Buscar

PINESC VI revisãodocx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ana Clara Silva Freitas 1 
 
PINESC VI 
Diabetes Mellitus 
Definição: é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente da 
deficiência na produção de insulina ou na sua ação ou em ambos os mecanismos 
Epidemiologia: a prevalência aumenta a partir dos 45 anos e é mais prevalente em mulheres. 
Fatores de risco: 
o História de doença cardiovascular; 
o HAS; 
o Etnias de alto risxo (afro descendentes, hispânicos ou indígenas) 
o HDL-c<35 mg/dL e/ou triglicérides>250 mg/dL; 
o Síndrome de ovários policísticos; 
o Comportamento sedentário; 
o Acantose nigricans (manchas escuras na pele, com textura grossa e aveludada); 
o História de DM gestacional ou macrossomia; 
o HIV. 
 
Rastreamento deve ser feito quando: 
o Idade 45 ≥ anos; 
o Sobrepeso + fatores de riscos citados acima; 
o Crianças com 10 anos o mais devem ser submetidos ao rastreio caso tenha sobrepeso e pelo 
menos 1 fator de risco (R10); 
o Pacientes que irão inicuai tratamenti com medicações hiperglicemiantes, como glicocorticoides 
e antipsicóticos devem ser rastreados para DM antes e após o início do tratamento (R9). 
 
 
 
 
 
Diagnóstico, segundo a diretriz de 2022: 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 2 
 
O diagnóstico de diabetes mellitus (DM) deve ser estabelecido pela identificação de hiperglicemia. 
Para isto, podem ser usados a glicemia plasmática de jejum, o teste de tolerância oral à glicose 
(TOTG) e a hemoglobina glicada (A1c). Em algumas situações, é recomendado rastreamento em 
pacientes assintomáticos. 
OBS: A HbA1c não é a medida dos últimos 3 meses. 
 
Sobre a R4: as situações propensas a incongruências são variantes de hemoglobina, hemoglobinopatias, 
gestação e período puerperal, anemias agudas, transfusões sanguíneas, etc. 
Critérios laboratoriais para diagnóstico de DM2 e pré-diabetes: 
 
Em suma, se o paciente for ASSINTOMÁTICO o diagnóstico é feito quando: 
o Glicemia plasmática jejum > 126 mg/dL 
o TOTG 75g > 200 mg/dL 
o HbA1C > 6,5% 
o Necessário 02 exames alterados. 
Se o paciente for SINTOMÁTICO, o diagnóstico é feito quando: 
o Se sintomas típicos de hiperglicemia: 
 Glicemia plasmática aleatória > 200 mg/dL 
o Sintomas típicos: 
 Polidipsia 
 Polifagia 
 Poliúria 
 Perda ponderal involuntária. 
o E se a glicemia capilar / hemoglicoteste (HGT) for > 200 mg/dL e o paciente tiver os 4 Ps? 
 Não deve ser feito o diagnóstico. 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 3 
 
Manejo da Hiperglicemia no DM2: 
 
 
Tratamento: 
 Tratamento em idosos: 
o Deve ser menos invasivo, em especial os que possuem comorbidades, para que a duração e/ou 
qualidade de vida não seja comprometida; 
o Possibilitar dietas mais liberais e medicamentos menos agressivos; 
o Metas glicêmicas mais flexíveis: 
 Glicemia ao acaso: até 180 
 HbA1c até 8,5% 
 
 Abordagem não farmacológica: 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 4 
 
o MEV: 
 É a terapia de primeira escolha; 
 Reduzem os riscos cardiovasculares; 
 O paciente deve ser orientado quanto a alimentação; 
 Cessar tabagismo 
 A atividade física reduz HbA1c independente da perda de peso; 
 A perda ponderal de 3,5 kg reduz até 2% da HbA1c 
 Exames complementares em indivíduos estáveis: 
 HbA1c a cada 6 meses 
 Perfil lipídico anual (ou à critério) 
 Função renal, EAS e microalbuminúria de 24h (se 
necessário) 
 Fundoscopia – anual para DM2 
 Cálculo taxa filtração glomerular anual 
 ECG 
 Exame neurológico anual 
 Imunização (influenza anual + DT a cada 10 anos + Pneumococos) 
 Avaliação de saúde bucal anualmente 
o Exames complementares em indivíduos instáveis: 
 HbA1c a cada 3 meses 
 Controle glicêmico. 
 Abordagem farmacológica: 
o DM II: 
 A terapia inicial é MEV+ metformina; 
 Se descontrole glicêmico: introdução progressiva de outras medicações orais ou 
insulinoterapia; 
 ABORDAGEM NA APS: 
 Metformina 500mg/850mg 
 Gliclazida 30mg/60mg e Glibenclamida 5mg 
 Acarbose 50mg 
 Insulina NPH e Regular 
 Metformina: 
o 1ª escolha para pessoas com sobrepeso e obesidade 
o Não causa hipoglicemia 
o Promove discreta perda de peso e exerce efeito na redução de LDL e TG 
o Dose inicial: 500mg a 850mg após a refeição (preferencialmente no jantar), com dose 
máxima de 2.550mg/dia; 
o Efeitos colaterais frequentes, mas que cessam progressivamente. 
 Glifage XR 
 Podem ser reduzidos com o uso da medicação durante a refeição 
 Pacientes com TFG menor do que 30 mL/min têm absoluta contraindicação para o 
uso → Excreção renal de forma inalterada 
 Sulfonilureais 
o 1ª escolha em DM com perda de peso → Estimula aumento da secreção pancreática de 
insulina e ganho de peso 
o Dose inicial: 05mg/dia (Glibenclamida), dose máxima 10mg/dia ou 30 a 60mg/dia 
(Gliclazida), dose máxima 120mg/dia 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 5 
 
o Uso com cautela em idosos (risco de hipoglicemia) 
o Evitar uso em pacientes com perda significativa da função renal (exceto Gliclazida) 
o Proporcionam redução de de complicações crônicas e mortalidade como a insulina 
o Orientar alimentação após o uso da medicação e incluir ceia noturna antes de deitar. 
 
 Insulina 
o O declínio progressivo da função das células beta faz parte do processo natural da doença 
o Indicado ao diagnóstico, quando a sintomatologia for proeminente, ou no curso do 
tratamento, quando houver falha ou contraindicação aos agentes orais 
o No entanto é pouco utilizada ou iniciada tardiamente! 
o Insulinas disponíveis no SUS: 
 Insulina NPH: 
 Primeira a ser sintetizada com o objetivo de mimetizar a secreção de insulina 
basal! 
 Ação intermediária – início em 2 a 4 horas 
 Pico de ação: 4 a 10 horas 
 Duração da ação: 10 a 18 horas 
 Insulina regular: 
 Primeira a ser sintetizada para mimetizar a secreção de insulina em momentos 
prandiais! 
 Ação rápida – início em 30 min a 1 hora 
 Pico de ação: 2 a 3 horas 
 Duração da ação: 5 a 8 horas 
 Insulinoterapia: 
 Para o início: combinar antidiabéticos orais + insulina bedtime (basal noturna) 
 Dose inicial sugerida: 10 UI ou 0,1 a 0,2 UI/kg (obesos) 
 Reajuste em 2 a 4 UI conforme média de 3 glicemias em jejum consecutivas 
por 1 a 2 semanas até atingir meta 
 Para o início: combinar antidiabéticos orais + insulina bedtime 
o Dose inicial sugerida: 10 UI ou 0,1 a 0,2 UI/kg (obesos) 
o Reajuste em 2 a 4 UI conforme média de 3 glicemias em jejum 
consecutivas por 1 a 2 semanas até atingir meta 
 Se houver falha de bedtime: 
o Dose inicial: 0,3 a 0,5 unidades/kg (ao dia) 
o Se necessário, possível aumentar até 01 unidade/kg ao dia 
o Avaliar controle glicêmico através de mapa glicêmico 
 Em caso de insulinoterapia plena, manter apenas metformina associada. 
 HIPOGLICEMIA: 
 Pode ocorrer em uso da insulina ou das sulfonilureias e glinidas 
 Ocorre por omissão da refeição em geral e/ou excesso de exercício físico 
 Sintomas: Palidez, extremidades frias, sudorese, tremores, palpitações, 
sensação de fome, dor abdominal, dor de cabeça, tontura, fadiga, sonolência, 
alteração do humor (irritabilidade) ou do comportamento 
 Orientar reconhecimento dos sintomas, medir glicemia capilar (<70mg/dL)e 
tratar enquanto lúcido e conseguindo deglutir! 
o Um copo de suco ou de refrigerante comum, ou água com uma colher de 
sopa de açúcar 
o Repetir dose se manutençãoda hipoglicemia em 15 min 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 6 
 
