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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL - AUDIOVISUAL HUDSON DEIVERSON DE SOUZA COSTA O QUE SÃO FANTASMAS? UMA ANÁLISE PELA ÓTICA RELIGIOSA Aspectos da pesquisa Natal, RN 2022 HUDSON DEIVERSON DE SOUZA COSTA O QUE SÃO FANTASMAS? UMA ANÁLISE PELA ÓTICA RELIGIOSA Aspectos da pesquisa Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito necessário para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social - Audiovisual. Orientador: Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho Natal, RN 2022 HUDSON DEIVERSON DE SOUZA COSTA O QUE SÃO FANTASMAS? UMA ANÁLISE PELA ÓTICA RELIGIOSA Aspectos da pesquisa Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito necessário para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social - Audiovisual. Apresentado em: 16 / 12 / 2022 BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho Orientador (UFRN) ________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Bolshaw Gomes Membro da Banca ________________________________________ Prof. Me. Ygor Felipe Pinto Membro da Banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA Costa, Hudson Deiverson de Souza. O que são fantasmas? : uma análise pela ótica religiosa - aspectos da pesquisa / Hudson Deiverson de Souza Costa. - Natal, 2022. 34 f.: il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2022. Orientador: Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho. 1. Fantasmas. 2. Documentário. 3. Religiões. 4. Espiritualidade. 5. Antropologia. 6. Sobrenatural. I. Rocha Filho, Ruy Alkmim. II. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU 398.42 Elaborado por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB-15/710 “Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier”. (Autor desconhecido) AGRADECIMENTOS A Deus, por estar comigo nos momentos em que mais precisei dEle, e por reacender a chama dos meus sonhos que, para tornarem-se realidade, se faz necessário, como pré-requisito, a formação em nível superior. Aos meus pais, por acreditarem em mim e me dizerem, desde sempre, que sou capaz de conquistar tudo o que quiser, com esforço e dedicação. A minha esposa, por prestar seu apoio incondicional em minha jornada acadêmica e me apoiar na realização dos meus sonhos. Ao meu colega de curso e parceiro de TCC Miguel Felipe, com quem dividi as angústias e felicidades deste projeto. A todos que participaram fornecendo seus depoimentos ou prestando informações necessárias à realização do documentário. RESUMO O presente trabalho tem por objetivo compreender a relação entre o imaginário coletivo, no que concerne à temática fantasmas, dentro do universo espiritual, e o que dizem as religiões a respeito desse assunto. Para tal finalidade, será produzido o episódio piloto de uma série documental. Palavras-Chaves: Fantasmas; Documentário; Religiões; Espiritualidade; Antropologia; Sobrenatural. ABSTRACT The present work aims to understand the relationship between the collective imagination, with regard to the theme ghost, within the spiritual universe, and what religions say about this subject. To this end, the pilot episode of a documentary series will be produced. Keywords: Ghost; Documentary; Religions; Spirituality; Anthropology; Supernatural. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Primeiro cartaz do documentário O que são Fantasmas? .........................9 Figura 2 – Cartaz do documentário O que são Fantasmas? ..................................... 10 Figura 3 – Georges Méliès e Jeanne d'Alcy, na estação Montparnasse. .................. 14 Figura 4 – Dados Censo 2010 ................................................................................... 15 Figura 5 – Dados Datafolha 2020 .............................................................................. 15 Figura 6 – Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho. 1º terreiro de Candomblé do Brasil, fundado no ano de 1830, na cidade de Salvador, Bahia .............................. 22 Figura 7 – Participantes que forneceram os depoimentos em vídeo ....................... 26 Figura 8 – Teste de montagem do documentário “O que são Fantasmas?” ............ 28 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 9 2 FANTASMAS NAS RELIGIÕES 17 2.1 Igreja Católica 17 2.2 Espiritismo 18 2.3 Umbanda 19 2.4 Igreja Evangélica 20 2.5 Candomblé 22 3 RELATÓRIO DE PRODUÇÃO 24 3.1 Pré-produção 24 3.2 Produção 25 3.3 Pós-produção 27 4 ENTREVISTAS 29 5 CRONOGRAMA 30 6 ORÇAMENTO 30 REFERÊNCIAS 31 APÊNDICES 34 9 1 INTRODUÇÃO Para a concepção da série documental que fará parte deste Trabalho de Conclusão de Curso, faremos, Miguel Felipe e eu, que juntos estamos produzindo o documentário, entrevistas com autoridades de algumas religiões (igrejas católica e evangélica, espiritismo, umbanda e candomblé), para entendermos mais a respeito do significado de Fantasmas, como eles afetam nossas vidas, se é possível a incorporação ou se apenas atuam externamente através de sugestões. Para o TCC, exibiremos o episódio piloto da série. Também entrevistamos pessoas que já tiveram, ou não mas acreditam em sua existência, experiências sobrenaturais para relatarem o que viram, ouviram e sentiram no momento e se após a experiência houve alguma mudança, positiva ou negativa, em suas vidas, além de uma psicóloga, que nos dirá de que maneira a ciência compreende esses fenômenos sobrenaturais. Figura 1 – Primeiro cartaz do documentário “O que são Fantasmas?” Fonte: O Autor A série documental será dividida em 5 episódios, e neste primeiro nós abordaremos o significado do termo Fantasma através do aspecto religioso da igreja católica. Inicialmente, a entrevista com o pároco seria filmada dentro da igreja, porém, devido a agenda cheia do referido clérigo e prazo curto para gravação do 10 documentário. Em seguida, conseguimos a participação de outro padre, desta vez por meio de áudio, porém, esse também não pôde participar. Sendo assim, para este episódio piloto, responderemos a pergunta: o que são fantasmas? Com base nos materiais obtidos durante a pesquisa. Para os depoimentos das outras pessoas, faremos a