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P4 UC12 | Imagem Lucianne Albuquerque | Medicina RADIOTERAPIA A radioterapia é a especialidade médica que utiliza as radiações ionizantes no tratamento principalmente de neoplasias malignas. As radiações ionizantes empregadas são raios X de energias variáveis e raios gama produzidos, respectivamente, por aceleradores lineares e unidades de cobalto. Dependendo da situação clínica, podem ser usadas radiações com partículas, principalmente elétrons e prótons. A unidade de dose absorvida utilizada nas prescrições de tratamento é o Gray (Gy), e um Gray corresponde à absorção de um Joule de energia por um quilograma de massa. Raramente a radioterapia é efetuada de maneira isolada em tratamentos com finalidade curativa; geralmente é realizada em combinação com a quimioterapia e/ou cirurgia. Entre as finalidades da radioterapia estão: ☢️ Radioterapia neoadjuvante: visa diminuir o volume tumoral em casos de tumores localmente avançados facilitando o procedimento cirúrgico, além de tratar precocemente a doença microscópica adjacente. Em geral é efetuada concomitante com a quimioterapia. Ao término do procedimento, a cirurgia é efetuada após algumas semanas. ☢️ Radioterapia associada à quimioterapia: para lesões irressecáveis, a radioterapia é efetuada com altas doses em tratamentos combinados com quimioterapia de forma concomitante ou sequencial. ☢️ Radioterapia adjuvante: realizada após a cirurgia, associada ou não à quimioterapia, visa eliminar focos microscópicos no leito tumoral e tratamento profilático da drenagem linfática de risco. ☢️ Radioterapia paliativa: tem por objetivo o alívio de sintomas como hemorragias, compressões e dor causados por metástases ou pelo tumor primário. As seguintes modalidades de radioterapia são empregadas na maioria dos tratamentos: ☢️ Radioterapia bidimensional: modalidade que utiliza como recurso para a definição do volume- alvo de tratamento raios X simples ou contrastados do sítio anatômico a ser tratado. Assim, o tumor é localizado principalmente através de referências ósseas, com precisão limitada. Tal modalidade é empregada em tratamentos mais simples, como no caso de metástases ósseas ou tratamento de cérebro total para metástases cerebrais múltiplas. É ainda empregada em tratamentos de emergência, quando se necessita de alívio rápido de algum sintoma. ☢️ Radioterapia tridimensional: modalidade que utiliza geralmente a TC do sítio anatômico a ser tratado, permitindo a definição mais precisa do tumor, drenagem linfática e dos órgãos adjacentes a serem protegidos, sendo o tratamento efetuado com a utilização de múltiplos feixes de radiação, denominados campos de tratamento. Em função de sua precisão, é o método mínimo de escolha a ser empregado nos planejamentos. A radioterapia com intensidade modulada consiste em uma técnica de radioterapia tridimensional com capacidade de execução do tratamento utilizando campos com energia modulada, moldados segundo o formato geométrico do volume-alvo a ser tratado, possuindo ainda mais exatidão com proteção mais eficiente dos órgãos normais. ☢️ Radioterapia estereotáxica: utilizada para tratamento de volumes tumorais de dimensões reduzidas com técnica de localização estereotáxica. É realizada com múltiplos campos de tratamento centrados no volume-alvo com precisão elevada, exigindo a perfeita imobilização do paciente. Quando o tratamento é efetuado em uma única sessão utilizando dose alta, geralmente para tumores localizados no sistema nervoso central, é denominado radiocirurgia. ☢️ Braquiterapia: ao contrário das modalidades anteriores, em que a fonte de produção da radiação se localiza a distância do paciente, na braquiterapia o isótopo radioativo é colocado próximo ao tumor por meio de implantes ou moldes. Atualmente tal a utilização principal desta modalidade ocorre no tratamento de tumores de próstata e ginecológicos, sendo os isótopos mais empregados