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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE GESTANTES ATENDIDAS NA REDE PÚBLICA DE NATAL - RN GEORGE JHONATAN DA SILVA MARINHEIRO NATAL - RN 2022 GEORGE JHONATAN DA SILVA MARINHEIRO PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE GESTANTES ATENDIDAS NA REDE PÚBLICA DE NATAL - RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. Orientadora: Profª Drª Juliana Fernandes dos Santos Dametto Coorientadora: Ms. Amanda de Sousa Rebouças NATAL – RN 2022 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS Marinheiro, George Jhonatan da Silva. Perfil antropométrico de gestantes atendidas na rede pública de Natal - RN / George Jhonatan da Silva Marinheiro. - 2022. 44f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Natal, RN, 2022. Orientador: Juliana Fernandes dos Santos Dametto. Coorientador: Amanda de Sousa Rebouças. 1. Antropometria - TCC. 2. Avaliação nutricional - TCC. 3. Gestação - TCC. 4. Nutrição - TCC. I. Dametto, Juliana Fernandes dos Santos. II. Rebouças, Amanda de Sousa. III. Título. RN/UF/BSCCS CDU 612.39 Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474 GEORGE JHONATAN DA SILVA MARINHEIRO PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE GESTANTES ATENDIDAS NA REDE PÚBLICA DE NATAL - RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito final para a obtenção do grau de Nutricionista. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________ Profa. Dra. Juliana Fernandes dos Santos Dametto Orientadora ________________________________________________________ Nutricionista Ms. Amanda de Sousa Rebouças Coorientadora ________________________________________________________ Nutricionista Dra. Larissa Queiroz de Lira Membro Externo Natal, 08 de dezembro de 2022. AGRADECIMENTOS Muitos são os agradecimentos que devo prestar em um momento tão importante, dessa forma gostaria de expressar: Primeiramente a Deus, por ter proporcionado esta oportunidade e realização desse sonho, me guiando, dando forças e me sustentando em todos os momentos; A minha mãe, Edileusa, por todo amor, dedicação, por acreditar em mim, por ser meu melhor exemplo e maior incentivadora; A minha tia, Edinalva por toda paciência, amor, cuidado, apoio e incentivo; A minha avó, Ivanilda (in memoriam), com todo amor do mundo e gratidão, que sempre sonhou com esse momento na minha vida; A minha família, tios, tias, primas e primos pelo incentivo e de alguma forma contribuíram para a minha formação; Aos meus amigos de graduação por todo apoio e companheirismo durante esses anos, em especial para os “coleguinhas”; Aos meus dois melhores amigos, Leonam Batista e Glenda Laetitia, que sempre me apoiaram em tudo e estiveram sempre ao meu lado; A minha orientadora Juliana Dametto, que ao longo da graduação compartilhou tanto conhecimento através das disciplinas ministradas, agradeço por todos os ensinamentos, pela paciência, carinho e por estar sempre disponível nos momentos que precisei; A minha coorientadora Amanda Rebouças, que me ajudou nos momentos que precisei. MARINHEIRO, G. J. S. Perfil antropométrico de gestantes atendidas na rede pública de Natal - RN. 2022. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022. RESUMO O estado nutricional e o adequado ganho de peso materno são fatores importantes para o bom resultado da gravidez, bem como para a manutenção da saúde, a longo prazo, da mãe e da criança. No decorrer da gestação, ocorre um aumento das necessidades nutricionais da mãe, que visa suprir todos os processos biológicos que estão acontecendo no seu corpo para o crescimento e desenvolvimento do feto. O peso pré-gestacional é um importante fator de risco, que deve ser observado, seja ele para ganho de peso durante a gravidez quanto para a manutenção do pós-parto. O estado nutricional de gestantes é avaliado pelo índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. Em função do estado nutricional pré-gestacional estima-se o ganho de peso total recomendado até o final da gestação, dessa forma, em cada situação nutricional inicial há uma faixa de ganho de peso recomendado. O presente estudo tem a finalidade de mostrar a importância do estado nutricional da gestante durante o pré-natal, pois o mesmo não interfere somente a saúde materna, mas também na formação do feto, que por sua vez o mesmo depende da mãe para seu crescimento e desenvolvimento, podendo sofrer influência em seu peso ao nascer. Palavras-chave: Antropometria. Avaliação nutricional. Gestação. Nutrição. MARINHEIRO, G. J. S. Perfil antropométrico de gestantes atendidas na rede pública de Natal - RN. 2022. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022. ABSTRACT Nutritional status and adequate maternal weight gain are important factors for a good pregnancy outcome, as well as for maintaining the long-term health of mother and child. During pregnancy, there is an increase in the nutritional needs of the mother, which aims to supply all the biological processes that are taking place in her body for the growth and development of the fetus. Pre-pregnancy weight is an important risk factor that must be observed, whether for weight gain during pregnancy or for postpartum maintenance. The nutritional status of pregnant women is assessed using the body mass index (BMI) per gestational week. Depending on the pre-gestational nutritional status, the recommended total weight gain is estimated until the end of pregnancy, thus, in each initial nutritional situation there is a range of recommended weight gain. The present study aims to show the importance of the pregnant woman's nutritional status during prenatal care, as it does not only interfere with maternal health, but also with the formation of the fetus, which in turn depends on the mother for its growth. and development, which may be influenced by their birth weight. Keywords: Anthropometry. Nutritional assessment. Gestation. Nutrition. