma casa para alojamento da Companhia Independente de Proteção 
Ambiental – CIPAM. No Ecoposto, cujo mesmo é de uso público e aberto à 
visitação, são realizadas visitas de escolas e instituições como grupos de escoteiros. 
Além disso, no Ecoposto são realizadas as reuniões ordinárias e extraordinárias do 
Conselho Gestor. Possuímos ainda na sede administrativa uma sala de interpretação 
ambiental onde podemos encontrar várias espécies da fauna e da flora da região e 
que compõem os ecossistemas supracitados” (SECOM e IDEMA, 2016, p. 1) ”. 
 
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/IMG/IMG000000000033862.JPG
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/IMG/IMG000000000033861.JPG
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/IMG/IMG000000000033861.JPG
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/IMG/IMG000000000033859.JPG
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/IMG/IMG000000000033859.JPG
38 
 
 
 
Percebe-se então a falta de divulgação por parte dos administrantes

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