filmagem de algumas entrevistas e, também, utilizaremos o recurso do fotodocumentário, para fazer a composição com os áudiosque os participantes nos enviarem, além de simulação em vídeo. Fonte: O autor A ideia primária deste trabalho era a produção de um found footage, ao estilo A Bruxa de Blair (1999), com a utilização basicamente de duas ou três câmeras pequenas e imaginação para abordar o assunto em questão. Depois de refinar um pouco mais a pesquisa, notei que se adequava mais a um documentário seguindo a linha de O Diabo e o Padre Amorth (2017), contando histórias reais, ouvindo-as dos próprios envolvidos, mas sem o registro das possessões e rituais realizados pela igreja, isso seria muito burocrático e despenderia de um tempo muito maior para a produção, do qual não teríamos. Então, optamos por recriar as cenas, recurso utilizado em O Golpista do Tinder (2022), com a simulação dos eventos ocorridos. Figura 2 – Cartaz oficial do documentário “O que são Fantasmas?” 11 O cinema documental nasce com Nanook, o Esquimó (1922), de Robert Flaherty, retratando a vida dos indígenas Inuítes. Mas é só em 1929 que é concebido o documentário como o conhecemos hoje, com o filme O Homem da Câmara de Filmar, de Dziga Vertov. Nesse, pessoas são filmadas dormindo nas ruas, trabalhadores saindo de uma fábrica, o show em uma casa de espetáculo, sem a intervenção do cineasta, ao passo que naquele houve encenações, não correspondendo fielmente às práticas e costumes dos Inuítes. A escolha do documentário para a representação audiovisual deste trabalho se deu justamente pela imprevisibilidade realística que o gênero é capaz de proporcionar, ao contrário da opção primária, que seria o pseudodocumentário. “A tradição do documentário está profundamente enraizada na capacidade de ele nos transmitir uma impressão de autenticidade” (NICHOLS, 2001, p. 20). No documentário O Diabo e o Padre Amorth (2017), William Friedkin, diretor de O Exorcista (1973), acompanha o padre Gabriele Amorth que exorcisará Cristina, arquiteta italiana, pela nona vez. No final da trama, quando tudo parecia estar bem, Friedkin vai até uma igreja encontrar Cristina. Entrando no templo, ele já encontra-a incorporada. Aos gritos, os espíritos que estão na mulher pedem as filmagens que Friedkin havia feito, sob ameaças de 11pre-lo e, em seguida, ir atrás de sua família. O cineasta sai às pressas e nunca mais tem contato com Cristina. A magia do documentário está aí, no inesperado, no incerto. Há pelo menos 600 anos antes de Cristo, o profeta Zoroastro já falava em figuras de outros mundos. Mas, é só a partir do século IV que surge a representação do Diabo como conhecemos hoje, com rabo e chifres. A partir daí, vários nomes foram dados a essas entidades, fantasmas é um deles. Segundo o dicionário1, Fantasma significa, dentre outros: suposta aparição de pessoa morta, alma do outro mundo, assombração. Além de se apresentarem em forma de espectro, também podem incorporar em animais e seres humanos, fazendo daquele corpo sua morada. Em um único corpo podem habitar vários espíritos, a depender dos pensamentos e condutas da pessoa possuída, o que é decisivo para a escolha desse corpo como habitação das entidades. Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso. Como não o encontra, diz: ‘Voltarei para a casa de onde saí’. Chegando, encontra a casa desocupada, varrida e em ordem. Então vai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver 1 Dicionário Michaellis. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno- portugues/busca/portugues-brasileiro/fantasma/> Acesso em: 16 nov 2022. 12 ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim acontecerá a esta geração perversa. (BÍBLIA, Mateus 12,43-45) É possível levantarmos alguns questionamentos a respeito do que são os fantasmas: entidades ancestrais que se manifestam em determinadas pessoas com o objetivo de difundir ensinamentos? Uma figura criada pela igreja para doutrinar os seguidores que não se sujeitam aos seus princípios? Anjos caídos, cuja única missão é assolar a humanidade? São frutos de distúrbios psiquiátricos, como diz a ciência? Fato é que nunca saberemos a real resposta. Porém, podemos levar esses e outros questionamentos, para entendermos mais a respeito, a quem se propôs a estudar e pesquisar, não só na teoria, mas viver de forma prática essa relação com os fantasmas. Essas assombrações podem manifestar-se de diversas maneiras, dentre elas: surgirem a convite, como é o caso da necromancia2; aparecerem em determinado local, sem explicação aparente; habitarem casas, prédios, ruas, e qualquer outro local que tenha sido palco de mortes trágicas, como assassinatos, suicídios, afogamentos, incêndios, etc. Sendo assim, acredita-se que muitos fantasmas retornam dos mortos para cobrarem satisfação daqueles que foram seus tiranos quando em vida, para pedir perdão a familiares com quem tinham desavenças, por não aceitar a morte, ou para clamar por orações e velas para que descansem suas almas em um bom lugar. No cinema, o primeiro filme de terror que se tem conhecimento é o Le Manoir du Diable (1896), do cineasta francês George Méliès. Na obra, um morcego se transforma em uma espécie de demônio, Mephistopheles, que invoca espíritos para assustarem dois homens que compõem a cena. São utilizados efeitos especiais para fazer com que objetos, espíritos, um esqueleto e o próprio morcego apareçam e desapareçam em seguida. O fascínio que os filmes de terror despertam nas pessoas pode ser justificado por saberem que o sofrimento ali apresentado aconteceu com outra pessoa, não com quem está assistindo, gerando alívio e a sensação de que a vida do espectador é melhor do que a dos personagens que sofreram (OLIVEIRA apud MURUCI, 2017). Outro motivo, é o fato das pessoas se sentirem seguras por estarem assistindo em 2 Segundo o site Info Escola, Necromancia é o ato de convocar e se comunicar com os mortos. Disponível em: < https://www.infoescola.com/curiosidades/necromancia > Acesso em: 16 nov 2022. 