Buscar

PatologiasemRevestimentos-Santos-2019

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

STHEFANY SUWENNY SANTOS 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS CONSTRUTIVAS EM REVESTIMENTOS DE 
FACHADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL-RN 
2019 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
Sthefany Suwenny Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patologias construtivas em revestimentos de fachada 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade 
Monografia, submetido ao Departamento de 
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte como parte dos requisitos 
necessários para obtenção do Título de Bacharel 
em Engenharia Civil. 
 
Orientador: Prof. Dr. Paulo Waldemiro Soares 
Cunha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal-RN 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Seção de Informação e Referência 
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos, Sthefany Suwenny 
Consumo de água. 2. Sistema de Abastecimento de Água. 3. Índice de 
Perdas. 4. Simulação Computacional. I. Sales, Lindolfo Neto de Oliveira. II. 
Medeiros, Djalma Mariz. III. Título. 
 
RN/UF/BCZM CDU 626.21 
 
 
Sthefany Suwenny Santos 
 
Patologias construtivas em revestimentos de fachada 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade 
Monografia, submetido ao Departamento de 
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte como parte dos requisitos 
necessários para obtenção do Título de Bacharel 
em Engenharia Civil. 
 
 
 
 
 
 
Aprovado dia 29 de novembro de 2019. 
 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Dr. Paulo Waldemiro Soares Cunha - Orientador 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. Dr. Paulo Eduardo Vieira Cunha – Examinador interno 
 
 
____________________________________________________ 
Eng. Fernando Antônio Galvão Gondim – Examinador externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal-RN 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha mãe, 
a minha força para sempre continuar. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por nunca desistir de mim e me mostrar o 
tamanho da minha força todas as vezes que pensei em desistir. 
Ao meu orientador Prof. Dr. Paulo Waldemiro Soares Cunha que me acolheu como 
orientanda e me guiou nesse trabalho. 
A todos os meus professores do curso por todo o conhecimento adquirido durante a 
graduação. 
A minha família por estar do meu lado e me ajudar a ser quem eu sou. 
As minhas amigas que estiveram comigo para compartilhar os momentos de vitória e 
me ajudar nos momentos difíceis. 
E a todos que de alguma forma me incentivaram nessa caminhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Patologias construtivas em revestimentos de fachada 
 
É notória a evolução da construção civil desde o seu surgimento, tanto no 
desenvolvimento dos materiais utilizados, nos processos construtivos e nas técnicas 
empregadas. Nesse contexto, os sistemas de revestimentos de fachada exercem função 
essencial na estética e técnica das edificações. Entretanto, as fachadas são as áreas mais 
expostas às intempéries e, consequentemente, as mais suscetíveis ao surgimento de patologias 
construtivas, que afetam o seu desempenho e, em casos mais graves, causam acidentes. Em 
sua grande maioria, essas anomalias estão relacionadas com problemas os quais podem ser 
evitados, como a ineficiência dos projetos, má qualidade dos materiais e falhas na execução 
dos serviços. Assim, o estudo acerca das manifestações patológicas mais recorrentes é 
imprescindível para entender suas causas, origens e consequências e, dessa forma, evitar ao 
máximo a ocorrência, além de contribuir para as melhores maneiras de recuperação. 
 
Palavras-chave: Construção civil. Durabilidade. Correção. Desempenho 
. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Constructive pathologies in facade cladding 
 
The evolution of civil construction since its emergence is notorious, both in the development 
of the materials used, the construction processes and the techniques employed. In this context, 
facade cladding systems play an essential role in the aesthetics and technique of buildings. 
However, facades are the areas most exposed to the weather and, consequently, the most 
susceptible to the emergence of constructive pathologies, which affect their performance and, 
in more severe cases, cause accidents. For the most part, these anomalies are related to 
problems that can be avoided, such as project inefficiency, poor material quality and service 
delivery failures. Thus, the study of the most recurrent pathological manifestations is essential 
to understand their causes, origins and consequences and thus to avoid the occurrence as well 
as contributing to the best ways of recovery. 
 
Keywords: Construction. Pathologies. Coatings. Facades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA PÁGINA 
Figura 1 - Fatores de degradação atuantes sobre fachadas 18 
Figura 2 - Camadas constituintes do revestimento argamassado 21 
Figura 3 - Fissuras horizontais 24 
Figura 4 - Fissuras verticais 25 
Figura 5 - Fissuras inclinadas 26 
Figura 6 - Fissuras mapeadas 26 
Figura 7 - Abridor de fissuras 27 
Figura 8 - Aplicação de material flexível para o tratamento de fissuras 28 
Figura 9 - Aplicação de tela de poliéster para o tratamento de fissuras 29 
Figura 10 - Revestimento com descolamento em placas 30 
Figura 11 - Revestimento com descolamento com pulverulência 31 
Figura 12 - Eflorescência em revestimento argamassado 32 
Figura 13 - Eflorescência em revestimento cerâmico 33 
Figura 14 - Bolor em fachada de edifício 34 
Figura 15 - Vesículas em revestimento argamassado 35 
Figura 16 - Junta de movimentação em fachada 38 
Figura 17 - Afastamento entre as placas cerâmicas 40 
Figura 18 - Descolamento de revestimento cerâmico 41 
Figura 19 - Superfície de placa cerâmica com gretamento 42 
Figura 20 - Juntas de assentamento 43 
Figura 21 - Deterioração das juntas de assentamento 44 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
GRÁFICO PÁGINA 
Gráfico 1 - Desempenho com e sem manutenção 13 
Gráfico 2 - Incidência das causas de patologias no brasil 14 
Gráfico 3 - Distribuição da origem dos acidentes prediais 15 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO PÁGINA 
Quadro 1 - Critérios de classificações das argamassas 20 
Quadro 2 - Classificação das argamassas conforme suas funções 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO PÁGINA 
1 – INTRODUÇÃO 12 
1.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 12 
1.2 – JUSTIFICATIVA 16 
1.3 – OBJETIVOS 16 
1.3.1 – OBJETIVO GERAL 17 
1.3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17 
1.4 – ESTRUTURA DO TRABALHO 17 
2 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM FACHADAS 18 
3 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS
 20 
3.1 – FISSURAS E TRINCAS 22 
3.1.1 – FISSURAS HORIZONTAIS 23 
3.1.2 – FISSURAS VERTICAIS 24 
3.1.3 – FISSURAS INCLINADAS 25 
3.1.4 – FISSURAS MAPEADAS 26 
3.2 – DESCOLAMENTO OU DESTACAMENTO 29 
3.2.1 – DESCOLAMENTO EM PLACAS 29 
3.2.2 – DESCOLAMENTO COM PULVERULÊNCIA 31 
3.3 – EFLORESCÊNCIA 31 
3.4 – BOLOR E FUNGOS 34 
3.5 – VESÍCULAS 35 
4 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS 37 
4.1 – DESCOLAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS 39 
4.2 – GRETAMENTO 424.3 – DETERIORAÇÃO DAS JUNTAS 43 
5 – CONCLUSÕES 46 
REFERÊNCIAS 47 
12 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
1.1 – Considerações iniciais 
 
Desde o início da civilização, o homem vem adquirindo conhecimento sobre a 
construção civil, cada vez mais se preocupando com a estabilidade e a segurança das 
edificações, com o desenvolvimento dos materiais, processos construtivos e técnicas 
empregadas nas construções. Esse processo de aprimoramento tem como principal objetivo 
oferecer edificações adaptadas às necessidades e exigências do seu mercado consumidor. 
O desempenho de uma edificação depende das exigências do usuário na sua 
concepção, da manutenção durante o seu uso e também das condições de exposição do 
ambiente em que ela será construída. Nesse contexto, o estabelecimento do desempenho é 
determinado qualitativamente através de critérios de desempenho fixados pela NBR 15575 
(2013) a fim de determinar os níveis de segurança, conforto e resistência que cada um dos 
sistemas que compõe um imóvel (estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações) deve 
apresentar. Por isso, devem ser projetadas de maneira a atingir requisitos básicos de 
desempenho e durabilidade ao longo de sua vida útil. 
Além disso, as edificações são construídas para atender aos seus usuários de maneira 
satisfatória por um determinado período de tempo, levando em consideração manutenções 
frequentes (vida útil da estrutura). Essas manutenções são necessárias para o incremento do 
desempenho que vai diminuindo com o decorrer do tempo (devido à exposição aos agentes 
que degradam as construções), como pode ser observado no gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Gráfico 1 - Desempenho com e sem manutenção 
 
 Fonte:http://periciasflorianopolis.blogspot.com 
 
Entretanto, mesmo com todo o avanço tecnológico na área, conforme afirma Herdeet 
(2016), nas últimas décadas, as construções foram responsáveis por um grande aumento de 
reclamações por apresentarem um desempenho insatisfatório devido à manifestação de 
patologias construtivas. Esses problemas além de afetarem a durabilidade, afetam a estética, a 
utilização e a segurança das edificações. 
 
