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WBA0059_v2.0 Contabilidade Gerencial Custeio ABC. Custo-alvo. Planejamento e controle. Bloco 1 Nelson Bueno de Oliveira Custeio Activity Based Costing (ABC) • O custeio ABC é baseado na análise das atividades da empresa e não propriamente dos produtos. • Fundamenta-se na premissa de que são as atividades, e não os produtos, que provocam o consumo de recursos, e estas atividades, conforme são requeridas, é que formarão os custos dos produtos. • O custeio ABC leva em consideração, no cálculo do gasto unitário dos produtos, tanto os custos diretos quanto os custos indiretos e, em alguns casos, as despesas. • Para tanto, utilizam-se direcionadores. Custeio Activity Based Costing (ABC) Figura 1 - Custeio ABC - Descrição Custo total Departamento A Departamento B Departamento C Elemento de Custos EC1 Elemento de Custos EC2 Elemento de Custos EC3 Atividade 1 Atividade 2 Atividade 3 Processo de negócio 1 Processo de negócio 2 PRODUTO X PRODUTO Y Produto intermediá -rio K Produto intermediá -rio L Fatores de associação: Fatores de associação: Fonte: adaptado de Crepaldi e Crepaldi (2019, p. 317). Custeio Activity Based Costing (ABC) • O custeio ABC surge para reduzir as distorções causadas pela subjetividade, julgamento e arbitramento do rateio dos custos indiretos de fabricação. • Os sistemas produtivos, como o Just in Time e o emprego atual de muita tecnologia, em termos de robótica, Big Data, inteligência artificial e sensores de máquinas conectados à Internet, indicam a necessidade de sistemas de custeio que possibilitem avaliar em profundidade a utilidade dos gastos, com o objetivo de cortar desperdícios, melhorar serviços, avaliar iniciativas de qualidade, impulsionar o desenvolvimento contínuo e calcular, com mais precisão, os custos dos produtos. Custeio Activity Based Costing (ABC) • É um grande desafio para a Contabilidade Gerencial produzir, organizadamente, tais números para uso dos gestores no processo decisório, a fim de orientar a empresa para a eficácia. • O custeio ABC, portanto, nasce para ser um instrumento de maior precisão na busca da informação de custos, que é um insumo fundamental nas decisões empresariais. Custeio Activity Based Costing (ABC) • O custeio ABC analisa as atividades e os processos de fabricação que se utilizam dessas atividades. • Assim, permite aos gestores visualizar as causas geradoras de custos e evidenciar ineficiências, tais como processos desnecessários ou injustificadamente caros, que não agregam valor ao produto. Custeio Activity Based Costing (ABC) • Exemplos de atividades no produto café embalado: beneficiamento, classificação, torra, blend, moagem, embalagem*. • Por exemplo, podem haver três tipos de produtos, pacotes de café A, B e C. Dependendo do uso que esses produtos fazem das atividades, por intermédio de direcionadores, os custos das atividades são alocados aos produtos. * Fonte: https://www.3coracoes.com.br/materias/grupo-3coracoes- mostra-o-processo-de-producao-do-cafe-em-14-passos/. Acesso em: 8 out. 2020. https://www.3coracoes.com.br/materias/grupo-3coracoes-mostra-o-processo-de-producao-do-cafe-em-14-passos/ Custeio Activity Based Costing (ABC) • O custeio ABC, ao analisar a cadeia de valor do produto, rastreia os custos, sejam fixos ou variáveis, no intuito de reduzir o máximo possível a classificação de custos como indiretos. • O custeio ABC se propõe a tornar os gastos, no máximo possível, classificados como se fossem custos diretos alocados aos produtos, reduzindo-se a subjetividade, julgamento e arbitramento no cálculo de custos (não faz rateios). Custeio ABC. Custo-alvo. Planejamento e controle. Bloco 2 Nelson Bueno de Oliveira Custo-alvo ou Target Costing • Sobre o custo-alvo, custo-meta ou Target Costing, usualmente, se presume que, na abordagem de custos, o produto já existe e tem sido comercializado. Em muitos casos, a sequência de eventos é diferente. • Nesse outro contexto, existe um preço praticado pela concorrência no mercado e o desafio é o de desenvolver um produto que possa ser comercializado de modo lucrativo pelo preço do mercado. Custo-alvo ou Target Costing • O custo-alvo de um produto é calculado a partir do preço de venda previsto do produto, praticado no mercado e, então, os lucros desejados são deduzidos, como a seguir: Custo-alvo = preço de venda do mercado – lucros desejados. Custo-alvo ou Target Costing • A equipe de desenvolvimento do produto tem a incumbência de conceber o produto, na fase de projeto, de modo que possa ser produzido por não mais do que o custo-alvo. • A Contabilidade Gerencial tem fundamental