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 7 2 OBJETIVOS 8 2.1 OBJETIVO GERAL 8 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 8 3 REVISÃO DE LITERATURA 9 3.1 PERÍODO GESTACIONAL 9 3.2 GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO 10 3.3 ESTADO NUTRICIONAL NO PERÍODO GESTACIONAL 13 4 METODOLOGIA 15 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO, ASPECTOS ÉTICOS E POPULAÇÃO 15 4.2 DESENHO DO ESTUDO E CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 15 4.3 COLETA DE DADOS 16 4.4 ANÁLISE DOS DADOS 16 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 17 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 REFERÊNCIAS 23 APÊNDICES 27 APÊNDICE 1. Parecer Ético 27 APÊNDICE 2. ReBec – Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos 32 APÊNDICE 3. TCLE (grupo controle) 33 APÊNDICE 4. TCLE (grupo suplementado 1) 35APÊNDICE 5. TCLE (grupo suplementado 2) 37 APÊNDICE 6. Formulário da Pesquisa 39 ANEXO 43 ANEXO 1. Gráfico proposto por Atalah e colaboradores 43 7 1 INTRODUÇÃO O estado nutricional e o adequado ganho de peso materno são fatores importantes para o bom resultado da gravidez, bem como para a manutenção da saúde, a longo prazo, da mãe e da criança. Assim, o acompanhamento e monitoramento do estado nutricional da mulher durante a gestação é de suma importância, sendo a avaliação antropométrica que possui papel de destaque, por ser rápida, pouco invasiva e permite a identificação de desvios ponderais (VITOLO, 2015). Ressalta-se que o período gestacional é marcado por algumas alterações fisiológicas que requerem um aumento das suas necessidades energéticas e nutricionais, sendo este um fator determinante no desenvolvimento e crescimento do feto (ROCHA et al., 2005; ZEISEL, 2008). Portanto, o sobrepeso, a obesidade pré-gestacional e o ganho de peso excessivo durante a gestação, são fatores que podem apresentar implicações diretas sobre os riscos associados a esses estados nutricionais durante a gestação e os desfechos maternos. Segundo o Institute of Medicine (IOM, 2011), um dos principais determinantes do ganho de peso total é o peso pré-gestacional, pois, em caso de excesso pode acarretar comorbidades, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, macrossomia fetal, além do aumento da necessidade de um parto cesáreo. Por outro lado, o ganho de peso insuficiente pode causar maior morbidade perinatal, baixo peso ao nascer (BPN) (< 2500 gramas) e prematuridade (<37 semanas de gestação), sendo esta última considerada uma prioridade de saúde pública, pois segundo dados, consiste na causa mais elevada de mortalidade neonatal e a segunda principal causa de morte em crianças menores de 5 anos (TOURINHO, 2012). Nesse contexto, sabendo que o estado nutricional materno tem relevância sob os pontos de vista clínico e epidemiológico para o binômio mãe e filho, faz-se necessário avaliar o perfil antropométrico de gestantes (OLIVEIRA, 2017). Além dos fatores biológicos que podem interferir na gestação é preciso considerar os fatores socioeconômicos e sociodemográficos, levando em consideração que estes exercem influência importante sobre o estado geral da gestação. Sendo assim, fatores como escolaridade, estado civil, renda per capta e acesso a serviços de saúde devem ser observados para um melhor acompanhamento da gestante (CHALEM et al., 2007; ACCIOLY, 2009). 8 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL ● Analisar o perfil antropométrico de gestantes atendidas na rede pública de Natal – RN. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Caracterizar o perfil sociodemográfico e nutricional da população avaliada. ● Avaliar o ganho de peso na gestação e o estado nutricional materno. 9 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 PERÍODO GESTACIONAL O período gestacional é um momento de intensas emoções e de mudanças, tanto no corpo quanto na vida da mulher, pois esse momento traz muita expectativa, devido essa nova vida que está se formando e também devido às transformações ocasionadas pela gestação. Esse período é dividido por três trimestres, sendo eles: o primeiro trimestre, com a concepção à 13ª semana, o segundo trimestre de 14ª a 28ª semana e o terceiro trimestre ≥ 28ª semana. Cada um desses trimestres tem suas mudanças e características de acordo com as fases que acontecem durante as semanas de gestação, já que o corpo da mulher vai se preparando para a formação da criança e para o parto, e cada semana é marcada por avanços significativos no desenvolvimento do bebê (BRASIL, 2016). O primeiro trimestre se inicia com a concepção, continua até a 13ª semana de gestação e se caracteriza por alterações biológicas, pois nesse período acontece uma intensa divisão celular e alterações hormonais. Os hormônios exercem papel fundamental, pois regulam estas alterações, além de promover o desenvolvimento e amadurecimento do feto, o parto e a futura lactação, fatores esses que são influenciados pela saúde geral da mãe e pelo seu estado nutricional. Por se tratar de algo biológico que está acontecendo no corpo da mulher, vão acontecer, oscilações emocionais, maior sensibilidade nos seios, sono e cansaço, além de náuseas e vômitos ocasionando a privação alimentar, porém não vai trazer prejuízos para o feto (MIWA, 2018; BRASIL, 2014). Já o segundo e o terceiro trimestres, se caracterizam por dar início a outra fase para a gestante, e também tende a ser uma fase mais tranquila, os sintomas negativos como enjoos já passaram, os seios começam a se preparar para a produção de leite, aumentando de tamanho. Já será possível sentir pela primeira vez o bebê se mexendo e ouvir o seu coração batendo, pois ele já está completando a sua formação. Nessa fase vai haver uma influência direta do meio externo na condição nutricional do feto, alguns fatores como ganho de peso adequado, ingestão de energia, vitaminas e minerais serão determinantes importantes para o crescimento e desenvolvimento normais do feto (VITOLO, 2015). Nesse último trimestre, já são aproximadamente 28 semanas de gestação, é importante lembrar que, apesar de serem consideradas 40 semanas para uma gestação, cada gravidez tem sua duração, a mulher pode entrar em trabalho de parto entre as 38 e 42 semanas, período esse que se torna curto, mas assume uma responsabilidade muito importante quanto às condições de morbimortalidade materna e fetal. Nesse mesmo período, há hipertrofia das células com 10 velocidade máxima e o peso esperado do bebê ao final é uma média de 3000 gramas (VITOLO, 2015). 