Entrevista psicológica

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I EM PSICOLOGIA 
SDE3820
PROFESSOR: PAULO COGO, DOUTOR.
CURSO DE PSICOLOGIA
UNIDADE I
ENTREVISTA PSICOLÓGICA
ENTREVISTA PSICOLÓGICA
Constitui, ao mesmo tempo, um dos principais instrumentos ou ferramentas, processos, técnicas e competências essenciais para a atuação qualificada e eficaz do psicólogo.
Deve estar baseada nas teorias e métodos autorizados pela Psicologia Científica brasileira, bem como nos princípios e orientações do Código de Ética Profissional do Psicólogo Brasileiro.
ENTREVISTA PSICOLÓGICA
O QUE É?
É um processo integrante de todas as práticas psicológicas e uma competência essencial da atuação do psicólogo.
Trata-se de um recurso de utilização longitudinal, ou seja, que realiza-se ao longo de todo o processo psicológico, e que deve ter um objetivo específico de acordo com a área, prática e momento em que é utilizada.
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Consiste na competência de fazer perguntas, a partir de um sistema de referência técnico-científico da Psicologia (Escola, Sistema, Abordagem, área, prática, método e metodologia, respeitando os princípios que regem o Código de Ética.
ENTREVISTA PSICOLÓGICA
Saber entrevistar é uma competência essencial para se tornar um bom psicólogo, que ocorre de diferentes formas em diferentes formas nas em diferentes momentos das diferentes práticas psicológicas, objetivando obter informações sobre o caso e sua demanda.
A qualidade da entrevista possibilita ao psicólogo acompanhar o caso com rigor, auxiliando no planejamento, intervenções e possíveis encaminhamentos.
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CONCEITO
“A entrevista psicológica é uma relação, com características particulares, que se estabelece entre duas ou mais pessoas. O específico ou particular dessa relação reside em que um dos integrantes é um técnico da psicologia que deve atuar nesse papel, e o outro ou os outros, necessitam de sua intervenção técnica.
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Porém, isso é um ponto fundamental, o técnico não só utiliza em entrevista seus conhecimentos psicológicos para aplicá-los ao entrevistado, como também esta aplicação se produz precisamente através de seu próprio comportamento no decorrer da entrevista.
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Para sublinhar o aspecto fundamental da entrevista poder-se-ia dizer, de outra maneira, que ela consiste em uma relação humana na qual um dos integrantes deve procurar saber o que está acontecendo e deve atuar segundo esse conhecimento.
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A realização dos objetivos possíveis da entrevista (investigação, diagnóstico, orientação, etc.) depende desse saber e da atuação e acordo com esse saber” (Bleger, 1998).
BLEGER, José. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
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FUNÇÕES
Coletora – obter informações sobre a história pessoal, educacional, profissional e familiar do atendido, bem como sobre a demanda e suas motivações.
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Motivadora – estabelecer uma relação positiva, baseada na confiança e no sigilo, capaz de criar as condições favoráveis à mudança, conhecimento e clarificação dos problemas e expectativas apresentados pelo atendido.
Terapêutica - dotar o atendido de estratégias de intervenção psicológica.
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TIPOS
Existem vários critérios para classificar os diferentes tipos de entrevista, tais como:
De acordo com a estrutura ou forma;
De acordo com a abordagem;
De acordo com o a prática psicológica e seu objetivo;
De acordo com o momento da prática psicológica, etc.;
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DE ACORDO COM A ESTRUTURA, FORMA OU GRAU DE ESTRUTURAÇÃO
Existem cinco elementos em uma entrevista que definem sua maior ou menor estruturação:
As perguntas;
As respostas;
A sequência de aplicação;
O registro e a elaboração da informação;
A a interpretação da informação.
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Em função do grau de estruturação da entrevista podemos falar, pelo menos de três níveis ou graus de estruturação:
Estruturada (ou Fechada): as perguntas e as respostas geralmente são fechadas (ou seja, as perguntas apresentam opções de resposta já preenchidas para o respondente escolher) e a sequência de aplicação da entrevista é predeterminada.
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As perguntas fechadas têm diversas formas, incluindo: múltipla escolha, menu suspenso, caixas de seleção e perguntas de classificação.
Múltipla escolha é um tipo de pergunta simples e fechada que possibilita que os respondentes selecionem uma resposta de uma lista definida de opções.
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A pergunta de Menu suspenso é do tipo fechada e permite que os respondentes escolham uma resposta em uma lista de opções apresentadas em um menu suspenso.
Caixas de seleção é um tipo de pergunta simples e fechada que possibilita que os respondentes selecionem várias respostas em uma lista definida de opções.
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A pergunta de Classificação solicita que os respondentes comparem itens, classificando-os em ordem de preferência. Na seção "Analisar respostas", uma classificação média é calculada para cada opção de resposta, permitindo avaliar rapidamente qual foi a opção de resposta mais selecionada.
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Esses tipos não permitem respostas únicas nem inesperadas. Em vez disso, os respondentes precisam escolher uma das opções pré-selecionadas 
Este tipo de apresenta uma serie de deficiências relacionadas com o estabelecimento do rapport com o entrevistado.
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Entrevista Semi-Estruturada (ou Semi-Aberta): o entrevistador trabalha com uma série de perguntas abertas pré-estabelecidas ou com um esquema definido.