A palavra patologia tem origem no grego, onde Páthos significa doença e Lógos, 
estudo, e é amplamente utilizada nas diversas áreas da Ciência. Esta terminologia 
passou a ser adotada em áreas da engenharia e no caso das edificações significa 
estudo das “doenças” (anomalias ou problemas) que causam a redução do 
desempenho de um ou mais sistemas integrantes da edificação. (JÚNIOR, 2017, p. 
11) 
 
“As patologias são modificações estruturais e/ou funcionais causadas por disfunção no 
organismo (construção), ou seja, tudo que promove a degradação do material ou de suas 
propriedades físicas ou materiais”. (NEUMANN, 2017, p.317) 
Assim, patologia das edificações é o ramo da engenharia civil que estuda a 
identificação das causas e dos efeitos das anomalias que causam o envelhecimento precoce 
das construções, além de elaborar o seu diagnóstico e correção. 
 
As anomalias e falhas constituem não conformidades que impactam na perda 
precoce do desempenho real ou futuro dos elementos e sistemas construtivos, bem 
como na redução de zua vida útil projetada. Podem comprometer, portanto: 
segurança; funcionalidade; operacionalidade; saúde dos usuários; conforto térmico, 
acústico e luminoso; acessibilidade; durabilidade; vida útil, dentre outros parâmetros 
de desempenho. (SILVA, 2019, p. 17) 
14 
 
 
Ademais, as características construtivas atuais favorecem o aparecimento de 
patologias nas edificações. Isso é causado pela busca excessiva de economia e a necessidade 
de se construir em um menor intervalo de tempo, em detrimento da busca de conhecimento 
mais aprofundado e aperfeiçoado dos materiais e métodos construtivos, diminuindo, assim, a 
segurança nas construções. 
Na maioria das vezes, as patologias construtivas não ocorrem apenas por um fator 
isolado, mas por um conjunto de fatores, que trazem prejuízos para o desempenho da 
estrutura, causam grande impacto na estética da edificação e, em situações extremas, podem 
ocasionar graves acidentes. 
Não é surpreendente a grande variedade de causas para o surgimento de defeitos nas 
construções, tendo em vista a quantidade de materiais e técnicas envolvidas em uma 
construção, a diversidade de condições que caracteriza os espaços construtivos, a 
multiplicidade de uso das edificações e os erros de projeto ou execução. (SEGAT, 
2005, p. 26) 
 
Segundo Piancastelli (2014), as principais causas de manifestações patológicas no 
Brasil estão associadas à execução da obra, conforme se observa no gráfico abaixo. 
 
Gráfico 2 - Incidência das causas de patologias no Brasil 
 
 Fonte:https://www.unumarquitetura.com 
 
Assim, é possível perceber que, aproximadamente, metade das imperfeições 
construtivas é devido à má execução dos serviços, o que está relacionado com o emprego de 
15 
 
profissionais despreparados e sem a supervisão de engenheiros e arquitetos. Outra 
porcentagem significativa é oriunda da falta ou ineficiência de projetos e a utilização 
inadequada da edificação. Em contrapartida, apenas uma pequena parte ocorre devido a 
eventos os quais não podem ser planejados (fortuitos), o que evidencia a urgência em estudos 
sobre patologias na construção civil. 
Além disso, em torno de 1/3 dos acidentes em edificações são decorrentes de 
anomalias construtivas, como mostrado nesse outro gráfico. 
 
Gráfico 3 - Distribuição da origem dos acidentes prediais 
 
 
 Fonte: http://www.forumdaconstrucao.com.br 
 
As origens das patologias podem ser classificadas como: 
 Congênitas: Patologias que surgem ainda na fase do projeto, ocasionadas pela 
inobservância de normas técnicas e/ou negligência de profissionais. 
 Construtivas: Patologias oriundas da execução da obra, causadas por mão de 
obra desqualificada, materiais de baixa qualidade e falta de metodologia durante a execução. 
 Adquiridas: patologias que aparecem durante a vida útil da estrutura e são 
causadas pela interação com o meio onde estão inseridas. 
 Acidentais: Patologias causadas por algum fenômeno atípico, não determinado 
em projeto. 
As construções em geral têm um ciclo de vida útil, porém alguns critérios podem 
acelerá-lo ou retardá-lo. Estudos apresentam três requisitos básicos para obter uma 
boa construção e evitar dor de cabeça: um bom projeto, execução e reparos à medida 
16 
 
que o tempo exige. A falta ou falha de alguns desses requisitos pode acarretar uma 
série de falhas na construção, conhecidas como patologia. (ERAT et al, 2016, p.26) 
 
Logo, para que uma edificação apresente um satisfatório desempenho técnico e 
construtivo é necessário que haja uma correta concepção e desenvolvimento dos projetos, 
envolvendo seus materiais e técnicas a serem empregadas; um rigoroso controle de execução, 
tanto na qualificação da mão de obra, quanto na observância das normas técnicas; uso 
adequado da edificação; além de possíveis manutenções quando necessário. 
 
1.2 – Justificativa 
 
A sistematização das causas e consequências das manifestações patológicas em 
revestimentos de fachadas, objetivo desse trabalho, é essencial para que haja seu correto 
diagnóstico e, consequentemente, a determinação dos métodos e técnicas mais adequados a 
serem aplicadas na sua correção. Uma vez que, de acordo com Lottermann (2013) em alguns 
casos a identificação da anomalia construtiva não pode ser determinada através do seu estudo 
visual, sendo necessário um estudo mais criterioso em que sejam investigados projetos, 
execução da obra e como ela reage a certos estímulos. 
 
Essas patologias em edificações – ou vícios aparentes, de acordo com o código do 
consumidor – são extremamente importantes, visto que podem assinalar um estado 
de perigo potencial para a estrutura ou a necessidade de manutenção para evitarcomprometimentos futuros ou ainda provocar inseguranças e revoltas aos 
moradores. (VIEIRA, 2016, p. 4) 
 
Ademais, como já foi ressaltado, a manifestação de uma patologia construtiva está 
associada a falhas ocorridas durante a realização de uma ou mais etapas da construção de tal 
maneira que o seu diagnóstico adequado permite identificar em que etapa o problema teve 
origem e, assim, responsabilizar judicialmente o responsável. 
Além disso, de acordo com Neumann et al (2016) gestores imobiliários e clientes 
sofrem com esses problemas, que ocorrem em 98% das edificações. Dessa forma, o estudo 
das patologias nas edificações é fundamental para a conscientização das construtoras e 
profissionais da área acerca da importância em investimentos na prevenção do surgimento de 
patologias e, dessa forma, evitar gastos de pós-ocupação desnecessários. 
 