papel, nesse sentido, ao produzir e fornecer informações que instruam todo esse trabalho. Custo-alvo ou Target Costing • As empresas não têm controle sobre o preço praticado no mercado. Portanto, o preço de mercado é uma informação existente, é um ponto fixado, no método do custo-alvo, capturada pelas áreas de marketing da empresa. • Outra característica é que a maior parte do custo de um produto é determinada na fase de projeto. Uma vez tendo sido projetado, e entrado em produção, não há muito o que fazer para reduzir seu custo de modo relevante. Custo-alvo ou Target Costing • O custo-padrão é outro conceito, diferente de custo-alvo. O objetivo é o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido idealmente. • O custo-padrão não é uma outra forma, método ou critério de contabilização de custos, como o custeio por absorção, o custeio variável ou o custeio ABC, mas uma técnica auxiliar. • Custo-alvo ou Target Costing é um método de se fazer o projeto de um produto, viabilizando seu custo, a partir de seu preço praticado no mercado, considerada a margem de lucro desejada. Custeio ABC. Custo-alvo. Planejamento e controle. Bloco 3 Nelson Bueno de Oliveira Integração entre planejamento e controle - Papel da Contabilidade Gerencial • A atividade de controle está relacionada totalmente ao planejamento. • O controle existe para assegurar que as atividades da empresa estão de acordo com o planejado, ou, então, para diagnosticar os eventuais gaps que existam entre o realizado pelas atividades da empresa e o que estava planejado, a fim de, eventualmente, corrigir rumos ou mesmo revisar o planejado. Integração entre planejamento e controle - Papel da Contabilidade Gerencial • O ciclo do planejamento e controle mostra que sua origem são os objetivos de longo prazo da organização, com base nos quais os planos são desenvolvidos. • Esses planos possuem sua expressão mais distinta e preponderante no planejamento estratégico. • O ciclo relatado, na Figura 2, integra planejamento e controle. • As ações de feedback possibilitam que o desempenho real seja constantemente comparado com o estabelecido no planejamento. Integração entre planejamento e controle - Papel da Contabilidade Gerencial Figura 2 - Ciclo de planejamento e controle 6. Comparação da performance atual com o planejamento anual e com os padrões de desempenho. 1. Determinação de objetivos e metas. 2. Planejamento de longo prazo. 3. Planejamento anual. 4. Determinação dos recursos necessários e do padrão de desempenho. 5. Início de operações. 7. Comparação dos resultados com o planejamento de longo prazo. 8. Comparação dos resultados com as metas e os objetivos. Fonte: adaptado de Figueiredo e Caggiano (2017, p. 252). Integração entre planejamento e controle - Papel da Contabilidade Gerencial • Deve haver um grau de flexibilidade no planejamento, a fim de permitir adequações. No entanto, deve haver um grau de rigor para desestimular eventual leniência ou falta de empenho das equipes em perseguir o atingimento das metas. • A Contabilidade Gerencial, trabalhada pela área de controladoria, da diretoria de finanças, tem o papel de elaborar informaçõesrelevantes que possam instruir devidamente todo esse processo. Contabilidade Gerencial: conclusões e encerramento • A Contabilidade Gerencial possui flexibilidade e deve ser customizada para as características da companhia. É trabalhada pela área de controladoria, que possui o propósito de captar as realidades do ambiente e da empresa e produzir índices, números, enfim, informações que venham a instruir o processo decisório dos gestores. • A visão maior é conseguir compatibilizar as muitas ações diárias, do curto prazo, por intermédio do processo de orçamento empresarial, com o atingimento dos objetivos estratégicos do longo prazo, constantes do planejamento estratégico. Contabilidade Gerencial: conclusões e encerramento • A Contabilidade Gerencial faz uso, entre outros, dos números da Contabilidade Financeira ou Societária e dos números da Contabilidade de Custos. • Conjugado isso ao uso do Balanced Scorecard (BSC), tem-se a possibilidade de identificar quais ações a empresa deve adotar no dia a dia para, com o sucessivo atingimento dos objetivos de curto prazo, por todos na organização, construir o resultado estratégico de longo prazo, que concretize o cumprimento da visão e da missão corporativa. Contabilidade Gerencial: conclusões e encerramento • Com tudo isso, percebe-se que a área da diretoria de finanças, a controladoria, possui um grande artefato de trabalho, a Contabilidade Gerencial, sintonizada ao processo orçamentário, para instruir o processo