 Na recuperação, antecipa-se a refeição do horário 
 Se novos episódios de hipoglicemia: reduzir dose de insulina em 4UI ou 10-
20% da dose. 
 
Complicações do DM: 
 
No exame físico de um paciente com DM devem ser coletados: 
o Medida correra da PA; 
o Peso, altura, IMC e CA; 
o FC; 
o Sinais de LOA; 
o Inspeção cuidadosa; 
o Avaliação dos pulsos MMII: avaliar risco de DAOP; 
o Deformidades nos pés: artropatia de Charcot, dedos em garra, joanetes e dedos cavalgados; 
o Rastreamento de sensibilade. 
Exames essenciais: 
o Glicemia plasmática; 
o HbA1c; 
o Frutosamina (é alterntia a HbA1c e estima o controle glicêmico nos últimos 14 dias); 
o Microalbuminúria: se maior 300 mg/g deve ser solicitado urina de 24 h; 
o Colesterol total, HDL, ureia, creatinina plasmática/TGF 
 Casos clínicos: 
CASO CLÍNICO 1 
Sr. Pedro, 55 anos, porteiro, tabagista 1 maço/dia, sedenta rio, obeso, hipertenso, em uso de Enalapril 
20mg/dia, comparece à unidade de sau de para verificaça o de exames laboratoriais solicitados na u ltima 
consulta. Refere estar muito ansioso para saber o resultado do “teste do açu car”, pois seu pai “perdeu o 
pe para a diabetes”. Os resultados dos exames revelam glicemia de jejum de 132 mg/dl, sem valores 
anteriores para comparaça o. Na o possui valores de hemoglobina glicada ou teste de tolera ncia oral à 
glicose. O restante da rotina laboratorial de hipertensão arterial sistêmica (HAS) não apresenta 
alterações. 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 7 
 
1. Quando está indicado o rastreamento do diabetes? 
2. Como realizar o diagnóstico de DM? 
3. Quais as orientações de mudanças de estilo de vida (MEV) que podem ser oferecidas? 
4. Qual a indicação de início de tratamento farmacológico para o DM? 
5. Quais exames devem ser solicitados para acompanhamento e rastreio de Lesões de Orgão Alvo 
(LOA) no DM? Com que frequência? 
 
CASO CLÍNICO 2 
Dona Maria das Dores, 67 anos, comparece a sua primeira consulta na unidade de saúde referindo ter 
“perdido o plano de saúde”. Deseja prescrição de tiras de glicosímetro para verificação diária de níveis 
glicêmicos, além de encaminhamento para o endocrinologista. Relata uso de Metformina 850mg, 2x ao 
dia, prescrito previamente por um especialista do plano de saúde privado. Apresenta exames 
laboratoriais realizados ha 1 me s com glicemia de jejum de 242 mg/dl e hemoglobina glicada de 12,3%. 
Quando comparados com exames anteriores, voce percebe que os valores de glicemia e hemoglobina 
glicada estão aumentando progressivamente. 
1. Como manejar as medicações orais no tratamento do DM dessa paciente? 
2. Quais os critérios e os cuidados a serem adotados na introdução de insulina como terapia 
adicional? 
3. Qual a indicação de verificação domiciliar de glicemia capilar? 
4. Com que frequência o paciente diabético deve ser atendido na APS? 
5. Qual a indicação de encaminhamento para o nível secundário? 
 
CASO CLÍNICO 3 
Sr. Jose , 65 anos, comparece à demanda livre de sua equipe solicitando renovaça o de receita de 
Metformina 850mg 3x ao dia, Glibenclamida 5mg 2 comprimidos pela manhã e 02 comprimidos a noite 
e insulina NPH 20UI/0/20UI, referindo ainda “formigamento e dormência em mãos e pés”. Você verifica 
que a última consulta do paciente foi em 2015, na qual o paciente apresentava glicemia de jejum de 167 
mg/dl, hemoglobina glicada de 10.7%. Ao ser indagado, o paciente refere armazenar a insulina na 
gaveta de sua cômoda e administra -la sempre em abdome. Afirma ainda ter suspenso o uso das 
medicaço es orais ha 4 meses por orientaça o de sua vizinha que faz uso apenas de insulina para o manejo 
da DM. Ao solicitar que o paciente indique a quantidade de insulina que utiliza diariamente, o Sr. Jose 
apresenta dificuldades em manejar a seringa, referindo estar “ficando cego’’ e que os “números são muito 
pequenos’’. Atualmente, seu José pesa 70kg. 
1. Como se da o ajuste da medicaça o anti-hiperglicemiante oral, após a introdução da insulina? 
2. Como ajustar a dose da insulina? 
3. Como manejar os diferentes tipos de insulina? 
4. Quais as possíveis complicações decorrentes do uso de insulinoterapia? 
5. O que pode ser feito para ajudar seu José com o uso da insulina? 
 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 8 
 
HAS 
Definição: é uma doença crônica definida por níveis pressóricos, caracterizada por elevação 
persistente da PA, sendo PAS maior ou igual a 140 mmHg ou PAD maior ou igual a 90, medida com 
a técnica correta em pelo menos 2 ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-
hipertensiva. 
Fatores de rico: 
o Idade, principalmente acima de 50 anos; 
o Prevalência parecida entre ambos os sexos; 
o Indivíduos não brancos; 
o Sobrepeso/obesidade. 
Prevenções primárias: 
o Controle de peso; 
o Dieta saudável; 
o Redução da ingestão de sódio; 
o Aumento da ingestão de potássio; 
o Atividade física; 
o Ingestão de álcool, cerca de 1 drinque para mulheres e 2 para homens. 
Diagnóstico: 
o Pelo menos 2 aferições em consultas diferentes (PA maior ou igual a 140/90 mmHg); 
o Pode ser feito em uma única aferição se PA maior ou igual a 180/110 mmHg e/ou LOA/DCV. 
Quando solicitar o MAPA? 
 