1.3 – Objetivos 
 
17 
 
1.3.1 – Objetivo geral 
 
Realizar uma revisão bibliográfica acerca da metodologia de análise e solução das 
principais patologias na construção civil relacionados ao revestimento de fachadas. 
 
1.3.2 – Objetivos específicos 
 
 Realizar uma abordagem geral das manifestações patológicas em fachadas; 
 Apontar as manifestações patológicas de maior incidência em revestimentos 
argamassados; 
 Apresentar as principais patologias em revestimentos cerâmicos; 
 Diagnosticar as prováveis causas e origens das manifestações patológicas em 
fachadas; 
 Contribuir com dados para possíveis intervenções em revestimentos de 
fachadas; 
 
1.4 – Estrutura do trabalho 
 
A estrutura deste trabalho é desenvolvida ao longo de cinco capítulos. 
O primeiro capítulo, já apresentado, compreende a introdução sobre o assunto 
estudado, apesentando o objetivo geral e os específicos do trabalho, como também a 
justificativa do tema escolhido e a estrutura no qual será apresentado. 
O segundo capítulo apresenta uma abordagem teórica acerca das manifestações 
patológicas em revestimentos de fachadas. 
O terceiro capítulo realiza uma abordagem acerca das principais manifestações 
patológicas em revestimentos argamassados, causas geradoras das anomalias, bem como 
possíveis intervenções para essas manifestações. 
O quarto capítulo trata das principais patologias relacionadas aos revestimentos 
cerâmicos e suas causas, como também possíveis tratamentos. 
Por fim, o quinto capítulo realiza as conclusões obtidas com esse estudo. 
 
18 
 
2 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM FACHADAS 
 
De acordo com a NBR 13755 (1996), revestimento externo é um conjunto de camadas 
superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura, suporte, alvenarias, camadas 
sucessivas de argamassas e revestimento final, cuja função é proteger a edificação de 
intempéries e dar acabamento estético. 
“O edifício como um todo é formado por um conjunto de elementos que exercem 
funções distintas com o princípio básico de protegê-lo, para que essa possa exercer ao longo 
de sua vida útil”. (ANJOS, 2016, p. 16). Dessa maneira, um bom desempenho das fachadas é 
fundamental, não apenas do ponto estético, mas também do ponto técnico, pois elas 
desempenham o papel de vedação da ação direta de agentes agressivos, além de melhorar o 
desempenho térmico e acústico da edificação. 
As fachadas são as regiões do edifício mais sujeitas ao aparecimento de patológicas, 
uma vez que estão sujeitas a uma grande variedade de ações ligadas tanto a fenômenos de 
origem natural, como a própria utilização da edificação, como pode ser observado na figura 
abaixo. Assim, necessitam de uma maior atenção quanto à manifestação de patologias 
construtivas. 
 
Figura 1 - Fatores de degradação atuantes sobre fachadas 
 
 Fonte: https://www.iau.usp.br 
 
 
19 
 
É possível observar nas fachadas das edificações fenômenos prejudiciais ao seu 
aspecto que indicam a ocorrência de patologias, como por exemplo: 
 A pintura encontra-se parcialmente ou totalmente fissurada; 
 Formação de manchas de umidade, com desenvolvimento de bolor; 
 A superfície do revestimento apresenta fissuras de conformações variadas; 
 Formação de manchas brancas (eflorescência) na superfície do revestimento; 
 
A execução da fachada deve ser orientada por um projeto específico e realizada por 
profissionais qualificados, utilizando materiais determinados em projetos, para que 
manifestações patológicas como trincas, fissuras, perdas de aderência, gretamentos e 
mudanças de coloração, dentre tantos outros problemas tenham sua ocorrência 
minimizada. (JÚNIOR, 2017, p. 11) 
 
Segundo Antunes (2010), a manifestação patológica em revestimento de fachada 
nunca é atribuída a uma única causa, geralmente é resultado da combinação de inúmeras 
variáveis como: 
 Falhas de materiais; 
 Falhas na especificação; 
 Falhas decorrentes do processo executivo; 
 Deformação higroscópica; 
 Deformação térmica; 
 Deformações estruturais. 
 
 
 
 
20 
 
3 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS 
 
De acordo com a NBR 13529 (2013) a argamassa para revestimento pode ser definida 
como uma mistura homogênea de agregado(s), miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, 
contendo ou não aditivos ou adições minerais, com propriedades de aderência e 
endurecimento. Usualmente, os aglomerantes inorgânicos utilizados são o cimento Portland, a 
cal hidratada e o gesso. A escolha de qual aglomerante ou a mistura que será utilizada 
depende da aplicação da argamassa. 
 
Com o objetivo de regularizar, proteger e uniformizar as superfícies, os 
revestimentos argamassados podem ser definidos como um revestimento de 
múltiplas camadas, capaz de recobrir a superfície de concreto ou alvenaria, ao 
mesmo tempo em que cria um substrato adequado para receber o acabamento final. 
(SOUSA, 2018, p. 1) 
 
As argamassas podem ser classificadas de acordo com os critérios apresentados no 
quadro 1 e também de acordo com suas funções, como mostra o quadro 2. 
 
Quadro 1 - Critérios de classificações das argamassas 
Critério de classificação Tipo 
Quanto à natureza do aglomerante Argamassa área 
Argamassa hidráulica 
Quanto ao tipo de aglomerante Argamassa de cal 
Argamassa de cimento 
Argamassa de cimento e cal 
Argamassa de gesso 
Argamassa de cal e gesso 
Quanto ao número de aglomerantes Argamassa simples 
Argamassa mista 
Quanto à consistência da argamassa Argamassa seca 
Argamassa plástica 
Argamassa fluída 
Quanto à plasticidade da argamassa Argamassa pobre ou magra 
Argamassa média ou cheia 
Argamassa rica ou gorda 
Quanto à densidade da massa da argamassa Argamassa leve 
Argamassa normal 
Argamassa pesada 
Quanto à forma de preparo ou fornecimento Argamassa preparada em obra 
Mistura semipronta para argamassa 
Argamassa industrializada 
Argamassa dosada em central 
Fonte: CARASEK, 2007. 
 
21 
 
Quadro 2 - Classificação das argamassas conforme suas funções 
Função Tipo 
Para construção de alvenarias Argamassa de assentamento (elevação de 
alvenaria) 
Argamassa de fixação ou encunhamento 
(alvenaria de vedação) 
Para revestimentos de paredes e tetos Argamassa de chapisco 
Argamassa de emboço 
Argamassa de reboco 
Argamassa de camada única 
Argamassa para revestimento decorativo 
monocamada 
Para revestimentos de pisos Argamassa de contrapiso 
Argamassa de alta resistência para piso 
Para revestimentos cerâmicos 
(paredes/pisos) 
Argamassa de assentamento de peças 
cerâmicas (colante) 
Argamassa de rejuntamento 
Para recuperação de estruturas Argamassa de reparo 
Fonte: CARASEK, 2007. 
 
No procedimento tradicional, o revestimento argamassado é composto de, no mínimo 
três camadas: chapisco, emboço e reboco (figura 2), com as seguintes funções: o chapisco é a 
camada de preparo da base, elemento de ligação entre a base e o substrato, garantindo uma 
melhor aderência, devido a sua superfície rugosa; já o emboço é a camada de regularização, 
propiciando umacamada homogênea para receber outras camadas e o reboco, camada final 
que pode ou não receber outra camada decorativa. 
 