o iodo e o irídio. Por meio de cateteres, agulhas e aplicadores especiais próprios para cada necessidade clínica, os isótopos são instalados de maneira definitiva ou temporária em contato com o órgão a ser tratado, administrando-se a dose prescrita a intervalos de tempo variáveis, e tem P4 UC12 | Imagem Lucianne Albuquerque | Medicina capacidade de proteção bastante eficiente dos órgãos periféricos por meio de planejamentos que utilizam imagens de US, raios X ou TC. Atualmente, com o planejamento tridimensional (3D), são utilizados cortes axiais de tomografia da região de interesse, o que possibilita a reconstrução. O planejamento tridimensional é composto das seguintes etapas: pré-simulação, obtenção dos exames de imagem, delineamento do tumor e das estruturas normais, verificação de isocentro e planejamento físico. A pré-simulação é a etapa mais importante, pois é nesse momento que é definido o isocentro (ponto de encontro do raio central dos campos de tratamentos) e de todos os acessórios necessários para a execução da TC de planejamento e do tratamento. No processo de aquisição de imagens para planejamento tridimensional, todos os pacientes realizam uma tomografia com os acessórios de imobilização, além de outras modalidades de imagem, como RNM e PET-TC, conforme as exigências de cada caso. A espessura de corte geralmente utilizada é de 3 mm, facilitando, assim, o delineamento das estruturas anatômicas e melhorando a qualidade das imagens nas reconstruções digitais chamadas de DRR, necessárias para a verificação do posicionamento diário do paciente na unidade de tratamento. Para cada região anatômica existe um protocolo estabelecido. Algumas vezes faz-se necessário o uso de acessórios de imobilização do paciente como também quando necessita do uso de contraste faz 2 sequências, a primeira sem contraste para fazer o cálculo e a segunda com contraste, assim vale lembrar que cada região tem um delay específico para adquirir a imagem. A intensidade dos efeitos da radioterapia depende da dose do tratamento, da parte do corpo tratada, da extensão da área irradiada, do tipo de radiação e do aparelho utilizado, e da adesão do paciente às orientações de cuidados durante o tratamento. Geralmente aparecem na 3ª semana de aplicação e desaparecem poucas semanas depois de terminado o tratamento, podendo durar mais tempo. Os efeitos indesejáveis mais frequentes são: perda de apetite e dificuldade para ingerir alimentos sendo recomendável comer pouco e em mais vezes, cansaço, reação da pele (a pele que recebe radiação poderá coçar, ficar vermelha, irritada, queimada, tornando-se seca e escamosa. É importante informar ao médico, durante as consultas de revisão, e ao enfermeiro, durante as consultas de enfermagem, qualquer das seguintes situações: febre igual ou acima de 38°C, dores, assaduras, bolhas e secreção na pele). COMPLICAÇÕES TARDIAS http://www.oncoguia.org.br/conteudo/efeitos-do-tratamento-oncologico-a-longo-prazo/4446/697/ PNEUMONITE E FIBROSE ACTINICA A pneumonite relacionada com agressão por fármacos pode-se apresentar com diversos padrões no exame de TC, como opacidades em vidro fosco, consolidação difusa ou multifocal, padrão de halo invertido e de pneumonite intersticial com ou sem sinais de fibrose. É de fundamental importância a correlação temporal dos achados com a condição clínica e laboratorial do paciente, uma vez que o diagnóstico de pneumonite relacionada com o tratamento é um diagnóstico de exclusão, sobretudo quando a hipótese de acometimento infecioso é definitivamente excluída. A radioterapia pode causar pneumonite com apresentação bastante variada, incluindo desde manifestações agudas graves, como, por exemplo, dano alveolar difuso ou subagudas com padrão de pneumonia em organização (reação BOOP) e pneumonia eosinofílicaaté manifestações crônicas tardias com estigmas de fibrose pulmonar ao longo do campo radioterápico. A incidência das complicações pulmonares