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50- DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DO RECÉM-NASCIDO

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Doenças Respiratórias do Recém-nascido
Desconforto Respiratório Adaptativo (DRA)
● Introdução:
○ Iniciar e manter a respiração
■ Logo após o nascimento
● RN terá poucos segundos para iniciar e manter a sua
respiração
● transição
○ água → ar - aumento da capacidade residual
funcional
○ aumento fluxo sanguíneo → queda da P pulmonar
■ troca de gases efetiva
● é comum apresentarem falha em alguma dessas etapas,
provocando desconforto respiratório precoce (logo após o
nascimento)
● CAI NA PROVA:
○ Boletim de Silverman-Anderson:
■ reconhecer e classificar o desconforto respiratório
0 = eupneico
10 = desconforto intenso (> ou = 5 é moderado - considerado algum
suporte ventilatório)
● Manejo inicial:
○ Estabilização clínica:
■ 1- aquecer: incubadora / berço aquecido
■ 2- monitorização contínua - SatO2 + FC + FR + padrão respiratório
■ 3- avaliar fatores de risco para sepse + hipoglicemia + malformações
■ 4- ofertar O2 inalatório → vasodilatação pulmonar
■ 5- manter glicemia normal → dieta VO / SOG versus soro
■ se houver melhora progressiva em < 6 horas de vida, sem
necessidade de suporte ventilatório = desconforto respiratório
adaptativo
● passar para berço comum + liberar para alojamento conjunto,
se aceitar bem SM
○ não há necessidade de solicitar RX de tórax.
Taquipnéia Transitória do Recém-nascido
● Introdução:
○ Retardo na absorção do líquido pulmonar após o nascimento:
■ período canalicular (17 sem) - epitélio respiratório secreta líquido no
interior dos pulmões em desenvolvimento
● exerce pressão de distensão sobre as VAs, estimulando seu
desenvolvimento distal (ácico - bronquíolos respiratórios +
sacos alveolares)
■ Final da gestação: produz 25 - 30 ml/kg/dia de líquido
■ 2 semanas antes do parto - cessa produção e secreção do líquido
● antes do nascimento - reabsorve 70% do líquido
● passagem canal do parto - reabsorve até 10% do liquído
● restante absorvido por linfáticos + capilares pulmonares após
nascimento
○ Situações que retardam a absorção do líquido pulmonar após o nascimento:
■ idade gestacional menor do que 39 semanas
■ cesárea eletiva fora de trabalho de parto
■ asfixia perinatal
■ diabetes e asma materna
■ policitemia
● Diagnóstico:
○ Clínica:
■ taquipneia importante - primeiras horas após nascimento
● dispneia leve
● melhora geralmente com 24 - 48 HV
■ dessaturação variada
○ RX de tórax:
● Tratamento:
○ Evolução benigna:
■ habitualmente, resolução espontânea em 2 - 3 dias
■ comum precisar de O2 inalatório
■ ocasionalmente, requer suporte ventilatório não invasivo
Síndrome do Desconforto Respiratório do RN
● Introdução:
○ Deficiência quantitativa ou qualitativa do surfactante pulmonar:
■ Doenças respiratórias mais comum do prematuro (< 34 semanas):
● inversamente proporcional à IG
■ Fatores de risco:
● prematuridade
● filhos de mãe com diabetes
● asfixia perinatal
● mecônio + hemorragia pulmonar
● Surfactante pulmonar:
○ Produção:
■ inicia a partir da 20ª semanas - pneumócitos tipo 2
■ pico a partir da 35 semana
○ Composição:
■ 90% - fosfolípides: dipalmitoilfosfatidilcolina
■ 10% - proteínas:
● SP-A / D - hidrossolúveis: ações imunológicas
● SP-B / C - hidrofóbicas: reduz tensão superficial alveolar
○ Redução da tensão superficial alveolar:
■ aumento da capacidade residual funcional
■ auxilia na transição da circulação fetal-neonatal
● Fisiopatologia:
○ deficiência de surfactante aumenta tensão superficial alveolar
○ maior permeabilidade endotelial → edema → inativação
○ reduz complacência pulmonar (<< elástico) - << CRF
○ efeito shunt - áreas atelectásicas, porém perfundidas
○ desconforto respiratório progressivo
○ hipoxemia + acidose respiratória (hipercapnia)
● Diagnóstico:
○ clínico:
■ desconforto respiratório progressivo nas primeiras horas de vida