Figura 2 - Camadas constituintes do revestimento argamassado 
 
Fonte: http://www.mpsnet.net 
22 
 
Porém, atualmente, esse tipo de revestimento é composto de duas camadas: o chapisco 
e o reboco massa única ou reboco paulista o qual é desempenado, podendo ficar com 
acabamento liso (alisado com desempenadeira metálica) ou camurçado (alisado com 
desempenadeira de madeira revestida de feltro ou esponja). 
De modo geral, as argamassas devem apresentar as seguintes propriedades: 
 Aderência; 
 Resistência mecânica; 
 Capacidade de absorver deformações; 
 Permeabilidade a água; 
 Durabilidade. 
Segundo Júnior (2017) os principais fatores que interferem na durabilidade da 
argamassa é a qualidade de seus materiais constituintes, sua composição ou traço, os 
processos de execução e fatores externos, como intempéries, poluição atmosférica e umidade 
de infiltração. 
As principais patologias em revestimentos argamassados são: 
 
3.1 – Fissuras e trincas 
 
De modo geral, as fissuras e trincas são a perda da integridade física do revestimento e 
ocorrem quando as tensões suportadas pelo material são inferiores às deformações solicitadas, 
assim, elas surgem para a liberação dessas tensões, ocasionando um alívio no sistema. 
 
A fissuração é um problema relacionado às patologias existentes nas construções, 
sendo ela de grande interesse nos vários segmentos que abrangem a engenharia civil, 
principalmente por estar diretamente ligada à resistência dos materiais (relação entre 
o módulo de elasticidade e a capacidade de deformação) – o que acaba por acarretar 
em grandes custos no pós-obra, além de grande incômodo perante os usuários do 
imóvel. (MUCI et al, 2014, p.17) 
 
A NBR 9575 (2010) classifica as aberturas maiores que 0,5 mm e menores que 1 mm 
como trincas, as aberturas maiores que 0,05mm e menores que 0,5mm como fissuras e as 
menores que 0,05mm como microfissuras. 
Para Anjos (2016), fissuras superficiais ou microfissuras, normalmente, não 
ocasionam diminuição na segurança de componentes estruturais, porém toda manifestação 
que não atende o desempenho esperado requer atenção. 
23 
 
Elas também podem ser classificadas, de acordo com a sua atividade, como ativas ou 
passivas. Conforme afirma Zanzarini (2016), fissuras ativas são aquelas em que há variação 
em sua espessura e/ou comprimento decorrente das alterações nas condições que as 
provocam, enquanto as fissuras passivas são aquelas que se encontram estabilizadas, não 
havendo variação da sua espessura e/ou comprimento no decorrer do tempo. 
Logo, segundo Olivari (2003), no caso de existência de trincas nas paredes de 
alvenaria é importante verificar se ela aumenta ou se está estabilizada. Se ela aumenta, pode 
haver problemas de fundação ou na estrutura, o que requer atenção, já se ela encontra-se 
estabilizada, o caso não é grave, mas além de afetar a estética, poderá causar problemas, como 
a infiltração. 
As fissuras/tricas estão relacionadas principalmente a: 
 Movimentações térmicas ou higroscópicas; 
 Atuação de sobrecargas; 
 Deficiência ou ausência de juntas de movimentação; 
 Deformabilidade excessiva das estruturas; 
 Recalques diferenciais de fundação; 
 Retração de produtos à base de cimento. 
 
De acordo com Antunes (2010), o surgimento de trincas e fissuras pode acarretar na 
manifestação de outras patologias, visto que estas se constituem em caminhos favoráveis à 
penetração de agentes agressivos externos, principalmente a água. Esses agentes podem 
ocasionar, por exemplo, o aparecimento da eflorescência, manchas de umidade, bolor, 
descolamento das placas cerâmicas. 
Sob o ponto de vista econômico, a ocorrência de fissuras pode causar gastos elevados 
na tentativa de recuperação, além de ser comum a reincidência. 
As fissuras e trincas podem, ainda, serem classificadas de acordo com sua direção em: 
 
3.1.1 – Fissuras horizontais 
 
As fissurais horizontais apresentem-se ao longo do comprimento da edificação (figura 
5). 
 
 
 
24 
 
 
Figura 3 - Fissuras horizontais 
 
Fonte: https://ippolitoengenharia.com.br 
 
Entre as causas para sua manifestação pode-se citar: 
 Expansão da argamassa por hidratação retardada do hidróxido de magnésio da 
cal; 
 Expansão da argamassa de assentamento; 
 Adensamento da argamassa de assentamento dos tijolos ou blocos; 
 Falta de amarração entre a parede e a viga superior ou encunhamento precoce 
da alvenaria; 
 Deformação excessiva da laje; 
 Recalque da base; 
 Elevação capilar devido à deficiência ou falta de impermeabilização da base. 
 
3.1.2 – Fissuras verticais 
 
As fissuras verticais encontram-se ao longo da altura da edificação (figura 6). 
 
25 
 
 
Figura 4 - Fissuras verticais 
 
 Fonte: https://forumdacasa.com 
 
Entre as causas dessa anomalia pode-se citar: 
 Falta de amarração da parede com os pilares ou outros elementos de apoio; 
 Resistência à tração dos componentes igual ou inferior a da argamassa; 
 Retração da alvenaria. 
 
3.1.3 – Fissuras inclinadas 
 
As fissuras inclinadas (figura 5) ocorrem principalmente devido à: 
 Acentuada concentração de tensões junto às extremidades de portas e janelas; 
 Ausência de vergas e contra vergas nas portas e janelas. 
 
 
 
26 
 
 
Figura 5 - Fissuras inclinadas 
 
 Fonte: http://entendaantes.com.br 
 
3.1.4 – Fissuras mapeadas 
 
Essas fissuras apresentam-se nas edificações em direções aleatórias e irregulares e se 
distribuem por todo o revestimento argamassado (figura 6). 
 
Figura 6 - Fissuras mapeadas 
 
 Fonte: http://www.grupogrotta.com.br 
27 
 
 
Essa patologia construtiva pode ter como causas: 
 Retração da argamassa da base devido à cura inadequada/inexistente do 
cimento, procedimento responsável por fornecer umidade suficiente para que as reações de 
hidratação e carbonatação dos aglomerantes ocorram adequadamente; 
 Movimentações térmicas e higroscópicas (causadas pela variação da 
temperatura e absorção da umidade) diferenciais entre revestimento e estrutura; 
 Desempeno excessivo, ou antes, do tempo adequado; 
 Consumo elevado de cimento, teor de finos elevados e consumo elevado de 
água de amassamento. 
O tratamento de fissuras com atividade reduzida pode ser feito da seguinte maneira: 
primeiramente, realizar uma abertura no formato de “v”, com auxílio de um abridor de 
fissuras (figura 7), as dimensões serão de acordo com a especificação do fabricante do 
material que preencherá o sulco. Depois deverá ser feito a limpeza do sulco e aplicação do 
fundo preparador. Em seguida, deverá ser feito o preenchimento do sulco com material 
flexível (figura 8), como selante acrílico, massa PVA ou acrílica aditivada com resina, em 
duas demãos, esperando intervalo de 24 horas entre demãos para que a movimentação da 
fissura não seja percebida no acabamento final, devem também ser aplicadas duas demãos de 
tinta acrílica sobre o material que preencheu o sulco, com intervalo de 6 horas entre as 
demãos, para finalizar, deve ser realizado o acabamento final. 
 
