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Introdução As hemácias têm naturalmente em torno de 90- 120 dias de vida até a sua hemólise, mas quando se tem uma anemia hemolítica ela cai em torno de 8 dias. As anemias hemolíticas podem ser hereditárias ou adquiridas. Nas anemias hemolíticas pode existir a hemólise intravascular e extravascular. Hoje vamos falar • Defeito de membrana • Defeito enzimático • Anemia hemolítica adquirida autoimune. Defeito da Membrana da Hemácia A grande maioria é de origem genética, a mais frequente é a esferocitose hereditária A membrana tem várias funções como troca de íons, plasticidade e manter a forma bicôncava. Componentes do citoesqueleto da membrana ➔ Espectrina (cadeia alfa e beta) → mais importante ➔ Actina (banda 5) ➔ Proteína 4.1 ➔ Palidina proteína 4.2 ➔ Anquirina (banda 2.1) → mais importante ➔ Glicoforina (banda 3) Esferocitose Hereditária Fisiopatologia – defeito no citoesqueleto da membrana da hemácia (na espectrina 10% dos casos e na anquirina 50% dos casos, banda 3 20%) com perda de fragmentos da membrana- alteração da forma bicôncava para esférica, com menor plasticidade e aprisionamento nos cordões esplênicos – sinusoides do baço (macrófagos) - hemólise extravascular. → as hemácias são bicôncavas. Aumento da fragilidade e a resistência está diminuída nas hemácias com esferocitose. Lembrando que a hemólise não é intravascular, mas sim extravascular nos órgãos do sistema reticulo endotelial. • Transmissão genética • Incidência de 1/5000 • Formas leves em 1% da população Quadro clínico: Graus variados – • Anemia • Esplenomegalia • Colelitíase – Aumento da BI (principalmente após um tempo de doença) • Icterícia Complicações – • Crise hemolítica • Crise megaloblástica – B12 reservada e ácido fólico diminuído (a medula óssea funciona até 8x mais) • Úlceras de perna • Sobrecarga de ferro (ferritina elevada) • Hematopoiese extramedular Quadro laboratorial • Hemograma → anemia / presença ou não de esferócitos (principalmente quando ocorre a retirada do baço) Obs. – esferócitos não é patognomônico da anemia esferocistica • Estudo familiar • Curva fragilidade osmótica à temperatura ambiente e a 37ºC (abaixo de 50%) • Teste de lise pelo glicerol (teste de screening) O diagnóstico diferencial é com doenças hepáticas e doenças hemolíticas autoimunes. Tratamento – • Retirada do baço (o recomendado é esperar até 6 anos) → melhora do grau de anemia. • Antes somente se for muito sintomático (crises hemolíticas), pois o baço é importante para imunidade. • Infarto esplênico → hidratação, transfusão, controle da infecção. Defeito enzimático na hemácia G6PD • Incidência de 200 milhões de casos indivíduos afetados no mundo • Variados graus – genética ligado ao X • É pesquisado no teste do pezinho Características ➔ Constitui a mais frequente das enzimopatias, afetando mais de 400.000 indivíduos em todo o mundo. Ligado ao cromossomo X por mutação do braço longo (mutações de ponto) ➔ A principal variante no Brasil é a variante africana ➔ Variantes da G6PD o Classe I – hemólise crônica o Classe II – deficiência grave (mediterrâneo, santamaria e cantão) o Classe III – deficiência moderada (africana, Seattle e chantam) o Classe IV – leve Fisiopatologia A enzima G6PD estabiliza a membrana do eritrócito contra danos oxidativos, por ser a única capaz de produzir NADPH. Com a ausência da enzima estresses podem causar aumento da hemólise como febre, infecção bacteriana ou viral aguda, cetoacidose diabética, medicamentos (primaquina e paracetamol, vitamina C e AAS) A exposição a estresse oxidativo (infecção, drogas, alimentos levam destruição das hemácias nestes pacientes → produção precipitação da Hb dessaturada → formação dos Corpúsculos de Heinz → ligam-se a banda 3 da membrana com ruptura Quadro clínico Pode causar hemólise intravascular aguda decorrente de exposição a agentes oxidantes que levam a hemoglobinúria, anemia grave, icterícia, IRA, hemólise crônica Diagnostico diferencial – doença de gilbert (não conjuga Bilirrubina essa não tem anemia) Laboratório • Hemograma • Pesquisa de corpúsculo de Heinz • Dosagem da atividade da G6PD • Teste de identificação da atividade da G6PD (teste de redução da meta-hemoglobina modificado) Tratamento ➔ Evitar AAS, vitamina C em processos infeciosos. ➔ Transfusão para procedimentos cirúrgicos. Anemia Hemolítica Autoimune Fisiopatologia • Anemia hemolítica adquirida pode ser induzida por anticorpos e/ou complementos direcionados a membrana da hemácia • Os autoanticorpos reagem contra antígenos de membrana constituem os grupos sanguíneos • Os Aloanticorpos são adquiridos por transfusões e gravidez e podem levar a reação transfusional tipo hemolítica • No baço ocorre a hemólise extravascular pela opsonização dos macrófagos esplênicos com fagocitose das hemácias revestidas de anticorpos e/ou complemento no caso C3b • A hemólise pode ser intravascular e extravascular Tipos – ➔ Anticorpo quente → IgG 50% idiopática, colagenosos, PLP, cisto dermoide de ovário CMV, Sarcoma de kaposi, BK, drogas ➔ Anticorpo frio → IgM + C3b → crioaglutininas contra antígeno I da membrana da hempacia, PLP, Colagenosos, Mycoplasma, CMV, E.barr → pedir Coombs → quando há formação do complemento D5b-C9 ocorre uma ataque intenso a membrana da hemácia e provoca uma hemólise intravascular ➔ Quando AHAI + plaquetopenia → síndrome de EVANS Quadro clínico • Anticorpo quente – feminino, 50-60 anos, anemia, icterícia, esplenomegalia se associada a plaquetopenia (Evans, PTT) • Anticorpo frio – anemia, acrocianose, fenômeno de Raynaud, e livedo reticulares Laboratório • Hemograma • Coombs o Direto (TAB) o Indireto (tai) • Crioaglutinina (Anti I) Tratamento – • Pulsoterapia e imunoglobulina (tratamento agudo) → em pacientes graves • Pacientes estáveis → pulsoterapia • Transfusão sanguínea seria um ato heroico (só se faz quando a pessoa está quase morrendo) • Corticoide de manutenção – • Investigação diagnóstica • Ácido fólico • Esplenectomia (em casos crônicos) Anemia imuno-hemolitica – Farmacoinduzida • Tipo autoimune – alfametildopa e levodopa • Tipo hapiteno – penicilina, quinidina, sulfa e clopromazina Hemólise por efeito tóxico sobre a hemácia – • Doença de Wilson • Dapsona • Infusão de grandes quantidades de água destilada • Queimaduras extensas • Ingestão de sulfato de cobre Anemia hemolítica adquiria – diagnósticos diferenciais ➔ Aranha marrom ➔ HPN ➔ Malária ➔ Prótese valvar ➔ Hemólise dos corredores de maratona ➔ Anemia hemolítica microangiopática – HELLP síndromes ➔ Carcinomatose disseminada ➔ Hemangioma gigante
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