3.2 GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO O peso pré-gestacional é um importante fator de risco, que deve ser observado, seja ele para ganho de peso durante a gravidez quanto para a manutenção do pós parto. Alguns estudos demonstraram que mulheres que estão acima do peso desde o início da gravidez são significativamente mais pesadas após o parto e com isso apresentam dificuldade para recuperar o peso pré-gestacional ou em alguns casos elas não conseguem recuperar o peso (CARREIRO; PIMENTA, 2013). O ideal é que as mulheres tenham um ganho de peso adequado durante a gestação, como por exemplo, para uma gestante com índice de massa corporal (IMC) ≥ 18,5 a ≤ 24,9kg/m2, ou seja, eutrófica, o ideal é que o ganho de peso total seja de 11,5kg a 16kg, no máximo, já as gestantes que estão com sobrepeso devem ganhar até 0,9 kg no primeiro trimestre e as gestantes obesas não necessitam ganhar peso no primeiro trimestre. Já no segundo e terceiro trimestres, as gestantes com sobrepeso e obesas devem ganhar até 0,3 kg por semana e 0,2 kg por semana, respectivamente, porém nem sempre ocorre dessa forma, muitas vezes há um ganho de peso inadequado, seja ele menos ou mais do que o recomendado, o que pode alterar o estado nutricional, podendo levar à ter intercorrências gestacionais e influenciar nas condições de saúde materno-infantil (FLORES, 2020). Para classificar o estado nutricional pré-gestacional, segundo os critérios do Institute of Medicine IOM (2009), utiliza o IMC calculado com peso e estatura informados ou aferidos no 1° trimestre de gestação e classifica as gestantes em baixo peso (IMC < 18,5 kg/m2), peso adequado (18,5 ≤ IMC ≤ 24,9 kg/m2), sobrepeso (25,0 ≤ IMC ≤ 29,9 kg/m2) e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2). (Quadro 1). 11 Quadro 1. Ganho de peso recomendado de acordo com o IMC materno pré-gestacional Estado nutricional antes da gestação IMC (kg/m²) Recomendação de ganho de peso (kg) total no 1º trimestre Recomendação de ganho de peso (kg) semanal médio no 2º e 3º trimestres Recomendaçã o de ganho de peso (kg) total na gestação Baixo peso < 18,5 0,5 a 2 0,5 12,5 - 18 Adequado 18,5 - 24,9 0,4 11,5 -16 Sobrepeso 25,0 - 29,9 0,3 7 - 11,5 Obesidade ≥ 30,0 0,2 5 - 9 Fonte: IOM (2009) Já o ganho de peso total durante a gravidez, que é conhecido como ganho de peso gestacional, esse peso é determinado por vários fatores e componentes que são necessários para manter tanto o crescimento do feto quanto sustentar a mãe, além de manter também os órgãos maternos, em destaque o útero, mama e sangue, e também as reservas maternas como o tecido adiposo e os produtos da concepção, a placenta e o feto (CARREIRO; PIMENTA, 2013). O controle do ganho de peso corporal durante a gestação é tão importante para a saúde materna quanto para o resultado do parto, sendo assim, qualquer alteração de peso materno na gravidez pode ser considerada como indicador do balanço de energia ingerida e estado nutricional (NOMURA, 2012). O ganho de peso insuficiente durante a gestação seja associado ou não ao baixo peso pré-gestacional pode gerar maiores riscos de anemia e hemorragias, além de ser considerado um importante indicador de desfechos adversos durante o período gestacional. Em contrapartida, o sobrepeso e obesidade pré-gestacionais ou o ganho de peso acima do recomendado durante a gestação também promovem riscos para a não manutenção do peso pré- parto, desenvolvimento de diabetes gestacional e hipertensão gestacional (CAMPOS, 2017). Durante a gestação também acontece uma série de fatores clássicos desencadeantes da obesidade, e o início ou manutenção da obesidade nesta fase está associado a inúmeros riscos maternos e fetais. Durante uma gestação normal o ganho de peso ocorre devido ao aumento de tecidos maternos e dos produtos da concepção, conforme Tabela 1 (ABESO, 2019). 12 Tabela 1. Distribuição do ganho de peso materno durante a gestação Produtos do concepto Feto 2,7 Kg a 3,6 Kg Líquido amniótico 0,9 Kg a 1,4 Kg Placenta 0,9 Kg a 1,4 Kg Aumento dos tecidos maternos Expansão do volume sanguíneo 1,6 Kg a 1,8 Kg Expansão do líquido extracelular 0,9 Kg a 1,4 Kg Crescimento do útero 1,4 Kg a 1,8 Kg Aumento do volume de mamas 0,7 Kg a 0,9 Kg Aumento dos depósitos maternos – tecido adiposo 3,6 Kg a 4,5 Kg Fonte: ABESO, 2019 Através de estudos, é possível observar o aumento do índice de massa corporal (IMC) na gravidez, na qual está associado a complicações maternas, como diabetes mellitus, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia, e riscos elevados de macrossomia fetal, defeitos congênitos, mortalidade perinatal e doenças metabólicas em crianças (MONTESCHIO et al., 2021). Ademais, cabe ressaltar que os hábitos alimentares também influenciam no ganho de peso durante a gestação, pois uma dieta com grande quantidade de energia está associada a um maior ganho de peso gestacional que, por sua vez, está diretamente relacionado com o peso ao nascer do bebê, isso ocorre porque o maior ganho de peso durante a gestação aumenta a disponibilidade e transferência de aminoácidos, glicose, ácidos graxos livres e triglicerídeos dos compartimentos maternos para os compartimentos fetais, aumentando seu crescimento e desenvolvimento (COELHO, 2015). Segundo Barros (2008), ele concluiu através dos resultados que a associação entre o ganho de peso da gestante e o peso ao nascer da criança foi reconhecido nos Estados Unidos da América na década de 1960 e outros estudos posteriores a ele reafirmaram sobre os efeitos positivos do ganho de peso adequado durante a gestação para obter melhores resultados tanto para mãe quanto para o bebê. À medida que, em amostra do estudo de Nascimento (2019) onde é apontada a prevalência de baixo peso ao nascer que estão associados de forma significativa ao número de consultas pré-natal, intercorrências clínicas na gestação, idade gestacional e sexo do recém-nascido. Segundo Brasil (2013) foi constatado um aumento no número de casos de nascimentos de baixo peso na rede pública, em comparação com estabelecimentos privados. O que pode se 13 dar pelo fato de que esses estabelecimentos públicos atendem uma quantidade maior de mulheres e recém-nascidos com maior vulnerabilidade socioeconômica. 