Valores para diagnóstico: 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 9 
 
 
Classificação: 
o Primária; 
o Secundária: 
 É a HAS estágio 3 antes dos 30 anos ou após os 55 anos; 
 É resistente ou refratária; 
 Tríade do feocromocitoma: crises de palpitações, sudoreses e cefaleia; 
 Indícios de apneia obstrutiva do sono; 
 Assimetria ou ausência de pulsos no MMII; 
 Geralmente fortemente associada a achados clínicos ou grupos de achados que sugerem 
um distúrbio específico; 
 Hipopotassemia espontânea ou severa induzida por diuréticos (< 3,0 mEq/L). 
o HAS resistente: 
 PA consultório acima de 140/90; 
Em uso de 3 fármacos em dose máximas e em uso de diurético tiazídco; 
 PA consultório <140/90 em uso de 4 ou mais fármacos, 
o HAS refratária: 
 PA >140/90, em uso de 5 fármacos ou mais, incluindo espironolactona e diurético de 
longa ação 
o Por níveis pressóricos; 
o Por fenótipos: 
 Hipertensão sustentada; 
 Hipertensão do avental branco; 
 Hipertensão mascarada. 
 
 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 10 
 
No exame físico deve ser avaliado: 
o Medição correta da PA; 
o Medir FC; 
o Peso, altura, IMC e CA; 
o Sinais de LOA. 
o Ausculta cardíaca e das carótidas; 
o Ausculta de abdômen; 
o Índice tornozelo braquial; 
o Fundoscopia. 
Exames essenciais: 
o 1° consulta e anualmente: 
 Sumário de urina; 
 Potássio plasmático; 
 Creatinina plasmática/TGF; 
 Glicemia jejeum/HbA1c; 
 Colesterol 
total/HDLc/triglicerídeos; 
 Ácido úrico plasmático; 
 ECG; 
Exames complementares: é realizado de acordo ao quadro do paciente 
o ECO TT; 
o RAD toráx; 
o Albuminuria; 
o USG de carótidas; 
o Teste ergométrico; 
o MAPA/MRPA; 
o RBM do encéfalo. 
Estratificação do risco cardiovascular: 
o É recomendado o uso de um escore para estimar o risco cardiovascular, que leve em 
consideração o valor da PA basal e o conjunto de fatores de risco para eventos cardiovasculares 
(IAM, AVC ou morte)… a SBC recomenda o escore de risco global – e a nova diretrizreforça o uso 
deste escore, disponível gratuitamente online e por App. 
 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 11 
 
 
Tratamento: 
 Não medicamentoso: 
o Dieta DASH: 
 A dieta DASH é caracterizada pela adoção de um hábito alimentar com quantidades 
elevadas de frutas e vegetais, elevado consumo de cálcio (leite e derivados), além de um 
consumo reduzido de gordura saturada. 
o Restrição de Na; 
o Tabagismo; 
o Café (alguns estudos apontam que o café em doses adequadas ajuda a reduzir a PA); 
o Redução de bebidas alcoólicas; 
o Atividade física 
 Medicamentoso: 
o Confere proteção cardiovascular; 
o É eficaz por VO/dose única diária; 
o 1° linha: 
 DIU tiazídicos/similares: 
 Alguns efeitos adversos: fraqueza/câimbras; hipovolemia; disfunção erétil; 
hipocalemia/arritmias; hipocalemia/arritmias; 
 Pode causar hiperglicemia, aumento de ácido úrico e aumento de LDL. 
 IECA/BRA 
 Diminui angiotensina II (vasoconstrictora); 
 Aumenta bradicinina (vasodilatadora); 
 Anti-remodelamento; 
 Efeitos adversos: tosse, edema angioneurotico, rash cutâneo, hipercalemia 
 BCC; 
 Promove vasodilatação; 
 Reduz a resistência vascular periférica; 
 Interfere pouco na FC; 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 12 
 
 Interfere pouco no inotropismo; 
 Efeitos adversos: edema maleolar, cefaleia, tonturas, dermatite ocre, hipertrofia 
gengival. 
 Betabloqueador (para controle da FC): 
 Diminui débito cardíaco; 
 Diminui renina e catecolaminas; 
 Readaptam barorreceptores; 
 Ex.: carvedilol; 
 Efeitos adversos: aumenta o risco de AVE, bradicardia, broncoespasmo, etc. 
o 2° linha: 
 Alfa-Agonista De Ação Central 
 Alfabloqueadores 
 Vasodilatadores Diretos 
 Inibidores Diretos Da Renina 
 
 
 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 13 
 
Tratamento: 
OBS: A redução rápida dos níveis de PA pode levar a hipoperfusão, podendo levar a isquemia e infartos 
iatrogênicos! Logo, a redução deve sempre ser realizada de forma lenta e gradativa! 
 
 
 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 14 
 
 
 Caso clínico 
Um homem de 47 anos chega ao seu consultório para uma consulta de acompanhamento. Foi 
atendido há três semanas por uma infecção respiratória superior, notando-se incidentalmente que 
sua pressão arterial era 164/98 mmHg. Lembra-se vagamente que, no passado, disseram-lhe que 
sua pressão arterial era "limítrofe". Sente-se bem, não tem queixas e sua revisão de sistemas é 
totalmente negativa. Não fuma, bebe "umas duas cervejas nos fins de semana" e não faz exercícios 
regularmente. Seu trabalho é sedentário. Seu pai morreu por AVE aos 69 anos. Sua mãe está viva, 
em boa saúde, e tem 72 anos. Tem dois irmãos e desconhece qualquer questão médica crônica que 
possam ter. Hoje, no consultório, sua pressão arterial é de 156/96 mmHg no braço esquerdo e de 
152/98 mmHg no braço direito. Está afebril, com pulso de 78 bpm, frequência respiratória de 14 
ipm; mede 1,78m e pesa 93,35 kg. O exame físico geral é normal. 
 
1. Que diagnóstico (ou diagnósticos) você pode fazer hoje? 
2. Que outras avaliações precisam ser realizadas? 
3. Que intervenção (ou intervenções) não farmacológica(s) pode(m) ser benéfica(s)? 
4. Qual é o manejo medicamentoso inicial recomendado? 
 
Respostas: 
1. HAS estágio 1 e sobrepeso; 
2. Hemograma • Glicemia • Lipidograma • Níveis séricos de potássio, Ac úrico, creatinina e ureia • 
TFG • Sumario de urina • Eletrocardiograma (ECG) • Fundoscopia; 
3. Dieta DASH • Limitação de álcool até duas doses por dia* • Maior atividade física • Redução de peso 
4. Diurético tiazídico 
 
 
 
 
 
 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 15 
 
Dislipidemia 
Definição: consiste em uma elevação plasmática dos níveis dos triglicérides ou colesterol ou redução 
plasmática dos níveis de HDL. 
Tem maior prevalência em mulheres. 
Sinais e sintomas: a maioria é assintomática, mas quando apresentam sintomas há: 
o Pancreatite (triglicérides > 500 md/dL); 
o Parestesias, dispneia, confusão mental (concentrações elevadas de 
triglicérides; 
o Xantomas (xantelasmas e xantomas tendinosos) 
Rastreamento: 
o Adultos: ≥ 20 anos, a cada 5 anos; 
o Crianças: 
 Com fatores de rico 1x entre 2 e 8 anos; 
 Sem fatores de risco 1x antes da puberdade/ 1x entre 17 e 20 anos; 
 Fatores de risco: 
 História familiar de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e 
doença arterial periférica em homens abaixo de 55 anos e mulheres abaixo de 65 
anos, 
 História familiar de hipercolesterolemia (colesterol total > 240mg/dl) ou história 
familiar desconhecida, 
 Outros fatores de risco cardiovascular como hipertensão, diabetes melito, 
tabagismo passivo ou obesidade (IMC > 95%) 
o Avaliação em conjunto com outros fatores de risco para DCV (tabagismo, DM, HAS, história de 
doença arterial coronariana prematura); 
Diagnóstico: 
o É laboratorial; 
o Deve ser solicitado dosagem de colesterol total, HDL e triglicérides; 
o Melhor ser feito com jejum de 12 h; 
 
