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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS 
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE TABATINGA 
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
FREDERICO BICHARRA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BULLYING NAS ESCOLAS: COMO IDENTIFICAR E INTERVIR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabatinga – AM 
2022 
FREDERICO BICHARRA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BULLYING NAS ESCOLAS: COMO IDENTIFICAR E INTERVIR 
 
 
Trabalho apresentado para obtenção de 
nota parcial da disciplina Pesquisa e 
Prática Pedagógica II – TCC Curso de 
Licenciatura Plena em Pedagogia do 
Centro de Estudos Superiores de 
Tabatinga da Universidade do Estado Do 
Amazonas. 
 
 
 
Orientador(a) Profª. Ma. Darcimar Souza Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabatinga – AM 
2022 
 
RESUMO 
 
O trabalho vem apresentar sobre o bullying nas escolas e como tem ficado cada vez 
presente no munícipio de Tabatinga, a situação nas series iniciais está se tornando 
comum observar tais comportamentos e atitudes, ainda é pouco visto casos mais 
abertos, mas antes de acontecer é preciso que haja identificação e intervenção para 
que nada venha a piorar. O objetivo do trabalho é colaborar através do processo de 
identificação e das maneiras de intervenção para minimizar as práticas de bullying 
nas escolas, mesmo que a metodologia adotada tenha sido empírica-qualitativa, 
além da observação indireta, foi possível obter dados cabíveis para sustentar a 
pesquisa e o desenvolvimento, o estudo de caso por meio da pesquisa bibliográfica, 
possibilitou entender a situação apresentada e o contexto mostrado por alguns 
autores, podendo assemelhar e distinguir as características de identificação do 
bullying e as práticas de intervenção utilizadas por países e escolas nacionais para 
combater tal ato. A colaboração do aluno vítima do bullying foi possível conhecer e 
identificar determinadas características sobre aqueles que sofrem e aqueles que são 
considerados agressores, sua contribuição expondo sua maneira de pensar sobre o 
bullying, a escola e os planos de intervenção, ajudaram a criar situações que podem 
ser implementados projetos de intervenção para contribuir no combate ao bullying. O 
quanto o bullying vem ocorrendo nas escolas de Tabatinga, é algo que não é 
normal, por isso, é preciso intervir para que tais ações venham a ser impedidas e 
não se propague. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMEN 
 
El trabajo viene a presentar sobre el bullying en las escuelas y como ha estado cada 
vez más presente en el municipio de Tabatinga, la situación en los primeros grados 
se está volviendo común observar este tipo de conductas y actitudes, aún se ven 
casos más abiertos poco, pero antes de que suceda es necesario que haya 
identificación e intervención para que nada empeore. El objetivo del trabajo es 
colaborar a través del proceso de identificación y formas de intervención para 
minimizar las prácticas de bullying en las escuelas, si bien la metodología adoptada 
ha sido empírico-cualitativa, además de la observación indirecta, se logró obtener 
datos adecuados para sustentar la investigación y desarrollo, el estudio de caso a 
través de la investigación bibliográfica, permitió comprender la situación presentada 
y el contexto mostrado por algunos autores, pudiendo asemejar y distinguir las 
características de identificación del bullying y las prácticas de intervención utilizadas 
por países y escuelas nacionales para combatir tal acto. La colaboración del 
estudiante víctima de bullying permitió conocer e identificar ciertas características 
sobre quienes lo sufren y quienes son considerados agresores, su aporte 
exponiendo su forma de pensar sobre el bullying, la escuela y los planes de 
intervención, ayudaron a crear situaciones que Se pueden implementar proyectos de 
intervención para contribuir a la lucha contra el acoso escolar. La medida en que se 
viene presentando el bullying en las escuelas de Tabatinga es algo que no es 
normal, por lo que es necesario intervenir para que este tipo de acciones se 
prevengan y no se propaguen. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 6 
CAPITULO I – A PRÁTICA DO BULLYING E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O ENSINO-
APRENDIZAGEM DOS ALUNOS ............................................................................................ 10 
1.1 CONCEITO E AÇÕES DO ATO ................................................................................ 11 
1.2 TIPOS E FORMAS DE BULLYING ........................................................................... 14 
1.3 CARACTERÍSTICAS: IDENTIFICANDO AGRESSORES E VÍTIMAS ..................... 16 
1.4 MANEIRAS DE INTERVENÇÃO PARA CONTER AS PRÁTICAS DO BULLYING 18 
CAPÍTULO II – METODOLOGIA E CAMINHO PERCORRIDO .............................................. 24 
CAPITULO III – RESULTADO E DISCUSSÃO ....................................................................... 27 
CONSIDERAÇÕES .................................................................................................................. 31 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 33 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em nossa sociedade atual é notável a prática do bullying, este está se 
espalhando igual a um vírus afetando diversas pessoas na qual produz efeitos 
colaterais especificamente nas vítimas e nos expectadores. A prática tem sido 
propagada não somente presencialmente, também por meio das vias de 
comunicação e redes sociais, provocando ambientes desfavoráveis para quem é 
alvo. 
O bullying está presente em diversos ambientes, praticado por diversas 
pessoas de conduta ruim em afetar suas vítimas, o ambiente onde se torna mais 
presente a prática, é no ambiente escolar, nisto, gera consequências negativas no 
processo de ensino-aprendizagem, na falta de atenção, desinteresse, baixo 
rendimento, e outras que levam a vítima a se afastar da vida escolar pelo sofrimento 
que o acometem. 
A prática desta ação é algo que ocorre mundialmente, específico no 
ambiente escolar por meio de brincadeiras simplórias que viram sérios problemas de 
desrespeito e gozações quando feitas de maneiras repetidas com as vítimas desta 
ação. Este é um assunto que vem sendo trabalhado por muitos países para 
minimizar o problema, pois o efeito do bullying tem gerado resultados 
significativamente negativos, como a morte de algum dos envolvidos, seja da vítima 
por não suportar estar sofrendo com a ação, ou a morte do praticante pela vítima 
que sofre bullying, pois o efeito colateral de resolver seu problema é eliminar quem 
tem feito-o sofrer todos os dias na escola. 
A realidade mundialmente da ocorrência do bullying é algo que tem se 
alastrado entre alunos de diversas escolas, no Brasil isto apresenta uma taxa menor, 
mas é algo que não pode ser deixado de ser identificado, trabalhado e ser realizado 
a intervenção para uma positividade no ambiente escolar e no bom relacionamento 
entre os alunos. 
O trabalho apresenta objetivos suscintos mediante aos acontecimentos da 
prática de bullying nas escolas, para que haja uma intervenção com a situação atual 
é preciso que haja pesquisa e colaboração diante de medidas que deverão ser 
adotadas. O objetivo deste trabalho foi colaborar com práticas de identificação e 
intervenção do bullying na qual tem gerado consequências negativas dentro do 
7 
 