Figura 7 - Abridor de fissuras 
 
 Fonte: http://silverata.com.br 
 
28 
 
Figura 8 - Aplicação de material flexível para o tratamento de fissuras 
 
 Fonte: http://techne17.pini.com.br 
 
Já quando se trata da recuperação de fissuras que apresentam uma maior 
movimentação o seguinte procedimento pode ser adotado: inicialmente deve ser retirada uma 
faixa do revestimento com centro na fissura e realizar a limpeza da base com um pincel. Em 
seguida, é feita a regularização da base a fim de garantir a perfeita aderência da tela de 
poliéster que será aplicada posteriormente. Depoisde aguardar o tempo correto da secagem da 
argamassa de regularização, é feita a aplicação da fita plástica de polipropileno para formação 
da ponte entre a base e o revestimento (esse isolamento tem o objetivo de permitir que o 
trecho sem aderência trabalhe em conjunto para absorver a movimentação cíclica da fissura). 
Após a aplicação da fita plástica, é realizada a aplicação da tela de poliéster (figura 9) por 
meio de resina acrílica, de maneira que ela fique esticada e evite seu alongamento pela 
solicitação dos esforços de tração. Em seguida, é executada uma ponte de aderência, com a 
mesma resina utilizada para colar a tela, para o recebimento do revestimento em argamassa ou 
gesso (recuperação rígida) ou ainda massa PVA aditivada (recuperação flexível). Para 
finalizar, após aguardar o período de secagem, é realizado o acabamento final. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Figura 9 - Aplicação de tela de poliéster para o tratamento de fissuras 
 
 Fonte: https://i.ytimg.com 
 
Vale salientar que as duas formas de recuperação são apenas algumas das 
possibilidades, pois dependendo da origem das fissuras e do ambiente em que a edificação se 
encontra, a maneira de recuperação será totalmente diferente uma da outra. O que comprova a 
extrema importância na realização correta no diagnóstico dessa manifestação patológica para 
que não ocorra a reincidência das fissuras. 
 
3.2 – Descolamento ou destacamento 
 
Essa manifestação patológica consiste na separação de uma ou mais camadas dos 
revestimentos da argamassa, devido à falta de aderência entre as camadas que constituem o 
sistema de revestimento, tornando-o instável estruturalmente. Apresenta extensão variável, 
podendo atingir áreas restritas, mas também todo o revestimento externo. 
“O destacamento não está necessariamente associado à queda do revestimento ou das 
placas cerâmicas, e sim ao desprendimento das mesmas, que pode ser observado através do 
estufamento da camada de acabamento” (ANJOS, 2016, p.29). 
O descolamento pode apresentar-se das seguintes maneiras: 
 
3.2.1 – Descolamento em placas 
 
30 
 
 O descolamento em placas (figura 10), geralmente, ocorre entre o emboço e a base, 
podendo apresentar-se difíceis de serem quebradas ou quebradiças e, em ambos os casos, 
apresentam som cavo ao serem percutidas. 
 
Figura 10 - Revestimento com descolamento em placas 
 
 Fonte: https://www.ebah.com.br 
 
Entre as principais causas para esta patologia estão: 
 Argamassa muito rica em cimento e/ou aplicada em camada muito espessa, de 
maneira que o peso próprio da argamassa gera uma força gravitacional maior que a adesão 
inicial com o substrato; 
 Superfície da base muito lisa, impregnada com substância hidrófuga ou 
impregnada com pó ou outros resíduos; 
 Ausência de chapisco ou utilização do chapisco preparado com areia fina; 
 Molhagem deficiente da base comprometendo a hidratação do cimento; 
 Grandes variações de temperaturas, que geram tensões de cisalhamento na 
interface entre a base e argamassa capazes de provocar o descolamento. 
Dessa maneira, o chapisco possui papel fundamental na prevenção dessa patologia, já 
que ele aumenta significativamente a aderência entre a base e a argamassa de revestimento. 
 
 
31 
 
3.2.2 – Descolamento com pulverulência 
 
O descolamento com pulverulência caracteriza-se pela desagregação e consequente 
esfarelamento da argamassa quando pressionada manualmente (figura 11). 
 
Figura 11 - Revestimento com descolamento com pulverulência 
 
 Fonte: https://www.condominioemordem.com.br 
 
As causas dessa patologia estão associadas ao: 
 Excesso de material pulverulentos e/ou torrões de argila no agregado; 
 Traço pobre em aglomerantes ou com cal em excesso; 
 Tempo insuficiente para carbonatação da cal existente na argamassa; 
 Emprego de substitutos da cal sem propriedades de aglomerantes; 
 Hidratação inadequada do cimento da argamassa; 
 Argamassa utilizada após o tempo de pega do cimento; 
 Tempo de estocagem ou estocagem inadequada da argamassa. 
O reparo de ambos os tipos descolamentos de argamassa é feito com a retirada de todo 
o revestimento afetado, para refazê-lo completamente. 
 
3.3 – Eflorescência 
 
32 
 
 Eflorescência é a formação de manchas esbranquiçadas no revestimento que ocorrem, 
principalmente, em materiais não esmaltados e porosos. Conforme Pezzato (2010), materiais 
utilizados - como a areia, o cimento e a cerâmica - possuem em sua composição sais solúveis 
que, na presença de água, se dissolvem e se solubilizam, buscando um caminho até a 
superfície, normalmente, pelo rejunte, nos casos de revestimentos cerâmicos. E, quando a 
água evapora, os sais ficam depositados. 
Argamassas que contenham cal em sua composição são mais suscetíveis à ocorrência 
dessa manifestação patológica. 
Segundo Sousa (2008), a eflorescência pode ocasionar consequências apenas estéticas, 
alterando a aparência do elemento onde os sais se depositam, mas também consequências 
agressivas, quando os sais constituintes chegam a causar a degradação profunda do material. 
 
Figura 12 - Eflorescência em revestimento argamassado 
 
 Fonte: https://cimentomaua.com.br 
 
Ainda conforme o autor, essa patologia é originada pelos seguintes fatores: 
 A quantidade de água (proveniente da presença de infiltração no solo, 
vazamento da rede hidráulica ou de quando o rejunte é aplicado antes do tempo de cura da 
argamassa de assentamento), pois quanto maior for essa quantidade maior será a quantidade 
de sal solubilizado; 
 O teor de sais solúveis presente nos materiais; 
 A pressão hidrostática, que faz com a solução migre para a superfície; 
33 
 
Esses três fatores são igualmente importantes, sendo necessária a presença de todos 
para que o fenômeno ocorra. Entretanto, existem outros fatores externos que influenciam para 
o surgimento da eflorescência, são eles: 
 O tempo de contato, que favorece a solubilização de maior teor de sais; 
 A elevação da temperatura, responsável por aumentar a velocidade de 
evaporação, além de favorecer a reação de solubilização dos sais; 
 A porosidade dos materiais que permite a percolação da solução. 
No caso de revestimentos cerâmicos, uma precaução bastante importante para evitar 
essa manifestação patológica é garantir o tempo necessário para secagem de todas as camadas 
anteriores à execução do revestimento cerâmico. 
 
Figura 13 - Eflorescência em revestimento cerâmico 
 
 Fonte: https://www.performance.eco.br 
 
Nos casos em que a eflorescência surgir na alvenaria recém-terminada, ela 
normalmente desaparecerá sozinha, pois ainda estão ocorrendo reações. 
No reparo dessa patologia, inicialmente deve ser feita a eliminação da infiltração da 
umidade, para então realizar a limpeza do local, podendo ser feita com escova de aço e água 
em abundância. Também podem ser utilizados produtos químicos para limpar a área afetada, 
deve ser atentado para o elemento químico utilizado, pois esse poderá interferir na 
34 
 
durabilidade do elemento construtivo. Ao final, se o revestimento estiver pulverulento, 
também deve ser feito seu reparo. 
 
3.4 – Bolor e fungos 
 
O bolor caracteriza-se por manchas indesejáveis em tom esverdeada ou escuras e que 
exalam cheiro forte (figura 14), sendo consequência do desenvolvimento de micro-
organismos patogênicos, pertencentes ao grupo dos fungos. 
 