Xantoma 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 16 
 
Classificação: 
o Quanto ao tipo: 
 Hipercolesterolemia isolada (LDL ≥ 160 mg/dL; 
 Hipertrigliceridemia isolada (TG≥ 150 ou 175 mg/dL); 
 Dislipidemia mista (aumento de LDL e TGF); 
 HDL-c baixo (homens ≤ 40 mg/dL e mulheres ≤ 50 mg/dL). 
o Quanto a causa: 
 Primária (PCK9, LPL, Apo C-II); 
 Secundária (estilo de vida, DM, etilismo, hipotireoidismo, AIDS, tabagismo, síndrome 
nefrótica, DRC, etc) 
Tratamento: 
 Não medicamentoso: 
o Mudança alimentar; 
o Redução de tabaco; 
o Redução de bebidas alcóolicas; 
o Atividade física; 
o Manter/reduzir peso; 
o É indicado, preferencialmente para pacientes de risco baixo/moderado de RCV; 
o Deve ser feito por 3 meses antes da reavaliação. Se houver melhora, é mantida por mais 6 meses. 
 Medicamentoso: 
o Deve ser individualizado; 
o É indicado quando há RCV alto e muito alto; 
o LDL ≥ 190 mdg/dL; 
o 40-47 anos +DM +LDL entre 70 e 189 mg/dL; 
o 40-47 anos + LDL entre 70 e 189 mg/dL + ER ≥7,5%; 
o Estatinas: 
 Reduzem LDL e TG e elevam HDL; 
 Sinvastatina está disponível nas USFs; 
 Atorvastatina está disponível nas farmácias de alto custo; 
 Os efeitos colaterais são raros, mas a mialgia e rabdomiólise são mais frequentes; 
 Individualizar a avaliação da creatinoquinase (CK); 
 Individualizar a avaliação das enzimas hepáticas antes do início da terapia, deve ser 
avaliado também sinais e sintomas de hepatoxidade, são eles: fraqueza, fadiga, baixa do 
apetite, dor abdominal, icterícia e alteração da urina 
 
o Ezetimiba: 
 Reduz a absorção de colesterol no intestino; 
 Reduz LDL de 10 a 25%; 
 É opção para os pacientes com intolerância as estatinas; 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 17 
 
 Reduz esteatose hepática não alcóolica; 
 Dose: 10 mg/dia; 
 Os efeitos colaterais são raros, mas quando presentes são relacionados ao TGI; 
 Não deve ser usado se o paciente tiver doença hepática aguda. 
o Fibratos: 
 Aumenta atividade da LPL (lipoproteína lipase). 
 Aumento de HDL (7 a 11%); 
 Diminui TG (30 a 60%); 
 Promovem hidrólise dos TG; 
 Ação variável sobre o LDL; 
 São indicados se TG ≥ 500 mg/dL; 
 Inconsistente efeito sobre a redução da mortalidade CV; 
 Possui efeito positivo em diabéticos, pois diminui: progressão de retinopatia, progressão 
de albuminúria, nefropatia e amputações.; Os efeitos colaterais são raros, mas quando presentes aparecem: distúrbios 
gastrointestinais, eruoção cutânea, mialgia, cefaleua, prurido, etc. 
o Outros: 
 Resinas (crianças sem absorção sistêmica); 
 Ácido nicotínico; 
 Ômega 3: Terapia adjunta das hipertrigliceridemias. 
 Caso clínico: 
Um homem de 50 anos de idade, sedentário, tabagista há 20 anos, com consumo médio de 1 maço 
de cigarros por dia e índice de massa corporal = 29 kg/m², inicia acompanhamento na Unidade 
Básica de Saúde (UBS). Relata ter sido avaliado há 5 meses por cardiologista, o qual solicitou exames 
e prescreveu sinvastatina 20 mg/dia e ácido acetilsalicílico (AAS) 100 mg/dia. Além disso, o 
cardiologista recomendou perda de peso e cessação do tabagismo. O paciente afirma ter tentado 
parar de fumar, sem êxito. Na consulta na UBS, verifica-se pressão arterial = 150 x 96 mmHg. Os 
resultados de exames laboratoriais realizados há 5 meses revelam: colesterol total = 200 mg/dL 
(valor de referência limítrofe: 200 a 239 mg/dL); colesterol HDL = 36 mg/dL (valor de referência 
desejável: superior a 60 mg/dL); triglicerídeos = 300 mg/dL (valor de referência limítrofe: 150 a 
199 mg/dL); glicemia de jejum = 120 mg/dL (valor de referência normal: 70 a 99 mg/dL). 
Considerando o quadro clínico exposto acima e a relação entre a UBS e o Núcleo de Apoio à Saúde 
da Família (NASF), assinale a alternativa em que é descrito o plano terapêutico adequado ao 
paciente. 
A Manter a terapia farmacológica vigente e discutir o plano de ação com a equipe do NASF. 
B Manter a terapia farmacológica vigente e encaminhar o paciente aos profissionais da equipe do 
NASF. 
 
C Aumentar a dose de sinvastatina, associar anti-hipertensivo e discutir plano de ação com a equipe 
do NASF. 
D Aumentar a dose da sinvastatina, associar anti-hipertensivo e encaminhar o paciente aos 
profissionais da equipe do NASF. 
Comentário: 
Homem de meia idade, sedentário, tabagista com carga tabágica de 20 anos*maço, sobrepeso, em uso 
de sinvastatina 20mg/dia e AAS 100mg/dia para profilaxia primária de eventos cardiovasculares. Em 
avaliação prévia por especialista, recebeu a correta orientação para perda ponderal e cessação de 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 18 
 