ambiente escolar, na qual, não é apenas alunos que passam por essa brincadeira de 
mau gosto, também professores são vítimas de grupo de pessoas que se acham os 
maiorais dentro da escola, neste sentido, a intervenção são opções viáveis para que 
o ambiente escolar seja positivo para todos e entre todos. 
Para que fosse feito uma abordagemminuciosa do assunto, objetivos 
específicos foram necessários como, a identificação dos protagonistas do bullying, 
tanto o praticante como a vítima e as características que cada um apresenta; 
descrever sobre o bullying e suas consequências, seja para o atuante, vítima ou 
para o próprio ambiente escolar, ficando manchada diante de tais situações; e 
empregar práticas de intervenção que ajude as vítimas que passaram por tais 
situações, assim como aos próprios praticantes da ação, que venham ser corrigidos 
e ajudados. 
Na cidade de Tabatinga, as escolas estão apresentando casos de bullying, 
muitas vítimas avisam seus pais ou responsável sobre o que está acontecendo 
dentro do ambiente escolar, de como tem sofrido sob está ação, além de que 
existem casos de agressão, preconceito, e as mais variadas formas de ocasionar 
prejuízos que necessitam ser trabalhados e resolvidos. Existem casos de bullying 
nas escolas de Tabatinga que não foram retratados devido as vítimas se sentirem 
receio de falar sua situação ou em casos mais sérios são ameaçados pelos seus 
agressores que procuram se satisfazer impondo medo e tirando gozação com 
determinado aluno. 
A prática do bullying é notável nas séries iniciais na qual as crianças são 
susceptíveis a ela, as brincadeiras começam de maneira simples, a interrelação com 
outras crianças, quando há uma criança diferente há uma indiferença que acaba 
levando a prática do bullying, uma ação que gera resultados negativos no 
desenvolvimento e aprendizagem da vítima. 
Na fase infantil a criança aprende muitas coisas e faz ações que muitas das 
vezes não compreendem, por isso, cabe aos pais, professores e a instituição escolar 
trabalharem em conjunto para que a criança tenha uma aprendizagem e 
desenvolvimento de qualidade, que não venha a praticar tais ações errôneas, mas 
sim, a prática do respeito com seus colegas e amigos. 
Diante deste trabalho, as instituições apresentam tais situações, neste 
sentido realizar a abordagem sobre o assunto é algo que pode ajudar a todos os 
envolvidos a entenderem as consequências que podem ocorrer quando não 
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resolvidas e trabalhadas, tanto para as vítimas como aos agressores. Existem 
questões que devem ser levadas diante do assunto, inúmeros são os fatores que 
geram a situação e o comportamento, como a estrutura familiar de cada aluno, 
outros estão associados a falta de organização e planejamento por parte de alguns 
professores, mas isto, tem relação com o ambiente, estrutura, materiais, que 
necessitam para o trabalho de qualidade dos professores. Essas são questões que 
podem estar envolvidas, pois as variáveis são distintas de cada situação que ocorre 
dentro do ambiente escolar. 
A crescente prática do bullying se tornou caso de muitas pesquisas na 
educação, sua recorrência principal nas escolas tem feito com que a gestão se 
preocupasse ainda mais com o nível educacional de ensino-aprendizagem dos 
alunos. O bullying tem várias formas, já ocasionou muitas vítimas, que tiveram seu 
desenvolvimento prejudicado, deixando marcas injustas na vida social e pessoal de 
crianças e adolescentes. 
O que surpreende é como as instituições não conseguem lidar com tais 
situações, mesmo que esta ação já possui maneiras de como trabalhar, além disso, 
tem se tornado “normal” na sociedade atual, levando o processo educacional ao 
retrocesso, pois o comportamento do aluno é algo deve ser desenvolvido e 
trabalhado para ser um cidadão de bem e boa conduta na sociedade. Estudar o 
bullying é buscar compreender o seu processo, os casos históricos, além de 
entender o agressor e a vítima que se deixa estar na situação, pois pode levar a ficar 
com baixa autoestima, prejudicar sua saúde física e mental. 
O Bullying é um problema forte dentro das escolas hoje em dia, pois a 
pessoa que pratica essa ofensa contra outro indivíduo não ver isso como um 
problema, mas sim como um meio de diversão. Alunos que estão à frente dessa 
problemática são crianças mais retraídas, crianças de uma cor diferente, religião 
diferente, até mesmo por ter uma aparência diferente. 
Considerando que o ato é uma violência sendo praticada de várias formas, 
tanto física, psicologia e a utilizada atualmente, o cyberbullying. Dentro das escolas 
essas brincadeiras de mal gosto estão presentes, os ditos “valentões” não se 
importam com que a sua vítima passa, não se importa como isso pode afetar sua 
vida, dentro e fora da escola, considerando que na maioria das pessoas essas 
vítimas são pessoas frágeis, não procuram ajuda e acabam se isolando deixando de 
frequentar a escola por conta da agressão sofrido dentro do ambiente. 
9 
 
Trabalhar o assunto diante do contexto escolar é algo que venha a beneficiar 
e colaborar com os novos conhecimentos diante do assunto, a prática do bullying é 
algo que vem aumentando cada vez mais, as escolas da cidade de Tabatinga, 
Amazonas, vêm mostrando que tais atitudes está se tornando cada vez mais 
presente no convívio entre os alunos, gerando ainda mais consequências negativas 
tanto para os envolvidos como a instituição como para a educação do país. 
O bullying nas séries iniciais é visto como uma brincadeira simplória entre os 
alunos, os professores consideram normal que logo irá cessar, mas o que nota-se é 
o agravamento de tais ações, o aumento da prática pelo agressor que se considera 
o mais forte, mais popular, com status maior, ocasionando humilhação a suas 
vítimas, que regridem na aprendizagem e apresentação baixa autoestima, são 
questões que levaram a executar o trabalho diante das situações. 
Entender como o bullying está se apresentando nas escolas das séries 
inicias é algo que fará compreender as práticas nas séries do Ensino Fundamental, 
da sua propagação em ocasionar preconceito e indiferença com outros alunos, pois 
as atitudes e ações que são geradas pelas práticas do bullying levaram a prejuízos e 
negatividade no ambiente escolar. 
A importância para a comunidade acadêmica é o conhecimento sobre o 
assunto, especificamente sobre as características dos atores envolvidos na situação, 
seja o autor, a vítima ou testemunhas que presenciam dia-a-dia a prática exercida 
de indiferença do bullying. Os diversos estudos que se encontram espalhados sobre 
a temática ressaltam momentos que ocorreram de acordo com o tempo, e diversos 
desses momentos refletem na atualidade, mas com algumas características 
diferentes que estão sendo identificadas. 
A identificação é necessária para ajudar as instituições a estabelecerem 
intervenções para minimizar a prática do bullying nas séries iniciais onde se inicia a 
ação de brincadeiras de indiferença, tanto o professor deva estar preparado para tal 
situação, desse modo, fazer com que os alunos tenham uma convivência positiva e 
respeito mútuo uns com os outros, sem levar em conta a diferença de cor da pele, 
cultura, religião, nível social, entre outros, um saldo positivo para a educação. 
 
 
 
 
10 
 
CAPITULO I – A PRÁTICA DO BULLYING E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O 
ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ALUNOS 
 
Este capítulo retrata desde o conceito do bullying e suas ações 
consequenciais que geram nos indivíduos, as características dos envolvidos, além 
da identificação de cada um, práticas adotadas e maneiras de intervenção que 
colaborem no combate a prática do bullying, pois esta é uma ação que deixa o 
indivíduo com resultados negativos em sua formação social, pessoal e mental. 
Para Olweus (1993) o bullying é considerado uma subcategoria que 
ocasiona do comportamento agressivo entre os envolvidos, constituindo no 
relacionamento interpessoal que caracteriza o desequilíbrio de forças entre ambos, 
sendo um mais forte que o outro em diferentes aspectos: a vítima do autor do 
bullying pode ser fraco fisicamente, mentalmente, ou ter alguma característica que 
diferente dos demais, levando a estar no alvo do agressor. 
Diante de tais situações as abordagensforam feitas para que houvesse 
compreensão do que ocorre entre os envolvidos e o ambiente escolar. No subtópico 
primeiro está direcionado sobre o conceito do bullying e as situações em que esteve 
presente, um ato que está escancarado na sociedade levando a apresentar 
indiferenças entre os colegas de classes ou de turmas. 
No subtópico dois, apresenta os tipos e formas de bullying, sua variação tem 
uma dependência muito grande de como resulta nas vítimas, são formas que levam 
a prejudicar mesmo não estando presentes, na qual vai desde física a ação virtual 
de indiferença com o alvo (vítima). O terceiro subtópico mostra as características de 
identificar o autor e a vítima, além das testemunhas que estão envolvidas no cenário 
que ocorre, é necessário que haja a identificação dos envolvidos para que a 
instituição escolar e seus representantes venham estar aptos para ajudar a resolver 
a situação. 
No último subtópico deste capítulo, será abordado sobre as maneiras de 
intervenção que podem ser utilizadas e aquelas que estão sendo posto em prática 
para minimizar as práticas do bullying, sendo que é de sumo interesse da escola e 
do Estado em fazer com que este tipo de prática não volte a acontecer, mas sim, 
que todos, independentemente de sua origem, venham ter o respeito mútuo. 
 