13 um ambiente controlado, isso gera a sensação de que aquela ameaça não poderá 13presen-las. Os filmes provocam sensações ameaçadoras, mas as pessoas podem 13present-las num ambiente seguro, como suas casas e salas de cinema, e ao lado de outros indivíduos passando pelas mesmas situações. Essa ‘segurança’ favorece a sensação de controle sobre tais sentimentos, o que acaba por trazer alívio, após essa exposição (BARI apud NORONHA, 2021). Não há dúvidas que vivenciar experiências sobrenaturais assistindo a um filme são muito mais atrativas do que presenciá-las na vida real, mas por qual razão? Durante os momentos de maior tensão de um filme, o nosso corpo aumenta a produção de hormônios como adrenalina e noradrenalina, sentimos medo, a respiração fica acelerada, o coração bate mais rápido. Após esses momentos de aflição, o nosso organismo libera a dopamina, conhecido como hormônio do prazer, estimulada após nosso cérebro perceber que um objetivo foi cumprido. Esse ciclo se repete diversas vezes enquanto assistimos a uma obra cinematográfica, iniciando quando o cérebro reconhece uma situação de perigo iminente, e finalizando quando essa ameaça é desfeita ou neutralizada. George Méliès (1861-1938) foi um mágico e ilusionista que, posteriormente, tornou-se cineasta. Tendo produzido mais de 500 filmes, sendo o primeiro deles Le Manoir du Diable (1896), e o mais famoso Le 13prese dans la Lune (1902). Méliès utilizava recursos do teatro em suas produções. Foi um dos primeiros diretores a fazer uso do storyboard3, além de ter desenvolvido o Stop Motion. Essa técnica (stop motion), uma das mais simples e antigas, utiliza a fotografiade objetos e cenários quadro a quadro, onde o animador produz mudanças nas posições dos elementos presentes na cena e, quando os quadros são vistos sequencialmente, tem-se a impressão de movimento. Essa estratégia é usada até os dias de hoje, e é muito presente em filmes de animação. (SOUSA e PEREIRA. Efeitos Especiais em Filmes. EACH. Disponível em: <http://www.each.usp.br/petsi/jornal/?p=1209>. Acesso em: 18 nov. 2022). Apesar de toda a sua contribuição para o cinema, George Méliès não teve o devido reconhecimento em sua época, motivo pelo qual precisou vender o seu estúdio para pagar inúmeras dívidas que possuía. Casou-se com uma de suas melhores atrizes, Jeanne d’Alcy, e, juntos, chegaram a vender brinquedos e doces em uma 3 Sequência de imagens quadro a quadro com o objetivo de pré-visualizar o resultado de uma produção. Disponível em: <https://rockcontent.com/br/blog/storyboard/> Acesso em: 16 nov 2022. 14 estação de trem, para não passarem fome. Méliès morreu de câncer, pobre e falido, em 1938, na cidade de Paris. Figura 3 – Georges Méliès e Jeanne d’Alcy, na estação Montparnasse. Fonte: Site Isso Compensa Como exposto nos parágrafos anteriores, o universo sobrenatural é um grande mistério que habita a mente e o coração das pessoas, desde os primórdios da civilização humana. Por esse motivo, muito se questiona a respeito do que se passa no pós-morte e o que exatamente são almas penadas e assombrações. Não raro, encontramos pessoas que dizem ter sido vítimas de algum feitiço ou que suas vidas mudaram, para pior, por completo, após terem visto uma entidade sobrenatural. Com base no exposto, buscamos autoridades em várias religiões para nos ajudarem a entender o problema de que trata o presente trabalho, o que são fantasmas, e de que forma eles afetam a vida humana. O presente trabalho busca gerar reflexão nos espectadores que possuem uma resposta definida, baseada em alguma vertente religiosa, ou mesmo de forma empírica, sobre o significado de fantasmas e de que forma eles exercem influência sobre os seres humanos. Para isso, objetivamos: abordar o questionamento a respeito do real significado da expressão “fantasma” a representantes de determinadas religiões; avaliar o impacto emocional e psicológico que o universo espiritual/sobrenatural exerce sobre a vida das pessoas; analisar se as tomadas de decisões no dia a dia são influenciadas por crenças sobrenaturais e investigar se 15 existem pessoas com predisposição a terem experiências com o que se pode chamar de fantasmas, e se tais pessoas possuem características específicas. Importante ressaltar que o documentário não tem interesse em fornecer respostas, mas de levantar novos questionamentos. “Para cada documentário, há pelo menos três histórias que se entrelaçam: a do cineasta, a do filme e a do público” (NICHOLS, 2001, p. 93). Nós, na condição de realizadores deste projeto, reunimos as informações obtidas por meio de pesquisas, colhemos depoimentos e no final tudo isso é apresentado ao público com o objetivo maior de gerar os seguintes questionamentos: “existe algo que vai além do que eu acredito?” e “existe outra verdade, além da minha?”. Então, esta obra audiovisual busca alimentar o senso crítico e estimular o espectador a conhecer outras fontes de conhecimento. No ano de 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística4 (IBGE), apresentou dados de uma pesquisa realizada sobre as religiões no Brasil. Os números foram: católicos, 64,99%; evangélicos, 22,89%; consideram-se sem religião, 8,04%; espíritas, 2,02%. Já em 2020, o Datafolha5 realizou nova pesquisa, os resultados foram: católicos, 50%; evangélicos, 31%; consideram-se sem religião, 10%; espíritas, 3%. Figura 4 – Dados Censo 2010 Figura 5 – Dados Datafolha 2020 Essas pesquisas são importantes para o trabalho que se desenvolve, pois mostram que em mais algumas décadas esses números estarão, muito 4 Disponível em: < https://religiaoepoder.org.br/artigo/a-influencia-das-religioes-no-brasil/>. Acesso em: 18 nov. 2022. 