No decorrer da entrevista pode incluir outros aspectos que considere relevantes.
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Entrevista Não Estruturada (ou Aberta, ou em Profundidade: o entrevistador atua sem um guia predefinido e tem a total liberdade para explorar as áreas que considere mais importantes.
A eficácia desse tipo de entrevista depende da competência do entrevistador.
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A grande vantagem deste tipo de entrevista é que pode-se ir adaptando às necessidades específicas de cada atendido e caso.
No entanto, como principal desvantagem existe o risco do entrevistador deixar de explorar áreas importantes necessárias em práticas mais psicológicas mais estruturadas, tais como a área da Avaliação Psicológica.
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DE ACORDO COM A ABORDAGEM
Psicodinâmica
Fenomenológica
Cognitivo-comportamental
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DE ACORDO COM O A PRÁTICA PSICOLÓGICA E SEU OBJETIVO
Avaliação Psicológica
Psicodiagnóstico
Entrevista de Seleção Profissional
Entrevista de Orientação Vocacional
Entrevista de Orientação Profissional
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DE ACORDO COM O MOMENTO DA PRÁTICA PSICOLÓGICA
Entrevista inicial
Entrevista da triagem
Entrevista anamnésica
Entrevista devolutiva
Entrevista com familiares ou responsáveis
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ENTREVISTA ANAMNÉSICA
Recolhe e explora áreas mais abrangentes da história de vida atual e passada do cliente, com especial ênfase na gênese e evolução dos problemas que apresenta, e nos recursos do sujeito.
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ROTEIRO DE ENTREVISTA ANAMNÉSICA
O roteiro para sua execução pode sofrer algumas poucas variações, em função daquilo a que se propõe.
A estrutura básica é a da anamnese médica clássica, onde deve constar:
A identificação do paciente;
O motivo da consulta ou queixa que o traz ao médico ou terapeuta;
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A história da doença atual;
A história pessoal;
A história familiar (estas duas poderão vir sob o mesmo título – “História Pessoal e Familiar”);
A história patológica pregressa;
Um exame psíquico;
Uma súmula psicopatológica;
Uma hipótese de diagnóstico nosológico.
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Além disso, após a anamnese propriamente dita, é possível constar uma proposição de uma hipótese psicodinâmica, um planejamento para que se conduza o caso e uma breve descriçãoda atuação terapêutica junto ao paciente em questão.
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ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA – A HERANÇA DO MODELO BIOMÉDICO NA PSICOLOGIA
É a Philippe Pinel (1745-1824) que se deve o nascimento da Psiquiatria Clínica.
Ele foi o primeiro médico que buscou integrar no mundo asilar uma abordagem humanista que se traduziu pela supressão das correntes dos doentes mentais e pela proposta de “conversar” com aqueles que eram chamados “loucos”.
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Foi uma ideia revolucionária para a época e que levou a uma mudança na concepção que se tinha da loucura.
A entrevista psicológica está hoje ainda muito impregnada dessa tradição médica, orientando de forma particular a sua natureza, os seus objetivos e as suas modalidades, tendo por objetivos identificar as perturbações psicopatológicas (fase diagnóstica) e determinar a conduta a seguir (fase terapêutica). 
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DIFERENÇAS ENTRE A ENTREVISTA CLÍNICA PSIQUIÁTRICA E A ENTREVISTA CLÍNICA PSICOLÓGICA 
Existem pelo menos duas diferenças essenciais entre a entrevista clínica psiquiátrica e psicológica, podendo as duas abordagens, no entanto, ser complementares quando necessário.
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O psiquiatra baseia-se em elementos clínicos aparentes (sinais e sintomas) para estabelecer um diagnóstico, referenciando-o seguidamente a um sistema nosográfico.
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Já o psicólogo, por seu lado, tenta antes conhecer o funcionamento psicológico de um indivíduo, tentando situar as condutas observadas num contexto (história pessoal e familiar do sujeito, elementos de personalidade, modalidades de relacionamento com o meio, representações mentais, etc.); aqui a referência é o próprio sujeito;
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O psiquiatra inscreve a entrevista clínica num procedimento terapêutico (pré-existente e possível), enquanto o procedimento do psicólogo não é terapêutico no sentido médico do termo (ausência de prescrições a priori); ela tem antes de tudo uma função de ajuda, de aconselhamento e de intervenção psicológica, que pode levar a modificações positivas no indivíduo em sofrimento.
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ETAPAS
Preparação/Planejamento
Aplicação/Execução (incluindo o acolhimento e o rapport - desenvolvimento de um ambiente adequado que facilite a troca de informação)
Encerramento
Avaliação
Devolutiva
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COMPETÊNCIAS PARA ENTREVISTAR
1ª. Estar presente, no sentido de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder escutá-lo sem a interferência de questões pessoais; 
2ª. Ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho;
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3ª. Facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda;
4ª. Buscar esclarecimento para colocações vagas ou incompletas;
5ª. Gentilmente, confrontar esquivas e contradições;
6ª. Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista;
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7ª. Reconhecer defesas e modos de estruturação do sujeito, especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador (transferência); 
8ª. Compreender seus processos contratransferênciais; 
9ª. Assumir a iniciativa em momentos de impasse;
10ª. Dominar as técnicas que utiliza.