 
11 
 
1.1 CONCEITO E AÇÕES DO ATO 
 
A palavra bullying, é um termo inglês que não possui uma tradução exata na 
linguagem brasileira, mas que pode ser entendida de diversas formas, devido as 
ações e atitudes mostrarem sua real tradução, esta pode ser entendida como ato de 
violência física, mental ou psicológica do autor em sobressair sobre o mais fraco, 
além disso, é uma ação de maneira intencional e repetitivos com o objetivo de 
colocar seu poder amostra e intimidar outro indivíduo ou grupo que apresentam 
inferioridade. 
A palavra em inglês, bullying, vem de origem etiológica “provocar”, 
mundialmente adotado por apresentar dificuldade de tradução para outras línguas 
(LOPES NETO, 2005), o motivo de tal situação é a multiplicidade de várias ações 
que englobam o conceito. 
É apresentado como um conjunto de atitudes negativas, desde agressivas, 
intencionais e repetitivas que são realizadas contra outro indivíduo com menos 
poder de status ou outra característica que sugere inferioridade, que 
consequentemente gera angústia, dor, sofrimento e baixa autoestima nos mais 
diversos aspectos por quem é vítima. Tais ações são acometidas desde insultos, 
apelidos, intimidação, gozação e indiferença que levam a vítima a sofrer 
profundamente, uma prática de muita injustiça por aqueles que ficam felizes por 
hostilizar, ridicularizar e infernizar a vida de outros alunos, gerando nas vítimas o 
sentimento de solidão e exclusão, um dano que pode ser físico, moral ou material, 
são as mais diversas representações do comportamento do indivíduo que prática o 
bullying. (FANTE, 2005) 
É necessário que haja uma compreensão dos estudos históricos sobre o 
bullying, entendendo o passado é possível compreender o futuro, cada situação que 
foi presenciado, cada ambiente onde foram acontecidos apresentam variações, 
alguns países com sérios casos de bullying, além de ter a presença mais forte entre 
os estudantes que seriamente precisam pôr um basta. 
Os estudos iniciais sobre o bullying ocorreram com pesquisas pertencentes 
ao professor psicólogo norueguês Dan Olweus (1993) no início dos anos 70, pois 
investigou casos escolares que ocorreram, mas que precisavam ser entendidos, 
seus estudos focaram nos problemas dos agressores e suas vítimas. Na década de 
80, foi marcado como evidência concreta sobre o bullying, três noruegueses com 
12 
 
idade variando de 10 e 14 anos se suicidaram por não estar aguentando o 
sofrimento que vinha passando dentro do ambiente escolar, uma violência que nem 
mesmo os professores puderam perceber. 
Existem os mais diversos atos de atitudes que se assemelham ao bullying, 
mas esta é uma prática bastante complexa e grave, originando os mais diversos 
comportamentos, afetando o físico, psicológico e social, especificamente no 
infantojuvenil, onde as atitudes começam a se apresentar. A violência na escola vem 
aumentando cada vez mais, quando existe uma pessoa que sofre por tais atitudes, 
este pode perder o seu controle e fazer algo muito pior, levando ao desequilíbrio 
mental para fazer algo muito pior dentro do ambiente escolar, uma pessoa que sofre 
violência na escola fica marcada pelo resto da vida. 
O conceito permeia o mundo das mais diversas práticas negativas, sendo 
bastante precisa em ser uma amostra de ocorrência de indiferença com o próximo, 
um comportamento cruel com intencionalidade do autor em atingir seus objetivos de 
zoar com alguém que demonstre inferior, uma relação interpessoal que ocorre 
preconceito nos mais diferentes ambientes, são pessoas que convivem no mesmo 
espaço, o comum é no ambiente escolar que as ocorrências são maiores e visíveis 
há quem presencia. 
Identificar tanto o agressor como a vítima não é algo complicado, cada um 
possui características distintas que são reconhecidos, o autor é aquele que se 
considera mais forte, mais velho, que tem o poder sobre os demais, ter status ou 
poder econômico, enquanto a vítima são as mais fracas, frágeis, mais novos, menos 
poderosos, e diferentes dos demais, são alvo de diversão e prazer dos autores que 
tendem em provocar e humilhar, gerando um desprezo maior e uma relação 
desequilibrada entre colegas. 
O autor Fante (2011), apresenta sua concepção sobre o fenômeno bullying, 
além disso, o bullying escolar ocorre pelo xingamento, apelidos ofensivos, 
intimidação, ameaças, agressões físicas e verbais, que resultam na piora do 
desenvolvimento cognitivo do aluno. 
Seguindo a mesma concepção, é ressaltado algumas características e 
comportamentos presentes pelo fenômeno bullying: 
 
O fenômeno Bullying estimula a delinquência e induz a outras formas de 
violência explicita, produzindo, em larga escala, cidadãos estressados, 
deprimidos, com baixa autoestima, capacidade de auto aceitação e 
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resistência à frustração, reduzida capacidade de autoafirmação e de auto 
expressão, além de propiciar o desenvolvimento de sintomatologias de 
estresse, de doenças psicossomáticas, de transtornos mentais e de 
psicopatologias graves. Tem, como agravante, interferência drástica no 
processo de aprendizagem e de socialização, que estende suas 
consequências para o resto da vida, podendo chegar a um desfecho trágico 
(FANTE, 2011, p. 09-10). 
 
A grande questão do bullying é que este está se alastrando como um vírus, 
afetando muitos alunos com condutas agressivas, tanto físicas, morais ou verbais, 
afetando o psicológico do indivíduo, a prática tem se apresentado com diferentes 
nomes devido o ambiente que está se tornando presente, como cyberbullying um 
nome atualmente utilizado devido estar ocorrendo repetitivamente pelo meio de 
comunicação. Alguns pesquisadores do fenômeno, psicólogos e educadores, 
conceituam, para que venha ser considerado como bullying é preciso que seja um 
ato repetitivo, de ocorrência mínima 3 vezes e não um caso isolado. 
As práticas do bullying tem perpassado muito tempo, há anos vem 
acontecendo tornando-se comum na contemporaneidade, atitudes e 
comportamentos com forte presença nas escolas, no intuito de “incomodar” os mais 
fracos que sofrem agressões pelos chamados “valentões”, um ato que gera 
consequências mais tarde afetando não somente a vida social, emocional e 
psicológica da pessoa agredida, mas o seu processo de ensino-aprendizagem no 
contexto escolar. 
É notório que o comportamento seja visível entre as crianças e adolescentes 
nas escolas em séries iniciais, um ato que tem gerado críticas e discussões, uma 
necessidade que haja educação as crianças no ensino sobre o convívio social e 
respeito. 
Quando o assunto é bullying, os autores Fante (2005) e Silva (2010)retratam que a tentativa de falar a respeito gera uma discussão de fenômeno 
mundial, a ação das práticas agressivas que são realizadas, são ações repetitivas 
intencionalmente, geradas sem motivação evidente, atos prejudiciais para o ensino-
aprendizagem dos alunos e um fenômeno negativo para a escola na qual vem 
acontecendo, um ato que precisa ser trabalhado para impor limites entre as 
indiferenças de alunos e seus comportamentos de práticas do bullying. 
 