3.3 ESTADO NUTRICIONAL NO PERÍODO GESTACIONAL O estado nutricional de gestantes é avaliado pelo índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional, é importante que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC calculado a partir da medição realizada até a 13ª semana gestacional ou o IMC referido, que pode ser no limite máximo de dois meses antes, em função do estado nutricional pré- gestacional estima-se o ganho de peso total recomendado até o final da gestação, dessa forma, cada situação nutricional inicial há uma faixa de ganho de peso recomendado. Portanto, cada gestante deverá ter ganho de peso de acordo com seu IMC pré-gestacional (UFMA/UNA-SUS, 2014). O estado nutricional é determinado, principalmente, pela ingestão de micro e macronutrientes; assim, se a gestante receber inadequada oferta energética pode haver competição entre a mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal (MELO et al., 2007). As medidas antropométricas são recomendadas e aplicadas para o acompanhamento nutricional de gestantes, devido à sua importância reconhecida tanto na prevenção da morbimortalidade perinatal, quanto no prognóstico do desenvolvimento fetal e na promoção de saúde da mulher. A abordagem desse método de características é de fácil aplicabilidade, baixo custo e caráter pouco invasivo reforçam a importância da antropometria na avaliação do estado nutricional de gestantes (GOMES et al., 2015). Para se obter a avaliação do estado nutricional da gestante, é necessário que já na primeira consulta seja realizada a aferição do peso e da estatura da mulher, e também do cálculo da semana gestacional. A partir desses dados, vai ser determinado o estado nutricional da gestante, tendo como prioridade a classificação do IMC por semana gestacional. Vale salientar, que o ponto de corte para classificação de baixo peso materno é diferente do adotado para adultos, sendo essa diferença atribuída aos cuidados necessários para minimizar tanto os riscos de retardo de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, bem como prematuridade e outras possíveis complicações maternas e neonatais (WHO,1995). A avaliação do estado nutricional da gestante é obtida de acordo com a medida do peso e da altura e o cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional, após esse cálculo e com base no IMC obtido na primeira consulta de pré-natal, é possível conhecer e analisar o estado nutricional atual e 14 acompanhar o ganho de peso até o final da gestação. É recomendado que a gestante seja pesada em todas as consultas, e a estatura pode ser aferida apenas na primeira consulta, desde que não seja gestante adolescente (menor de 20 anos), cuja medida deverá ser realizada pelo menos a cada trimestre (BRASIL, 2015). O prognóstico da gestação é influenciado pelo estado nutricional materno antes e durante a gravidez. Ainda é válido destacar que a inadequação do estado nutricional materno tem grande influência tanto no crescimento quanto no desenvolvimento do recém-nascido, pois o período gestacional é uma fase na qual as necessidades nutricionais começam a se elevar, devido a fatores decorrentes dos ajustes fisiológicos das gestantes e de nutrientes que auxiliam no crescimento fetal. Assim, a nutrição é de fundamental importância para o prognóstico da gestação, além disso é importante que a gestante esteja consciente disto e que o profissional de saúde saiba orientá-la e motivá-la a ter hábitos alimentares saudáveis nesse período (BRASIL, 2021). 15 4 METODOLOGIA 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO, ASPECTOSÉTICOS E POPULAÇÃO Esse estudo foi do tipo prospectivo, controlado, randomizado e paralelo, composto por mulheres recrutadas no momento de seu atendimento para o parto, em duas maternidades públicas localizadas no município de Natal/RN: Maternidade Escola Januário Cicco e Maternidade Municipal Arakén Irerê Pinto (antiga Maternidade das Quintas). Estas maternidades foram escolhidas por apresentarem demanda anual significativa de partos ocorridos neste município e por oferecerem atendimento médico obstétrico e de referência às gestantes de Natal, bem como de outros municípios do Rio Grande do Norte. Todas as etapas deste estudo foram aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o parecer n° 1.855.267 CAAE 57948616.0.0000.5537 (Anexo 1), que compõem o doutorado intitulado “Avaliação da suplementação pós-parto com vitamina E sobre a concentração de retinol no soro e leite maternos”. Estas, foram também realizadas em conformidade com as normas éticas de pesquisa envolvendo seres humanos e conduzidos de acordo as recomendações da Declaração de Helsink, registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC), sobre o código RBR- 6ys9yp, disponível em: http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/?q=RBR-6ys9yp, (Anexo 2). A coleta de dados foi realizada no período entre 2016 e 2017, totalizando 30 participantes, que foram acompanhadas até 60 dias após o parto. O cálculo amostral foi feito para a proposta inicial do estudo DAMETTO (2018), utilizando o Software G*Power (versão 3.1.7), baseado em parâmetros, tais quais: α de 5%; poder de 0,8 e efeito esperado de 0,25 (FAUL et al., 2007). 4.2 DESENHO DO ESTUDO E CRITÉRIOS DE INCLUSÃO As participantes do estudo, após o esclarecimento dos objetivos e procedimentos da pesquisa, concordaram em participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), em consonância com o Comitê de Ética em Pesquisa, antes das coletas dos dados. Do mesmo modo, foram aplicados três modelos de TCLEs segundo randomização realizada no estudo (Anexos 3, 4 e 5). Para a participação no estudo, era preciso atender aos seguintes critérios de inclusão: idade entre 18 e 40 anos, com baixo risco obstétrico e parto a termo (idade gestacional ≥ 37 semanas). Os critérios de exclusão, por sua vez, foram: estar em suplementação com vitamina http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/?q=RBR-6ys9yp 16 A e E durante a gestação e lactação, ocorrência de doenças agudas ou crônicas, transtorno mental, uso de drogas lícitas ou ilícitas, uso de antibióticos, parto pré-termo (idade gestacional < 37 semanas) com conceptos múltiplos e/ou com presença de malformações e/ou paralisia cerebral e que não praticavam aleitamento materno. Houve perdas de participantes em função do seguimento da pesquisa, sendo os motivos principais: a finalização da prática do aleitamento materno; impossibilidade de comunicação com a paciente no dia previsto para a coleta, decorrente da não correspondência dos telefones de contato fornecidos ou até mesmo pela mudança de endereço da paciente para outro município ou Estado. 