tabagismo, porém, sem êxito. Iniciando acompanhamento na UBS, identificamos uma PA elevada, com 
hipertrigliceridemia e HDL baixo, caracterizando uma dislipidemia, bem como glicemia de jejum 
alterada. Essa combinação nos permite um diagnóstico de Síndrome Metabólica, que traz elevado risco 
cardiovascular envolvido. Analisemos qual plano é mais adequado. ALTERNATIVA A - CORRETA - o 
paciente possui elevado risco cardiovascular e se beneficia de uma estratégia farmacológica de 
prevenção primária de eventos cardiovasculares. Enquanto mantém a terapia, devemos discutir um 
plano de ação, visando medidas para perda ponderal, medidas dietéticas, cessação de tabagismo e 
iniciar atividade física. ALTERNATIVA B - ERRADA - o NASF não lida com o paciente por si só. A conduta 
deve ser discutida em conjunto. O médico é responsável por gerenciar os cuidados, e o processo de 
intervenção envolve a equipe como um todo. ALTERNATIVA C - ERRADA - os níveis de LDL podem ser 
calculados através da fórmula de Friedewald, COL TOTAL = LDL + HDL + TRIG/5 , chegando ao 
resultado de 104 mg/dl. Sendo não diabético e sem história prévia de evento cardiovascular, porém 
com outros fatores de risco, este valor não indica elevação da dose de estatina. Devemos associar anti 
hipertensivo se necessário, após discussão com equipe do NASF e introdução de medidas não-
farmacológicas. ALTERNATIVA D - ERRADA - conforme discutido nas alternativas anteriores, não está 
indicado no momento aumento de dose de estatina ou introdução de anti hipertensivo, bem como 
devemos discutir plano de ação com o NASF, e não simplesmente encaminhar. RESPOSTA - LETRA A. 
Obesidade 
Definição: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é o excesso de gordura 
corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Classicamente, uma pessoa é considerada 
obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m² e a faixa de peso normal 
varia entre 18,5 e 24,9 kg/m². 
Diagnóstico: para ser estabelecido preciso dos 
seguintes dados: 
o IMC: 
 Não leva em conta a massa muscular 
e a distribuição do tecido adiposo; 
 Possui pouca variação 
o Circunferência da altura: 
 Bos estimativa da gordura visceral; 
 Alta correlação com risco CV; 
 Associação com resistência insulínica 
e maior risco para HAS, DM2 e 
dislipidemia; 
 Como deve ser medida: paciente em 
pé, final da inspiração, não fazer muita pressão, usar fita inelástica, medir 3x e usar a 
média. 
 
o Relação cintura/altura; 
o Relação cintura/quadril: 
 Permite estimar gordura visceral (cintura) e subcutânea (quadril); 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 19 
 
 Bom marcador da distribuição da gordura corporal; 
 É melhor para estimar o risco de DCV que o IMC ou a circunferência abdominal; 
 Ponto de corte: > 0,55 
o Composição corporal: 
 Prega cutânea: é feita em locais específicos, 
a hidratação interfere e precisa de cuidado 
com os extremos de idade e peso: 
 Bioimpedância: é baseado na corrente 
elétrica, hidratação e alimentação 
interferem e pode variar de acordo ao 
equipamento; 
Classificação: 
o Endógena (5%): 
 Genética; 
 Endocrinopatias. 
o Exógena (95%): 
 Excesso de calorias; 
 Medicações (corticoide, antipsicóticos); 
 Fatores comportamentais/psicossociais; 
Tratamento: 
 Não medicamentoso: 
o Terapia nutricional; 
o Atividade física. 
 Medicamentoso: 
o On label: Quando um médico prescreve um medicamento de acordo com as informações de sua 
bula, ou seja, para tratar a doença ali indicada, dizemos que ele fez uma prescrição On-Label. 
 Sibutramina: 
 Indicada para pacientes que tem alimentação volumosa; 
 Inibidor da recapitação da noradrenalina e serotonina; 
 Estimula POMC/CART; 
 Inibe NPY/AgRP; 
 Contraindicações: insuficiência hepática, DRC, ICC, DAC, história de IAM, HAS 
descontrolada, alto risco cardiovascular e transtornos psiquiátricos; 
 Efeitos colaterais; boca seca, constipação, insônia, cefaleia, ansiedade, aumento da 
FC, palpitações. 
 Orlistate; 
 Reduz evolução para DM2; 
 Monitorar vitamina D; 
 Iniciar 1x ao dia antes ou após 1h a principal refeição; 
 Efeitos colaterais: urgência fecal, flatulência; aumento da frequ]~encia/volumes 
de fezes, cálculos por oxalato de Ca, hipovitaminose; 
 Lorcasserina; 
 Agonista seletivo do receptor 5-HTC, tem ação central e melhora perfil metabólico; 
 Contraindicações: uso de antidepressivos, uso de medicações com efeitos 
serotoninégicos, menores de 18, menores de 18 anos, TGF< 30; 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 20 
 
 Efeitos colaterais: uso de antidepressivos, gestantes, menores de TGF< 30, boca 
seca, constipação, insônia/fadiga, cefaleia, hipoglicemia, dorsalgia/tosse; 
 Liraglutida 
 Reduz mortalidade CV; 
 Agonista receptor GLP1; 
 Ativa via anorexígena; 
 Retarda esvaziamento gástrico; 
 Aumenta saciedade; 
 Reduz HbA1C, GJ, insulina; 
 Melhora PA e perfil lípidico; 
 É contraindicada na gestação ou histórico de nódulo na tireoide; 
 Efeitos colaterais: náusea, diarreia, cefaleia, hematoma no local da aplicação e 
aumento de ITU 
o Off label: O uso off label de um medicamento é feito por conta e risco do médico que o prescreve, 
e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em grande parte das vezes trata-se 
de uso essencialmente correto, apenas ainda não aprovado. 
 Topiramato; 
 Bupropriona-naltrexone; 
 Lisdexanfetamina; 
o Metas terapêuticas: Perda de 10% do peso inicial após 12 semanas de tratamento; 
 Perda de peso sustentada (>1 ano); 
 Melhora dos parâmetros metabólicos. 
 Tratamento cirúrgico: 
o É indicado quando há falha após 2 anos de tratamento clínico; 
o IMC>40; 
o IMC>35 + comorbidades; 
o Contraindicações: abuso de álcool e de drogas; transtornos psiquiátricos graves; 
o Tipos: endoscópicos, cirúrgicos não derivativos, cirúrgicos derivativos; 
o Benefícios: efeito restritivo. Efeito enterormonal e efeito desabsortivo. 
 Caso clínico: 
Uma mulher com 35 anos de idade procura atendimento na Unidade Básica de Saúde para 
tratamento de obesidade. Manifesta desejo de usar medicações para diminuir a sensação de fome, 
pois refere que uma vizinha está tendo bons resultados com o uso de medicamentos há vários meses. 
A paciente é casada, tem três filhos - o mais novo com dois anos - e atualmente não está trabalhando. 
Relata que ganhou muito peso durante a última gestação e que não conseguiu retornar ao peso 
anterior. Nega hipertensão ou diabetes. Não consegue fazer atividade física regular, pois tem dores 
na coluna e nos joelhos e diz que tem dificuldade em seguir dietas. O exame físico revela: peso = 78 
kg; altura = 1,62 m; Índice de massa corporal - IMC = 29,7 kg/m²; pressão arterial = 130 x 80 mmHg; 
circunferência abdominal = 90 cm. O restante do exame físico não apresenta alterações 
significativas. Com base nessas informações, é correto afirmar que: 
 
A existe indicação para tratamento farmacológico e a droga de escolha é a sibutramina na dose 
de 15 mg ao dia. 
B os valores de circunferência abdominal e IMC colocam a paciente em situação de aumento de 
risco cardiovascular. 
C pelo cálculo do IMC, a paciente é classificada como de peso adequado, não necessitando 
intervenção medicamentosa. 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 21 
 
D existe indicação para uso de inibidor da enzima de conversão, pelo risco de progressão para 
hipertensão arterial sistêmica. 
 