 
14 
 
1.2 TIPOS E FORMAS DE BULLYING 
 
Atualmente são apresentadas variações sobre os tipos de bullying e as 
formas de como elas acontecem entre os envolvidos na situação. Especialistas 
como Cleo Fante (2011) e Ana Beatriz Barbosa Silva (2010), mostram seis variações 
do bullying que são praticadas: 
A primeira retrata o bullying verbal, é o mais comum do fenômeno que 
ocorre diariamente entre os alunos dentro do ambiente escolar, ou em local de 
trabalho, uma ação que costuma envolver difamações, fofocas, críticas, gozações, 
apelidos pejorativos, insultos, ofensas, além de piadas ofensivas. Uma forma de 
bullying na expressão verbal usada pelo agressor para intimidar e atingir suas 
vítimas provocando medo, repulsão e magoas. 
O bullying psicológico, é o tipo que ocasiona isolamento social e exclusão 
escolar, além da baixa autoestima, solidão, abandono, que não se sente parte de 
nenhum grupo, acometido quando a criança é humilhada na frente de outros colegas 
e todos que estão a volta levam na brincadeira o que está ocorrendo. Este tipo de 
bullying ocorre de maneira indireta após os ocorridos, que afeta lentamente o 
psicológico da criança que perde o interesse pelos estudos, baixo desempenho 
escolar e abandono do ambiente que não lhe é agradável. 
O terceiro tipo é o bullying físico, também é o mais visível de ocorrência 
diária no ambiente escolar, uma forma que leva a agressão como bater, espancar, 
chutar, ferir, empurrar, beliscar, roubar, furtar, destruir pertences da vítima, além de 
atirar objetos contra as vítimas geram uma forma de agressão física do bullying. Este 
é o tipo que pode ser identificado pelos pais e professores e que pode ser resolvido 
com correções necessárias e corretas para que o agressor venha ter sua conduta 
disciplinada. 
O outro tipo de bullying é o moral, gerado através de difamações, calunias e 
discriminações, é o tipo de conduta que ocorre por questões de indiferença de cor, 
cultura, religião, classe social, afetando o comportamento e atitudes dos envolvidos 
gerando resultados de desprezo e brigas. 
O bullying sexual é uma forma pouco vista devido a sua particularidade, 
envolvendo atitudes sexuais com outrem, sendo as formas de abusar, violentar, 
assediar e insinuar ações e comportamentos sexuais que deixem a pessoa 
constrangida. Ressaltando que este é um tipo que não ocorre somente entre 
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meninos e meninas, também entre meninos com meninos, quando a vítima é 
indefesa, este é assediado e/ou violentado seja por um agressor ou vários colegas 
ao mesmo tempo, causando na maioria dos casos traumas psicológicos. 
Atualmente é retratado sobre um outro tipo de prática do bullying que vem se 
alastrando, conhecido como cyberbullying ou bullying virtual, uma forma de 
agressão que acontece pelo celular, internet, redes sociais e outros meios de 
comunicação onde o autor promove infernizar, humilhar, constranger, maltratar e 
ofender suas vítimas. 
A variação do bullying tem apresentação diferente entre as sociedades, cada 
tipo é distinto conforme a nação, região e entre as escolas, pode ser da mesma 
nação ou não, mais que os ocorridos e os resultados diferem. Os mais visíveis que 
ocorrem nas escolas é o físico e verbal, mesmo com planejamentos de minimizar 
ainda é ineficaz, a prática vem ocorrendo e prejudicando os alunos vítimas no seu 
processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento pessoal e social. 
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e 
Adolescência (Abrapia), numa pesquisa realizada revela que 41,6% das vítimas 
nunca procuram falar sobre seus problemas e nem pedem ajuda dos outros, seja de 
amigos, colegas ou pais, o que mostra que as vítimas chegam até a concordar com 
a agressão mesmo estando errado. 
Pouco tempo atrás, a justiça via o bullying como uma infração prevista no 
Código Penal, sendo, injúria, difamação e lesão corporal, atos que eram 
considerados de baixa punição, mas no dia 06 de novembro de 2015 foi sancionada 
a Lei nº 13.185, “Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying)”. De 
acordo com o documento é considerado intimidação sistemática, ou seja, bullying, 
qualquer ato de violência que envolva questões físicas ou psicológicas, intencional e 
repetitivo de provocar uma outra pessoa sem motivo evidente, atitudes praticadas 
por indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas, além disso, a ação de intimidar 
ou agredir causando dor, angustia e sofrimento a vítima, gerando um convívio 
desequilibrado entre as partes. 
Todos os atos que se assemelham a pratica do bullying, configuram-se atos 
de crimes quando praticado por um adulto e ato infracional quando for menor de 
dezoito anos, cada qual com suas devidas punições segundo o Código Penal 
brasileiro, tanto que as ações irão gerar processo judicial independente da intenção 
do autor. Se adulto for, este responderá criminalmente e civilmente, dois processos 
16 
 
que serão jugados individualmente, caso seja o menor de dezoito anos, este será 
direcionado a vara da infância e da juventude no qual sofrerá medidas 
socioeducativa, enquanto os pais ou responsável responderá processo civil que 
remete a indenização devido o ato do infrator. 
 
 
1.3 CARACTERÍSTICAS: IDENTIFICANDO AGRESSORES E VÍTIMAS 
 
Existe uma grande diferença entre os envolvidos na situação do bullying 
tanto o autor e a vítima, tem características distintas que podem ser identificados a 
olho nu, podendo ser perceptível pelos pais e pelos próprios professores e tutores, 
tais comportamentos devem ser analisados por causa da ocorrência em lugares 
educativos. 
A necessidade de identificar os envolvidos nas ocorrências de práticas do 
bullying é para que haja maneiras de minimizar essa propagação desenfreada de 
atos e comportamentos abusivos sobre os outros, os ambientes educacionais 
precisam estar adaptados para que os professores venham a ter acessos as 
ferramentas necessárias diante de tais acontecimentos, devido que a escola é um 
lugar de ensino e aprendizagem, que promove o desenvolvimento dos alunos, e não 
um local que gera indiferenças e atitudes agressivas. 
Os envolvidos nos ocorridos tem suas características peculiares que são 
notáveis tanto o agressor como a vítima podem ser identificados, pois a necessidade 
de que os tutores venham saber conhece-los diante do ambiente escolar. 
Os agressores que exercem o ato de sobressair sobre os outros que 
consideram mais fracos, estas pessoas, a parcela apresenta problemas familiares, 
outros por terem padrão elevado de vida, um status de poder que os motiva a 
praticarem a indiferença. Os tais agressores, são alunos que são considerados 
populares, além de serem valentões, outros com maior força física, utilizando uns 
desses atributos para impor seu poder sobre os demais, levando a praticar 
repetitivamente atos de gozação, humilhação, zombaria e risadas de sua vítima. 
Independente do sexo, suas características são carregadas de traços de 
desrespeito e maldade, promovem pouca empatia, utilizam o poder de liderança 
através de força física ou de intenso assédio psicológico, são pessoas que não 
aceitam serem contrariados ou frustrados, os pais ou responsável tem pouco 
17 
 
domínio sobre eles, alguns tendem a praticar pequenos furtos, roubos ou 
vandalismo. O desempenho escolar desses alunos é regular ou fraco, que não os 
comprometem de deficiência intelectual, são mau-caráter, impulsivos e irritam-se 
facilmente,quando estes têm um status social melhor, são soberbos e adoram 
humilhar aqueles que eles consideram inferiores, impondo seu poder e 
superioridade para humilhar na frente de todos, vangloriando-se sobre os demais e 
ocasionando resultados negativos para a escola. (NETO, 2005). 
Aqueles que são alvos de tais agressores, são considerados como vítimas, 
pessoas com estatura fraca, com o comportamento mais sereno e tranquilo, são 
alvos dos agressores, além disso, o físico, a religião, a cultura, o nível social e status 
tendem a proporcionar uma indiferença muito grande, levando ao desprezo e 
humilhações, uma empatia que não existe entre os envolvidos. 
 
As vítimas ou alvos do Bullying são personagens escolhidos, sem motivo 
evidente, para sofrer ameaças, humilhações, intimidações. O 
comportamento, os hábitos, a maneira de se vestir, a falta de habilidade em 
algum esporte, a deficiência física ou aparência fora do padrão de beleza 
imposto pelo grupo, o sotaque, a gagueira, a raça podem ser motivos para a 
escolha de uma vítima. (CHALITA, 2008, p. 87). 
 