Figura 14 - Bolor em fachada de edifício 
 
Fonte: http://www.condominiosc.com.br 
 
Essas manifestações patológicas ocorrem, principalmente, em áreas com umidade 
constante ou com pouca exposição ao sol. Devido a isso, é comum o emboloramento em 
paredes umedecidas por infiltração de água ou vazamento de tubulações. 
De acordo com Sousa (2008), problemas relacionados com a umidade, como a 
manifestação de bolor e fungos, ocasionam: prejuízosde caráter funcional da edificação; 
desconfortos dos usuários e em casos mais graves afetam a saúde dos usuários; causam danos 
em equipamentos e bens presentes nos interiores dos imóveis; além dos prejuízos financeiros. 
Para se evitar a manifestação dessa patologia, devem ser tomadas preventivas já na 
fase de elaboração de projetos que visem garantir ventilação, iluminação e insolação 
adequadas. Como também evitar possíveis infiltrações, as quais podem ser causadas por 
35 
 
motivos internos, que são problemas na própria edificação, e por causas externas, que 
normalmente são geradas são causadas por ação da chuva e umidade do solo. 
O reparo dessa manifestação é feito, eliminando-se, inicialmente, a infiltração da 
umidade na área e depois é feito uma lavagem com soluções fungicidas (como a solução de 
hipoclorito) para desinfetar a área e, para concluir, faz-se o reparo necessário no revestimento 
que estiver pulverulento. Em alguns casos, é recomendada a troca do material contaminado 
por outros que resistam à ação do crescimento do bolor. 
 
3.5 – Vesículas 
 
Essa manifestação patológica corresponde ao surgimento de bolhas (figura 15) devido 
à umidade que causa a expansão dos componentes do revestimento argamassado. As bolhas 
podem apresentar cor branca, preta ou vermelho-ferrugem. 
De acordo com Segat (2005), quando as vesículas têm coloração branca, indica a 
ocorrência de hidratação retardada de óxido de cálcio da cal, já quando a cor é preta indica a 
presença de pirita ou de matéria orgânica na areia e quando têm coloração avermelhada indica 
a presença de material ferruginoso na areia. 
Nos casos em que há umidade no interior das bolhas, indica aplicação prematura de 
tinta impermeável. 
 
Figura 15 - Vesículas em revestimento argamassado 
 
 Fonte:http://3.bp.blogspot.com 
36 
 
Para o reparo é necessário que o problema da umidade seja sanado, caso exista. 
Posteriormente, deve ser retirado todo o revestimento afetado para, então, ser feito a 
renovação da camada do revestimento. 
 
37 
 
4 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS 
 
Devido à heterogeneidade da aplicação do material cerâmico, eles são divididos em 
vários segmentos, no qual a placa cerâmica se encaixa no segmento referente a materiais de 
revestimentos, sendo usadas na construção de edifícios em ambientes externos e internos. 
 
Cerâmica é uma composição de argila e outras matérias-primas inorgânicas 
produzidas em altas temperaturas e abrange os materiais inorgânicos, não metálicos. 
As matérias-primas orgânicas ou naturais são utilizadas da mesma forma que foram 
extraídas da natureza, passam por um tratamento físico para eliminação de 
impurezas indesejáveis, sem causar mudanças na composição química e 
mineralógica dos componentes principais. Matérias- primas, as inorgânicas ou 
sintéticas são as que, isoladas ou misturadas com outra(s) substância(s) já passaram 
por um tratamento térmico como a calcinação, sinterização, fusão e fusão/redução 
ou são produzidas por processos químicos. (PEZZATO, 2010, p. 43) 
 
A NBR 13816 (1997) define revestimento cerâmico como sendo o conjunto formado 
pelas placas cerâmicas, pela argamassa de assentamento e pelo rejunte. Sua utilização 
apresenta algumas vantagens como: 
 Durabilidade; 
 Facilidade de limpeza; 
 Aspecto estético e visual agradável; 
 Elevada impermeabilidade; 
 Segurança ao fogo; 
 Qualidade no acabamento final; 
 Proteção dos elementos de vedação. 
 
Ainda conforme Pezzato (2010), as placas cerâmicas utilizadas em fachadas 
necessitam ter características específicas para essa finalidade, tais como: baixa expansão por 
umidade, superfície com facilidade para limpeza e resistência às oscilações de temperaturas e 
aos raios ultravioletas. Além dessas, pode-se citar outros atributos necessários: baixo grau de 
absorção, garras no tardoz para melhor sua aderência, resistência mecânica e resistência à 
abrasão superficial. 
Na execução do revestimento cerâmico, as juntas de movimentação são de muita 
importância, pois são projetadas de maneira a criar descontinuidades no emboço (panos de 
revestimentos) com a função de permitir possíveis variações dimensionais. E assim, aliviar as 
38 
 
tensões no sistema sem que surjam fissuras que comprometam seu desempenho e a sua 
integridade. 
 
Figura 16 - Juntas de movimentação em fachada 
 
 Fonte: http://www.juntasdedilatacao.com.br 
 
As juntas de movimentação devem ser preenchidas com material resiliente (material 
com capacidade de absorver energia mecânica) e complementadas com material selante até a 
face da cerâmica. 
A NBR 13755 (2017) recomenda que para revestimentos externos de fachadas as 
juntas horizontais de movimentação sejam espaçadas no máximo a cada 3 metros ou a cada pé 
direito, na região de encunhamento da alvenaria, e, ainda, que as juntas verticais sejam 
espaçadas no máximo a cada 6 metros. 
A argamassa colante é uma mistura constituída basicamente de cimento, areia, água e 
aditivos que formam uma massa viscosa, plástica e aderente, usada no assentamento das 
placas cerâmicas. Ela pode rígida ou flexível, sendo a flexível (contém adições poliméricas) a 
mais indicada para revestimentos de fachadas devido a sua maior capacidade de absorver 
tensões. 
Fissuras, trincas, descolamento e eflorescência são manifestações patológicas comuns 
a revestimentos argamassados e cerâmicos. Entretanto, ocorrem com maior frequência nos 
39 
 
revestimentos argamassados, uma vez que esses se encontram mais desprotegidos das 
agressões do meio externo quando comparados aos revestimentos cerâmicos. 
Contudo, há manifestações específicas de revestimentos cerâmicos, como as que serão 
tratadas a seguir. 
 
4.1 – Descolamento das placas cerâmicas 
 
“O descolamento é um problema causado pelo incremento da deficiência na aderência 
das ligações entre camadas que constituem o sistema de revestimento” (ANTUNES, 2010, 
p.52). Essa perda de aderência ocorre quando as tensões atuantes no revestimento cerâmico 
ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa 
colante e/ou emboço. 
Segundo Pezzato (2010) o rompimento da união entre a placa cerâmica e a base de 
assentamento pode ocorrer: entre peça e a argamassa de assentamento, na parte interna da 
argamassa de assentamento; entre a argamassa de assentamento e a camada de suporte e na 
parte interna da camada de suporte. 
O descolamento inicia-se com a ruptura na interface entre camadas e com a formação 
de bolsões que se propagam tornando o sistema de revestimento instável estruturalmente. 
Os primeiros sinais dessa manifestação patológica é a ocorrência de um som cavo 
(oco) quando as placas cerâmicas são repercutidas e a existência de áreas em que se observa o 
afastamento físico entre as placas cerâmicas e os rejuntes (figura 16). Sendo sua ocorrência 
mais comum nos primeiros e nos últimos andares do edifício, devido ao maior nível de 
tensões observados nestes locais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 17 - Afastamento entre as placas cerâmicas 
 
 Fonte: http://lawtonparente.blogspot.com 
 
As principais causas desse problema são: 
 Técnica de execução inadequada que resulta na má qualidade do serviço de 
assentamento: falta de controle, do tempo em aberto da argamassa colante, poucas batidas na 
peça prejudicando o contato com a argamassa colante, uso de desempenadeira gasta e 
preenchimento incompleto do verso das placas cerâmicas 
 Erro na especificação do revestimento cerâmico; 
 Erro na especificação da argamassa colante ou na sua mistura com água em 
excesso; 
 Mão de obra sem, ou com baixa, qualificação; 
 Movimentação excessiva do edifício; 
 Intempéries como variações de temperatura, vento ou chuva que interferem no 
assentamento; 
 Emboço com baixa resistênciasuperficial e com material pulverulento em sua 
superfície; 
 Uso de rejunte rígido; 
 Falta de juntas de movimentação ou posicionamento inadequado; 
 Ausência de detalhes construtivos (como vergas, contravergas e juntas de canto 
de parede); 
41 
 
 Grau de solicitação do revestimento. 
 