Comentário: 
Sabemos que a síndrome metabólica eleva o risco de mortalidade cardiovascular. Ela pode ser 
definida a partir do achado de três dos cinco critérios diagnósticos: (1) circunferência abdominal 
maior do que 88 cm em mulheres ou 102 cm no homem; (2) pressão arterial maior ou igual a 130 
mmHg de sistólica ou 85 mmHg de diastólica; (3) triglicerídeos maior ou igual a 150 mg/dl; (4) HDL 
menor do que 50 mg/dl em mulheres ou menor do que 40 mg/dl em homens e (5) glicemia de jejum 
maior ou igual a 100 mg/dl. No caso apresentado acima, a paciente apresenta uma circunferência 
abdominal alterada (maior do que 88 cm) e uma PAS de 130 mmHg, fechando no momento os dois 
critérios clínicos para SM, sem disponibilidade de exames laboratoriais. Sabemos que o IMC não 
entra como critério diagnóstico de síndrome metabólica, mas temos um risco cardiovascular 
aumentado já a partir do sobrepeso, quando comparamos com indivíduos eutróficos - alternativa B 
correta. Nossa paciente apresenta um sobrepeso, considerando o IMC de 29,7. O IMC normal vai até 
24,9 kg/m2 - alternativa C incorreta. Em todas as situações, o tratamento não farmacológico deve 
ser iniciado primeiramente. O tratamento farmacológico só está indicado a partir do IMC maior ou 
igual a 30 kg/m2 (a partir da obesidade grau I), ou maior do que 27 kg/m2 associado a 
comorbidades, sem resposta ao tratamento não farmacológico prévio - alternativa A incorreta. A 
pré-hipertensão apresentada pela paciente deve ser manejada com tratamento conservador e 
medidas comportamentais inicialmente, sem necessidade de uso de anti-hipertensivos no momento 
- alternativa D incorreta. Resposta correta: B. 
Avaliação do risco cardiovascular 
Definição: O risco cardiovascular global é o risco obtido pela presença e interação de todos os fatores 
de risco num indivíduo. A presença simultânea de vários fatores de risco tem um efeito sinérgico 
e multiplicativo. Eles interagem e potenciam-se, pelo que o risco cardiovascular global é muito mais 
do que a soma do risco dado por cada um dos fatores isolados. 
Estratificação do risco cardiovascular: é realizado por meio de um escore, a SBC recomenda o escore 
de risco global. Existem os seguintes escores: 
o Escore de framingham; 
o ASCVD risk estimator plus (AHA) : 
 Risco cardiovascular em 10 anos; 
 Baixo < 5%; 
 Limítrofe: 5 a 7,4%; 
 Intermediário: 7,5 a 19,9%; 
 Alto risco ≥ 20%. 
o SCORE (Europa) 
o Escore ER 2020 (SBC) 
 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 22 
 
 
Quando deve ser feita a estratificação: 
o 20 a 39 anos: 
 Na 1° consulta; 
 Recalcular a cada 4 a 6 anos. 
o 45 a 75 anos: 
 Na 1° consulta; 
 Recalcular nas consultas subsequentes; 
 Utilizar dados das consultas anteriores. 
Prevenção de DCV: 
o Medidas não farmacológicas: 
 Priorizar: vegetais, frutas, grãos e proteínas (peixes); 
 Evitar: gorduras trans, industrializados, carne vermelha e refrigerantes; 
 Cessar tabagismo; 
 Atividade física moderada, cerac de 150 min/semana; 
 Atividade física anaeróbica. 
o Medidas farmacológicas: 
 Estatinas: 
 LDL> 190 mg/dL; 
 Alto risco; 
 DM+ 40 a 75 anos (estatina de moderada intensidade, mas se houver múltiplos FR usa 
a estatina de alta intensidade); 
 Risco intermediário: individualizar, estatina de intensidade moderada; 
 Diminui LDL em 30%; 
 Se o paciente for > 75 anos: deve individualizar o tratamento e discutir expectativa de 
vida. 
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
anacl
Realce
Ana Clara Silva Freitas 23 
 
 
 Antidiabéticos orais: são inibidores de SGLT2 
 Empagliflozina; 
 Dapagliflozina; 
 Canagliflozina. 
 AAS: a AHA e ESC recomendam não utilizar devido ao alto risco de sangramento 
 
 
 Caso clínico: 
Um homem sedentário de 36 anos não é tabagista nem hipertenso (PAS 120 mmHg). Possui 
sobrepeso (índice de massa corporal de 29 kg/m²). Não tem nenhuma doença, nem faz uso de 
qualquer medicação. Como se considera "acima do peso", estava preocupado com a "gordura no 
sangue" e procurou o serviço de pronto atendimento do convênio de sua empresa. O médico que o 
viu solicitou exames laboratoriais. Retornou alguns dias depois no mesmo serviço para checar seus 
exames: colesterol total 252 mg/dL, LDL 165 mg/dL, HDL 38 mg/dL, triglicéridos 245 mg/dL e 
glicemia de jejum 98 mg/dL. Recebeu recomendações gerais de dieta, atividade física e uma 
prescrição de sinvastatina 20 mg/dia. Fez uso da medicação, porém não implementou modificações 
de estilo de vida. Três meses depois de iniciar a sinvastatina, ainda assintomático, mantinha o 
mesmo IMC e seus exames laboratoriais de controle foram: colesterol total 222 mg/dL, LDL 135 
mg/dL, HDL 39 mg/dL, triglicérides 240 mg/dL e glicemia de jejum 128 mg/dL, hemoglobina 
glicada (HbA1c) 6.0%. Frente a esta evolução, qual seria a melhor conduta neste caso? 
 
A Manter a dose de sinvastatina em 20 mg/dL, não iniciar metformina, intensificar recomendações 
nutricionais e de atividade física, retorno em 3 meses. 
Ana Clara Silva Freitas 24 
 
B Aumentar a dose de sinvastatina para 40 mg/dL, não iniciar metformina, intensificar 
recomendações nutricionais e de atividade física, retorno em 3 meses. 
C Aumentar a dose de sinvastatina para 40 mg/dL, iniciar metformina 500 mg/dia, intensificar 
recomendações nutricionais e de atividade física, retorno em 3 meses. 
D Suspender a sinvastatina, não iniciar a metformina, intensificar recomendações nutricionais e de 
atividade física, retorno em 3 meses. 
 
Comentário: 
O paciente em questão enquadra-se em um baixo risco cardiovascular, necessitando primeiramente 
um tratamento não medicamentoso com mudança de estilo de vidae retornar em 3 meses para 
avaliar a necessidade de introduzir medicamentos. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: 
INCORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: CORRETA. Resposta correta, letra . D 
Ansiedade 
Esse tema é abordado na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). 
 
Definição: A ansiedade é caracterizada como um transtorno mental quando s e torna uma emoção 
desagradável e incômoda, que surge sem um estímulo externo ameaçador definido ou proporcional 
para explicá-la. Nesses casos, intensidade, duração ou frequência são desproporcionais, causam 
sofrimento ao sujeito e estão associadas a prejuízo no desempenho social ou profissional. 
Epidemiologia: 
o O Brasil tem a maior população afetada; 
o A distribuição é equivalente entre os sexos, exceto em: fobias específicas, transtorno de estresse 
pós-traumático e transtorno do pânico, essas são mais frequente no sexo feminino; 
Ana Clara Silva Freitas 25 
 
o Ocasiona menor produtividade, maior utilização de serviços de saúde; 
o Maior risco para suicídio; 
o Maior risco para dependência química; 
Sinais e sintomas: 
 