O bullying que as vítimas vêm sofrendo por causa de suas características é 
algo que foi feito pelos agressores para ter uma forma de atacar seu alvo, agir de 
acordo com seus preceitos e fazer o seu grupo rir do indivíduo que está sendo 
atacado, seja, verbalmente, fisicamente ou moralmente. 
As vítimas perseguidas que são perseguidas diariamente pelo seu agressor, 
sentem forte pressão que os afeta psicologicamente, tirando a motivação de estudar, 
sem ânimo para aprender, sem interesse de voltar a escolar por não ser um 
ambiente agradável para se conviver. A falta de comprometimento dos tutores e 
professores levam o aluno a pensar que não estão se importando pelo que lhe 
acontece, todos os funcionários que complementam o serviço escolar deixam que 
tais situações ocorram por falta de averiguação, tal ação ocorre normalmente na 
faixa etária das crianças, mas deve haver intervenção, impedindo que tal atitude 
venha a ocorrer novamente. 
Diariamente os que sofrem com a prática do bullying não tem como se 
defender devido as circunstâncias, em grande parte, o medo de sofrer ainda mais 
pelo agressor o impede de pedir ajuda aos colegas, outro ponto específico é o 
18 
 
domínio que o agressor tem pela maioria dos estudantes que proíbe qualquer atitude 
solidária em relação a vítima, ou seja, tais espectadores não podem fazer nada 
devido ao medo que sentem de ficar como alvo do agressor, desse jeito o indivíduo 
sofre silenciosamente potencializando e aumentando o poder do agressor, pois não 
há ajuda e sanções que o impedem de realizar tal ação. 
Conforme é apresentado pelos autores Neto e Saavedra (2003), afirmam em 
seus trabalhos realizados que os alunos vítimas do bullying apresentam mau 
rendimento escolar, baixa autoestima, bulimia, enurese (micção noturna), pânico, 
depressão, perda de memória, desmaios, e atos deliberados de autoagressão, tais 
características variam de acordo com o indivíduo, pois nem todos apresentam os 
mesmos comportamentos e tem resultados distintos um do outro, neste caso, o que 
pode ocorrer de pior é a morte que este pode causar, seja a morte dele próprio ou 
de outrem, no caso de seu agressor. 
Existem alguns trabalhos que apresentam casos que resultaram em mortes 
dos indivíduos, Herba, et al (2008), por exemplo, publicaram que estudos científicos 
tem-se estado como suporte na ligação entre vítimas de bullying com os casos de 
suicídio, uma idealização que promove a morte como único caminho. Existem casos 
extremos que podem ser citados, tanto de assassinatos e suicídios que acontece 
ocasionalmente, como o massacre de Colombine, que ocorreu no Colorado, Estados 
Unidos. 
Nota-se que a relação entre agressores e vítimas procuram se resultar em 
morte, além de acontecimentos que marcam a história educacional da cidade e do 
país, mostrando que a indiferença no ambiente escolar está acontecendo e nem 
mesmo os professores, aqueles responsáveis por ensinar e educar os alunos, tem 
percebido tais comportamentos e atitudes, algo que passa despercebido gerando 
um ambiente desagradável na escola e resultados péssimos a instituição por não 
minimizar tais práticas. 
 
 
1.4 MANEIRAS DE INTERVENÇÃO PARA CONTER AS PRÁTICAS DO 
BULLYING 
 
Existem maneiras e práticas que ajudam na diminuição dos casos de 
bullying, tais ferramentas impostas tanto pelo Estado, como pelas instituições 
19 
 
escolares, além dos professores e pais, são necessárias para que haja um basta 
nas diferenças que os próprios alunos criam com outros, a relação de harmonia 
depende muito do convívio que tais indivíduos estabelecem, mas a maior parcela 
dos comportamentos é aquela que é absorvido fora da escola e do seu lar, ou seja, 
com pessoas errôneas da “rua”. 
A grande necessidade de diminuir o problema é que sempre necessita de 
planejamento adequado, com objetivos e metas a serem alcançados, planos que 
venham ser viáveis para serem implementados na escola como um dos focos 
fundamentais, não somente a comunidade escolar, mas para geral tanto interno e 
externo, ações são feitas para serem realizadas em diversos ambientes para impedir 
aumento do problema. 
A escola é um ambiente de aprendizagem, um lugar que os alunos tendem a 
ter convivência mutua, aplicando a socialização, interação e o respeito, são atitudes 
que promovem o bem estar de todos com quem convive, independente de 
características distintas. É no ambiente escolar que as crianças tem a supervisão de 
seus educadores, que os levam a ter um ensino de qualidade e a desenvolver o 
cognitivo, colaborando no desenvolvimento pessoal para que este venha a ser uma 
pessoa adulta com qualidade sem indiferença com seu próximo. 
De acordo com o que foi explanado sobre o professor, pode-se relembrar 
dos ensinamentos de Paulo Freire (1996), abordando sobre o respeito: 
 
(...) como educador, devo estar constantemente advertido com relação a 
este respeito que implica igualmente o que devo ter por mim mesmo. ...o 
respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não 
um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (FREIRE,1996, p. 
59). 
 
Os educadores são os pilares que levam o aprendizado aos alunos, são eles 
que constroem e desenvolve o cognitivo, assim como despertam as habilidades e 
competências de cada aluno, cada qual com suas particularidades que serão uteis 
para a sociedade. Cabe aos educadores estarem prontos para transmitir 
comportamentos de respeito, empatia, isso pode ser ensinado nas series iniciais 
enquanto as crianças estão aptas para absorverem as informações. 
A existência de diversas maneiras de intervenção é algo que vai das 
próprias instituições, tais planos surgem devido estes estarem no ambiente onde há 
o ocorrido. De acordo com a ideia do autor (PEDRA, 2008), ressalta que a aplicação 
20 
 
de práticas pedagógicas que envolvem a intimidade social uma atividade que 
possibilita aos alunos falarem no anonimato sobre sua vida escolar, uma 
possibilidade de estimula-los a estabelecer o convívio mesmo de maneira anônima. 
A prática ajuda no desenvolvimento do relacionamento e o convívio com todos os 
colegas, gerando a quebra do silêncio e possibilitando a expressão de emoções e 
sentimentos que cada um tem, sem a necessidade de exposição. 
O autor complementa em sua ideia, a atividade prática da socialização entre 
todos os alunos, é preciso que seja feito na educação infantil e para as séries iniciais 
do ensino fundamental I, essas práticas ajudam os alunos a entenderem que 
comportamentos e atitudes errôneas são prejudiciais no desenvolvimento de seu 
colega, por isso, os educadores promovem o ensino por meio de história ou fabulas 
sobre o preconceito ou qualquer outra forma de discriminação e indiferença, ensino 
o aluno que este tipo de comportamento na sociedade é errado. 
 
É essencial tanto a participaçãodo professor quanto dos alunos. O 
professor de um lado tem o dever de transmitir o papel ético, problematizar 
valores e regras morais através da afetividade e racionalidade visando ao 
desenvolvimento moral e à socialização e os alunos o papel de entender e 
cooperar com as ações do professor. A escola, juntamente com os 
professores tem a função de trabalhar conteúdos relacionados aos valores, 
como o diálogo, o respeito, e a solidariedade. (LEANDRO, 2013, p. 10). 
 
O modo que os professores veem as situações que ocorrem nas escolas são 
formas que os levam a trabalhar diante de tais situações e como se manifestar 
diante de tais acontecimentos, por isso, as intervenções de aulas sobre 
comportamentos, atitudes e valores devem ser trabalhados dentro da sala de aula, 
para que as crianças venham a se desenvolver com características corretas diante 
da sociedade. 
Os planos de intervenção como as práticas pedagógicas devem ser exercida 
pela comunidade geral, ou seja, a instituição escolar deve promover ações para 
ajudar na melhora do convívio entre os alunos, tal ato pode acarretar mudanças 
significativas no comportamento dos alunos que praticam o bullying, enquanto mais 
cedo isso for aplicado, maiores as chances de ajudar os envolvidos, fazendo-os 
repensar e mudar seus comportamentos de indiferença, mas também é preciso que 
estes alunos estejam aptos para as mudanças. 
O professor exercendo seu papel como educador e orientador, ajuda a criar 
momentos que levem ao diálogo com a turma, pode formar pares entre aqueles que 
21 
 