4.3 COLETA DE DADOS Os dados foram coletados a partir da aplicação de um formulário semiestruturado (Anexo 6), por uma equipe previamente treinada. A escolaridade foi obtida em função da última série que a participante estava frequentando ou que havia frequentado, considerando a última série concluída com aprovação. Já o rendimento per capta foi considerado indicador da renda familiar e foi calculado com base no número de moradores da residência de cada participante, categorizado como: ½ salários-mínimos, > ½ ≤ salário-mínimo, > 1 ≤ 2 salários-mínimos e < 2 ≤ 3 salários-mínimos, < 3 ≤ 5 salários-mínimos, de acordo com o valor do salário-mínimo definido em 880,00 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2001). O ganho de peso no período gestacional foi avaliado mediante a diferença do peso atual com o pré-gestacional. O estado nutricional antropométrico da mulher foi avaliado durante a gestação com base nas informações referentes à última consulta pré-natal feito por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) gestacional (relação do peso em quilogramas e altura em metro ao quadrado com a Idade Gestacional (IG)). A relação IMC com a IG foi conferida no gráfico proposto por Atalah e colaboradores para então ser classificada como baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou obesidade (ATALAH; CASTILLO; CASTRO, 1997) (Anexo 7). 4.4 ANÁLISE DOS DADOS A análise estatística foi realizada pelo software IBM@ SPSS Estatística versão 21.0 para Windows (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). Foram realizados o teste Qui-quadrado e ANOVA one-way com teste post-hoc de Tukey. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. 17 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Esse estudo foi composto por 30 mulheres puérperas. As características gerais da amostra encontram-se na Tabela 2. Observou-se que a maioria das mulheres foram caracterizadas como adulta jovem (23,2 ± 39 anos), casadas e/ou em união estável (70%, n = 21), com escolaridade no ensino médio completo (40%, n = 12) e com renda per capta de > 1 ≤ 2 salários (50%, n = 15). Além disso, as participantes do estudo não tiveram acompanhamento nutricional no pré-natal (83,3%, n = 25), tiveram parto do tipo cesáreo (86,7%, n = 26) e são primíparas (76,7%, n = 23). Tabela 2 – Caracterização da população estudada. Características Total P-valor Idade materna, anos 23,2 ± 3,9 0,168b Estado civil, n (%) Solteira 9 (30) 0,856 Casada / União estável 21 (70) Escolaridade, n (%) Ensino fundamental incompleto 10 (33,4) 0,756 Ensino médio incompleto 4 (13,3) Ensino médio completo 12 (40) Ensino superior incompleto 4 (13,3) Renda per capita, n (%)a Até ½ salário 1 (3,3) 0,843 > ½ ≤ 1 salário 12 (40) > 1 ≤ 2 salários 15 (50) > 2 ≤ 3 salários 2 (6,7) Acompanhamento nutricional pré-natal, n (%) Sim 5 (16,7) 0,086 18 Não 25 (83,3) Tipo de parto, n (%) Vaginal 4 (13,3) 0,685 Cesáreo 26 (86,7) Paridade, n (%) Primípara 23 (76,7) 0,173 Multípara 7 (23,3) Teste Qui-quadrado. n = número. aRenda familiar mensal dividida pelo número de moradores do domicílio. Resultado em salários-mínimos mensais per capita. bANOVA one-way; média ± desvio padrão; intervalo de confiança de 95%. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Os achados encontrados neste estudo são semelhantes a outros trabalhos (RODRIGUES, 2016; REBOUÇAS, 2019; AMORIM, 2020) como nas características de idade, estado civil, escolaridade, renda per capta, tipo de parto e paridade. Vale salientar também que mais da metade das puérperas participantes do estudo relataram não ter tido nenhum acompanhamento nutricional pré-natal, concordando com o trabalho realizado por Lira et al. (2017). Outro estudo realizado que mostra semelhança nas categorias de idade, escolaridade, estado civil, bem como a realização do pré-natal, onde a maioria das pacientes compareceram para realizar as consultas, a maioria dos partos foi de primíparas, realizado consulta pré-natal. Outro dado a ser observado nesse trabalho é a taxa de cesariana elevada (72,9%) a qual se apresenta de maneira destoante às propostas pela Organização Mundial de Saúde, que recomenda por volta de 10-15% e as do Ministério da Saúde, que preconiza 25-30% a taxa ideal de cesárea ajustada para o país, porém, nesse estudo não foi possível constatar se houve acompanhamento nutricional durante a gestação (PAMPLONA, 2021). Um estudo que descreveu o perfil socioeconômico, demográfico e obstétrico de gestantes com Síndrome Hipertensiva Gestacional (JACOB, 2020), apresentou resultados semelhantes ao estudo atual, referente a estado civil, 75,8% das participantes se encontravam em união estável e 64%possuem ensino médio completo. Porém, foram constatadas diferenças significativas com relação ao número de consultas pré-natais da atual gestação (p = 0,026), antecedentes de gestações (p = 0,008), abortos (p = 0,017) e idade (p = 0,002), já nas comparações entre as faixas etárias, não se evidenciou significância estatística em relação à renda familiar e ao número de consultas pré-natais da atual gestação (p > 0,05). O ganho de peso no período gestacional e o estado nutricional podem ser verificados na 19 Tabela 3. É possível observar que a maioria das participantes apresentaram ganho de peso gestacional adequado (53,3%, n = 16) e apenas 16% (n = 5) apresentaram ganho de peso excessivo. Já referente ao estado nutricional gestacional, a maioria das mulheres que participaram do estudo encontram-se com peso adequado 18% (n = 60), em relação à obesidade apenas 6% (n = 20), com sobrepeso 4% (n = 13,3) e mulheres com baixo peso apenas 2% (n = 6,7). Tabela 3 – Avaliação antropométrica da população estudada. Características Total P-valor Ganho de peso gestacional, n (%)a Insuficiente 9 (30) 0,689 Adequado 16 (53,3) Excessivo 5 (16,7) Estado nutricional gestacional, n (%)b 0,832 Baixo peso 2 (6,7) Peso adequado 18 (60) Sobrepeso 4 (13,3) Obesidade 6 (20) Teste Qui-quadrado. n = número. aDiferença do peso atual com o pré-gestacional. bIMC = Índice de Massa Corporal em função da semana gestacional. ANOVA one-way; média ± desvio padrão; intervalo de confiança de 95%. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Os achados do atual estudo têm semelhança a outro trabalho (ARAÚJO, 2021), as recomendações do IOM e os padrões do Intergrowth classificaram 36,5% e 35,9% mulheres, respectivamente, com ganho de peso gestacional adequado, o Intergrowth apresentou a menor média para o ganho de peso gestacional excessivo, classificando mais mulheres com ganho ponderal excessivo. Além disso, os dados mostram a menor média para o ganho de peso gestacional excessivo, classificando mais mulheres com ganho ponderal excessivo, 37,9%, comparado com o estudo atual, mesmo sendo um estudo com um número bem maior de participantes. 20 Comparando com o estudo de Santana et al. (2020), que analisou a associação entre ganho ponderal na gestação e peso ao nascer, foi possível observar que as mulheres que apresentaram ganho de peso inadequado durante a gestação tiveram 2,6 vezes mais chances de ter filhos com peso inadequado ao nascer (OR= 2,6; IC95%= 1,5-3,5) quando comparadas a mulheres com ganho de peso gestacional adequado, ou seja, através dos resultados ficou claro que o ganho de peso inadequado no período gestacional, tanto o baixo quanto o excesso de peso, são considerados fatores que influenciam no peso do bebê. O estudo de Santos (2018), que analisou a relação entre o consumo de nutrientes no primeiro e terceiro trimestres gestacionais e o peso ao nascer, mostrou que o excesso de peso e a obesidade durante a gestação foram associados ao aumento do risco de macrossomia (OR = 1,7; IC9 5% = 1,2 – 2,6) e recém-nascido grande para idade gestacional (OR= 1,7; IC 95% = 1,1 – 2,5), já as mulheres que tiveram ganho de peso gestacional insuficiente foram mais propensas a terem recém-nascido com baixo peso (OR=2,2; IC95% = 1,1 – 4,4) e pequenos para idade gestacional (OR = 2,0; IC95%= 1,2 –3,4), quando comparado com as mulheres que tiveram ganho de peso gestacional adequado. Assim, as evidências indicam que o peso do recém-nascido é influenciado por preditivos nutricionais, do estado de saúde e estilo de vida da gestante. Um estudo que analisou o estado nutricional pré-gestacional e ganho de peso gestacional trouxe resultados importantes que mostram semelhança em relação ao ganho de peso associado com o estado nutricional pré-gestacional das gestantes, onde foi possível observar que 47% das gestantes que tiveram um ganho de peso adequado estavam eutróficas antes da gestação, das gestantes que apresentavam baixo peso antes da gestação, 34% tiveram um ganho de peso excessivo durante a gestação (SOARES, 2020). Ainda fazendo análise da classificação do estado nutricional no período pré-gestacional, (SANTOS et al., 2011), em seu estudo que incluiu gestantes adolescentes e adultas jovens, sendo a amostra composta por mulheres com idades entre 14 a 39 anos, com mediana de 24 anos de idade, verificou-se que 11,1% das mulheres apresentavam desnutrição durante o período pré-gestacional, no entanto, com a gravidez, esse valor subiu para 27,7%. Já com relação ao peso, 52,7% das mulheres estavam eutróficas no período pré-gestacional e durante a gestação os valores reduziram para 25%. Quanto ao sobrepeso, houve um aumento de 22,2% durante o período pré-gestacional para 33,3% durante a gestação e, com relação à obesidade, os valores permaneceram iguais, com 13,8% das mulheres apresentando-se obesas. No estudo de Campos (2019), onde foi analisado o ganho de peso gestacional, estado 21 nutricional e pressão arterial de gestantes. Dentre as gestantes que foram avaliadas através da pesquisa, 19% (n = 85) apresentaram ganho de peso insuficiente e 59% (n = 271), ganho de peso excessivo, além disso, o ganho de peso gestacional excessivo foi predominante em todas as categorias de IMC pré-gestacional. Fazendo associação do ganho de peso com a pressão arterial, as gestantes com ganho de peso excessivo apresentaram valores médios (em mmHg) de pressão arterial sistólica maiores (111,10; IC95% 109,9–112,2) que as gestantes com ganho de peso insuficiente (107,50; IC95% 105,4–109,6) ou adequado (106,20; IC95% 104,3– 108,20). Conforme avaliado por Schiavetto (2017) em seu estudo, foi possível concluir que gestantes que apresentavam sobrepeso ou obesidade no período anterior à gravidez mostraram ganho de peso em excesso durante o período gestacional. Já o estudo de Ferreira et al. (2019) apontou que as gestantes que apresentaram IMC com maiores índices, tiveram maior chance de desenvolver diabetes gestacional do que gestantes que iniciaram a gestação classificadas como obesas. 22 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O acompanhamento do estado nutricional da gestante durante o pré-natal é de extrema importância, pois o mesmo não interfere somente na saúde materna, mas também na formação do feto, que por sua vez depende da gestante para seu crescimento e desenvolvimento, podendo influenciar no peso do feto ao nascer e na ocorrência da prematuridade. Conforme foi exposto na pesquisa, é importante que seja feito o acompanhamento da gestante durante o pré-natal, pois é neste período que são detectadas algumas condições que podem interferir na evolução normal da gestação. O peso pré-gestacional e o ganho de peso inadequado durante a gestação também podem ser capazes de gerar danos à saúde tanto do neonato quanto da gestante, além de dificultar a perda de peso pós gestação. É importante que haja um trabalho colaborativo entre os membros da equipe multiprofissional, para que possam observar o estado da gestante e que a mesma seja encaminhada o mais precoce possível para uma avaliação nutricional. À vista disso, o profissional nutricionista deve estar preparado para orientar as gestantes sobre a importância do ganho de peso adequado no início da gravidez e também de como evitar o excesso de ganho de peso na gestação. Portanto, imprescindível que seja realizada a avaliação do estado nutricional da gestante, bem como da realização e acompanhamento do ganho de peso gestacional, reside na possibilidade de realização de intervenções para minimizar o impacto que as alterações no estado nutricional da gestante possam acarretar na saúde da mulher e do recém-nascido. 23 REFERÊNCIAS ABESO. AssociaçãoBrasileira para o Estudo da Obesidade e a Síndrome Metabólica. Ganho de Peso na Gestação. 2019. AMORIM, N. C. M. 