Embora a indústria brasileira de revestimentos cerâmicos tenha avançado muito 
inovando tecnologicamente os sistemas de produção e aumentado a qualidade do 
produto e sua capacidade de produção, os casos de destacamento de placas em 
fachadas têm crescido e se tornado um tema de frequente discursão. (PEZZATO, p. 
25, 2010) 
 
Essa patologia é considerada uma das mais sérias, devido à probabilidade considerável 
de acidentes, colocando em risco a vida de pessoas, e aos custos necessários para sua 
recuperação. 
Figura 18 - Descolamento de revestimento cerâmico 
 
 Fonte: https://www.aecweb.com.br 
 
A recuperação dessa patologia é bastante trabalhosa e onerosa, uma vez que o reparo 
localizado nem sempre é suficiente para sanar o problema, que acaba voltando a ocorrer em 
outras áreas. Assim, muitas vezes é necessária a retirada total do revestimento cerâmico, 
podendo-se chegar até o emboço e refazer um novo revestimento de fachada, seja ele 
cerâmico ou não. 
Além disso, para que o problema não ocorra novamente é recomendada a elaboração 
de um projeto de revestimento de fachada, por profissional qualificado, com a indicação 
correta de todos os materiais que compõe o sistema de revestimento cerâmico e o método de 
assentamento que deverá ser adotado. 
42 
 
4.2 – Gretamento 
 
O gretamento é formado por uma série de aberturas menores que 1 mm, causando um 
efeito craquelado, com aparência de teia de aranha (figura 18) que ocorrem na superfície 
esmaltada das placas cerâmicas. Esse processo de surgimento de fissuras pode ocorrer tanto 
durante a fabricação das peças, como também após o seu uso. 
 
Figura 19 - Superfície de placa cerâmica com gretamento 
 
 Fonte: https://www.aecweb.com.br 
 
Essa anomalia ocorre devido à incompatibilidade de dilatação entre a massa e o 
esmalte da placa, causando, assim, a perda da integridade da superfície da peça, que pode 
ficar limitado a um defeito estético ou evoluir para trincas, e, consequentemente, o 
descolamento da peça. 
As principais causas dessa manifestação patológica são: 
 Expansão por umidade, que é o aumento das dimensões das peças cerâmicas, 
de forma lenta e gradual, causado pela absorção de umidade; 
 Baixa qualidade da placa cerâmica; 
 Absorção excessiva de parte das deformações da estrutura; 
 Retração da argamassa de fixação. 
A má qualidade do material usado e dos processos envolvidos na fabricação são 
fatores determinantes para o surgimento dessa anomalia. Sendo assim, é essencial o uso de 
cerâmicas de qualidade. 
43 
 
Por se tratar de uma patologia irreparável, a correção dessa patologia é feita com a 
troca de todo o revestimento danificado. 
 
4.3 – Deterioração das juntas 
 
 As juntas de assentamento, também conhecidas como rejuntes, podem ser definidas 
como o espaço livre entre placas cerâmicas adjacentes, preenchidas com material flexível, 
chamada de argamassa de rejuntamento (figura 19). 
 
Figura 20 - Juntas de assentamento 
 
 Fonte: https://www.quartzolit.weber 
 
A largura das juntas varia de acordo com o tamanho das placas cerâmicas, tendo como 
principais funções: 
 Facilitar o assentamento das placas e seu ajuste na posição final correta; 
 Permitir a absorção de deformações, de modo que não haja tensões 
prejudiciais; 
 Disfarçar a variação dimensional intrínseca das placas cerâmicas, permitindo o 
alinhamento do revestimento; 
 Permitir combinações estéticas que valorizem o acabamento final da fachada; 
44 
 
 Evitar a entrada de água e elementos potencialmente prejudiciais na parte de 
trás das placas cerâmicas; 
 Facilitar a remoção e troca de placas que venham a necessitar de reparos. 
Assim, como as juntas são responsáveis pela estanqueidade do revestimento cerâmico 
e pela capacidade de absorver deformações, a sua deterioração compromete o desempenho 
dos revestimentos cerâmicos. 
 
A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução, através de 
processos de limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza podem causar 
deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que, 
somados ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por 
movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como 
infiltração de água. (OLIVEIRA, 2009, p. 26) 
 
A deterioração também ocorre devido ao envelhecimento natural do material de 
preenchimento e nos casos em que a junta é preenchida apenas superficialmente, formando 
uma capa frágil que pode desagregar-se após alguns meses da obra ser entregue. Isso ocorre 
quando a junta é muito estreita, como no caso de porcelanatos, ou quando rejunte perde a 
trabalhabilidade rapidamente devido à temperatura elevada do ambiente. 
Além disso, as juntas ainda podem ser comprometidas devido à utilização de material 
inadequado ao seu preenchimento, materiais rígidos, que não permitem as movimentações que 
atuam sobre o revestimento de fachada. 
 
Figura 21 - Deterioração das juntas de assentamento 
 
 Fonte:http://2.bp.blogspot.com 
 
45 
 
Para evitar a manifestação dessa patologia deve existir o controle da execução do 
rejuntamento, do preenchimento das juntas, como também da escolha adequada de materiais 
de preenchimento. 
E para o seu reparo, é recomendado à execução de um novo rejuntamento nas áreas 
comprometidas, com o cuidado de preencher toda a junta e não apenas superficialmente. 
 
 
46 
 
5 – CONCLUSÕES 
 
Portanto, de acordo com a revisão bibliográfica feita, percebe-se a carência de 
pesquisas e registros sobre patologias na construção civil, o que acarreta na repetição de erros 
em projetos e construções, como também no retardamento de inovações técnicas que 
minimizem cada vez mais as anomalias nas edificações. Logo, o conhecimento sobre os 
problemas que as edificações podem vir a apresentar relacionando-os com suas causas 
reduziria a probabilidade desses eventos ocorrerem. 
Constatou-se também que uma parte significativa das causas das patologias é 
decorrente de falta de cuidados nos projetos, na construção ou na utilização das edificações. 
Dessa forma, conclui-se que para minimizar a incidência de patologias construtivas em 
revestimentos de fachadas é imprescindível um projeto de revestimento com todas as 
especificações necessárias, no qual contemple a qualidade do processo dos materiais e da 
execução, como também do uso e da manutenção ao longo da vida útil do edifício. 
Além disso, também é evidente a necessidade da preparação técnica de engenheiros, 
arquitetos e demais profissionais envolvidos no processo de construção para que, além de 
trabalharem na prevenção das patologias, eles possam realizar o correto diagnóstico e o 
tratamento mais adequado para cada situação. 
 
47 
 
 REFERÊNCIAS 
 
ANJOS, Leandro Oliveira dos. Identificação das principais patologias de fachadas em 
edifícios no município de alegrete/RS. 2016. 88 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia 
Civil, Universidade Federal do Pampa, Alegrete, 2016. Disponível em: 
<http://dspace.unipampa.edu.br/bitstream/riu/1732/1/Identificadasprincipaispatologiasdefacha
dasemedifciosnomunicpioAlegreteRS.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2019. 
 