convivem poucas vezes juntos, notando as reações de cada um, fazendo-os 
refletirem e socializarem entre si, um momento que pode possibilitar de reconhecer 
autores e vítimas de bullying, e focando na ajuda que estes irão precisar. 
Ao trabalhar as práticas, pode focar na atitude de respeito, levando aos 
alunos compreenderem a realidade e situações de seus colegas, esta seria uma 
atividade com objetivo de mostrar a diferença entre cada um, independente da sua 
origem étnica, religiosa, cultural ou social. As séries iniciais são colocadas como foco 
central para moldar o comportamento dos alunos com as intervenções de atitudes e 
comportamentos, o ensino de como praticar o respeito é algo que deve ser aplicado 
constantemente na escola, impedindo que haja crescimento de bullying e ações que 
podem gerar resultados muito piores. 
O professore e tutores, mesmo que estejam focados nos trabalhos de 
respeito mútuo entre os alunos, ainda pode haver conflitos entre eles, pois as 
mudanças dependerão dos próprios alunos, mais que tais atos de bullying serão 
minimizados no ambiente escolar, pois as sanções que forem impostas devem ser 
colocadas diante dos alunos caso sejam apanhados diante de tais práticas errôneas 
de bullying. 
O ambiente escolar deve pôr em prática atividades e planos de intervenção 
que colaborem no desenvolvimento do convívio social, que estimulem atitudes da 
valorização de empatia, ao desenvolvimento de tolerância entre os educandos, que 
os atos de desrespeito e indiferença levam a sanções e castigos, não sendo estes 
tolerado na sociedade de bem. Gerar e criar um ambiente de equilíbrio na escola, 
impedindo que atos de bullying venham a ocorrer possibilita uma aprendizagem 
melhor dos alunos, levando-os a estar aptos para se desenvolverem e capacitarem 
cada vez mais com novos conhecimentos. 
 
(...) o conceito de gestão está associado à mobilização de talentos e 
esforços coletivamente organizados, à ação construtiva conjunta de seus 
componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um 
“todo” orientado por uma vontade coletiva (LÜCK, 2005, p. 17). 
 
A coletividade, pressupõe a participação de todos, seguindo uma mesma 
direção, com único objetivo e metas a serem alcançadas, neste interim, tanto os 
funcionários como os gestores, as famílias dos alunos e a comunidade que permeia 
a escola, devam estar atentas e participantes dos acontecimentos que ocorrem, de 
22 
 
modo que venha haver o trabalho democrático, onde a união ajude no 
desenvolvimento dos alunos e na minimização dos atos de violência e bullying nas 
escolas. 
A gestão escolar precisa estar acompanhando tudo o que se passa dentro e 
ao arredor do ambiente escolar, levando ao compromisso e organização de um 
ambiente propicio de harmonia, que gera resultados de aprendizagem e 
desenvolvimento educacional dos alunos, além disto, faz-se necessário que 
conheçam a realidade dos alunos, especificamente os professores, na qual são os 
mais próximos e possibilitam exercer ajudar maior. 
Existem algumas formas de intervenções sugeridas por alguns autores, 
desde o nível escolar, de classe e individual, além disso apresentam pilares da 
educação e entre outros. Na concepção dos autores Smith, Ananiadou e Cowie, 
(2003), apresentam os três níveis de intervenção: 
Intervenções ao nível escolar: 
• O clima da classe de aula, a busca pela harmônica e respeitosa 
relação entre professor-aluno e aluno-aluno, diminuindo muito a 
implementação de comportamentos de bullying 
• Políticas escolares, a instituição através de documento escrito com os 
objetivos e regras de antibullying, criando um sistema democrático 
participativo; 
• O suporte de atenção, são como técnicas de trabalho cooperativo de 
classe, relação mútua entre alunos que tenham dificuldades nos 
conteúdos seja maior e menor dificuldade, roda em grupo para 
resolução de problemas quando surgirem, formação de uma 
comissão aptos para lidar com problemas e mediação (sempre sob a 
supervisão de um professor); 
• Áreas de lazer melhoradas: casos de bullying acontece nas áreas de 
lazer ou pátios escolares. Focar nestas áreas colabora no decréscimo 
dos acontecimentos. 
 
As intervenções no nível de classe: envolve os trabalhos curriculares, com 
gama de variedade, trabalhos que podem ser realizados em grupos de discussão e 
debates para estimular ideias e exposição de pensamentos distintos, uma maneira 
de saber lidar com diferentes maneiras de pensamentos. 
23 
 
Intervenção relacionada ao individual: trabalhar com alunos específicos, é 
uma forma de dá confiança aos que são vítimas do bullying, levando-os a enfrentar a 
situação e sair da condição de fechar-se para o mundo, a não estar pensando em 
fazer atos agressivos por causa do bullying, mas sim que sempre haverá aqueles 
que irão o ajudar a sair e lidar com a situação. Para os autores, as sanções, vara da 
correção socioeducacionais para que venham a saber lidar com seus 
comportamentos. 
Outro autor que preconiza a intervenção é Jacques Delors (1998), na qual se 
baseava nos quatro pilares da educação: aprender a ser, conviver, a conhecer e 
fazer, são preceitos que fundamentam as competências pessoais, relacionais, 
cognitivas e produtivas, levando ao relacionamento entre todos e com todos mesmo 
diante das diferenças. Mediante as aplicações dentro do ambiente escolar, cria-se a 
capacidade crítica nos educandos, na qual vivenciam e se apropriam dos diversos 
conhecimentos que lhes são impostos, fazendo-os serem estimulados para conviver 
em grupos com pessoas de ideias semelhantes e distintas. 
De acordo com Botelho e Souza (2007), apresentam que, em um estudo 
sobre o bullying e a educação física na escola, examinou as características, casos, 
consequências e estratégias de intervenção, os próprios sugeriram três etapas; 
primeira a identificação dos casos e dos envolvidos, o segundo é a explanação e 
utilização de recursos para combate-lo, utilizando conceitos de ética e empatia com 
as atividades recreativas, levando a estes estarem trabalhando juntos para 
desenvolve-las. Por último, utilização de materiais impressos, como livros infanto-
juvenis, gibis e literatura que estejam relacionadas a reflexão sobre o bullying, tais 
práticas devem ser repassadas especificamente nas séries iniciais, para resultados 
melhores.24 
 
CAPÍTULO II – METODOLOGIA E CAMINHO PERCORRIDO 
 
Este capítulo apresenta quais foram os métodos adotados, a linha de 
pesquisa e abordagem, assim como os procedimentos utilizados para que houvesse 
o desenvolvimento e dados necessários para explanar o assunto. A necessidade da 
metodologia numa pesquisa, é devido ao seu valor diante do assunto, um trabalho 
que irá servir de guia para próximos pesquisadores que irão estudar o mesmo caso, 
mas diante de novas perspectivas, pois a variação e a ocorrência dos fatos 
mostrarão o quão distintos isso estar de acordo com a época. 
O método é o curso que o pesquisar irá utilizar para formar a sua 
metodologia completa, sem isso, a pesquisa ficaria sem foco, de acordo com (GIL, 
2008, p. 26), “o método pode ser entendido como o curso percorrido para se chegar 
um fim, o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir 
o conhecimento”. O desenvolvimento de qualquer trabalho por mais que bem 
elaborado, sempre vai necessitar da metodologia, métodos utilizados para obter os 
fins necessários e plausíveis, a obrigação de ter uma metodologia é pelo padrão do 
planejamento diante do estudo e pesquisa científica, guiando o pesquisador para 
que venha a obter dados e resultados para o seu devido assunto. 
Para este trabalho foi utilizado a pesquisa qualitativa, que não levassem a 
entrevista com as possíveis pessoas que estariam envolvidas, o fato disto, é em 
consideração que situações impediram que a pesquisa fosse realizada de forma 
quantificáveis. 
Diante disto, os autores Marconi e Lakatos (2011), apresentam que a 
abordagem qualitativa visa tratar os dados como premissas, fontes que ajudem no 
compreender de determinadas situações investigadas, tanto que a forma de ser 
analisada, interpretada e entendida venham ser feita de modo profundo, além da 
descrição complexa que o assunto expõe, como o bullying, na qual é o 
comportamento e atitudes do ser humano que está sendo estudada. 
Minayo (2010), mostra o seu conceito sobre a abordagem qualitativa e como 
este se aplica diante de uma pesquisa: 
 
... é o que se aplica ao estudo da história, das relações, das 
representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das 
interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem 
seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. Embora já tenham sido 
usadas para estudos de aglomerados de grandes dimensões, as 
25 
 
abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações de grupos e 
segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos 
atores, de relações e para análises de discursos e de documentos 
(MINAYO, 2010, p. 57). 
 