Papel do MFC: 
o Abordagem integral do paciente; 
o Acompanhamento longitudinal; 
o Rastreio quando indicado. 
Rastreamento: 
o Pacientes com sintomas físicos sem explicação médica; 
o Pacientes que pareçam ansiosos: medo, apreensão, alteração no comportamento; 
o Pacientes que passaram por uma situação de estresse importante; 
o Pacientes que hiperutilizam o serviço da saúde; 
o Pacientes tabagistas que façam uso de psicotrópicos, álcool e/ou outras drogas; 
o É realizado por meio de um teste com perguntas relacionadas aos sintomas do transtorno. 
Avaliação clínica: 
o Anamnese completa que busque: detectar ansiedade patológica, avaliar o impacto sobre o 
paciente, buscar gatilhos estressores, etc.; 
o Exames complementares: descartar doenças de base, uso racional de acordo com os sontomas e 
histórico do paciente; 
Classificação: 
A TAG abrange diversos transtornos, entre eles: fobia social/agorofobia, fobia específica, transtornos 
somatoformes, mas os mais comuns são: 
o Transtorno do pânico; 
 É mais comum na adolescência e início da vida adulta; 
 Alteração comportamental secundária; 
 Ansiedade paroxística episódica; 
 Sintomas intensos, mas autolimitados (aproximadamente 10 min); 
 Aterrorizante: sensação de medo e desespero; 
Ana Clara Silva Freitas 26 
 
 Sensação de morte; 
 Sintomas físicos assiciados 
o TOC: 
 Tem que interferir nas atividades diárias do paciente; 
 Pelo menos 1h por dia; 
 Causa sofrimento; 
 Pensamento obsessivo; 
 Ato compulsivo; 
 Medo de contaminação; 
 Dúvidas excessivas. 
o TAG: 
 As características principais desse transtorno são ansiedade e preocupação persistente 
e excessiva acerca de vários domínios, incluindo desempenho no trabalho e escolar, que 
o indivíduo encontra dificuldade em controlar. Além disso, são experimentados sintomas 
físicos, incluindo inquietação ou sensação de “nervos à flor da pele”, fatigabilidade; 
dificuldade de concentração ou ter “brancos”, cefaleia, tensão muscular e perturbação do 
sono. 
 Início insidioso; 
 Sintomas oscilam ao longo do tempo; 
 Não ocorre na forma de ataques; 
 Não precisa ter gatilhos; 
 Preocupação desproporcional. 
Tratamento: 
o Geral: 
 Psicoeducação é fundamental; 
 Maior parte pode ser feita na APS; 
 Tratamento centrado no paciente 
o Psicoterapia: 
 Quadros leves; 
 Pode ser associada com tratamento farmacológico; 
 TCC é a que apresenta maior evidência de benefício. 
o Medicamentosos: 
 1° escolha: ISRS, ISRSN; 
 Antidepressivos tricíclicos (maiores efeitos adversos); 
 Latência para o efeito terapêutico: duração de 6 a 18 meses. 
Ana Clara Silva Freitas 27 
 
 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 28 
 
Quando referenciar: 
o Dificuldade no diagnóstico; 
o Caso refratário (tratamento > 8 semanas); 
o Caso associado a transtorno por uso de substâncias (grave); 
o Caso associado a transtorno de humor bipolar. 
 Caso clínico: 
Mulher, 21 anos, dá entrada em pronto-socorro com queixa de falta de ar, vertigem, formigamento 
nos lábios, boca seca, dizendo estar com medo de perder o controle. Essas manifestações duram 
algo em torno de 05 a 10 min, e têm se repetido nos últimos 02 meses. Como dado positivo do 
exame clínico ela apresenta, também, agitação psicomotora. Nega o uso de substâncias psicoativas 
e não há outros dados positivos nem na anamnese nem no exame físico. Qual o diagnóstico e o 
tratamento? 
 
A Fobia Social – psicoterapia cognitiva, antidepressivos tricíclicos 
B Síndrome de Abstinência – benzodiazepínicos e reposição de eletrólitos 
C Agitação Psicomotora por uso de substância psicoativa – antipsicóticos 
D Transtorno de Ansiedade Generalizada – benzodiazepínicos e acompanhamento ambulatorial 
E Crise de Pânico – benzodiazepínicos e acompanhamento ambulatorial 
 
Comentário: 
Alternativa 5 – crise de pânico. Nesta crise são comuns sintomas como: taquicardia, calafrios, 
tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamentos em membros 
e/ou lábios. Sinais e sintomas relatados e encontrados na paciente. Essas crises também possuem 
início abrupto e com duração entre 5 e 10 minutos. Pode ser desencadeada por estar em 
aglomerados e congestionamentos no trânsito, por exemplo. Como tratamento é indicado uso de 
benzodiazepínicos e acompanhamento psiquiátrico ambulatorial. O quadro de ansiedade 
generalizada caracterizase pela presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, 
por pelo menos seis meses. O paciente queixase de angustia intensa, tensão, preocupação, 
nervosismo, insônia e irritabilidade. São também comuns sintomas físicos como cefaleia, dores 
musculares, dores ou queimação no estômago, taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria. 
Esses sintomas não foram encontrados na paciente, afastando o quadro de ansiedade generalizada. 
Sobre a fobia social, muitos sinais e sintomas são parecidos, porém não há relatos de medo do 
convívio social, ansiedade de estar em público, “gagueira”, tremores ou dificuldade de se relacionar 
em grupo, de maneira geral esses são os principais fatores que desencadeiam os quadros. Neste 
caso, aparentemente não há síndrome de abstinência ou agitação psicomotora por uso substância 
psicoativa, pois são sinais e sintomas pontuais, com duração de poucos minutos, além da paciente 
negar uso de tais substâncias (Dalgalarrondo, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 29 
 
Depressão 
Definição: A depressão é um transtorno mental de curso crônico e recorrente, que geralmente 
ocorre associada a outras condições mentais, neurológicas e por uso de substâncias, assim como 
condições físicas. Embora sua fisiopatologia seja complexa e de origem multifatorial, sua 
manifestação clínica consiste em uma síndrome bem definida. Seus sintomas envolvem alteração 
no humor, na cognição, sintomas comportamentais e neurovegetativos. 
Epidemiologia: tem grande impacto no trabalho e no sistema de saúde, segundo estudos, em 2030 será 
a principal causa de incapacidade funcional no mundo. É o transtorno com maior risco para suicídio. 
Fisiopatologia: 
o Genética; 
o Personalidade; 
o Fatores biológicos; 
o Contexto socioambiental. 
Avaliação clínica: 
o Anamnese: buscar sintomas desproporcionais; avaliar a persistência dos sintomas; avaliar 
prejuízo funcional e fisiológico; 
o Devem ser avaliados os sintomas e o risco de suicídio em toda consulta; 
o Avaliar histórico de mania; 
o Avaliar condições de saúde crônicas e demência: 
 Considerar usar a escala 10 point cognitive screener. 
o Avaliar uso de álcool/drogas; 
o Avaliar efeitos adversos e estressores em todas as consultas; 
o Realizar planejamento familiar; 
o Exames complementares: para descartar doenças de base, a pesquisa seve ser feita de acordo ao 
quadro sintomatológico do paciente; 
Sinaise sintomas: 
 