5 Disponível em: < https://religiaoepoder.org.br/artigo/a-influencia-das-religioes-no-brasil/>. Acesso em: 18 nov. 2022. Fonte: Datafolha (2020) Fonte: Censo (2010) 16 provavelmente, equivalentes. Portanto, é possível inferir, a partir desses dados, que o significado que religiões, até então, pouco expressivas davam para o objeto de estudo deste projeto, fantasmas, ganhe cada vez mais destaque e que daqui a alguns anos exista a possibilidade de termos um significado totalmente diferente do que temos hoje, concebido, prioritariamente, pelas igrejas católicas e evangélicas. Por muitos anos fui evangélico, e vi pessoas incorporando demônios, que vieram do inferno para atormentar suas vidas, seja através de trabalhos (oferendas) feito por algum inimigo ou pessoa invejosa, seja por permissão da própria pessoa, através das suas más condutas, tudo isso pela perspectiva evangélica. Com o passar dos anos, tive contato com outras religiões, dentre elas o espiritismo, que apresenta um outro olhar sobre esse fenômeno da incorporação: não são demônios, mas espíritos que já foram pessoas um dia, assim como nós, e estão se manifestando pois precisam de algum tipo de ajuda. A partir dessas experiências, me surgiu a dúvida “o que são esses espíritos?”, almas vagantes, que precisam da nossa ajuda para encontrarem seu caminho de luz? Ou anjos caídos, expulsos do céu, após rebelarem-se contra Deus na criação do Universo? De que maneira saber se estamos do lado do bem ou do mal? Essas também são dúvidas de quem se interessa pelo tema sobrenatural. Por isso, conversamos com autoridades religiosas, para entender esses e outros mistérios que estão além da compreensão humana. A igreja de São Pedro, localizada no bairro do Alecrim, é considerada a segunda paróquia de Natal, sendo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, a primeira, não só de Natal, bem como de todo o Rio Grande do Norte. Queríamos, de início, gravar algumas cenas e tirar algumas fotos na igreja de São Pedro, em conversa com o pároco responsável. Porém, devido a agenda cheia e falta de disponibilidade, não conseguimos realizar as gravações com o padre. Então, optamos por utilizar os dados coletados para pesquisa sobre a Igreja Católica e apresentá-los, através de narração e de recursos audiovisuais. 17 2 FANTASMAS NAS RELIGIÕES 2.1 Igreja católica A igreja católica posiciona-se no sentido de que esses fantasmas são, na realidade, demônios, anjos caídos, os quais podem agir na vida das pessoas de diversas maneiras. Na obsessão, o demônio sugere constantemente que o indivíduo pratique atos destruidores, sejam eles contra bens materiais, atitudes que o indivíduo não teria se estivesse em sã consciência, ou contra si próprio ou outras pessoas, sugerindo que cometa homicídios, agressões, suicídio. Outra maneira de agir, e a mais conhecida, é a possessão, onde o demônio incorpora na pessoa e faz com que ela aja de acordo com as vontades da própria entidade. Muitas pessoas buscam a igreja católica acreditando estarem agindo em consequência de influências espirituais, porém, antes da realização de um exorcismo, o padre precisa certificar-se de que aquele é um caso real de ação demoníaca, já que a pessoa pode estar passando por problemas naturalmente humanos ou até mesmo ter distúrbios psicológicos. Por isso, ter uma ou mais conversas com o pároco é de essencial importância, até para identificar se há a presença de doenças mentais no suposto possesso. Caso haja fundada suspeita de doença psíquica, o padre poderá solicitar a análise de psiquiatra. Dentre aspráticas adotadas durante um ritual de exorcismo, tem-se: a insuflação, onde o padre responsável pela condução do ritual sopra no rosto ou corpo da pessoa possuída para expulsar o Diabo que ali se encontra; esta mesma prática também tem como objetivo a purificação e consagração ao Espírito Santo. E a água benta que, além de ser usada para abençoar os fiéis, tem como finalidade proteção e expulsão do mal. Para isso, esta deve ser borrifada, enquanto o padre, com o polegar da mão direita, faz o sinal da cruz na testa, na boca e na altura do peito do possuído. Essa limpeza espiritual não acontece no ato da missa, que é um momento de celebração. Exorcismo é o ritual realizado por um sacerdote de ilibada conduta, necessariamente autorizado por um bispo da Igreja Católica, para expulsão de demônios. Esses seres espirituais possuem inteligência e força superiores às nossas, pois foram criados com atributos divinos para fazerem o bem. Lembrando que o diabo é considerado, não à toa, o pai da mentira, já que usa das suas habilidades inatas 18 para fazer o mal. Inclusive de convencer a pessoa de que ela não precisa de auxílio espiritual. Daí a necessidade de uma pessoa qualificada para realização do ritual. Cân. 1172 § 1. Ninguém pode legitimamente fazer exorcismos em possessos, a não ser que tenha obtido licença especial e expressa do Ordinário local. § 2. Essa licença seja concedida pelo Ordinário local somente a presbítero que se distinga pela piedade, ciência, prudência e integridade de vida (CODIGO DE DIREITO CANÔNICO, 1983, p. 80) 2.2 Espiritismo Aqueles que são nomeados demônios em algumas religiões, para o Espiritismo são considerados espíritos superiores ou inferiores, que um dia já foram pessoas e viveram entre nós. Essas entidades conseguem comunicar-se com os vivos por meio de mensagens escritas ou da incorporação. As mensagens podem ser de conselhos, informações ou súplicas. O médium canaliza e transmite à pessoa ou grupo de pessoas a quem essas mensagens se destinam. [...] todas essas almas eram demônios, embora fossem as de um pai, de um filho, ou de um amigo e que nós mesmos, morrendo, nos tornaríamos demônios [...] Bem difícil será persuadir a uma mãe de que o filho querido, que ela perdeu e que lhe vem dar, depois da morte, provas de sua afeição e de sua identidade, é um suposto satanás. Sem dúvida, entre os Espíritos, há os muito maus e que não valem mais do que os chamados demônios, por uma razão bem simples: a de que há homens muito maus que, pelo fato de morrerem, não se tornam bons. (KARDEC, 2003, p. 70). Os espíritos são atraídos conforme as energias, então alguém que não tenha bons pensamentos e boas condutas atrairá para próximo de si entidades com a mesma carga energética. Os espíritos superiores possuem elevado senso moral e ético, não têm apego a bens materiais, são cheios de sabedoria, fornecem bons conselhos e carregam consigo o amor incondicional. Já os espíritos inferiores são maldosos, mentirosos, enganadores, grosseiros, pouco empáticos e cruéis. Segundo a Doutrina Espírita, há vida em outros planetas do universo, além da terra. Essa afirmação é possível a partir da leitura do texto bíblico “Na casa de meu Pai há muitas moradas [...]” (João 14:26). Infere-se desse versículo que a casa do Pai é o universo, e que as muitas moradas são os diversos mundos. A cada evolução moral nós vamos para um mundo num plano superior ao nosso. Se ao invés de 6 Disponível em < https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/14/2> Acesso em: 25 nov. 2022. 