Outro autor apresenta sobre a pesquisa qualitativa com outras vertentes que 
complementam e dão significados extras a pesquisa-ação adotada, no caso a 
abordagem empírica-qualitativa, neste sentido é explanado: “um tipo de pesquisa 
social com base empírica [...] concebida e realizada em estreita associação com 
uma ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e 
os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de 
modo cooperativo ou participativo”. (THIOLLENT, 1998, p. 14). 
A situação com a abordagem utilizada apresentada pelo autor Thiollent 
(1998), favoreceu pelo fato do envolvimento somente pela observação para que 
houvesse identificação dos alunos participantes de ocorridos com práticas do 
bullying, o envolvimento foi de forma indireta para que não houvesse interferência, 
deste modo levar dados para serem apresentados. 
Juntamente com a qualitativa, utilizou a pesquisa empírica, segundo Demo 
(2000, p. 21), está ligada ao conhecimento de maneira natural, senso comum, a 
vivenciada, na realidade dos próprios envolvidos, tanto que, “face empírica e fatual 
da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle 
empírico e fatual”. 
Além disso, pela possibilidade de encontrar diversos argumentos e 
resultados, é necessário que haja valorização desse tipo de pesquisa, pois é o 
conhecimento comum que enriquece a pesquisa que está sendo desenvolvida, 
mesmo com finalidade científica acadêmica. O teórico Demo (1994) ainda completa 
em seu conceito: 
 
possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais 
tênue que possa ser a base fatual. O significado dos dados empíricos 
depende do referencial teórico, mas estes dados agregam impacto 
pertinente, sobretudo no sentido de facilitarem a aproximação prática. 
(DEMO, 1994, p. 37). 
 
É através da pesquisa de abordagem empírica-qualitativa, foi possível obter 
resultados que ajudassem no desenvolvimento e compreensão do assunto, mesmo 
com o curto prazo de tempo, foi de total forma bastante aproveitada para entender, 
26 
 
compreender e estipular medidas de intervenção mediante a situação do bullying na 
escola. 
Para o desenvolvimento dos dados obtidos e para as discussões foram 
feitas pesquisas bibliográficas comparando as ideias e situações na qual os diversos 
autores envolvidos, além de relacionar com a situação de um aluno que possibilitou 
ser observado e acompanhado diante do que o mesmo vinha passando, a prática 
que sofria do bullying, e as consequências que gerava no mesmo. A concepção de 
Marconi e Lakatos (2003), nos fornece informações sobre o que viria a ser a 
pesquisa bibliográfica. 
 
Essas denominações se referem muito mais ao ambiente onde se realizam 
do que ao tipo ou características da pesquisa. Nesse sentido, a pesquisa 
bibliográfica pode ser um trabalho independente ou constituir-se no passo 
inicial de outra pesquisa. (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 21). 
 
Como foi retratado, o curto prazo de tempo, fez com que adotasse a 
pesquisa bibliográfica para compreender a identificação do aluno que sofria bullying, 
o caso serviu para esclarecer algumas lacunas que estavam sem respostas, além de 
ter uma diferença com alguns pensamentos teóricos, a observação do pouco tempo, 
ajudou com o desenvolvimento, e tais métodos e ações foram realizadas no retorno 
as aulas pós pandemia. 
O trabalho ocorreu na cidade de Tabatinga, Amazonas, retratando os casos 
de bullying nas escolas, especificamente nas series iniciais onde pode acontecer 
brincadeiras de “mal gosto” que podem resultar em bullying, deste modo, criar 
procedimentos aos professores para que haja diante de tais situações para 
minimizar e extinguir atitudes de indiferença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
CAPITULO III – RESULTADO E DISCUSSÃO 
 
Os casos de bullying na cidade de Tabatinga estão se fazendo presente nos 
dias atuais, muitos casos tem envolvidos agressões, tanto de maneira psicológica e 
verbal, como física, que levam o aluno a pensar e repensar sobre como pôr o fim na 
situação que enfrenta diariamente na escola. A maioria das práticas acontecem fora 
do ambiente escolar, onde os professores e demais funcionários da instituição não 
estão presentes, isto tem levado a diversas brigas, pois diferentemente de outros 
países, as vítimas da região amazônica, no caso, da cidade de Tabatinga, a maioria 
enfrenta seus agressores, ocasionando mais brigas, com agressões que deixam 
ambos machucados. 
As formas de violência que ocorrem dentro das instituições escolares 
acontecem de forma natural, mesmo sob a vista dos professores, estes não 
conseguem perceber a diferença e a situação que está ocorrendo. A grande parte 
dos ocorridos é pelo porte físico favorável que muitos agressores apresentam, além 
disso, a posição social e o status de poder são levados como armas de 
superioridade para impor e tirar vantagens dos menores e com aspectos franzinos 
para conquistar e ter o posto de “chefe”, valentão, líder da turma sem ninguém que 
possa interferir. 
Segundo Fante (2011), é de responsabilidade do profissional de educação 
identificar as diversas formas de violência que os alunos possam estar enfrentando, 
mas a necessidadede saber lidar com a situação é uma dificuldade de muitos 
profissionais, devido não terem a capacitação suficiente para tais situações, além 
disso, não sabem, em grande parte, lidar quando isto ocorre a vista, o que deixa a 
mercê que a propagação aumente no ambiente escolar. 
Diante do acompanhamento de um aluno, este pode contribuir com sua 
concepção sobre as ocorrências de bullying na escolar, além disso, o aluno que 
expos sua ideia é o aluno que foi identificado por ser alvo de bullying no ambiente 
escolar, explanou como isto o afeta psicologicamente e fere os seus sentimentos. 
O próprio aluno avaliou que as crianças e adolescentes que sofrem 
psicologicamente, e os jovens sofrem agressões físicas por causa das práticas do 
bullying, mesmo estando nas séries iniciais percebeu que isso aumenta com o 
tempo, quando os alunos envolvidos ficam na mesma sala e sucessivamente a 
prática tende em ser gerado. 
28 
 
Através da observação, é evidente que grupos são formados no ambiente 
escolar, cada qual com seus semelhantes, alguns sendo superiores a outros, mais 
mantendo o respeito, enquanto uma minoria tende em usar tais condições para 
praticar atos de indiferença e impor seu poder, além de realizar atos racistas e 
homofóbicos com determinadas pessoas, levando a prejudica-los diante de todos e 
provocando prejuízos no desenvolvimento pessoal da vítima. 
Continuando com a perspectiva do aluno, o mesmo ressaltou que sofre 
constantemente o bullying verbal, na qual seus colegas começam a ofende-lo, o 
motivo é a lentidão de acompanhar as aulas e escrever no caderno o que foi 
repassado no quadro, ou seja, existe a dificuldade de aprendizagem da vítima, e os 
agressores tiram vantagem da situação para humilhar e zombar da vítima, fazendo-o 
se sentir ainda mais fraco, sensível e solitário, desmotivando de não querer mais ir 
estudar. É possível notar nas falas do aluno que as situações de bullying “cria-se um 
sentimento de inadequação, de não pertencimento, que mina sua autoconfiança e o 
faz sentir-se inferior”. (GUERRA, 2011, p.01). 
A convivência no ambiente escolar que tendem em deixar ocorrer tais 
situações, mostra que ainda se encontra com poucos planos de intervenção ao 
bullying. Segundo Santos e Grossi (2008), ressalta que o ambiente apresenta 
ansiedade, medo e agressividade, um clima pesado e negativo levando ao processo 
negativo do desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, outro ponto importante é 
a formação de comportamentos agressivos e/ou depressivos, seja de vingança, ou 
reações psicossomáticas, adoecimento dos envolvidos, atos violentos e abusivos, 
formando delinquentes pelo fato de ter sofrido ou atuado no bullying. 
O aluno que se dispôs em colaborar com o trabalho, mostrou que não tende 
em escolher caminhos da delinquência, ou atos de vingança contra seu agressor, 
apenas que procura não se importar tanto, mesmo que ainda venha ser afetado 
emocionalmente e psicologicamente procura sempre se desenvolver e aprender, 
para que possa ser um adulto de boa índole para a sociedade. A dificuldade maior 
que ele se referiu foi que os professores não sabem como lidar com a situação, 
mesmo que chamem a atenção dos autores do ato, ainda não é visto que há 
resultados e nem punições severas para os tais agressores, e isto mostra que a 
escola ainda é falha em lidar e proteger aqueles que sofrem com as práticas do 
bullying. 
29 
 