Rastreamento: 
o Eventos estressores recentes, em especial perda de pessoas queridas; 
o Desemprego / Baixo suporte psicossocial; 
o Violência doméstica; 
o Uso exagerado dos serviços de saúde; 
o Sintomas físicos sem explicação; 
Ana Clara Silva Freitas 30 
 
o Outros transtornos psiquiátricos comórbidos; 
o Episódio prévio de depressão; 
o Maus tratos e negligência na infância; 
o História de outro transtorno mental, especialmente de transtorno por uso de substâncias; 
o Condição clínica crônica, especialmente doença cardiovascular, diabetes e doenças neurológicas; 
o Mudanças hormonais (ex. gestação, puerpério e 
menopausa). 
o Rastreamento PHQ-2: 
 Sensibilidade: 96-97% 
 Especificidade: 57-67% 
 Se profissional não medico → PHQ-2 > 2 
pontos, encaminhar para avaliação 
médica 
 Se profissional médico → PHQ-2 > 2 
pontos, proceder com o PHQ-9 ou 
critérios do DSM-V 
 
o Rastreamento –PHQ-9: 
 Serve também como triagem; 
 Desenhado para a atenção primária ; 
 Sugere o diagnóstico: 
 < 4 pontos = interromper investigação 
 5 - 8 pontos = Sintomas subsindrômicos 
 9 - 14 pontos = Episódio depressivo leve 
 15 pontos = Episódio depressivo 
moderado/grave. 
 
o Classificação: 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 31 
 
Tratamento: 
o Geral: 
 Psicoeducação é fundamental; 
 Maior parte pode ser feita na APS; 
 Tratamento centrado no 
paciente; 
 Ofertar escuta qualificada; 
 Relação de confiança; 
 Acesso facilitado / seguimento. 
o Fase aguda: 
 Primeiros 2 a 3 meses;  Diminuir ou eliminar sintomas 
depressivos. 
o Fase de manutenção: 
 Primeiros 4 a 6 meses; 
 Manter melhora; 
 Evitar recaídas. 
o Fase de continuação: 
 Período após a fase de 
manutenção; 
 Evitar recorrência; 
 Pode durar 2 anos ou mais 
o Psicoterapia: 
 Quadros leves; 
 Pode estar associada ao tratamento farmacológico; 
 TCC: eficácia moderada; 
 TIP (terapia interpessoal): tem eficiência no tratamento agudo e na prevenção de novos 
episódios 
o Depressão leve: 
 Psicoeducação; 
 Exercícios físicos; 
 Psicoterapia (TCC ou TIP); 
 Seguimento próximo; 
 Monitoramento; 
 PICs 
o Depressão moderada/grave: 
 1° escolha: ISRS 
 2° escolha: ISRSN e antidepressivos tricíclicos, 
estabilizadores de humor; 
 Se tiver episódio depressivo no transtorno bipolar: 
lítio ou valproato; 
 Se tiver sintomas psicóticos: antipsicóticos. 
Quando referenciar: 
o Casos refratários: duas estratégias farmacológicas maior ou igual a 8 semanas; 
o Episódio depressivo atual grave associado a sintomas psicóticos ou de catotonia; 
o Episódios depressivos em pacientes com episódios prévios graves; 
o Episódio depressivo com ideação suicida persistente após manejo inicial na APS.  encaminhar 
para urgência. 
 Caso clínico: 
Leia atenciosamente o caso abaixo para responder a questão: Ana Lúcia, 36 anos, casada, procurou 
seu médico de família com queixa de humor deprimido, perda de interesse em atividades 
anteriormente prazerosas, fatigabilidade, ideias de culpa, inutilidade. Quando questionada sobre o 
Ana Clara Silva Freitas 32 
 
futuro, referiu extremo pessimismo, pois não se julgava apta a continuar lecionando Literatura (seu 
ofício há 12 anos) e, por isso, nutria excessiva culpa. Relatou também alteração do sono e perda do 
apetite. Ana Lúcia refere episódio depressivo anterior aos 18 anos. Seu pai apresenta história de 
transtorno bipolar e sua mãe transtorno de ansiedade generalizada. Dr. Fabrício, médico de família 
e comunidade, ao abordar integralmente o caso de Ana Lúcia, deve levar em consideração, como 
pilares da abordagem à depressão, exceto: 
A O diagnóstico de depressão é um importante fator de risco para o suicídio; 
B A presença de risco de suicídio em um paciente deprimido é considerada uma indicação de 
internação psiquiátrica quando estiver associado à psicose; 
C A presença de risco de suicídio em um paciente deprimido é considerada uma indicação de 
internação psiquiátrica quando estiver associado à ausência de suporte social; 
D A presença de sintomas fundamentais para o diagnóstico da depressão exclui a possibilidade de 
o episódio depressivo ser um sintoma de uma doença médica associada ou o efeito colateral de 
medicamentos. 
 
Comentário: 
A depressão é um transtorno de humor que se caracteriza por humor deprimido e/ou perda de 
interesse ou prazer. Dura pelo menos duas semanas e pode incluir alterações no apetite e peso, 
alterações no sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e 
tomar decisões e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. Alternativa A: INCORRETA. O 
diagnóstico de depressão é um importante fator de risco para o suicídio. Tanto que pensamentos 
recorrentes de morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio 
ou plano específico para cometer suicídio consistem em um dos critérios diagnósticos para o 
transtorno depressivo maior. Alternativa B: INCORRETA. Pessoas com psicose e depressão com 
risco de suicídio têm chances muito altas de concretização da ideação suicida, portanto, é uma 
indicação de internação psiquiátrica. Alternativa C: INCORRETA. Pessoas com depressão com risco 
de suicídio e ausência de suporte social também têm chances muito altas de concretização da 
ideação suicida, sendo esta outra indicação de internação. Alternativa D: CORRETA. O episódio 
depressivo como um sintoma de uma doença médica associada ou o efeito colateral de 
medicamentos apresenta as mesmas características da depressão de causa não orgânica. Por isso, 
um dos critérios diagnósticos para transtorno depressivo maior é a exclusão de efeitos fisiológicos 
de uma substância ou de outra condição médica que possam causar o episódio. Resposta correta, 
letra D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 33 
 
Saúde do Homem- PNAISH 
PNAISH: objetiva facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina às ações e os 
serviços de assistência integral à saúde da rede SUS, contribuindo para a redução da morbidade, da 
mortalidade e a melhoria das condições de saúde. 
Epidemiologia: 
o Os homens estão mais vulneráveis ás doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas; 
o Morrem mais precocemente que as mulheres; 
o Buscam menos os serviços de APS; 
o Estereótipos de gênro: doença= fragilidade. 
Eixos: 
 
Sobre o exame de próstata: 
o O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), NÃO recomenda que 
se realize o rastreamento do câncer de próstata em homens assintomáticos; 
o Fazer o rastreamento apenas se sintomas sugestivos 
• Hematúria • Sintomas LUTS • Dor, etc. 
 
Ana Clara Silva Freitas 34 
 
 Questão: 
Sobre o rastreamento de câncer de próstata, segundo o Ministério da Saúde do Brasil, é certo que 
A não acarreta risco de excesso de tratamentos. 
B não apresenta risco de excesso de diagnósticos. 
C as evidências científicas atuais demonstram que tem impacto relevante na taxa de letalidade da 
doença 
D a estratégia do teste de antígeno prostático - PSA é boa, pois este teste não produz resultados 
falso-positivos. 
E não há recomendação para sua organização em programas. 
 
Comentário: 
O rastreamento do câncer de próstata pode acarretar excesso de tratamento e excesso de 
diagnóstico. O rastreio não tem impacto na taxa de letalidade da doença e a dosagem do PSA 
(antígeno prostático) produz muitos falsos positivos, por isso não há recomendação para 
organização em programas de rastreio de acordo com a literatura, pois os riscos superam os 
benefícios. (alternativa E correta)

Continue navegando