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- Períneo Feminino e Gravidez - | #2 Módulo | Anatomia do Períneo Feminino O períneo é uma região em formato de losango posicionada inferiormente ao assoalho pélvico, entre as coxas. Limite periférico: abertura inferior da pelve. Teto: diafragma pélvico (músculos levantadores do ânus e isquiococcígeo). Paredes laterais: paredes da cavidade pélvica. O períneo é dividido por uma linha imaginária que atravessa os dois túberes isquiáticos em trígono urogenital anterior e trígono anal posterior. A região superficial do períneo contém três pares de músculos: o isquiocavernoso (cobrem os pilares do clitóris), o bulboesponjoso (associado aos bulbos do vestíbulo) e o transverso superficial do períneo. Vascularização do Pudendo Feminino Artéria pudenda interna: se origina como um ramo do tronco anterior da artéria ilíaca interna. Artérias retais inferiores: se originam da artéria pudenda interna no trígono anal e são responsáveis por irrigar os músculos e a pele sobre eles. Fazem anastomose com as artérias retais mediana e superior para formar uma rede de vasos que irrigam o reto e o canal anal. Artéria perineal: se origina próxima à extremidade anterior do canal do pudendo. Artérias pudendas externas: se original da artéria femoral, na coxa e irrigam a pele relacionada ao clitóris e lábios maiores do pudendo. As veias do períneo geralmente acompanham as artérias e se unem às veias pudendas internas, que se conectam à veia ilíaca interna. A exceção é a veia dorsal profunda do clitóris, que drena principalmente a glande e os corpos cavernosos. Veias pudendas externas, que drenam partes anteriores dos lábios maiores do pudendo e contribuem com a área de drenagem das veias pudendas internas, se conectam à veia femoral. Drenagem Linfática do Pudendo Feminino Vasos linfáticos das partes profundas do períneo acompanham os vasos pudendos internos e drenam, principalmente, para os linfonodos ilíacos internos. Canais linfáticos de tecidos superficiais do clitóris acompanham os vasos pudendos externos e drenam, principalmente, para linfonodos inguinais superficiais. A glande do clitóris, lábios menores do pudendo e parte terminal inferior da vagina drenam para os linfonodos inguinais profundos e linfonodos ilíacos externos. Inervação do Pudendo Feminino O nervo pudendo é o principal nervo somático do períneo. Se origina do plexo sacral e carrega fibras dos níveis espinhais S2 a S4. Apresente três ramos terminais: nervo retal inferior (inerva esfíncter anal externo e regiões relacionadas ao músculo levantador do ânus e carreia sensibilidade geral da pele do trígono anal), nervo perineal (inerva músculos esqueléticos nas regiões superficial e profunda do períneo) e nervo dorsal do clitóris (sensitivo para o clitóris), que são acompanhados por ramos da artéria pudenda interna. Abortamento Espontâneo Quando ocorre até a 20ª semana de gestação. Causas maternas: problemas de implantação, insuficiência ístmica, miomas submucosos, malformações uterinas etc. Causas fetais: anomalias genéticas e cromossômicas. Gravidez Ectópica Refere-se à gravidez que se desenvolve fora da sua localização normal, ou seja, cavidade uterina. Na grande maioria dos casos, ocorre na tuba uterina, principalmente nos terços médio e distal. Os fatores mais envolvidos são os que causam retardo na passagem do ovo pela tuba: cicatrizes tubárias, condições que aumentam a receptividade tubário, distúrbios funcionais e fatores relacionados com a própria motilidade do ovo. Na gravidez ectópica, a placenta é acreta, ou seja, implantada em leito sem decídua. A principal consequência é hemorragia, que pode resultar em abdome agudo e choque, constituindo emergência cirúrgica grave. Na suspeita clínica, a USG deve ser o método inicial de investigação juntamente com a dosagem de β-hCG. Deve-se realizar a USG via transabdominal para detectar massas volumosas e líquido livre na cavidade, sempre complementando com via transvaginal. Pode formar o característico anel tubário, que consiste em um halo de tecido circundando um centro hipoecogênico, bem como uma massa anexial amorfa ou complexa. Doença Trofoblástica Gestacional A Um grupo de condições patológicas inter- relacionadas com os níveis elevados de β-hCG. Mola hidatiforme completa (sem embrião): resulta de erro de fertilização em que um óvulo desprovido de genoma é fecundado por um espermatozoide haploide. Em seguida, o espermatozoide duplica seu conjunto de cromossomos, tornando-se 46 XX ou 46 XY. A mola completa é um produto da concepção de constituição androgenética, ou seja, só possui cromossomos derivados apenas do lado paterno. A idade materna também é fator de risco. O quadro clínico caracteriza-se por hemorragia vaginal, distensão anormal do útero e eliminação de vesículas. Hiperêmese, ovários policísticos e pré-eclâmpsia associados à altos níveis de β-hCG também podem fazer parte do quadro clínico. A principal complicação é a malignização para coriocarcinoma. Mola hidatiforme parcial (com embrião): surge em casos de triploidia, que resulta de erro de fertilização por mecanismos diferentes. Além da existência do feto anormal e dos aspectos morfológicos, o elemento que pode distinguir a MHC da MHP é o cariótipo. A MHP é triploide (69 XXY ou 69 XXX), com predomínio do componente paterno ou materno. Mola invasora: as vilosidades de tipo molar e o trofoblasto invadem a parede uterina, podendo causar hemorragia grave e perfuração do órgão. Suspeita-se do diagnóstico quando persistem hemorragia e aumento do volume uterino e dos níveis séricos de β-hCG após curetagem de mola hidatiforme. A lesão responde bem à quimioterapia. Na USG, a cavidade uterina é repleta de múltiplas áreas anecogênicas, variando em tamanho e formato, correspondendo às alterações hidrópicas das vilosidades coriônicas. Após o diagnóstico de DTG, a conduta é o esvaziamento uterino com quimioterapia, sendo realizado o acompanhamento com USG transvaginal e monitorização dos níveis de β- hCG, já que é possível haver malignização ou recorrência da doença. Coriocarcinoma Neoplasia maligna epitelial compostas por células originárias do trofoblasto com potencial de metastatizar. O citoplasma é positivo para coloração de β-hCG. É mais comum de aparecer em pacientes asiáticas e aquelas que tiveram previamente uma doença trofoblástica gestacional. USG Gestacional A USG obstétrico (realizado mensalmente): avaliação de saco gestacional, vesícula vitelínica, embrião com atividade cardíaca e movimentos fetais e membrana amniótica. USG morfológico (realizado trimestralmente): avaliação de malformações anatômicas, confirmação da vitalidade fetal, adaptação da gravidez, diagnóstico precoce de múltiplas gestações, rastreamento de pré-eclâmpsia e partos prematuros. Avaliação da transluscência nucal (acúmulo de fluído na região nucal do feto): capaz de avaliar alterações que são condizentes com trissomia do 21, 18 e 13. O ideal é que seja menor de 2,5cm.
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