19 evolução houver degeneração, podemos reencarnar no mesmo mundo ou em outro inferior ao atual. Os mundos são divididos em cinco categorias, em grau de evolução: mundos primitivos, com espíritos com quase nenhum grau de desenvolvimento; mundos de provas e expiações, como o próprio nome sugere, é aqui que os espíritos reencarnam para pagarem pelos seus erros e para serem provados, a Terra está neste nível; mundos de regeneração, ainda há erros a serem reparados; mundos felizes, neste nível o bem já é superior ao mal, e os mundos celestes, habitação dos espíritos mais puros que existem, que já atingiram o nível máximo de evolução. Alguns indícios de que espíritos malignos estão atuando na vida de alguém: cansaço excessivo, insônia ou excesso de sono, pensamentos de destruição, tristeza profunda, agressividade e brigas constantes. Para quem simpatiza ou é adepto da filosofia espírita, é recomendado realizar um tratamento espiritual em um centro, tomar passes, que é a transmissão de energias magnéticas e espirituais objetivando a cura de doenças e obsessões, meditar e praticar o bem. Praticar a leitura também é essencial entender mais sobre esses fenômenos sobrenaturais. Essas questões são abordadas de maneira aprofundada nos principais livros sobre a Doutrina Espírita, são eles: O Livro dos Médiuns, O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese, O Céu e o Inferno. Evitar brigas e maus pensamentos, não frequentar ambientes com excesso de bebida alcoólica e/ou que tenham drogas ilícitas, é fundamental para manter os espíritos inferiores afastados, já que eles se alimentam das energias desses locais. Mesmo que não haja o consumo, a entidade pode acompanhar o frequentador para além desses ambientes. Além disso, é importante cultivar o amor e praticar a caridade, seguindo os ensinamentos de Cristo, para que se consiga a evolução espiritual. 2.3 Umbanda A Umbanda é uma religião brasileira com elementos da cultura africana, foi criada no Rio de Janeiro, em 1908, por Zélio Fernandino de Morais, à época com 17 anos, e possui semelhanças com outras religiões: acreditam na existência de um único Deus, chamado de Oxalá ou Olorum; conceitos de reencarnação e evolução e tratamento 20 com passes, como no espiritismo; Jesus Cristo como líder espiritual; sessões de descarrego, também realizadas em igrejas. Alguns anos após a sua criação, a Umbanda passou a sofrer repressão, bem como outras religiões de matrizes africanas, a exemplo do Candomblé e da Quimbanda, período onde os umbandistas se denominavam espíritas, preferindo utilizar esse termo para escaparem das perseguições. Os umbandistas creem na existência de Orixás, que recebem auxílio de guias espirituais, também chamados de entidades, para auxiliarem quem deles necessitar. No momento em que o médium incorpora, também chamado de transe, é possível a identificação da entidade ali baixada, pois cada uma possui personalidade, movimentos corporais e maneira de falar específicos. Em forma de agradecimento ao auxílio prestado, os umbandistas fazem oferendas, que em geral são compostas por velas, cigarro, bebidas alcoólicas, flores e frutas. Não há sacrifício animal. Vale ressaltar que os nomes das entidades são simbólicos, não são seus nomes de batismo, levando em consideração que já foram seres humanos que viveram entre nós. Esses nomes representam os arquétipos, padrões de comportamento, dos Guias. Dentre muitas outras, algumas das entidades são: Caboclos, espíritos de indígenas; Pretos velhos, espíritos de negros africanos que foram escravizados e trazidos para o Brasil; Erê, espíritos de crianças. Os Orixás são responsáveis por ajudar os seres humanos a superarem as adversidades da vida. Eles têm sincretismo com os santos da Igreja Católica, a diferença é que aqueles não foram seres humanos, não tiveram vida terrena anterior, são forças da natureza. Por esse motivo, não há a incorporação dos Orixás nos médiuns, também chamados de cavalos pelas entidades, e sim dos Guias. A Umbanda possui várias vertentes, que utilizam diferentes Orixás, mas sete são aqueles que estão presentes em todas as correntes da religião: Oxalá, Deus supremo, criador dos seres humanos; Oxóssi, guardião das matas e florestas; Ogum,lei e a ordem; Oxum, pureza e fertilidade; Xangô, justiça e sabedoria; Iansã, rainha dos raios, orixá das tempestades, guardiã dos mortos; Iemanjá, rainha do mar. 2.4 Igreja evangélica A igreja evangélica, assim como a católica, defende que há obsessão e possessão demoníaca, já explicados no tópico sobre a Igreja Católica. Porém, para os 21 evangélicos, não apenas o sacerdote (pastor) pode expulsar os demônios, mas qualquer outro membro que tenha comunhão com Deus. Ou seja, qualquer um, que siga os preceitos de Cristo, poderá realizar a expulsão de espíritos malignos, como orienta o texto bíblico, em Marcos 16:177: “(...) em meu nome expulsarão os demônios”. A igreja protestante não compactua com a possibilidade de reencarnação, defendida em algumas religiões, como no espiritismo, hinduísmo e budismo. Essa descrença, baseia-se em alguns textos bíblicos: Hebreus 9:278, “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo (...)”; Levíticos 19:319, “Não recorram aos médiuns nem busquem a quem consulta espíritos, pois vocês verão contaminados por eles. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês”. Além de vários outros que tratam do tema. Algumas igrejas possuem cultos de libertação, em dias específicos da semana. Durante o culto, o pastor evoca os espíritos, usando o nome de Cristo, com a autoridade que lhe foi dada, a manifestar-se e dizer seu nome e suas intenções na vida do possuído. Dependendo do demônio que ali se manifeste, é possível presumir que aquele que está sofrendo com as suas investidas esteja passando por problemas em sua vida financeira, amorosa ou familiar, pois cada espírito possui determinada função. Para uma completa libertação, é necessário que o devoto continue participando dos cultos de libertação, afim de coibir a volta desses espíritos, e de agir em conformidade com a vida cristã. Os demônios podem apoderar-se do corpo através de um pacto satânico: aquele que deseja, sem a necessidade de árduo trabalho, possuir riquezas, alcançar posições de liderança e destaque em empresas ou na política e usufruir de todos os prazeres humanos possíveis, oferta a sua alma ao Diabo, em troca de todos esses benefícios. O destino final após a morte é a perda da salvação, e esse indivíduo queimará por toda a eternidade, no lago de fogo e enxofre. Esse é o livre-arbítrio, a permissão divina de que todos deverão escolher como querem viver, mas que todas as suas ações terão consequências. De modo a concluir que, Deus é amor, mas, acima de tudo, é a justiça. 7 Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/acf/mc/16/17> Acesso em: 23 nov. 2022. 8 Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/9/27> Acesso em: 23 nov. 2022. 9 Disponível em: <https://www.bibliaon.com/versiculo/levitico_19_31/> Acesso em: 23 nov. 2022. 22 Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. (BÍBLIA. Gálatas 6:7-8) 2.5 Candomblé O Candomblé é uma religião criada na África, trazida pelos escravos e desenvolvida aqui no Brasil. Possui algumas distinções do candomblé praticado em seu país de origem, pois aqui no Brasil sofreram censura por parte Igreja Católica, então seus praticantes utilizavam as imagens dos santos católicos, mas rezavam para os orixás. Acreditam na existência de um único Deus, que pode se chamar, a variar de acordo com a região que provém o candomblé, Olorum, Mawu ou Nzambi. Figura 6 – Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho. 1º terreiro de Candomblé do Brasil, fundado no ano de 1830, na cidade de Salvador, Bahia. Fonte: Blog Saúde Negra Os candomblecistas creem que os orixás são a personificação das forças da natureza, assim como os umbandistas, e cada um possui personalidade própria e atuações em áreas específicas. Uma prática que distingue as duas religiões é o sacrifício de animais nos rituais do candomblé, o que não acontece na umbanda. Esses rituais são conduzidos por um pai-de-santo ou mãe-de-santo e cada orixá tem 23 seu dia de ser cultuado, onde os participantes utilizam vestimentas em cores diferentes dos demais dias. Dentro do terreiro não há incorporação dos espíritos dos mortos nos médiuns. Esses espíritos são chamados de Egum, ao contrário da umbanda, que nomeia-os Caboclos, Pretos Velhos, ou seja, são os Guias na religião originada no Brasil. São realizadas festas para os Eguns ao ar livre, nunca dentro dos terreiros, pois são espíritos de outra categoria, e poderiam acabar sendo prejudiciais, mesmo que de forma não intencional, para os trabalhos da casa. Os Eguns são diferentes dos Kiumbas, espíritos de energias negativas que trabalham fazendo o mal: destruindo casamentos, colocando as pessoas umas contra as outras, fazendo magia negra, etc. Essa não é uma religião maniqueísta, ou seja, não considera a existência dos opostos bem e mal, e sim que todos os seres humanos possuem qualidades e defeitos, atuando de forma simultânea. Assim como também negam existir céu e inferno, o que existe são Orum e Aiê, palavras da língua iorubá, falada em diversos países africanos, que significam, respectivamente: mundo espiritual e mundo material. Esses mundos coexistem, podemos fazer a analogia com uma roda gigante, uma hora em cima, outra em baixo. Em um momento estamos em um corpo físico, depois retornamos ao mundo espiritual, e continuamos repetindo esse ciclo. 24 3 RELATÓRIO DE PRODUÇÃO 3.1 Pré-produção A escolha do tema, como já citado na Introdução, veio a partir de experiências que tive nos anos em que fui evangélico. A partir daí, e com mais experiência de vida, passei a me perguntar "o que são para outras religiões esses seres que para a igreja evangélica são demônios?". Eu sabia que um dia teria a oportunidade de buscar essas respostas, até porque aquilo não era algo que me interessava ir em busca no momento. Quando já estava próximo de concluir as poucas disciplinas que restavam do curso, vi ali a oportunidade de colocar em prática aquele que era o meu "projeto" desde criança/adolescente. Além disso, eu poderia aliar à pesquisa outra coisa que sempre fui fã: filmes de terror sobrenatural. Convidei Miguel para participar deste projeto comigo, e ele aceitou de imediato. Eu tinha em mente a produção de um documentário falando sobre assombração na perspectiva de algumas religiões, mas Miguel teve uma ideia melhor: dividir o documentário em episódios, onde cada religião teria um capítulo só seu. Achei a ideia dele bem melhor que a minha, então demos inícios aos preparativos. As dificuldades se iniciaram no momento de encontrar alguém para falar em nome da igreja católica. Até porque, se o objetivo do trabalho era entrevistar autoridades religiosas, então dentro da hierarquia da igreja eu precisava falar com, pelo menos, um padre. Não sabia que seria tão difícil. Tenho um colega que se tornará padre em breve, e ele me recomendou procurar por um pároco específico, que ele me auxiliaria, acreditou esse meu colega. De início, tudo certo, o padre confirmou, peguei o contato dele, que me falou estar disposto a me ajudar. Passados alguns dias, não tive mais retorno das mensagens. Procurei por um outro, que se prontificou a ajudar, mas também não respondeu mais. Percebendo a dificuldade que seria continuar nessa procura, optamos por contar essa parte nós mesmos, com base no material coletado nas pesquisas. Fiquei sabendo, através desse colega, que a dificuldade maior se dá pelo fato do tema ser pouco falado dentro da igreja, até mesmo entre eles próprios que estão se formando padre. Além disso, é um assunto delicado e complexo, os padres precisamde um tempo a mais para pesquisar as informações. O primeiro título desta obra foi "O que é Assombração?", porém, quando em conversa com o primeiro padre que tive contato, ele me sugeriu "melhorar" esse título 25 retirando o nome assombração. Analisamos a sugestão e então troquei essa palavra por fantasma. Não sei se essa troca representou uma mudança significativa, mas acredito que tenha deixado o título mais atrativo. Os depoimentos daqueles que tiveram experiências para contar, os quais no início acreditei serem os mais difíceis de coletar, não me deram trabalho, as pessoas eram próximas a mim, só precisei explicar o projeto. Até cogitei a possibilidade de fazer uma pesquisa utilizando os formulários do Google Forms, mas os prazos estavam muito curtos e não teríamos tempo, seria mais rápido entrar em contato com quem eu já conhecia. Após algumas mensagens, consegui que participassem do projeto os meus sogros, minha mãe, alguns amigos, e eu próprio também narro algumas experiências que tive. Uma das participantes, por ser muito tímida até para mandar áudio, resolveu encaminhar sua experiência por escrito. Acho importante esclarecer que todas as pessoas que participaram tiveram realmente algum tipo de experiência referente à proposta do trabalho, umas mais profundas e outras mais superficiais. Apesar dos efeitos adicionados na edição, o objetivo foi, do início ao fim, mostrar pessoas reais com experiências reais. Inclusive, a maioria dos relatos eu não conhecia, e na entrevista eu pedia para que contassem as histórias com o máximo de detalhes possível, assim os espectadores poderiam imaginar com clareza e ter as mesmas emoções que os participantes tiveram em suas vivências. Uma das ideias que eu tinha em mente era colocar no doc a opinião de alguém que falasse em nome da ciência, para que assim levantássemos ainda mais questionamentos por parte de quem assistisse o episódio apresentado. Entrei em contato com uma prima médica, que finalizou recentemente o curso de psiquiatria, porém soube que não é atuante ainda. Entrei em contato com outra prima, psicóloga, que prontamente informou estar disponível para participar e, o melhor, concordaria em ser filmada, pois a maioria das pessoas estavam com vergonha de darem o depoimento em vídeo. Essa prima, que é evangélica, explicou o que são fantasmas para a psicologia, mas também fez questão de evidenciar suas experiências pessoais. 3.2 Produção Os dois primeiros depoimentos foram gravados em vídeo, dos meus sogros, dia 29 de novembro de 2022, às 16h. Para as filmagens eu utilizei um smartphone Samsung A53, e um outro celular com um microfone de lapela apenas captando o áudio, para o 26 caso de a qualidade do áudio captado pela câmera do celular não ficasse boa. As filmagens foram realizadas no quintal da nossa própria casa. Na quarta-feira, dia 30 de novembro, às 16h, fui até o consultório da psicóloga. Utilizei um smartphone Samsung A12. A escolha da gravação em seu próprio ambiente de trabalho foi uma decisão minha, pois a ambientação, em conjunto com a sua vestimenta (jaleco), transmitiam uma certa autoridade em vídeo, importante para quem estava representando a psicologia por meio de suas respostas. Ainda naquele mesmo dia, fui à casa de um amigo, por volta das 20h30, para que ele também fornecesse algumas respostas para a produção do trabalho. Concordando em ser filmado, eu utilizei um smartphone Samsung S20 para gravar o vídeo. Em seguida, eu ainda gravaria um outro depoimento, porém a participante teve um contratempo e não conseguiu participar da pesquisa. Por volta das 22h, via áudio de WhatsApp, recebi o quinto depoimento, o da minha mãe, juntamente com um outro, sendo esse por mensagem escrita. Dia 01 de dezembro, às 17h, gravei meu próprio depoimento, por áudio. Optei por participar pois tive várias vivências relativas ao tema do projeto, o que serviu para contribuir com o desenvolvimento do documentário. Além de quê, contando minhas experiências de maneira detalhada, eu pude adicionar uma atmosfera um pouco mais densa a este doc de suspense que estamos produzindo, que era o que eu esperava dos demais depoimentos. Ainda no dia 01 de dezembro, recebi o sétimo, e último, depoimento, por volta das 19h30, narrado por áudio do WhatsApp. Figura 7 – Participantes que forneceram os depoimentos em vídeo Fonte: Arquivo pessoal 27 Por eu estar gravando com smartphones, o que não me dava tanto controle no desfoque do plano de fundo, optei por enquadrar os participantes prioritariamente no plano médio curto, assim eu também pude eliminar algumas distrações visuais da ambientação. A respeito do ângulo, optei pelo normal, para criar uma relação de igualdade entre os personagens e os espectadores. Uma preocupação que tive foi a de realizar as filmagens de dia, já que não tenho câmera profissional e só utilizaria o celular. Com exceção da filmagem de um amigo, que ocorreu às 20h30, todas as outras foram durante o dia. Sendo todos os participantes amigos e familiares, tive a liberdade de, chegando ao local de gravação, comparar a qualidade do vídeo do meu celular com o celular deles, e utilizava para filmar aquele eu tivesse uma qualidade superior. Com a realização desse trabalho, pude perceber a importância de ter um equipamento apropriado para captação de áudio e vídeo. Além do próprio celular para filmar, eu utilizei um microfone de lapela simples, que comprei há dois anos, por R$ 20,00 reais, e um tripé de vinte centímetros. Foram suficientes para gravação, porém não com a qualidade que eu desejava. Mesmo não atuando na área do audiovisual ainda, pretendo investir em alguns acessórios e, também, em uma câmera profissional de entrada. Gostaria de ter adicionado um tópico sobre minhas experiências profissionais na área, entretanto este é o meu primeiro trabalho audiovisual, até mesmo durante o curso de Audiovisual o meu desenvolvimento prático foi quase zero. 3.3 Pós-produção Essa fase foi iniciada a partir do momento em que comecei a coletar os primeiros depoimentos. Criei uma pasta no Google Drive e enviei todo o material produzido/recebido. Miguel já faz edição de vídeos há algum tempo, inclusive de forma profissional. Eu edito pouquíssimo, apenas para projetos pessoais. Sendo assim, a edição e a montagem dos vídeos, bem como a sonoplastia, ficaram por conta dele. Em nenhuma das