decorrentes da radioterapia não é desprezível e depende da técnica utilizada, da extensão e da dose da radiação e da condição clínica do paciente, assim como do uso de quimioterapia prévia ou concomitante. Pacientes com doença pulmonar prévia ou outras comorbidades, com performance clínica geral ruim e fumantes, são mais susceptíveis à ocorrência de complicações e com maior gravidade. As alterações costumam-se estabilizar no intervalo de 6 http://www.oncoguia.org.br/conteudo/efeitos-do-tratamento-oncologico-a-longo-prazo/4446/697/ P4 UC12 | Imagem Lucianne Albuquerque | Medicina meses a 1 ano. Além da relação temporal, o conhecimento da área irradiada e a correlação com o padrão de lesão na TC ajudam no diagnóstico da fibrose actínica. https://radiopaedia.org/articles/radiation-pneumonitis https://www.youtube.com/watch?v=SS7pk7wrTyw PROCTITE/RETITE E FIBROSE ACTÍNICA https://radiopaedia.org/cases/radiation-proctitis ANOTAÇÕES DE AULA Alterações actinícas são decorrentes a radiação. Qualquer tecido pode sofrer alteração e os mais suscetíveis são os tecidos que tem mais proliferação celular. SEMPRE fazer correlação com a área tratada. Precisa-se analisar TIPO DE TUMOR, QUAL TRATAMENTO QUIMIOTERAPICO e RADIOTERÁPICO, CIRURGIA. OBS: metástase não infiltra o tecido, ela empurra o tecido. Já a neoplasia infiltra. Mas ambas são compostas por células displásicas. Em relação ao contraste se há algo impregnando é tumor e se for áreas de inflamação é devido a ressecção cirúrgica. OBS: o ideal é após o ressecamento de tumor fazer os exames de imagem. No tratamento é feito o comparativo de exames. FIG 1- SNC: área heterogênea, formato de queijo, alteração periférica do contraste. O que podemos encontrar no SNC: neoplasia maligna primária. (lesão expansiva infiltrada) Difusão restrita: infecção, tumores de alta celularidade, por isso é um exame importante. Atualmente a perfusão é bem importante devido ao contraste (quando passa) e análise das curvas (quente e fria) ... alto grau perfusão quente... FIG 2- Área de alteração de sinal com vacuolização no SNC FIG 3- espessamento das paredes abdominais após tratamento de tumor pélvico. FIG 4- diferenciar de osteomiolite após tratar CEC de boca. FIG 5- áreas em vidro fosco FIG 6- contraste em fase arterial evidenciando lesão tumoral no fígado. https://radiopaedia.org/articles/radiation-pneumonitis https://www.youtube.com/watch?v=SS7pk7wrTyw https://radiopaedia.org/cases/radiation-proctitis P4 UC12 | Imagem Lucianne Albuquerque | Medicina OBS: linha branca não é patológico, interferência de mão humana. Só procura a lesão dentro da área irradiada (representada pela placa) Na pneumonite actiníca representa uma lesão aguda, assim observamos alteração dentro do campo da radiação geralmente em vidro fosco como também pode ter calcificação. Após 6 meses essa lesão pode regredir. Fibrose pulmonar geralmente são causadas por lesões intersticiais, mas outras causas podem gerar. Na imagem observamos alterações cardíacas e retração pulmonar. TC: espessamento, brionquiectasia, sinais de redução volumétrica Observa-se desvio da traqueia, elevação da hemicúpula direita Diagnóstico diferencial: atelectasia P4 UC12 | Imagem Lucianne Albuquerque | Medicina Lesão aguda: pneumonite Nódulo com bordas irregulares/espiculadas, imóvel Na radioterapia reduziu a lesão e após isso aparece áreas em vidro fosco e sem sinais de redução volumétrica indicando lesão aguda. Lesão com comportamento expansivo = reincidiva tumoral Na imagem: infiltra o brônquio P4 UC12 | Imagem Lucianne Albuquerque | Medicina FIG 1- TC, FIG 2- RM Tumor de pelve Gordura abdominal borrada (densificada aparece cinza) – alteração de radioterapia Bexiga com espessamento de parede Alças intestinais com paredes espessadas Todas são alterações agudas. Enema opaco mostrando afilamento da ampola retal Redução de calibre FIG 2- área de estenose Densificação de gordura (cinza), espessamento circunferencial do reto