■ suporte ventilatório - CPAP / EPAP / PEEP > 7 cm H2O + Fi > 0,3 -
0,35
○ Laboratorial:
■ acidose respiratória: pCO2 > 60 mmHg
○ RX de tórax:
● Tratamento:
○ suporte ventilatório: CPAP / EPAP / PEEP - aumento capacidade residual
funcional
○ surfactante exógeno:
■ precoce: não indicado
■ terapêutico:
● precoce: primeiras 2 HV → ideal
● tardio: após 2 HV
■ dose: 100 - 200 mg/kg/dose → intratraqueal (invasivo ou não)
■ retratamento - 6 a 12 horas → máximo 3 doses até 48 HV
○ Desmame ventilatório imediato: risco síndrome de escape de ar
Hipertensão Pulmonar Persistente do RN
● Introdução:
○ Persistência do padrão de circulação fetal:
■ hipoxemia grave e refratária por diminuição do fluxo sanguíneo
pulmonar (pressão pulmonar aumentada) e shunt D-E pelo canal
arterial (pressão sistêmica diminuída)
○ Doenças associadas:
■ SDR
■ SAM
■ hipoplasia pulmonar - hérnia diafragmática congênita
■ cardiopatias congênitas
■ sepse / pneumonia
■ asfixia perinatal
● Fisiopatologia:
○ diminuição produção endotelial de NO e aumento de endotelina
■ vasoconstrição pulmonar persistente
● IMPORTANTE:
○ Diagnóstico:
■ Desproporção entre gravidade da hipoxemia e o grau de desconforto
respiratório:
● saturação cai bruscamente sem muito desconforto
● labilidade a qualquer manipulação
● diferença de saturação pré + pós ductal > ou = 5%
■ Rx de tórax:
○ Ecocardiograma:
■ PADRÃO OURO
● shunt D-E pelo canal arterial
● avaliar PSAP
● avaliar contratilidade miocárdica
● Tratamento:
○ Medidas gerais:
■ manipulação mínima
■ reduzir estímulos sonoros + auditivos
■ sedação - analgesia
■ suporte ventilatório → recrutar alvéolos (VAFO)
■ tratar doenças de base
○ Vasodilatação pulmonar:
■ NOi - 20 ppm
■ milrinona - inibidor fosfodiesterase 3
■ sildenafila - inibidor fosfodiesterase 5
Síndrome da Aspiração de Mecônio
● Fisiopatologia:
○ Sofrimento fetal:
■ hipoxemia → liberação de mecônio intraútero
● gasping
○ entrada de mecônio nas vias áreas
● obstrução → mecanismo válvula versus atelectasia
○ >> CRF + baro/volutrauma → escape de ar
○ << CRF → atelectasia
● inflamação:
○ pneumonite química + necrose
○ vasoconstrição pulmonar → HPPN
○ inativação do surfactante pulmonar → << CRF
● Aspiração de líquido meconial intraútero - obstrução vias áreas + HPPN:
○ Incidência: ocorre em 1 - 2% dos bebês com mecônio
○ Mortalidade: 35 - 60% nos casos graves, que requerem VM e evoluem para
HPPN
○ Grupos de riscos:
■ RN com > 40 semanas
■ asfixia neonatal → SFA
● Diagnóstico:
○ Clínico:
■ desconforto respiratório de início precoce + progressivo
■ cianose
■ se não houver complicações, gradualmente absorvido com resolução
do quadro em 5 - 7 dias
○ RX de tórax:
● Tratamento:
○ Inespecífico:
■ ATB - diferencial de pneumonia
■ suporte ventilatório - díficil ventilar (heterogêneo) - VAFO
■ NOi - se HPPN
■ surfactante exógeno - se suspeita de inativação
Apneia da Prematuridade
● Introdução:
○ Definição:
■ pausa respiratória > 20 segundo OU
■ por < tempo com repercussão (bradicardia + cianose + queda da
saturação)
○ Início:
■ a partir do 2º dia de vida: mais precoce quanto menor a IG
○ Etiologia:
■ central: inativação do centro respiratório → ausência movimentos
respiratórios
■ obstrutiva: interrupção do fluxo aéreo na faringe → apresenta
movimentos respiratórios
■ mista: maioria (50 - 75%) - obstrução → central
● IMPORTANTE:
○ Poligrafia ou Polissonografia auxiliam no diagnóstico:
■ episódios de apneia
■ grau de maturidade do SNC
● casos de dúvida - exemplo PT tardio ou RNT precoce
● Tratamento:
○ Xantinas (cafeína ou Teofilina) → antagonistas de adenosina
■ ataque 20 mg/kg → manutenção 10 mg/kg até 34 a 36 semana IG
● estimulam centro respiratório
● aumentam sensibilidade aos receptores de CO2
● diminuem depressão respiratória por hipóxia
● potencializa contração diafragmática → aument VM
■ CPAP / NIPPV
● fluxo inspiratório dilata faringe → estimula drive respiratório

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