fases da produção do documentário Miguel e eu tivemos algum encontro presencial, tudo foi discutido por conversas pelo WhatsApp, o que acontecia diariamente. Para auxiliar na edição, realizei buscas em site de bancos de vídeos, imagens e efeitos sonoros gratuitos. Após algumas montagens, eu recebia o material de volta e alinhávamos com a proposta do projeto. Desde o início, todo o trabalho em dupla foi fluido, porém posso dizer que houve uma evolução ainda maior 28 quando tivemos um posicionamento mais ajustado sobre os objetivos da linguagem do documentário. A partir daí, as ideias de um passaram a complementar as do outro, e o trabalho seguiu, assim como desejado, a linha do suspense sobrenatural. Antes disso, a proposta seguia um rumo mais voltado para o expositivo, sem tantos efeitos de áudio e vídeo. Toda a edição, transições, coloração, edição de efeitos, dentre outros, foi realizada por Miguel. À medida que ele realizava novos incrementos, me mandava e nós avaliávamos se estava de acordo com a proposta do trabalho ou se seria utilizar algum outro efeito. Confesso que precisei ter bastante cuidado para não permitir que este projeto documental se transformasse em um filme de terror, pois por diversas vezes pensei em pedir para que na edição fossem adicionados alguns efeitos que trariam um ar mais sombrio à obra, o que se assemelharia mais a um filme de terror sobrenatural do que a um documentário. Figura 8 – Teste de montagemdo documentário “O que são Fantasmas?” Fonte: Arquivo pessoal Pelo fato de não termos a fala do padre, teríamos que narrar o texto fruto da pesquisa a respeito da igreja católica, mas não queríamos que fossem as nossas próprias vozes. Pesquisei por esse serviço em um site de freelancers e, após consultar mais de 30 portfólios, contratamos o serviço de um profissional. O nosso prazo já estava se esgotando, a edição praticamente pronta, só faltava o áudio. Essa acabou sendo a maior preocupação durante a edição: não receber a narração a tempo. De posse do áudio, que foi recebido dia 12 de dezembro, encaminhei o material para que Miguel pudesse seguir com a finalização da montagem. 29 4 ENTREVISTAS As entrevistas foram realizadas entre os dias 28 de novembro e 01 de dezembro de 2022. Alguns depoimentos foram enviados pelos participantes por meio de áudio pelo Whatsapp; outros foram filmados com smartphones, com auxílio de um microfone de lapela simples. Os entrevistados foram: Ana Clara, 16 – mensagem de texto Carla Costa (psicóloga), 40 - filmada com smartphone Samsung A12 Dário Dicles, 41 - filmada com smartphone Samsung S20 Denieire Lúcia, 55 – áudio captado pelo app WhatsApp Hudson Costa, 30 – áudio captado pelo app WhatsApp Maria Aparecida, 55 - filmada com smartphone Samsung A53 Ronaldo Gurgel, 61 - filmada com smartphone Samsung A53 30 5 CRONOGRAMA PERÍODO 2022 ATIVIDADES Outubro Novembro Dezembro 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena 1ª quinzena 2ª quinzena Pesquisa X X X X X Seleção das locações X Produção X Pós-produção X Redação do TCC X X Revisão ortográfica, gramatical e formatação X X X Exibição e defesa do TCC X 31 6 ORÇAMENTO Descrição Valor Combustível R$ 10,00 Alimentação R$ 30,00 Diárias de Produção R$ 3.250,00 Diárias de Gravação R$ 150,00 Créditos de Celular R$ 55,00 Narração R$ 48,00 Total R$ 3.543,00 32 REFERÊNCIAS A BRUXA de Blair. Direção: SÁNCHEZ, Eduardo e MYRICK, Daniel. Produção: COWIE, Robin e HALE, Gregg. Estados Unidos: Haxan Filmes, 1999. ARQUIDIOCESE DE NATAL. Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação – Cidade Alta – Natal. Disponível em: < https://www.arquidiocesedenatal.org.br/post/par%C3%B3quia-de-nossa-senhora-da- apresenta%C3%A7%C3%A3o-cidade-alta-natal> Acesso em: 22 nov. 2022. ARQUIDIOCESE DE NATAL. Paróquia de São Pedro Apóstolo – Alecrim – Natal. Disponível em:<https://www.arquidiocesedenatal.org.br/post/par%C3%B3quia-de- s%C3%A3o-pedro-ap%C3%B3stolo-alecrim-natal> Acesso em: 22 nov. 2022. AVELLAR GOMES, M.M. Uma Pesquisa em Construção: Comunicação, Corpo e Gênero nas Manifestações de Entidades na Umbanda. 6º Seminário de Comunicação e Territorialidades. Universidade Federal do Espírito Santo. Setembro 2020. BEZERRA, Juliana. Umbanda. Toda Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/umbanda>. Acesso em: 27 nov. 2022. BEZERRA, Juliana. Candomblé. Toda Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/candomble/> Acesso em: 29 nov. 2022. BEZERRA, Juliana. Candomblé e Umbanda. Diferença. Disponível em: <https://www.diferenca.com/candomble-e-umbanda/ >. Acesso em: 27 nov. 2022. BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. Tradução de Luiz Sayão. Editora Vida, 2001. Blog Letra Espírita. A Evolução dos Mundos na Visão Espirita. Disponível em: < https://www.letraespirita.blog.br/single-post/ > Acesso em: 25 nov. 2022. Blog Saúde Negra. Terreiro da Casa Branca sedia Oficina sobre Promoção da Equidade e da Saúde. Disponível em: (<http://saudenegra.blogspot.com/2011/07/teereiro-da-casa-branca-sedia- oficina.html> Acesso em 12 dez. 2022. CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO, promulgado por João Paulo II, Papa. Tradução Conferência Episcopal Portuguesa. ed. Apostolado da Oração. Lisboa: 1983. COFFEE, Rafael. Storyboard: por que ele é essencial para a sua estratégia de Marketing Digital? 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As pessoas nascem ou desenvolvem predisposição à possessão espiritual? 7. Quais as recomendações para alguém que acredita estar sofrendo perseguição espiritual? 8. O senhor já teve alguma experiência sobrenatural? Pode nos relatar? 9. Pode nos contar, com detalhes, um caso marcante de possessão? 10. Outras informações que considerar pertinentes e que não foram perguntadas. APÊNDICE B – Roteiro de perguntas feitas aos participantes Baseado em suas experiências de vida e conhecimento de mundo: 1. Você acredita em Fantasmas? 2. O que ou quem são os Fantasmas? 3. Como eles podem influenciar a vida das pessoas? 4. Você já teve experiências sobrenaturais? 5. Essas entidades podem afetar o lugar para onde iremos após a morte?
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