decisório, envolvendo planejamento estratégico e controle, para orientar a empresa para a eficácia. Teoria em Prática Bloco 4 Nelson Bueno de Oliveira Reflita sobre a seguinte situação • Suponha que, no mês de novembro de determinado ano, como controller de uma empresa, você está participando dos trabalhos de elaboração do orçamento anual para o próximo exercício. Os diretores dos setores de marketing, produção, finanças e gestão de pessoas, já apresentaram seus planos operacionais, evidenciando o que precisa ser feito, com base no planejamento estratégico de cinco anos. Reflita sobre a seguinte situação O papel do controller, agora, é de fazer o plano financeiro ou o orçamento do próximo ano, ou seja, os dados tangíveis e físicos, constantes dos planos operacionais, terão que ser traduzidos em termos monetários e distribuídos, mensalmente, pelo exercício, no formato de orçamento. Essas serão as metas que gestores e equipes terão a cumprir ou superar. Por exemplo, o diretor de finanças, no plano de investimentos, estima adquirir R$ 2.000.000,00 em uma nova fábrica, no próximo ano. O diretor de marketing e o de finanças estimam serem necessários R$ 50.000.000,00 em receitas de vendas, e assim por diante. Reflita sobre a seguinte situação • O diretor-presidente entende que o tempo é escasso, de novembro até dezembro, e propõe que o conselho diretor estabeleça top-down os valores orçados, pois é mais rápido e prático e não gera perda de tempo, debate ou resistências dos gestores e equipes subordinados. • Como você, o controller, reagiria a essa proposta do diretor-presidente? Norte para a resolução... Você deve, como sugestão, proceder da seguinte forma: com certeza, é uma situação delicada e exige uma abordagem diplomática para, eventualmente, se contrapor à opinião do diretor- presidente. Admita-se que o diretor presidente seja uma pessoa resoluta de seus pensamentos, porém, seja aberto a sugestões ou pareceres diferentes daquilo que pensa. Norte para a resolução... Com todo cuidado e habilidade, respeitosamente, você, o controller, deveria dizer que seria interessante apresentar a proposta de orçamento para o próximo ano, aos gestores e suas equipes, ocasião em que a comunicação desses fatos salientaria a todos que os desafios, ali propostos, suportam a estratégia maior da empresa para os próximos cinco anos. Sem o intuito de manipulação das equipes, o fato de participarem da construção dos números orçamentários, diante da liderança da diretoria da empresa, a tendência é a de o engajamento, motivação e comprometimento com as metas orçamentárias serem maiores. Além disso, a diretoria de gestão de pessoas traria também, paralelamente, seu programa de avaliação de desempenho funcional e de participação das equipes nos lucros e resultados. Dica do Professor Bloco 5 Nelson Bueno de Oliveira Dica do professor Um assunto para reflexão: • O planejamento estratégico, o processo orçamentário, as atividades de controle estão todos interligados. • Qual o papel e a contribuição da Contabilidade Gerencial nesse contexto? • Por que a informação de custos foi tão debatida? Referências ATKINSON, A. A.; KAPLAN, R. S.; MATSUMURA, E. M. et al. Contabilidade Gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível em: https://integrada. minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.125. Acesso em: 8 out. 2020. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade Gerencial. Teoria e Prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597011654/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 8 out. 2020. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ mailto:minhabiblioteca.com.br/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ Referências FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597010794/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 8 out. 2020. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597014099/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 8 out. 2020. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ mailto:books/9788597014099/cfi/0!/4/2@100:0.00 Referências GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade Gerencial. 14. ed. McGraw- Hill; Bookman. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda., 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551624/cfi/0!/4/4@0.00:0.00. Acesso em: 8 out. 2020. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada. minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 8 out. 2020. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ mailto:minhabiblioteca.com.br/ Bons estudos!
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