 ANTUNES, Giselle Reis. Estudo de manifestações patológicas em revestimento de 
fachada em Brasília: Sistematização da incidência de casos. 2010. 199 f. Dissertação 
(Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade de Brasília, Brasília, 2010. Disponível 
em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/8932/1/2010_GiselleReisAntunes.pdf>. 
Acessoem: 03 set. 2019. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13529: Revestimentos de 
paredes e tetos de argamassas inorgânicas. Rio de Janeiro, 2013. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13755: Revestimento de 
paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – 
Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13816: Placas cerâmicas 
para revestimento – Terminologia. Rio de Janeiro, 1997. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações 
habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro, 2013. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: Impermeabilização – 
Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2010. 
 CARASEK, Helena. argamassas. Goiás: Geraldo C. Isaia. Color. Disponível em: 
<http://aquarius.ime.eb.br/~moniz/matconst2/argamassa_ibracon_cap26_apresentacao.pdf>. 
Acesso em: 25 set. 2019. 
ERAT, Djuli et al. Análises de patologias da construção civil. Revista Maiêutica, Indaial, v. 
2, n. 1, p.25-35, ago. 2016. Disponível em: 
<https://publicacao.uniasselvi.com.br/index.php/ENG_EaD/article/download/1524/661>. 
Acesso em: 04 set. 2019. 
 
FIGUEIREIDO JÚNIOR, Geraldo Josafá de. Patologias em revestimento de 
fachada: diagnóstico, prevenção e causas. 2017. 92 f. Monografia (Especialização) - Curso 
de Engenharia Civil, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. 
Disponível em: <https://docplayer.com.br/50256385-Patologias-em-revestimentos-de-
fachadas-diagnostico-prevencao-e-causas.html>. Acesso em: 06 out. 2019. 
 
FREITAS, Antônio Henrique Correa de; FRANÇA, Poliana Miranda; FRANÇA, Tamiris 
Miranda. Patologias de fachadas. Revista Pensar Engenharia, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, 
p.1-11, jul. 2013. Disponível em: 
<http://revistapensar.com.br/engenharia/artigo/no=a106.pdf>. Acesso em: 22 out. 2019. 
48 
 
 
HEERDT, Giordano Bruno; PIO, Vanessa Mafra; BLEICHVEL, Natália Cristina 
Thiem. Principais patologias na construção civil. 2016. 24 f. TCC (Graduação) - Curso de 
Engenharia Civil, Universidade Metropolitana de Rio do Sul, Rio do Sul, 2016. Disponível 
em: <https://www.webartigos.com/artigos/principais-patologias-na-construcao-civil/146527>. 
Acesso em: 02 ago. 2019. 
 
LARA, Ítalo Martins Munarini. Metodologia e tratamento de fissuras em fachadas com 
revestimento de pintura. Revista Onli-ne Ipog: Especialize, Brasília, v. 1, n. 1, p.1-21, jul. 
2017. Disponível em: <http://docplayer.com.br/58260243-Metodologia-e-tratamento-de-
fissuras-em-fachadas-com-revestimento-de-pintura.html>. Acesso em: 05 ago. 2019. 
 
LOTERMANN, André Fonseca. Patologias em estrutura de concreto: estudo de 
caso. 2013. 66 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Departamento de Ciências 
Exatas e Engenharia, Universidade Federal do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 
2013. Disponível em: <http://www.projetos.unijui.edu.br/petegc/wp-
content/uploads/tccs/2013/TCC_Andr%C3%A9%20Fonseca%20Lottermann.pdf>. Acesso 
em: 25 ago. 2019. 
 
MUCI, Daniel Wallace Silva; NETTO, José Ricartto Bezerra; SILVA, Rodrigo de Almeida. 
Sistemas de recuperação de fissuras da interface alvenaria de vedação-estrutura de 
concreto: comparativo entre os processos executivos e análise de custos. 2014. 98 f. TCC 
(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014. 
Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/360882954/Sistemas-de-Recuperacao-de-
Fissuras-Da-Interface-Alvenaria-de-Vedacaoestrutura-de-Concreto-Comparativo-Entre-Os-
Processos-Executivos-e-Analise-de-Cust>. Acesso em: 04 out. 2019. 
 
NEUMANN, Pamela Nicole et al. Patologias nas edificações: Uma nova concepção na 
construção civil. Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão. v. 4, n. 1, p.315-
326, 2016. Disponível em: 
<http://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/eletronica/article/view/4786/pdf_89>. 
Acesso em: 03 out. 2019. 
 
OLIVARI, Giorgio. Patologia em edificações. 2003. 95 f. TCC (Graduação) - Curso de 
Engenharia Civil, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003. Disponível em: 
<https://docplayer.com.br/12091263-Patologia-em-edificacoes.html>. Acesso em: 12 set. 
2019. 
 
OLIVEIRA, Wenderson Eustáquio Araújo. Patologias das construções: Revestimentos 
cerâmicos. 2009. 42 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia Civil, 
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009. Disponível em: 
<https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-99YJSK>. Acesso em: 11 out. 2019. 
 
PEZZATO, Leila Maria. Patologias no sistema revestimento cerâmico: Um estudo de casos 
em fachada. 2010. 2010 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, 
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010. Disponível em: 
<https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/tde-30042010-
101558/publico/leila_pezzato.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019. 
 
49 
 
PIANCASTELLI, Élvio Mosci. Patologias do concreto. Disponível em: 
<https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/patologias-do-concreto_6160_10_0>. Acesso em: 
15 jul. 2019. 
 
POSSAN, Edna; DEMOLINER, Carlos Alberto. Desempenho, durabilidade e vida útil das 
edificações: abordagem geral. Revista Técnico-científica do Crea-pr, Paraná, v. 1, n. 1, p.1-
14, out. 2013. Disponível em: <http://creaprw16.crea- 
pr.org.br/revista/Sistema/index.php/revista/article/view/14>. Acesso em: 12 set. 2019. 
 
SEGAT, Gustavo Tramontina. Manifestações patológicas observadas em revestimentos de 
argamassa: Estudo de caso em conjunto habitacional popular na cidade de Caxias do Sul 
(RS). 2005. 166 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. Disponível em: 
<https://lume.ufrgs.br/handle/10183/10139>. Acesso em: 04 out. 2019. 
 
SILVA, Ataline et al. A problemática das manifestações patológicas nas fachadas de 
edifícios residenciais. I Semipar, Pernambuco, v. 1, n. 1, p.1-12, ago. 2016. Disponível em: 
<http://docplayer.com.br/58032798-A-problematica-das-manifestacoes-patologicas-nas-
fachadas-de-edificios-residenciais.html>. Acesso em: 01 set. 2019. 
 
SILVA, Marcos Antônio Félix da. Estudo patológico do setor de aulas IV da UFRN. 2019. 
63 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Natal, 2019. 
 
SOUSA, Marcos Ferreira de. Patologias ocasionadas pela umidade nas edificações. 2008. 
64 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de 
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008. Disponível em: <https://docplayer.com.br/104129-
Patologias-ocasionadas-pela-umidade-nas-edificacoes.html>. Acesso em: 17 set. 2019. 
 
SOUSA, Thais dos Santos de. Análise das manifestações patológicas encontradas nos 
revestimentos argamassados de um edifício residencial na cidade de Içara. Revista 
Especialize On-line Ipog, Goiânia, n. 15, p.1-15, 2018. Disponível em: 
<http://www.fumec.br/revistas/construindo/article/download/4692/2947>. Acesso em: 10 out. 
2019. 
 
VIEIRA, Matheus Assis. Patologias construtivas: conceito, origens e método de 
tratamento. Revista Especialize On-line Ipog, Uberlândia, v. 1, n. 12, p.1-15, dez. 2016. 
Disponível em: <https://www.docsity.com/pt/patologias-construtivas-1/4937380/>. Acesso 
em: 22 set. 2019. 
 
ZANZARINI, José Carlos. Análise das causas e recuperação de fissuras em edificação 
residencial em alvenaria estrutural – estudo de caso. 2016. 83 f. TCC (Graduação) - Curso 
de Engenharia Civil, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade 
Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2016. Disponível em: 
<http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/6879/1/CM_COECI_2016_1_15.pdf>. 
Acesso em: 01 out. 2019.

Continue navegando