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Parecer Ético 28 29 30 31 32 APÊNDICE 2. ReBec – Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos 33 APÊNDICE 3. TCLE (grupo controle) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Nº____ CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS E DA NUTRIÇÃO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE Para mãe e recém-nascido Esclarecimentos Este é um convite para você e seu filho (a) participarem da pesquisa: “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", que tem como pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein. Esta pesquisa pretende investigar se a suplementação da vitamina E interfere na concentração da vitamina A no leite materno e no estado de nutrição do recém-nascido nos primeiros três meses de vida. O motivo que nos leva a fazer este estudo é porque muitas mães se encontram com baixas quantidades de vitamina A. Esta vitamina é fundamental para a saúde da mãe e da criança também, e as pesquisas que tentam diminuir esta deficiência são muito importantes. Caso você decida participar, durante o período de internação (até 48 horas pós-parto) você precisará responder a 2 questionários: 1 questionário com perguntas socioeconômicas e sobre seu pré-natal e 1 questionário sobre sua alimentação. A aplicação de cada um dos questionários terá duração de aproximadamente 05 minutos. Se você ficar constrangida com alguma pergunta, terá o direito de não respondê-la. Você irá compor o grupo controle desta pesquisa, portanto não irá sofre nenhuma intervenção, apenas será submetida a coleta de sangue e leite materno. Será coletado 5ml de sangue (nos dias 1º, 20º, 30º, 60º) e 2ml de leite (nos dias 1º, 7º, 20º, 30º, 60º). Após sua alta da maternidade, a nossa equipe irá até a sua residência para fazer as coletas do 7º, 20º, 30º e 60º dia pós-parto. As quantidades de sangue e leite que nós iremos coletar serão usadas para medir o nível de vitamina A e serão guardadas por 2 anos em nosso laboratório, localizado no Centro de Biociências da UFRN, de acordo com a constituição de Biorrepositório da Resolução no 158/14-CONSEPE/UFRN. Depois desse tempo, serão descartadas de forma apropriada. Vários estudos comprovam que a quantidade de vitamina E presente nessas duas cápsulas não causará risco para você e nem para o seu bebê. Mas caso você apresente algum desconforto após a intervenção (náuseas, dores abdominais ou de cabeça, indisposição), ou qualquer outro problema relacionado a pesquisa com você ou seu bebê, vocês terão direito a assistência gratuita que será prestada pela UFRN, conforme previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda responsável Juliana F. dos Santos Dametto nos telefones (84) 99114-3973 e (84) 3215- 3416, ramal 205. A coleta de sangue será parecida com um exame de rotina e pode haver riscos referente a contaminação ou dor na região afetada. Esse risco e desconforto serão minimizados já que a coleta desse material será realizada por profissionais treinados, com uso de equipamentos de proteção individual, como máscara, luvas, agulhas e 34 seringas descartáveis, e você terá como benefício a informação da quantidade de vitamina A presente em seu sangue, podendo receber orientações alimentares para o período da amamentação. Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de leite, já que esta será realizada por expressão manual de uma das mamas. Para diminuir esse incômodo, a coleta será realizada por equipe bem treinada ou, se quiser, por você mesma. Além disso, você terá como benefício o conhecimento da quantidade de vitamina A que você fornecerá ao seu bebê pelo leite materno e poderá receber orientações sobre a sua alimentação e a do seu filho. Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Seus dados serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizada. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135. Este documento será impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein. Consentimento Livre e Esclarecido Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar. Natal ______ de __________________ de 201____. Assinatura do participante da pesquisa Declaração do pesquisador responsável Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente quena inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano. Natal ______ de __________________ de 201____. Prof. Dr. Roberto Dimenstein Responsável pela pesquisa Impressão datiloscópica do participante 35 APÊNDICE 4. TCLE (grupo suplementado 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Nº____ CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS E DA NUTRIÇÃO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE Para mãe e recém-nascido Esclarecimentos Este é um convite para você e seu filho (a) participarem da pesquisa: “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", que tem como pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein. Esta pesquisa pretende investigar se a suplementação da vitamina E interfere na concentração da vitamina A no leite materno e no estado de nutrição do recém-nascido nos primeiros três meses de vida. O motivo que nos leva a fazer este estudo é porque muitas mães se encontram com baixas quantidades de vitamina A. Esta vitamina é fundamental para a saúde da mãe e da criança também, e as pesquisas que tentam diminuir esta deficiência são muito importantes. Caso você decida participar, durante o período de internação (até 48 horas pós-parto) você precisará responder a 2 questionários: 1 questionário com perguntas socioeconômicas e sobre seu pré-natal e 1 questionário sobre sua alimentação. A aplicação de cada um dos questionários terá duração de aproximadamente 05 minutos. Se você ficar constrangida com alguma pergunta, terá o direito de não respondê-la. Você precisará ingerir 01 cápsula de vitamina E no 1º dia após o parto.Também será submetida à coleta de 5ml de sangue (nos dias 1º, 20º, 30º, 60º) e de 2ml de leite (nos dias 1º, 7º, 20º, 30º, 60º). Após sua alta da maternidade, a nossa equipe irá até a sua residência para fazer as coletas do 7º, 20º, 30º e 60º dia pós-parto. As quantidades de sangue e leite que nós iremos coletar serão usadas para medir o nível de vitamina A e serão guardadas por 2 anos em nosso laboratório, localizado no Centro de Biociências da UFRN, de acordo com a constituição de Biorrepositório da Resolução no 158/14-CONSEPE/UFRN. Depois desse tempo, serão descartadas de forma apropriada. Vários estudos comprovam que a quantidade de vitamina E presente nessas duas cápsulas não causará risco para você e nem para o seu bebê. Mas caso você apresente algum desconforto após a intervenção (náuseas, dores abdominais ou de cabeça, indisposição), ou qualquer outro problema relacionado a pesquisa com você ou seu bebê, vocês terão direito a assistência gratuita que será prestada pela UFRN, conforme previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda responsável Juliana F. dos Santos Dametto nos telefones (84) 99114-3973 e (84) 3215- 3416, ramal 205. A coleta de sangue será parecida com um exame de rotina e pode haver riscos referente a contaminação ou dor na região afetada. Esse risco e desconforto serão minimizados já que a coleta desse material será realizada por profissionais treinados, com uso de equipamentos de proteção individual, como máscara, luvas, agulhas e seringas descartáveis, e você terá como benefício a informação da quantidade de vitamina A presente em seu sangue, podendo receber orientações alimentares para o período da amamentação. 