Quando há estudantes que apresenta certas características, tendem se 
tornar alvos dos agressores, algumas dessas características estão relacionadas a 
postura retraída, ansiosa, insegurança, timidez, dificuldade de expressar-se, frágil 
emocionalmente, além de ter uma estatura magrela no físico, facilita ser o centro dos 
ataques, a peculiaridade de suas características fazem com que venha sofrer 
bullying, uma agressão que pode ser verbal, física ou psicológica, criando no 
agressor superioridade e na vítima insegurança e solidão, por estar numa situação 
de sofrimento num ambiente que deveria ser ensino e aprendizagem de qualidade. 
(FANTE, 2011). 
A intervenção que deveria ocorrer nas escolas está muito distante da 
realidade dos alunos que estão sujeitos aos seus agressores, a falta do 
comprometimento para ensino e aprendizagem de comportamentos e atitudes é 
pouco explanada pelos professores. Vygotsky (1984) compreende que a interação 
social e mediação, são aspectos que promove o processo educativo que leva ao 
sujeito o seu desenvolvimento pessoal, a convivência com todos cria a oportunidade 
do respeito, enquanto haver brincadeiras de mal gosto, o professor tem a chance de 
corrigir e disciplinar o aluno, sendo o papel do professor essencial para guiar os 
alunos com qualidade e excelência, despertando as habilidades e os capacitando 
para a vida e não deixando que atos como o bullying venham a ocorrer no ambiente 
escolar. 
A intervenção seguida de pressupostos e objetivos leva ao desenvolvimento 
do aluno, a liberdade durante a prática ajuda no comportamento, dando a 
oportunidade de o aluno saber lidar e transformar-se a partir da interação e o 
convívio mutuo, ou seja, tornando-o capaz de agir e intervir no mundo através de 
suas atitudes, criando novos significados. Nesta oportunidade a escola impõe o 
limite em práticas de bullying e agressão, diminui a taxa de preconceito e aumenta o 
nível educacional da instituição, um trabalho conjunto que possibilita resultados. 
O aluno com o qual estive em contato através do diálogo informal, ressalta 
que a escola que frequenta existe pouca intervenção por parte dos funcionários, o 
local que deveria ajuda-lo, tem deixado ocorrer livremente sem ninguém notar o que 
está ocorrendo. Assim como Vygotsky (1984), complementa que a relação que 
deveria existir é a empatia, a escola, um ambiente de ensino deveria promover 
qualidade a todos, realizando diferentes trabalhos com objetivos focados e 
centrados, a sala de aula que é o ambiente de maior convívio é o mais oportuno 
30 
 
para a construção de ações entre todos, para que haja o respeito por aqueles que 
tem o limite e dificuldades com as tarefas escolares. 
A intervenção por meio da mediação é um elo que cria a interação constante 
no processo de ensino-aprendizagem, estabelecendo relações entre os alunos e 
fortalecendo os laços entre colegas, uma oportunidade que deve ser aplicada nas 
séries iniciais para um resultado mais satisfatório. (LOPES SOARES, 2011). 
A efetividade dos círculos restaurativos é uma das estratégias que podem 
ser utilizadas como intervenção para resolução de conflitos, os alunos irão 
estabelecer conversas, pensar e refletir sobre as atitudes que geram sentimentos de 
humilhação, vergonha, raiva, medo, além de entender o que os leva a repetir tal 
atitude, mesmo que tenha problemas com outrem fora da escola, não se deve 
frustra-se sobre os outros. 
É nestes espaços que os alunos podem estabelecer novas relações, 
favorecendo que a escola venha estar participativa em sua vida, um benefício para 
ambos, como foi dito pelo aluno; “até poderia dá certo aqui, mas sei lá, acho que a 
escola não se importa muito com isso, mas seria bom se acontecesse, porque 
ninguém iria brigar para depois sentar e conversar”. Mesmo com essa ideia 
retratada, é possível perceber a falta desses planos como intervenção e que a 
possibilidade de ajudar tais alunos é enorme. 
Outro autor explana sobre o círculo restaurativo, Brancher (2008), que foca 
na necessidade de minimizar os conflitos, aproximando os envolvidos e 
corresponsabilizando todos os envolvidos, para que entendam a situação e como 
isso afeta o desenvolvimento da aprendizagem dos mesmos, desse modo ajudando 
a criar e estabelecer ambiente mais harmônico na escola. A prática de intervenção 
impostas pelos autores ajudam a demonstrar clarezas aos alunos, mais para as 
escolas de Tabatinga, a necessidade é grande pela falta da capacidade dos 
professores, mas énecessário esforço para combater e impedir casos de bullying 
antes que se propagem nas escolas. 
 
 
 
 
 
31 
 
CONSIDERAÇÕES 
 
A prática do bullying tem estado presente na sociedade do mundo todo, 
cada uma apresentando situações desde as mais leves até as mais graves e 
extremas, uma prática que permeia as classes sociais, etnias, culturas e faixas-
etárias, criando uma barreira de diferença e preconceito entre os diferentes. É 
preciso que haja estudos diante das situações para combater essa violência que 
aflige as instituições educacionais, pois o ambiente que deveria apresentar 
positividade tem estado com cenários totalmente oposta, o sentido de socialização, 
humanização, desenvolvimento e aprendizagem que deveria ser imposta tem tido 
pouco efeito, por isso a sociedade em geral tem focado sobre as escolas e as 
práticas que devem ser adotadas diante das diversas violências que vem ocorrendo. 
Este estudo de caso, foi um trabalho que vai contribuir com as situações que 
muitas escolas enfrentam e que ainda precisam melhorar, uma oportunidade de 
colaboração para planejar intervenção para impor diante das práticas de bullying. O 
ensino básico, nas series iniciais precisam estar aptos com os planos contra o 
bullying, ensinando os alunos sobre tais atitudes e como isso influencia no 
desenvolvimento de seu colega que sofre com isto, uma ajuda de desenvoltura para 
aprendizagem de cada aluno e crescimento como cidadão de bem e de respeito com 
os outros. 
O bullying está associada as diversas características sociais, cada uma 
apresenta situações distintas, mas com a mesma finalidade, entende o contexto que 
tenha levado a situação, as pessoas que vivenciam podem explanar o ocorrido, 
contribuindo com as analises para impor soluções antibullying. As questões culturais 
e classe social são fortes características, por isso a conscientização dos funcionários 
das instituições devem estar atrelados com os planos de intervenção, desse modo, 
seja qualquer local da escola, sempre haverá pessoas aptas para resolver e 
apaziguar o problema do bullying. 
As brincadeiras “inofensivas”, o ato de apelidar, criticar e fazer distinção 
entre os grupos de alunos, está presente cada dia mais no cotidiano dos alunos das 
series iniciais onde tais ações ocorrem. O aluno que colaborou com o trabalho 
mostrou estar indignado com a situação do bullying, devido a escola não está apta 
para trabalhar tal assunto, mas o momento do desenvolvimento do trabalho, 
encontrou uma possibilidade de mudança. 
32 
 
É por meio da intervenção que podemos chegar aos resultados de melhorias 
no ambiente escolar, a importância da mediação pedagógica dos círculos 
recreativos, além da capacitação dos profissionais da educação para lidar com 
práticas de bullying, fazem toda a diferença, a contribuição por meio dos estudos 
desenvolvidos promove a ampliação para enfrentar e responder o bullying de 
maneira correta e objetiva para que não ocorra novamente. 
O estabelecimento de relações entre pais, professores, estudantes e toda a 
comunidade realizando ações conjuntas fará com que a identificação e prevenção 
do bullying venha ser interrompida, uma prática que fará do aluno responsável 
diante de seus atos, quando estiver adulto, seja um cidadão consciente, ético, que 
valoriza seus semelhantes e estabelece respeito mútuo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
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