36 Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de leite, já que esta será realizada por expressão manual de uma das mamas. Para diminuir esse incômodo, a coleta será realizada por equipe bem treinada ou, se quiser, por você mesma. Além disso, você terá como benefício o conhecimento da quantidade de vitamina A que você fornecerá ao seu bebê pelo leite materno e poderá receber orientações sobre a sua alimentação e a do seu filho. Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Seus dados serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizada. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135. Este documento será impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein. Consentimento Livre e Esclarecido Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar. Natal ______ de __________________ de 201____. Assinatura do participante da pesquisa Declaração do pesquisador responsável Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano. Natal ______ de __________________ de 201____. Prof. Dr. Roberto Dimenstein Responsável pela pesquisa Impressão datiloscópica do participante 37 APÊNDICE 5. TCLE (grupo suplementado 2) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Nº____ CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS E DA NUTRIÇÃO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE Para mãe e recém-nascido Esclarecimentos Este é um convite para você e seu filho (a) participarem da pesquisa: “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", que tem como pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein. Esta pesquisa pretende investigar se a suplementação da vitamina E interfere na concentração da vitamina A no leite materno e no estado de nutrição do recém-nascido nos primeiros três meses de vida. O motivo que nos leva a fazer este estudo é porque muitas mães se encontram com baixas quantidades de vitamina A. Esta vitamina é fundamental para a saúde da mãe e da criança também, e as pesquisas que tentam diminuir esta deficiência são muito importantes. Caso você decida participar, durante o período de internação (até 48 horas pós-parto) você precisará responder a 2 questionários: 1 questionário com perguntas socioeconômicas e sobre seu pré-natal e 1 questionário sobre sua alimentação. A aplicação de cada um dos questionários terá duração de aproximadamente 05 minutos.Se você ficar constrangida com alguma pergunta, terá o direito de não respondê-la. Você precisará ingerir 02 cápsulas de vitamina E no 1º dia após o parto.Também será submetida à coleta de 5ml de sangue (nos dias 1º, 20º, 30º, 60º) e de 2ml de leite (nos dias 1º, 7º, 20º, 30º, 60º). Após sua alta da maternidade, a nossa equipe irá até a sua residência para fazer as coletas do 7º, 20º, 30º e 60º dia pós-parto. As quantidades de sangue e leite que nós iremos coletar serão usadas para medir o nível de vitamina A e serão guardadas por 2 anos em nosso laboratório, localizado no Centro de Biociências da UFRN, de acordo com a constituição de Biorrepositório da Resolução no 158/14-CONSEPE/UFRN. Depois desse tempo, serão descartadas de forma apropriada. Vários estudos comprovam que a quantidade de vitamina E presente nessas duas cápsulas não causará risco para você e nem para o seu bebê. Mas caso você apresente algum desconforto após a intervenção (náuseas, dores abdominais ou de cabeça, indisposição), ou qualquer outro problema relacionado a pesquisa com você ou seu bebê, vocês terão direito a assistência gratuita que será prestada pela UFRN, conforme previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda responsável Juliana F. dos Santos Dametto nos telefones (84) 99114-3973 e (84) 3215- 3416, ramal 205. A coleta de sangue será parecida com um exame de rotina e pode haver riscos referente a contaminação ou dor na região afetada. Esse risco e desconforto serão minimizados já que a coleta desse material será realizada por profissionais treinados, com uso de equipamentos de proteção individual, como máscara, luvas, agulhas e seringas descartáveis, e você terá como benefício a informação da quantidade de vitamina A presente em seu sangue, podendo receber orientações alimentares para o período da amamentação. 38 Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de leite, já que esta será realizada por expressão manual de uma das mamas. Para diminuir esse incômodo, a coleta será realizada por equipe bem treinada ou, se quiser, por você mesma. Além disso, você terá como benefício o conhecimento da quantidade de vitamina A que você fornecerá ao seu bebê pelo leite materno e poderá receber orientações sobre a sua alimentação e a do seu filho. Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Seus dados serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizada. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135. Este documento será impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein. Consentimento Livre e Esclarecido Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar. Natal ______ de __________________ de 201____. Assinatura do participante da pesquisa Declaração do pesquisador responsável Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano. Natal ______ de __________________ de 201____. Prof. Dr. Roberto Dimenstein Responsável pela pesquisa Impressão datiloscópica do participante 39 APÊNDICE 6. Formulário da Pesquisa 40 41 42 43 ANEXO ANEXO 1. Gráfico proposto por Atalah e colaboradores